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quarta-feira, 4 de maio de 2022

NIELSEN APRESENTA PESQUISA SOBRE COMPORTAMENTOS E BARREIRAS DAS MULHERES

 Levantamento realizado para o Dia das Mães revela liderança feminina no ambiente digital, no uso de Smartphone e Streaming, junto a mídia/anunciantes, influenciadores, diferentes frentes de consumo, dentre outros segmentos

 

A Nielsen (NYSE: NLSN), líder global em insights de audiência, dados e análises, apresenta este mês a pesquisa “ELAS: comportamentos e barreiras”. Desenvolvido em parceria com Opinion Box, empresa especializada em pesquisas de mercado online, o levantamento tem como objetivo estimular a inclusão por meio de técnicas de pesquisa da companhia, além de entender o perfil das brasileiras em diferentes frentes, trazendo uma reflexão sobre comportamentos e particularidades.

“Muito além de entender os comportamentos de consumo para o setor de mídia e marketing, nosso principal mercado, a Nielsen tem a inclusão como um de seus principais valores. Nos posicionamos usando a nossa técnica de pesquisa para que possamos ter ambientes e mercados mais eficientes, mas que também inclua todas as pessoas. Nos mais de 50 países que a Nielsen está presente, esta é uma questão muito relevante”, contextualiza Sabrina Balhes, Líder de Measurement de Nielsen Brasil.

Realizado entre os dias 24 de fevereiro e 2 de março de 2022 com uso de questionário online para 1000 pessoas de todas as regiões do país, dentre os entrevistados, 69% eram mulheres, 24% homens e 7% optaram por não citar seu gênero. Vestuário, alimentação, eletrônicos, maquiagem, bebidas, decoração, pets, automotivos, medicamentos, artigos esportivos, entre outros estão entre os setores analisados. A pesquisa fornece insights sobre os hábitos de tendências e comportamento dos brasileiros, em especial as mulheres, o que permite orientar as estratégias das empresas para chamar a atenção das consumidoras.

“Nossa intenção com essa pesquisa é explorar o universo das mulheres sob diversas óticas, passando por hábitos cotidianos, consumo de mídia, conteúdo e produtos, compras e outros aspectos. Com esses dados, além de levantar pontos importantes sobre esse público, conseguimos gerar insights relevantes para marcas que querem entender melhor o universo das mulheres e saber, de fato, o que elas anseiam em várias esferas da vida”, conta Dani Schermann, Head de Marketing do Opinion Box.

Confira abaixo alguns destaques da pesquisa e como o mercado feminino tem se destacado em cada segmento:

 

Domínio feminino no ambiente virtual

O número de brasileiros que usam a internet continua em crescimento, e com isso a presença feminina também. De acordo com o levantamento Nielsen, o público feminino tem maior presença mais assídua no ambiente virtual em relação ao público masculino. Quando questionadas sobre a frequência que usam a internet, 90% das entrevistadas disseram se conectar diariamente. Entre os homens o percentual de acesso diário é de 83%. Além disso, ao serem perguntadas sobre suas atividades online nas últimas semanas, 80% delas afirmaram que a principal atividade é o acesso às redes sociais, enquanto apenas 65% dos homens utilizam as redes sociais.

 

Mulheres lideram o uso de Smartphone

Smartphone é o principal dispositivo para os respondentes. Além dos brasileiros serem os maiores consumidores de celular, as mulheres dominam o uso dele no Brasil. Quando questionados em que tipo de dispositivo(s) acessam a internet regularmente, de todos entrevistados 90% responderam que utilizam o telefone móvel, seguido de 4% de notebook, 3% de desktop e 2% de tablet.

 

Influencers/famosos e Vlogs conquistam maior atenção das brasileiras

Fenômeno nas redes sociais, os influenciadores/famosos e Vlogs conquistam maior parte da atenção das pessoas que acessam a internet. De acordo com o levantamento Nielsen, o público que acompanha influenciadores é em sua predominância feminino (45%) e está entre 24 a 45 anos, enquanto os homens ficam com 24%. Quando questionadas se já compraram algum produto ou serviço divulgado por um influenciador, 42% das mulheres afirmaram positivamente. Deste total, 78% delas afirmam que valeu a pena seguir a dica

 

Streaming e entretenimento como favoritos das consumidoras

Em amplo crescimento, os serviços de streaming têm conquistado o público brasileiro. A pesquisa também revela que conteúdos “On demand”, principalmente de vídeos como Youtube, Netflix e Amazon Prime são os preferidos de 70% do público, sendo mais popular entre jovens de 24-35 anos. Em seguida, aparecem aplicativos para armazenamento de fotos e sites de vagas de emprego, ambos com 64% da preferência. Elas também assistem a mais vídeos, filmes e programas de TV que o público masculino (67% das mulheres revelaram realizar essas atividades nas últimas semanas contra 59% dos homens).

