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quarta-feira, 6 de março de 2024

Por que é importante a restrição do uso dos celulares nas escolas?

Em todo Brasil, instituições de ensino estão restringindo o uso de aparelhos celulares dentro das dependências do colégio

 

Algumas notícias recentes sobre o bloqueio do Governo de São Paulo ao acesso ao TikTok, Instagram, apps e streamings, sem fins educativos, em escolas estaduais e a proibição do Rio de Janeiro ao uso de celulares, até no recreio, estão chamando a atenção de educadores e pais. “As instituições de ensino de todo país estão retomando, ainda mais, o seu papel educativo e discutindo quais os impactos gerados pelo uso das tecnologias no processo de aprendizagem dos estudantes. Isso está acontecendo, principalmente após a divulgação dos relatórios da ONU e UNESCO, destacando as preocupações com o uso excessivo dos aparelhos que, por consequência, tornam-se um distrator em sala de aula, gerando problemas de concentração e atenção, além de poder causar dependência pela exposição e até dificultar a sociabilidade”, explica Eliana Santos, que é Coordenadora na EDF - Escola do Futuro Brasil. 

Segundo ela, a restrição nos traz uma reflexão acerca do retorno a uma visão com a qual os estudantes vivenciam as relações humanas com experiências necessárias ao convívio em sociedade. “O espaço escolar é um ambiente de trocas e construção de repertórios e os estudantes em sua maioria estão socializando por intermédio da tela e elaborando os seus aprendizados de modo desorganizado e fragmentado, com muitas informações, que nem sempre são verdadeiras”, alerta.

 

Celulares e a construção do caráter 

Para Eliana é notório que os estudantes utilizam os celulares como uma extensão dos seus corpos, estabelecendo relações sociais, por meio das telas. “Nessas interações há uma demonstração de uma vida ideal, e com modelos sociais de sucesso e status, fatores que escondem situações, algumas vezes, conflituosas e irreais, que interferem na construção do caráter e deturpam valores”, salienta. 

A coordenadora da EDF informa que vários pesquisadores vêm relatando que o contato excessivo com as telas interfere no funcionamento do cérebro, que está em amadurecimento, o que dificulta o controle dos impulsos, o posicionamento social, julgamentos e resolução de problemas simples e complexos dificultando a tomada de decisões. “O celular não substitui a interação humana e o acesso ilimitado tem gerado problemas de saúde mental e física”, explica. 

“As famílias são surpreendidas com perfis falsos, conversas com adultos, jogos violentos e outras ocorrências que causam reações de recompensa para os estudantes, gerando ciclos viciantes, relacionados ao uso ilimitado dos celulares. Todos esses fatores interferem no convívio escolar de aprendizado e socialização. A parceria escola-família é fundamental para conscientização e a construção de um futuro, no qual a tecnologia esteja a serviço do humano em equilíbrio”, alerta Eliana Santos. 

Maria Fernanda Yamamoto, da área institucional e de matrícula, explica que as regras do uso de celulares na EDF sofreram adequações: “Não é mais permitido o uso de celular e smartwatch em qualquer ano ou série. Anteriormente, os alunos a partir do sexto ano podiam usar os celulares em horários de intervalo, mas agora, não mais. A comunicação com os pais será feita através das assistentes de coordenação. Os alunos que estiverem com seus celulares deverão deixar na mochila ou em local fora do alcance, determinado pela equipe pedagógica”. 

Segundo ela, os alunos se distraem muito facilmente com mensagens, com os alertas de mensagens, e o tempo de demora para retomar a atenção é de mais ou menos 20 minutos, o que representa a metade de uma aula. “Há uma percepção de que o uso do celular mesmo nos breaks atrapalha a formação de vínculos entre os alunos, o diálogo e a prática de jogos e esportes nesses horários. Esses são alguns dentre outros motivos para que os alunos não usem celular em horário letivo”, completa.

 

Vai prestar o Enem este ano? Confira 5 dicas para gabaritar no inglês

Especialista destaca que contato diário com o idioma por meio de filmes e músicas, refazer questões de anos anteriores, além de frequentar um curso de inglês, estão entre os principais elementos para responder com tranquilidade as cinco questões de inglês da prova. 

 

Apesar de representar mais de 10% da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com potencial de grande diferencial no resultado final, a língua estrangeira costuma assustar os alunos, principalmente, para aqueles que nunca frequentaram um curso de inglês. Historicamente, no Brasil, 60% dos alunos escolhem a língua espanhola e apenas 40% a inglesa, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Para se preparar de maneira estratégica e eficiente e responder as cinco questões de inglês da prova, o professor e supervisor pedagógico da escola de idiomas KNN, Lucas da Rosa Baquerotte, separou cinco dicas valiosas. 


 

Refaça provas anteriores


É importante checar os gabaritos e resolver questões de provas anteriores do Enem. Apesar de cada ano ter uma temática diferente, a questão gramatical e o formato dos exercícios seguem o mesmo padrão todos os anos.  


