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terça-feira, 2 de abril de 2024

‘Pessoa com Autismo a bordo. Seja gentil, não buzine’: Governo de São Paulo lança identificação veicular para promover mais empatia no trânsito


Idealizado pelas Secretarias de Gestão e Governo Digital e dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com apoio do Detran-SP e da Prodesp, o documento pode ser impresso pelo próprio usuário por meio do portal da CipTEA

 

Vídeo com o vice-presidente do Detran-SP, José Hott,  falando sobre o lançamento do adesivo veicular

 

O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) participou, nesta terça-feira, no Memorial da América Latina, do lançamento da identificação veicular para sensibilizar motoristas a respeito do Transtorno do Espectro Autista. Como muitas pessoas autistas têm hipersensibilidade auditiva e podem ficar ansiosas e desconfortáveis com sons altos, a iniciativa busca conscientizar os condutores para que evitem o uso da buzina nas ruas e avenidas. A identificação, que poderá ser colocada no vidro traseiro do veículo, tem a frase: “Pessoa com Autismo a bordo. Seja gentil, não buzine”.

 

"Lamentavelmente, a gente ainda encontra grande preconceito com as pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Essas transformações e essas conquistas, que estamos tratando aqui hoje, se relacionam diretamente ao esforço da sociedade civil. A sociedade precisa ter consciência de que temos pessoas que devem ser cuidadas de forma individualizada", disse Felicio Ramuth, vice-governador de São Paulo. 

 

Nas duas primeiras horas após o lançamento, mais de 50 identificações já haviam sido emitidas por cidadãos paulistas. A ferramenta foi desenvolvida pelas Secretarias dos Direitos da Pessoa com Deficiência e de Gestão e Governo Digital (SGGD), com apoio do Detran-SP e da Prodesp, atendendo à Lei Estadual 17.889 de 21 de março de 2024 e permite que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tenham identificação veicular.

 

“Celebrando o primeiro ano de emissões da CipTEA, conquistamos avanços significativos para as pessoas com o Transtorno do Espectro Autista. O lançamento desta identificação veicular reforça o comprometimento do Governo de São Paulo com a causa, promovendo uma sociedade mais acolhedora, que compreende e respeita a diversidade em todas as suas formas”, destaca o secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa.

 

Por meio do portal da CipTEA (https://ciptea.sp.gov.br/), em que já são feitos os pedidos para emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA), os usuários podem cadastrar seus veículos para obtenção da identificação veicular. O procedimento é simples, fácil e totalmente digital. Após entrar na área logada do site, basta clicar em “Cadastro de Veículo” e inserir a placa e Renavam.

 

Hoje, São Paulo possui mais de 45 mil carteirinhas da CipTEA emitidas. Os usuários desses documentos já poderão baixar e imprimir, quando e onde quiserem a identificação veicular. A medida também vale para os novos pedidos, mediante validação dos cadastros das placas.

 

A CipTea facilita a identificação da pessoa com Transtorno do Espectro Autista nos serviços públicos e privados em todo o território paulista, além de auxiliar na garantia dos direitos previstos em lei, como filas e atendimentos preferenciais.

 

"Eu não vim para cá por conta do TEA, mas eu me tornei parte desse processo com a chegada do meu sobrinho. Ele foi inspiração para boa parte desses passos que fizemos aqui juntos. Posso garantir pra vocês que, do que depender do Governo Digital, não vão faltar esforços para entregar todos os produtos que possam melhorar a vida do cidadão autista no estado de São Paulo", disse Thiago Waltz, subsecretário de Governo Digital, que enfatizou a importância de levar dignidade, reconhecimento e cidadania à população do Estado de São Paulo”.

 

“Hoje, lançamos um novo sinal para o trânsito de São Paulo, assim como as placas e os semáforos, agora, temos a identificação veicular para o transporte de pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Essa identificação é muito importante, pois convida a sociedade a ser mais gentil e empática. Um sinal de compaixão e convivência harmônica no trânsito”, disse o vice-presidente do Detran-SP, José Hott.

 

Os interessados no documento devem realizar as solicitações de forma digital pelo site. “É bem fácil obter o adesivo. Quem já tem a identidade do CipTEA, é só acessar o portal e emitir a identificação veicular. Se você não tiver a carteirinha, basta entrar no portal para fazer esse pedido e, junto, solicitar o adesivo para o veículo”, complementa José Hott.

 

O acesso ao portal CipTEA, criado pela Prodesp, é feito pela plataforma GOV.BR, que além de possuir identificação única, oferece os serviços disponibilizados pelo governo estadual. Em um ano, foram cerca de 60 mil cadastros efetuados.

 

Passo a passo (para quem já possui a CipTEA)

1) Acesse seu cadastro com o login GOV.BR;

2) Clique em "cadastrar veículo"

3) Informe o número da placa e o Renavam de seu veículo e clique em "cadastrar veículo";

4) Clique no "carrinho" abaixo da imagem da carteirinha e imprima seu adesivo.

