Pesquisar no Blog

domingo, 7 de julho de 2024

Indicadores de saúde mental no trabalho são mais desfavoráveis entre mulheres e millenials

Índice de Bem-estar Corporativo (IBC) revela grupos mais suscetíveis; razões estruturais explicam resultados, segundo coordenadora do curso de Psicologia da ESAMC Santos

 

A saúde mental das mulheres e millenials (profissionais na faixa dos 31 aos 40 anos) nos escritórios tiveram os resultados mais baixos do levantamento Índice de Bem-estar Corporativo (IBC) 2023. Desenvolvido pela plataforma online de terapia Zenklub em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o IBC das mulheres atingiu 63,9 pontos e está 14,1 pontos abaixo do índice mínimo considerado saudável (78).

O índice dos homens foi um pouco acima, chegando a 68,1, mas, em ambos os casos, o bem-estar do trabalhador está longe do ideal. Já na faixa etária dos millenials (31 aos 40 anos), os indicadores foram os mais baixos, com o IBC das mulheres em 63,6 e o dos homens em 67,4.

O IBC foi criado para mensurar a saúde mental e o nível de satisfação dos profissionais dentro das organizações e avalia nove dimensões. Cinco delas (Conflitos, Desconexão do Trabalho, Exaustão, Preocupação Constante e Volume de Demanda) seguem o critério de quanto mais baixa a pontuação, melhor a qualidade do indicador. Com isso, o melhor indicador foi o de Conflitos (24) e o pior, a Exaustão (58,8).

As outras quatro dimensões - Autonomia e participação, Clareza das responsabilidades, Relacionamento com colegas e Relacionamento com líder - seguiram o critério oposto: quanto maior a pontuação, melhor. Dessa forma, a dimensão mais bem avaliada foi o Relacionamento com Colegas (78,1) e a pior foi o Relacionamento com o Líder (70,8).

Considerando a Média Geral por Dimensão, o trabalhador brasileiro somou 65,4 pontos, sendo que a Exaustão foi o quesito que mais contribuiu negativamente para o resultado geral.


Desequilíbrios estruturais

Para a psicóloga Cristina Collaço, coordenadora do curso de Psicologia da ESAMC Santos, os baixos índices de satisfação profissional e saúde mental das mulheres estão ligados a questões estruturais. “De certo modo, a pesquisa foi conservadora em função de questões que não apareceram. A mulher tem um nível de insatisfação até maior quando você avalia questões como falta de equidade salarial e de oportunidades, além do assédio. Por esses motivos, a mulher se sente rebaixada e tudo isso acaba pesando contra o bem-estar e saúde mental delas”, disse Cristina.

Como executiva de RH, Cristina encontrou muitas situações de desequilíbrio nos ambientes corporativos. “Venho de empresas que tinham certo referencial de equidade, mas a falta de oportunidades para as mulheres é uma situação generalizada e alimenta a baixa autoestima. Também existe uma carga de responsabilidades fora da empresa (a atribuição cultural de cuidar da casa e dos filhos), que acaba interferindo na autoestima delas e não é visível na pesquisa”, acrescenta.


Expectativas desalinhadas

Em relação à alta insatisfação da geração Millenium, Cristina atribui isso ao desalinhamento de expectativas. No geral, o perfil dos profissionais millenials é imediatista e eles querem que as empresas se adaptem ao ritmo deles, segundo Cristina.

“Mas essa não é a dinâmica geral e, por isso, está havendo um choque de mentalidades. Eles se sentem frustrados pelo fato de as coisas não acontecerem do jeito que eles querem. É preciso buscar o equilíbrio de expectativas”, observa a coordenadora.


Formação em Psicologia

Questões de saúde mental, autoestima e comportamentais estão entre os temas estudados nos cursos de Psicologia de forma teórica e prática. Como profissional de relações humanas, o psicólogo pode atuar tanto em organizações, consultórios, hospitais e escolas investigando questões comportamentais e recomendando planos de atuação terapêutica e desenvolvimento de bem-estar.

Nesse sentido, a formação em Psicologia abre possibilidades amplas de carreira, mas exige um olhar aberto para o autoconhecimento, a reflexão e o contraditório. “Durante os cinco anos do curso, as alunas e alunos vão aprender a se entenderem como pessoas, pois é dessa forma que eles poderão ajudar outras pessoas”, segundo Cristina.

 

Cristina Collaço - Coordenadora do Curso de Psicologia da ESAMC Santos, executiva de RH e consultora de Carreiras. Também é professora de Gestão Estratégica de Pessoas e Psicologia na Graduação e Pós-Graduação da ESAMC Santos. Com formação em Psicologia e pós-graduação em Gestão Empresarial, Cristina tem mais de 30 anos de experiência em RH, tendo atuado como executiva em multinacionais químicas e metalúrgicas. Em sua trajetória profissional, desenvolveu programas estratégicos de atração, formação e retenção de talentos, liderança, desenvolvimento e orientação de carreiras e programas de cultura organizacional voltados à Diversidade e Inclusão.