 

Se atente aos pontos gramaticais e interpretação 


A segunda dica importante é verificar os principais pontos gramaticais que geralmente são utilizados nas provas. Podem ser abordados tópicos como tempos verbais em inglês, voz passiva e pronomes pessoais. Além disso, a interpretação do texto é fundamental para se sair bem na prova. “Mesmo que o aluno não saiba todas as palavras, é importante que ele compreenda o contexto da questão”, ressalta. 


 

Aposte em filmes e músicas


Manter o contato com o idioma é fundamental. Além de praticar leituras de revistas ou jornais em inglês, uma dica muito valiosa é prestar atenção nas traduções de músicas internacionais e legendas de filmes. 


 

Busque palavras-chaves


Uma das características da prova do Enem são as questões muito extensas, onde o aluno pode se confundir. Então, uma dica é buscar palavras-chaves específicas no enunciado para facilitar a interpretação e ser mais assertivo na resposta. 


 

Faça um curso de inglês 


Para quem precisa intensificar o aprendizado na língua estrangeira para a prova do Enem, a KNN Idiomas oferece ‘aulões’ de capacitação, com dicas mais gerais sobre a prova, além de conteúdos específicos de inglês, como interpretação e questões gramaticais.  Já os alunos matriculados na KNN têm acesso ao conteúdo de forma gratuita. 

 



KNN
www.knnidiomas.com.br

 

Instituto Ampara Animal inaugura campanha que expõe os impactos das mídias digitais no tráfico de animais selvagens

 A exposição Alg*ritmo Selvagem (Reset) marca o início da campanha e ficará aberta ao público para visitação até 3 de abril, com o objetivo de conscientizar o público sobre a importância do reset do algoritmo do Instagram

 

No último domingo (3), estreou no Conjunto Nacional em São Paulo (Avenida Paulista 2073) a exposição "Alg*ritmo Selvagem (Reset)". A iniciativa é comandada e realizada pelo Instituto Ampara Animal, renomada organização sem fins lucrativos dedicada à proteção e conservação dos animais, e integra uma campanha que tem o objetivo de trazer à tona os impactos dos followers no engajamento de conteúdos que utilizam a imagem de animais silvestres como pets para se promover nas mídias digitais, destacando inclusive a repercussão deste conteúdo no bem-estar animal, no tráfico de animais selvagens e na conservação da biodiversidade. A exposição ficará aberta para visitação do público até o dia 3 de abril e, após esta data, será redirecionada para outros locais rotativos.

Créditos das fotos: Marco Antônio Russo Iarussi

Na intervenção, o Instituto Ampara Animal utiliza expressões artísticas de impacto visual para sensibilizar e convocar a comunidade a participar deste movimento crucial. A exposição visa despertar esta problemática, educar e inspirar, destacando os perigos da influência de conteúdos que exploram a fauna na manutenção e ampliação do tráfico de animais selvagens, e como a simples ação de curtir ou compartilhar certos conteúdos pode inadvertidamente apoiar essa prática prejudicial.


A exposição é um chamariz e uma preparação para o "Dia da Reinicialização dos Algoritmos" ("Reset Day"), 14 de março, uma data especial que marca o Dia Nacional dos Animais, na qual cada indivíduo poderá contribuir diretamente para a causa, promovendo a conscientização e a mudança de comportamento. Neste dia, o Instituto Ampara Animal convoca a comunidade a reiniciar seus algoritmos pessoais, esclarecendo-se das consequências de suas interações online e buscando uma relação mais harmônica, que valorize a biodiversidade em seu ambiente natural, exercendo seus comportamentos selvagens.

Este momento é especialmente importante considerando a época em que vivemos, em que as redes sociais desempenham um papel significativo na promoção de comportamentos e causas. Por trás de um vídeo "fofo" de um animal silvestre sendo humanizado, ou interagindo com pessoas, está um cenário de privação de comportamentos naturais, maus-tratos e, muitas vezes, a retirada do animal da natureza. Esse tipo de conteúdo, que traz uma visão superficial e romantizada de se ter um silvestre como pet, também influencia cada vez mais no desejo de compra e, dessa forma, fomenta um ciclo que coloca em risco toda a biodiversidade. E é neste contexto que o Instituto Ampara Animal traz esta campanha para com medidas ousadas para desencorajar a participação involuntária no tráfico de animais selvagens. 


A força dos conteúdos que promovem a exibição de silvestres como pets é real, perigosa e desconhecida para a sociedade: aproximadamente 37% das buscas por compra de macacos são geradas diretamente por conteúdo do Instagram!!! Até animais considerados "não tão fofos assim", como as cobras e serpentes, tem 18% de suas compras impulsionadas por conteúdo do aplicativo. 

A iniciativa não é restrita apenas à exposição física, pois tem como principal objetivo o reset do Instagram e a redução de curtidas e compartilhamentos de postagens de animais selvagens sendo tratados como pets, além de a conscientização da responsabilidade de cada indivíduo ao engajar em conteúdo como estes. Publicações de impacto, envolventes e esclarecedoras estão sendo compartilhadas pelo Ampara Animal e, também, por diversas personalidades como Lara D’Avila, Rodrigo Dorado, Val Drummond, Letícia Veloso e outros, incentivando os seguidores a refletirem sobre a influência de suas interações online e a participarem ativamente da reinicialização dos algoritmos.  