 

Passo a passo (para novo beneficiário CipTEA)

1) Acesse o site https://ciptea.sp.gov.br/ com o login GOV.BR e clique em cadastrar novo beneficiário;

2) Preencha os dados pessoais e endereço da pessoa diagnosticada com TEA;

3) Preencha as informações do CID, nome e CRM do médico, data do documento e anexe o arquivo do relatório médico em png ou jpg;

4) Preencha os dados do cuidador/responsável;

5) Informe o número da placa e o Renavam de seu veículo;

6) Leia e dê ciência ao Termo de Aceite;

7) Aguarde a análise e aprovação da CipTEA (até 20 dias úteis);

8) Após aprovação, faça o download de sua identificação veicular.

 

Importante

- É permitido cadastrar apenas um veículo por beneficiário;

- A identificação veicular não dará benefícios no trânsito aos usuários.


Linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô se unem à campanha ‘Desmistificando o Autismo’


 Estações Paulista Pernambucanas e Hospital São Paulo recebem exposições do programa Autismo e Realidade, do Instituto PENSI; crianças também visitarão o CCO e simulador de metrô


Abril é o mês que marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado nesta terça-feira (2), e as linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô, operadas pela ViaQuatro e ViaMobilidade, embarcam nessa causa, por meio de parceria com o programa Autismo e Realidade, do Instituto PENSI (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil). As estações Paulista Pernambucanas (Linha 4-Amarela) e Hospital São Paulo (Linha 5-Lilás) iniciam a exposição “Desmistificando o Autismo”, com direito à visita de cinco crianças e suas famílias ao simulador de trem no Pátio Vila Sônia.

 

A exposição presente nas duas estações destaca informações referentes ao autismo, quebrando paradigmas e informações falsas a respeito do transtorno. No verso de cada painel, haverá uma criança, comprovando o que é verdade sobre o tema. A mostra fica à disposição dos passageiros que passarem pelo mezanino de Paulista Pernambucanas e Hospital São Paulo até 1º de maio.

 

Nesta mesma terça-feira, a partir das 9h, cinco crianças com autismo, acompanhadas de seus responsáveis e pelas equipes do Instituto PENSI e pela ViaQuatro, visitarão a exposição na Estação Paulista Pernambucanas. De lá, elas irão ao Pátio Vila Sônia, da Linha 4-Amarela, onde conhecerão o CCO (Centro de Controle Operacional), que é o cérebro de toda a operação que transporta mais de 600 mil pessoas diariamente, e o simulador, com mapa real dos túneis e estações, por volta das 10h.

 

Os monitores dos trens e estações de ambas as linhas realizarão campanha informativa sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), também em parceria com o Instituto PENSI. No dia 10 de abril, colaboradores da entidade, junto à ViaQuatro, marcam presença na Estação Paulista Pernambucanas para mais uma ação informativa sobre o tema, tendo como próxima parada a Estação Hospital São Paulo, em 17 de abril, das 10h às 14h.

 

Para a gerente responsável pelo programa Autismo e Realidade do Instituto PENSI, Carla Regina Furlani Pereira, campanhas como essa são extremamente relevantes para compartilhar informações verdadeiras e combater notícias falsas. “Todos os dias, milhões de usuários passam pelo metrô de São Paulo. É um ambiente que pode impactar positivamente diversas pessoas, famílias inteiras, profissionais e estudantes. Para nós, que temos um compromisso com a disseminação do conhecimento e com a inclusão, levar a exposição ‘Desmistificando o Autismo’ a esse espaço significa avançar na busca de uma sociedade mais consciente, acolhedora e humana”, diz.


Adenomiose e Infertilidade: Ginecologistas explicam sobre o impacto dessa condição no período reprodutivo

 

Abril Roxo é um mês importante para a conscientização sobre a adenomiose, doença em que o tecido endometrial cresce dentro das paredes musculares do útero, causando dor e problemas de fertilidade. A doença afeta uma em cada dez mulheres segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), representando uma condição comum durante o período reprodutivo. 

O Dr. Ricardo Quintairos, presidente da Comissão de Endometriose da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que a adenomiose refere-se à presença das células do endométrio infiltradas no miométrio (músculo uterino), enquanto a endometriose envolve a presença dessas células fora do útero, disseminadas pelo abdome (ovário, intestino, bexiga, trompas, etc.), locais onde normalmente não deveriam estar. 

Evitar que a doença se desenvolva é desafiador, uma vez que é uma condição influenciada por fatores genéticos e imunológicos, dificultando a prevenção primária. No entanto, a prevenção secundária é possível e consiste em intervir para impedir a progressão da doença.

“Uma abordagem eficaz de prevenção secundária é agir precocemente, especialmente em jovens que apresentam suspeita de desenvolver a condição. Uma estratégia fundamental é suprimir a menstruação, evitando assim a estimulação hormonal, que contribui para o crescimento das lesões endometrióticas. Ao inibir a menstruação, é possível reduzir a produção de estrogênio, o que pode retardar o avanço da doença. Embora não seja possível interromper completamente o seu desenvolvimento, essa abordagem pode proporcionar uma evolução mais lenta da endometriose, possibilitando uma vida reprodutiva mais saudável”, alerta o especialista.