Exercício de Madrugada é o Ideal? Veja Qual é o Melhor Horário para Treinar e Dicas de Como Maximizar o Resultado dos Treinos

A tranquilidade da madrugada atrai um número crescente de pessoas para as academias, criando uma nova tendência nos hábitos de treino. Dados recentes da Wellhub, uma plataforma de benefícios de bem-estar, revelam um aumento significativo no número de pessoas que escolhem as primeiras horas do dia para se exercitar. Segundo o estudo, a parcela de check-ins em academias entre meia-noite e 4h59 cresceu mais de 20 vezes nos últimos cinco anos, passando de 0,26% em 2019 para impressionantes 5,44% em 2024. Essa mudança nos padrões de treino levanta questões sobre os benefícios e desafios de se exercitar na calada da noite e a importância da regularidade na prática de exercícios físicos.

O aumento expressivo no número de pessoas que optam por treinar de madrugada destaca uma mudança significativa no estilo de vida e nas prioridades de muitos brasileiros. Mas o que está motivando essa escolha e quais são os impactos no bem-estar geral?


Benefícios, desafios e impactos no bem-estar de treinar de madrugada


Treinar de madrugada oferece diversas vantagens, principalmente relacionadas à tranquilidade e à disponibilidade de tempo. Para muitos, a madrugada é um período livre de interrupções, onde notificações de trabalho e compromissos sociais são praticamente inexistentes. Um analista de dados que malha às 3h levantou curiosidade ao afirmar que escolhe esse horário exatamente para evitar distrações. “O horário da madrugada é isso. Não tem ninguém me incomodando, não tem ninguém conversando comigo,” diz ele. Essa ausência de distrações permite um foco maior no treino, contribuindo para uma sessão de exercícios mais eficaz.

Outro benefício é a menor movimentação nas academias. Para aqueles que não se sentem confortáveis em ambientes lotados, treinar de madrugada pode ser uma solução ideal. Menos pessoas significa mais acesso aos equipamentos e menos tempo de espera, o que pode tornar o treino mais fluido e eficiente. Além disso, a flexibilidade proporcionada por um treino noturno é inestimável para pessoas com agendas diárias apertadas, permitindo que incorporem a atividade física em horários que não interferem com outras responsabilidades.

O nutrólogo Dr. Ronan Araujo comenta que, apesar das vantagens, treinar de madrugada não está isento de desafios. Um dos maiores problemas é o impacto potencial na qualidade do sono. Sacrificar horas de sono para se exercitar pode prejudicar a capacidade de emagrecimento e o ganho de massa muscular, já que o sono é essencial para a recuperação e regeneração muscular. O sono regula todos os processos fisiológicos, incluindo digestão, função muscular e sistema imunológico. Portanto, a falta de sono pode comprometer significativamente os benefícios do treino. 

Além disso, o rendimento físico pode ser afetado, já que o corpo pode ainda estar em um estado de repouso durante a madrugada. Isso aumenta o risco de lesões e pode reduzir a eficácia do treino. É crucial, portanto, que aqueles que optam por treinar nesse horário façam um aquecimento completo e sigam uma rotina de treino bem planejada para minimizar esses riscos.


A importância da regularidade

Independentemente do horário escolhido para treinar, a regularidade é fundamental para alcançar os benefícios a longo prazo. Um estudo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP destaca que a consistência é mais importante do que o horário do treino. As pessoas podem pensar que a atividade física de noite ou de madrugada não vai ser benéfica. Isso é um erro. Se só existe a oportunidade de ir nesse horário, é melhor fazer isso do que ser sedentário. Vale enfatizar a importância de considerar as preferências pessoais para aumentar a adesão à prática de exercícios. Treinar de madrugada pode ser a única maneira de algumas pessoas manterem uma rotina de exercícios, especialmente se não se sentirem confortáveis em ambientes cheios.

Benefícios de treinar em diferentes horários e dicas para treinar em cada período

Cada horário de treino oferece benefícios únicos para o corpo. Para maximizar esses benefícios, é importante seguir algumas dicas específicas para cada horário:
 

Manhã:
- Aceleração do metabolismo: Exercitar-se pela manhã pode ajudar a acelerar o metabolismo, promovendo a queima de calorias ao longo do dia.
 

- Consistência: Pessoas que se exercitam pela manhã tendem a manter uma rotina de exercícios mais consistente.
 

- Energia e humor: Pode melhorar os níveis de energia e o humor, preparando o corpo e a mente para os desafios do dia.
 

Dicas:
- Sono adequado: Durma cedo para garantir pelo menos 7-8 horas de sono.
 

- Café da manhã reforçado: Capriche no café da manhã para fornecer energia suficiente.
 

- Aquecimento: Faça um aquecimento completo para preparar o corpo.
 

Tarde:
- Melhor desempenho: Os músculos estão mais aquecidos e a força e flexibilidade são maiores, proporcionando um desempenho físico superior.
 

- Redução do estresse: Pode ajudar a aliviar o estresse acumulado ao longo do dia, promovendo uma sensação de bem-estar.
 

Dicas:
- Almoço balanceado: Coma uma refeição balanceada algumas horas antes do treino.
 

- Hidratação: Hidrate-se bem antes e durante o treino.
 

Noite:
- Relaxamento: Treinar à noite pode ajudar a desestressar após um dia agitado, preparando o corpo para um sono mais reparador.
 

