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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Estação Brás da CPTM recebe ação ‘Diabetes no Alvo’ nesta sexta-feira (30)

Atividade será das 09h às 19h e tem como destaque a prevenção da diabetes


Quem passar pela Estação Brás da CPTM nesta sexta-feira (30/08) terá a oportunidade de participar da ação ‘Diabetes no Alvo’, parceria em conjunto com a ADJ Brasil Diabetes. A atividade será das 09h às 19h e tem como objetivo a prevenção e o monitoramento do diabetes. 

Serão oferecidos 700 testes de glicemia, avaliação de riscos de diabetes, orientação com profissionais de saúde, além de medição de peso, altura e circunferência da cintura.

Esta iniciativa é uma oportunidade para os passageiros cuidarem da saúde de forma prática e acessível, sem a necessidade de estar em jejum.
 

Ações de Cidadania

Todas as iniciativas são realizadas com o apoio da CPTM, que abre espaços em suas estações para a realização de atividades ligadas a promoção do bem-estar de seus passageiros. 

 

Serviço

Diabetes no Alvo
Local: Estação Brás da CPTM, que atende as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral e 12-Safira
Data: sexta-feira, 30 de agosto
Horário: das 9h às 19h


Sintomas da Diverticulose (quando os divertículos não estão inflamados)

 


  • Assintomática: A maioria das pessoas com diverticulose não apresenta sintomas.
  • Desconforto Abdominal: Algumas pessoas podem sentir desconforto ou dor leve no abdômen, geralmente no lado esquerdo.


Sintomas da Diverticulite (quando os divertículos inflamam ou infeccionam):

  • Dor Abdominal: Dor intensa e persistente, geralmente no lado inferior esquerdo do abdômen.
  • Febre: Pode ocorrer febre baixa ou alta, dependendo da gravidade da infecção.
  • Náusea e Vômito: Sensação de náusea e, em alguns casos, vômito.
  • Alterações no Hábito Intestinal: Constipação ou, menos frequentemente, diarreia.
  • Sensibilidade Abdominal: Sensibilidade ao toque na área afetada.
  • Inchaço e Gases: Sensação de inchaço e excesso de gases.


Complicações Possíveis:

  • Abscesso: Formação de pus ao redor do divertículo inflamado.
  • Perfuração: Um buraco na parede do intestino, que pode levar a uma infecção grave na cavidade abdominal (peritonite).
  • Fístula: Conexão anormal entre o cólon e outros órgãos.
  • Obstrução Intestinal: Bloqueio parcial ou total do intestino.


As causas exatas da doença diverticular de cólon não são completamente compreendidas, mas vários fatores de risco foram identificados. Estes incluem:

  1. Envelhecimento: Como mencionado, o risco aumenta com a idade devido ao enfraquecimento natural da parede do cólon.
  2. Dieta: Uma dieta pobre em fibras e rica em alimentos processados, pode aumentar o risco de desenvolver divertículos. A falta de fibras pode levar a fezes duras, o que aumenta a pressão dentro do cólon.
  3. Genética: A predisposição genética desempenha um papel em alguns casos.
  4. Estilo de Vida: Fatores como o sedentarismo e o tabagismo também podem aumentar o risco.

"O tratamento da doença diverticular depende da gravidade dos sintomas. Em casos leves, ajustes na dieta, como o aumento da ingestão de fibras, e o uso de analgésicos podem aliviar o desconforto. Em casos mais graves, pode ser necessário tratamento com antibióticos e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos.

Em resumo, a doença diverticular de cólon é mais prevalente em pessoas de meia-idade e idosas, sendo agora mais comum em mulheres do que em homens. A compreensão desses fatores pode ajudar na prevenção e no tratamento eficaz dessa condição.

Se você ou alguém que você conhece estiver apresentando esses sintomas, é importante procurar um médico para uma avaliação adequada e tratamento. A diverticulite pode ser uma condição séria e requer atenção médica. – Alerta o Dr. Ernesto Alarcon." 



Dr. Ernesto Alarcon - Cirurgião Geral especialista em videolaparoscopia e atuação com enfase em Cirurgia Geral e Digestiva. Clinica em SP. Cirurgias de hérnias, vesículas, vasectomia, Bariátrica, entre outros. Coordenador e Chefe de Equipes Médicas em Alguns Hospitais em São Paulo.
https://drernestoalarcon.com.br
@drernestoalarcon


Vida em liberdade: com tratamento adequado, pacientes podem conviver com a Leucemia Linfoide Crônica

A LLC é considerada uma doença crônica em que o acompanhamento médico e o tratamento adequado ao perfil do paciente podem minimizar o impacto na qualidade de vida dos pacientes que são, em sua maioria, idosos.1
 

 “Longevidade e leucemia parecem palavras que, inicialmente, não combinariam. Contudo, hoje existem tratamentos que conseguem adicionar anos com qualidade para o paciente, principalmente quando falamos de uma leucemia de característica crônica”, inicia a Dra. Mariane Mariane Gennari, médica hematologista pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Esse é o caso da leucemia linfoide crônica (LLC), um dos mais comuns tipos de câncer no sangue[1] e que ocorre com mais frequência em pacientes com idade entre 65 e 74 anos[2]. 