 

Sintomas 

Os sintomas e são predominantemente caracterizados pela dor, manifestando-se através de dispareunia (dor durante a relação sexual), dismenorreia (cólicas menstruais intensas, sendo o sintoma mais marcante), sangramento uterino anormal (hipermenorreia, caracterizada por um fluxo menstrual excessivo), e dor pélvica crônica, persistindo ao longo do mês. As consequências a longo prazo incluem o agravamento da dor e do fluxo menstrual, podendo resultar em anemia significativa. Além disso, a infertilidade é uma complicação grave, especialmente prevalente em mulheres mais jovens, dificultando a concepção. A gravidade dessa infertilidade pode variar de acordo com a extensão e características da doença endometriótica.

 

Tratamento 

O tratamento clínico, que visa inibir a ação do estrogênio. Este hormônio, responsável pela proliferação celular, estimula o crescimento das células endometriais. O médico da FEBRASGO explica que qualquer tratamento para a endometriose, seja ela interna (adenomiose) ou externa, deve incluir a inibição do hormônio estrogênio. Para isso, são utilizados diversos métodos contraceptivos e anticoncepcionais, que atuam de maneira eficaz. Além disso, progestágenos isolados também são empregados com sucesso no tratamento.

“Destaca-se entre esses métodos o sistema intrauterino de levonorgestrel, conhecido como DIU medicado. Este dispositivo tem um papel relevante no alívio da dor e na redução do sangramento uterino, especialmente em pacientes sem endometriomas, uma vez que não interfere na ovulação, mas sim na ação estrogênica na cavidade uterina”, enfatiza.

 

Casos cirúrgicos 

O tratamento cirúrgico em casos de preservação da fertilidade é considerado heróico, sendo realizado principalmente em centros especializados. Essas cirurgias visam preservar a capacidade reprodutiva das pacientes, especialmente em condições como endometriose e adenomiose. Uma das técnicas utilizadas é a ressecção das paredes afetadas, que é realizada com precisão para minimizar danos aos tecidos. 

“É importante destacar que a principal consequência da cirurgia, especialmente da histerectomia (remoção do útero), é a impossibilidade de uma gestação futura. Nesses casos, a mulher não pode mais engravidar ou dar à luz naturalmente”, destaca o médico. 

Neste contexto, a cirurgia só é recomendada quando a paciente tem absoluta certeza de que não deseja mais ter filhos biológicos. No entanto, em certos casos, é possível preservar os ovários para que a mulher possa, dentro das normas regulamentadas pelo Conselho Federal, recorrer à ajuda de outras mulheres, como primas ou irmãs, para engravidar por meio de técnicas de reprodução assistida.


Febre: por que esperar três dias?

 

divulgação

A febre é, muitas vezes, uma resposta do sistema imunológico, uma ação natural da resposta do corpo a uma infecção e pode ajudar a combater a propagação do agente infeccioso, além de estimular o sistema imunológico. 

Quando o corpo detecta a presença de um agente invasor, como bactérias, vírus ou outros patógenos, ele desencadeia uma série de reações fisiológicas para combater a infecção, sendo a febre uma dessas respostas. 

Walter Peres, médico pediatra e professor do curso de Medicina da Uniderp, destaca que a medicação precipitada pode ser um erro, na maioria dos episódios de febre e explica o porquê. “Entender o motivo de esperar três dias antes de se preocupar quando seu filho apresentar febre é crucial para uma abordagem mais racional desta condição tão frequente. Com certeza este conhecimento vai evitar muitas idas desnecessárias aos prontos atendimentos. A febre, muitas vezes, é uma resposta natural do corpo a infecções virais e costuma resolver-se por conta própria, na maioria dos casos até 72h (3 dias)”. 

Segundo o pediatra, este período de observação, para crianças em bom estado clínico geral, permite diferenciar na maioria das vezes entre uma febre passageira de origem viral e uma condição mais grave que exige atenção médica imediata. No entanto, o especialista salienta que o tempo de duração da febre não é o único parâmetro a ser monitorado. “Sintomas que possam indicar piora clínica, como dificuldade para respirar, prostração, sinais de desidratação ou febre muito alta e persistente, indicam a necessidade de uma avaliação pelo pediatra com maior urgência”, completa. 

Para cessar a febre de forma natural, entre as opões estão manter a criança confortável com roupas leves, além de hidratada com líquidos como água e sucos naturais; banho morno e compressas frias na testa ou axilas podem auxiliar na diminuição da temperatura corporal. “Alguns medicamentos para baixar a febre podem ter efeitos colaterais, especialmente em pacientes infantis. Sendo assim, adiar o uso desses medicamentos pode reduzir os efeitos colaterais indesejados”, finaliza o pediatra. 



Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal – Uniderp
site


Pesquisadores descobrem neurônios que deflagram a busca frenética por alimentos, mesmo sem fome

Células VGAT da substância cinzenta periaquedutal em verde
 e em amarelo. As células vermelhas fazem contatos sinápticos
 em neurônios VGAT
imagens: acervo dos pesquisadores

Em estudo com camundongos, cientistas usaram técnica que combina estímulo luminoso e bioengenharia para ativar seletivamente um conjunto de células nervosas escondido na base do cérebro. Descoberta abre caminho para futuros tratamentos contra transtornos alimentares


Pela primeira vez, pesquisadores identificaram um conjunto de células nervosas, situadas nas profundezas do cérebro, diretamente relacionadas com a manifestação do comportamento de busca compulsiva por comida. A descoberta, divulgada na revista Nature Communications, foi feita por um grupo da Universidade da California em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, e da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo (SP).

Trata-se de uma população de neurônios escondida em uma região chamada substância cinzenta periaquedutal, que fica na base do cérebro, em direção oposta ao córtex pré-frontal. Também conhecidas como células VGAT (do inglês vesicular GABA transporter), elas usam o neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), que desempenha um papel importante na regulação da atividade neuronal. Estão presentes em várias áreas do cérebro e da medula espinhal, contribuindo para a modulação do humor, do sono, da ansiedade e da resposta ao estresse, entre outras funções.

“Não se conhecia, porém, a relação das células VGAT na região cinzenta periaquedutal com a alimentação”, descreve o pesquisador Avishek Adhikari, do Departamento de Psicologia da Universidade da UCLA. No Laboratório de Neurociências da UCLA, sob a liderança de Adhikari, são feitos estudos para entender como o cérebro coordena a constelação de mudanças relacionadas aos comportamentos emocionais, com foco no medo e na ansiedade.

Imagem: Avishek Adhikari


A descoberta foi acidental. “Estávamos investigando os neurônios da substância cinzenta periaquedutal com interesse em ansiedade e não em alimentação”, revela o autor principal do trabalho, o neurocientista brasileiro Fernando Reis, da UCLA. A hipótese inicial dos pesquisadores era de que a ativação das células VGAT deveria inibir reações de medo e pânico. “Quando as ativamos em camundongos, vimos que isso não só não acontecia como houve uma busca desenfreada por alimentos”, conta Reis, que decidiu aprofundar o estudo com a realização de mais testes. A investigação teve apoio da FAPESP por meio de três projetos (16/17329-319/17677-0 e 19/17892-8).

A nova bateria de experimentos trouxe revelações surpreendentes. Mesmo em animais completamente saciados, sem fome alguma, a ativação dessas células deflagrou uma busca frenética por alimentos e os fez comer mais do que seria normal. O contrário também aconteceu. Animais deixados propositalmente com muita fome comeram menos quando os neurônios VGAT foram inibidos.

Durante os testes, os cientistas observaram que os camundongos pareciam gostar da estimulação recebida. “Eles ficavam mais tempo do lado da caixa onde recebiam estímulos para ativar as células VGAT periaquedutais. Acreditamos que a busca descontrolada por comida produz sensações positivas, agradáveis e prazerosas, de recompensa”, observa Reis.

Os camundongos também se dispuseram a superar obstáculos para alcançar os alimentos. “Eles subiram uma pequena grade de arame que dava choques de baixa voltagem para alcançar pedaços de nozes. Não é algo desejável, mas o ímpeto de chegar à comida foi maior do que o desconforto”, relata Adhikari.


Estímulos luminosos

O circuito neuronal estimulado pelos pesquisadores corresponde a cerca de 10% a 12% das células nervosas contidas na substância periaquedutal cinza. A tecnologia escolhida para ativá-las seletivamente foi a optogenética. “O problema que a optogenética tenta resolver é como manipular a atividade de um subgrupo de células em uma área específica do cérebro”, explica Adhikari, que fez seu pós-doutorado no laboratório da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, onde essa técnica foi desenvolvida.

A optogenética torna os neurônios sensíveis à luz para que assim possam ser estimulados ou inibidos. Para isso, os pesquisadores injetam nos neurônios-alvo um vírus geneticamente modificado, que carrega uma proteína sensível à luz obtida de uma alga unicelular. “A partir da infecção pelo vírus modificado, a população de neurônios selecionada recebe essa proteína fotossensível e também instruções para começar a fabricá-la”, explica o pesquisador Alexandre Kihara, da UFABC, um dos cinco brasileiros que fazem parte do time de pesquisadores que descobriu a relação entre esse subgrupo de células VGAT e a comida.

Os camundongos receberam também um implante de fibra óptica para conduzir uma luz azul às células devidamente infectadas. “Captado pelas proteínas fotossensíveis, o estímulo luminoso se converte em atividade elétrica. Desse modo, conseguimos que as células fiquem mais ou menos ativas de acordo com o comprimento de onda da luz emitida”, descreve Juliane Ikebara, que foi bolsista de doutorado na UFABC e é coautora do trabalho.

