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quinta-feira, 7 de março de 2024

Mês da mulher: especialista em direito e saúde elenca direitos das mulheres na saúde suplementar

 

Especialista lembra que mulheres têm acesso garantido a planejamento familiar, exames e tratamentos incluídos no Rol da ANS
 

As mulheres são maioria da população e também um público prioritário na saúde suplementar. Uma análise de dados realizada em 2023 pela FenaSaúde demonstrou que elas representam cerca de 53% dos beneficiários de planos de saúde. Na mesma linha, a última edição da Pesquisa ANAB dos planos de saúde demonstrou que o gênero tem muito mais preocupação com o acesso a tratamento de saúde, principalmente no período pós-pandemia. 

Segundo Alessandro Acayaba de Toledo, advogado especializado em Direito e Saúde e presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), além das ações estruturadas e planos e coberturas com foco neste público, é importante que as beneficiárias conheçam os seus direitos garantidos na saúde complementar.
 
“Poucas pessoas sabem, mas as brasileiras têm acesso universal aos diagnósticos e consultas que envolvem as principais demandas e queixas da saúde feminina incluídos no Rol da ANS. Um exemplo disso é a realização da mamografia e exames de imagem de prevenção e diagnóstico do câncer de mama pelo SUS e pela saúde suplementar. O mesmo acontece para outros diagnósticos, além do acesso a procedimentos de planejamento familiar. Tudo em, no máximo, 30 dias. Se diagnosticadas condições graves, como as neoplasias, a legislação brasileira exige início do tratamento em até 60 dias, seja no SUS ou na Saúde Suplementar”, reforça Acayaba de Toledo.

 Divulgação

No acesso à saúde, a lei também traz garantias para que nenhum paciente fique sem cuidados, durante o tratamento e principalmente no diagnóstico. A ANS também promove ações junto as operadoras de saúde com programas específicos para prevenção de riscos e doenças. Atualmente, há 668 programas em andamento, que atendem a quase 150 mil pacientes. As linhas de cuidados especiais para o universo feminino envolvem planejamento familiar, atenção ao pré-natal, parto e puerpério, câncer de mama e de colo de útero, climatério, distúrbios hormonais, osteopenia e osteoporose, bem como consumo de álcool e tabagismo, saúde bucal, alimentação saudável, sobrepeso e obesidade. 

Para além dos direitos de acesso, há uma série de benefícios garantidos as trabalhadoras com carteira assinada que têm acesso ao FGTS (Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço). Este benefício serve para qualquer tipo de câncer, para dependentes de pessoas com acesso ao fundo. 

“Existem diversas isenções e benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por incapacidade permanente e isenção de Imposto de Renda. Alguns municípios também oferecem isenção do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), IPI e IPVA em caso de necessidade de acesso a carros adaptados”, reforça Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB) e advogado especialista em Direito e Saúde. 



ANAB - Associação Nacional das Administradoras de Benefícios


quarta-feira, 6 de março de 2024

PRESENTES PARA CADA SIGNO – ASTROLOGIA AJUDA A NÃO ERRAR NO PRESENTE DE DIA DAS MULHERES


 Já que o signo diz muito da personalidade humana, que tal dar uma espiadinha nas características deles antes de homenagear as mulheres?


O Dia das Mulheres se aproxima e com ele as opções de presentes podem parecer infinitas. Afinal, quem nunca se sentiu inseguro na hora de dar algo para aquela pessoa especial? E para ajudar na escolha e acabar com essa insegurança, conversamos com Ana Lucia consultora astrológica da iQuilibrio que trouxe as características mais comuns de cada signo, incluindo gostos pessoais e características da personalidade de acordo com o zodíaco. “Ao presentearmos alguém é muito comum ficar em dúvida se ela vai ou não gostar do que compramos, por isso, quanto mais a conhecemos, mais chances temos de acertar. E nestas horas, além claro da nossa intimidade e envolvimento com a pessoa, os astros são ótimos aliados na escolha do presente” – garante.
 

Sendo assim, confira as opções de presentes para cada signo segundo a consultora da iQuilibrio.
 

1 - Áries

A mulher do signo de Áries é ousada e aventureira. A sugestão de presente que mais combina com seu jeito despojado e divertido é algo ligado ao esporte, como tênis de corrida ou um conjunto para a academia. Mas se ela não for adepta aos esportes, bijuterias diferentes também costumam agradá-las.
 

2 - Touro

A taurina é elegante, sofisticada, decidida e forte. Elas amam livros, seja de romance ou ficção. Quadros de paisagens também são ótimas opções, assim como perfumes mais adocicados.
 

3 - Gêmeos

A mulher geminiana dispensa apresentações, ela é alto-astral e comunicativa. Então, aposte em algo criativo para essa data. Uma bolsa de uma cor mais chamativa, uma assinatura em um clube do livro ou uma leitura completa do mapa astral, com certeza irá agradá-la.
 

4 - Câncer

Como a canceriana é extremamente carinhosa e romântica, fica sensibilizada quando recebe um presente personalizado. Por isso, para o Dia das Mulheres desse signo ser inesquecível, é bom algo como uma cesta de café da manhã, álbum de fotos com a família e uma carta escrita à mão.
 