"Estamos comprometidos em combater o tráfico de animais selvagens de maneira inovadora, sensível e eficaz. Acreditamos que ao resetar os algoritmos do Instagram e despertar o olhar da sociedade para esta problemática, podemos desencorajar indiretamente a promoção dessa prática criminosa", afirma Juliana Camargo, fundadora do Representante do Instituto Ampara Animal. 

O Instituto Ampara Animal convida todos a se juntarem a eles nesta jornada para criar um ambiente online mais consciente e responsável, onde as interações digitais não contribuam inadvertidamente para a exploração de animais selvagens. 

Sobre o Instituto Ampara Animal: O Instituto Ampara Animal é uma organização dedicada à proteção e defesa dos animais no Brasil. Com um compromisso ético priorizando o bem-estar animal e a conservação da biodiversidade, o Instituto trabalha em diversas frentes para garantir os direitos dos animais e formar uma sociedade mais justa e sustentável, a qual os animais sejam tratados com respeito e coexistam com a espécie humana em um sistema equilibrado e harmônico.


Mulheres e seus desafios: empreender, igualdade de gênero e independência financeira

Cada vez mais as mulheres buscam assumir o controle de suas finanças e, consequentemente, investir os recursos de olho em suas necessidades, preferências e o alcance de uma aposentadoria tranquila. Uma das principais alavancas foi a crise econômica ocasionada pela Covid-19, que também despertou a necessidade de se planejar financeiramente e motivou as mulheres a rever seus gastos e buscar uma maior autonomia nas tomadas de decisão.

Pesquisa realizada pelo Serasa reforça que as mulheres agora lideram o comando dos recursos dentro de casa, participam de maneira mais assertiva do orçamento, da construção do patrimônio da família e buscam equiparação salarial. Além disso, elas são responsáveis por garantir a pontualidade das contas do lar, evitando um endividamento ainda maior das famílias.

Embora as mulheres tenham dedicação em jornada múltipla, como aponta a economista americana Claudia Goldin, ganhadora do Prêmio Nobel 2023 e que estuda a participação feminina na força de trabalho e a economia do casal, com foco na desigualdade de gênero no trabalho, acabam se dedicando a seus negócios em tempo parcial. Quando falamos de donas de negócios, elas se dedicam 30% menos aos seus negócios, no comparativo com os homens.

No caso das mulheres empreendedoras, isso significa que elas precisam se desdobrar em diversos papéis. Por exemplo, elas se responsabilizam pelas tarefas domésticas e cuidados à família ao mesmo tempo em que administram seus negócios. Além disso, as mulheres ainda cuidam de suas carreiras, utilizando-se profissionalmente e culturalmente.

Essa jornada múltipla acarreta uma carga física e psicológica muito alta. Conciliar empresa, casa, família e estudos não é fácil; ainda assim, as mulheres assumem esses vários papéis e realizam essas tarefas com garra, mesmo que às vezes algumas delas fiquem comprometidas.


Preconceito e falta de incentivo

A discriminação é outro grande desafio que o empreendedorismo feminino enfrenta. Isto porque, as mulheres ainda sofrem julgamentos desiguais em relação aos homens, por serem considerados mais competentes em assuntos relacionados aos negócios. Um efeito que está enraizado e com forte influência cultural, construído e reiterado por muitos anos de história.

As empreendedoras sofrem com a falta de apoio, mesmo de suas próprias famílias e amigos, que não confiam no potencial de seus negócios. Mesmo com tamanha discriminação, algumas instituições vêm investindo em negócios criados por mulheres, por entender que quando uma mulher tem um negócio ela se preocupa com o entorno, transbordando o empreendedorismo e seus desdobramentos para a sociedade.

As experiências de vida das mulheres empreendedoras, mesmo as mais velhas, desempenham um papel significativo na formação de suas atitudes em relação ao dinheiro e aos investimentos. Várias experiências podem influenciar essas percepções e, por consequência, contagiar outras mulheres, especialmente aquelas mais jovens e aquelas que estão no +60 anos.

Aquelas que receberam uma educação financeira sólida desde jovens têm maior probabilidade de tomar decisões informadas em relação ao dinheiro, aos investimentos ao longo da vida e como empreender. Podem ser exemplos para as demais. Também, a carreira profissional de uma mulher pode impactar significativamente sua independência financeira. Mulheres que tiveram carreiras bem-sucedidas podem ter uma abordagem mais confiante em relação ao dinheiro, aos investimentos e aos negócios.

Geralmente se deparam com a desigualdade salarial ou discriminação de gênero no desenvolvimento de seus trabalhos. Podem ter uma relação mais desafiadora com o dinheiro, levando a uma abordagem mais cautelosa em relação aos investimentos. Já aquelas que passaram por viuvez ou divórcio podem desenvolver uma compreensão mais profunda da importância da independência financeira, da necessidade de planejamento cuidadoso para garantir a estabilidade financeira e da urgência em empreender com equilíbrio.