Sob a luz azul, os camundongos mudaram brutalmente de comportamento. “Nós vimos animais bem alimentados e saciados dispararem atrás de um inseto para devorá-lo”, conta Adikhari.

O mapeamento das áreas atingidas pelo aumento da liberação do neurotransmissor GABA revelou impacto em regiões profundas do cérebro, como a chamada zona incerta. “Vimos um aumento da atividade neural nessa área quando o animal está se aproximando do alimento”, explica o pesquisador.

A pergunta mais importante é se as células VGAT periaquedutais em humanos também induzem o consumo de alimentos. Experimentos anteriores indicam que a função da área periaquedutal é similar em humanos e ratos. Em ambas as espécies, injetar corrente elétrica nessa área causa sintomas agudos de medo, pânico e analgesia.

“Nossos achados não podem ser diretamente testados em humanos no momento, mas, eventualmente, estudos futuros poderão mostrar se a ativação dessas células periaquedutais VGAT em macacos induz a busca por comida, o que sugeriria que algo similar acontece em humanos”, pontua Adhikari.

Novos estudos iniciados pelo grupo investigam a predileção dos animais cujos neurônios foram estimulados por alimentos ricos em proteínas e açúcares, entre outros aspectos. “Os camundongos não quiseram legumes. Eles preferiram salsicha, açúcar, queijo e chocolate”, conta Adhikari.

Para os pesquisadores, a descoberta de que a estimulação ou inibição dessa área específica do cérebro provoca comportamentos semelhantes aos que são vistos na anorexia ou compulsão alimentar pode levar à exploração de novas abordagens para o controle dos transtornos alimentares.

O artigo Control of feeding by a bottom-up midbrain-subthalamic pathway pode ser acessado em: www.nature.com/articles/s41467-024-46430-5. 


Monica Tarantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/pesquisadores-descobrem-neuronios-que-deflagram-a-busca-frenetica-por-alimentos-mesmo-sem-fome/51253


Saúde mental do idoso: entenda os transtornos mais comuns

Leia o artigo do médico Adriano Roberto Tarifa Vicente, geriatra da Unimed Araxá

 

Um tema muito atual é o envelhecimento populacional e a necessidade de se repensar a atual organização da sociedade para lidar com essa realidade. No Brasil, de acordo com o Censo Demográfico, essa população cresceu de forma rápida e significativa. Em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% frente a 2010.

 

As enfermidades crônico-degenerativas aumentam sua prevalência com o envelhecimento e, com isto, o uso de medicamentos, recursos humanos e financeiros. É de suma importância o diagnóstico precoce destas enfermidades, a fim de que as doenças exerçam uma pressão menor sobre a qualidade de vida do idoso.

 

Fatores estressantes externos podem gerar consequências significativas na vida dos idosos, tornando-os mais vulneráveis aos transtornos de adaptação que podem manifestar-se com transtornos mentais afetando o comportamento e as emoções. Contribuem para problemas de saúde mental entre os idosos: isolamento social, morte de pessoas próximas, presença de múltiplas doenças, avanço da idade, além de fatores como a baixa escolaridade e sexo feminino.

 


Depressão


Os transtornos depressivos são comuns em idosos e a depressão maior é caracterizada por humor triste ou irritável, perda de prazer, alterações no apetite, sono, psicomotricidade e cansaço frequente. Ela afeta cerca de 13% da população brasileira com idade entre 60 e 64 anos, com até 24% dos idosos apresentando sintomas depressivos. A depressão de início tardio ocorre quando o primeiro episódio ocorre após os 60 anos e apresenta um pior prognóstico, com maior cronicidade, mais comorbidades, evidente prejuízo cognitivo e, consequentemente, uma maior mortalidade. Em março de 2020, a pandemia ocasionada pelo coronavírus impôs o isolamento social, fator que impactou de maneira especial a população idosa, uma vez que o distanciamento aumentou a solidão, piorou os índices de distúrbios depressivos, agravou a falta de autocuidado e intensificou outros transtornos.

 

O tratamento dos transtornos depressivos envolve psicoterapia, atividade física e medicamentos como antidepressivos expondo a efeitos colaterais como boca seca e alterações cardiovasculares como tonteiras e queda de pressão com desmaios, náuseas, anorexia, insônia, perda da libido, agitação, ansiedade, tremor, acatisia, cefaléia e bruxismo, devendo o médico manejar estes problemas.

 


Ansiedade


Os transtornos de ansiedade são comuns em idosos com taxas de 10% e 15% na comunidade e a associação com fobias, como o medo de cair, são frequentes nessa faixa etária. Pode ter correlações com doenças orgânicas, como alcoolismo, distúrbios de sono e aumento da mortalidade por causas cardiovasculares. Os sintomas ansiosos têm considerável sobreposição com a depressão maior, especialmente transtorno do sono, problemas de concentração, fadiga e sintomas psicomotores ou de excitabilidade.

