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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Viagem de fim de ano? Far.me reúne 10 dicas para ajudar a manter o tratamento medicamentoso durante o descanso

 Umidade, fuso horário e eventuais substituições são algumas das preocupações que precisam ser consideradas ao longo do período

 

A chegada do fim de ano, para muitas pessoas, representa o momento de viajar e recarregar as energias. No entanto, para quem faz uso recorrente de medicamentos, esses planos exigem cuidados especiais e um planejamento cuidadoso para garantir a continuidade do tratamento de forma segura. Pensando nisso, a Far.me preparou dez dicas para ajudar na organização antecipada, levando em conta tanto o transporte dos remédios quanto as adaptações necessárias para sua administração conforme o destino da viagem.

Isso porque transportar medicamentos da forma correta é essencial para manter sua eficácia, já que a má armazenagem pode comprometer sua qualidade e, consequentemente, a saúde de quem depende deles. “Muitas pessoas não percebem que um simples descuido no transporte pode afetar o efeito terapêutico dos remédios. É crucial garantir que sejam armazenados nas condições adequadas durante as viagens”, alerta Rafael Mandelbaum, CEO da Far.me.

  1. Conferir a prescrição médica: verifique se suas receitas estão atualizadas, especialmente se você for viajar para o exterior, pois alguns países exigem que a receita seja traduzida ou fornecida em inglês. Em casos de países que não aceitam prescrições emitidas no Brasil, é importante adquirir os medicamentos antes da viagem.
  2. Quantidade suficiente de medicamentos: calcule a quantidade necessária para todo o período da viagem e leve um pouco mais para imprevistos, como atrasos de voo ou mudanças no planejamento.
  3. Verifique a compatibilidade dos medicamentos no exterior: medicamentos no Brasil podem ter nomes diferentes em outros países, ou até mesmo ser formulados de maneira diferente. Converse com seu médico ou farmacêutico de confiança antes de viajar para entender se há substitutos disponíveis no destino.
  4. Medicamentos na bagagem de mão: antes da viagem, entenda se é possível levar seus medicamentos dentro da cabine. Isso garante que você tenha fácil acesso e evita perdas ou extravios. Lembre-se de que alguns medicamentos precisam ser transportados em embalagens originais e com as prescrições correspondentes. Por isso, mantenha eles dentro de suas respectivas cartelas, em local seco.
  5. Regras de segurança e controle de medicamentos: algumas substâncias, como medicamentos controlados, podem ter regras específicas de transporte, especialmente líquidos ou seringas. Fique atento às regras do aeroporto e das companhias aéreas, e declare seus medicamentos quando necessário.
  6. Alteração de fusos horários: se você viajar para um fuso horário diferente, o horário de administração dos medicamentos pode ser afetado. Planeje antecipadamente, com apoio do médico ou do farmacêutico, para ajustar a administração dos remédios e evite impactos no tratamento.
  7. Cuidados em viagem de navio: os medicamentos podem ser afetados pela umidade no ambiente. Mantenha-os em locais frescos e secos dentro da cabine do navio, evitando contato com temperaturas extremas.
  8. Prevenção de enjoo: caso o seu tratamento inclua medicamentos que causam náuseas ou desconfortos, converse com seu médico antes de viajar e leve medicamentos antieméticos, como remédios para enjoo, que sejam compatíveis com seu tratamento atual.
  9. Não esqueça dos horários: em viagens longas, é importante manter-se atento ao horário de tomar seus medicamentos. Configure alarmes ou lembretes no celular para não esquecer.
  10. Acesso limitado a farmácias: em regiões mais afastadas, o acesso a farmácias pode ser restrito, então é essencial levar medicamentos extras ou mapear os estabelecimentos mais próximos.
Far.me

 

30% dos tumores no Brasil são de pele: Dezembro Laranja reforça a prevenção

Campanha mostra a importância do diagnóstico precoce para combater a doença mais comum entre os brasileiros

 

O mês de dezembro traz à tona um tema de extrema relevância para a saúde pública: a prevenção ao câncer de pele. Batizado como Dezembro Laranja, o movimento tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos dessa doença, que é a mais comum entre os brasileiros, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Além de informar sobre os fatores de risco e formas de prevenção, a campanha também busca destacar a importância do diagnóstico precoce, essencial para aumentar as chances de cura e reduzir sequelas. 

A luz solar, enquanto vital para a vida, também pode ser uma inimiga em potencial. A exposição prolongada e desprotegida é a principal causa do câncer de pele, e os danos acumulados ao longo dos anos podem se manifestar de formas severas. Nesse cenário, o uso de protetor solar, chapéus, óculos de sol e roupas adequadas emerge como uma das principais barreiras contra a doença. Ainda assim, muitas pessoas negligenciam esses cuidados básicos, reforçando a necessidade de campanhas educativas como o Dezembro Laranja. 

“O câncer de pele ocorre principalmente nas regiões mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas”, explica a Dra. Sílvia Picado, Médica Cirurgiã de Cabeça e Pescoço da Prefeitura Municipal de Santos e Diretora Social da APM Santos,. “Os sinais de alerta incluem manchas que coçam, descamam ou sangram, sinais que mudam de tamanho, forma ou cor, e feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Por isso, é essencial conhecer o ABCD do câncer de pele”, orienta a especialista. Segundo o critério ABCD, deve-se observar a assimetria, as bordas irregulares, as variações de cor e o diâmetro das lesões, sendo que diâmetros superiores a 6 mm merecem atenção. 

Entre os tipos de câncer de pele, o carcinoma basocelular é o mais comum e, apesar de atingir camadas mais profundas da pele, não está associado a altas taxas de mortalidade. O carcinoma espinocelular, por sua vez, pode causar sintomas como enrugamento e perda de elasticidade nas áreas afetadas. Já o melanoma, embora menos frequente, é o mais agressivo e exige maior atenção devido à sua alta taxa de mortalidade. “Quando diagnosticado precocemente, o melanoma apresenta altas chances de cura. Por isso, qualquer alteração na pele deve ser avaliada por um médico”, reforça a Dra. Sílvia. 

