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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Medicina integrativa potencializa Terapia de Reposição Hormonal

À medida em que as mulheres se aproximam da menopausa, seus níveis de estrogênio variam e diminuem e muitas optam pela Terapia de Reposição Hormonal para elevar esse hormônio que tem muitas funções. Além de regular os ciclos menstruais, o estrogênio contribui para a resistência óssea e influencia na nossa temperatura, entre outros efeitos. Por isso, quando seus níveis ficam alterados, as mulheres podem ter vários sintomas.

Antes de iniciar a TRH é possível optar por tratamentos integrativos para potencializar o máximo possível a reposição hormonal por meio da mudança de comportamento aliada a fisiologia metabólica individual, criando um terreno biológico positivo para maior efetividade da TRH.

Logicamente, o uso de hormônio é para quem merece, não para quem quer pois é necessário avaliar as condições bioquímicas do paciente por meio de exames, seu histórico, sinais e sintomas. Neste caso, é importante avaliar o terreno biológico do paciente positivo, ou seja, se o paciente tem inflamação de baixo grau, intestino com disbiose, obesidade e outras doenças metabólicas, pois ele precisa ter o rigor de dose e resposta individual em um trabalho multidisciplinar.

Com mudança de estilo de vida que engloba a melhora do Sono, redução do Estresse, melhora do Intestino, Reeducação Alimentar e prática de Exercícios Físicos, a dosagem do hormônio é menor e capaz de trazer mais benefícios para esta nova fase da mulher, desde que ela mude seus hábitos de vida.

Já, em relação às formas de aplicação dos hormônios, deve se evitar a via oral e intramuscular. As melhores vias são através de adesivos, gel e dos famosos implantes, também denominados de chips. É importante ressaltar que dentro de uma medicina integrativa multidisciplinar, quanto melhor o terreno biológico menor é a dose resposta efetiva.

Sobre as opções de hormônios para o tratamento, muito médicos ainda insistem em usar famoso premarin, obtido da urina da égua prenha. É verdade que é um hormônio natural, mas, como é de uma espécie não humana, pode provocar vários efeitos colaterais.

Hoje, o hormônio mais indicado é estradiol bioidêntico ou isomolecular que, apesar de ser sintetizado em laboratório, tem a mesma estrutura molecular do estradiol que o ovário da mulher produz. É como se o seu ovário voltasse a produzir o hormônio, restaurando sua função e proporcionando uma melhora na qualidade de vida, desde o climatério até a menopausa e pós menopausa.

Existem muitas dúvidas sobre os riscos do uso dos hormônios. Uma delas é se ele pode aumentar o risco de câncer do endométrio. Na realidade, pode acontecer, mas isso pode ser evitado usando progesterona natural ou implantando um Diu medicado de progesterona no útero, pois a progesterona protege o endométrio do efeito proliferativo do estradiol.

A possibilidade de o hormônio aumentar o risco de câncer de mama é outro tema que divide os especialistas. Estudos mais recentes indicam que o uso isolado de estradiol reduz a incidência do câncer de mama, assim como o uso de testosterona. Para ser assertivo no uso da TRH, recomenda-se avaliação da mama antes de indicar os hormônios, além do Mapeamento Genético e avaliação do histórico familiar para se ter a dose adequada.

Já, sobre a influência do hormônio na prevenção de doenças cardiovasculares é importante ressaltar que as mulheres raramente infartam antes da menopausa, e esta proteção é dada pelo hormônio estradiol. Na realidade, a TRH em mulheres menopausadas reduz o risco cardiovascular em até 50%. Mesmo que a genética da pessoa seja favorável às doenças cardiovasculares, o que realmente impacta é seu estilo de vida.

Outro receio é se os hormônios podem engordar. Na verdade, um indivíduo obeso tem uma enzima chamada aromataze em suas células de gordura que pode transformar testosterona em estradiol, o que para mulher menopausada pode causar função estrogênica aumentada, impossibilitando a famosa perda de peso em gordura, por isso, é importante uma dose de resposta e um terreno biológico favorável.

Esse cuidado deve ser tomado quando se utiliza testosterona em homens, que pode ser aromatizado em estradiol, pois pode causar aumento das mamas e ganho de peso em gordura e diminuição da libido. Já, o hormônio testosterona para a mulher têm uma função primordial, a melhora da libido, além do aumento da massa muscular isenta de gorduras, sendo, junto com o estrogênio, um ótimo aliado contra a sarcopenia e osteoporose.

Outro benefício é o estradiol reduz risco de Alzheimer, especialmente quando ministrado antes dos 55 anos. Seus efeitos são potencializados quando a reposição é iniciada perto da época da menopausa, ou seja, quando a mulher estiver entrando no climatério. Os estudos mostram que 90% dos casos da doença estão atrelados a microbiota e intestino, devendo unir a modulação intestinal individualizada junto ao TRH.

É importante ressaltar que com uma medicina integrativa, com a mudança metabólica de comportamento, é possível realizar um tratamento multidisciplinar efetivo com impactos bastante positivos nesta nova etapa da mulher.