A educação financeira desempenha um papel fundamental na capacitação das mulheres de qualquer idade para tomar decisões financeiras mais informadas e assertivas. Ela contribui para que as mulheres desenvolvam uma compreensão sólida de conceitos financeiros básicos, como orçamento, poupança, investimento e aposentadoria. Isso aumenta a consciência sobre a importância do planejamento financeiro a longo prazo.

Ao adquirir conhecimentos financeiros, elas podem sentir-se mais capacitadas e independentes na gestão de suas finanças. Isso é particularmente significativo, considerando as mudanças nas dinâmicas familiares e sociais. Além disso, têm contatos com ferramentas para tomada de decisões, analisar diferentes opções de investimento, compreender os riscos e benefícios, e escolher estratégias que se alinhem aos seus objetivos financeiros e compreender o mundo dos negócios para empreender.

As mulheres não podem ter receio em se tornarem uma empreendedora e adquirir conhecimento em finanças. Obstáculos sempre surgirão e fazem parte do cotidiano. O importante é ser resiliente e entender que por trás de cada problema surgem aprendizados e vitórias. Desafios são para ultrapassá-los, Mulheres. 



Paula Sauer - economista, especialista em educação financeira e psicologia econômica, professora de Economia Comportamental na ESPM.

Por que a Meta deverá, obrigatoriamente, mudar de nome no Brasil?

 A Meta, empresa dona dos aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp não poderá usar este nome no Brasil. Em 2021, a empresa que então se chamava Facebook, resolveu mudar seu nome como estratégia de marketing em relação ao metaverso, ferramenta que surgiu com o propósito de ser o futuro da revolução digital. 

De lá pra cá, a empresa alterou seu logotipo e fortificou o nome como Meta, entretanto, esbarrou em um problema ao chegar no Brasil: já existia uma empresa, devidamente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) que possui o nome Meta e, inclusive, também atua na área digital. 

Assim, se iniciou um imbróglio jurídico entre a Meta Platforms – proprietária do Facebook - e Meta Serviços em Informática – empresa brasileira. Recentemente, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decidiu, acertadamente, em favor da empresa brasileira. 

Isto porque, a Meta Serviços de Informática teve seu registro junto ao INPI e atua no Brasil desde 2008, não podendo ser refém da alteração de nome e marca da empresa americana, que embora atue de maneira global, deve respeitar a legislação de cada país. 

Além disso, não se pode admitir que as duas empresas atuem em território nacional com o mesmo nome, pois geraria confusão entre os consumidores e fornecedores, o que já vinha acontecendo, segundo relatos do próprio processo. 

Agora, por determinação da Justiça Paulista, a MetaPlatforms deve alterar seu nome no Brasil no prazo de 30 dias, sob pena de multa de R$ 100 mil, que poderá ser aumentada caso não cumprida a decisão. 

Embora ainda caiba recurso, é muito difícil que a decisão seja alterada, pois a empresa Meta Serviços em Informativa cumpriu tudo que determina a legislação brasileira no que tange a registro e proteção de sua marca, registrando-a no INPI muito tempo antes da Meta Platforms sequer existir com este nome. 

Outra alternativa que resta à empresa americana é tentar se compor amigavelmente com a Meta Serviços em Informática, oferecendo algum tipo de compensação para que esta faça alteração de nome e repasse a marca para a detentora do Facebook, assim podendo se utilizar da marca em território nacional.

 

Renato Falchet - advogado, sócio da Falchet e Marques Sociedade de Advogados e especialista em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Green Buildings: O futuro da construção é verde

 

Verde por todos os lados
  
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Tendência ganha força no Brasil, que é o quarto em ranking mundial de construções verdes

Em um mundo cada vez mais consciente dos impactos ambientais causados pela atividade humana, o conceito de "Green Building" (Construção Verde) promete revolucionar o setor da construção civil, um dos que mais causam impactos ambientais, por meio da integração de práticas sustentáveis que visam preservar os recursos naturais e garantir qualidade de vida não só a quem habita esses espaços, mas também dos moradores do entorno. “O conceito de Green Building busca minimizar o impacto ambiental durante todo o ciclo de vida do edifício, desde o planejamento e construção até a demolição. Isso envolve o uso eficiente de recursos como energia, água e materiais, além da redução de resíduos, poluição e degradação ambiental”, comenta Franklin Delgado, que há 30 anos atua no setor de arquitetura, construção e design.

No Brasil, essa tendência está em alta. Um levantamento do US Green Building Council (USGBC) de 2022 posiciona o Brasil na quarta posição, entre dez países e regiões fora dos Estados Unidos, com maior área certificada Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) — selo que avalia quais edificações atendem aos requisitos ambientais e energéticos deliberados pelo órgão. O país soma mais de 2,4 milhões de metros quadrados certificados. “Esse dado revela que o setor brasileiro está preocupado com a redução dos impactos que a construção causa. E essa preocupação se estende para outras áreas, como a arquitetura e o design”, explica Delgado, CEO de A Pérola dos Tapetes.