 

O uso de medicamentos e algumas doenças como hipertireoidismo podem ser causas de ansiedade. O tratamento envolve antidepressivos, ansiolíticos e, em casos específicos, benzodiazepínicos por curtos períodos. Quadros graves requerem antipsicóticos e estabilizadores de humor.


 

Bipolaridade


O transtorno de humor bipolar pode afetar 0.1% dos idosos, sendo que apenas 8% dos casos iniciam após os 65 anos. Caracteriza-se pela presença de episódios maníacos com sintomas como autoestima inflada, necessidade reduzida de sono, pressão de fala, pensamentos acelerados, distração, agitação psicomotora e comportamento de risco. Há também episódios depressivos graves intercalados com fases de eutimia (humor normal).

 


Esquizofrenia


A esquizofrenia é o transtorno psicótico mais conhecido e afeta cerca de 1% da população, sendo uma das doenças mais devastadoras dentro do escopo da saúde mental. Geralmente se manifesta com sintomas psicóticos, preservando o afeto e o funcionamento social. A prevalência de transtornos psicóticos em idosos é estimada entre 5,7% e 6,3%. Alguns pacientes podem estar na fase inicial de um processo demencial e a presença de deficiência sensorial, como a perda auditiva, pode estar relacionada ao surgimento de sintomas psicóticos tardios.

 

Em sua maioria, são pacientes com baixo autocuidado, polimedicados e com comorbidades e dependência de tabaco muito associada. O tratamento envolve o uso de medicações antipsicóticas, sendo importante ajustar a dosagem e o tempo de uso para evitar efeitos colaterais.

 


Cuidados


A preocupação com idosos que sofrem de transtornos mentais decorre das múltiplas alterações físicas, emocionais e sociais que as tornam mais suscetíveis à presença de diversas doenças e alterações no estado de saúde que se caracterizam por sua cronicidade e complexidade, o que interfere na qualidade de vida, portanto, requerendo atenção. As doenças mentais dos idosos podem ser curáveis e um tratamento adequado melhora a qualidade de vida proporcionando um bom estado de saúde e este é um dos objetivos básicos do envelhecimento saudável.

 

Dr. Adriano Roberto Tarifa Vicente - Especialista em Geriatria pela USP-SP e Clínica Médica. Doutor em Ciências da Saúde pela FIOCRUZ/CPQRR-MG. Formado pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP / Geriatria pela USP-SP


Pelos fora de controle? Entenda o que está por trás do hirsutismo

Endocrinologista explica as principais causas e os tratamentos da condição que causa um crescimento excessivo de pelos


Durante anos, o tema dos pelos tem sido um tabu desmistificado e amplamente discutido entre mulheres, refletindo preocupações sociais e estéticas. No entanto, quando se observa um crescimento excessivo de pelos em corpos do sexo feminino, pode-se estar diante de uma condição que transcende a discussão cultural ou estética. O hirsutismo é um distúrbio que não só desafia as normas sociais, mas sinaliza possíveis desequilíbrios que exigem acompanhamento médico. 

De acordo com Luciana Mela Umeda, médica endocrinologista e professora doutora do curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), os principais sintomas são aumento de pelos na região das costas, rosto, buço, queixo, ao redor dos mamilos, nádegas e abdômen. Geralmente os pelos são abundantes e grossos, podendo causar constrangimento e desconforto. 

“São várias as causas do hirsutismo, entres as mais comuns podemos citar os fatores genéticos, que são ligados a alguns grupos étnicos específicos como mediterrâneos, hispânicos, do sul da Ásia ou do Oriente Médio; o uso de medicamentos que contêm corticoides e esteroides anabolizantes e as alterações hormonais como a síndrome dos ovários policísticos, obesidade, resistência à insulina, hiperplasia adrenal congênita, Síndrome de Cushing e alguns tumores produtores de andrógenos”, cita. 

Reconhecendo a diversidade das causas do hirsutismo, a abordagem para seu tratamento exige uma compreensão holística e individualizada de cada caso. Se a paciente apresentar indícios de obesidade é necessário focar na perda de peso e mudança do estilo de vida. Se tiver Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), o foco é na perda de peso e no uso de medicamentos que melhorem a resistência à insulina e estimulam a ovulação. 

“A SOP é uma patologia muito prevalente. Sabemos que de 70 a 80% das mulheres com SOP cursam com hirsutismo. Elas podem ter dificuldade para engravidar devido a dificuldade na ovulação, resistência à ação da insulina e pelo aumento de andrógenos. Portanto, pode haver uma forte correlação entre o hirsutismo e infertilidade, e o tratamento precoce pode reverter esse achado”, afirma. 

Além dos fatores citados acima, ainda existem: causas tumorais, nas quais é preciso detectar o local do tumor; por medicamentos, quando o mais indicado é suspendê-los, se possível; e nos casos de origem genética, indicado o uso da depilação, eletrólise ou tratamento a laser. 