 



DR. LEONARDO PIMENTA - Doutor em Fisiologia Humana Metabólica pela Faculdade de Medicina ABC, Mestre em Fisiologia Humana Metabólica pela USJT/USP, com Pós-Graduações em Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo pela FMU e Graduação em Educação Física pela FEFISA. O especialista também tem Extensão em Fisiologia Cardíaca e Exercício pela USP e Imersão a Avançada em Medicina Funcional Integrativa pela Academia Brasileira de Medicina Funcional Integrativa.Membro da Clínica do Dr. José Bento, é fundador e proprietário do CENFE- Centro Metabólico e Docente das Pós Graduações: Hi-Nutrition, Instituto Valorize e Coordenador das Pós Graduações Inspirar SP/Campinas e UNIABC - Grupos Especiais/Obesidade Clínica, Metabolismo e Intervenções.
www.instagram.com/drleopimenta/
www.cenfebr.com.br
www.instagram.com/clinicadrjosebento/


Com apoio da tecnologia, gestão hospitalar inteligente reduz tempo de internação de pacientes

Integração da rotina de hospitais com sistemas avançados de monitoramento de leitos agiliza atendimentos e torna gestão de recursos mais eficiente 

 

A otimização de processos, comum no mundo corporativo, está revolucionando também o ambiente hospitalar. Com o uso de sistemas avançados, hospitais monitoram em tempo real dados essenciais para a gestão de leitos, altas médicas e emergências. São painéis dinâmicos, inteligências artificiais e ferramentas digitais que facilitam a tomada de decisões e aceleram o atendimento. Em hospitais de Curitiba (PR), a adoção dessas tecnologias está aumentando a eficiência dos serviços, permitindo que mais pacientes sejam atendidos em menos tempo, sem comprometer a qualidade do cuidado.

Nos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, uma central de comando otimiza a ocupação dos leitos, acelerando a rotatividade, reduzindo o tempo de espera e ampliando a capacidade de atendimento. Desde o início de 2024, o Command Center funciona como uma torre de controle de aeroporto, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, para agilizar as decisões sobre internações, tratamentos e altas dos pacientes. "A partir do momento em que temos um giro de leito maior, conseguimos disponibilizar mais vagas rapidamente, o que é fundamental no contexto do atendimento pelo SUS no Hospital Universitário Cajuru, pois significa atender uma quantidade maior da população", explica o gerente administrativo dos hospitais, Leonardo Barchik.

A implementação do Command Center resultou na redução do tempo de espera por leito em meia hora no Hospital São Marcelino Champagnat, de julho até setembro de 2024, e na diminuição de 4,6% para 2% na taxa de reinternação na UTI do Hospital Universitário Cajuru, ao comparar os meses de março a junho de 2023 com o mesmo período deste ano. "Diante do grande volume de pacientes, especialmente no pronto-socorro, conseguimos estabelecer prioridades com base na gravidade dos casos e no tempo de espera, garantindo que ninguém fique sem atendimento", ressalta Barchik. Essa aplicação da tecnologia nos processos internos hospitalares não apenas otimiza o atendimento, mas também contribui para um sistema de saúde mais ágil e humanizado, proporcionando uma experiência melhor para os pacientes.



Trajetória do paciente


À medida que a demanda por serviços de saúde cresce, a otimização dos processos hospitalares se torna cada vez mais crucial. Desde sua implementação no segundo semestre de 2022, a ferramenta UpFlux, que complementa o Command Center, tem desempenhado um papel fundamental na rotina dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, proporcionando uma visão detalhada sobre a jornada do paciente. 

Essa inteligência artificial monitora cada etapa do atendimento, desde a triagem até a alta, garantindo que as diretrizes de qualidade e segurança assistencial sejam seguidas rigorosamente. “Com o UpFlux, conseguimos acompanhar a jornada do paciente de forma mais precisa, o que nos permite agir rapidamente quando há desvios no tratamento”, explica Leonardo Barchik.

Ao integrar dados de consultas médicas, exames e procedimentos cirúrgicos, o UpFlux  auxilia as equipes hospitalares a implementar intervenções de forma oportuna e precisa. Graças a essa abordagem, a média de permanência dos pacientes no Hospital Universitário Cajuru foi reduzida de 6,6 para 4 dias em apenas um ano, resultando em uma diminuição de quase 40% na ocupação dos leitos. “Esse avanço não é apenas um ganho significativo em termos de eficiência operacional, mas, o mais importante, reflete na qualidade do atendimento oferecido aos pacientes, que podem retornar para casa mais rapidamente, com uma experiência mais satisfatória e segura”, complementa Barchik.



Medicina olho no olho

A Inteligência Artificial (IA) é, por vezes, vista como algo que pode prejudicar a interação humana. No entanto, há exemplos práticos que demonstram o contrário. O cardiologista Gustavo Lenci Marques, que atua nos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, utiliza ferramentas de IA que facilitam uma maior conexão com os pacientes. No consultório, ele utiliza a inteligência artificial generativa. Enquanto o paciente relata seu histórico de saúde e suas queixas, a ferramenta de IA absorve essas informações e as converte em texto. Assim, o médico não precisa fazer os registros manualmente durante a consulta, o que possibilita um atendimento mais atencioso e direto.

“Em vez de ficar olhando para o computador, o médico pode manter contato visual com o paciente. Em vez de digitar a receita, o médico conversa com o paciente, explicando, por exemplo: ‘você deverá tomar tantos miligramas deste medicamento, tantas vezes ao dia’. A ferramenta de IA, ouvindo, transcreve essas orientações em uma receita. Isso beneficia imensamente o paciente, pois eleva a qualidade do atendimento recebido. O médico também é beneficiado, já que não perde tempo com tarefas burocráticas. Esse processo torna o atendimento mais eficiente e fortalece a relação entre médico e paciente”, reflete o cardiologista.

Para o médico, a IA já faz parte do presente e, segundo ele, será a grande responsável pela evolução da Medicina. “Estamos presenciando uma nova revolução. Nos anos 1990 e 2000, vivenciamos a revolução da internet. Atualmente, estamos na era da revolução da inteligência artificial. Muitas pessoas temem essa mudança, mas é essencial  reconhecermos a IA como uma ferramenta que potencializa a ação do médico, servindo de suporte, e não de substituição. Esse é o foco do nosso trabalho”, conclui o especialista.