Green Builindgs: sustentabilidade do começo ao fim
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Edifícios verdes têm conquistado espaço mundo afora


Arquitetura e Design
O chamado design inteligente maximiza o uso de luz e ventilação natural e utiliza materiais sustentáveis e tecnologias ecoeficientes. “Tais práticas não só diminuem o consumo de energia, mas também melhoram o bem-estar dos usuários, incorporando técnicas do design biofílico e criando espaços mais produtivos e confortáveis para viver e trabalhar”, afirma o arquiteto Luciano Imperatori, da HI Arq. Arquitetura e Urbanismo.

Benefícios Além do Ambiental
Embora o foco principal do Green Building seja a sustentabilidade, os benefícios vão muito além. Construções verdes têm maior valor no mercado imobiliário, além de terem uma redução de custos operacionais com o uso de fontes de energia limpa e reuso de água.

Green Builindgs: sustentabilidade do começo ao fim
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Conceito de Green Building inclui todo o processo de construção

Outro benefício significativo é a melhoria na saúde dos ocupantes. Espaços que utilizam materiais menos tóxicos e promovem a qualidade do ar interior podem reduzir casos de doenças respiratórias, alergias e até mesmo melhorar a produtividade dos trabalhadores. “Foi com esse objetivo em mente que, em parceria com a Tapetes São Carlos, criamos o Zyklus, a primeira linha de carpetes feita com material reciclável que, ao final da vida útil, retorna à cadeia produtiva. Além de ser 100% reciclado, o Zyklus recebe todo um tratamento contra ácaros e fungos, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar”, comenta Delgado.  

Mais que uma tendência, o Green Building é uma necessidade urgente em um mundo que busca soluções para os desafios ambientais. “Ao integrar práticas sustentáveis na construção civil, é possível não apenas proteger o planeta, mas também criar espaços mais saudáveis e produtivos para os seres humanos”, completa o arquiteto.

 

Empreendedorismo: 5 investimentos que você não pode deixar de fazer no seu negócio

 

Muitas pessoas direcionam seus esforços de forma errada nos seus negócios, por isso é importante saber realizar investimentos onde for mais importante, explica a médica e empresária na área da saúde, Dra. Patrícia Santiago 

 

O mundo dos negócios é bastante dinâmico e exige saber direcionar bem os seus investimentos se mantendo atento às oportunidades que impulsionarão o crescimento de suas empresas. Mas nem todos os empreendedores têm esse conhecimento, o que faz com que eles, muitas vezes, façam investimentos que não trarão grandes resultados no longo prazo.

 

De acordo com a  médica e empresária, Dra. Patrícia Santiago - atualmente dona de duas clínicas médicas, a STO - Serviço de Tratamento da Obesidade e a Evie by STO, é fundamental entender quais áreas mais precisam de impulso para seu negócio crescer.

 Realizar uma análise da sua empresa permite compreender o panorama do seu negócio e identificar tanto as áreas de destaque, quanto aquelas que precisam de mais otimização e investimentos”, explica.

 

5 investimentos importantes para a sua empresa:


01 - Tecnologia:

Investir em tecnologia é fundamental atualmente, seja com softwares, sistemas de gestão e atualização de equipamentos. A automação de processos ajuda a economizar tempo e recursos, o que aumenta a eficiência e melhora a experiência do seu cliente”, afirma Dra. Patrícia Santiago.

 

02 - Presença digital:

Um dos pilares do crescimento de uma empresa hoje em dia é ter uma forte presença online, por isso, investir em marketing digital e produção de conteúdo, como campanhas nas redes sociais, SEO e marketing de conteúdo, ajuda a ampliar o alcance da sua marca, atrair novos clientes e construir uma base sólida de seguidores”.

 

03 - Treinamento e desenvolvimento da equipe:

Investir em programas de treinamento e desenvolvimento melhora a produtividade, a satisfação dos funcionários, e melhora o atendimento ao cliente e a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa”, ressalta.

 

04 - Diversificação:

Para se manter relevante no mercado é importante saber se adaptar às mudanças nas necessidades dos clientes. A diversificação de produtos ou serviços para atender a novas necessidades do mercado pode ser feita através de pesquisa de mercado, desenvolvimento de novos produtos ou a expansão para novas linhas de negócios”, conta.

 

05 - Sustentabilidade e responsabilidade social:

Cada vez mais esses temas têm ganhado visibilidade e ajudado a impulsionar empresas em determinadas áreas, além de ajudar a trazer economias, no caso da sustentabilidade, e aumentar a base de clientes, no caso da responsabilidade social”, explica Dra. Patrícia Santiago. 