5 - Leão

Encontrar presentes para a mulher do signo de Leão pode ser uma tarefa difícil, pois ela é extremamente vaidosa e exigente. Por isso, aposte em presentes como roupas sofisticadas da moda, um jantar especial em um lugar chique e claro, joias!
 

6 - Virgem

A virginiana é detalhista e perfeccionista. Para agradá-la, compre presentes como uma roupa de cama confortável, planners e agendas para ela organizar sua semana. Itens como: caixas de chá ou café gourmet, aulas de degustação de vinho também são ótimas apostas.
 

7 - Libra

A libriana é sempre charmosa e inteligente, de presente, ela adora ser itens que valorizam sua intelectualidade e beleza, então livros que exploram o poder da mente, espelhos e maquiagens estão no topo da lista.
 

8 - Escorpião

Escolher presentes para a escorpiana requer paciência e dedicação, pois ela é exigente, ou seja, ou ama ou odeia algo. Intensa e sensual, você pode presenteá-la com itens místicos como pedras energéticas, quites para banho ou perfumes mais amadeirados.  
 

9 - Sagitário

A sagitariana é aventureira e divertida. Para agradar essa mulher, presenteei com um tênis mais esportivo, um mapa mundi ou uma mochila com vários compartimentos para ela levar em suas viagens.

 

10 - Capricórnio

Comprometida, responsável e organizada, a capricorniana está sempre disposta a ajudar e se dedicar ao próximo. Para agradar, presenteie-a com bolsas, relógios e agendas. 

11 - Aquário

Comprar presentes para aquariana requer muita criatividade. A aquariana é extremamente criativa, animada e está sempre em busca de novas motivações. Para surpreendê-la, valem presentes como acessórios modernos e personalizados, roupas descoladas e viagens.

12 - Peixes

A mulher pisciana é sensível e carinhosa. Essa nativa também é muito simples e não liga para luxo e conforto. Se quiser agradá-la, compre presentes como objetos artesanais, místicos e cartões feitos à mão.

 

 iQuilibrio


SBPC/ML: 9 exames essenciais para a longevidade feminina

 Descubra como a prevenção através de exames de rotina pode ser o segredo para uma vida mais longa e saudável para as mulheres

 

No Brasil, as mulheres vivem, em média, sete anos a mais do que os homens, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Manter essa longevidade saudável é crucial, e a chave está na realização regular de exames que contribuem para a prevenção e detecção precoce de doenças. O câncer de mama, do colo do útero, e de intestino, diabetes, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), e distúrbios da tireoide são algumas das enfermidades que afetam as mulheres e podem ser identificadas e tratadas com sucesso por meio de exames específicos.

Annelise Wengerkievicz, médica patologista clínica e diretora de comunicação e marketing da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), destaca a importância dos exames de rotina. "Os exames variam de acordo com as diferentes fases da vida e aspectos individuais, como vida sexual, ocupação e sinais e sintomas. Além dos testes laboratoriais, a mamografia é crucial para a detecção do câncer de mama, sendo fundamental a orientação médica para uma interpretação correta dos resultados", ressaltou.

 

Exames essenciais para a saúde da mulher 

Manter uma rotina de exames é a melhor forma de investir na própria saúde e garantir uma vida plena e duradoura. A especialista da SBPC/ML destaca os exames essenciais para a saúde feminina. São eles: 


Colpocitologia oncótica (Papanicolau): Indicado para rastreio do câncer de colo de útero, este exame ajuda a detectar lesões precursoras ou câncer em estágio inicial, potencializando o tratamento e aumentando as chances de cura. A frequência pode ser reduzida para a cada três anos em casos de resultados negativos consecutivos.

 

Pesquisa de HPV de alto risco: Recentemente incluído nas recomendações, este exame possui sensibilidade superior ao Papanicolau, auxiliando na detecção precoce do câncer de colo de útero. Sua periodicidade pode ser reduzida em casos de resultado negativo, sempre com orientação médica.

 

Sorologia para hepatite e HIV: Essencial para diagnóstico precoce, esses testes de sangue são fundamentais para iniciar o tratamento o quanto antes, garantindo qualidade de vida.

 

Glicemia de jejum e dosagem de colesterol e triglicerídeos: Indispensáveis para detectar diabetes, doenças cardiovasculares e AVC, esses exames são realizados por meio de coleta simples de sangue, com periodicidade variável conforme as condições e histórico da paciente.


TSH: Indicado para detectar distúrbios da tireoide, este exame é realizado por meio de coleta de sangue.

 

Pesquisa de sangue oculto nas fezes: Indicado anualmente a partir dos 45 anos, este exame ajuda a diagnosticar o câncer de intestino, uma preocupação crescente entre as brasileiras.


SBPC/ML: Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial

Crianças e jovens enfrentam desafio para diagnosticar e tratar doença

 

Primeiro tratamento para Atrofia Muscular Espinhal (AME) está disponível no Brasil desde 2022

 

No Brasil, 13 milhões de pessoas convivem com algum tipo doença rara[1] (patologias que afetam até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos[2]). A singularidade não está apenas no tipo de doença, mas na luta diária por acesso a diagnósticos precisos, tratamentos e manutenção de qualidade de vida. É o caso da Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença neurodegenerativa que afeta pessoas de todas as idades[3]. Embora haja tecnologias para controle de sua progressão, a desinformação e dificuldade de acesso a diagnóstico e tratamento ainda são barreiras em todo o país[4].