A especialista também destaca a importância de medidas preventivas no dia a dia. “Além de usar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, é necessário reaplicá-lo a cada duas horas ou após mergulhos e transpiração intensa. Também é importante utilizar protetor labial e lembrar de proteger o couro cabeludo, especialmente os calvos”, afirma. Outro ponto relevante é evitar o bronzeamento artificial, prática que está associada ao aumento significativo do risco de desenvolver a doença. 

O tratamento do câncer de pele varia conforme o tipo e o estágio da doença, mas geralmente inclui cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. “Com o diagnóstico precoce, é possível realizar cirurgias menos agressivas, reduzindo as sequelas e aumentando as chances de recuperação”, finaliza a Dra. Sílvia Picado. Portanto, o recado é claro: cuidar da pele é mais do que uma questão de estética; é uma questão de saúde. 

 


Dra. Sílvia Picado - possui graduação em Ciências Médicas pelo Centro Universitário Lusíada (UNILUS). Concluiu Residência Médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço em 2015 e obteve o título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) no mesmo ano, tornando-se membro efetivo e integrante da atual comissão de marketing da SBCCP. Em 2019, a Dra. Sílvia Picado concluiu o mestrado no programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Atualmente, exerce o cargo de professora na UNILUS e é a Diretora Social da Associação Paulista de Medicina de Santos (APM Santos).


Cadastro de doadores de medula óssea mobiliza voluntários em Porto Alegre em ação na AMRIGS

Iniciativa integra a Semana de Mobilização Nacional, com apoio da AMRIGS e parceiros, e busca conscientizar sobre a importância do transplante 

 

A Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) promoveu uma mobilização especial nesta quinta-feira, 12 de dezembro, em Porto Alegre, para ampliar o cadastro de doadores de medula óssea. A ação, promovida em parceria com o Instituto Pietro, com a Secretaria Estadual da Saúde e com o Hemocentro do Rio Grande do Sul (Hemorgs), envolveu a realização de coletas dentro do ônibus do Hemocentro, no estacionamento da AMRIGS. A iniciativa faz parte da Semana de Mobilização Nacional pela causa, para conscientizar a população sobre a doação de medula óssea, destacando sua relevância para salvar vidas de pacientes que necessitam de transplantes devido a doenças graves, como leucemias e linfomas. 

“Cada novo doador pode ser a esperança de vida para alguém em tratamento”, declarou o presidente do Instituto Pietro, Beto Albuquerque, ao enfatizar a importância de aumentar o número de cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). A entidade foi criada em homenagem ao filho do advogado, que faleceu em 2009, aos 19 anos, vítima de leucemia mieloide aguda. 

No Brasil, são registrados cerca de 12 mil a 13 mil novos casos anuais de doenças graves tratáveis com transplante de medula óssea. A compatibilidade entre doador e receptor é extremamente rara, sendo essencial ampliar o cadastro e informar a população sobre o tema. 

“Apoiaremos qualquer ação que incentive a doação, mas especialmente esta causa, que está sendo lembrada nesta semana, é fundamental. Estamos aqui para reforçar o convite às pessoas de 18 a 35 anos para realizarem o cadastro e contribuírem para salvar vidas. Nosso objetivo é aumentar o número de possíveis voluntários, elevando as chances de encontrar compatibilidade para aqueles que tanto necessitam”, afirmou o presidente da AMRIGS, Dr. Gerson Junqueira Jr. 

A diretora do Hemorgs, Kátia Brodt, intensificou a importância dessas ações e destacou os esforços conjuntos. 

“Trabalhamos em duas frentes essenciais: promover a doação de sangue e incentivar o cadastro de doadores de medula óssea. A doação de sangue salva até quatro vidas e o cadastro de medula oferece esperança a quem enfrenta doenças graves. Nossa mensagem é clara: participem e façam a diferença”, afirmou. 

O servidor público Thales Gomila de Araújo Silva participou voluntariamente da ação e relatou sua motivação para ajudar. 

“Quando vi essa oportunidade, decidi contribuir. Espero que minha iniciativa motive outras pessoas, porque quanto mais voluntários se cadastrarem, maiores serão as chances de salvar vidas”, disse. 

A diretora de Atenção Primária da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, Vânia Frantz, enfatizou o papel estratégico da atenção primária na conscientização sobre a doação de sangue e o cadastro de medula óssea, pontuando a relevância da abrangência do SUS para promover essas ações junto à comunidade. 

“A Atenção Primária é o serviço do SUS com maior capilaridade, estando presente em todas as comunidades e locais. Orientamos nossos trabalhadores e gestores locais a conscientizarem os usuários sobre a importância da doação de sangue e do cadastro para doação de medula óssea”, declarou. 

Para mais informações sobre como se cadastrar no Redome, acesse https://redome.inca.gov.br/  Já para doar sangue, consulte o site oficial do Hemocentro do Rio Grande do Sul em https://saude.rs.gov.br/hemocentro-do-estado-do-rio-grande-do-sul  

 

Marcelo Matusiak 



Hospital Sírio-Libanês, em parceria com a Fiesp, promove ação de conscientização sobre câncer de pele na Avenida Paulista

Evento gratuito no dia 15 de dezembro reúne especialistas, atividades interativas e dicas para prevenção do câncer de pele 

 

No dia 15 de dezembro (domingo), o Hospital Sírio-Libanês, em parceria com o ComSaude da Fiesp e do Ciesp, promove uma ação alinhada com a campanha de Dezembro Laranja, que se dedica à conscientização sobre o câncer de pele – o tipo de câncer mais frequente no Brasil e no mundo. 