 




Dra. Patrícia Santiago - graduada em medicina pela Universidade Estadual do Amazonas desde 2013, com pós graduação em Nutrologia. Atua na área de emagrecimento e performance desde 2015 com ampla experiência no acompanhamento de pacientes bariátricas. No momento desenvolvendo a comunicação digital para pacientes com foco em reeducação alimentar, mudança de estilo de vida e alta performance.

terça-feira, 5 de março de 2024

No mês da mulher, M. Dias Branco cria campanha "Nós por elas. Semear a equidade e cultivar a igualdade"

 

Companhia desenvolverá ações para debater o tema, incluindo campanha contra a pobreza menstrual para doação de absorventes, live e podcast aberto ao público


Respeitar e acolher a diversidade é um dos pilares da M. Dias Branco. Além de metas propostas em sua Agenda de Sustentabilidade acerca do tema, a líder nacional de massas e biscoitos tem continuamente promovido ações para abraçar a multiplicidade. Para celebrar e reforçar o papel da mulher na comunidade, em março, a companhia cria a campanha “Nós por elas. Semear a equidade e cultivar a igualdade”, que inclui live, podcast com colaboradoras e doação de absorventescontra pobreza menstrual ao longo do mês.

A campanha visa estimular e promover o diálogo sobre iniciativas que buscam aprimorar a qualidade de vida das mulheres, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Com um enfoque educativo e de celebração, será destacada a jornada da companhia em prol da equidade de gênero.


Programação

O lançamento da campanha contra pobreza menstrual estará disponível durante todo o mês de março. A proposta prevê a doação para arrecadação de absorventes higiênicos, com caixas de coleta disponibilizadas em 13 unidades industriais. Ao final da campanha, participantes do programa Fábrica de Voluntário farão a entrega para as instituições destinadas (Associação Beneficente Casa de Misericórdia Bom Samaritano, Instituto Vida Videira, Associação Bom José CUFA-BP, Casa Zero, Lar Pérolas de Cristo, Mulheres de Favela em ReAção, Prefeitura de São Caetano do Sul - Projeto Eco Troca, ONG Amigos Curitiba, Lar da Caridade).

No dia 6 de março, haverá a live Como nossas iniciativas mudam a vida de mulheres do Brasil. A transmissão abordará os indicadores avaliados pela M. Dias Branco sobre o tema, como mulheres na liderança, programa Alimentando Sonhos e programa Nutrir o Amanhã. Conduzida por Emily Pinheiro, Analista de Cultura e Clima Organizacional da companhia, as convidadas serão Maria Nolasco, Coordenadora de Sustentabilidade, e Ana Vitória Gadelha, Analista de Sustentabilidade.

Já em 8 de março, oficialmente o Dia Internacional da Mulher, será a vez do PoDiverso: Mulheres que inspiram. O PoDiverso foi criado pela companhia em 2023, a fim de abordar temas de Diversidade, Equidade e Inclusão. Na ocasião, serão tratados os papéis sociais da mulher, abrangendo para a área profissional, pessoal, materna e de superação as adversidades, com objetivo de gerar interação e representatividade para as mulheres da companhia. Aberto ao público, será conduzido por Rafaela Ferreira, Analista de Comunicação da companhia, com participação de Michelle Cipriano, Gerente Carreira e Desenvolvimento da M. Dias Branco,Carlla Andreia, Coordenadora de Desenvolvimento, e Fabiana Prado, Gerente de Cultura e Clima Organizacional.

“Nosso slogan ‘Sonhar, realizar, crescer’ está em sinergia com a diversidade, pois buscamos trazer a sociedade e nossos colaboradores para esse desenvolvimento em conjunto – nesse caso, é o que chamamos de ‘orgulho de pertencer’. As ações para o mês ainda incentivam as doações e voluntariado, pautados para um bem maior”, conta Fabiana Prado, gerente de Cultura e Clima Organizacional da M. Dias Branco.

Agenda

- 6 de março: Live: Como nossas iniciativas mudam a vida de mulheres no Brasil
- 8 de março: Podcast: Mulheres que inspiram

 

M. Dias Branco
www.mdiasbranco.com.br


Mulheres recebem acesso facilitado a mamografias com chegada da carreta na Secretaria de Saúde de São Paulo

FIDI

 A carreta da mamografia, parceria entre FIDI e governo do Estado de São Paulo, estará na SES até o dia 15 de março


Desde o dia 4 de março, a Secretaria da Saúde de São Paulo recebeu a carreta-móvel do programa Mulheres de Peito, uma ação conjunta entre o governo do Estado de São Paulo e a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), instituição privada sem fins lucrativos que faz a gestão completa de diagnósticos por imagem. Essa iniciativa visa proporcionar exames gratuitos de mamografia para mulheres com mais de 35 anos, destacando a importância crucial do diagnóstico precoce do câncer de mama.   

“A Carreta da Mamografia é uma iniciativa que visa democratizar o acesso aos exames de mamografia, especialmente para mulheres em áreas remotas ou com dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Segundo dados da FIDI, a carreta atendeu 24.690 mulheres em 50 cidades de São Paulo em 2023”, explica Viviane Pinheiro Supervisora Técnica Administrativa do Programa Mulheres de Peito na FIDI.    

O serviço está na cidade de São Paulo e permanece o dia 15 de março, realizando gratuitamente mamografias para mulheres com mais de 35 anos. 

Localizada na Avenida Dr. Arnaldo 355, Pacaembu, a carreta atende de segunda a sexta-feira, das 8h à 18h, (exceto feriados), por meio da distribuição de senhas no período da manhã. Serão realizados 55 exames nos dias.   

