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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Gordura no fígado: um vilão cada vez mais forte

 

A esteatose hepática, ou gordura no fígado, trata-se de depósito de gordura dentro das células do fígado e uma alteração que acomete cerca de 30% da população atualmente.

Essa condição não apresenta sintomas e geralmente o paciente descobre “acidentalmente”, nos exames rotineiros. Mas é uma doença que pode levar a uma inflamação da célula, que por sua vez, pode levar à hepatite gordurosa e evoluir para uma cirrose hepática. Sendo que qualquer doença crônica do fígado pode evoluir para um câncer do fígado.

As pessoas predispostas à esteatose são em sua maioria os pacientes obesos, com sobrepeso ou diabéticos, mas o principal foco é aquele paciente que possui a gordura no entorno da barriga, que chamamos de gordura visceral.

O tratamento primário é a mudança de estilo de vida, com inclusão de atividade física regular e alimentação saudável com refeições balanceadas, menos gordura e mais fibras. A moderação na bebida alcoólica é um passo fundamental no combate da esteatose e também se sugere o consumo de 3 xícaras diárias de café, para proteção hepática.



A epidemia de obesidade

A obesidade é uma doença crônica, já classificada pela OMS e outros órgãos de saúde. Os fatores ambientais juntamente com a susceptibilidade genética a definem, ou seja, nem todo mundo que possui uma alimentação excessiva se tornará obeso. Daí encontrarmos famílias de obesos e a razão não são apenas os hábitos à mesa.

Entretanto, por mais que o obeso seja um candidato à esteatose, a circunferência abdominal está intimamente ligada e vai se tornar a vilã no caso da gordura no fígado.

E por que essa preocupação? Segundo a dra. Ana Olga Nagano Gomes Fernandes, diretora do Instituto de Obesidade e Diabetes do Hospital Moriah “já que a hepatite C agora é curável, com novas medicações, em breve a esteatose será o fornecedor de doentes para os transplantes de fígado!”.

A doença pode levar à insuficiência hepática cujo tratamento definitivo é a substituição do órgão.
No Brasil, segundo dra. Ana Olga, a gordura abdominal é 5 a 10% mais prevalente no homem do que na mulher, ao contrário dos números apresentados no restante da América Latina. Isso pode ser em decorrência de questões culturais, tanto da mulher ser mais cobrada esteticamente, quanto dos hábitos de saúde, a que as mulheres são mais aderentes. Mas isso costuma se igualar quando falamos da mulher na menopausa.

Para muitos, a dieta é um desafio árduo demais, tanto pelas questões genéticas, como pela epidemia de falta de alimentação correta, pois travamos uma batalha contra alimentos cada vez mais processados e baratos, empurrados pela indústria alimentícia.

As cirurgias metabólicas podem ser a solução para grande parte desses pacientes, com grande dificuldade em emagrecer – que nem são tão obesos, mas têm um grande problema justamente com a gordura visceral – e acabar com a malfadada “barriga”.

A cirurgia metabólica é como a cirurgia bariátrica, mas com o objetivo principal de controlar as doenças da síndrome metabólica, enquanto a cirurgia bariátrica visa o emagrecimento em primeiro plano. Na realização da cirurgia metabólica, o tamanho do estômago do paciente é diminuído, assim como a trajetória que o alimento percorre no aparelho digestivo também é alterada. Quando as transformações anatômicas são feitas no paciente, ocorre uma mudança na secreção de diversos hormônios que estão relacionados à regulação do açúcar no organismo e do metabolismo.

Além disso, a cirurgia metabólica também ajuda a controlar a fome, traz mais saciedade e traz outros benefícios para o corpo. Assim, além do paciente sentir uma diminuição no desejo de comer, também é possível que ele se sinta ainda mais satisfeito, mesmo com uma quantidade menor de comida.

Alguns dos principais benefícios que podem ser observados a partir da cirurgia metabólica e a secreção dos hormônios é o controle do diabetes, o colesterol alto, a hipertensão, a síndrome do ovário policístico e a esteatose hepática.



Mecanismo hormonal

Quando você faz uma cirurgia bariátrica ocorre uma indução da secreção ou da inibição de hormônios e isso acontece a partir de várias técnicas cirúrgicas. O hormônio grelina é produzido, em grande parte, pelo estômago (embora ela também seja produzida no pâncreas e até mesmo no cérebro), e quando se faz um procedimento bariátrico ocorre a diminuição da secreção. De acordo com Flávio Kawamoto, coordenador do Instituto de Obesidade e Diabetes do Hospital Moriah, “quando você faz um sleeve, uma gastrectomia vertical, você exclui aquela parte do fundo gástrico e a grelina diminui, porque aquela parte extraída produzia o hormônio. Ao mesmo tempo, quando você faz um bypass gástrico, essa secreção também diminui. Não só a grelina, mas o GLP-1, o PYY, o GIP, sofrem alteração”.

Esses hormônios hoje são conhecidos pela participação não só na perda de peso, mas também da melhora do metabolismo da glicose. Então, quando o paciente faz um bypass gástrico, a secreção de GLP-1 sobe e vai provocar algumas mudanças no organismo que melhoram o metabolismo da glicose. “A grelina é responsável pela saciedade. Então, ao reduzir a grelina, é como se você sentisse saciedade, você estivesse de estômago cheio”, afirma Kawamoto.

