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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Estudo compara e atesta a eficácia de duas abordagens de psicoterapia no tratamento da insônia

Estima-se que a insônia crônica atinja cerca de 10% da população
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Enquanto a Terapia Cognitivo-Comportamental apresentou resultados mais rápidos, o efeito da Terapia de Aceitação e Compromisso foi mais duradouro, mostra ensaio conduzido na USP com 227 voluntários

 

Estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) com 227 voluntários avaliou a eficácia de duas abordagens distintas de psicoterapia no tratamento da insônia. Os resultados, divulgados no Journal of Consulting and Clinical Psychology, indicam que a chamada Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), cujo foco está em trabalhar comportamentos e pensamentos relacionados ao sono, apresentou efeitos mais rápidos. Já a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que visa ampliar a flexibilidade psicológica do indivíduo, teve efeitos melhores depois de alguns meses de tratamento, mesmo na ausência de orientações específicas sobre o sono.

“Trata-se de uma ótima notícia para os insones. Já se sabia que a TCC é eficaz para o tratamento da insônia, oferecendo ótimos resultados. Nosso trabalho, no entanto, é o primeiro a avaliar, em um número grande de participantes, as respostas da ACT e compará-las com as da TCC e com a ausência de tratamento. Isso é importante, pois nem todos os pacientes conseguem melhorar com a TCC”, conta Renatha El Rafihi-Ferreira, professora do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP e primeira autora do artigo.

Estima-se que uma em cada quatro pessoas no mundo sofra com sintomas de insônia. Na maioria dos casos eles têm curta duração e são provocados por questões pontuais, como estresse ou doença. Já a insônia crônica atinge 10% da população. Esse índice inclui indivíduos com dificuldade para adormecer ou para permanecer dormindo, bem como aqueles que acordam antes do tempo desejado pelo menos três vezes por semana, ao longo de três meses ou mais.

Na pesquisa financiada pela FAPESP, os 227 participantes diagnosticados com insônia foram divididos em três grupos. Um deles realizou sessões coletivas de TCC, o outro de ACT e o terceiro ficou em uma suposta lista de espera e não fez nenhuma terapia. O objetivo foi comparar as três situações no fim do período de seis semanas. As avaliações e intervenções do ensaio clínico foram todas conduzidas on-line.

Como explica a pesquisadora, as duas abordagens seguem lógicas distintas. Enquanto a TCC foca nos hábitos e na higiene de sono, bem como na modificação de crenças e pensamentos sobre as causas e consequências da insônia, a ACT busca entender a forma como o indivíduo se relaciona com o sono, além de analisar a função dos comportamentos que estão mantendo a insônia.

Desse modo, uma pessoa com uma higiene do sono muito ruim, por exemplo – que não faz atividade física, chega tarde em casa, tem pouco espaço na rotina para o sono e para cuidar de si próprio –, na TCC vai seguir recomendações para cuidar dessa rotina a partir de técnicas comportamentais e mudanças de crenças (entendimentos que o indivíduo tem sobre si mesmo, o mundo e os outros). Já na ACT o foco seria entender a função de manter determinado comportamento ou estilo de vida que faz com que o paciente tenha hábitos prejudiciais para o sono.

El Rafihi-Ferreira explica que a ACT visa desenvolver a flexibilidade do indivíduo, aumentando a capacidade de se contatar com o presente (inclusive por meio de mindfulness). “Dessa forma, o paciente primeiro vai aprender a aceitar a dificuldade de sono para só então se comprometer a resolvê-la. A insônia é um problema que afeta a vida do indivíduo em vários sentidos, fazendo com que ele foque muito mais na sua dificuldade e ignore vários outros aspectos da vida. Ao mudar o foco das queixas para a aceitação de sentimentos e pensamentos associados ao problema, a ACT pode ser uma boa opção para o tratamento”, explica.

Vale ressaltar que, para evitar o desconforto de passar uma noite em claro, é relativamente comum que o indivíduo opte por comportamentos que podem prejudicar o sono, como ficar rolando a tela do celular antes de dormir ou ingerir bebidas alcoólicas na tentativa de adormecer. “A ACT propõe uma abertura para sentir esse desconforto, o que chamamos de aceitação, aliada ao comprometimento de atingir o que de fato é importante para a pessoa a longo prazo, isso é, seus valores, mesmo que para isso precise sentir desconforto a curto prazo. Talvez por ter uma abordagem mais global, tabalhando questões muito além desses maus hábitos de sono, a ACT não apresente resultados tão rápidos quanto a TCC”, explica.