A carreta contribui com a agilidade do diagnóstico e garante o acesso facilitado a mulheres da cidade e região. Para realizar o exame na carreta do programa Mulheres de Peito, as pacientes de 35 a 49 anos e acima de 70 anos precisam apresentar RG, cartão do SUS e um pedido médico; já as de 50 a 69 anos podem levar apenas RG e cartão do SUS. 

“Estamos comprometidos em levar a saúde da mulher a todos os cantos do estado de São Paulo. O programa Mulheres de Peito reforça o empenho em oferecer acesso facilitado a exames essenciais como a mamografia, buscamos não apenas oferecer exames gratuitos, mas também conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa doença que afeta tantas vidas”, concluí Viviane Pinheiro. 

A mamografia é um exame muito versátil e é indispensável para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Se for detectada em fase inicial, aumenta as chances de tratamento e cura, podendo chegar a 98%. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2023-2025 são estimados 73.610 novos casos da doença, sendo essa a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil ¹.  

(1) Dados e números sobre o câncer de mama - Relatório anual 2023 relatorio_dados-e-numeros-ca-mama-2023.pdf (inca.gov.br).  



Programa Mulheres de Peito em SES SP 

Período: até 15 de março 

Endereço: Avenida Dr. Arnaldo 355, Pacaembu (Secretaria da Saúde - SES SP) 

Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 8h à 18h, (exceto feriados).  
Distribuição de senhas de atendimento no período da manhã. 

Documentos necessários 

- Mulheres de 35 a 49 anos e acima de 70 anos: RG, cartão do SUS e pedido médico. 

- Mulheres de 50 a 69 anos: RG e cartão do SUS. 

Sobre a Carreta da Mamografia  

As imagens capturadas nos mamógrafos são encaminhadas para o Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem (SEDI), serviço da Secretaria que emite laudos à distância, localizado na capital paulista. O resultado sai em até dois dias após a realização do exame.  

A carreta do programa Mulheres de Peito percorre os municípios do estado de São Paulo ininterruptamente, para incentivar mulheres a realizar exames de mamografia gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ampliando o acesso da população à atenção básica em saúde.  

A unidade móvel conta com uma equipe multidisciplinar composta por técnicos em radiologia e um agente administrativo. Para agilizar o diagnóstico, cada veículo é equipado com conversor de imagens analógicas em digitais, impressoras, computadores e mobiliários.  

O projeto existe desde 2014, e as carretas já percorreram mais de 300 locais. No total, já foram realizados cerca de 230 mil mamografias, 7 mil ultrassons, 700 biópsias, e mais de 2 mil mulheres foram encaminhadas para exames complementares ou início do tratamento oncológico em unidades estaduais especializadas.   



FIDI é uma Fundação privada sem fins lucrativos que reinveste 100% de seus recursos em assistência médica à população brasileira, por meio do desenvolvimento de soluções de diagnóstico por imagem, realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão médico-científica, ações sociais e filantrópicas.
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Combate à obesidade vai muito além da luta individual para mudar o estilo de vida, afirmam cientistas

O estudo elenca oito determinantes principais da obesidade:
ambiente físico, exposição alimentar, interesses econômicos e políticos,
iniquidade social, limitação do acesso ao conhecimento científico,
 cultura, comportamento contextual e genética
 (foto: World Obesity Federation/OPAS)

Em artigo publicado na Nature Metabolism nesta segunda-feira (04/03), pesquisadores do Brasil e do México analisam a epidemia de obesidade na América Latina a partir de uma perspectiva ampla, que inclui fatores socioeconômicos, culturais e epigenéticos. Para os autores, soluções passam por ações coletivas e não pela individualização do problema

 

Remédios para o tratamento da obesidade, como o Ozempic, foram considerados os principais avanços científicos de 2023 pela revista Science. No entanto, as taxas de sobrepeso vêm crescendo em todo o mundo, com destaque para a América Latina. Estimativas de 2020 indicavam que 14% da população mundial vivia com obesidade. A previsão é que, em 2035, esse índice seja de 24%, incluindo crianças, adolescentes e adultos.

“É importante encontrar estratégias nutricionais e farmacológicas para mitigar o problema, mas será que isso é o suficiente? Sabemos que o impacto de fatores socioeconômicos e ambientais se sobrepõe a quaisquer outros que influenciam a ocorrência da obesidade, incluindo componentes genéticos ou tentativas de imputar ao indivíduo a culpa de ser obeso. O fato é que a obesidade vai muito além da luta individual contra o sedentarismo e por mudanças no estilo de vida”, afirma Marcelo Mori, integrante do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Mori é um dos autores de um artigo publicado nesta segunda-feira (04/03) na revista Nature Metabolism, que aponta a necessidade de as iniciativas destinadas a compreender a obesidade envolverem abordagens multidisciplinares e globais. No trabalho, pesquisadores da Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidad Nacional Autónoma de México (Unam) elencam oito determinantes principais – ambiente físico, exposição alimentar, interesses econômicos e políticos, iniquidade social, limitação do acesso ao conhecimento científico, cultura, comportamento contextual e genética – para explicar o crescimento da obesidade na América Latina e para orientar a construção de políticas e estratégias públicas mais eficazes.