A esteatose já existe na humanidade há muito tempo, mas hoje se entende que a gordura tem uma lipotoxicidade, que é o dano aos tecidos não projetados para o armazenamento de ácidos graxos. “Todo mundo achava que gordura só fazia mal para o coração, mas faz mal para o fígado também. Então, muitas daquelas pessoas que tinham cirrose, hepatite crônica, que não se tinha diagnóstico, hoje sabemos que tinham hepatite por gordura”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo Flávio Kawamoto.

Sabemos também que o emagrecimento, pela dieta, mas após cirurgia bariátrica, tem um efeito protetor para a manutenção do peso e para a melhora da gordura no fígado. A pessoa fica protegida da lipotoxicidade, prevenindo-se de uma evolução para a cirrose hepática.

 

É possível identificar sinais e evitar um suicídio?

Neste setembro amarelo, psiquiatra explica o que observar nas pessoas a sua volta para tentar evitar uma tragédia e ajudar quem está precisando de apoio


De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho, o número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021. No ano passado, foram 16.262 registros, uma média de 44 por dia. Em 2021, foram 14.475 suicídios. Em termos proporcionais, o Brasil teve 8 suicídios por 100 mil habitantes em 2022, contra 7,2 em 2021. O suicídio é um fenômeno multifatorial, ou seja, são vários elementos envolvidos (psicológicos, biológicos, sociais e culturais) que levam à decisão de alguém tirar a própria vida. 

Em 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e o mês ganha a cor amarela para chamar atenção para o problema. Quando um suicídio acontece, aqueles que conviviam com a vítima se questionam se não poderiam ter evitado a tragédia de alguma forma. A psiquiatra Elen Cristina de Oliveira, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, revela que quem está com pensamento suicida sempre dá sinais. “É possível detectar sinais precoces de comportamento suicida e evitar um desfecho fatal”.

A especialista destaca o que observar nas pessoas à sua volta:

- Isolamento e mudanças de comportamento, deixando de fazer as coisas que gosta;


- Mudanças e oscilações de humor;

- Pessoas que estão deprimidas, com baixa autoestima, com falta de esperança, desamparo e dificuldade de pedir ajuda;

- Pessoas que já fizeram alguma tentativa de suicídio;

- Quem faz automutilação, se cortar, queimar;

- Quem passa a dizer alguma dessas falas: “A vida não vale mais a pena, se eu morrer ninguém vai sentir falta”, “Tenho vontade de sumir”, “Nada mais parece fazer sentido, há apenas uma dor tão pesada que carrego e que não consigo mais suportar”, “Não aguento mais viver assim”, “Eu gostaria de viver, mas não assim...”, “Não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer...”, “Parece simplesmente não existir nenhuma luz no fim do túnel”.


Como ajudar

A psiquiatra Elen Cristina de Oliveira explica como ajudar ao perceber um desses sinais em alguém. “Acolher, não julgar e ouvir com atenção. Pedir ajuda e formar uma rede de apoio, além de orientar e acompanhar para tratamento. O CVV (188) também é uma rede de apoio para orientações e escuta. Em caso de risco iminente de suicídio, com ameaça clara ou se a pessoa estiver portando objeto de risco, permanecer em vigilância 24h e encaminhar ao Pronto Socorro Psiquiátrico mais próximo. Já em caso de uma tentativa de suicídio, o mais urgente é a preservação da vida. Neste caso o cuidado inicial são os primeiros socorros”.

Ao contrário do que muitos pensam, nem sempre o suicídio está ligado à depressão, a médica também comenta esse aspecto. “Existe um estigma e uma crença de que o comportamento suicida é uma moeda de troca para ganhar atenção e cuidado. Na verdade é um pedido de socorro e uma comunicação não verbal de que a vida está por um fio”, afirma a especialista. “O comportamento suicida também pode acontecer em pessoas com traços impulsivos, uso abusivo ou dependências de substâncias (álcool e drogas ilícitas) e surtos psicóticos (com alucinações e delírios, como na esquizofrenia)”, completa.

Para Elen Cristina de Oliveira a campanha setembro amarelo é essencial para educar sobre o comportamento suicida. “É importante combater o estigma sobre algo que realmente acontece na nossa sociedade. Cada morte por suicídio abala a comunidade e tem um intenso impacto em pelo menos mais seis pessoas próximas. O impacto psicológico, social e financeiro do suicídio numa família e na comunidade que a acolhe é imensurável. É assustador pensar que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e a cada 3 segundos alguém faz uma tentativa contra a própria vida. Precisamos conscientizar sobre este risco e o que fazer para cuidar de quem mais precisa”, alerta a psiquiatra. 

 

Brasil supera em 22,9% número de cirurgias bariátricas realizadas antes da pandemia

 No SUS, número de procedimento ainda está bem abaixo dos índices de 2019


O número de cirurgias bariátricas cresceu 22,9% em 2022 comparado a 2019, um ano antes da pandemia.  No ano passado, segundo dados compilados pela SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica), foram realizados 74.738 procedimentos, enquanto em 2019, foram 53.087.

Os dados somam cirurgias bariátricas realizadas por convênios médico, particulares e SUS (Sistema Único de Saúde). Pelo SUS, no entanto, o ritmo está 54,8% abaixo de antes da pandemia. Em 2019, foram realizadas 12.568 cirurgias pela rede pública. Já em 2022, este número foi de apenas 5.923 procedimentos.