Segundo El Rafihi-Ferreira, este é o terceiro de uma série de estudos que comparam a Terapia Cognitivo-Comportamental e a Terapia de Aceitação e Compromisso para indivíduos com insônia crônica.

No primeiro deles, ambas as terapias tiveram efeitos semelhantes na melhora da insônia. “Neste primeiro ensaio incluímos estratégias comportamentais específicas para o sono na ACT, como, por exemplo, a orientação de usar a cama apenas para o sono e sexo, estratégia presente no protocolo de TCC”, diz a pesquisadora.

Já no segundo a ACT foi aplicada sem estratégias comportamentais específicas para o sono. “Nesse estudo, nas primeiras semanas, a ACT apresentou melhora na insônia em 50% dos participantes, enquanto a TCC mostrou melhora em 65% deles. No entanto, após seis meses do término do tratamento, os participantes da ACT continuaram melhorando, aumentando de 50% para 56% dos participantes com redução de queixas de insônia, enquanto na TCC a porcentagem caiu de 65% para 58% com o passar do tempo”, conta.

“Isso mostra que a ACT é melhor no longo prazo, enquanto os resultados da TCC são obtidos no curto prazo, embora sejam mais difíceis de serem sustentados”, diz.

O terceiro estudo, realizado com os 227 participantes insones, mostrou que a TCC teve resultados melhores a curto prazo e que a ACT e a TCC são semelhantes no longo prazo. “Este mostrou que a diferença entre as duas terapias é muito pequena e que ambas são eficazes. No entanto, o protocolo de TCC envolve orientações que são de difícil adesão para alguns pacientes. Como, por exemplo, a orientação de levantar-se da cama ao acordar no meio da noite. Nosso estudo mostrou que, mesmo na ausência dessas recomendações específicas sobre o sono, a ACT também é eficaz”, diz.

Além do artigo, o estudo rendeu um livro voltado para psicólogos e outros profissionais da saúde com maior detalhamento sobre os dois tipos de psicoterapia. Há também relatos de casos de pacientes com insônia. O trabalho foi premiado no Congresso da Association for Contextual Behavioral Science (ACBS), em 2023. A pesquisadora também recebeu o prêmio da American Psychological Association (APA), em 2024, pelo conjunto de estudos realizados.


Impactos

A privação de sono tem um peso econômico relevante, pois está associada a maior suscetibilidade a infecções, obesidade, problemas cardiovasculares e transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão. Além disso, há redução da produtividade, aumento de absenteísmo e da utilização de serviços médicos. Estima-se que um insone precise seis vezes mais de atendimento médico do que uma pessoa que dorme bem.

“Além de melhorar a qualidade de vida do indivíduo como um todo, os tratamentos para insônia geram impactos em termos de saúde pública, reduzindo custos de utilização de cuidados de saúde e melhorando questões de produtividade no trabalho, por exemplo. Por isso, é tão importante, principalmente para países de renda baixa e média, como é o caso do Brasil, demonstrar que mais uma abordagem de psicoterapia realizada em grupo e no formato on-line tenha efeitos tão eficientes”, afirma a pesquisadora.

Outro ponto destacado pela pesquisadora é que, com a comprovação da eficiência, a ACT pode surgir como uma esperança para os pacientes refratários à TCC ou que não conseguiram seguir as orientações da terapia no longo prazo. El Rafihi-Ferreira explica que uma das técnicas mais eficazes para insônia presente no protocolo da TCC também é uma das mais difíceis de obter adesão dos pacientes.

Isso porque, na técnica de restrição de tempo na cama, presente no protocolo da TCC, o tempo de cama e o tempo de sono do indivíduo são calculados e, posteriormente, é estabelecida uma janela de sono com horários de dormir e acordar que se aproximem do tempo total de sono do indivíduo. Dessa forma, por exemplo, se uma pessoa permanece na cama por nove horas, mas está dormindo apenas seis, a janela de sono da pessoa será de seis horas. Pela estratégia, a privação parcial de tempo de cama e sono produz um aumento na pressão de sono que teria o efeito de reduzir os despertares noturnos. Posteriormente com acompanhamento profissional, o tempo de permanência na cama vai aumentando gradualmente.