O evento, que acontece na calçada da Fiesp, na Avenida Paulista, das 10h às 14h, é gratuito e tem como objetivo alertar a população sobre a importância de cuidar da saúde da pele, incentivando práticas preventivas como o uso diário de protetor solar e a realização de consultas regulares com dermatologistas. 

Durante a ação, os participantes poderão conversar e esclarecer dúvidas com especialistas das áreas de Oncologia e Dermatologia do Hospital Sírio-Libanês, que estarão à disposição para oferecer orientações e dicas sobre cuidados preventivos. Além disso, quem passar por lá poderá tirar fotos nos painéis interativos, como espaços instagramáveis, e ainda tentar a sorte em uma roleta educativa com brindes.

Além da Fiesp e do Ciesp, o evento conta com o apoio do SESI, SENAI e IRS.


SERVIÇO 

 Dezembro Laranja na Avenida Paulista

Data: 15/12, domingo

Horário: das 10h às 14h

Endereço: Na calçada da Fiesp (Av. Paulista, 1313)

Sobre o evento: A ação é gratuita, para todos os públicos. Não é necessário se inscrever. Para participar, basta passar pelo local na data e horário informados. 

 

A importância da prevenção contra a meningite meningocócica para adolescentes

Dados globais mostram que até 23% deste público também já carrega o meningococo, bactéria causadora da doença1
 

Somente entre 2022 e 2024, o Brasil registrou 1.537 casos confirmados de meningite meningocócica, sendo cerca de 11% destes na faixa etária entre 10 e 19 anos.2 Além disso, dados globais mostram que até 23% dos adolescentes e jovens adultos podem ser portadores do meningococo (bactéria causadora da meningite meningocócica) sem adoecer, sendo chamados de portadores assintomáticos. Esse grupo, além de poder ser acometido pela doença, é o principal transmissor da bactéria.1 Por isso, é importante lembrar a relevância da vacinação para esta faixa etária, especialmente, contra a meningite meningocócica, doença que pode causar sequelas permanentes ou até mesmo levar a óbito em 24 horas.3-5 

A meningite é uma doença que atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus. Mas, a meningite meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também chamada de meningococo, se destaca por sua gravidade. 3-5 O meningococo possui pelo menos 12 sorogrupos identificados e os mais comuns são A, B, C, W, X e Y.6 A vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença e, atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente a vacina meningocócica ACWY como dose única ou de reforço para adolescentes entre 11 e 14 anos de idade e a vacina meningocócica C, com doses aos 3, 5 e 12 meses de idade. As vacinas meningocócicas B e ACWY também estão disponíveis na rede particular para outras faixas etárias. 7-9 

“Desde que o Brasil adotou a vacinação contra a meningite meningocócica no SUS, em 2010, houve uma queda significativa no número de casos da doença. Porém, a cobertura vacinal tem diminuído nos últimos anos, o que é um alerta, já que a bactéria continua a circular. Além disso, a vacina meningocócica conjugada quadrivalente - ACWY - foi incorporada à rede pública em 2020. Antes desta data, o programa de imunização oferecia apenas a meningocócica C. Então, é importante que os adolescentes tomem a dose única ou de reforço para ficarem protegidos contra os sorogrupos A, C, W e Y também. O imunizante estimula o organismo a criar anticorpos e previne que a doença seja invasiva, além de diminuir a transmissão da doença”, explica a farmacêutica imunologista Ana Medina, gerente médica de vacinas da GSK. 

A meningite meningocócica é transmitida através de gotículas e secreções respiratórias, como tosse e espirro, além de beijo e compartilhamento de objetos pessoais, como copos. Ou seja, o comportamento do adolescente é naturalmente um fator de risco para a transmissão da bactéria, por isso, a vacinação é tão importante para este público.3,5 Os sintomas iniciais da doença incluem febre, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito e podem ser confundidos com os de outras doenças infecciosas. Na sequência, o paciente pode apresentar sinais como pequenas manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir em questão de horas, tendo o risco de deixar sequelas graves e até mesmo levar a óbito.3,5 

“A evolução do quadro clínico da meningite é muito rápida. Em cerca de 24 horas, a doença pode ir de sintomas leves a quadros graves, o que a torna tão preocupante. Então, é importante conhecer os sinais para buscar atendimento médico e começar o tratamento adequado o quanto antes, o que proporciona mais chances de cura”, afirma Ana Medina. No Brasil, a letalidade média dos últimos anos foi de 24%, e a mundial de 10%, mas se não for tratada, a doença pode ser fatal em até 50% dos casos. 10-12 Dentre os sobreviventes, 10% a 20% apresentam alguma sequela grave como dano cerebral, perda auditiva ou amputação de membros.5 Outras formas para a prevenção da doença incluem evitar aglomerações e manter os ambientes limpos e ventilados.13 

A vacinação é uma das melhores formas de proteger o adolescente contra doenças imunopreveníveis. Por isso, é importante ficar atento ao calendário de vacinação e sempre conversar com um médico para saber mais sobre as vacinas disponíveis e outras formas de prevenção.3,7,8,9

 

Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.