Em 2021, foram realizadas 63.016 cirurgias bariátricas no Brasil, sendo 57.152 pelos planos de saúde, 2.864 pelo SUS e cerca de 3 mil particulares. No ano anterior, 2020, foram 52.715 cirurgias, com 46.437 pelos planos de saúde, 3.768 pelo SUS e 2.510 particulares.

Os números são preocupantes. Se levarmos em consideração o número de cirurgias realizadas pelo SUS e o número de pacientes com indicação para o procedimento no Brasil, veremos que apenas 1,5% da população elegível está sendo operada.

“Vivemos uma epidemia de obesidade e, infelizmente, a cirurgia bariátrica não está disponível a todos. Precisamos ampliar o acesso ao procedimento, ao mesmo tempo em que devemos desenvolver políticas públicas de prevenção à obesidade”, destaca o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho. “A obesidade é uma doença sem cura, mas com tratamento. É uma doença grave, não é desleixo. Ela agrava e causa outras doenças que podem levar à morte, além de impactar diretamente a qualidade e a expectativa de vida”, completa o médico.

Dados do Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) apontam um crescimento de 15,4 pontos percentuais nos índices de obesidade entre 2010 (16,48% da população) e 2022 (31,88% da população). As previsões também são pessimistas. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade, produzido pela World Obesity Federation (WOF), a obesidade deve atingir 41% da população brasileira até 2035.

“Pessoas obesas devem procurar tratamento médico. Temos tratamentos clínicos, endoscópicos e cirúrgicos para a perda de peso. Mas todos exigem mudanças de hábito do paciente. Não há milagres, apenas ferramentas para ajudar no emagrecimento”, afirma Concon.


Nutrientes no pós-operatório da cirurgia bariátrica

Nutricionista explica os cuidados e quais vitaminas devem ser monitoradas após a intervenção cirúrgica


A cirurgia bariátrica é uma das intervenções para o tratamento da obesidade mórbida e tem demonstrado um impacto significativo na redução do risco de comorbidades relacionadas ao problema. No entanto, uma consequência é que ela pode afetar a absorção de vitaminas e minerais. Por isso, a suplementação nutricional pode ser uma estratégia nutricional adotada para evitar problemas no organismo.

De acordo com Alessandra Feltre, nutricionista da Puravida, “muitos pacientes bariátricos enfrentam desafios na absorção adequada de vitaminas e minerais após a cirurgia. Esta é a razão pela qual a suplementação pós-operatória é tão crucial. Ela ajuda a preencher as lacunas e garantir que o corpo receba os nutrientes de que necessita”, diz.


A Importância da Suplementação

Após a cirurgia bariátrica, o estômago e/ou intestino do paciente são alterados. Essa alteração pode afetar a capacidade do corpo de absorver nutrientes, levando a deficiências que, se não forem tratadas, podem resultar em complicações graves.

Um estudo publicado ano passado no “Journal of the American College of Nutrition” mostrou que muitos pacientes desenvolvem deficiências nutricionais dentro de um ano após a cirurgia, com a vitamina B12, ferro, cálcio e vitamina D sendo as mais comumente afetadas.

“O corpo humano requer um equilíbrio de vitaminas e minerais para funcionar corretamente. Após uma cirurgia bariátrica, o risco de deficiência aumenta significativamente e, sem a suplementação adequada, o paciente pode enfrentar sérios problemas de saúde, sem falar em possíveis complicações”, comenta Alessandra.


Os principais nutrientes indicados no pós-operatório são:

Vitamina B12: essencial para a saúde do sistema nervoso e a formação de sangue.

Ferro: necessário para a produção de glóbulos vermelhos.

Cálcio: crucial para a saúde óssea.

Vitamina D: trabalha em conjunto com o cálcio para promover a saúde óssea.

Vitamina B9 (Ácido fólico): importante para a saúde celular e a prevenção de defeitos no tubo neural em futuras gestações.

Vitamina B1 (Tiamina): essencial para o metabolismo da glicose e a saúde do sistema nervoso.

Alessandra Feltre comenta ainda sobre questões que envolvem a recuperação da cirurgia precisam ser muito bem acompanhadas por especialistas do ramo. “A chave para uma recuperação bem-sucedida após a cirurgia bariátrica é garantir que o paciente esteja bem informado e engajado no próprio cuidado. Isso inclui aderir rigorosamente a um regime de suplementação e trabalhar de perto com profissionais de saúde para monitorar e ajustar as necessidades nutricionais”, conclui.  


Mitos e verdades sobre artrose

 Reumatologista Cláudia G. Schainberg explica algumas hipóteses sobre a doença que atinge as articulações do corpo


A artrose é uma doença que causa o desgaste das cartilagens que envolvem as articulações com finalidade de proteger os ossos do corpo. Conforme essa cartilagem se rompe o ser humano fica com a sua mobilidade comprometida e sua qualidade de vida é afetada de forma reduzida. “Pode ser causada por obesidade, esportes e até mesmo por esforços físicos repetitivos” conta a médica reumatologista Cláudia G. Schainberg.

Não há cura definitiva para essa doença. “Existem tratamentos para controlar as dores causadas pela artrose e para evitar que ela piore. Além desses tratamentos ajudarem com o conforto e alívio da dor, proporcionando uma vida melhor e diminuindo a perda da capacidade e mobilidade da pessoa” relata a reumatologista Cláudia G. Schainberg.