 

Hospital São Marcelino Champagnat

Hospital Universitário Cajuru



No Dia do Médico, SBGG reforça a importância do Geriatra

 Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia explica as atribuições deste especialista e como ele pode cuidar da saúde dos idosos

 

Dia 18 de outubro é uma data especial. Trata-se do Dia do Médico, profissional sempre presente na vida das pessoas; do nascimento à fase adulta, independentemente da especialidade. 

Por falar em especialidade, uma que é de extrema importância, mas não é muito lembrada pelas pessoas, é a geriatria. Mas, afinal, qual é o papel do médico geriatra? 

Dados do Censo Demográfico Brasileiro de 2022 mostram que a população idosa, de 60 anos ou mais, teve um aumento de 56% em relação ao Censo Demográfico de 2010. São cerca de 32.113.490 pessoas que estão nesta faixa-etária, que representam 15,6% da população do Brasil, que gira em torno de 203.080.756. 

À medida que esta parcela considerável da população cresce, aumenta também a preocupação em relação à saúde e ao bem-estar. Mas, para ser ter a tão sonhada longevidade com qualidade de vida, a ajuda de um médico que conheça o estado clínico geral do paciente e entenda o processo de envelhecimento é muito importante. E o profissional apto para esta função é o geriatra que, além de especialista no envelhecimento humano, realiza também prevenção, diagnóstico, tratamento, gerenciamento das condições clínicas e múltiplas doenças do idoso. “O médico geriatra está habilitado a identificar e a manejar doenças clínicas que em muitos casos necessitam de atenção de forma integrada e não fragmentada”, explica o médico geriatra, Dr. Marco Túlio Cintra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), ao comentar que o geriatra também é capaz de diagnosticar precocemente uma doença e traçar planos de cuidados; do idoso plenamente funcional aos mais dependentes, incluindo os que estão em cuidados paliativos. “O geriatra é responsável por acompanhar a saúde da pessoa idosa como todo, identificando alterações normais do envelhecimento e condições clínicas frequentes nesta fase da vida. O trabalho deste especialista é complementar e auxiliar o idoso no gerenciamento da complexidade dos problemas médicos que podem surgir ao envelhecer.”
 

Características

Embora esta especialidade não seja nova e é parte do vocabulário da grande maioria dos brasileiros, ainda existem muitas dúvidas sobre a área de atuação destes profissionais. Segundo o Dr. Cintra, nenhuma outra especialidade desenvolveu tantos programas abrangentes e bem-sucedidos que melhoram a qualidade de vida dos idosos. Ele explica que o geriatra é um profissional médico importante para garantir a qualidade de vida da pessoa idosa, pois é capaz de avaliar e tratar de doenças buscando entender os fatores biopsicossociais que estão influenciando em cada caso, além de lidar com doenças como demências, hipertensão arterial, diabetes e osteoporose. “O geriatra também trata de problemas com múltiplas causas, como tonturas, incontinência urinária, imobilidade e tendência a quedas. Ele atua ainda em cuidados paliativos aos pacientes portadores de doenças sem possibilidade de cura”, revela.

 

Para não esquecer

De acordo com o presidente da SBGG, as consultas ao geriatra devem começar aos 55 anos, para que a pessoa quando for um idoso, tenha a melhor qualidade de vida possível. “O ideal é fazer um acompanhamento preventivo, justamente para identificar possíveis doenças no estágio inicial e já fazer o tratamento correto.” 

Em resumo, as principais atribuições deste especialista são:
 

Acompanhamento

Acompanha a pessoa idosa para promover um envelhecimento bem-sucedido, atuando na prevenção de doenças e perda de funcionalidade, além de tratar doenças já existentes.
 

Reabilitação

Atua na reabilitação de várias doenças ou condições físicas da pessoa idosa.
 

Tomada de decisões

Auxilia o paciente e sua família na tomada de decisões importantes sobre a qualidade de vida e o bem-estar do idoso.
 

Preservação da autonomia

Trabalha para preservar e recuperar a independência e a autonomia funcional dos idosos.
 

Atendimento integral

Realiza uma abordagem ampla da pessoa idosa, considerando o envelhecimento natural, as doenças e as demandas psicossociais.
 

Trabalho em equipe

Atua em conjunto com profissionais de outras áreas da saúde para garantir que os cuidados a pessoa idoas sejam completos e integrados.
 

Tratar diferentes doenças

Avalia, faz o diagnóstico e trata diferentes doenças, entre elas o Alzheimer e demais demências; Parkinson; Tremor Essencial; Alterações de Memória e Cognição; AVC; Depressão; Confusão mental, chamada Delirum; Osteoartrite, Osteoporose, Perda da Massa Muscular; Instabilidade da postura e quedas; Vertigens e Tonturas; Diabetes: Hipertensão Arterial; Insuficiência Cardíaca; Colesterol e Triglicerídeos altos; Insuficiência Cardíaca; Hipotireoidismo; Incontinência urinária ou fecal; Insônia; Perda da audição ou visão; Deficiência de vitaminas e nutrientes, Insônia e Câncer. 

“O médico geriatra também é capaz de avaliar e identificar complicações causadas pelo uso de medicamentos inapropriados para a idade ou em excesso, orientar sobre medidas de prevenção de idades e perda de funcionalidade; orientar sobre vacinação e uso de suplementos”, finaliza Dr. Cintra. 



Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG


Além do TDAH: Quais são as principais doenças neurológicas em crianças?

Neurologista pediátrico da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) aponta as 5 principais doenças que incidem na infância

 

Distúrbios do comportamento não são os únicos a afetar a infância. O coordenador do Departamento Científico de Neurologia Infantil da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Dr. Alexandre Ribeiro Fernandes, dá um panorama da incidência das doenças neurológicas na infância. 