“Apesar de eficaz, essa técnica é de difícil adesão. Nosso estudo mostrou que, mesmo na ausência desta técnica, a ACT foi também eficaz para a insônia. O que pode facilitar o tratamento daqueles indivíduos que não conseguem seguir esse tipo de orientação”, afirma.

O artigo Acceptance and Commitment Therapy Versus Cognitive Behavioral Therapy for Insomnia: A Randomized Controlled Trial pode ser lido em: https://psycnet.apa.org/fulltext/2025-05522-002.html.
 

Já o estudo Acceptance and commitment therapy-based behavioral intervention for insomnia: a pilot randomized controlled trial está acessível em: www.scielo.br/j/rbp/a/GJXW97vNSPqkH7Vp5xS7BmF/?lang=en.

E o artigo A Pilot Randomized Controlled Trial (RCT) of Acceptance and Commitment Therapy Versus Cognitive Behavioral Therapy for Chronic Insomnia pode ser encontrado em: www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/15402002.2022.2071272.

 


Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-compara-e-atesta-a-eficacia-de-duas-abordagens-de-psicoterapia-no-tratamento-da-insonia/52990



Dia das Crianças: para 58% dos brasileiros, crianças estão mais conscientes que seus pais sobre questões ambientais

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 Apenas 36% dos entrevistados dizem conversar frequentemente sobre o tema com os pequenos


 

A educação ambiental tem como objetivo formar indivíduos preocupados e conscientes   das questões ambientais, a sustentabilidade e a preservação da natureza. Em um contexto em que nunca foi tão importante pensar nas formas de conservação do planeta, a discussão sobre o ensino de tópicos relacionados ao meio ambiente se faz essencial, especialmente para as crianças.

 

É na infância que acontece a fase mais importante de aprendizagem. E, com frequência, as crianças parecem estar mais antenadas que os adultos em questões essenciais do dia a dia. Não à toa, para 58% dos brasileiros, as crianças estão mais conscientes que seus pais sobre questões ambientais. É o que mostra uma pesquisa da Descarbonize Soluções, empresa especializada em soluções de energia limpa.

 


 

Este é um cenário em que a grande maioria dos entrevistados (78%) afirma que recebeu educação ambiental nos seus tempos de escola. Mesmo assim, os pequenos demonstram estar mais atentos para os tópicos de sustentabilidade, sendo não apenas uma geração que traz esperança para o futuro, como uma que pode inspirar e ensinar as gerações passadas.


 

Papo de gente grande (e dos pequenos também)

 

Sabendo da importância do tópico ambiental, é indispensável que o tema seja assunto entre adultos e crianças que integram o mesmo círculo social - sejam entre pais e filhos, sobrinhos, alunos. E, mesmo que essa troca parta, essencialmente, da ideia de que uma pessoa mais velha irá instruir uma criança, é nesse espaço que os pequenos também podem compartilhar o que sabem, criando um local de diálogo em que ambas as partes aprendem juntas.

 

Neste cenário, os brasileiros parecem estar atentos à relevância de tratarem de assuntos relacionados ao meio ambiente com crianças ao seu redor. 36% dos entrevistados afirmaram que conversam frequentemente sobre questões ambientais com crianças, tratando do assunto pelo menos uma vez por semana. 32% ainda disseram que tratam sobre o tema ocasionalmente, considerando algumas vezes no mês; 19% abordam a questão raramente, sendo uma vez a cada um ou dois meses, e outros 5% nunca conversaram sobre o tema.

 


 

Tatiane Fischer, CMO da Descarbonize Soluções, reflete sobre a importância de o assunto estar cada vez mais presente entre os grupos sociais: “Mostrar para as crianças os hábitos sustentáveis que devem ser construídos dentro de casa, por exemplo, pode ser feito de uma forma lúdica que os aproxime do assunto. Essa é uma forma de criar a participação e gerar o interesse para que elas também possam trazer e compartilhar aquilo que aprendem em outros lugares. É o ciclo da educação ambiental que, ao passar pelo ambiente familiar, pela escola e pelos amigos, se completa e forma cidadãos mais conscientes”, reflete Fischer.


 

É papel das escolas?

 

Mas de quem é, afinal, o papel primordial do ensino das questões ambientais para as crianças? Para 67% dos entrevistados, essa responsabilidade deve ficar principalmente com as escolas. Na sequência, aparece o papel dos pais, indicado por 62% dos respondentes, enquanto outros 59% destacam a função dos governos.