A AME é uma doença genética de diferentes manifestações clínicas. A patologia caracteriza-se pela morte de neurônios motores responsáveis por movimentos voluntários e involuntários, como andar, mastigar e respirar. Embora mais frequente e severa em bebês, os sintomas de AME podem surgir em qualquer momento da vida[3]. Estima-se que 35% dos pacientes sejam jovens e adultos[5].

Quando ocorrida nessas fases, apresenta progressivo comprometimento de autonomia e habilidades motoras. Os sintomas manifestam por meio de fraquezas musculares que podem evoluir para perda de reflexos, incapacidade de locomoção e dificuldades ortopédicas, como a escoliose[6].

A falta de conhecimento é o principal desafio para a pessoa com AME. Os sintomas iniciais são muito parecidos com uma série de outras patologias. Por isso, a importância de considerar AME de início tardio nas hipóteses diagnósticas. Para o paciente que está em contínua perda de função motora, cada dia é fundamental. Estamos falando sobre a autonomia para caminhar, vestir sua roupa, escovar os dentes, lavar os cabelos. Hoje, temos tratamento que pode estabilizar a doença e evitar a perda de habilidades sutis e cotidianas. São conquistas que fazem toda a diferença na qualidade de vida do paciente”, avalia a médica Tatiana Branco, diretora médica da Biogen e especialista em epidemiologia e gestão da saúde.

 

Diagnóstico

O diagnóstico de atrofia muscular espinhal ocorre por meio de avaliação clínica – que afere as capacidades motoras mais altas alcançadas pelo paciente, caraterísticas e progressão dos sintomas e histórico familiar – e testes genéticos moleculares que avaliam a presença dos genes responsáveis pela síntese da proteína de sobrevivência do neurônio motor[7].

Dentre os desafios da identificação precoce está o desconhecimento da doença. Os sintomas iniciais costumam ser fraqueza muscular progressiva, podendo estar associado a presença de atrofia muscular, arreflexia, fadiga, fasciculações (contração muscular pequena, momentânea e involuntária)[6]. Além de haver outras patologias com sintomas semelhantes, características como fadiga e fasciculação podem ser confundidas com manifestações ligadas à estresse e ansiedade[8] – gerando maior tempo para o paciente buscar um diagnóstico específico. Tatiana Branco defende que diante de quadro de fraqueza muscular progressiva, deve-se procurar atendimento especializado.

No processo de identificação diagnóstica de AME, é comum o profissional especialidade investigar diagnósticos diferenciais como doenças do músculo esquelético (como as miopatias inflamatórias, distrofias musculares, miopatias metabólicas hereditárias), doenças da junção neuromuscular (miastenia grave), Síndrome de Eaton-Lambert e outras doenças no neurônio motor, como Esclerose Lateral Amiotrófica.

 

Tratamento

O primeiro medicamento para Atrofia Muscular Espinhal foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022[9]. Ele tem por característica a estabilização da doença, melhora nas funções motoras, redução da fadiga, e aumento qualidade de vida. “Esse foi um marco muito importante para o paciente de AME, familiares e profissionais de saúde. Nosso desafio agora, enquanto comunidade médica, é possibilitar que a terapia esteja disponível além dos grandes centros e regiões metropolitanas. Essa capilarização é de extrema importância para o acesso e adesão ao tratamento. Estamos falando de um país continental onde, por vezes, um paciente está a 200, 500 quilômetros de um centro médico especializado”, pondera Tatiana.

A administração do medicamento ocorre em unidades médicas especializadas, sendo as quatro primeiras doses em intervalos de 14 dias. E as seguintes em periodicidade quadrimestral[10].

O tratamento não medicamentoso abrange cuidados multidisciplinares em âmbitos nutricionais, respiratórios e ortopédicos[7].

 

Tipos de AME[7]

A Atrofia Muscular Espinhal pode receber distintas classificações clínicas, de acordo com a idade de início dos sintomas e máxima função motora adquirida.

A AME tipo I tem início antes do sexto mês de idade. Considerada o subtipo mais severo, representa 58% dos casos. A AME tipo II apresenta manifestações iniciais entre seis e 18 meses de idade. Pacientes dessa estratificação, comumente, não ficam em pé de maneira independente, enunciam ausência de reflexos, escoliose e dificuldade de deglutição.

Os tipos III e IV de AME caracterizam-se início dos sintomas após 18 meses de idade, por vezes, na segunda ou terceira década de vida. Apresentam maior sobrevida e desenvolvimento motor.  



Biogen
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References:

[1] BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Disponível em <https://bvsms.saude.gov.br/28-02-dia-das-doencas-raras/#:~:text=O%20n%C3%BAmero%20exato%20de%20doen%C3%A7as,infecciosas%2C%20imunol%C3%B3gicas%2C%20entre%20outras>. Acesso em: 14 de fev. 2024

[2] BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Entendendo as doenças raras. Brasília, DF: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Disponível em <https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/pessoa-com-deficiencia/doencas-raras/entendendo-as-doencas-raras>. Acesso em 15 de fev. 2024

[3] SOWBODA, Kathryn J. et al. Perspectives on Clinical Trials in Spinal Muscular Atrophy. PubMed Central, 2012. Disponível em <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3260051/>. Acesso em 15 de fev. 2024.