Esta doença aparenta alguns sinais e sintomas. “Rigidez, redução da mobilidade articular, inchaço, rangidos e estalos na articulação, dor nas articulações e perda da flexibilidade são alguns sintomas da artrose” diz Schainberg.

 

Confira alguns mitos e verdades sobre a artrose:

 

É possível evitar a artrose.

Mito. Não é possível evitar a artrose, porém é viável diagnosticá-la em sua fase inicial e começar o tratamento para que haja a redução das dores.

 

Artrite e artrose são a mesma coisa.

Mito. São duas doenças diferentes. A artrose causa o desgaste da articulação, já a artrite causa a inflamação da articulação.

 

Artrose não é doença de idoso.

Verdade. Embora a artrose atinja pessoas com a faixa etária com mais de 60 anos, ela pode afetar crianças, jovens e adultos.

 

Todo caso de artrose é necessário cirurgia.

Mito. Embora a artrose desgaste a articulação do osso, só é necessário realizar uma cirurgia em casos graves que precisam do realinhamento dos ossos.

 

Pessoas com artrose devem praticar atividade física.

Verdade. É importante que pessoas com artrose façam exercícios físicos, porém não deve ser de forma exagerada e inapropriada.

 

Dra. Cláudia G. Schainberg - Com uma ampla experiência na área da saúde, Dra. Cláudia é graduada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia e possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Fez também especialização em Reumatologia no Canadá e Estados Unidos. Dra. Cláudia ainda declara a importância sobre assuntos sociais relacionados à saúde, bem-estar, qualidade de vida, autocuidado e humanismo. Atualmente exerce atividades de ensino, assistência e pesquisa no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, onde chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de Artrites da Infância. Também faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês e Alemão Oswaldo Cruz. Já no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atua nos Ambulatórios de Osteoartrite, Gota e Espondiloartrites.

 

Esclerose Múltipla: fertilidade e gestação

Especialista da Imuno Brasil, em parceria com a editora KPMO Cultura e Arte, lança e-book gratuito e exclusivo com informações completas sobre a doença e maternidade


Imuno Brasil
Esclerose Múltipla (EM) afeta a fertilidade? A mulher pode engravidar? O bebê nascerá com a doença? Com o intuito de disseminar o conhecimento de forma confiável para os pacientes e leigos, a doutora Renata Faria Simm, neurologista da Imuno Brasil, em parceria com a editora KPMO Cultura e Arte, apresenta o e-book gratuito e exclusivo ‘Esclerose Múltipla.

A obra, que já está disponível no site da Imuno Brasil, chega para facilitar com veracidade o entendimento sobre EM, tratamento, sintomas, pseudosurtos, fenômeno de Uhthof, entre outros aspectos. 

A neurologista faz uma ampla abordagem quanto ao planejamento familiar para quem vive com a doença, desmistificando inclusive temas como EM e fertilidade. Portanto, seguem abaixo algumas informações importantes sobre o tema:

- A EM não altera a fertilidade, tanto para o homem quanto para mulher;

- Considerando o tópico acima, para quem não deseja ter filhos, é necessário usar métodos contraceptivos eficientes;

- O risco de um filho de pai ou mãe com EM ter a doença é de, mais ou menos, 2%. Um pouco acima da população em geral, mas ainda muito baixo.

- Se o combinado entre o casal for engravidar, a palavra chave para uma paciente com EM é o planejamento.

 

Planejamento para uma portadora de EM engravidar:

- É aconselhado que a doença esteja controlada por pelo menos 1 ano (ou seja, sem surtos, piora clínica ou novas lesões no exame de ressonância magnética);

- A medicação para o controle da doença deve ser inofensiva ao bebê;

- Como não é considerado um pré-natal de alto-risco, todos os passos normais de uma gravidez devem ser seguidos, vacinas e vitaminas, e em caso de exceções, como exemplo sequelas debilitantes, devem ser avaliadas pelo neurologista;

- A via de parto não é determinada pela EM, porém, se existir consequências mais graves da doença, pode ser que seja avaliada, como exemplo fadiga, que pode atrapalhar em um parto natural;

- O tipo de anestesia utilizada no parto também não sofre influência pelo diagnóstico;

- Foi avaliado que durante a gestação a atividade da doença cai, e aumenta só após o parto, por isso a necessidade do acompanhamento constante de um neurologista. 

No e-book, também são considerados outros pontos importantes para se compreender a problemática, tais como as dúvidas comuns que podem permear por temas sobre mobilidade até progressão da doença.

Clique aqui para ter acesso ao e-book.

 

Renata Faria Simm - coordenadora da área de Neurologia da Imuno Brasil. Graduada em medicina com residência em neurologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Mini Fellowship and Observership em Esclerose Múltipla pela Stony Brook University (NY, 2013), Universidade Colonia (2016), Mont Sinai Hospital (NY, 2017), e Toronto University (2019).