- Flexibilidade: A temperatura corporal é geralmente mais alta à noite, melhorando a flexibilidade e reduzindo o risco de lesões.
 

Dicas:
- Jantar leve: Opte por um jantar leve para não treinar de estômago cheio.
 

- Desacelere: Evite exercícios muito intensos próximo da hora de dormir para não prejudicar o sono.
 

- Rotina de relaxamento: Inclua atividades de relaxamento pós-treino, como alongamento e meditação.


Mais dicas para treinar de madrugada

- Estabeleça uma rotina de sono: Mantenha um horário regular para dormir e acordar. Tente dormir cedo para garantir pelo menos 7-8 horas de sono.
 

- Sonecas estruturadas: Se possível, tire uma soneca à tarde para compensar o sono perdido durante a noite.
 

- Ambiente de sono: Crie um ambiente propício para dormir, mantendo o quarto escuro, silencioso e em uma temperatura confortável.
 

- Lanche leve: Consuma um lanche leve que forneça energia sem pesar no estômago. Boas opções incluem uma banana, uma fatia de pão integral com manteiga de amendoim ou um iogurte natural com frutas.
 

- Evite cafeína: Embora possa ser tentador consumir cafeína para acordar, ela pode atrapalhar seu sono posteriormente. Prefira opções naturais e leves.
 

- Hidrate-se bem: Beba água suficiente antes e durante o treino para manter-se hidratado. A desidratação pode ser mais comum se você não estiver acostumado a treinar nesse horário.
 

- Bebidas eletrolíticas: Considere consumir bebidas isotônicas para repor eletrólitos, especialmente se seu treino for de alta intensidade.
 

- Alongamento: Inclua alongamentos dinâmicos no início e alongamentos estáticos no final do treino para melhorar a flexibilidade e promover a recuperação.
 

- Refeição pós-treino: Faça uma refeição equilibrada após o treino, rica em proteínas e carboidratos complexos, para ajudar na recuperação muscular.
 

- Feedback corporal: Preste atenção aos sinais do seu corpo. Se você sentir fadiga excessiva, dores persistentes ou outros sinais de estresse, ajuste sua rotina de sono ou intensidade do treino.
 

O Dr. Ronan Araujo conclui destacando que a escolha do melhor horário para se exercitar deve levar em conta a rotina pessoal, as preferências individuais e os objetivos de saúde. Independentemente do horário escolhido, a regularidade e o compromisso com a atividade física são fundamentais para alcançar os benefícios desejados. Treinar de madrugada pode ser uma excelente opção para aqueles que buscam um ambiente tranquilo e sem distrações, desde que isso não comprometa a qualidade do sono e o bem-estar geral. 

O Dr. Ronan Araujo quer influenciar na mudança de estilo de vida, de hábitos e ajudar as pessoas a viverem mais tempo e com mais qualidade. “Não é apenas sobre emagrecimento, é sobre transformar vidas”, é um dos lemas do médico. Com atendimento único, acolhedor e resultados rápidos na parte da estética e da saúde.


Pesquisa de saúde mental mostra 37,5% de colaboradores mais ansiosos por ações dos gestores


A Conexa, ecossistema digital de saúde integral, realizou uma pesquisa pela plataforma da startup com 1.174 colaboradores de clientes entre janeiro e abril deste ano, e verificou que 76,3% (896) deles acreditam que o seu gestor influencia a forma que ele se sente no trabalho. Destas 896 pessoas, 37,5% disseram que o sentimento mais despertado pela liderança no colaborador é a ansiedade, seguido pela calma (19,3%), estresse (17,5%), orgulho (16,5%) e inferioridade (9,2%).


De acordo com Rui Brandão, vice-presidente de Saúde Mental da Conexa, a alta porcentagem de ansiedade e estresse citada na pesquisa indica que muitos funcionários enfrentam dificuldades emocionais no ambiente de trabalho, possivelmente devido a pressões excessivas ou falta de suporte adequado. Os possíveis fatores que podem causar os sentimentos mencionados são:


- Ansiedade: falta de clareza e transparência; sobrecarga de trabalho; comunicação ineficaz; insegurança no emprego; microgerenciamento.


- Estresse: pressão constante; falta de controle; má comunicação; reconhecimento insuficiente; ambiente tóxico.


“Gestores que entendem seu impacto emocional podem adotar estratégias para promover um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo, onde os colaboradores se sentem valorizados, motivados e engajados,” diz Brandão.

Outro ponto a ser destacado é que a sobrecarga de trabalho e a urgência constante na execução das tarefas podem aumentar os níveis de estresse, resultando em burnout. Na pesquisa, 54,7% dos entrevistados afirmaram que sofrem estresse, por exemplo, quando o gestor repassa a pressão que ele recebe para os seus subordinados.


A pressão excessiva tende a ser contraproducente, prejudicando o desempenho e o bem-estar dos funcionários. Um total de 49,7% das pessoas ouvidas não considera que ser pressionado ou ter um pouco de estresse vai aumentar sua produtividade. “Essa opinião pode ter sido indicada no levantamento devido ao fato de que a pressão excessiva pode levar a estresse, ansiedade e burnout, resultando em uma queda na eficiência e qualidade do trabalho”, avalia Brandão. No entanto, 36,7% acreditam que, às vezes, a pressão ou estresse influenciam no aumento da produtividade. Apenas 11,8% acham que a pressão aumenta a produtividade.