 


 

Indo ao encontro da expectativa dos brasileiros sobre o papel das escolas na educação ambiental infantil, eles também acreditam que as instituições estão acompanhando a evolução da pauta. Segundo o estudo, 61% dos entrevistados entendem que as escolas estão cada vez mais atentas às questões ambientais, enquanto, na mesma proporção, 19% acreditam que elas estão menos atentas ou que não variaram com o tempo em relação às questões do meio ambiente.

 

Já em relação a qual momento a educação ambiental deveria ser introduzida para as crianças, 51% dos respondentes da pesquisa entendem que o assunto deve ser apresentado quanto antes às crianças, no caso, ainda na educação infantil (até os cinco anos). Outros 28% acreditam que o tema deve ser tratado a partir do ensino fundamental I (entre 6 e 10 anos), e 14% entendem que o assunto deve entrar no ensino fundamental II (entre 11 e 14 anos).

 

“As escolas desempenham um papel crucial na difusão do conhecimento sobre questões ambientais, seja por meio de aulas, palestras, eventos ou atividades. Em um contexto onde nem todos os lares abordam o tema com as crianças, as instituições de ensino se tornam uma oportunidade para popularizar essa pauta. Além de temas tradicionais como reciclagem e mudanças climáticas, é importante que as escolas incluam tópicos como energias renováveis, mobilidade urbana limpa e economia circular, mostrando às crianças as diversas formas de transformar o futuro”, conclui Fischer.


 

Metodologia

 

Público: foram entrevistados 500 brasileiros de todos os estados do país, incluindo mulheres e homens, com idade a partir dos 16 anos e de todas as classes sociais.

 

Coleta: os dados do estudo foram levantados via plataforma de pesquisas online.

 

Data de coleta: entre os dias 26 e 30 de setembro de 2024.

 

Dia das Crianças: realidade precária de saneamento afasta crianças de escolas e atividades sociais

No dia 12 de outubro, celebramos o Dia das Crianças, uma data que deveria ser marcada por alegria e diversão. No entanto, é fundamental trazer à tona dados alarmantes sobre a precariedade do saneamento básico no Brasil, que afeta diretamente a saúde e o desenvolvimento de milhões de crianças Um estudo inédito do Instituto Trata Brasil aponta que quatro a cada 10 crianças brasileiras de até seis anos se afastam de creches, escolas e atividades sociais por falta de saneamento. 

Outros dados importantes do estudo mostram que:

Mais de 300 mil crianças são internadas em um ano por doenças relacionadas à falta de saneamento;

• Sem água tratada ou banheiro, crianças de até 11 anos possuem dificuldades em identificar as horas num relógio ou calcular o troco;

• Há atraso médio de 1,8 anos de escolaridade ao jovem de 19 anos que não tem acesso a saneamento;

• 46,1% é a diferença de renda ao longo da vida de um jovem que teve acesso ao saneamento durante sua infância e adolescência 

Além disso, um relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que 12,2 milhões de crianças e adolescentes vivem sem acesso adequado ao esgotamento sanitário e 2,1 milhões sem acesso adequado à água no Brasil. 

A ausência de saneamento básico tem implicações diretas na saúde das crianças, impactando todo o desenvolvimento ao longo dos estágios da vida. As doenças causadas por essas condições levam ao afastamento das crianças de suas atividades rotineiras, afetando o desenvolvimento físico e cognitivo. Essas crianças ou jovens sem acesso ao saneamento básico apresentarão uma escolaridade e uma bagagem de conhecimento menor que as demais. Com riscos sobre seu futuro, esse cenário compromete a formação escolar e as capacidades dos jovens em oportunidades futuras, tanto na educação quanto na inserção do mercado de trabalho.

 

INSTITUTO TRATA BRASIL



Postos do Poupatempo estarão fechados no dia 12 de outubro, feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida

As opções digitais serão mantidas, com mais de 3,4 mil serviços disponíveis à população; as atividades presenciais serão retomadas na segunda-feira (14/10).

 


As 244 unidades do Poupatempo em todo o Estado estarão fechadas neste sábado, 12 de outubro, feriado nacional em comemoração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. As atividades presenciais serão retomadas na segunda-feira (14/10), mediante agendamento prévio e totalmente gratuito.