 

Fiz bariátrica, e agora? Mudanças no corpo após procedimento podem, ou não, exigir outra cirurgia; entenda

 

Jafar Ahmed/ Unsplash
Médico cirurgião plástico, Antônio Pitanguy, explica como intervenção realizada por Jojo Todynho pode precisar de cuidados cirúrgicos após determinado tempo


Nos últimos dias, a cantora Jojo Todynho vem mostrando aos seguidores o pós da cirurgia bariátrica, que realizou no começo do mês de agosto. O procedimento, que consiste na redução do estômago, ganhou os holofotes com o compartilhamento do tratamento pela artista. Jojo chegou a comentar que não fará cirurgia reparadora, mas que quer colocar silicone nas mamas. A cirurgia plástica após a cirurgia bariátrica é uma escolha pessoal, não uma obrigação, mas pode afetar profundamente a saúde e autoestima.

De acordo com Antônio Pitanguy, médico cirurgião plástico, a cirurgia plástica após a bariátrica se torna uma consideração quando ocorre o excesso de pele devido à significativa perda de peso, comumente conhecida como flacidez. "Essa condição frequentemente gera desconforto, evocando uma sensação de desconexão com o próprio corpo", explica o profissional.

O procedimento se torna indicado quando há uma quantidade significativa de pele "solta", que não se retrai após perda de peso causada pela cirurgia bariátrica. A indicação médica chega a ir além de apenas questão estética quando a intervenção de redução do estômago acaba prejudicando a qualidade de vida ou causando desconforto físico após determinado tempo de sua realização. 

Além disso, a mudança no corpo pós bariátrica pode impactar a autoestima. No entanto, é importante que a realização de uma cirurgia reparadora seja feita com consciência, e o médico cirurgião precisa entender a necessidade e vontade do paciente da melhor forma possível, a fim de sempre trabalhar a nova intervenção pensando no bem estar e autoestima do indivíduo. 

A autoestima é uma questão intrinsecamente ligada à saúde. "De acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), que descreve saúde como 'um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças', torna-se evidente a relevância social da cirurgia plástica no contexto da restauração da autoestima", ressalta Antônio Pitanguy.

A cirurgia reparadora é garantida, por lei, pelo SUS. A Portaria nº 1.091/2016 do Ministério da Saúde define a cirurgia plástica reparadora pós-bariátrica como um procedimento que deve ser oferecido pelo sistema público de saúde. Ou seja, o paciente que realizou a cirurgia bariátrica pelo SUS tem direito à cirurgia para remoção de pele gratuitamente.

Existem vários tipos de cirurgia plástica pós-bariátrica disponíveis para tratar diferentes áreas do corpo onde ocorre excesso de pele após a perda de peso substancial. Alguns dos procedimentos mais comuns incluem:

1. Abdominoplastia (cirurgia de abdômen): Remove o excesso de pele e gordura da região abdominal, muitas vezes resultando em uma aparência mais plana e tonificada do abdômen.

2. Braquioplastia (lifting de braço): Trata o excesso de pele flácida nos braços, resultando em braços mais firmes e esculpidos.

3. Cruroplastia (lifting de coxa): Remove o excesso de pele das coxas, melhorando a forma e a firmeza da região.

4. Mamoplastia (cirurgia de mama): Inclui procedimentos como a mastopexia (lifting de mama) para corrigir a flacidez mamária, e a mamoplastia de aumento ou redução, dependendo das necessidades do paciente.5. Lifting facial: Em muitos casos, o excesso de pele também pode afetar o rosto, e um lifting facial pode ser realizado para melhorar a aparência da face e do pescoço.

 

Antônio Pitanguy - neto do mestre da Cirurgia Plástica Ivo Pitanguy, único descendente direto das técnicas do avô atuando no campo. Concluiu sua especialização no Instituto Ivo Pitanguy e é membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Através de conversas com o avô, Antônio absorveu os conceitos de beleza e harmonia que sedimentaram a carreira do mestre.


Mitos e verdades sobre rosácea

Dermatologista Fátima Tubini explica algumas hipóteses sobre a doença vascular inflamatória


A rosácea é uma doença vascular inflamatória que atinge a região centro fácil, deixando as bochechas avermelhadas, queimando e a pele sensível. Aparece normalmente em adultos entre 30 e 50 anos, sendo mais comum em mulheres com a pele mais clara, os casos em homens tende a ser mais graves e dificilmente atinge pessoas negras.

A doença aparenta alguns sinais e sintomas. “Vermelhidão na pele, dilatação de pequenos vasos permanentes, espessamento irregular, lobulado da pele do nariz e irritação nos olhos também são sintomas comuns, conjuntivite e ressecamento ocular podem aparecer em casos dessa doença” relata a médica dermatologista Fátima Tubini.

Não existe cura para a rosácea, mas há cuidados e tratamentos para controlar a doença. “O uso de bebidas alcoólicas, ingestão de alimentos muito quentes, frio e vento em excesso, exposição solar e estresse emocional devem ser evitados” conta Tubini que ressalta a importância de utilizar o protetor solar diariamente, evitar exercícios exagerados e visitar periodicamente um dermatologista.

Confira alguns mitos e verdades sobre a rosácea:

 

Atividade física não influencia na rosácea.

Mito. A atividade física é um dos fatores que influenciam na rosácea, devido a vasodilatação.

 

Não é necessário ter nenhuma restrição de cosméticos.

Mito. A rosácea deixa a pele sensível e com sensação de queimação, devido a isso é necessário tomar cuidado com os tipos de cosméticos utilizados, que devem possuir indicação médica.