[4] BRASIL. Ministério da Saúde. Atrofia Muscular Espinha. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Disponível em <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/ame>. Acesso em: 14 de fev. 2024

[5] VERHAART, Ingrid E. C. et al. A multi-source approach to determine SMA incidence and research ready population. National Libraty of Medicine, 2017. Disponível em <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5502065/>. Acesso em 15 de fev. 2024.

[6] SUMMER, Charlotte J. Therapeutics Development for Spinal Muscular Atrophy.

Neurotherapeutics, 2006. Disponível em <https://link.springer.com/article/10.1016/j.nurx.2006.01.010>. Acesso em 27 de fev. 2024.

[7] BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Atrofia Muscular Espinhal (AME) 5q tipos I e II. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Disponível em <https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2023/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-de-atrofia-muscular-espinhal-ame-5q-tipos-i-e-ii>. Acesso em: 14 de fev. 2024

[8] BUAINAIN, Renata P.; MOURA, Luciana Souza; OLIVEIRA, Acary S. B. Fasciculação. Rev. Neurociências 8(1): 31-34, 2000

[9] BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa concede registro ao medicamento Spinraza. Brasília, DF: Anvisa. Disponível em <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2017/anvisa-concede-registro-ao-medicamento-spinraza>. Acesso em: 14 de fev. 2024.

[10] LIMA, Fernanda C. Nusinersena. [Brasília] Secretaria de Estado de Saúde. Disponível em <https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/531372/Nusinersena.pdf/a390bf80-57b2-2638-b1f1-7d1eb189fd9f?t=1648996956886>. Acesso em: 19 de fev. 2024.


Você tem medo de quê?

Homens precisam incluir em suas rotinas as consultas médicas preventivas, garantindo uma vida mais longa e com muito mais qualidade


A dificuldade que muitos homens enfrentam ao ir ao médico é uma realidade que permeia diversas culturas e sociedades. Esse comportamento pode ser atribuído a uma variedade de fatores, incluindo questões de estigma em relação à vulnerabilidade, pressões sociais para manter a imagem de robustez e até mesmo medo do desconhecido. No entanto, a medicina preventiva desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e na garantia de uma vida longa e plena, explica o Dr. Daniel Lerario, médico endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina.

"Adiar ou evitar consultas médicas de rotina e exames preventivos, muitas vezes ignorando sintomas que podem indicar problemas de saúde subjacentes, pode levar ao agravamento de problemas e a maior dificuldade em controlar, tratar ou mesmo curar doenças que podem ser simples se diagnosticadas precocemente", afirma o especialista. 

A medicina preventiva preconiza a vigilância constante da saúde, mesmo na ausência de sintomas, identificando potenciais problemas de saúde antes que se tornem graves, permitindo intervenções precoces e eficazes.

Exames de rotina, check-ups anuais e a adoção de um estilo de vida saudável são pilares fundamentais da medicina preventiva.

 

A saúde do homem

Para os homens, especialmente, é preciso estabelecer uma relação de confiança com um médico que possa esclarecer dúvidas e ajudar a dissipar temores e incertezas sobre os diferentes aspectos da saúde masculina.

O Dr. Daniel Lerario explica que, na consulta, além de exames de rotina, também devem ser abordados a importância da adoção de hábitos saudáveis, incluindo alimentação balanceada, prática regular de atividade física, controle do estresse e abandono de hábitos prejudiciais, como tabagismo e consumo excessivo de álcool.

 

Principais exames

Nas consultas, haverá atualização das informações sobre a situação das vacinas, incluindo a vacina contra a gripe, pneumonia e outras vacinas recomendadas para adultos.

"Quanto aos exames, serão indicados de acordo com a idade, histórico médico pessoal e familiar, estilo de vida e fatores de risco individuais. No entanto, existem alguns exames de rotina que são usualmente recomendados para a detecção precoce de problemas de saúde e promoção do bem-estar geral, de acordo com as diferentes faixas etárias", adianta o Dr. Daniel.

 

Confira! 

• Dos 18 aos 39 anos

Exame físico: inclui medição da pressão arterial, avaliação do índice de massa corporal (IMC) e verificação de sinais vitais

Exames laboratoriais: exames como o de colesterol, especialmente se houver fatores de risco, como histórico familiar de doença cardíaca; glicose, para rastrear o diabetes, entre outros.

 

• Dos 40 aos 64 anos 

Além dos exames mencionados acima, poderão ser solicitados:

Colonoscopia: para rastreio do câncer colorretal, geralmente a partir dos 50 anos

Teste de densidade mineral óssea: avalia a saúde óssea e o risco de osteoporose, especialmente para homens com fatores de risco

Eletrocardiograma (ECG): avalia a saúde do coração, especialmente para homens com fatores de risco cardiovascular.

 

• 65 anos e mais

Além dos exames mencionados acima, o médico poderá realizar testes ou fazer perguntas para avaliação cognitiva e de eventuais problemas de equilíbrio e coordenação.

Estas medidas são importantes para detectar possíveis sinais de declínio cognitivo ou demência, bem como para prevenir quedas e lesões em idosos, alerta o Dr. Daniel. 

"É importante ressaltar que essas diretrizes são apenas orientações gerais, mas que as recomendações devem ser individualizadas e podem variar dependendo das circunstâncias de cada paciente", explica.