Durante o feriado, as opções digitais permanecem disponíveis à população através do portal www.poupatempo.sp.gov.br, do aplicativo Poupatempo SP.GOV.BR, dos totens de autoatendimento e pelo WhatsApp, no número (11) 95220-2974.

Entre os serviços oferecidos estão: renovação de CNH, licenciamento de veículos, consulta de IPVA, Carteira de Trabalho Digital, seguro-desemprego, atestado de antecedentes criminais, pesquisa de débito de veículos, entre outros.

Um mal silencioso que grita cada dia mais

A Agência Nacional mostra que, a cada 24 horas, ao menos 8 mulheres foram vítimas de violência doméstica em 2023, um aumento de 22,04% de casos em relação a 2022. O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 também demonstra a piora nos indicadores de violência contra a mulher no país: o homicídio e feminicídio, a ameaça e perseguição, as agressões domésticas, a violência psicológica e o estupro foram as modalidades de violência observadas.

Esses dados são assustadores e infelizmente não retratam toda a realidade das mulheres no país. Quando esses números são analisados, é preciso considerar que muitas vítimas não têm seus casos julgados, se constrangem no momento de denunciar, ou não sabem que sofrem violência.

Justamente essa falta de conhecimento sobre o que é o machismo e de entendimento sobre as questões emocionais fez com que essa cultura se perpetuasse até hoje em nossa sociedade. Atualmente temos dados porque tudo está mudando, mas a violência contra as mulheres é algo que ocorre há séculos - não somente no Brasil. Por isso, muitas pessoas não se dão conta de que estão passando por abusos, outras que estão abusando e a maioria nem percebe que está contribuindo para a continuidade deste sistema.

A cultura machista é perpetuada, por exemplo, quando pais, cuidadores e a sociedade dizem para meninos que “homem não chora”. Ela é mantida quando os obriga a reprimir e julgar comportamentos masculinos ligados à demonstração de sentimentos, emoções ou até flexibilidade corporal para dançar, por exemplo. Quando o menino somente é respeitado e visto como forte e corajoso se ele for rígido e viril, isso é uma crueldade, porque fere e desumaniza os homens tornando muitos deles explosivos, violentos e depressivos.

Imagine esse menino também vendo a violência que sua mãe sofreu de um outro homem que muitas vezes é seu pai? Imagine ter a agressividade como referência de comportamento masculino? Imagine esse menino tendo que reprimir emoções, sentimentos e mecanismos de equilíbrio emocional desde cedo? Quantas feridas e dores emocionais esse menino alimenta dentro de si? Essa cultura machista educou os homens a acreditar que são donos das mulheres e que estas devem se submeter e viver em função de cuidar e servir a eles e ao lar. Os homens não foram criados para serem pai e companheiros (muitos nunca puderam brincar de boneca e casinha).

Por outro lado, as mulheres foram criadas para casar, ter filhos, servir aos homens e à família, sem o direito de ser alguém além dos papéis sociais, sem direito ao menos de descansar. Desde cedo recebemos brinquedos que nos condicionam a este papel de servir. Numa casa onde se tem filhas mulheres e filhos homens, são sempre as mulheres que cuidam de tudo, da casa, da alimentação e até de colocar o prato na mesa e limpá-los depois. Os homens sempre têm tempo para estarem consigo e com os amigos, as mulheres não. Até pouco tempo, muitas mulheres acabavam sendo mães sem ao menos terem a consciência de que realmente tinham dom para essa missão de tamanha responsabilidade.

Mesmo com as mudanças dos últimos anos, em que as mulheres buscam sua autonomia e desenvolvimento no mercado de trabalho, ainda assim elas continuam sobrecarregadas, sofrendo violências, desrespeitos e abusos. Enquanto não curarmos nossas feridas e dores interiores, os índices de violência e os desequilíbrios relacionais-sociais continuarão presentes, pois continuaremos, homens e mulheres, a perpetuar comportamentos machistas.

 

Silvia Cristina Hito - especialista em desenvolvimento humano e organizacional, além de autora do livro “Quem vê cara, não vê o que vai na alma: superando feridas emocionais para viver plenamente com saúde mental”

 

Dia das Crianças: Soluções antifraude podem evitar perdas de R$ 1,1 bilhão na semana, projeta Serasa Experian

Datatech dá dicas para empresas e consumidores se protegerem nesta e em outros momentos do ano


Na Semana do Dia das Crianças (7 a 13 de outubro), uma das datas comemorativas que mais movimenta o comércio, a Serasa Experian projeta que sejam evitadas mais de 201 mil tentativas de golpes por meio de soluções antifraude, aplicadas durante autenticações de segurança. Se efetivadas, as diligências poderiam causar mais de R$ 1,1 bilhão em perdas para consumidores e empresas. Considerando apenas o final de semana (11 a 13 de outubro), a estimativa é que sejam detectadas 86,5 mil ocorrências fraudulentas, das quais gerariam perdas no nível de R$ 484,4 milhões. 