 

Há predisposição genética para o aparecimento da rosácea.

Verdade. Foi observado que a origem da rosácea pode ocorrer devido a genética. Mas fatores externos podem agravar os sintomas.

 

Não existe tratamento para rosácea.

Mito. Embora não haja a cura para a rosácea, há tratamentos para controlar a doença como, remédios e aparelhos a base de luz.

 

A rosácea pode acometer outras partes do rosto, além das bochechas.

Verdade. Esta doença não atinge somente as bochechas, mas também os olhos, acarretando conjuntivite, dor e visão embasada. 



Dra. Fátima Tubini - Referência em cuidados e tratamentos dermatológicos, a Dra. Fátima Tubini atua na área da dermatologista há quase 20 anos. Com ampla experiência, a especialista é graduada em Ciências Médicas e possui o título de Especialista em Dermatologia concedido pela AMB e Sociedade Brasileira de Dermatologia. Em sua trajetória, trabalhou com o público infantil na área de pediatria. Atualmente, a profissional proporciona através de procedimentos dermatológicos e estéticos benefícios para a saúde e bem-estar dos seus pacientes.


Setembro Amarelo: A Importância De Se Preservar A Saúde Mental

A Dra. Gesika Amorim Vai Nos Explicar Sobre Uma Nova Perspectiva Na Prevenção Ao Suicídio


O mês de setembro é marcado por uma campanha de extrema importância: o Setembro Amarelo, dedicado à conscientização e prevenção ao suicídio. Esta campanha global busca chamar a atenção para um tema sensível que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de uma Campanha pela vida

O Setembro Amarelo é uma iniciativa que visa reduzir o estigma em torno do suicídio e oferecer apoio a indivíduos que enfrentam desafios de saúde mental. A campanha representa a esperança, e é exatamente isso que ela busca fornecer, através da conscientização.

Essa campanha de prevenção visa à conscientização da população sobre o grave problema do suicídio e as formas de evitá-lo, como por exemplo, oferecer apoio aos indivíduos que enfrentam os desafios da saúde mental.

A importância do setembro amarelo já não é mais tanto para se discutir sobre a prevenção do suicídio em si. Mas é trazer à tona esse tema, tendo como foco a saúde mental. Hoje se entende que preservando a saúde mental estamos, automaticamente, prevenindo o suicídio. Por isso, hoje se fala mais sobre trazer a questão da saúde mental para o centro da discussão – Esclarece a dra. Gesika Amorim. 



Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa) e Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
https://dragesikaamorim.com.br
Insta: @dragesikaautismo

 

No setembro amarelo, um alerta para importância da prevenção e do olhar atendo do médico para saúde mental de crianças e adolescentes

Divulgação
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul destaca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio e a importância da conscientização sobre saúde mental em crianças e adolescentes

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o suicídio na infância e adolescência é uma preocupação crescente no Brasil. Estatísticas revelam que, entre os anos de 2011 e 2020, houve um aumento de 95% no número de suicídios entre crianças e adolescentes, representando um grave problema de saúde pública.

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) junta-se à iniciativa global do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que ocorre no dia 10 de setembro, para enfatizar a necessidade de conscientização sobre saúde mental em crianças e adolescentes. O médico pediatra, psiquiatra infantil e psicanalista, Victor Mardini, destaca o papel dos profissionais da saúde, especialmente médicos pediatras, na prevenção do suicídio nessa faixa etária.

“Antes da pandemia, já observávamos um aumento nos transtornos depressivos e ansiosos na faixa pediátrica. O suicídio, segundo a OMS, figura como a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Com a pandemia, esses problemas se agravaram. É vital ressaltar o papel central do Pediatra na detecção e prevenção dos transtornos mentais desde a gestação até o desenvolvimento da criança e do adolescente. A relação próxima com a família possibilita a identificação de fragilidades e riscos. As doenças mentais, como em outras fases da vida, resultam da interação entre vulnerabilidade biológica e fatores ambientais. Um vínculo forte permite a identificação desses riscos e a orientação adequada, contribuindo para a saúde mental dos pacientes jovens” salienta.

A saúde mental é um fator fundamental para o bem-estar das crianças e adolescentes, e fatores de risco relacionados podem aumentar sua vulnerabilidade ao suicídio. Victor Mardini esclarece quais são e como os profissionais médicos podem identificá-los precocemente, fornecendo uma base sólida para a prevenção.

“O Pediatra, ao dar o exemplo, conversando diretamente com a criança e adolescente sobre seus pensamentos mais dolorosos, mostrará para a família que o assunto pode ser abordado sem medos, auxiliando a criança e o adolescente a ter um canal de expressão do seu desespero e sua angustia, aliviando sua dor emocional, sentindo-se acolhido e facilitando o encaminhamento do tratamento. A criança e o adolescente vão sentir-se mais confiante de que poderão falar sobre seus sentimentos e sofrimentos com sua própria família. Esta abordagem permitirá mais facilmente o encaminhamento da família para uma consulta psicológica/psiquiátrica. Em casos de evolução mais arrastada ou sintomas de maior intensidade, com sintomas ansiosos e depressivos mais significativos e sofrimento emocional persistente o questionamento aos pais e a própria criança sobre interesses sobre o tema de morte, utilização da internet para buscas destes assuntos, pensamentos de morte em relação a si mesmo, ideias de morrer como solução para o seu sofrimento, a desesperança na vida, a existência de algum plano concreto de como consolidar o suicídio, são fundamentais para alertar os pais e indicar uma necessidade urgente de proteção e auxílio psiquiátrico. Nestas situações o contato e encaminhamento imediato para um colega psiquiatra é fundamental” acrescenta.