A médica especialista em câncer do sangue afirma: “É muito comum e compreensível o paciente ter um choque ao receber um diagnóstico de leucemia. Contudo, existem diversas formas que esse tipo de leucemia pode ser controlada. Hoje, com a evolução na ciência, vemos pacientes de LLC mantendo expectativa de vida sem perda de qualidade mesmo com a doença.” Entre os anos de 2020 e 2022, foram diagnosticados cerca de 4,8 mil casos em mulheres e 5,920 mil em homens, que são a maioria em todos os registros de LLC pelo mundo2

Por conta de seu desenvolvimento silencioso, o acompanhamento dos sinais e sintomas é a principal maneira de evitar a evolução para casos mais agressivos, na tentativa de manter a capacidade de controle da doença, garantindo ao paciente o melhor prognóstico possível.[3]
 

Diagnóstico e sintomas: a constância é o melhor remédio

É importante ter em mente que a LLC é uma doença crônica e que não é herdada geneticamente. Os sintomas da doença – que incluem sensação de cansaço4, infecções repetidas4, perda de peso sem razão aparente4, dores pelo corpo4, dentre outros - são facilmente confundidos com outras doenças comuns que pacientes que estão chegando à terceira idade, ou seja, a população mais frequente entre os pacientes de LLC.4 

A Leucemia Linfoide Crônica é acometida pelo crescimento descontrolado de linfócitos B que, geralmente, não impedem o crescimento de células normais4. Por isso, pacientes com essa doença podem demorar meses, ou até mesmo anos, até que a doença seja identificada.4  

“Isso acontece porque os linfócitos B são originados das células B, que possuem um desenvolvimento lento.”explica a médica. 
 

Os principais sintomas são:

  • Perda de peso inexplicável4;
  • Sensação de cansaço4;
  • Infecções repetidas4;
  • Febre4;
  • Suores noturnos4;
  • Hematomas ou sangramentos4;
  • Gânglios linfáticos ou baço aumentados4.

“Por isso é de extrema importância estar com as visitas ao médico em dia, em especial com o hematologista, que é o médico responsável por identificar doenças no sangue. Quanto maior a constância de exames de rotina, mais rápido o diagnóstico e o início do tratamento”, adiciona a especialista.
 

 Tratamento: a liberdade de viver não pode parar!

Nos últimos anos, houve um avanço para tratamento de diferentes tipos de leucemia. No caso da LLC, as opções de tratamento envolvem imunoterapias, quimioterapias, terapias alvo e até mesmo a opção de tratamentos finitos. A escolha do tratamento varia e depende de fatores como o estágio da doença, aptidão física, mutações genéticas, condições médicas e outros diversos fatores.4  

“O tratamento para LLC precisa ser acima de tudo o mais preciso possível. Dentre as opções disponíveis hoje, conseguimos trabalhar com muita personalização e adaptação das abordagens à cada caso.” diz a médica. “Um exemplo disso é a opção de tratamentos finitos, ou seja, em que o paciente não precisa fazer o uso de um mesmo medicamento por longos períodos, com alguns intervalos no tratamento sem a perda da eficácia. A ideia é, na verdade, que esse paciente seja exposto a uma menor toxicidade a longo prazo, o que é muito importante se levarmos em conta que a maioria das pessoas que vivem com LLC tendem a estar com a idade mais avançada.” 

Em caso de diagnóstico positivo, o conselho do especialista é procurar manter a calma e conversar com um médico sobre qual o tratamento mais indicado. "Algumas perguntas, sobre como funciona o tratamento, por quanto tempo ele será necessário, quais resultados são esperados, dentre outras, são essenciais para manter um diálogo aberto com o médico, o que sempre impacta positivamente no prognóstico do paciente.” 

Por ser uma leucemia considera crônica, a LLC é um dos cânceres de sangue com a menor taxa de mortalidade.3 “Fazer acompanhamento médico e manter o tratamento em dia são as maiores ferramentas para um prognóstico positivo e a continuidade de um estilo de vida de qualidade”, adiciona a médica. 

“Hoje, falamos cada vez mais de LLC como uma doença crônica, ou seja, que precisará de acompanhamento constante, mas que, junto com tratamento e de um diálogo claro e aberto entre médico e paciente, a doença não precisa nem deve ser considerada uma sentença de morte”, comenta. “Existe muita vida, com qualidade, para quem vive com LLC”, finaliza.
 



[1] https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/05/20/leucemia-de-susana-vieira-nao-tem-cura-mas-tem-controle-entenda-o-caso.htm

[2] https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2023/sociedade/20230428_ReSoc_404_Rituximabe_LLC.pdf

[3] https://www.abbvie.com.br/our-science/therapeutic-focus-areas/oncology/llc.html#:~:text=Ela%20come%C3%A7a%20na%20medula%20%C3%B3ssea,chance%20de%20ocorrer%20em%20homens

 

Dia do Cirurgião do Quadril: artrose no quadril acomete 10 milhões de brasileiros e impacta qualidade de vida

Entre janeiro de 2020 e junho de 2024, o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) registrou um total de 116.349 cirurgias para o tratamento de artrose do quadril.

 

A artrose no quadril é um problema de saúde pública que afeta milhões de brasileiros, limitando a mobilidade e a qualidade de vida. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 10 milhões de pessoas no país convivem com essa doença degenerativa, que causa desgaste da cartilagem e provoca dor intensa.

 

No Brasil, entre janeiro de 2020 e junho de 2024, o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) registrou 116.349 cirurgias para tratamento de artrose do quadril. 

A patologia afeta principalmente pessoas com mais de 60 anos e é mais comum entre as mulheres. No entanto, fatores como obesidade, sedentarismo e diabetes também elevam o risco de desenvolver artrose no quadril.

A Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ) alerta para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença. Com o avanço da medicina, a cirurgia de quadril se tornou uma opção eficaz para aliviar a dor e restaurar a função da articulação, permitindo que os pacientes voltem a realizar as atividades do dia a dia com mais qualidade de vida.

O presidente da SBQ, Marcos Giordano, explica que a artrose no quadril, também conhecida como osteoartrite, é uma doença degenerativa das articulações que afeta a cartilagem que reveste a superfície dos ossos. Com o tempo, essa cartilagem desgastada-se, sofre em dor, restrição e limitação dos movimentos do quadril. Segundo o médico, “a artrose é mais comum em pessoas idosas, mas também pode afetar indivíduos mais jovens, especialmente aqueles que têm histórico familiar de doença ou lesões na região do quadril.” 