 

 GSK

 

Referências:

  1. CHRISTENSEN, H. et al. Meningococcal carriage by age: a systematic review and meta-analysis. Lancet Infect Dis, 10(12): 853-61, 2010;
  2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. DATASUS. MENINGITE - Casos confirmados por Faixa Etária segundo Região de notificação. Etiologia: MCC, MM, MM+MCC. Período: 2022-2024. Link> Acesso em: 30. Out. 2024.
  3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Newsroom. Fact Sheets. Details. Meningitis. Disponível em: <Link> Acesso em: 11. Set. 2024;
  4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde de A a Z. Meningite. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  5. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Família SBIm. Doenças. Meningite meningocócica. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  6. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Vigilância das pneumonias e meningites bacterianas em crianças menores de 5 anos. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  7. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação do nascimento à terceira idade: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) - 2024/2025 (atualizado em 27/03/2024). Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  8. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Calendário de vacinação da SBP 2023. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  9. BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  10. MINISTÉRIO DA SAÚDE. “Derrotar a meningite”: 05/10 – Dia Mundial da Meningite. Disponível em: <Link>. Acesso em: 27 de agosto de 2024;
  11. NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE. Neisseria Meningitidis. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  12. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “EVOLUÇÃO" para Linha, “FAIXA ETÁRIA" para Coluna, "CASOS CONFIRMADOS" para Conteúdo, “2020 , 2021 e 2022" para Períodos Disponíveis, "MM", "MCC" e "MM+MCC" para Etiologia, e "TODAS AS CATEGORIAS" para os demais itens. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024;
  13. BRASIL. Ministério da Saúde. PREVENÇÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS RESPIRATÓRIAS. Disponível em: <Link>. Acesso em: 11. Set. 2024.

Diabetes e os cuidados nas festas de final de ano

Com planejamento e atenção, é possível desfrutar das confraternizações de forma segura e saudável  


As festas de final de ano são momentos de celebração, confraternização e muita comida gostosa. Para as pessoas com diabetes não é diferente. O diabético, dos tipos 1 e 2, que está com os níveis de glicemia equilibrados, pode saborear de todos os alimentos, desde que tenha moderação e selecione as combinações certas.

A professora de Endocrinologia da Faseh, Marcela Cadeira, explica que a pessoa com diabetes pode ter uma vida saudável e livre de complicações. “Desde que faça seu controle médico periódico e mantenha seus níveis de glicemia estáveis, dentro das metas preconizadas pelas diretrizes de controle do diabetes, o diabético pode e deve ter uma vida normal”.

A endocrinologista esclarece que os cuidados que o diabético deve ter nas festas de final de ano são os mesmos que ele já deve ter em seu dia a dia. “Desde que tenha uma alimentação equilibrada, pratique atividade física frequente, faça o uso regular do tratamento prescrito, exames de controle a cada 3 ou 6 meses e consulte seu médico periodicamente, a vida segue normalmente”.

Marcela Cadeira enfatiza que o diabético também deve evitar as pressões emocionais. “As festas podem ser estressantes. Encontre maneiras de relaxar, como meditação, respiração profunda ou atividades que você goste, para ajudar a manter os níveis de estresse sob controle”, orienta.

Outra medida importante é reconhecer sinais de hipoglicemia. “Esteja ciente dos sinais de hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue), como tontura, tremores ou confusão. Tenha sempre em mãos uma fonte de açúcar (como balas ou suco) para emergências. Informe as pessoas mais intimas se você estiver em um evento com amigos e familiares, comunique suas necessidades alimentares e a importância de controlar seu diabetes, isso pode ajudar a criar um ambiente de apoio”.

Dicas de nutrição  

Para aproveitar os pratos típicos do final de ano e manter o controle glicêmico, a professora de Nutrição da Faseh, Ana Pellegrinelli orienta que a pessoa com diabetes faça um planejamento dos alimentos que serão consumidos nos dias de festas e comemoração. “Escolha com sabedoria, antes de ir para as festas, tente antecipar o que será servido, se possível, converse com o anfitrião sobre as opções disponíveis e ofereça levar um prato saudável.” Outra dica importante da nutricionista é: "não chegue nas festas com muita fome. O excesso de fome faz a pessoa comer por impulso e mais do que deveria."

É importante estar atento à ingestão de carboidratos, pois eles se transformam mais rapidamente em açúcar no sangue. “Sirva-se de pequenas porções e evite exageros, mantenha o monitoramento regular da glicemia antes e após as refeições. Isso ajudará a entender como os alimentos consumidos estão afetando os níveis de açúcar no sangue”.

Segundo a nutricionista, os alimentos integrais devem ser priorizados, o melhor é optar por alimentos integrais, como grãos integrais, legumes e verduras, pois eles têm menor impacto no açúcar do sangue por serem ricos em fibras, se comparados aos alimentos refinados. Além disso, o consumo adequado de proteína, favorece uma absorção mais lenta da glicose e, consequentemente, menor pico glicêmico.

Atenção com as sobremesas e bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados. As opções com menos açúcar e alternativas naturais para sobremesas são bem-vindas. É também uma boa alternativa, as sobremesas sem açúcares. Hoje a indústria alimentícia tem opções práticas e saborosas.

Sobre a ingestão de bebidas, a docente reforça a moderação no álcool. “Se optar por consumir bebidas alcoólicas, faça-o com moderação e sempre com alimentos. O álcool pode afetar a glicemia, especialmente se consumido em excesso.”

Mantenha a hidratação durante as festas para evitar a confusão entre sede e fome. Uma dica importante é para cada copo ou dose de bebida alcoólica, consuma 250mL de água.



Faseh


Estudo alerta: pessoas estão vivendo mais, mas nem sempre com saúde, segundo Mayo Clinic

Freepik
Diferença média entre a expectativa de vida e a expectativa de saúde no Brasil é de 10,50 anos 

 

Pessoas ao redor do mundo estão vivendo — mas não necessariamente mais saudáveis — uma vida mais longa, de acordo com a pesquisa da Mayo Clinic. Um estudo com os 183 países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS)  descobriu que esses anos adicionais de vida estão cada vez mais associados a doenças. Esta pesquisa realizada pelos Dr. e Ph.D. Andre Terzic e Armin Garmany registra um aumento da diferença entre a expectativa de vida e a expectativa de saúde. O artigo está publicado na JAMA Network Open.