“Entre as condições neurológicas mais comuns, estão as epilepsias, as desordens de comportamento, considerando tanto o transtorno hiperativo com déficit de atenção, quanto desordens do neurodesenvolvimento, como o transtorno do espectro autista, paralisia cerebral e a cefaleia, que também é uma coisa muito frequente na prática do neuropediatra”, explica Fernandes. 

Uma das principais causas neurológicas que levam uma criança à emergência é a crise epilética. Segundo o médico, estudos apontam que cerca de 30% das crianças com algum problema neurológico, também apresentam epilepsia. 

Em segundo lugar, entram as questões comportamentais, como o TDAH - transtorno hiperativo com déficit de atenção. “É uma condição muito comum e a prevalência varia muito. Na Europa, gira em torno de 3% a 5%. Mas os estudos americanos falam em 10%, 12% de prevalência de transtorno de TDAH. E é algo que impacta bastante”, informa o médico. 

Segundo Fernandes, muitas vezes pode acontecer o diagnóstico mais frequente  do TDAH nas classes A e B e menos frequente nas classes mais populares. “Talvez haja um sub diagnóstico por uma questão de infraestrutura do SUS, até para acolher as crianças de renda mais inferior. E uma desatenção da escola também para criança hiperativa”, analisa.

Com relação ao autismo, o transtorno está cada vez mais sendo diagnosticado por conscientização da sociedade, por amplificação de critérios. É uma desordem comportamental muito comum. “Uma em cada 63 crianças podem ter transtorno do espectro autista”, diz o médico. 

A paralisia cerebral também é muito importante. A paralisia cerebral é uma desordem motora decorrente de uma lesão ao cérebro que está em desenvolvimento. 

“Geralmente ela acontece em dois a três para cada mil crianças nascidas vivas em países em desenvolvimento. Tem um estudo do Paquistão, de 2023, que fala em 10% de prevalência. Isso tem a ver diretamente com a assistência pré-natal. Boa parte das paralisias cerebrais são decorrentes de um pré-natal que poderia ter sido mais bem feito." 

E há as cefaleias. Dentre as cefaleias primárias da infância, a enxaqueca é a mais comum, seguida da cefaleia de tensão, cefaleia tensional. E sempre lembrando que os tumores cerebrais, os tumores do sistema nervoso, os tumores do cérebro são os tumores sólidos mais comuns na infância. Muitas vezes o sintoma inicial é a cefaleia, e cefaleia de intensidade crescente com vômito. 

“É muito importante estar atento às dores de cabeça na infância. Sempre importante lembrar que pode ser um sinal, um sintoma de um processo expansivo, e aí eu estou falando de um processo expansivo tumoral intracraniano”, alerta o médico. 

 

 

Cérebro responde a exercício físico até 2 semanas depois, revela estudo

Sempre se soube o quanto a atividade física é benéfica para a saúde, mas cada vez mais estudo surgem para reforçar isso, afirma o personal trainer e educador físico, Tauan Gomes 

 

Esta semana, pesquisadores da Universidade de Aalto, na Finlândia, realizaram um estudo que demonstrou uma durabilidade de até duas semanas após a prática pos exercícios físicos no cérebro.  

O estudo mostrou que a atividade física melhora a conectividade entre as sinapses, o que fortalece a memória, o raciocínio e a atenção, mas também reforçou a influência de fatores como estilo de vida, ambiente e até condições de saúde temporárias, como doenças passageiras e sono irregular.

 

O estudo e os resultados

O estudo envolveu uma mulher saudável de 33 anos, que se exercitava regularmente. Durante 133 dias, foram coletados dados comportamentais por meio de um aplicativo e dispositivos, seguidos de exames de ressonância magnética funcional (fMRI).   

A pesquisa combinou informações de dispositivos pessoais com fMRI, permitindo uma análise detalhada da relação entre o cérebro e o comportamento.  

Os resultados indicaram que fatores de estilo de vida influenciam a conectividade cerebral em diferentes períodos. 

FreePik

 

5 benefícios da atividade física para a saúde mental

1. Redução do estresse;

2. Melhora da ansiedade;

3. Aumento da autoestima;

4. Melhoria do humor;

5. Aprimoramento do sono. 

 

A atividade física e seus benefícios para o cérebro

Segundo o personal trainer e educador físico Tauan Gomes, a prática de atividades físicas ajuda a melhorar diversas funções cognitivas e prevenir doenças neurodegenerativas. 

“A atividade física é uma grande aliada para o cérebro, melhora a memória, concentração, raciocínio, etc., tudo isso por estimular substâncias que melhoram o humor e diminuem o estresse, como a serotonina e a dopamina”. 

“O exercício físico também é fortemente recomendado como forma de prevenir doenças neurodegenerativas, como parkinson e alzheimer, sendo também uma forma de melhorar a reserva cognitiva ao longo dos anos e manter a funcionalidade cognitiva”, explica Tauan Gomes.





Tauan Gomes - Personal Trainer, educador físico e coach com formação pela International Coaching and Leaders Association. O carioca residente em Portugal está envolvido com jiu-jitsu, cross, judô e musculação, atualmente ministra aulas e dá consultorias virtuais para pessoas do mundo inteiro. Além dos treinos, que buscam o emagrecimento saudável e eficaz, Tauan oferece sessões completas e ferramentas de coaching durante o processo, trazendo uma abordagem 360º para a saúde do cliente.