“Os sintomas da artrose no quadril variam de pessoa para pessoa, mas podem incluir dor persistente na virilha, nas nádegas ou na coxa, rigidez matinal, dificuldade para caminhar ou subir escadas, e uma sensação de ‘travamento’ da articulação. Conforme a doença progressiva, os pacientes podem ter sua mobilidade significativamente comprometida, prejudicando suas atividades e qualidade de vida.”, pontua o especialista. 

No dia 29 de agosto, Dia do Cirurgião do Quadril, a Sociedade Brasileira do Quadril celebra os profissionais que dedicam suas vidas a melhorar a saúde da população. A entidade reforça a importância da prevenção e do cuidado com a saúde das articulações, incentivando a prática de atividades físicas regulares, o controle do peso e a alimentação equilibrada.

 

Sociedade Brasileira do Quadril – SBQ



Dia Nacional do Combate ao Fumo conscientiza sobre os perigos do tabagismo e os riscos de câncer de pulmão

Câncer é o mais comum em todo o mundo e o terceiro mais frequente no Brasil, mas é o mais letal de todos


O dia 29 de agosto é o Dia Nacional do Combate ao Fumo, que visa conscientizar sobre os perigos do tabagismo, o principal fator causador do câncer de pulmão, também lembrado durante o mês do Agosto Branco. O câncer de pulmão é o terceiro mais frequente no Brasil, atrás apenas dos cânceres de próstata e de mama, mas é o mais letal de todos. Segundo dados do Ministério da Saúde, 29,5 mil pessoas morreram em decorrência desse tumor em 2020. Em todo o mundo, esse é o câncer mais comum, com 2,5 milhões de novos casos, e mais letal, com 1,8 milhões de mortes em 2022, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o cirurgião torácico do Hospital Edmundo Vasconcelos, Mario Claudio Ghefter, é muito importante conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo, uma vez que esse é o principal fator de risco associado ao câncer de pulmão. Segundo ele, cerca de 85% de pessoas com esse tumor são fumantes. “Não é todo mundo que fuma que vai ter o câncer de pulmão, mas esse é um fator de risco predominante, já que os fumantes têm até 30 vezes mais chances de desenvolver esses tumores. Para além do câncer de pulmão, o tabagismo leva a incidência de outras doenças como o câncer de bexiga, infarto, AVC, doenças cardiovasculares e arteriosclerose. Um dos fatores mais graves relativos ao câncer de pulmão é o enfisema pulmonar, responsável por aproximadamente 3 milhões de mortes todos os anos no mundo, que faz com que a pessoa não consiga respirar e fique extremamente debilitada”, descreve ele.

Segundo o médico, é importante salientar que o tabagismo não é apenas uma questão de escolha individual, já que as doenças causadas pelo fumo envolvem toda a sociedade e envolvem custos elevados também para a saúde pública.

O especialista ressalta que o Brasil tem sido muito bem-sucedido nos últimos 30 anos em suas políticas de controle do tabagismo, apresentando redução significativa com 12,5% da população fumante atualmente, uma média sete pontos percentuais menores que a média global, segundo a plataforma Progress Hub, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, o cirurgião torácico do Edmundo Vasconcelos reforça que a medicina tem apresentado uma grande preocupação nos últimos anos com os cigarros eletrônicos, ou vapes. “É preciso fazer um alerta especialmente aos mais jovens sobre os perigos desses aparelhos. Ainda nem conhecemos todos os seus malefícios, mas já há uma doença chamada EVALI, denominada assim nos Estados Unidos, que corresponde à lesão pulmonar associada ao uso do cigarro eletrônico ou produto vaping, que tem sido mortal. Já há notícias de diversos jovens que morreram por conta do cigarro eletrônico e é grande a possibilidade de aumentar a incidência de câncer de pulmão por conta disso”, destaca ele.

O grande alerta apontado por Mario Ghefter diz respeito à falta de sintomas apresentados pelo câncer de pulmão em suas etapas iniciais. “Os sintomas nunca são iniciais. Eles sempre aparecem na fase tardia da doença quando as chances de cura diminuem muito. Nesses casos os sintomas já são graves como dores, tosse com sangue, falta de ar e outros sintomas decorrentes da metástase para outros órgãos. Por isso, é essencial realizar o diagnóstico precoce. A detecção precoce do câncer sempre colaborará para aumentar as chances de cura”, explica.

 


Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


Quem tem medo de anestesia?

Professor de Anestesiologia do Centro Universitário São Camilo desmistifica o procedimento

 

Quando um paciente necessita realizar uma cirurgia, seja eletiva ou não, seu primeiro sentimento é normalmente o medo dos riscos do procedimento e os efeitos durante e pós anestesia. O professor do curso de Anestesiologia do Centro Universitário São Camilo, Guinther Giroldo, desmistifica esse medo e explica qual é a melhor forma de se preparar para passar por uma mesa cirúrgica de forma tranquila.  

“A Anestesiologia se consolidou desde o desenvolvimento de novos fármacos e dos avanços tecnológicos, diminuindo os riscos do procedimento e, consequentemente, com perfil de segurança melhorado e previsível. Com os primeiros anestésicos peridurais e o bloqueio de nervos no início do século XX foram criadas alternativas seguras para cirurgias menores, reduzindo o risco de complicações associadas à anestesia geral”.  

De fato, a evolução da Anestesiologia e da Farmacologia, do século XX em diante, está alinhada aos resultados mais positivos nos procedimentos anestésicos. Para além dos fármacos, a introdução de monitores cardíacos e de oxigenação permitiram controle mais rigoroso do estado dos pacientes durante a anestesia, aumentando a segurança e reduzindo os índices de mortalidade.  