Outra questão avaliada pelos colaboradores foi o ato de delegar: apenas 44,2% deles acreditam que seus gestores sabem delegar de maneira eficaz. Isso significa que menos da metade da equipe tem confiança plena na capacidade do gestor de distribuir tarefas adequadamente.


Além disso, quase um terço dos colaboradores (31,8%) sente que os gestores às vezes delegam bem. Isso sugere que a eficácia da delegação é percebida como inconsistente, possivelmente, variando com a situação ou a carga de trabalho. Um quinto dos colaboradores (21,3%) acredita que seus gestores não sabem delegar. “Esta percepção pode indicar problemas significativos na gestão de tarefas e responsabilidades, levando a uma sobrecarga de trabalho para os gestores e uma subutilização das habilidades da equipe”, explica Brandão.

 


Tom de voz


A coordenadora de saúde mental da Conexa, a psicóloga Carolina Porfírio, avaliou o tom de voz e a socialização dos colaboradores que responderam a pesquisa.


O estudo identificou que a maioria dos gestores (69,2%) não eleva o tom de voz ou ameaça subordinados, o que é um sinal positivo de comportamentos gerenciais respeitosos, segundo Carolina. No entanto, 14,1% dos respondentes ainda experimentam esse tipo de comportamento frequentemente, indicando que há espaço para melhorias em termos de comunicação e resolução de conflitos.


As reações dos funcionários a um gestor que eleva o tom de voz variam significativamente, revelando diferentes níveis de resiliência e impacto emocional. Entre os colaboradores, 37% relataram que mantêm a serenidade quando o chefe eleva o tom de voz, enquanto 31,1% ficam estressados ou nervosos. “Isso reflete a capacidade de resiliência de parte da força de trabalho, mas também destaca a necessidade de estratégias de apoio para aqueles que se sentem vulneráveis ao estresse”, analisa a psicóloga.


Um total de 22,9% respondeu que já se acostumou com o gestor, o que, segundo Carolina, indica uma forma de aceitação ou ressignificação, mas não necessariamente um ambiente saudável. A psicóloga ainda alerta para os 8,5% que se sentem assustados com as reações do gestor. “Embora seja uma proporção menor de colaboradores que se sente intimidado, isso pode levar a um ambiente tóxico e a problemas de saúde mental”, diz ela.


 

Socialização 


A pesquisa também avaliou a socialização entre gestores e colaboradores e verificou que há momentos de socialização entre eles, segundo 49,4% dos funcionários ouvidos. A participação ativa de gestores em momentos sociais como almoços, cafés e eventos de lazer tem o potencial de fortalecer os laços de equipe e promover um ambiente de trabalho mais coeso e agradável. No entanto, há espaço para melhorias, especialmente para os 23.9% que não participam dessas interações sociais.


A maioria dos colaboradores (56,1%) acha que seu gestor contribui para o bom ambiente do trabalho. Apenas, 15,5% acha que não. Esse resultado mostra que a maioria dos funcionários sente que seus gestores estão ativamente contribuindo para um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Esse comportamento geralmente inclui: Comunicação clara e aberta, apoio e reconhecimento do trabalho da equipe, criação de uma atmosfera colaborativa.


Segundo a psicóloga da Conexa, a pesquisa destaca a influência crucial dos gestores no bem-estar emocional e na produtividade dos funcionários. “Embora haja aspectos positivos, como a participação em atividades sociais e a ausência de comportamentos agressivos em muitos casos, áreas como a gestão de pressão, delegação eficaz e comunicação respeitosa precisam de atenção. Investir no desenvolvimento das habilidades de liderança dos gestores pode resultar em um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e satisfatório para todos”, analisa.


 

Conexa


Divertidamente 2: O que a nova personagem do filme ensina sobre como a ansiedade age no cérebro?


A ansiedade é um processo natural do corpo humano, o grande problema é quando ela se torna excessiva, explica o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento
 

 

O filme “Divertida Mente 2”, que está nos cinemas brasileiros traz a continuação do filme de 2015 que usa personagens coloridos e engraçados para demonstrar de forma bastante lúdica o que acontece no cérebro de uma pessoa enquanto ele cresce e descobre as emoções. 

No novo longa, um personagem surge prometendo agitar as coisas dentro da cabeça da protagonista, a ansiedade. Apesar de ser representada como um pequeno ser laranja, o desenho animado nos ajuda a entender melhor como a ansiedade age no nosso corpo, é o que explica o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento. 

É preciso entender que a ansiedade é um processo natural do corpo humano, desenvolvido ao longo da evolução humana para a nossa sobrevivência, o grande problema surge quando ela se torna excessiva”, alerta. 

 

A diferença entre a ansiedade natural e a patológica

A melhor forma de identificar quando a ansiedade está “passando do ponto” é observar os impactos dela no seu dia a dia e nas suas tarefas rotineiras. 

Os sintomas de ansiedade, seja ela normal ou patológica, variam apenas na frequência e intensidade. Enquanto a ansiedade normal surge em momentos de perigo real ou ameaças imediatas, a patológica se manifesta em situações cotidianas, com uma intensidade maior que pode causar outros problemas e afetar a saúde mental e física do indivíduo”. 