Dia Nacional e Mundial da Osteoporose: saiba quais exames laboratoriais fazer e como se prevenir da doença

Doença silenciosa pode atingir 200 milhões de pessoas no mundo todo 


Todo ano, no dia 20 de outubro, o Dia Nacional e Mundial da Osteoporose é celebrado. Esse dia é dedicado à conscientização de todo o mundo para prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. De acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF), estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas ao redor do mundo estejam afetadas pela condição. A osteoporose é uma enfermidade que se caracteriza pela perda de massa óssea e alteração na microarquitetura dos ossos. Isso leva a um aumento do risco de fraturas no corpo humano. E por ser silenciosa, muitas pessoas podem descobrir tardiamente esse diagnóstico. No entanto, existem maneiras de prevenir os efeitos e exames laboratoriais que podem auxiliar na detecção da osteoporose. 

Segundo Dr. Pedro Saddi, médico endocrinologista, patologista clínico e diretor regional de São Paulo capital da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), os humanos têm a massa óssea construída desde o nascimento, atingindo o pico por volta dos 30 anos. A partir dessa idade, começa a ocorrer perda de massa óssea lentamente ao longo dos anos. “É importante destacar que estamos constantemente formando e reabsorvendo osso, um processo que chamamos de remodelação óssea. A diminuição da densidade mineral óssea ocorre quando a formação é menor que a reabsorção”, explica. 

As mulheres costumam ser mais afetadas, por conta da aceleração dessa perda durante o período ao redor da menopausa. A estimativa, segundo a IOF, é que uma a cada três mulheres, mundialmente, com idade maior que 50 anos apresentará uma fratura por fragilidade óssea. Isso seria aproximadamente 9 milhões de casos ao ano. Saddi explica que elas são mais suscetíveis à osteoporose, devido à queda acentuada de estrogênio, um hormônio que ajuda na formação óssea, especialmente após a menopausa. “Além disso, as mulheres geralmente têm um pico de massa óssea menor que os homens, o que as torna mais vulneráveis à perda óssea relacionada à idade”, acrescenta o patologista clínico.

 

Fatores de risco para a osteoporose

De acordo com o endocrinologista, os fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose são:

  • Idade avançada – o envelhecimento é um fator importante já que há perda progressiva de densidade mineral óssea;
  • Sexo feminino – esse grupo tem maior risco, principalmente após a menopausa;
  • Histórico familiar – pessoas com histórico familiar de osteoporose têm maior chance de desenvolver a doença;
  • Baixo peso corporal – o Índice de Massa Corporal (IMC) baixo está associado a menor densidade óssea;
  • Deficiência hormonal – redução dos níveis de estrogênio nas pessoas do sexo feminino (menopausa) e testosterona nas pessoas do sexo masculino, pode contribuir para a condição;
  • Uso prolongado de corticosteroides – esses medicamentos, geralmente usados para tratar problemas de saúde como asma, eczema, lesões articulares e artrite reumatoide, podem levar à perda óssea;
  • Baixa ingestão de cálcio e baixa vitamina D – essas deficiências nutricionais impactam negativamente a saúde óssea;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo e consumo excessivo de álcool;
  • Condições crônicas como diabetes mellitus e artrite reumatoide.

 

Sinais de alerta e detecção da osteoporose

Apesar de ser uma doença que evolui de forma silenciosa, sem apresentar muitos sintomas, existem alguns sinais que quando presente devem despertar a hipótese de osteoporose. O diretor regional da SBPC/ML esclarece que uma fratura após uma queda simples, por exemplo, é o maior sinal de alerta para a doença. Além disso, a diminuição de estatura ou postura progressivamente curvada com o avançar da idade podem indicar fraturas vertebrais, condição que define a presença de osteoporose. Dor nas costas também pode ser sinal de fratura vertebral. 

Para o diagnóstico da osteoporose, Dr. Pedro explica que o exame padrão para avaliação da densidade mineral óssea é a densitometria óssea (DXA). “O diagnóstico de osteoporose deve levar em conta as características clínicas do paciente e o resultado da densitometria. No entanto, alguns exames laboratoriais podem ser usados para avaliar fatores relacionados à saúde óssea”, explicita. 

Os exames laboratoriais para avaliar a saúde óssea são:

  • Cálcio sérico – essa substância ajuda a monitorar a função paratireoide e a saúde óssea. Níveis anormais podem indicar distúrbios de metabolismo ósseo;
  • Calcio na urina - pode indicar perda desse mineral.
  • 25-hidroxivitamina D – quando apresenta baixos níveis, indica deficiência de vitamina D, que associada à fragilidade óssea;
  • PTH – níveis elevados desse indicador podem sinalizar hiperparatireoidismo, condição que leva à desmineralização óssea;
  • Fosfatase alcalina – altos níveis podem indicar aumento da remodelação óssea, que pode estar associada a outras doenças do metabolismo ósseo;
  • Marcadores de reabsorção óssea como telopeptídeo C-terminal (CTX) – eles ficam elevados em processos de perda óssea aumentada, como osteoporose. 

O patologista clínico ainda diz que, para as pessoas do sexo feminino, é recomendado que a densitometria óssea seja realizada a partir dos 65 anos, ou mais cedo naquelas com fatores de risco. Nos indivíduos do sexo masculino, geralmente a avaliação é indicada a partir dos 70 anos, ou antes, dependendo de condições de risco. “Já os exames laboratoriais podem ser realizados a qualquer idade se houver suspeita clínica de deficiência nutricional ou hormonal ou ainda, a presença de outra doença que afete a saúde óssea”, complementa.