 

Potencial feminino na conversão e engajamento junto a mídia e anunciantes

Com maior potencial de engajamento junto aos anunciantes, as consumidoras são mais impactadas com campanhas e anúncios relacionados a vestuário e alimentos. Para 48% das entrevistadas publicidade voltadas a roupas e calçados, são mais lembradas, contra 27% dos consumidores do sexo masculino. Quando o assunto é alimento, 45% das mulheres afirmam se lembrar de serem impactadas com anúncios do gênero, enquanto entre os homens o percentual fica em 32%.

Além de poder na decisão de compra, o público feminino está mais propenso a adquirir o item visto em campanha publicitária. Em setores como vestuário, 31% das mulheres declaram ter efetuado uma compra de vestuário após virem uma propaganda. O ramo da alimentação fica em segundo lugar, com 30%. Os principais produtos de interesse das mulheres pesquisadas são itens de beleza e alimentos.

 

Mulheres despontam em quase todos os setores analisados.

Levando em consideração o alto consumo de informações e produtos online, quando questionado sobre quais tipos de conteúdo consomem online, o público feminino afirmou que costuma consumir principalmente música, notícias, séries e conteúdo relacionado a saúde e beleza. Abaixo o comparativo e os principais destaques:

  • Música - Público feminino: 57% / Público masculino 44%,
  • Notícias - Público feminino: 56% / Público masculino 58%,
  • Filmes - Público feminino: 53% / Público masculino 55%,
  • Séries - Público feminino: 50% / Público masculino 42%,
  • Beleza - Público feminino: 45% / Público masculino 16%,
  • Culinária - Público feminino: 42% / Público masculino 19%
  • Entretenimento - Público feminino: 34% / Público masculino 31%
  • Educação - Público feminino: 33% / Público masculino 25%
  • Viagens e Turismo - Público feminino: 32% / Público masculino 22%
  • Documentários - Público feminino: 25% / Público masculino 29%
  • Exercícios em casa - Público feminino: 21% / Público masculino 13%
  • Influencers - Público feminino: 21% / Público masculino 11%
  • Conteúdo infantil - Público feminino: 18% / Público masculino 8%
  • Animais/pets - Público feminino: 15% / Público masculino 10%
  • Games - Público feminino: 14% / Público masculino 24%
  • Vlogs - Público feminino: 12% / Público masculino 10%
  • Esportes - Público feminino: 11% / Público masculino 29%
  • Anúncios - Público feminino: 11% / Público masculino 11%

Compromisso da Nielsen com o setor

Conectar os clientes às audiências, alimentando a indústria de mídia com soluções inteligentes que auxiliem na compreensão do que as pessoas precisam, assistem e ouvem. Com essa proposta, a Nielsen, líder global em medição, dados e análises de audiência, desenvolve estudos para orientar o setor. A empresa tem a missão de fornecer uma visão mais completa do comportamento do consumidor em todos os setores.

“Vale ressaltar que o estudo tem também como objetivo ajudar a entender o perfil do brasileiro como um todo, além de suas particularidades. Tivemos como propósito apresentá-la em maio, mês das mães, para trazer uma reflexão sobre os pontos levantados no estudo, principalmente no que tange a comportamento e barreiras enfrentados pelas mulheres”, enfatiza Balhes.


Para acessar a pesquisa, clique aqui.


Bullying: da vítima ao espectador

O bullying é um tipo particular de violência, caracterizado por agressões sistemáticas, repetitivas e intencionais, contra um ou mais indivíduos que se encontram em desigualdade de poder, gerando sofrimento para as vítimas, agressores e comunidade. Ele pode ocorrer de várias formas, bem como de maneiras combinadas, dentre elas, o bullying verbal, físico, material, psicológico, sexual e, um tipo muito específico, que é o virtual ou cyberbullying. 

Este último é praticado por meio de ferramentas digitais e provocam traumas e sofrimento inimagináveis, uma vez que a propagação das difamações pelo efeito multiplicador das postagens é praticamente instantânea, não havendo possibilidade de exclusão dos conteúdos. Além disso, extrapola os muros da escola e expõe a vítima ao escárnio público, gerando danos na autoestima e na identidade, de modo que, o que poderia ser de caráter privado, torna-se público. 