Quando a ansiedade se torna patológica, ela gera sintomas muito característicos como dor no peito, taquicardia, sudorese e dores de cabeça”, explica Dr. Flávio H. Nascimento. 

 

Sintomas de ansiedade

1. Preocupação excessiva sem motivo plausível;

2. Inquietação ou sensação de estar "no limite";

3. Fadiga excessiva;

4. Dificuldade de concentração;

5. Irritabilidade;

6. Tensão muscular;

7. Distúrbios do sono;

 

É possível prevenir que a ansiedade se desregule?

Alguns cuidados podem ajudar a manter a ansiedade controlada em níveis normais no organismo, explica Dr. Flávio. 

Manter a ansiedade controlada é uma tarefa que exige um controle de muitas variáveis, como a dieta, o sono, equilíbrio entre trabalho e lazer, exercício físico, entre outros”. 

Mas quando há histórico negativo em relação à ansiedade é importante buscar ajuda profissional através das terapias comportamentais e uso de medicamentos, que sempre devem ser indicados por um especialista”, explica. 




Dr. Flávio H. Nascimento - formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.


Objetivos não realizados até o meio do ano: como lidar com a pressão e evitar a ansiedade


Chegamos ao meio do ano e uma preocupação constante no período é o aumento observado no número de pessoas que enfrentam crises de ansiedade, depressão e burnout. Essa tendência se estende não apenas aos que já são diagnosticados com esses transtornos, mas também àqueles que até então eram mentalmente saudáveis. 

Esses casos podem ser críticos nesse período do meio do ano, pois, muitos tiram férias, viajam e tem também muitas pessoas que percebem que já se passou metade do ano e muitas das metas estabelecidas não foram atingidas, ou já desistiram dessas, aumentando o quadro de doenças mentais. 

O Dr. Vicente Beraldi Freitas, médico e consultor em saúde da Moema Assessoria em Medicina e Segurança do Trabalho, esclarece: "Conforme avançamos no ano, um período em que muitos refletem sobre suas realizações e estabelecem novas metas, é natural que surjam sentimentos conflitantes. Enquanto alguns encontram felicidade e satisfação, outros podem sentir-se insatisfeitos, tanto pessoal quanto profissionalmente, o que pode desencadear problemas de saúde mental." 

Diversos fatores contribuem para esses casos de depressão, ansiedade e burnout no meio do ano, incluindo rupturas pessoais, dificuldades financeiras, perda de entes queridos e frustrações no trabalho, entre outros. 

Por outro lado, a exposição constante das conquistas e felicidade nas redes sociais cria uma ilusão de um mundo perfeito e inatingível para aqueles que já enfrentam dificuldades emocionais, tornando-se um terreno fértil para o agravamento desses problemas. 

É essencial que as pessoas estejam atentas a esses sinais e ajam rapidamente para evitar que esses casos se aprofundem. Buscar tratamento adequado é crucial, e as empresas, por sua vez, devem estar preparadas para oferecer suporte. 

O Dr. Vicente Beraldi Freitas observa que, principalmente entre os jovens, tem havido um aumento alarmante de casos relacionados à ansiedade, que afetam diretamente suas vidas, relacionamentos e desempenho profissional. "Houve casos em que as pessoas não conseguiram continuar trabalhando e pediram demissão como resultado. Embora haja medidas para mitigar essa situação, os desafios estão se tornando cada vez mais complexos." 

Esses transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão e burnout, são caracterizados por uma preocupação excessiva e constante com eventos negativos que podem ocorrer. 

As crises de ansiedade frequentemente fazem com que as pessoas se desconectem do presente, resultando em sintomas físicos como falta de ar, sudorese e arritmia cardíaca. O Dr. Vicente Beraldi Freitas destaca a complexidade dessas situações. 

"A ansiedade pode ser desencadeada por fatores internos e externos, e a pandemia, com todas as incertezas e desafios que trouxe, serviu como um gatilho para muitas pessoas, exacerbando também os casos de depressão." 

O especialista observa que algumas pessoas são mais propensas a esses problemas e têm dificuldade em lidar com eles. "Normalmente, pessoas mais flexíveis tendem a se adaptar melhor e sofrem menos de ansiedade", analisa. 

No entanto, mesmo antes dos eventos recentes, como a pandemia e as brigas políticas, já se observava um aumento nas taxas de ansiedade, especialmente entre as gerações mais jovens. Isso pode ser atribuído em parte ao estilo de vida moderno, no qual o uso constante de smartphones e computadores leva a uma desconexão das experiências do mundo real. 

"Os jovens estão cada vez mais mergulhados no mundo virtual, e a sociedade muitas vezes perpetua a ideia de que o sucesso pessoal e profissional é facilmente alcançável. Essa discrepância entre a realidade e as expectativas pode levar à ansiedade", adverte o Dr. Vicente Beraldi Freitas. 

Para combater esses problemas, é fundamental que as pessoas reconheçam os sintomas, tanto em si mesmas quanto nos outros, e levem o assunto a sério, em vez de considerá-lo como frescura. O tratamento imediato é essencial, pois o tempo desempenha um papel fundamental na resolução desses problemas. 