 

Prevenção da osteoporose

A prevenção da osteoporose se dá por diversas formas. Uma alimentação rica em cálcio e vitamina D, ou seja, consumo de laticínios, peixes gordurosos e exposição equilibrada ao sol ajudam a manter os níveis adequados dessas substâncias, segundo Dr. Pedro Saddi. Ele afirma também que ações como atividade física regular e caminhada, por exemplo, fortalece os ossos; parar de fumar e evitar o consumo excessivo de álcool, são formas de se ressalvar da doença. 

Além disso, o monitoramento de saúde hormonal é fundamental para se evitar a osteoporose. “Mulheres na pós-menopausa devem discutir com seus médicos sobre a terapia de reposição hormonal, quando apropriado. Suplementação de cálcio e vitamina D também são importantes, se indicadas por um médico”, finaliza o diretor regional da SBPC/ML. 

 

SBPC/ML - A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial


Meu filho não lava as mãos: 5 dicas para que a higiene se torne um hábito

Ketut Subyanto by Pexels
15 de outubro é o Dia Mundial da Lavagem das Mãos 

 

Lavar as mãos é uma medida importante e simples para prevenir a propagação de doenças e infecções. Um estudo realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres com 160 mil pessoas da Ásia, África e América Latina e publicado na The Lancet comprovou que esse hábito de higiene pode reduzir os casos de infecção respiratória aguda em até 17%; diminuir em 22% o impacto de infecções como bronquite aguda e pneumonias e em 26% os impactos de rinite, sinusite e faringite. Mas e o que fazer quando as crianças ainda não adquiriram esse hábito? 

Sara Azevedo, orientadora pedagógica dos Anos Iniciais do Colégio Marista da Asa Sul, em Brasília, afirma que a importância de lavar as mãos deve ser explicada tanto na escola como em casa. “Primeiramente, nós adultos, temos que dar o exemplo às crianças, lavando constantemente as nossas mãos. Ao mesmo tempo temos que fazer o monitoramento para ver quando e como a criança o faz. Diferentemente da escola, os pais podem fazer uma observação individual e dar uma orientação caso necessário. A maneira correta de lavar as mãos é o que previne doenças e infecções”, explica a orientadora pedagógica do Marista Asa Sul. 

Na escola, a abordagem é coletiva. “No Colégio, deve-se convidar as crianças em pequenos grupos para abrirem as torneiras e iniciar o momento da lavagem das mãos. Importante que o professor observe como exploram os movimentos de abrir e fechar a torneira, de manusear o sabonete sem pressa e com atenção, uma criança aprende com a outra”, diz a coordenadora do Colégio Marista Asa Sul. 

Confira 5 dicas para que seu filho se habitue a lavar as mãos:

1-Torne a higiene pessoal uma atividade divertida

2- Crie jogos, músicas ou histórias que divirtam a criança nesse momento

3- Ofereça opções para que a criança vá treinando a sua autonomia, como escolher o sabonete no mercado

4- Faça dessa higienização uma rotina e não a negocie 

5- Seja o exemplo para a criança

 

Como a miopia infantil pode prejudicar as crianças?

Progressão da miopia pode afetar várias áreas do desenvolvimento

 

A miopia, em qualquer idade, é incômoda e traz diversos prejuízos à saúde, mas quando acomete crianças, pode ser ainda pior. Entre os impactos negativos estão os problemas de concentração na escola, causando atraso educacional, dificuldades em brincadeiras e esportes e queixas frequentes de dor de cabeça. 

Quando essas reclamações são presentes, é importante considerar a possibilidade de miopia, um erro de refração que altera a estrutura dos olhos, dificultando a visão de longe. É uma doença ocular crescente e uma preocupação global. Estima-se que até 2050, metade da população mundial será míope. Por isso, cuidar da saúde visual e tratar a miopia desde criança é importante para evitar possíveis problemas no futuro.

De acordo com Dr. Celso Cunha, oftalmologista e consultor da HOYA Vision Care, empresa japonesa que produz lentes para óculos de alta tecnologia desenvolvidas para correção de problemas da visão, é importante ter atenção aos comportamentos da criança, principalmente se ela esfrega os olhos para enxergar melhor, franze a testa, pisca em excesso, senta-se próximo a TV ou computador, apresenta irritações e vermelhidão nos olhos com frequência. 

“Geralmente, as crianças não conseguem falar com clareza quando estão sentindo alguma coisa, por isso, os pais devem redobrar o cuidado. Caso a miopia não seja diagnosticada e tratada precocemente, pode evoluir para outros problemas de visão, como o descolamento de retina, o glaucoma e em casos de alta miopia, a própria cegueira”, aponta o oftalmologista. 

Para evitar que isso aconteça, o médico reforça a importância de levar as crianças ao oftalmologista desde pequenas. Outros métodos que podem ajudar a desacelerar o aparecimento da miopia infantil são reduzir o tempo de tela, ter uma dieta rica em frutas e vegetais e incentivar atividades ao ar livre. 

Hoje, o mercado oftalmológico já possui grandes inovações para mitigar esse cenário, como lentes de óculos que reduzem a progressão da miopia infantil. Dr. Celso ressalta ainda que, a prescrição do uso deve ser feita por um médico oftalmologista, não basta apenas corrigir a miopia, mas exige esforço para conter a evolução e afastar os riscos da perda da visão que a progressão acarreta.


 

Inovação no mercado de lentes 

A HOYA traz em seu portfólio a MiYOSMART, lentes de óculos que reduzem a progressão da miopia infantil. O produto conta com a tecnologia D.I.M.S. (Defocus Incorporated Multiple Segments), patenteada pela HOYA e desenvolvida em colaboração com a Universidade Politécnica de Hong Kong e tem como objetivo corrigir o defeito visual em toda a sua superfície. 