De acordo com o professor do Centro Universitário São Camilo, a incidência de parada cardiorrespiratória (PCR) durante a anestesia é relativamente baixa, mas varia dependendo do tipo de cirurgia e da condição do paciente. De acordo com estudos recentes, a taxa de PCR durante procedimentos anestésicos é de aproximadamente 3 em cada 10.000 pacientes, com essa incidência caindo para cerca de 1 em cada 10 mil em pacientes saudáveis submetidos a cirurgias de rotina. 

“Esses eventos são mais frequentes em cirurgias de emergência e em pacientes com comorbidades significativas. Em pacientes submetidos a cirurgias de rotina e saudáveis (ASA I), a ocorrência de PCR é rara, sendo observada em menos de 1 em 10 mil casos. Já em cirurgias de urgência, a taxa de sobrevivência é menor, com cerca de 37% dos pacientes sobrevivendo até a alta hospitalar”, explicou. 

Segundo ele, essas taxas de incidência e de sucesso na ressuscitação são significativamente melhores do que aquelas ocorridas fora do ambiente operatório, onde a taxa de sobrevivência é bem menor. Esse sucesso é atribuído ao ambiente altamente monitorado e à presença de anestesistas treinados que podem identificar e responder rapidamente às causas da PCR.“ A redução dessas ocorrências durante anestesia ao longo dos anos pode ser atribuída a melhorias nas práticas clínicas, às tecnologias avançadas e ao melhor treinamento dos profissionais de Saúde”, enfatiza Giroldo. 

 

Anestesia geral

A anestesia geral é utilizada em cirurgias mais complexas, quando é necessário induzir o pacidente ao estado de inconsciência total. Ele recebe medicamentos por via intravenosa ou inalatória que promovem relaxamento muscular e perda de sensibilidade. Esse tipo de anestesia exige cuidados rigorosos, como a avaliação pré-anestésica, que inclui a coleta de histórico médico, a análise dos exames laboratoriais e a verificação de alergias a medicamentos.

 

Anestesia regional

A anestesia regional, por sua vez, envolve a injeção de anestésicos em áreas específicas do corpo, bloqueando a sensação em grandes regiões, como um membro ou parte do abdômen. Os preparativos incluem a explicação ao paciente sobre o procedimento, a realização de exames para avaliar a função neurológica e a saúde cardiovascular. O jejum é obrigatório. São exemplos a anestesia epidural e a raquiana, utilizadas em partos e cirurgias ortopédicas. 

 

Anestesia local

A anestesia local é aplicada diretamente na área a ser operada, proporcionando analgesia sem afetar a consciência do paciente. É frequentemente utilizada em procedimentos como remoção de lesões cutâneas ou em Odontologia. Mesmo sendo menos complexa, a anestesia local requer preparativos, como a avaliação do local da intervenção, o controle da medicação atual do paciente e a verificação de possíveis alergias a anestésicos.

O que o paciente vai sentir após a anestesia depende muito da operação, do tipo de anestésico utilizado, de suas condições físicas, da medicação que ele toma ou tomou, enfim, de múltiplos fatores. Graças às técnicas modernas apenas um número muito pequeno de pessoas chega a sentir-se mal.  

“Independentemente do tipo de anestesia escolhido, os preparativos pré-cirúrgicos são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar do paciente. Com isso, os riscos podem ser evitados. O paciente tem o dever de informar se tem alguma alergia, incluindo a alimentar, no intuito de evitar reação cruzada com outras medicações. Cabe ao anestesiologista dar apoio e tranquilizá-lo para minimizar a ansiedade e promover uma experiência mais tranquila. O paciente não deve abrir mão da presença constante do anestesiologista ao seu lado até o pronto restabelecimento de suas funções fisiológicas. É este profissional quem vigia seu organismo e o mantém funcionando de forma equilibrada, controlando sua pressão arterial, pulso, ritmo cardíaco, respiração, temperatura corporal e outras funções orgânicas importantíssimas para o sucesso da cirurgia”, finaliza o professor Giroldo.


Especialistas dão dicas de como se preparar para a chegada e as primeiras semanas do bebê

A chegada de um bebê é um momento repleto de emoções e expectativas, e preparar-se adequadamente para as primeiras semanas é fundamental para garantir o bem-estar tanto do bebê quanto da mãe. Nesse período, o estado emocional da mãe, o preparo físico durante a gestação e o suporte da rede de apoio desempenham papéis essenciais para uma transição suave e saudável.


Estado emocional da mãe

Durante a gestação, o estado emocional da mãe influencia diretamente o desenvolvimento do vínculo materno-fetal e pode afetar a produção de leite após o parto. Segundo especialistas, as doenças mentais são prevalentes no processo gravídico-puerperal, com cerca de 30% das mulheres desenvolvendo algum tipo de transtorno mental no pós-parto. O blues puerperal, uma fase de melancolia comum no pós-parto, pode durar semanas ou até anos, impactando a amamentação e o vínculo com o bebê.

“É essencial que as mães compreendam que essas dificuldades emocionais não são culpa delas, mas sim um processo de adoecimento. A privação de sono, as alterações hormonais e a intensa demanda emocional do pós-parto requerem compreensão e apoio”, afirma Paula Machado, obstetra do Hospital Mater Dei Santa Clara.


Preparação física durante a gestação

A prática regular de atividade física durante a gravidez é altamente recomendada, salvo exceções. Além de reduzir o risco de complicações como diabetes gestacional e hipertensão, manter-se ativa contribui para uma recuperação pós-parto mais rápida e eficaz. “O mínimo recomendado é de 150 minutos semanais de atividade física moderada, distribuídos em, pelo menos, três sessões semanais”, recomenda a médica.