No contexto empresarial, a prevenção pode envolver a promoção do bem-estar por meio de iniciativas de medicina do trabalho. As empresas podem criar grupos de apoio e treinamento para ajudar os funcionários a lidar com situações e pessoas difíceis. Além disso, a capacitação das equipes de recursos humanos para lidar com essas questões é crucial. 

Um exemplo de combate a esses problemas é a empresa Confirp Contabilidade. De acordo com Rose Damélio, gerente de Recursos Humanos, a empresa adota uma série de ações. "Nossa equipe de RH busca se aproximar cada vez mais dos colaboradores, fornecendo suporte desde o momento da contratação. Se identificarmos algo que possa indicar um problema, iniciamos ações mais aprofundadas", detalha. 

Embora a complexidade dessas questões seja inegável, as empresas têm um papel importante a desempenhar ao se aproximarem dos colaboradores que enfrentam desafios emocionais, resultando em maior produtividade, redução da rotatividade e um ambiente profissional mais saudável.

 

30 orações para se aproximar da fé quando tudo parece estar perdido

Stephany M. Feldberg reuniu uma coletânea de preces para ajudar mulheres a se conectarem com Deus em momentos desafiadores

 

Crises de identidade, problemas no casamento, rotina exaustiva no trabalho e na maternidade. Alguns períodos da vida podem ser realmente difíceis, acompanhados de um sentimento de fracasso, desesperança e vazio. Desafia-te: Tenha uma real conexão com Deus, de Stephany M. Feldberg, surge como um refúgio e orientação nestes momentos de incerteza. Além de ser uma ferramenta para superar adversidades, o livro é um convite para as mulheres fortalecerem a relação com a fé em 30 dias de orações.

É normal não saber o que dizer, o que pedir ou como iniciar uma conversa com Deus. Por isso, baseada em versículos bíblicos, a obra guia as pessoas que querem orar, mas se sentem perdidas nessa comunicação espiritual. São 30 preces para ler durante um mês que contemplam diferentes situações, como a necessidade de estabelecer laços familiares mais profundos, confessar pecados e buscar perdão, ser uma mãe ou esposa presente. A autora também compartilha na obra – com espaços para o leitor anotar reflexões pessoais – a própria vivência na intenção de acalentar mulheres que enfrentam desafios semelhantes.

Houve uma época na minha vida em que a única coisa que desejava era não existir. Não tinha vontade de levantar da cama, comer ou fazer qualquer coisa. No entanto, eu tinha que seguir em frente, afinal, tinha uma família que dependia de mim. [...] Em um momento de desespero, fiz a próxima oração, agradecendo a Deus por me dar forças para continuar minhas tarefas, mesmo exausta. Sabia que era a Sua força que me sustentava todos os dias. Essa oração foi tão poderosa que, em apenas quatro meses, minha vida foi restaurada. O que mais me emociona é reconhecer que Deus estava me ouvindo, e sei que se você tiver fé, Ele irá te ouvir. (Desafia-te, p. 44)

Embora não tenha crescido em um lar cristão, Stephany M. Feldberg encontrou inspiração em passagens da Bíblia – como os livros de Pedro, Filipenses e João – quando estava à beira do abismo entre dificuldades no matrimônio, na relação com a filha e na profissão. À medida que mergulhava nessas histórias, algo mudou dentro dela: sentiu-se contente e em paz, ao mesmo tempo que os relacionamentos começaram a melhorar. Decidiu, então, compartilhar essa experiência com outras mulheres que também buscam significado e propósito sagrado na hora de lidar com obstáculos.

Esta coletânea de orações mostra o impacto positivo da manifestação divina no caminho de uma mulher comum: ao longo das páginas, ela revela as dúvidas, tristezas e alegrias que marcaram esse processo, ajudando ainda mais leitoras a se abrirem sem medo para o despertar espiritual. Afinal, a força redentora do amor aparece no coração de todas as pessoas que estão dispostas a viver o milagre da transformação.

Divulgação 
 Stephany M. Feldberg

FICHA TÉCNICA

Título do livro: Desafia-te
Subtítulo:
Tenha uma real conexão com Deus
Autora: Stephany Miranda Feldberg
ISBN/ASIN: 978-65-5872-805-4
Formato:
14,8 x 21  
Páginas:
112
Preço: R$ 46,90
Onde encontrar:
Amazon

Sobre a autora: Do campo de batalha como bombeira à mesa do consultório como nutricionista, Stephany M. Feldberg é uma mulher de fé que teve um encontro com Deus. Movida pela trajetória de renovação espiritual, ela se viu compelida a compartilhar essa história por meio do livro cristão Desafia-te: Tenha uma real conexão com Deus, escrito para inspirar outras mulheres a testemunharem o poder da oração.

Instagram da autora: @desafia_te_mulher

 

A Decisão de Dizer "Não" em um Mundo de "Sim"

vemos em uma sociedade onde o "sim" é o passaporte para a aceitação, para oportunidades e, muitas vezes, para a paz de espírito. Dizer "sim" nos faz sentir solícitos, amigáveis e até indispensáveis. Porém, em meio a essa avalanche de concordâncias, esquecemos o poder transformador de uma pequena palavra: "não".