Estratégias de triagem e intervenção são essenciais nesse contexto. É crucial que os profissionais da saúde, especialmente médicos pediatras, estejam capacitados para identificar os sinais de risco de suicídio em crianças e adolescentes e possam intervir adequadamente. A conscientização e a educação são fundamentais para promover uma detecção precoce e encaminhar para tratamento especializado.


Marcelo Matusiak


Cerca de 26% das crianças têm rinite

Especialista dá dicas de como prevenir as crises de rinite fazendo o controle ambiental

Coriza e espirros estão entre os sintomas

         15/09 – Dia Nacional da Rinite


 

A rinite alérgica é uma doença NÃO contagiosa e que, como outras alergias, pode ser hereditária. Um bebê com pai e mãe alérgicos tem uma chance aumentada de 50% a 70% de desenvolver a doença. A rinite alérgica é mais comum após os dois anos de idade e atinge cerca de 26% das crianças. Já em adolescentes, esse percentual vai a 30%, de acordo com dados do ISAAC (Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância). 

A Dra. Maria Letícia Chavarria, Coordenadora do Departamento Científico de Rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), conta que os principais sintomas da rinite são coceira frequente no nariz e/ou nos olhos, espirros seguidos, coriza (nariz escorrendo) frequente e obstrução nasal. Esses sintomas são frequentes sem a presença de resfriados. 

A boa notícia é que existe tratamento para a rinite e, se bem orientado, o paciente pode ter um controle importante da doença e até a sua remissão. A imunoterapia, conhecida como vacina para alergia, tem se mostrado com um tratamento muito eficaz para a rinite alérgica. 

“Ela pode ser aplicada de forma subcutânea, mas com os avanços da área já é possível encontrar o tratamento na forma sublingual, que oferece menos riscos de reações adversas como a anafilaxia, a mais grave entre elas. A imunoterapia pode ser indicada para crianças e adultos”, explica a Dra. Maria Letícia. 

A especialista da ASBAI pontua abaixo algumas ações que podem ajudar a prevenir as crises de rinite:

·         Os colchões e travesseiros devem ser colocados dentro de capas impermeáveis aos ácaros;

·         Evite tapetes, carpetes, cortinas e almofadas, especialmente nos dormitórios;

·         Dê preferência aos pisos de cerâmica, vinil e madeira e às cortinas do tipo persiana ou de material que possa ser limpo com pano úmido.

·         Passe pano úmido diariamente na casa ou use aspirador de pó com filtros especiais (HEPA) 2 vezes na semana;

·         Evite banhos extremamente quentes e oscilação brusca de temperatura, assim como a inalação de odores fortes como perfume, aromatizador de ambiente, incenso e cigarro.

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A endometriose e a menopausa: médica tira dúvidas comuns entre as mulheres

Ginecologista da Unimed Araxá explica que ausência de estrogênio acarreta importante efeito inibitório nos focos de endometriose


A endometriose é uma doença crônica, inflamatória, dependente de hormônio estrogênio, que ocorre durante o período reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Segundo a médica ginecologista da Unimed Araxá, Paula Honório de Oliveira, os principais sintomas da endometriose são a dor pélvica, a dificuldade em engravidar e a possibilidade de presença de massa na região pélvica. “O diagnóstico clínico é difícil e, muitas vezes, necessita de exames complementares. Embora estas manifestações sejam muito sugestivas de endometriose, não são exclusivas desta doença e requerem o diagnóstico diferencial com outras condições: aderências, síndrome do intestino irritável, doença inflamatória pélvica, cistite, câncer e outras mais”, explica. 

O tratamento envolve a mudança no estilo de vida, orientação nutricional, atividade física, além de medicações hormonais para controle do ciclo menstrual. “A causa dessa condição ainda não é bem esclarecida e existem algumas hipóteses de como surge a endometriose, porém, ainda sem comprovação”, ressalta Dra. Paula.

 

Menopausa

Os sintomas da endometriose são causados pela presença do hormônio estrogênio no organismo da mulher, por isso ocorre melhora ou resolução na pós-menopausa, quando esse hormônio deixa de ser produzido. “A ausência de estrogênio acarreta importante efeito inibitório nos focos de endometriose”, comenta.

Pacientes com endometriose submetidas à retirada cirúrgica dos ovários ou que entram espontaneamente na menopausa podem necessitar de terapia de reposição hormonal devido aos sintomas de hipoestrogenismo, como os calores e ressecamento vaginal, entre outros. “A endometriose não é contraindicação para o uso de hormônios na pós-menopausa. O uso de estrogênio isolado não implica em grande aumento de recorrência da endometriose. Mesmo aquelas pacientes portadoras de endometriose que já foram submetidas à retirada cirúrgica do útero podem fazer uso de terapia de reposição hormonal com estrogênio e progesterona, a fim de evitar os sintomas dessa doença nos focos residuais que possam existir”, orienta a ginecologista.