Consulta pré-natal pediátrica

Uma das recomendações importantes para os futuros pais é agendar uma consulta com o pediatra que acompanhará o bebê após o nascimento. Esse encontro inicial, que tem se tornado cada vez mais comum, é uma oportunidade para os pais se familiarizarem com o médico que cuidará da saúde do bebê desde os primeiros dias de vida. “Durante a consulta, a pediatra pode antecipar situações normais do recém-nascido, ajudando a acalmar a ansiedade dos pais e oferecendo orientações práticas para os cuidados iniciais”, orienta Cristiane Carvalho, pediatra do Hospital Mater Dei Premium Goiânia.


Preparando a Bolsa da Maternidade

Arrumar a bolsa da maternidade com antecedência é importante para garantir que tudo esteja pronto para o grande dia. A recomendação é começar a preparar a bolsa a partir da 35ª semana de gestação. A quantidade de malas, incluindo a do acompanhante, fica a critério de cada família, mas é importante que contenham todos os itens necessários para o conforto da mãe e do bebê durante a estadia no hospital. O Hospital Mater Dei Santa Clara dispõe de uma lista que pode ser consultada para que nada seja esquecido.


Curso de gestante

Para os futuros pais que desejam se preparar de forma ainda mais completa, a participação no curso "Casal Grávido", oferecido pela Rede Mater Dei de Saúde, é altamente recomendada. Este curso é ministrado por uma equipe de profissionais de saúde, incluindo ginecologistas, obstetras e pediatras, e aborda uma ampla gama de tópicos essenciais para a gestação e os cuidados com o recém-nascido.

Durante as aulas, os participantes têm acesso a informações detalhadas sobre cada fase da gestação, incluindo os cuidados no pré-natal, as adaptações do corpo da mãe e o desenvolvimento fetal, preparação para o parto, cuidados pós-parto para a mãe e o bebê, e a amamentação. 


Hora de ouro

De acordo com Paula, precisamos compreender a importância de garantir os direitos do recém-nascido, que é vulnerável e depende completamente dos cuidados que recebe. “Um dos momentos mais críticos para o desenvolvimento saudável do bebê é a chamada "hora de ouro", que se refere à primeira hora após o nascimento. Estudos científicos têm demonstrado que esse período é crucial para estabelecer o contato pele a pele entre a mãe e o bebê, proporcionando inúmeros benefícios”.

Esse contato imediato ajuda a estimular a produção de leite materno, substancial para a amamentação bem-sucedida. Além disso, durante essa hora, o bebê entra em contato com a flora bacteriana saudável da mãe, o que contribui para a formação de um microbioma forte, protegendo-o de futuras infecções. Esse momento também é fundamental para a criação de um vínculo emocional profundo entre mãe e filho, o que pode diminuir o risco de depressão pós-parto e promover uma descida mais eficiente do leite.

“Embora seja desejável que o bebê mame durante essa primeira hora, não há necessidade de pressa. O mais importante é que ele tenha a oportunidade de encontrar o seio materno, entrar em contato com o colostro, aquecer-se e sentir o toque e o cheiro da mãe. Esses primeiros momentos são fundamentais para iniciar a amamentação de forma natural e tranquila”, explica a obstetra.

É importante ressaltar que esse benefício não se restringe aos partos normais. Mesmo em casos de cesariana, é possível e altamente recomendado que o bebê tenha o contato pele a pele com a mãe. “Para isso, é necessário que a temperatura da sala de parto seja mantida acima de 23 graus, garantindo que o bebê fique aquecido e confortável durante esse contato inicial. Essas medidas simples, mas cientificamente embasadas, são essenciais para assegurar que o recém-nascido aproveite ao máximo os benefícios da ‘hora de ouro’, independentemente do tipo de parto”, acrescenta Paula.


Sinais de que o bebê está bem alimentado

Nos primeiros dias após o nascimento, os pais podem se preocupar se o bebê está se alimentando adequadamente. “Alguns sinais importantes incluem diurese frequente com urina de aspecto claro, fezes pastosas, fontanela plana (moleira), e o bebê dormindo após a mamada, soltando o seio espontaneamente. Esses sinais indicam que o bebê está recebendo nutrição suficiente”, explica a pediatra Cristiane.

Cristiane lembra também que, durante a amamentação, é comum que o bebê engula o ar, o que pode causar desconforto e distensão abdominal. Por isso, é importante permitir que o bebê arrote após a mamada, eliminando o ar ingerido e prevenindo problemas que possam atrapalhar a amamentação.


O papel da rede de apoio

A rede de apoio é preciosa para o sucesso na maternidade. Ela oferece suporte emocional e prático, ajudando as mães a lidarem com os desafios da amamentação, mudanças hormonais, transformações corporais e a readaptação à vida cotidiana. Um bom sistema de apoio permite que a mãe se concentre em sua recuperação e no cuidado com o bebê, sabendo que tem com quem contar em momentos de necessidade. “A rede de apoio materno é aquele ombro, real ou virtual, onde as mães podem desabafar e entender as transformações que a maternidade traz à vida – das dificuldades de amamentação ao desmame, solidão, hormônios, transformações do corpo, até a retomada da rotina do casal”, afirma a pediatra.


Dicas para uma maternidade mais leve

Para tornar a maternidade um período mais leve e prazeroso, é recomendável seguir algumas sugestões da médica Cristiane:

- Prepare-se financeiramente e dedique tempo para aproveitar esse momento especial.

- Evite expectativas externas; cada maternidade é única.

- Crie sua própria rotina e garanta um ambiente tranquilo para você e seu bebê.

- Cuide de sua alimentação e hidratação.

- Permita-se errar e aprender.

- Tenha uma rede de apoio bem estabelecida.

- Informe-se sobre o funcionamento do seu corpo durante a amamentação. 


O que é fibrilação atrial, doença que afetou o técnico Tite

Cerca de 2 milhões de brasileiros descobrem a doença anualmente

 

Batimentos acelerados e descompassados do coração podem ser sinais de uma doença comum que atinge cerca de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil: a fibrilação atrial. Trata-se de um tipo muito comum de arritmia cardíaca, em que os átrios se contraem de maneira desordenada.  