"Os dados mostram que os ganhos em longevidade não acompanham os avanços equivalentes a uma longevidade saudável. Muitas vezes, envelhecer significa mais anos de vida sobrecarregados com doenças", explica o Dr. Terzic, autor sênior do artigo. "Esta pesquisa possui importantes implicações práticas e políticas, chamando a atenção para uma ameaça crescente à qualidade da longevidade e à necessidade de se reduzir a diferença entre a expectativa de saúde e a expectativa de vida.

O Dr. Terzic é diretor da Fundação Marriott Family, do Programa de Medicina Regenerativa Cardíaca Abrangente do Centro de Bioterapêutica Regenerativa da Mayo Clinic e Professor de Pesquisa Cardiovascular da Fundação Marriott Family na Mayo Clinic.


Maior disparidade entre a expectativa de vida e a expectativa de saúde nos EUA.

A expectativa de vida, ou longevidade, aumentou de 79,2 para 80,7 anos nas mulheres e de 74,1 para 76,3 anos nos homens entre os anos de 2000 e 2019, segundo estimativas da OMS. A expectativa de saúde descreve o número de anos que uma pessoa vive uma vida saudável, ativa e livre de doenças. No entanto, o número de anos em que essas pessoas estavam vivendo de forma saudável não aumentou de forma correspondente. A diferença média global entre a expectativa de vida e a expectativa de saúde era de 9,6 anos em 2019, o último ano de estatísticas disponíveis. Isso representa um aumento de 13% desde o ano 2000.

Os EUA registraram a maior diferença média entre a expectativa de vida e a expectativa de saúde do mundo, com estadounidenses vivendo, em média, 12,4 anos com alguma incapacidade ou doença. Esse aumento de 10,9 anos no ano 2000 ocorreu enquanto os EUA também registravam o maior índice de doenças crônicas. A saúde mental, os transtornos relacionados ao uso de substâncias e as condições musculoesqueléticas foram os principais contribuintes para o adoecimento a nível nacional.

Além disso, o estudo constatou uma diferença de 25% entre homens e mulheres a nível mundial. Nos 183 países pesquisados, as mulheres vivenciaram uma diferença de 2,4 anos a mais entre a expectativa de vida e a expectativa de saúde do que os homens. Transtornos neurológicos, musculoesqueléticos, urinários e do trato genital contribuíram para o aumento dos anos de saúde precária entre as mulheres.

"O crescimento global da diferença entre a expectativa de saúde e a expectativa de vida aponta para a necessidade de uma transição acelerada para sistemas de cuidados proativos centrados no bem-estar", afirma Armin Garmany, autor sênior do artigo e estudante de M.D./Ph.D. na Mayo Clinic Alix School of Medicine e na Mayo Clinic Graduate School of Biomedical Sciences. "Identificar os fatores que contribuem para a diferença singular de cada região pode ajudar a embasar as intervenções específicas nos cuidados com a saúde de cada país e região."


Pesquisa na expectativa de saúde

A equipe de pesquisa da Mayo Clinic estudou as estatísticas do Observatório Global de Saúde da OMS. Esse estudo transversal forneceu dados sobre a expectativa de vida, a expectativa de vida ajustada à saúde, os anos vividos com alguma doença e os anos de vida perdidos entre os Estados membros. A diferença entre a expectativa de saúde e a expectativa de vida de cada Estado membro foi calculada subtraindo a expectativa de vida ajustada à saúde da expectativa de vida.

A equipe de pesquisa recomenda uma pesquisa adicional das características demográficas, de saúde e econômicas para definir melhor os padrões das doenças que estão moldando as disparidades entre a expectativa de vida e a expectativa de saúde. O financiamento para o artigo foi fornecido pela Fundação Marriott Family , pelos Institutos Nacionais de Saúde e pelo National Institute of General Medical Sciences.

 

 Mayo Clinic

 

Você sabia que o ar-condicionado pode contribuir com a qualidade ar interior e com o controle de vírus?

 Para garantir um ambiente seguro e saudável é preciso que os equipamentos tenham tecnologias avançadas de filtragem do ar para eliminação de substâncias nocivas 

 

Com as oscilações de temperatura à medida que as estações vão passando, as condições climáticas mudam e afetam a pureza e as características do ar nos ambientes. Por isso, a Daikin, líder global em inovação e soluções de climatização para residências, empresas e indústrias, criou a tecnologia Streamer, que consegue decompor 99% dos vírus, bactérias, fungos, pólen, poluentes do ar, e mais 60 tipos de substâncias nocivas em espaços internos. 

No outono e no inverno, por exemplo, as temperaturas baixas deixam o ar mais gelado e seco, e os ambientes costumam ficar fechados por mais tempo, o que aumenta a contaminação respiratória por vírus e bactérias. Enquanto isso, na primavera e no verão, o ar fica mais quente e úmido, o que também potencializa a propagação de substâncias contaminantes. Portanto, as mudanças de estações afetam o ar, requerendo medidas adequadas para minimizar os efeitos negativos. 

Segundo Roberto Yi, presidente da Daikin no Brasil, a verdadeira qualidade do ar interior não se faz apenas pelo controle da temperatura. “Existem normas técnicas internacionais e uma legislação específica para estabelecer a qualidade do ar interno. Além disso, a Daikin possui um Centro de Pesquisa e Inovação que trabalha para criar aparelhos de ar-condicionado que utilizem Inteligência Artificial, pensando em alta eficiência energética, sustentabilidade e qualidade do ar interior para proteger e melhorar a vida das pessoas”, compartilha. 

Alguns dos sintomas que são sinais de má qualidade do ar interno incluem tosse, dores de cabeça, irritação nos olhos e no nariz, entre outros. Segundo a Associação Brasileira de refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), os benefícios da qualidade do ar interno vão além da melhora na saúde dos usuários do espaço, incluindo o aumento da produtividade, atenção e concentração.
 