“O grande volume de dinheiro transacionado em datas comemorativas como essa chama a atenção dos golpistas, que ficam à espreita para cometer crimes. Por isso, é importante que os consumidores e as empresas estejam atentos para evitar se tornarem vítimas. É fundamental que as empresas utilizem ferramentas capazes de barrar essas tentativas, garantindo, assim, a segurança e confiabilidade do consumidor em suas marcas. As proteções em camadas podem e devem ser utilizadas para garantir um ambiente de compra cada vez mais seguro, não só em datas sazonais, mas durante todo o ano. Elas contemplam etapas como biometria facial, verificação cadastral e de documentos, validação de dispositivos, entre outras modalidades a depender da necessidade de cada negócio”, declara o Diretor de Autenticação e Prevenção a Fraudes da Serasa Experian, Caio Rocha. 

Segundo o Indicador de Tentativas de Fraude produzido mensalmente pela datatech, de janeiro a maio deste ano foram contabilizadas mais de 4,4 milhões de tentativas de fraudes que, se fossem efetivadas, teriam resultado em mais de R$ 25,1 bilhões em perdas para as empresas e os consumidores. 

“Reconhecer práticas fraudulentas é fundamental para que os consumidores e as empresas possam se proteger. Combinar tecnologia antifraudes com a educação do consumidor é crucial para um ambiente virtual mais seguro”, afirma Rocha.


Prevenção em primeiro lugar: dicas para se proteger

Além de empresas implementarem sistemas antifraude tecnológicos e avançados, a conscientização dos consumidores é fundamental para a prevenção de fraudes. Confira as dicas para evitar se tornar vítima de golpes:

 

Consumidores:  

·         Garanta que seu documento, celular e cartões estejam seguros e com senhas fortes para acesso aos aplicativos;

·         Desconfie de ofertas de produtos e serviços, como viagens, com preços muito abaixo do mercado. Nesses momentos, é comum que os cibercriminosos usem nomes de lojas conhecidas para tentar invadir o seu computador e aplicar golpes. Eles se valem de e-mails, SMS e réplicas de sites para tentar coletar informações e dados de cartão de crédito, senhas e informações pessoais do comprador;

·         Atenção com links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais. Eles podem ser maliciosos e direcionar para páginas não seguras, que induzem o consumidor a inserir seus dados ou contaminam os dispositivos com comandos para funcionarem sem que o usuário perceba;

·         Cadastre suas chaves Pix apenas nos canais oficiais dos bancos, como aplicativo bancário, Internet Banking ou agências;

·         Não forneça senhas ou códigos de acesso fora do site do banco ou do aplicativo;

·         Não faça transferências para amigos ou parentes sem confirmar por ligação ou pessoalmente que realmente se trata da pessoa em questão, pois o contato da pessoa pode ter sido clonado ou falsificado;

·         Inclua suas informações pessoais e dados de cartão somente se tiver certeza de que se trata de um ambiente seguro;

·         Monitore o seu CPF com frequência para garantir que não foi vítima de fraude.

 

Empresas:  

·         Solução em camadas: com a aceleração da adoção de canais digitais na vida dos consumidores, as empresas estão cada vez mais investindo em métodos de soluções antifraude e tecnologias sofisticadas ao longo da jornada do cliente, para que a segurança da operação seja garantida, com o mínimo de atrito possível em sua experiência. Nesse sentido, a Serasa Experian tem soluções modulares inteligentes que possibilitam oferecer uma experiência segura ao cliente final. Com combinação de big data, analytics e soluções automatizadas, as empresas podem blindar seus negócios contra fraudes mantendo a melhor experiência para seu usuário;

·         Faça a análise de compras: invista em camadas preditivas antifraude, principalmente as que realizam a análise comportamental dos seus clientes e usuários. Assim, sua empresa pode avaliar o histórico do consumidor no mercado, status do seu CPF ou CNPJ, os seus hábitos e a existência de pendências em seu nome, por exemplo;