O técnico Tite, do Flamengo, sofreu recentemente um mal-estar causado pela doença durante um jogo da Libertadores em La Paz, Bolívia, cidade localizada a 3.600 metros acima do nível do mar. Foi internado e já está liberado para o tratamento em casa.

“Na maioria das vezes, o tratamento é clínico, com uso de anticoagulantes que impedem a formação de coágulos - trombos no coração -, diminuindo a chance de ter AVC. O controle da arritmia também pode ser tentado com remédios e até mesmo a cardioversão elétrica (choque), um procedimento bastante seguro de ser realizado”, afirma o Dr. Guy Prado, cardiologista do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES).

Ainda segundo o cardiologista, é importante entender os casos de forma individualizada. Em alguns casos, pode ser indicado o cateterismo cardíaco para avaliação da parte elétrica do coração (estudo eletrofisiológico) e realizar uma espécie de cauterização de fibras específicas do coração para “quebrar” o circuito da arritmia. Ou ainda, para aqueles pacientes que não podem receber os anticoagulantes, é possível através de cateteres (procedimento minimamente invasivo) implantar uma prótese em uma região específica do coração e assim impedir a formação de coágulos na presença da fibrilação atrial.


Sintomas mais comuns

As palpitações (sensação de batimentos cardíacos rápidos) são os primeiros sinais, acompanhadas, muitas vezes, de dor ou desconforto no peito e de falta de ar.  

Em casos de palpitações muito significativas (em que ocorrem batimentos cardíacos muito rápidos), pode ocorrer queda da pressão arterial e até mesmo desmaio.  

“São menos comuns pacientes assintomáticos, ou seja, que não sentem nenhum desconforto. Nesses casos, é detectada a doença através de exames complementares”, explica o cardiologista do HES.

 

Fatores de risco

A fibrilação atrial está associada a vários fatores de risco que podem contribuir para seu desenvolvimento. Entre os principais fatores estão a hipertensão arterial, que sobrecarrega o coração e pode levar a alterações estruturais nos átrios; doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca, doenças valvares e doença arterial coronariana; e o diabetes. Outros fatores incluem o consumo excessivo de álcool, que pode desencadear episódios de fibrilação atrial isoladamente, e o histórico de apneia do sono, uma condição que afeta a respiração e pode agravar problemas cardíacos.  

Além disso, fatores genéticos e o avanço da idade também desempenham um papel significativo, uma vez que a probabilidade de desenvolver fibrilação atrial aumenta com a idade. Identificar e gerenciar esses fatores de risco são cruciais para prevenir a fibrilação atrial e reduzir a probabilidade de complicações associadas.




Hospital Evangélico de Sorocaba


Arritmias cardíacas são a principal causa de morte súbita no Brasil

 Acompanhamento com cardiologista e diagnóstico adequado são fundamentais para tratar o problema e evitar diversas complicações que podem até levar à morte

Em um ritmo normal, o coração de uma pessoa em repouso bate de 50 a 90 vezes por minuto (bpm). Quando há um descompasso, seja ele fazendo com que as batidas fiquem mais lentas, mais aceleradas ou irregulares, é caracterizada a arritmia cardíaca. A doença atinge mais de 20 milhões de brasileiros e gera mais de 300 mil mortes súbitas ao ano no país, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC). Entretanto, todas as pessoas vão apresentar arritmia em alguma fase da vida, caso não tenham cuidados preventivos. 

Para evitar esse desfecho, é importante incluir o acompanhamento cardiológico na rotina de cuidados com a saúde. “Muitos pacientes não têm sintomas e a descoberta da arritmia acaba sendo acidental, tendo a morte súbita como a primeira e única manifestação. Nos casos em que ela apresenta sinais, é possível sentir palpitações, escurecimento da vista, tonturas, desmaios, palidez, sudorese, mal-estar, dores no peito, falta de ar”, revela o cardiologista, Dr. José Carlos Pachón. 

A arritmia pode atingir pessoas em qualquer idade, porém é mais comum na faixa etária de 45 a 74 anos. O diagnóstico é feito por meio de uma minuciosa avaliação clínica e por exames, como o eletrocardiograma, Holter, teste ergométrico e o estudo eletrofisiológico. “Quando, em repouso, o coração está em um ritmo lento (abaixo de 50 pbm), é constatada uma bradicardia. Já quando está acelerado (acima de 90 bpm), temos uma taquicardia”, explica o especialista. 

Existem arritmias benignas que, normalmente, ocorrem na parte superior do coração (átrios) e, apesar de interferirem nos batimentos cardíacos, dificilmente levam à morte. Já as arritmias cardíacas malignas, geralmente, ocorrem na parte inferior do coração (ventrículos) e podem ocasionar a morte súbita. 

Um dos tipos mais importantes de arritmia cardíaca, muito comum e capaz de provocar o acidente vascular cerebral (AVC), é a fibrilação atrial. “Neste caso, tanto a frequência como a regularidade do ritmo cardíaco são afetados. Este distúrbio é o mais frequente da atualidade devido ao envelhecimento da população. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas sejam afetadas por esta arritmia cardíaca”, alerta o Dr. Pachón. 

Com base no diagnóstico, o médico irá indicar o tratamento adequado. “É possível utilizar medicamentos específicos, implante de marca-passos e a ablação por radiofrequência (que podem tratar de forma definitiva a arritmia cardíaca). A ablação por radiofrequência é o tratamento mais avançado da fibrilação atrial e o único que pode curar a arritmia sem medicamentos. É realizada através de cateteres que são levados ao coração por uma veia, sem a necessidade de cortes ou da abertura do tórax, em dois dias de internação”, detalha o cardiologista. 