A Daikin elencou 5 sinais que indicam baixa qualidade do ar interior:

  1. Mau cheiro: Se o ambiente apresenta de forma persistente cheiro de mofo, bolor ou até odores fortes de produtos de limpeza ou cigarro, é sinal de que algo está errado.
  2. Umidade excessiva: Umidade elevada pode aumentar a sensação de calor e abafamento, gerando desconforto. Além disso, gera mofo, o que pode causar crises respiratórias como asma, rinites e tosses.
  3. Alergias: Alergias e problemas respiratórios recorrentes em pelo menos 20% dos frequentadores do local são também sinais de que há algo a ser melhorado na qualidade do ar interno.
  4. Temperaturas elevadas ou muito baixas: Altas temperaturas podem ser causadoras de fadiga, irritabilidade aguda, fraqueza, ansiedade e dificuldade de concentração. Ambientes muito frios também podem ser desconfortáveis, gerar dificuldades de concentração, dores de cabeça e diminuir a produtividade.
  5. Doenças contagiosas: Em muitos ambientes fechados, principalmente em escritórios e ambientes com grande fluxo de pessoas, é possível que haja disseminação de gripes, resfriados e outros vírus e bactérias.

Para garantir um ambiente seguro e saudável é preciso que os equipamentos tenham tecnologias avançadas de filtragem do ar e para eliminação de substâncias nocivas, assim como a tecnologia Streamer, da Daikin. “Com a Streamer o ar é purificado por meio da remoção/redução dos contaminantes, de modo a deixar o ar mais limpo e saudável para maior conforto e segurança. É importante, também, que lugares públicos com ambientes climatizados sigam as legislações e tenham equipamentos adequados para oferecer a melhor qualidade do ar interior”, alerta Roberto. 

Há algumas estratégias para melhorar as condições do ar mesmo ao longo das alterações sazonais, permitindo desfrutar de espaços saudáveis e seguros em todas as épocas do ano:

  • Ar-condicionado: certifique-se de que os sistemas de climatização e seus filtros estejam sempre limpos e em perfeito estado para não espalhar impurezas no ar, o que auxilia na prevenção de alergias e doenças respiratórias.
  • Ventilação: abra as janelas regularmente para permitir a entrada e a circulação de ar, reduzindo o acúmulo de poluentes.
  • Purificador de ar: remove partículas finas e alérgenos do ambiente interno de forma eficiente.
  • Controle da umidade: monitore os níveis de umidade e mantenha-os em um intervalo indicado, geralmente, entre 30% e 50% para deter o crescimento de mofo.
  • Limpeza regular: faça uma higienização completa do ambiente com frequência, incluindo a aspiração de poeiras e o uso de produtos que removem contaminantes;

“É preciso se preocupar com o ar que está sendo respirado, e com essas dicas em prática, os usuários conseguem manter a boa qualidade do ar em seus ambientes internos, independentemente das mudanças de estações”, conclui Roberto.


O que o caso da 'diva do avião' nos ensina sobre respiração consciente

Terapeuta integrativa, Regina Pocay destaca o poder da respiração como ferramenta para lidar com situações de estresse 

 

Em um dos episódios mais comentados das últimas semanas, a situação envolvendo a chamada "diva do avião" trouxe à tona um tema que vai além da polêmica: a importância do autocontrole em situações de estresse. O que poderia ter escalado para uma discussão ainda mais acalorada foi amenizado porque uma das partes envolvidas decidiu simplesmente respirar, permanecer em silêncio e não reagir impulsivamente.

Segundo a terapeuta integrativa Regina Pocay, especialista em respiração consciente, essa atitude é um exemplo claro de como a respiração pode ser uma ferramenta poderosa em momentos de tensão. "A respiração consciente é uma base que nos ajuda a sair do modo reativo e acessar um estado de maior clareza mental e controle emocional. Em situações como essa, respirar não é apenas um gesto; é uma prática que nos permite pausar e evitar que o estresse nos domine", explica Regina.

Regina destaca que, em momentos de estresse, o corpo entra em estado de alerta, acionando o sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de "luta ou fuga". Segundo ela, ao focar na respiração consciente, ativamos o sistema nervoso parassimpático, que ajuda a desacelerar os batimentos cardíacos, reduzir a pressão arterial e criar uma sensação de calma.

Respiração consciente no dia a dia

Regina tem dedicado sua carreira a ensinar a respiração consciente como uma ferramenta para lidar com desafios diários. Através de palestras empresariais, mentorias, jornadas de respiração e atendimentos individuais, ela ajuda pessoas de diferentes perfis a acessar essa prática simples, mas transformadora. Além disso, Regina é autora de materiais educativos que reforçam a importância de integrar a respiração consciente à rotina.

Momentos de estresse, como o que vimos na situação do avião, são inevitáveis, mas podemos escolher como reagir. A respiração consciente nos dá o espaço necessário para lidar com o momento de forma mais equilibrada”, reforça Regina.

Como respirar conscientemente?

Regina compartilha uma dica rápida para quem deseja começar a prática: “Quando estiver diante de uma situação estressante, feche os olhos por um momento, inspire profundamente pelo nariz contando até 4, segure a respiração por 4 segundos e expire lentamente pela boca contando até 4. Repita isso e sinta a diferença.”

   

Regina Pocay - educadora, terapeuta integrativa, pós graduanda em Neurociências e Comportamento, e especialista em Respiração Consciente. É idealizadora do método Realize - processo de desenvolvimento pessoal e equilíbrio emocional - e há mais de 20 anos trabalha com pessoas, através de atendimentos individuais e em grupo.