·         Verifique cadastros: contar com uma base de dados do cliente é essencial para reforçar a segurança de operações online. Nesse quesito, ter acesso a um cadastro atualizado dos consumidores, no qual é possível checar a veracidade das informações fornecidas no momento de uma compra, por exemplo, é uma estratégia para reduzir os riscos na hora de vender. A confirmação cadastral pode identificar tentativas de fraudes, sinalizando situações suspeitas, como divergências de dados do cliente com as que constam de outras bases de dados confiáveis;

·         Invista em soluções antifraude em camadas: não existe uma bala de prata que funcione para todos os casos. Por isso, é importante munir o seu negócio com tecnologias de ponta que, combinadas, ajudem a blindar todas as etapas da jornada do seu cliente.

 

Metodologia

A Serasa Experian estimou o risco das fraudes no Dia das Crianças de 2024 a partir dos dados do mesmo período de 2023, quando ocorreu uma tentativa de fraude a cada 3 segundos.

 


Experian
experianplc.com

 

Trend Micro lança aplicativo para intensificar combate aos golpes digitais

Trend Micro Check utiliza Inteligência Artificial para avaliar e identificar ameaças em tempo real


A Trend Micro, líder global em segurança cibernética, anunciou o lançamento do Trend Micro Check, um aplicativo de celular com recursos avançados de Inteligência Artificial (IA), projetado para proteger os consumidores. A solução inovadora ajuda os usuários a identificar rapidamente a veracidade de mensagens, anúncios e postagens em redes sociais, além de verificar se uma chamada de vídeo é legítima ou um deepfake.
 
Estudo recente da Trend Micro com 4.080 consumidores revelou que 73% deles acreditam que o volume e o risco de golpes digitais aumentaram no último ano. Além disso, 79% dos entrevistados expressaram preocupação com a possibilidade de um familiar se tornar vítima de um golpe on-line, sendo que 96% deles afirmaram que tomariam medidas para se proteger e proteger a família dessas ameaças.
 
Embora 71% se considerem confiantes em sua capacidade de identificar golpes, 62% disseram que utilizariam um aplicativo que pudesse verificar rapidamente a autenticidade de e-mails, postagens de redes sociais, anúncios, mensagens de texto e chamadas telefônicas.
 
"Com mais de US$ 1 trilhão perdidos, no último ano, em golpes em todo o mundo, é evidente que algo precisa ser feito para proteger os consumidores. A Trend Micro, como nosso parceiro fundador, demonstra seu forte compromisso em fornecer ferramentas eficazes contra esse problema ao lançar o Trend Micro Check. Aplaudimos seu empenho em liderar essa causa”, destaca Jorij Abraham, diretor da GASA, Aliança Antigolpe Global.
 
A IA tem sido uma poderosa aliada dos golpistas, que utilizam o recurso para criar fraudes que exploram reações emocionais das vítimas. O Trend Micro Check oferece aos consumidores uma maneira proativa de barrar esses golpes antes que eles causem danos, emitindo alertas em tempo real e facilitando a verificação instantânea da autenticidade de conteúdos suspeitos.
 
Principais recursos do Trend Micro Check:


  • Verificação de golpes: avalia em tempo real a probabilidade de um conteúdo (anúncio, mensagem, e-mail ou URL) ser fraudulento, fornecendo um resumo claro das preocupações de segurança e recomendações de ação;

  • Deepfake scan: identifica tentativas de golpes com deepfakes durante chamadas de vídeo ao vivo;

  • Filtro de SMS: bloqueia automaticamente mensagens de texto de spam e golpes antes que cheguem à Caixa de Entrada;

  • Bloqueio de chamadas: impede chamadas de telemarketing, robocalls e spams;

  • Proteção da Web: bloqueia sites perigosos e filtra anúncios suspeitos.
  • "Os cibercriminosos têm aproveitado o avanço da IA para aprimorar os golpes digitais e enganar vítimas desavisadas. Enquanto eles utilizam essas inovações para causar danos, nós utilizamos as novas tecnologias para combatê-los. Estamos na linha de frente contra essas ameaças e o nosso objetivo é antecipá-las com soluções avançadas de IA”, afirma Eva Chen, CEO da Trend Micro.

    Para saber mais sobre o Trend Micro Check, clique AQUI.