Assim como no infarto, a arritmia cardíaca pode ser evitada e controlada com algumas medidas, como reduzir o estresse, ter uma alimentação saudável, rica em legumes, frutas e verduras, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e de energéticos, não fumar, controlar a pressão arterial e praticar alguma atividade física regularmente.
 

Hcor


Como hábitos alimentares influenciam a prevenção de doenças crônicas

 

Créditos: Newton Paiva


Especialista explica como escolhas alimentares saudáveis podem transformar a saúde e prevenir doenças

 

Uma boa alimentação é um dos pilares fundamentais para a prevenção de doenças crônicas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que uma dieta inadequada é responsável por aproximadamente 11 milhões de mortes anualmente. Além disso, estima-se que 70% das doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, poderiam ser prevenidas com hábitos alimentares mais saudáveis. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), um em cada três casos dos tipos mais comuns de câncer poderia ser evitado se, no dia a dia, as pessoas praticassem mais atividades físicas, adotassem uma alimentação mais rica e variada, e optassem por não comer alimentos ultraprocessados. 

De acordo com Alessandra Lovato, professora de nutrição no Centro Universitário Newton Paiva, alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e legumes, fornecem os elementos essenciais que o corpo precisa para funcionar corretamente e prevenir enfermidades. “Para prevenção do surgimento desses problemas, boas escolhas alimentares são fundamentais”, afirma a especialista. 

Os grãos integrais também desempenham um papel crucial na prevenção de doenças crônicas. Eles são fontes ricas de fibras, que ajudam na digestão e controle dos níveis de açúcar no sangue. A inclusão de grãos integrais na dieta pode prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e melhorar a saúde cardiovascular. A substituição de carboidratos refinados por integrais é uma das mudanças mais recomendadas por especialistas da área de nutrição. 

Proteínas magras, como peixes, aves e leguminosas, são essenciais para a manutenção da massa muscular e o bom funcionamento do metabolismo de forma geral. Esses alimentos fornecem aminoácidos essenciais sem as gorduras saturadas encontradas, por exemplo, nas carnes vermelhas processadas, que estão associadas ao aumento do risco de doenças cardíacas e câncer. Já a inclusão de peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, é conhecida por seus benefícios cardiovasculares. 

Além de escolher os alimentos corretos, também é importante evitar o consumo excessivo de sal, açúcar e gorduras saturadas. Esses elementos, na maioria das vezes, são encontrados em alimentos ultraprocessados, grandes vilões na dieta moderna. O consumo exagerado desses produtos está diretamente ligado ao aumento da obesidade, hipertensão e outros problemas de saúde. 

A adoção de uma dieta equilibrada e rica em nutrientes é uma estratégia eficaz na prevenção de doenças crônicas. Como destaca Alessandra Lovato, “Comer bem não é apenas uma questão de estética, mas de saúde e longevidade”. Adotar bons hábitos alimentares pode não só prevenir doenças, mas também melhorar a qualidade de vida e o bem-estar geral.

 

Centro Universitário Newton Paiva
 

Câncer de pulmão: cerca de 20% dos pacientes continuam fumando durante ou após o tratamento oncológico

Hábito aumenta o risco de recidiva da neoplasia e afeta o resultado de terapias contra a doença 

O tabagismo continua sendo a principal causa de câncer de pulmão no mundo. No Brasil, são estimados 32.300 novos casos da doença para este ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o que apenas reforça a importância de um olhar cuidadoso para os cânceres pulmonares - que ainda lideram o ranking das doenças oncológicas que mais matam todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Contudo, além de todos os desafios, há ainda o panorama de pacientes que, por conta do vício, continuam fumando mesmo após o diagnóstico. "Geralmente, quando recebem a notícia, a maioria deles param de fumar. Mas, cerca de 15% a 20% continuam fumando durante ou após o tratamento, podendo resultar em um risco aumentado do câncer voltar ou ainda na diminuição da eficácia dos tratamentos oncológicos, como a quimioterapia ou radioterapia", explica William Nassib William Junior, líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclíncias&Co.  

Ainda segundo o INCA, fumar durante o tratamento oncológico pode aumentar os efeitos colaterais das terapias, provocando uma redução na qualidade de vida do paciente. "O hábito também contribui para maiores chances de trombose, AVC e infarto nessa parcela", acrescenta o oncologista. 

Embora seja comprovado que cessar o tabagismo promove diversos benefícios, inclusive para quem já tem a doença, o oncologista ressalta que, sem ajuda, ainda é muito difícil deixar o vício. "O ideal é que o paciente oncológico pare de fumar definitivamente, mas sabemos que nem sempre essa é a realidade. Buscar por aconselhamento especializado é o primeiro passo para tratar a dependência e, consequentemente, promover uma melhor qualidade de vida para quem está enfrentando ou já enfrentou o câncer". 


Pesquisa aponta impactos na qualidade de vida de quem fuma

O estudo “Impact of Smoking Status on Health-related quality of life in Cancer Survivors”, publicada na Frontiers, uma das revistas mais prestigiadas de medicina do mundo, usou o índice de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (HRQoL) em sobreviventes de câncer. Em uma amostra de 39.578 pessoas, foi descoberto que fumantes atuais têm uma qualidade de vida significativamente menor em comparação com não fumantes. E ex-fumantes também mostraram uma qualidade de vida inferior, embora menos acentuada. 

“Esse tipo de abordagem é importante pois impacta tanto nas políticas de cessação do tabagismo como também na abordagem em relação ao tratamento oncológico dos tabagistas e ex-tabagistas. Então, tem uma importância para o público geral e para a prática clínica. A gente acompanha a evolução na oncologia e vemos que, cada vez mais, os tratamentos são pensados de forma mais individualizada. Esse também é um fator que entra nessa conta”, aponta uma das co-autoras da análise, Cristiane Bergerot, psico-oncologista e líder da especialidade Equipe Multidisciplinar da Oncoclínicas&Co. 