“Elencamos aspectos cujos efeitos no ganho de peso se sobrepõem, ressaltando a ideia de olhar para o problema com mais cuidado e de forma mais ampla, interferindo na questão a partir de soluções mais contextualizadas. São mudanças no estilo de vida? São, mas elas precisam ser especialmente baseadas em alterações na comunidade e no ambiente, não atribuindo exclusivamente ao indivíduo tal obrigação”, diz. “Há diferenças regionais relacionadas com questões socioeconômicas e culturais que podem impactar na epidemia da obesidade e isso faz com que não exista uma solução única para o problema”, completa o pesquisador.

No trabalho, os pesquisadores destacam que, em décadas passadas, foram registradas taxas mais elevadas de obesidade em crianças e adultos de países desenvolvidos em comparação com países em desenvolvimento. No entanto, ao comparar as tendências mais recentes na prevalência da obesidade, os dados têm mostrado de forma consistente aumentos mais acentuados nos países em desenvolvimento.

De acordo com dados de pesquisas nacionais, uma grande proporção da população latino-americana tem sobrepeso ou obesidade: 75% dos adultos no México, 74% no Chile, 68% na Argentina, 57% na Colômbia e 55% no Brasil. Entre crianças e adolescentes, as taxas de sobrepeso e obesidade também são altas: 53% (Chile), 41% (Argentina), 39% (México), 30% (Brasil) e 22% (Colômbia).

Para os pesquisadores, o aumento acentuado não pode ser explicado simplesmente por fatores genéticos ou escolhas individuais, mas sim por uma combinação de fatores estruturais e de contexto, que no artigo os pesquisadores denominam como determinantes sistêmicos.

O artigo propõe outra perspectiva para a problemática da obesidade na América Latina. Mori lembra que diversos estudos, principalmente em modelos animais, já demonstraram que tanto a carência quanto o excesso de ingestão alimentar pelos pais, sobretudo durante a gestação, podem resultar em alterações na prole que predispõem a doenças metabólicas na fase adulta.

“Os países de renda média e baixa, como é o caso da maioria dos países da América Latina, em menos de 50 anos saíram de uma realidade com altas taxas de desnutrição para um crescimento acelerado da obesidade. Portanto, é possível que essa rápida transição da carência alimentar e desnutrição para a abundância de alimentos ultraprocessados e hipercalóricos seja um aspecto relevante na indução de uma herança epigenética, contribuindo para as altas taxas recentes de obesidade, sobretudo em crianças. É algo que precisa ser mais investigado na obesidade humana”, avalia.

Com isso, de acordo com os pesquisadores, ganham luz caminhos preventivos e terapêuticos contra a obesidade que têm como base ações coletivas. “Uma solução que indicamos no artigo é o incentivo a políticas que facilitem a alimentação tradicional e regulem os alimentos ultraprocessados – que têm maior densidade calórica e são menos nutritivos. Isso deve estar associado a incentivos para a prática de atividades físicas, à promoção de hábitos saudáveis e de alimentação adequada nas escolas. Ainda, é preciso motivar gestantes a adotar dieta de qualidade, ao aleitamento materno e a oferecer alimentos saudáveis desde a primeira infância. Propomos que o foco precisa ser nas mulheres e nas crianças, que podem ser mais passíveis de mudanças e entre as quais a obesidade mais cresce na América Latina”, diz.

Outro aspecto destacado pelos pesquisadores é o impacto do acesso limitado ao conhecimento científico como um dos determinantes da obesidade. “Além de um maior acesso ao conhecimento científico e a questões relacionadas à ciência aberta, destacamos que o investimento e a quantidade de pesquisa sobre obesidade que se faz na América Latina são muito pequenos proporcionalmente ao número de pessoas com obesidade. Temos estudos relevantes aqui conduzidos, mas precisamos de mais e que sejam mais difundidos”, diz.

Na avaliação de Mori, a produção científica da América Latina na área de obesidade precisa ser mais representativa, sobretudo em estudos genéticos e sociais. “A maior parte desses estudos é feita em países do Norte Global. Enquanto for essa a realidade dos dados que dispomos sobre obesidade, vamos continuar tendo uma lacuna de conhecimento sobre como mitigar a obesidade na nossa região”, afirma.

“Dessa forma, compramos dos países desenvolvidos tanto o problema quanto a potencial solução. Porque, além de copiarmos hábitos de vida e adquirirmos as fórmulas propostas por esses países, nós também pagamos por alimentos que nos colocam nessa situação e por remédios que, por enquanto, atingem apenas uma pequena parcela da população. Enfim, estamos pagando duas vezes e ainda perdendo a luta contra a epidemia da obesidade”, afirma.

O estudo Determinants of obesity in Latin America pode ser lido em: www.nature.com/articles/s42255-024-00977-1#:~:text=There%20are%20eight%20determinants%20of,or%20individual%20(outer%20circle).

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/combate-a-obesidade-vai-muito-alem-da-luta-individual-para-mudar-o-estilo-de-vida-afirmam-cientistas/50998


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