 

Nutricionista explica a importância do equilíbrio alimentar durante o tratamento da obesidade nas festas de fim de ano

A inovação causada pela semaglutida no tratamento da obesidade exige novos cuidados com a alimentação, especialmente nas celebrações de fim de ano 

 

A obesidade foi reconhecida como uma doença crônica e que necessita de tratamento contínuo apenas em 2013, a partir da classificação da American Medical Association, que posteriormente se estendeu para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e demais entidades médicas internacionais. Esse atraso na declaração da obesidade como doença, gerou impactos que perpetuam até hoje, como a estigmatização que associa a condição ao simples fato de “comer muito”, e torna a alimentação um dos maiores desafios no tratamento da obesidade. Desafio esse, que com a chegada de terapias inovadoras, ressaltou a importância da nutrição como aliada indispensável do tratamento medicamentoso para uma perda de peso saudável. 

Durante as festas de fim de ano, a alimentação ganha ainda mais destaque, e o desconhecimento da complexidade da doença faz com que essa peça-chave seja vista como vilã, gerando afastamento de pacientes do tratamento, introdução de dietas insustentáveis, e ciclos periódicos de perda e recuperação de peso. Diante desse cenário preocupante para as pessoas que convivem com a doença, a inovação provocada pelos medicamentos análogos do receptor de GLP-1 trouxe inovação no tratamento, dado que, a semaglutida (na dosagem de 2,4mg, comercializada sob o nome Wegovy®) em especial, demonstrou benefícios que vão além da perda de peso. Adicionalmente, novas alternativas terapêuticas também trouxeram novas considerações no que se refere aos hábitos alimentares, já que os efeitos das medicações aumentam a saciedade e promovem a redução de apetite. 

A nutricionista Juliana Saldanha, PhD em Ciências Médicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ), explica que o planejamento alimentar durante o processo farmacológico de perda de peso busca prevenir a desnutrição, proporcionar equilíbrio nas refeições e contribuir com a construção de hábitos duradouros. “No consultório, observamos uma redução de apetite entre esses pacientes, o que pode levar a uma baixa nutricional. É preciso ajustar a qualidade do que vão ingerir, favorecendo vitaminas e minerais, alimentos de origem vegetal e proteína. Dessa forma, o paciente perde peso sem perder músculo e saúde, e o principal, sendo capaz de sustentar esse peso a longo prazo de maneira saudável”, esclarece a especialista. 

A profissional ressalta a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento para que todas as carências individuais do paciente sejam atendidas, e reforça que a compreensão de que uma pessoa com obesidade não chegou nesse quadro por “comer demais” é necessária para humanizar o paciente e libertá-lo da culpa que o afasta do acompanhamento médico e manejo necessário. “É a doença que ocasiona um excesso de ingestão calórica, já que ocorre um processo inflamatório no hipotálamo que interfere na resistência aos hormônios da saciedade”, complementa. A disfunção metabólica que a obesidade provoca também é responsável pelo aumento do risco de doenças do coração, e por isso, ajustar a dieta combinada à medicação prescrita, simboliza o tratamento mais eficiente e seguro disponível hoje. 

Aproveita-se para reforçar que a dose de manutenção de Wegovy é de 2,4mg, e não 1,0mg, como ocorre com o Ozempic®. Adicionalmente, novas alternativas terapêuticas também trouxeram novas considerações no que se refere ao cuidado integral da saúde, já que os benefícios da semaglutida 2,4mg vão além da perda de peso. De acordo com as análises do estudo SELECT, a semaglutida 2,4mg é o único medicamento agonista do receptor do GLP-1 que demonstrou benefícios cardiovasculares em pessoas com sobrepeso ou obesidade e doença cardíaca estabelecida e sem diabetes. A substância nesta dosagem proporcionou, além de uma alta e sustentada perda de peso, uma redução de 20% do risco de morte cardiovascular, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (também conhecidos por MACE de 3 pontos) e garantiu a relação risco-benefício positiva do tratamento, com um perfil de segurança consistente. 

 

Sobre o estudo SELECT (semaglutida 2,4 mg)

O estudo SELECT (Efeitos da Semaglutida nos Desfechos Cardiovasculares em Pessoas com Sobrepeso ou Obesidade) foi um ensaio multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, e orientado por eventos, projetado para avaliar a eficácia e segurança da semaglutida 2,4 mg em comparação com placebo como um complemento ao tratamento padrão para doença cardiovascular, na redução do risco de eventos cardiovasculares adversos maiores em pessoas com doença cardiovascular estabelecida e sobrepeso ou obesidade, sem histórico prévio de diabetes.

O ensaio, iniciado em 2018, recrutou 17.604 adultos e foi conduzido em 41 países em mais de 800 locais de investigação.1, sendo o maior estudo de desfechos cardiovasculares da atualidade (em pessoas com obesidade e sem diabetes).

Novo Nordisk

2024: o ano da cannabis no Brasil

O ano de 2024 ficou marcado pelos avanços significativos na evolução jurídica e regulatória da cannabis no Brasil. Com decisões judiciais históricas, novas resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o avanço no uso medicinal e veterinário, o setor segue ganhando estrutura e legitimidade. Com um arcabouço jurídico e regulatório mais robusto, o país pavimenta o caminho para um futuro mais inclusivo, onde saúde, ciência e economia caminham lado a lado. 

Ainda no primeiro semestre, em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento histórico e descriminalizou a posse e uso pessoal de cannabis. A decisão da Corte Superior foi um marco na política de drogas ao descriminalizar a posse para uso pessoal, priorizando a saúde pública sobre o punitivismo jurídico. Pelo novo marco judicial, pessoas flagradas com até 40g ou 6 plantas fêmeas serão, presumidamente, tidas como usuárias de drogas, e não traficantes. Trata-se de uma diferença brutal no tratamento jurídico desses casos. A medida deve corrigir o encarceramento em massa de populações pobres, negras e desprivilegiaras, promovendo paz e justiça social, agendas da Organização das Nações Unidas. E também abre caminho para que pacientes realizem o auto cultivo sem o risco de persecução penal pelo estado. 