Por este motivo, alerta o especialista, é essencial realizar consultas de rotina, trazendo para a consulta exames anteriores e também informações sobre a história médica pessoal e familiar. 


Estudo do Fundo de População da ONU identifica barreiras socioeconômicas e geográficas no acesso à Reprodução Assistida no Brasil

 

Baixa renda e distância de grandes centros torna o sonho de gerar um filho mais difícil: 77% das clínicas estão no Sudeste e Sul e apenas 6% são públicas

 

Quarenta anos depois do nascimento do primeiro bebê por fertilização in vitro (FIV) no Brasil, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lança, nesta quarta-feira, dia 6 de março, o estudo independente Reprodução Assistida e direitos: panorama, desafios e recomendações para políticas públicas no Brasil, que contou com o apoio da Organon. 

O objetivo do estudo foi compreender a história e a situação da Reprodução Assistida (RA) no Brasil, quem tem acesso a tais tecnologias, quais são os serviços existentes e como é a experiência de diferentes grupos. Alguns destaques são:

·       O Brasil tem 192 clínicas de Reprodução Assistida, sendo apenas 11 públicas (6%).

·       77% das clínicas (149) estão nas regiões Sudeste e Sul.

·       O Norte possui cinco clínicas, o menor número entre as regiões, seguido pelo Centro-Oeste, com 17 clínicas, seis delas localizadas no Distrito Federal. O Nordeste tem 21 clínicas, sete delas localizadas em Pernambuco.

·       Dos 11 serviços públicos, cinco estão no Sudeste, quatro deles no estado de São Paulo, sendo três na capital.

·       Dos 11 hospitais públicos, apenas dois oferecem um serviço totalmente gratuito, sendo que nem todas as modalidades de RA estão acessíveis, tanto por limitações de financiamento para manter bancos de congelamento como por questões relacionadas à regulamentação de casos que envolvem a doação de óvulos, a gravidez por substituição e a utilização de bancos de sêmen.

·       O custo de um ciclo completo de FIV variava, em 2023, entre R$ 15 mil a R$ 100 mil, dependendo do número de tentativas, procedimentos e da localidade da clínica. 

Entende-se por Reprodução Assistida todos os tipos de tratamento com o objetivo de se estabelecer uma gravidez, como os procedimentos de coito programado, inseminação intrauterina, fertilização in vitro, congelamento de embrião e congelamento de sêmen. 

Os serviços públicos existentes dificilmente oferecem o tratamento completo, e, em muitos casos, medicamentos, testes ou procedimentos precisam ser custeados por quem os busca. A longa fila de espera para os atendimentos também é outro complicador, inclusive considerando-se que o aumento da idade diminui as chances de sucesso dos procedimentos. 

"Existe uma barreira econômica no que diz respeito a quem consegue acessar os serviços de reprodução assistida. Um ciclo completo de fertilização in vitro custa entre dez e setenta vezes um salário mínimo e essa é uma realidade muito distante da maioria da população", destaca Anna Cunha, Oficial de Programa para Saúde Reprodutiva e Direitos do UNFPA.  

Apesar das inúmeras dificuldades de acesso, o último relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2019, revelou um crescimento da RA no Brasil: em 2012, foram 32 mil embriões congelados e 21 mil ciclos de FIV iniciados. Sete anos depois, foram 100 mil embriões congelados e 44 mil ciclos de FIV iniciados – um crescimento, respectivamente, de 212% e 109%. 

O País ainda não tem uma legislação que regulamente a prática de RA. Resoluções do Conselho Federal de Medicina defendem um acesso mais amplo às tecnologias, incluindo as necessidades de diversos perfis populacionais, como a população LGBTQIA+. A falta de uma legislação específica dificulta a inclusão da RA no Sistema Único de Saúde (SUS).

O estudo traz também recomendações para o aprimoramento e ampliação das políticas e serviços de RA no Brasil e reúne depoimentos de pessoas que buscaram estes serviços.  

“Ao apoiar este estudo, a Organon reforça seu compromisso com a promoção da saúde e do bem-estar da mulher. Este estudo mostra a urgência de continuarmos trabalhando em conjunto com profissionais de saúde, legisladores e a sociedade civil para eliminar as disparidades no acesso à reprodução assistida no Brasil e garantir o direito fundamental de todas as pessoas que desejam construir uma família”, afirma Andrea Ciolette Baes, Diretora de Saúde Feminina da Organon Brasil. 

O estudo completo e o sumário executivo estão disponíveis nos links abaixo:


- Estudo - https://brazil.unfpa.org/pt-br/publications/reproducao-assistida-e-direitos-panorama-desafios-e-recomendacoes-para-politicas
- Sumário Executivo - https://brazil.unfpa.org/pt-br/publications/reproducao-assistida-e-direitos-panorama-desafios-e-recomendacoes-para-politicas-sumario
- Notícia site: https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/estudo-identifica-barreiras-socioeconomicas-reproducao-assistida 

 

SP em estado de emergência por dengue: veja contraindicações da doença

 

Infectologista explica os riscos da automedicação e as contraindicações em casos de dengue

 

Na última terça-feira (05/03), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decretou estado de emergência por dengue em São Paulo. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, até segunda-feira (04/03), foram confirmados cerca de 138 mil casos da doença em São Paulo. Em decorrência disso, muitas notícias têm circulado nas redes sociais associando alguns remédios e tratamentos caseiros na prevenção e tratamento da doença.