 

O Poder do "Não" 

Dizer "não" não é um ato de rebeldia, mas de autoconhecimento. É reconhecer nossos limites, entender nossos valores e, principalmente, respeitar nosso tempo. A decisão de negar algo é muitas vezes mal interpretada como uma forma de egoísmo ou descaso, quando, na verdade, pode ser um dos atos mais generosos que podemos realizar. 

 "Dizer 'não' é uma declaração de respeito a si mesmo e aos seus limites," afirma Madalena Feliciano. 

Ao dizer "não", estamos dando espaço para o "sim" genuíno, aquele que realmente importa.



  

A Experiência Pessoal 

Frequentemente, sou convidada a participar de projetos grandiosos, daqueles que prometem mudar o mundo. A princípio, minha vontade é aceitar. O entusiasmo dos outros é contagiante e a ideia de fazer parte de algo maior é tentadora. Mas, ao analisar minha agenda, meus compromissos pessoais e o impacto que essa decisão teria sobre minha vida, percebo que a resposta honesta é "não". É um "não" difícil de ser dito, envolto em sentimentos de culpa e medo de desapontar. No entanto, ao pronunciá-lo, sinto uma leveza inesperada. 

 "Esse 'não' abriu espaço para oportunidades que realmente alinhavam-se com meus objetivos e minha capacidade naquele momento," diz Madalena Feliciano. "Foi um ato de autopreservação que, ao contrário do que imaginei, não gerou ressentimentos, mas respeito."

 

 Os Benefícios do "Não" 

A cultura do "sim" constante pode levar à exaustão, ao burnout e à frustração. Quantas vezes nos pegamos aceitando tarefas que não nos acrescentam, compromissos que não desejamos e projetos que nos sobrecarregam? Dizer "não" é uma forma de priorizar o que realmente importa, de focar no essencial e de preservar nossa saúde mental e emocional. 

"Dizer 'não' é uma forma de cuidar de si mesmo, de preservar sua energia para aquilo que realmente faz sentido," destaca Madalena Feliciano. 

Dizer "não" também significa colocar-se como prioridade em um mundo onde somos constantemente bombardeados por demandas externas. Isso não é egoísmo, mas uma forma saudável de manter o equilíbrio e evitar o esgotamento. Ao aprender a dizer "não", damos a nós mesmos a oportunidade de investir nosso tempo e energia em atividades que realmente importam e que nos trazem satisfação e crescimento. 


O Impacto nos Outros
 

Dizer "não" também pode ser um presente para os outros. Um "sim" forçado, sem entusiasmo ou capacidade, pode resultar em um trabalho malfeito, em relações superficiais e em promessas não cumpridas. Quando dizemos "não" com clareza e respeito, damos aos outros a chance de buscar ajuda em outra parte, de encontrar alguém que realmente esteja disposto e capaz de contribuir. 

 "Um 'não' bem colocado é um ato de honestidade que beneficia a todos," observa Madalena Feliciano. 

Dizer "não" pode, paradoxalmente, fortalecer relações. Quando somos honestos sobre nossas limitações e prioridades, evitamos criar expectativas irreais e estabelecemos um padrão de comunicação autêntica e transparente. Isso constrói confiança e respeito mútuos, elementos fundamentais para qualquer relacionamento saudável.

 

A Prática do "Não" 

É claro que dizer "não" requer prática e discernimento. Não se trata de negar tudo ou de ser intransigente. É um equilíbrio delicado entre aceitar desafios que nos fazem crescer e reconhecer nossos limites. Cada "não" bem colocado é um passo em direção à autenticidade e ao bem-estar. 

"A arte de dizer 'não' é uma habilidade que todos devemos desenvolver para viver uma vida mais plena e significativa," conclui Madalena Feliciano.

 

Para praticar o "não" de forma eficaz, considere as seguintes estratégias: 

- Avalie suas Prioridades: Antes de responder a qualquer pedido, avalie se ele se alinha com seus objetivos e prioridades. Pergunte a si mesmo se aceitar esse compromisso contribuirá positivamente para sua vida ou se apenas adicionará estresse desnecessário. 

- Seja Claro e Respeitoso: Quando decidir dizer "não", faça isso de forma clara e respeitosa. Evite justificativas excessivas e mantenha a simplicidade. Um "não" direto, acompanhado de uma breve explicação, é muitas vezes suficiente. 

- Pratique a Empatia: Reconheça os sentimentos da outra pessoa e ofereça alternativas quando possível. Por exemplo, "Eu não posso ajudar com isso agora, mas talvez fulano possa" ou "Infelizmente, não posso participar, mas estou disponível para contribuir de outra forma." 

- Reforce Seus Limites: Lembre-se de que seus limites são importantes. Manter seus limites firmes ajuda a prevenir a sobrecarga e garante que você tenha tempo e energia para o que realmente importa. 

- Aprenda com a Experiência: Cada vez que você diz "não", reflita sobre a experiência. O que funcionou bem? O que poderia ser melhorado? Use essas reflexões para aprimorar sua habilidade de dizer "não" no futuro.

 

 Conclusão 

A arte de dizer "não" é uma jornada contínua. É preciso coragem para enfrentar a desaprovação, a má interpretação e até o conflito. Mas, ao final do dia, é um caminho que nos leva a uma vida mais plena e significativa. Dizer "não" com convicção e respeito não só melhora nosso bem-estar, mas também fortalece nossos relacionamentos e nossa capacidade de contribuir genuinamente para o que realmente importa. 