“As lentes MiYOSMART já são utilizadas em diversos países da Ásia, África e Europa, assim como no Brasil, a fim de reduzir o número de crianças e adolescentes que convivem com a miopia progressiva. A prescrição do uso deve ser feita por um médico oftalmologista e o produto está disponível em centenas de ópticas certificadas no Brasil”, explica.


Hoya Vision Care
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O poder do ciclo sono-vigília: entenda por que dormir é muito mais que desligar o corpo

 

Médica alerta para os riscos de negligenciar o sono e destaca os impactos profundos na saúde física e mental

 

Em um mundo cada vez mais acelerado e digital, o sono se tornou uma das principais vítimas de nossas rotinas agitadas. Longas jornadas de trabalho, a constante exposição a dispositivos eletrônicos e o estresse diário estão entre os principais fatores que comprometem a qualidade do sono, essencial para nossa saúde física, mental e bem-estar. 

Muitas vezes, o sono é visto apenas como uma pausa entre um dia e outro. Contudo, esse período de descanso é fundamental para a "manutenção"  de todas as nossas funções biológicas. É durante o sono que ocorrem processos importantes, como a consolidação da memória, o reparo celular e a regulação de hormônios que afetam desde o humor até  o apetite, além da prevenção de doenças graves, como Alzheimer e obesidade. 

Hoje é fato incontestável que um sono fragmentado ou insuficiente pode aumentar significativamente o risco de desenvolver uma série de condições crônicas.

Dormir não é apenas 'desligar' o corpo, mas um momento de regeneração profunda”, afirma a Dra. Simone Nascimento, médica com especialização em saúde mental e bem-estar corporativo, que compara o dormir com o colocar o carro em manutenção para evitar que ele quebre ou pare de rodar. Segundo ela, é durante as diferentes fases do sono — como o sono profundo e a fase REM (Rapid Eye Movement) — que o organismo realiza funções críticas que afetam diretamente nossa saúde a longo prazo. “O sono profundo, por exemplo, é responsável pela reparação celular e pela produção de hormônios que regulam o crescimento e o metabolismo, como o GH, a leptina e a grelina. Isso significa que noites mal dormidas podem afetar o peso corporal, a imunidade e a capacidade de recuperação muscular, especialmente para aqueles que praticam atividades físicas”, explica. 

Porém, apesar de sua importância, o sono tem sido sabotado pelo estilo de vida moderno. O aumento do período de vigília, com maiores jornadas de trabalho e deslocamento,  a exposição constante à luz azul emitida por telas de celulares, computadores e televisores, além de hábitos noturnos irregulares, desregulam o nosso ciclo circadiano — o relógio biológico que guia nosso ciclo de sono e vigília. Esse descompasso provoca níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse, resultando em uma cadeia de efeitos negativos que pode incluir ansiedade, fadiga crônica e até depressão.

Estudos mostram ainda que a privação de sono está associada a um aumento no risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Isso ocorre porque é durante o sono que o cérebro elimina toxinas acumuladas ao longo do dia, como a proteína beta-amiloide, uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento da doença”, explica a Dra. Simone.

É nesse contexto que o sono deve ser visto como uma ferramenta poderosa de autocuidado. Ajustar nossa rotina para respeitar os ritmos naturais do corpo pode trazer benefícios imensos. Uma das maneiras mais eficazes de melhorar a qualidade do sono é aumentar a exposição à luz solar pela manhã. A luz natural não apenas sinaliza ao corpo que é hora de estar acordado, mas também ajuda a regular a produção de melatonina, o hormônio que desempenha um papel crucial no ciclo do sono. Ao reduzir a luz artificial durante a noite, especialmente a luz azul, o corpo é capaz de se preparar melhor para um sono reparador.

Estabelecer horários regulares para dormir e acordar também é essencial. O corpo humano tem um ritmo circadiano que prospera com regularidade. Dormir e acordar no mesmo horário todos os dias ajuda a sincronizar esse relógio interno, tornando mais fácil adormecer à noite e acordar revigorado pela manhã.

Outra estratégia eficiente é reduzir o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir. “A luz azul interfere diretamente na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono, e pode dificultar a transição para um descanso profundo e reparador”, alerta a médica. Para preparar o corpo para uma boa noite de sono, pequenas mudanças no estilo de vida podem ser significativas. Rituais de relaxamento, como a leitura de um livro, a prática de meditação ou um banho morno, podem ajudar a acalmar a mente e preparar o corpo para o descanso.

Dormir bem não é um luxo, mas sim uma necessidade biológica que afeta diretamente nossa qualidade de vida. Um corpo descansado é a melhor casa para uma mente alerta e criativa”, reforça a Dra., que complementa dizendo que o sono é uma parte fundamental do autocuidado que, quando priorizado, se traduz em melhorias não apenas no desempenho pessoal, mas também no profissional. 

O sono é, sem dúvida, um dos pilares essenciais do bem-estar e deve ser tratado como tal em nossas vidas aceleradas”, conclui. 

 

Dra. Simone Nascimento - médica e possui especialização em Saúde Mental Corporativa pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein. Possui certificação em Medicina do Estilo de Vida pelo American College of Lifestyle Medicine e cursa MBA de Saúde e Qualidade de Vida como estratégia de negócio. Simone é fundadora do Projeto Equilibria - Saúde Individual e Coletiva e atua como palestrante e consultora de programas de saúde e qualidade de vida no trabalho.



FEBRASGO esclarece dúvidas sobre a relação entre ao excesso de peso e a gravidez

 

A Federação das Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca que o sobrepeso e, em especial, a obesidade, elevam o risco de diversas doenças, incluindo diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e até câncer. Além disso, essa condição também afeta a fertilidade. 