O uso inadequado de medicamentos podem levar a complicações graves do quadro, como hemorragias e até mesmo o comprometimento dos órgãos do paciente. Na presença dos sintomas da dengue, é fundamental buscar atendimento médico imediato para receber orientações adequadas e um tratamento específico para a doença.

"A automedicação é uma prática comum, mas perigosa, especialmente quando se trata de doenças como a dengue. O uso indevido de medicamentos pode mascarar os sintomas reais da doença e dificultar o diagnóstico correto por um profissional de saúde e aumentar o risco de complicações e efeitos colaterais prejudiciais", ressalta o infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Igor Maia Marinho.

É essencial compreender as contraindicações para o tratamento da dengue, uma vez que o manejo incorreto pode agravar a condição do paciente. Confira algumas contraindicações importantes a serem consideradas:


  • AAS (Ácido Acetilsalicílico) e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): Estes medicamentos podem aumentar o risco de sangramento devido à redução da coagulação sanguínea, o que pode ser perigoso em casos de dengue, uma vez que a doença já pode causar complicações hemorrágicas.
  • Medicamentos que afetam a coagulação sanguínea: Além do AAS e AINEs, outros medicamentos que afetam a coagulação sanguínea devem ser evitados, a menos que estritamente necessário e sob supervisão médica.
  • Anti-inflamatórios esteroides (corticosteroides): Embora possam ajudar a reduzir a inflamação, os corticosteroides podem comprometer ainda mais a coagulação sanguínea e aumentar o risco de complicações hemorrágicas na dengue.
  • Ivermectina: Segundo o Ministério da Saúde, o remédio antiparasitário não é eficaz em diminuir a carga viral da dengue.
  • Atenção especial em pacientes com condições médicas pré-existentes: Pacientes com condições médicas como doenças cardíacas, doenças renais ou hepáticas devem ser cuidadosamente avaliados, pois podem ter maior risco de complicações durante o tratamento da dengue.
  • Gravidez e lactação: Mulheres grávidas ou lactantes devem ter cuidado especial ao receber tratamento para dengue, uma vez que alguns medicamentos podem representar riscos para o bebê em desenvolvimento.

“Ao receber mensagens sobre tratamentos de saúde verifique a fonte e, em caso de conteúdo duvidoso, não repasse para frente. Sempre verifique as informações em fontes oficiais e de referência”, explica Marinho.


Sintomas, Tratamento e Prevenção da Dengue

Segundo o especialista, os sintomas da dengue podem ser tanto leves, quanto graves, e incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dores nas articulações e nos músculos, dores atrás dos olhos, náuseas, vômitos, glândulas inchadas e erupção cutânea. Além disso, o diagnóstico precoce pode ser essencial para o tratamento da doença.

"As principais recomendações para tratar a dengue são: repouso e ingestão de líquidos, além de não se automedicar. Também é importante buscar atendimento médico imediatamente em caso de sangramentos", comenta o infectologista.

A prevenção da dengue é fundamental, especialmente em regiões onde houve um aumento nos casos. Atualmente, oito estados (Espírito Santo, Acre, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e o Distrito Federal declararam estado de emergência devido à disseminação da dengue. As razões para esse aumento são diversas, incluindo mudanças climáticas durante a estação chuvosa e a circulação de diferentes sorotipos do vírus da dengue.

Em 2024, cerca de um milhão de casos de dengue foram relatados no Brasil, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, de acordo com o Ministério da Saúde. "As medidas de prevenção são: evitar água parada e qualquer recipiente que possa se transformar em criadouro de mosquitos transmissores do vírus (Aedes aegypti), uso de telas em janelas e de repelentes, além da vacinação contra a doença", finaliza Marinho.


Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


Vírus Oropouche é a mais nova ameaça à saúde única

O ano de 2024 já começa evocando a necessidade de aplicar as ferramentas propostas pela Saúde Única nos 12 princípios de Manhattan, discutidos há aproximadamente 20 anos em Nova York. Esses princípios preconizam medidas de prevenção para potenciais doenças emergentes e reemergentes, resultantes da interação entre seres humanos, animais e meio ambiente, ou seja, a Saúde Única.  

Essa quebra na abordagem saúde se reflete nas diversas doenças que estão ocorrendo no Brasil. A que está em destaque no momento é o vírus Oropouche, caracterizado como um arbovírus reemergente de grande preocupação para a saúde pública brasileira. Ele é responsável por vários surtos de febre aguda, registrando mais de meio milhão de casos conforme evidências científicas.  

Os primeiros registros do atual surto de Oropouche no Brasil foram feitos no final de 2022 pelo Laboratório Central (LACEN) de Roraima, seguido pelos estados do Amazonas, Rondônia e Acre. Em Roraima, atualmente, existem mais casos confirmados para Oropouche do que para dengue.  

No entanto, o vírus Oropouche já havia sido registrado na Amazônia na década de 1990. Com as mudanças causadas pelo homem, o vírus ressurge, causando a febre Oropouche, uma infecção febril semelhante a dengue, com alto potencial epidêmico. Até o momento, não foram registradas mortes; contudo, o vírus pode causar infecções sistêmicas, incluindo o sistema nervoso e o sanguíneo. Os principais sintomas desse vírus são febre alta, dor de cabeça intensa, dor nos olhos, dor muscular e nas articulações, erupção cutânea e sangramento leve.  