Caso identificado alguns dos sintomas, a endocrinologista recomenda a busca por um médico especialista para realizar um tratamento, já que, quando não tratado, o hirsutismo pode afetar a saúde mental trazendo estresse emocional, depressão e ansiedade. Além disso, quando causada pelo excesso de andrógenos (hormônios masculinos), podem apresentar dificuldades para engravidar (infertilidade), voz grave, diminuição do tamanho dos seios, aumento da musculatura e do clitóris e acne.  


Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
www.unicid.edu.br


Dia Mundial da Saúde é uma oportunidade de conscientizar a população sobre a importância da prevenção

 

Divulgção

Com estratégias práticas e acompanhamento regular é possível garantir uma vida saudável e diminuir riscos de complicações vasculares


No Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular - Regional São Paulo (SBACV-SP) destaca a necessidade de uma atenção especial a um aspecto vital frequentemente negligenciado, que é a saúde vascular. Reconhecer os sintomas, compreender a importância da prevenção e realizar avaliações médicas regulares são passos obrigatórios para manter a saúde.

O sistema circulatório desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde do corpo humano. As artérias e veias, componentes vitais desse sistema, têm a responsabilidade de transportar sangue oxigenado para todos os órgãos e tecidos do corpo. Portanto, é imprescindível preservar a integridade desses vasos para assegurar uma circulação adequada e prevenir uma série de condições adversas, tais como varizes, pé diabético e trombose. Em casos mais graves e quando o diagnóstico é tardio, tais circunstâncias podem evoluir para uma embolia pulmonar, tornando-se potencialmente letais.

Conforme explica o diretor de publicações da SBACV-SP, Dr. Ivan Benaduce Casella, os problemas vasculares podem variar dependendo da condição específica, mas alguns sinais comuns incluem dor ou sensibilidade nas pernas, inchaço, veias dilatadas, alterações na cor da pele, formigamento ou dormência e úlceras que não cicatrizam. A indicação é que se a pessoa apresentar algum desses sintomas, é importante procurar atendimento médico para uma avaliação e tratamento adequado.

“Adotar um estilo de vida saudável, que englobe uma alimentação balanceada, prática regular de exercícios, controle do peso e abstenção do tabagismo são medidas indispensáveis para promover o adequado funcionamento do sistema circulatório. Além disso, é importante monitorar regularmente os fatores de risco, tais como pressão arterial, níveis de colesterol e glicose no sangue", destaca o Dr. Casella.

Para aqueles com predisposição genética ou fatores de risco adicionais, como doenças cardiovasculares, é recomendado um acompanhamento médico em uma idade mais jovem, geralmente a partir dos 40 anos, ou conforme orientação do especialista.  Uma atenção especial também deve ser dada às pessoas com histórico familiar de trombose.

“No Dia Mundial da Saúde, a melhor forma de contribuição é reforçar a conscientização sobre a importância de cuidar da saúde e destacar a necessidade de medidas preventivas. Com hábitos saudáveis e estar atento aos sinais de alerta, é possível reduzir significativamente o risco de complicações e desfrutar de uma vida mais longa e saudável”, orienta o médico.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram). 



Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
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Vitamina D: Outono e Inverno podem afetar a síntese deste hormônio

Conheça os grupos de risco e 3 dicas para manter os níveis adequados 

 

“A menor incidência de raios solares durante o Outono e, principalmente, durante o Inverno afetam a formação de vitamina D, que é altamente dependente dos raios ultravioletas do tipo B. Além disto, por causa das menores temperaturas nestas estações, as pessoas tendem a estar mais agasalhadas, diminuindo a exposição ao sol. Estudos populacionais brasileiros mostram a variação sazonal das concentrações de vitamina D, principalmente em localidades mais ao sul do país”, explica Dr. Sérgio Setsuo Maeda, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo – ABRASSO.

 

A vitamina D é um hormônio fundamental para a saúde dos ossos, pois ela aumenta a absorção de cálcio e fósforo no organismo. Entretanto, cerca de 90% da sua formação depende da exposição solar. Embora haja vitamina D em peixes como atum e salmão, uma pessoa teria que comer esses alimentos praticamente todos os dias para ter o aporte necessário do hormônio.

 

O endocrinologista explica que quando nos expomos ao sol, os raios UVB penetram na camada mais superficial da pele produzindo uma reação química e térmica que resulta em vitamina D. Uma vez formada, a vitamina D vai para corrente sanguínea, passando pelo fígado e rim; e só então aumenta a absorção de cálcio e fósforo no intestino, o que estimula a mineralização dos ossos e a função muscular.

 

Dessa forma, a exposição solar é fundamental, pelo menos de 10 a 15 minutos, todos os dias, com braços e pernas expostos, sempre protegendo o rosto e evitando a vermelhidão da pele.

 

Grupos de risco - Os idosos são o principal grupo de risco para a hipovitaminose D, pois a pele vai ficando mais fina e com menor quantidade de precursores com o passar do tempo. Além disto, os idosos tem hábitos de exposição solar mais restritos e usam vestimentas mais pesadas. “Neles são mais comuns as doenças crônicas e o uso de medicamentos que podem interferir com o metabolismo da vitamina D. As gestantes têm maior risco de desenvolver melasma, as lesões no rosto pela fotossensibilidade, portanto é sugerido que elas se protejam contra o sol. Por estas razões, nestes grupos, recomenda-se a suplementação de vitamina D”, comenta Dr. Maeda.