"Aprender a dizer 'não' é um ato de amor próprio e de respeito pelos outros. É uma habilidade que nos permite viver de forma mais autêntica e plena," finaliza Madalena Feliciano.

 

Madalena Feliciano - Empresária, CEO de três empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias, consultora executiva de carreira e terapeuta, atua como coach de líderes e de equipes e com orientação profissional há mais de 20 anos, sendo especialista em gestão de carreira e desenvolvimento humano. Estudou Terapias Alternativas e MBA em Hipnoterapia. Já concedeu entrevistas para diversos programas de televisão abordando os temas de carreira, empregabilidade, coaching, perfil comportamental, postura profissional, hipnoterapia e outros temas relacionados com o mundo corporativo. Master Coach, Master em PNL e Hipnoterapeuta, Madalena realiza atendimentos personalizados para: Fobias, depressão, ansiedade, medos, gagueira, pânico, anorexia, entre muitos outros.



Mais férias, menos telas: 5 dicas para o recesso escolar

Dayse Campos
Diretora de escola lista 5 dicas para ajudar pais e cuidadores neste período

 

A infância é um período muito importante de crescimento e maturidade da criança. Todo o corpo, especialmente a estrutura do cérebro, está em processo de modelagem e desenvolvimento, e, portanto, é mais sensível a estímulos externos, incluindo a exposição a telas.

A defesa de educadores, psicólogos e outros profissionais por mais cuidado e moderação dos meios eletrônicos durante esse período não é novidade. Durante a infância, as crianças estão mais suscetíveis a desenvolver hábitos e comportamentos a partir de suas experiências precoces. 

O período de férias escolares é uma oportunidade valiosa para elas se desligarem das telas e se conectarem com experiências do mundo real. Diretora e pedagoga da escola Interpares, Dayse Campos explica que o uso excessivo de telas tem sido associado a diversos problemas, como distúrbios do sono, sedentarismo, problemas de visão e dificuldades de concentração. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças e adolescentes passem no máximo duas horas por dia em atividades de tela, excluindo o tempo usado para estudos. Durante as férias, é essencial aproveitar a oportunidade para reduzir ainda mais esse tempo e estimular outras formas de diversão e aprendizado.

Tanto é verdade que se compararmos as sensibilidades dos adultos de hoje, que não tiveram acesso a tanta tela na infância com as crianças, estes têm maior consciência para gerenciar o tempo e o conteúdo consumido, ou seja, conseguem fazer o paralelo entre o tempo de tela saudável e o vício. 

Já as crianças, por ainda não estarem completamente desenvolvidas, possuem maior propensão ao desenvolvimento de vício em telas, isso porque, acontece a liberação de hormônios e neurotransmissores relacionados a vício. 

Com o passar do tempo, crianças expostas a telas em excesso tem sua capacidade de se comunicar, socializar e se engajar em atividades saudáveis fora das telas afetadas. É nas interações com o ambiente, professores e pais que as crianças percebem seu potencial para ampliar suas habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais. 

“Em meio a tantas transformações digitais e apegos às telas, é essencial para um crescimento saudável para as crianças a descoberta da magia das tradições culturais, especialmente quando se trata do período de férias”, enfatiza a diretora da Interpares.  


Dayse lista cinco atividades para ajudar pais e cuidadores:

1 - Exploração da natureza: Caminhadas, passeios de bicicleta, piqueniques e acampamentos. As crianças aprendem sobre a flora, fauna e ecossistemas, desenvolvendo uma apreciação e respeito pela natureza. 

2 - Atividades criativas: Pintura, desenho, construção de brinquedos e artesanato. A confecção de fantasias, por exemplo, envolve a escolha de temas, seleção de materiais e a aplicação de habilidades manuais. 

3 - Esportes e jogos: Futebol, vôlei, brincadeiras de esconde-esconde, entre outros. Atividades ao ar livre incentivam o exercício físico, melhorando a saúde cardiovascular, força muscular e coordenação motora. 

Movimentos como correr, pular e escalar ajudam no desenvolvimento das habilidades motoras grossas e finas.

4 - Eventos culturais: Visitas a museus, teatros, feiras de livros e apresentações musicais. Entender o passado por meio de exposições e apresentações ajuda as crianças a desenvolverem um senso de identidade e continuidade histórica.

5 - Leitura e contação de histórias: Criação de clubes de leitura, contação de histórias em grupo e leitura em família. A exposição a uma ampla variedade de palavras e estruturas de frases melhora o vocabulário e a habilidade de comunicação.

Ao ouvir ou ler histórias, as crianças aprendem a fazer previsões, entender causas e efeitos e pensar criticamente sobre os eventos e personagens. As férias são um período precioso para as crianças e adolescentes se reconectarem consigo mesmos, com a família e com o mundo ao seu redor. 

“Ao incentivar a redução do tempo de tela e a exploração de atividades diversas, contribuímos para um desenvolvimento mais saudável e equilibrado dos nossos jovens”, finaliza a diretora da escola Interpares, Dayse Campos.


Posts mais acessados