     

    Trend Micro
    Site: www.trendmicro.com/pt_br/business.html
    Twitter: TrendmicroBR
    Linkedin: www.linkedin.com/company/trend-micro-brasil/

     

    Bateria de carros elétricos pode ter mais de 300kg de minerais

    A chegada dos veículos elétricos (EVs) e híbridos no mercado destacou a importância dos minerais críticos e estratégicos para a fabricação das baterias. Um modelo EV pode conter até 300 kg de minerais como lítio, cobalto, níquel, manganês, grafite, alumínio, cobre e ferro, uma quantidade significativamente maior do que os cerca de 50 kg de minerais utilizados em carros convencionais. Essa diferença reflete a evolução tecnológica e as demandas energéticas dos veículos movidos a combustíveis limpos. 

    Um exemplo notável da destinação desses minerais diz respeito ao uso do cobre, que pode variar de 60 kg a 70 kg em um carro elétrico, um aumento considerável em comparação aos 10 kg usados em veículos convencionais. O lítio, embora presente em menor quantidade (cerca de 8 kg em uma bateria de 300 kg), é essencial devido à sua leveza e alta capacidade energética. 

    Dentro dessa temática, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) desenvolveu, em parceria com a Toshiba e a Volkswagen Caminhões e Ônibus, uma tecnologia promissora que introduz óxido de nióbio nas baterias de lítio. Com isso, é possível ter um carregamento ultrarrápido dessas baterias, além de maior segurança, estabilidade, vida útil (que pode ser três vezes maior) e uma condutividade térmica maior que diminui o aquecimento. 

    Veja o papel dos demais minerais mencionados no funcionamento das baterias:

    • Lítio: Fundamental para a fabricação de baterias de íon de lítio.
    • Cobalto: Utilizado em combinação com o lítio para aumentar a estabilidade e a eficiência das baterias.
    • Níquel: Importante para melhorar a densidade energética das baterias.
    • Grafite: Usado como material anódico nas baterias, crucial para o armazenamento de energia.
    • Manganês: Contribui para a estabilidade das baterias.
    • Alumínio: Utilizado na estrutura do veículo e em componentes eletrônicos.
    • Cobre: Essencial para a fiação elétrica e sistemas eletrônicos dos veículos.
    • Aço e Ferro: Usados na estrutura do veículo, garantindo resistência e durabilidade.


    Atuação pelo desenvolvimento sustentável  

    Instalada no Congresso Nacional em 2023, a Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin) tem entre as suas missões trabalhar para melhorar o ambiente de negócios da mineração brasileira. Nesse sentido, recentemente, o colegiado apresentou o Projeto de Lei 2780/2024, que institui a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos (PNMCE). A proposta visa garantir que o Brasil realize o aproveitamento de seus minerais críticos e estratégicos de forma sustentável, visando a segurança alimentar, a segurança nacional, o desenvolvimento da indústria nacional e a transição energética global. 

    O Brasil se encontra em uma posição de destaque em relação aos minerais críticos e estratégicos, pois possui reservas de todos os minerais necessários para as tecnologias de produção de energias limpas, por exemplos estes que são utilizados para produção de baterias:

    • Grafite: O Brasil é um dos principais detentores de reservas de grafita no mundo, com aproximadamente 26% do total conhecido, e foi o 4º produtor mundial em 2022.
    • Alumínio: O país possui a terceira maior reserva do mundo de bauxita e é um dos principais produtores mundiais, com reservas concentradas principalmente no Pará e Minas Gerais.
    • Lítio: A produção de lítio no Brasil responde atualmente por 2% do que é produzido no mundo, com estimativas de aumento para 5% nos próximos 10 anos.
    • Cobalto: O país tem reservas de cerca de 70 mil toneladas, com os principais depósitos localizados em Minas Gerais e Goiás.
    • Níquel: O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de níquel, com reservas significativas em Goiás, Minas Gerais e Pará.
    • Cobre: O país representa cerca de 2% das reservas mundiais, com produção nos estados do Pará, Goiás, Bahia e Alagoas.
    • Manganês: O Brasil está entre os maiores produtores mundiais e detentores de reservas de manganês há mais de 100 anos, com principais reservas em Minas Gerais, Pará e Amapá.

    Além disso, outros minerais como terras raras e nióbio também podem ser utilizados em componentes eletrônicos e motores elétricos, destacando a complexidade e a diversidade dos materiais necessários para a fabricação de veículos elétricos.


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