 

Algumas medidas que podem ser adotadas para manter os níveis adequados de vitamina D no Outono e Inverno:

 

1. Uso de suplemento – especialmente os grupos de risco como idosos; grávidas; lactantes; pessoas com osteoporose e histórico de quedas com fraturas; indivíduos com insuficiência renal crônica ou síndromes de má-absorção devem ser orientados a manter o uso de suplementos de vitamina D. “A suplementação deve ser sempre recomendada por um médico”, relembra Dr. Maeda.

 

2. Aproveitar qualquer sinal de luz solar – Ainda que os ‘banhos de sol’ sejam mais limitados nestas estações do ano, vale aproveitar qualquer chance expondo braços e pernas por um tempo limitado (5 minutos para peles mais claras e 15 minutos para peles mais pigmentadas) evitando-se a vermelhidão da pele (sinal de lesão solar).

 

3. Alimente-se adequadamente - ainda que a quantidade de vitamina D via alimentos seja baixa, recomenda-se apostar nos peixes, iogurtes e derivados de leite, gema de ovo e fígado.

 

ABRASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo
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No Dia Mundial do Autismo, 2 de abril, entenda a importância do atendimento especializado no tratamento odontológico

Espaço na clínica dedicado à odontopediatria 
 
Divulgação Dental Beauty

Abordagens especiais garantem uma experiência positiva aos menores com transtorno do espectro autista
     


O transtorno do espectro autista é um conjunto de condições que afetam o desenvolvimento, com três características que podem aparecer em diferentes proporções, em conjunto ou isoladas: alterações na fala, dificuldade de socialização e comportamento repetitivo e estereotipado. Para muitas crianças autistas, as visitas ao dentista podem ser experiências difíceis e estressantes devido a sensibilidades sensoriais, dificuldades de comunicação e comportamentos desafiadores. No entanto, avanços significativos estão sendo feitos na área odontológica para atender às necessidades específicas desses pacientes.

Um dos principais desafios no tratamento odontológico de crianças autistas é a sensibilidade sensorial. Muitas vezes, essas crianças são hiperativas a estímulos táteis, visuais e sonoros, tornando difícil a realização de exames bucais e procedimentos odontológicos. Para lidar com isso, os profissionais de odontologia estão implementando técnicas de dessensibilização gradual, que envolvem a exposição progressiva a estímulos sensoriais, ajudando as crianças a se acostumarem com o ambiente do consultório e aos instrumentos odontológicos.

“A comunicação é um desafio durante o tratamento odontológico de crianças autistas, já que muitas têm dificuldade em expressar dor, desconforto ou medo de forma verbal. Nesses casos, é fundamental que os dentistas e suas equipes estejam treinados em técnicas de comunicação não verbal e compreensão das necessidades individuais de cada criança. Estratégias como o uso de sinais visuais, linguagem simples e preparação visual antecipada podem ajudar a facilitar a comunicação durante as consultas”, explica Walter Solter, cirurgião-dentista e diretor técnico da Dental Beauty, com mais de 40 anos de experiência profissional na área da odontologia.

Espaço na clínica dedicado à odontopediatria 
 
Divulgação Dental Beauty
Outra questão importante é o comportamento desafiador que algumas crianças autistas podem apresentar durante o tratamento odontológico. Agitação, movimentos repetitivos e resistência a procedimentos podem dificultar o progresso do tratamento. Para lidar com isso, os profissionais de odontologia estão adotando abordagens que envolvem a identificação de gatilhos de comportamento e o desenvolvimento de estratégias para minimizar ou prevenir reações negativas.

“É muito importante que os pais e cuidadores estejam envolvidos no processo de tratamento odontológico de crianças autistas. Eles desempenham um papel fundamental na preparação das crianças para as visitas ao dentista, ajudando-as a se familiarizarem com o ambiente do consultório, praticando técnicas de higiene bucal em casa e oferecendo apoio emocional durante os procedimentos”, completa o especialista.

Embora ainda haja desafios a enfrentar, os avanços na odontologia pediátrica estão tornando os tratamentos dentários mais acessíveis e eficazes para crianças autistas. Com uma abordagem centrada no paciente, compreensão das necessidades individuais e colaboração entre profissionais de saúde e familiares, é possível proporcionar cuidados odontológicos de qualidade e melhorar a qualidade de vida dessas crianças.

"É fundamental oferecer um ambiente acolhedor e adaptado para as crianças durante as consultas odontológicas. No nosso consultório temos um espaço dedicado ao tratamento infantil, com profissionais especializados, brinquedos, pintura nas paredes especialmente desenvolvida para o acolhimento e encantamento infantil, e principalmente, com comprometimento em proporcionar uma experiência positiva e confortável para todos os nossos pacientes”, finaliza Solter.


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