Estima-se que até 2044, cerca de 48% dos adultos brasileiros estarão com obesidade, enquanto 27% terão sobrepeso. Essa informação faz parte de um estudo do pesquisador Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da Fiocruz Brasília, e colegas, divulgado em junho, que ressalta a gravidade do cenário e a necessidade de prevenção contra essa condição. Nos últimos anos, o aumento da obesidade na população tem contribuído para um maior número de tentativas de gravidez sem sucesso. 

A Dra. Ana Carolina Sá, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da FEBRASGO, explica que nosso tecido adiposo tem a capacidade de produzir hormônios esteróides, incluindo os esteróides sexuais, como a androstenediona, a testosterona e a estrona, que é um tipo de estrogênio. Esses hormônios desempenham um papel importante na regulação da ovulação. 

De acordo com a especialista, quem controla a nossa ovulação é o cérebro, por meio da secreção de gonadotrofinas, como o FSH e o LH, hormônios produzidos pela hipófise que regulam a ovulação feminina. Quando há excesso desses hormônios periféricos produzidos pelo tecido adiposo, isso pode levar a uma regulação alterada da secreção hormonal cerebral e, consequentemente, da secreção hipofisária, influenciando a ovulação. 

Quando a mulher não ovula, ela pode ter ciclos menstruais irregulares. Isso pode se manifestar como ciclos ausentes, com longos intervalos entre as menstruações, às vezes meses sem menstruar ou como ciclos irregulares, que ocorrem com certa frequência, mas de maneira desorganizada, indicando que a mulher não está ovulando”, afirma. 

A médica ressalta que não há uma relação direta entre o excesso de gordura corporal e os hormônios que influenciam a fertilidade. E o que se sabe é que existem mulheres magras que enfrentam problemas de anovulação, assim como mulheres obesas que ovulam e menstruam regularmente, preservando sua fertilidade. Portanto, não é obrigatório que um aumento na gordura corporal resulte em uma diminuição na fertilidade. No entanto, para muitas mulheres, o excesso de gordura pode afetar a secreção hormonal mencionada anteriormente. Alterações nos padrões de secreção hormonal podem, sim, impactar a ovulação e a fertilidade. Assim, a relação existe, mas não é linear ou universal; a resposta hormonal pode variar de mulher para mulher.

 

A perda de peso pode impactar a fertilidade de uma mulher que está tentando engravidar?

A Dra. Ana Carolina menciona que a situação pode variar. Se a perda de peso for saudável, ela não impactará negativamente a fertilidade. O que realmente faz diferença é uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e legumes, e com baixo consumo de alimentos processados. Uma dieta saudável é preferível a uma que contenha muito açúcar, frituras, gorduras, enlatados e refrigerantes, que podem levar a um excesso de açúcares, afetando o metabolismo. O que se sabe é que o metabolismo tem uma relação direta com a secreção hormonal. 

Uma mulher com excesso de peso que adota uma abordagem consciente de perda de peso, com reeducação alimentar e prática regular de atividades físicas, certamente terá um impacto positivo no funcionamento do organismo. Isso pode, inclusive, ajudar a reverter situações de desregulação hormonal que levam à anovulação. 

“No entanto, é importante considerar que a anovulação pode ter várias causas, nem todas relacionadas ao peso. Algumas podem exigir tratamento medicamentoso. Se a anovulação estiver ligada ao excesso de peso, a perda de peso pode trazer melhorias significativas, mesmo que a mulher ainda permaneça acima do peso ideal. Geralmente, uma redução de 10% do peso corporal já resulta em uma melhora considerável nos padrões hormonais”, disse a médica.
 

Qual o papel do exercício físico na melhoria da fertilidade em mulheres com sobrepeso e obesidade?

“A atividade física deve ser sempre incentivada, pois traz uma série de benefícios, independentemente da necessidade de perda de peso. Exercícios, como musculação, aumentam a massa muscular e reduzem a gordura corporal, melhorando a composição física. Essa mudança já favorece o metabolismo dos açúcares, uma vez que a massa magra possui maior sensibilidade à insulina, ajudando a reduzir a resistência insulínica”, enfatiza.

Além disso, mesmo sem perda de peso, o aumento da massa magra é benéfico. A prática de exercícios promove a liberação de neurotransmissores que proporcionam bem-estar, contribuindo para um estilo de vida mais saudável e melhorando a qualidade de vida, a elasticidade e diversos outros aspectos.
 

Existem tratamentos ou intervenções específicas recomendadas para mulheres com sobrepeso que desejam engravidar?

Independentemente de a paciente querer engravidar ou não, as orientações para a perda de peso permanecem as mesmas. Primeiramente, é essencial promover mudanças no estilo de vida, adequando a alimentação, que pode ser excessiva ou incorreta, com uma ingestão calórica muito alta. É importante reforçar a necessidade de atividade física regular, que traz uma série de benefícios. 

“Em alguns casos, dependendo do grau de obesidade, essas pacientes podem precisar de medicamentos para reduzir a compulsão alimentar, controlar a ansiedade e ajudar na saciedade. Muitas vezes, essas mulheres já apresentam resistência insulínica e hiperinsulinemia, ou seja, têm níveis elevados de insulina para compensar os efeitos negativos desse hormônio, que está associado ao aumento da fome. Certas medicações podem ajudar a melhorar esse padrão de hipersecreção de insulina”, diz. 

A médica destaca ainda que em casos mais severos, especialmente se a mulher já tiver doenças associadas à obesidade, como hipertensão, diabetes ou doenças cardiovasculares, a cirurgia bariátrica pode ser indicada. Assim, os tratamentos para mulheres que desejam engravidar são bastante semelhantes àqueles recomendados para mulheres obesas que não estão buscando a concepção.


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