O Brasil enfrenta fortemente as consequências da quebra de um dos pilares da Saúde Única, a saúde ambiental, o que se reflete na incidência de casos desse vírus. Este está intrinsecamente favorecido por condições ambientais, nas quais tais características estão relacionadas ao aumento e distribuição da população vetora em áreas de tráfego humano. Atualmente, não existem vacinas ou tratamentos antivirais disponíveis. Uma abordagem alternativa para limitar a propagação do vírus é interromper os mecanismos de replicação viral, ainda em estudos.  

A transmissão do vírus Oropouche ocorre tanto através de ciclos urbanos, quanto silvestres, sendo o mosquito Culicoides paraensis (popularmente conhecido como "maurim"), o vetor principal em áreas urbanas. No entanto, outros vetores de mosquito (Culex quinquefasciatus, Aedes aegypti, Ochlerotatus serratus) também podem manter seu ciclo urbano. Não foi observada, até o presente momento, a transmissão direta de pessoa para pessoa. Ainda são possíveis hospedeiros as aves selvagens, a preguiça-de-três-dedos, os macacos-prego e bugios.   

A ampla presença dos mosquitos, aliada a perturbações ambientais humanas e extensas viagens humanas e animais destacam o potencial do vírus Oropouche para emergir em outros territórios tropicais do Brasil. As principais características comuns das áreas afetadas foram o clima tropical, alta frequência de chuvas, atividades semelhantes dos residentes, urbanização não planejada e padrões de vida muito baixo, características presentes em muitas cidades brasileiras. 

A história epidemiológica da febre Oropouche demonstra o papel das mudanças ambientais e climáticas induzidas pelo homem na disseminação e prevalência de hospedeiros e vetores. Além disso, considerando que as mudanças ambientais e climáticas, juntamente com a extensa migração de populações são efeitos globais não será surpreendente que esse vírus se espalhe para fora da América do Sul em um futuro muito próximo. 

 

Willian Barbosa Sales - Biólogo, Doutor em Saúde e Meio Ambiente, Coordenador dos cursos de Pós-graduação área da saúde do Centro Universitário Internacional UNINTER

 

Enfermarias virtuais e dispositivos vestíveis revolucionarão os cuidados com saúde em 2024, afirma BCG

 

Inteligência artificial contribui para democratizar acesso à saúde e tratar pacientes como consumidores

 

A revolução digital no setor de saúde está redefinindo o cenário dos cuidados médicos no mundo, proporcionando avanços significativos e enfrentando desafios antigos do setor. Dois estudos recentes do Boston Consulting Group (BCG) – The Future of Digital Health 2024 e Transforming Healthcare: navigating digital health with a value-driven approach, em parceria com o World Economic Forum – destacam as principais transformações e impactos positivos da tecnologia na saúde em 2024 e ao longo dos próximos anos. Os insights indicam que as mudanças em curso estão sendo marcadas pela era da inteligência artificial (IA) e da inteligência artificial generativa (GenAI), que estão possibilitando aprimorar a eficiência, produtividade e acesso à saúde. 

A personalização dos cuidados médicos e a promoção da autonomia das pessoas em relação à própria saúde são características preponderantes deste novo cenário da saúde. A pesquisa do BCG aponta que equipamentos vestíveis (wearable) e dispositivos médicos inteligentes para cuidados em casa serão cada vez mais frequentes, especialmente para pacientes com doenças crônicas e em pós-operatório. Empresas de seguros, por sua vez, também aumentarão os incentivos ao uso desses dispositivos, subsidiando sua distribuição para coletar dados de saúde em tempo real. 

Os especialistas do BCG atestam que o constante fluxo de informações de dispositivos médicos inteligentes, vai impulsionar a eficácia dos grandes modelos de linguagem (large language models, em inglês, LLMs). LLMs aprimorados estão abrindo caminho para consultas virtuais altamente qualificadas disponíveis 24 horas, 7 dias por semana, gerando sugestões de melhores caminhos de tratamento e prevenção e aliviando a carga administrativa em hospitais, especialmente em um momento sem precedentes de escassez de profissionais. A World Health Organization (WHO) prevê uma falta de até 10 milhões de profissionais de saúde qualificados no mundo todo em 2030. 

Outro uso fundamental das novas tecnologias no setor de saúde em 2024 é nas plataformas impulsionadas por IA para oferecer suporte à saúde mental. “Agentes de conversação estão sendo treinados para identificar sinais de depressão ou angústia. Essas ferramentas podem ser integradas a dispositivos diários, como smartphones ou assistentes virtuais, conectando indivíduos a terapeutas humanos quando necessário”, afirma Filipe Mesquita, diretor executivo e sócio do BCG. Além disso, as aplicações em saúde mental devem ser cada vez mais especializadas, como no apoio a pacientes crônicos ou em situações de luto e perda.

 

Desafios para a transformação digital em saúde 

Apesar de todo o potencial que as ferramentas digitais e a IA têm, ainda existem muitos aspectos que precisam ser melhorados para que as aplicações tecnológicas realmente atuem como facilitadoras do setor de saúde. Entre eles estão a equidade social nos cuidados, investimento nos profissionais da área e melhoria no acesso a medicamentos e dispositivos. 