As múltiplas faces da depressão

Pixabay

Neblina. Trevas. Espírito maldito. Escuridão. Estrada sem saída. Fazemos rodeios, recorremos a metáforas, e pintamos quadros da dor com nossas palavras. O termo depressão é clínico; a lista de sintomas, estéril. No entanto, é por meio do reconhecimento desses símbolos que podemos começar a compreender é essa doença e a importância de debater este assunto que ainda é tratado por tantas pessoas como um tabu.

Em definição clínica, o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) enumera sintomas que variam desde o humor deprimido até a perda de interesse, distúrbios do sono, fadiga, dificuldade de concentração e o pior deles: os pensamentos suicidas. Apesar de sua aparente objetividade, esta descrição não consegue abarcar totalmente todas as experiências vividas por aqueles que enfrentam a doença.

Nesse contexto surge o Setembro Amarelo como um apoio na prevenção ao suicídio e conscientização sobre a depressão. É um mês dedicado a “desestigmatizar” esses tópicos e abrir diálogo. Essa campanha funciona como um convite para a sociedade entender que problemas de saúde mental não significam apenas uma tristeza passageira, mas sim enfermidades que merecem atenção, compaixão e tratamento.

Além disso, a depressão é uma doença em constante mutação. Pode ser desencadeada por eventos dolorosos, surgir sem aviso prévio ou ser uma companheira constante por longos períodos. Alguns enfrentam os sintomas físicos com mais intensidade, enquanto outros sofrem mais com os aspectos emocionais.

Torna-se fundamental reconhecer que a depressão não é um sinal de fraqueza, falta de Deus, ou se a pessoa tivesse mais fé, se fosse mais forte, não estaria adoecida. Também não é algo a ser superado apenas com “pensamentos positivos”.

Você imagina a audácia de aplicar esse princípio a grandes cristãos que tiveram depressão? Dizer a Charles Spurgeon para ler mais a Bíblia? Incentivar David Brainerd a orar mais? Madre Teresa de Calcutá deveria simplesmente escolher a alegria? Que Martin Luther King Jr. precisaria não se preocupar com as ameaças constantes à sua vida? Ou então, que Martinho Lutero – um dos principais líderes da Reforma Protestante – tinha de ignorar os conflitos interiores e as sensações de indignidade pessoal?

Todos eles lutaram contra a depressão e nos recordam de que às vezes somos abatidos por sensações angustiantes. O nosso cérebro, assim como o nosso corpo, adoece. Depressão é uma doença real que exige atenção médica e apoio adequado. É essencial nos educarmos, apoiarmos uns aos outros e reconhecermos a busca pela compreensão desse “mal do século”. 



Diana Gruver - mestre em Formação Espiritual pelo Seminário Teológico Gordon-Conwell e diretora de comunicação do Instituto Vere, e autora do livro Juntos na Escuridão, publicado pela Editora Mundo Cristão


Conheça alguns alimentos que podem influenciar no aparecimento de câncer colorretal

Os ultraprocessados, fast foods e bebidas alcoólicas podem ser considerados os grandes vilões para a saúde do intestino


A importância de uma alimentação saudável é conhecida por todos, uma vez que ela pode impactar diversos órgãos e funções do corpo humano. Mas você sabia que há alimentos prejudiciais à saúde a ponto de até mesmo influenciar no aparecimento de câncer colorretal? Segundo a proctologista Maristela Almeida, o intestino delgado é o responsável pela absorção dos nutrientes enquanto o intestino grosso (mais afetado pelos tumores intestinais) é responsável principalmente pela absorção de água e armazenamento dos resíduos que sobrou da alimentação.

“O que comemos tem muita influência no funcionamento destes órgãos, causando desde desnutrição até as queixas frequentes de diarreia, flatulência e constipação. Podemos dizer que o tipo de alimento que ingerimos pode influenciar no aparecimento do câncer colorretal, seja como fator de risco, seja como fator de proteção. Genética, tabagismo, obesidade e sedentarismo são outros fatores associados ao aparecimento do câncer colorretal”, explica ela.

Alguns alimentos demandam especial preocupação, como é o caso dos ultraprocessados, como salgadinhos, refrigerantes, macarrão instantâneo e biscoitos recheados, e dos fast foods uma vez que todos eles apresentam substâncias gordurosas e açúcares, além de pouca presença de fibras. “Esses alimentos prejudicam a função intestinal, seja alterando a microbiota, seja pela diminuição de resíduos fecais, que impacta na evacuação. O ideal é uma dieta rica em fibras, pouco gordurosa e com bons nutrientes. Nem sempre é possível evitar estes alimentos mas devemos diminuir o seu consumo diário”, destaca a médica.

Outro alimento causador de grandes polêmicas sobre o assunto é a carne vermelha. Maristela sugere que o ideal é um total de 500 gramas por semana, o equivalente a um bife pequeno em algumas refeições. Ela chama a atenção, porém, para outro ponto. “O que mais influencia é a forma de preparação da carne. Quando submetida a altas temperaturas e a fumaça do churrasco, podem gerar substâncias consideradas cancerígenas”, alerta.

Outro ponto de alerta para a população diz respeito às bebidas alcoólicas, um irritante da mucosa intestinal que, segundo Maristela, pode provocar inflamação e alteração que podem predispor o câncer colorretal e outros malefícios. “Como não se conhecem níveis seguros para prevenção de câncer, o ideal seria evitar o consumo”, finaliza.



Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


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