Além disso, segundo Cristiane Bergerot, com um olhar voltado para esses resultados, também é possível pensar em abordagens que reduzem os outros riscos associados ao tabagismo, além do câncer.  

Entenda os benefícios de deixar fumar:

Em 20 minutos: a pressão arterial e a frequência do pulso voltam ao normal.

Em 2 horas: não há mais nicotina circulante no sangue

Em 8 horas: os níveis de monóxido de carbono no sangue chegam aos valores normais e o nível de oxigênio aumenta.

Em 24 horas: os pulmões já funcionam melhor, e os brônquios começam a limpar os resíduos deixados pelo fumo.

Em 48 horas: o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida.

De 2 semanas a 3 meses: a circulação sanguínea melhora consideravelmente. Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.

Em 1 ano: o risco de doenças ligadas a males do coração, como infarto, cai pela metade.

Em 5 anos: menor risco de acidente vascular cerebral (AVC). O risco de infarto do miocárdio e morte por ataque cardíaco se aproxima daquele de quem nunca fumou.

Em 10 anos: o risco de sofrer um infarto será igual ao de quem nunca fumou. Redução dos riscos de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, rim e pâncreas.

Em 15 anos: o risco de desenvolver câncer de pulmão pode igualar-se aos dos não fumantes.

Dentre as principais estratégias, inclui-se a abordagem multidisciplinar que integra suporte psicológico, tratamentos médicos, e mudanças comportamentais. É importante que o plano de cessação seja integrado ao tratamento oncológico e que o paciente conte com o apoio de familiares, amigos e grupos de apoio. 


Oncoclínicas&Co.
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Estudo aponta benefícios do treino de força para reabilitação pós-câncer de mama

Exercícios físicos intensos diminuem os níveis de cortisol, estresse fisiológico e melhoram a qualidade de vida das pacientes


Ao investigar respostas fisiológicas e perceptivas agudas de mulheres que passaram por tratamento oncológico, estudo científico do Centro Universitário de Brasília (CEUB) quebrou estigma comum de que o treinamento de força seria excessivamente intenso para esse grupo de pacientes. A pesquisa, conduzida por Isabel Miranda, estudante do curso de Educação Física, analisou como diferentes intensidades de exercícios de força impactam positivamente a saúde física e emocional de mulheres que venceram o câncer de mama. 

O estudo, que abre caminho para novas abordagens de recuperação por meio do exercício físico, buscou intervenções que ajudassem a amenizar os efeitos colaterais do tratamento e a melhorar a qualidade de vida dessas mulheres. “Procuramos provar a eficácia do treinamento de força – atividade física muitas vezes considerada "pesada" para esse público – em promover melhorias fisiológicas de forma aguda.” Como metodologia, mulheres diagnosticadas com câncer de mama foram submetidas a dois protocolos de treinamento de força com diferentes intensidades. 

Durante o processo, as participantes realizaram cinco exercícios e foram avaliadas quanto a indicadores como a concentração de cortisol, percepção de esforço, dor tardia, funcionalidade e força geral. Ao contrário do esperado, os níveis de cortisol, que costumam aumentar após o exercício físico, diminuíram significativamente após a sessão de alta intensidade. “Esse achado abre portas para novas investigações, já que os efeitos hormonais do treinamento de força em sobreviventes de câncer ainda são pouco compreendidos”, destaca a autora. 

Segundo a estudante do CEUB, a percepção de esforço das participantes condizia com as intensidades de cada sessão e a dor muscular pós exercício diminuiu consideravelmente, tanto em sessões de intensidade moderada quanto alta. Mesmo após 24 horas do treino, a dor alcançou seu pico, mas começou a decrescer após 48 horas, e continuou diminuindo após 72 horas. “Sabíamos que a musculação tinha potencial de trazer diversos benefícios a essas mulheres, mas queríamos entender como diferentes níveis de intensidade impactariam variáveis como cortisol, percepção de esforço e dor muscular tardia". 

De acordo com a orientadora da pesquisa e coordenadora Educação Física do CEUB, Renata Dantas, o que mais surpreendeu foi o cortisol ter diminuído com os protocolos. “Essa descoberta nos leva a investigar mais, pois não há muitos estudos sobre isso. Inicialmente, a hipótese era de que o cortisol aumentaria”. Segundo Dantas, a musculação proporciona diversas adaptações fisiológicas e psicológicas positivas, como a redução da fadiga relacionada ao câncer. Porém, ainda existe certa apreensão por parte dos profissionais, que nem sempre têm o conhecimento adequado para lidar com as limitações dos pacientes.
 

Rompendo tabu

O treinamento de força, muitas vezes visto como inadequado para sobreviventes de câncer de mama, se revelou não só seguro, mas eficaz em reduzir o estresse fisiológico e melhorar a qualidade de vida dessas mulheres. “Essa pesquisa rompe com o tabu de que o treinamento de força é muito pesado para essa população. Ao contrário, pode trazer muitos benefícios", destaca. Os resultados têm potencial para influenciar a forma como profissionais de saúde abordam a prescrição de exercícios para sobreviventes de câncer de mama. 

Para Miranda, um protocolo de treinamento de força bem prescrito pode ser uma ferramenta poderosa na reabilitação dessas mulheres, ajudando a superar as sequelas do tratamento oncológico e a melhorar sua saúde geral. A pesquisadora do CEUB destaca a importância de uma abordagem individualizada e bem orientada, incentivando profissionais de saúde a estudarem mais sobre o tema e promoverem protocolos de exercícios físicos adequados para essa população. “É essencial que os profissionais estejam preparados para oferecer um atendimento de qualidade e seguro para essas mulheres”, conclui.


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