Segundo Mesquita, a maioria dos sistemas de saúde ainda têm infraestrutura de tecnologia da informação (TI) fragmentada, incompatível com os padrões de dados, e formas inadequadas de compartilhar essas informações, fazendo com que o segmento fique atrás de muitos outros setores em termos de maturidade digital. 

Por essa razão, os relatórios do BCG identificam os principais facilitadores que precisam estar em vigor para acelerar a adoção e impacto das soluções digitais, traçando um caminho a seguir para acelerar a jornada em direção a transformação na saúde.

 

Enfermarias virtuais e dispositivos em casa empoderam pacientes 

Os pacientes estão no centro da transformação digital dos cuidados de saúde, evoluindo de stakeholders passivos para cocriadores ativos, afirmam os estudos do BCG. A telemedicina, por exemplo, irá além de consultas médicas tradicionais para contemplar diagnósticos remotos, análise de sintomas por IA, testes laboratoriais em casa e monitoramento de sinais vitais em tempo real. Tudo isso com o auxílio de dispositivos médicos para serem usados em casa e tecnologias vestíveis. Essa abordagem não só traz autonomia aos pacientes, permitindo-lhes serem ativos em seus cuidados, mas também possibilitando o monitoramento remoto contínuo pelas equipes médicas sem aumentar os custos das empresas de saúde. 

Possibilitadas pelos dispositivos vestíveis, o BCG aponta a expansão das enfermarias virtuais como outras tendências, reduzindo a necessidade de visitas hospitalares presenciais. Sua integração ao ecossistema hospitalar deve se tornar cada vez mais prevalente nos próximos anos, algo que já está ocorrendo no Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido. “As enfermarias virtuais têm o potencial de revolucionar o atendimento ao paciente por meio do monitoramento remoto, telemedicina e análise de dados, contribuindo para melhores resultados aos pacientes e para um uso mais eficiente dos recursos dos sistemas de saúde”, analisa Mesquita.

 

Tecnologia contribui para acesso equitativo à saúde e maior eficiência 

Nessa revolução digital, o paciente passa a ser visto como um consumidor e os serviços médicos precisam chegar até ele onde quer que esteja e a baixo custo. O BCG observa que junto à expansão das enfermarias virtuais, IA e digital podem contribuir na otimização de diversos elos da cadeia de saúde, por exemplo na redução dos custos de pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos e na otimização de gastos na fabricação de dispositivos médicos para serem usados em casa, tornando-os mais acessíveis e simples para uso de pessoas comuns. A utilização da IA pelo poder público também é importante na velocidade dos processos para acelerar submissões regulatórias e aprovações, além de diminuir custos de registro de produtos, possibilitando que empresas de saúde cheguem a mais países e populações carentes a um custo menor. Um dado da pesquisa que confirma a necessidade de revisão de recursos é que 20% dos gastos globais com saúde são considerados desperdício, totalizando US 1,8 trilhão. Endereçar o problema contribuirá para o acesso mais equitativo aos cuidados de saúde. 

Além disso, pacientes agora esperam diagnóstico e tratamento quase instantâneos. “O próximo grande avanço para as empresas de diagnóstico será fornecer resultados de testes laboratoriais em minutos, em vez dos dias que costumam levar atualmente. Esse desenvolvimento terá um impacto significativo na satisfação do paciente, mas exigirá também um avanço de normas e regulações sobre o uso de IA nos fluxos clínicos”, comenta Mesquita. 

Além do diagnóstico, deve haver uma escalada no uso de ferramentas digitais de IA e IA generativa para melhoria de eficiência de processos de prestadores de saúde, como faturamento, gestão do ciclo de receita e outras tarefas administrativas manuais, como documentação. Além de redução de custos, essas aplicações permitirão que profissionais de saúde foquem seu tempo em tarefas de maior valor agregado e viabilizarão maior transparência na precificação e aumento de contratos de compartilhamento de risco (value-based).

 

Saúde da mulher terá destaque em 2024 

Nos últimos anos, o BCG identifica casos de sucesso de empresas que aplicaram IA na saúde reprodutiva de mulheres, com startups que começaram a melhorar a taxa de sucesso de fertilizações in vitro, por exemplo. Empresas também já estão reduzindo o tempo de diagnóstico de condições ginecológicas de anos para meses. O BCG prevê que o maior uso de dados e aplicações da IA será uma das principais tendência em saúde da mulher, em especial na saúde reprodutiva. Somente no Reino Unido, por exemplo, mais de 90% das mulheres envolvidas ativamente em sua jornada de fertilidade usam um aplicativo para acompanhar seu ciclo menstrual. “As empresas líderes nesse espaço ainda não oferecem insights clinicamente significativos às usuárias e estão desperdiçando essa abundância de dados disponíveis. Ao longo dos próximos anos, veremos empresas de saúde ajudando as mulheres a gerenciar sintomas, prevendo tendências de longo prazo, otimizando a fertilidade da população e diagnosticando condições ainda mais precocemente”, conclui Mesquita. 

Para vencer e continuar expandindo em serviços em saúde feminina, será chave também a busca de parcerias estratégicas entre as empresas de modo a criar uma oferta e experiência integrada, que cubra toda a jornada de saúde da mulher.

  

 Boston Consulting Group


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