Já em novembro, foi a vez do Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizar o cultivo de cânhamo medicinal, a variedade da planta com baixo teor de THC (tetrahidrocanabinol) de onde são extraídas substâncias medicamentosas, a exemplo do canabidiol. O STJ abriu precedente para a importação e o cultivo de cânhamo, ampliando o acesso aos tratamentos e reduzindo a dependência de importados. Reconheceu que, se a Anvisa já autoriza o uso farmacêutico dos derivados, não pode impedir o próprio país de produzir os insumos. E concedeu seis meses para que o Poder Executivo regulamente a matéria, criando regras claras para plantio, extração e comercialização dos derivados da planta. 

A Anvisa fez pequenos ajustes regulatórios, mas é preciso avançar. Os aperfeiçoamentos eram prometidos desde setembro de 2023 e foram implementados somente agora, no trimestre final de 2024.

 O ajuste mais significativo, em termos de impacto no mercado, foi a inclusão de adendo na Portaria 344/98 (Anvisa) prevendo o uso veterinário de produtos de cannabis. A Agência concentra o poder regulamentar referente a todas as substâncias de controle especial (psicotrópicas, entorpecentes), mas não é competente para liberar produtos com aplicação veterinária, tarefa que que cabe ao Ministério da Agricultura (MAPA). 

Quando a Vigilância Sanitária - por ordem judicial, diga-se - passou a regulamentar produtos de cannabis, fez questão de frisar que a normativa era restrita ao uso humano, levando a área veterinária a um limbo regulatório. O resultado foi nefasto para o avanço da medicina veterinária canabinoide, com profissionais prescrevendo sem respaldo do próprio Conselho de Medicina Veterinária (CMV), e com nenhuma regulamentação vindo do MAPA, que alegava dependência da Anvisa. Agora, abre-se caminho para que produtos específicos para animais possam chegar ao mercado, sob autorização do Ministério da Agricultura e mediante prescrição de médicos veterinários. 

Outro avanço foi a inclusão da monografia de inflorescência (flores) na farmacopeia brasileira. A importação de flores in natura continua banida, mesmo por pacientes enfermos e com receita médica, por decisão polêmica da Anvisa, em meados de 2023. Mas a existência de um padrão farmacopeico para análise e manejo de flores representa um avanço regulatório para controle de qualidade do insumo, tornando mais claro para a cadeia produtiva e qualidade ao consumidor final. 

Até as farmácias de manipulação tiveram boas notícias. Em Minas Gerais, já vemos os primeiros resultados positivos do estado, em que o Judiciário finalmente reconhece o direito de farmácias de manipulação para operar com produtos de cannabis manipulados, mediante prescrição médica derrubando a proibição contida na RDC Anvisa 327/19. Em São Paulo, a tese já encontra boa receptividade no Tribunal de Justiça. 

Agora, o tema das farmácias de manipulação será pauta no STF. Em outubro, o Supremo declarou a existência de repercussão geral das demandas, de modo que os ministros irão decidir, de uma vez por todas, se a Anvisa extrapolou os limites de sua competência ao proibir somente as farmácias de manipulação de operar com insumos derivados de cannabis, em detrimento de todo o restante do setor farmacêutico no país.  

Entretanto, a Anvisa não parece ter pressa para realizar a revisão da RDC 327/19, que deveria valer por apenas 3 anos, e, assim, continua brecando o avanço das farmácias magistrais no setor canabico. As empresas que operam com produtos autorizados sob a norma excepcional (importados ou nacionais), ainda estão se adaptando as duras exigências reguladoras do ambiente farmacêutico brasileiro, de modo que não se percebe nenhum movimento sério da Agência em revisar a norma, pois não existe Consulta Pública nem texto para participação popular. 

Mas esses avanços representaram uma virada de chave no mercado. Isso porque os pacientes vislumbram melhoria de acesso aos produtos derivados da cannabis medicinal, impulsionados pelas decisões judiciais e simplificações regulatórias. Em São Paulo, a lei que permite distribuição gratuita pelo SUS começou funcionar de fato em 2024. Esse cenário foi fundamental para o desenvolvimento econômico do mercado de cannabis medicinal e veterinária, que atraiu investimentos e gerou empregos, consolidando-se como setor estratégico da área farmacêutica. E ainda podemos citar o avanço cultural, pois o debate público sobre a cannabis evoluiu, reduzindo estigmas e promovendo conscientização, especialmente com a descriminalização da posse para uso próprio. 

 

Dois mil, vinte e quatro (e vinte) foi o ano da cannabis no Brasil. 

Para 2025, já no primeiro semestre devemos ter - da Anvisa, da União e do Ministério da Agricultura - um consenso ou pelo menos avanços significativos para a conclusão da regulamentação do plantio e cultivo de cânhamo para fins industriais médicos. A matéria é complexa e exige coordenação dos órgãos do Poder Executivo. Mas o STJ marcou prazo de 6 meses, de modo que o relógio conta a favor daqueles que aguardam a regulamentação. 

Por enquanto, a PEC das Drogas adormece no Congresso Nacional, depois de perder impulso para outras pautas políticas. Contudo, a tensão entre o Supremo e o Legislativo pode trazer de volta a proposta, que pretende (re)criminalizar a porte e posse de cannabis e qualquer outra droga no Brasil, o que representa um retrocesso na política de saúde cannabica e justiça social que finalmente avança no Brasil com passos importantes tomados e boas respostas dadas pelo Poder Judiciário.

O ano de 2024 será lembrado como um divisor de águas na regulamentação da cannabis no Brasil. Que venha dois mil e vinte e cinco!

 

Claudia de Lucca Mano - advogada e consultora empresarial atuando desde 1999 na área de vigilância sanitária e assuntos regulatórios, fundadora da banca DLM e responsável pelo jurídico da associação Farmacann



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