A análise sobre o bullying não pode ficar restrita apenas ao agressor, devendo sempre ser considerada a tríade de participantes: o agressor, que é aquele que vitimiza; a vítima, que é quem sofre repetidamente as consequências dos comportamentos agressivos; e os espectadores, que são aqueles que assistem às práticas, seja presencialmente ou de forma virtual, muitas vezes se calando por medo de sofrer represálias e serem as novas vítimas. 

Todas as formas de bullying precisam ser combatidas, assim como todos os envolvidos precisam de orientação e de ajuda. É importante considerar que não é apenas a vítima que deve receber apoio, os agressores também necessitam de orientação, assim como os espectadores, que desempenham um papel muito importante, sendo fundamental desenvolver a responsabilidade de que, ao presenciar uma cena de bullying, não se deve calar. 

Os danos para quem sofre, para quem pratica e, mesmo para quem testemunha a violência, muitas vezes podem ser irreparáveis, devendo ser destacados: baixo rendimento acadêmico, problemas de autoestima, sensação de impotência, desenvolvimento de condutas delinquenciais, problemas psicossomáticos e transtornos emocionais graves (depressão; anorexia; bulimia; transtornos de ansiedade; ideação suicida; e suicídio). 

Alguns sinais de alerta podem ser observados nos envolvidos no bullying: no caso das vítimas, muitas vezes, começam a apresentar baixo rendimento escolar, assim como fingem estar doentes para faltar à aula; outras, sentem-se mal justamente perto da hora de sair de casa. Na escola, podem ficar isoladas e apresentar postura retraída em sala de aula, mostrando-se tristes, deprimidas ou aflitas. 

Já os agressores também podem apresentar alguns indicativos, tais como pouca habilidade social e falta de empatia ao realizarem brincadeiras de mau gosto, às quais podem evoluir para gozações, risos provocativos, hostis e desdenhosos, assim como tentativas de dominação dos outros por meio de ameaças diretas ou indiretas, insultos, apelidos pejorativos e agressões físicas. 

É necessário que pais e educadores observem atentamente as crianças e os adolescentes, uma vez que, por meio de observação atenta, escuta ativa e um canal sempre aberto ao diálogo, será possível perceber eventuais dificuldades e mudanças de comportamento, assim como identificar interesses e padrões de socialização. 

A prevenção e o combate ao bullying são de responsabilidade de todos, devendo começar pelo exemplo que os adultos devem ser para crianças e adolescentes. Eles aprenderão a respeitar as diferenças se conviverem em um ambiente pautado pelo respeito, solidariedade, generosidade e cooperação, no qual as diferenças são vistas como elementos que enriquecem a sociedade, livres de qualquer tipo de preconceito. 

De nada adianta a simples punição aos agressores, ou apenas a proteção às vítimas, se a comunidade não se conscientizar de que o bullying é um fenômeno social e multifatorial e que, por isso, deve ser combatido desde sua raiz, o que implica o engajamento de todos na construção de uma sociedade mais plural e aberta à diversidade. 

 

Maísa Pannuti -psicóloga, mestre e doutora em Educação, é especialista em Psicologia no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios do Grupo Positivo


Pessoas normais não conseguem ser multitask, as mães sim


Existem estudos como de Jean-Philippe Lachaux, autor e pesquisador do Laboratório de Pesquisas Cognitivas do Inserm (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica), que apontam que o multitask não funciona, que o melhor é se concentrar em uma tarefa e depois focar em outras, porém, as mães desafiam isso. Elas têm competência para realizar diversas atividades ao mesmo tempo, desempenhando bem de maneira geral, pois não há outra opção. 

Historicamente, o trabalho doméstico ficou como responsabilidade das mulheres. Esse trabalho vai além dos cuidados com a casa, o nosso lar físico, mas também se aplica aos filhos. É fato que a questão está em constante transformação na sociedade, mas ainda é algo bastante recorrente em muitas famílias. 

Diante de tantas responsabilidades ao longo desse tempo, já ficou clara a capacidade de gestão das mulheres, especialmente das mães. As donas de casa são grandes empreendedoras e precisam ser multidisciplinares, como por exemplo, definir como o filho se veste está relacionado com gestão da imagem, já o cuidado com o alimento disponível e a qualidade tem relação com a cadeia de suprimentos e o nutricionismo, quando o filho se machuca ela coloca em prática seus conhecimentos em psicologia e medicina. As mulheres que se dedicam ao lar têm que desenvolver uma série de qualidades e competências. 

O lar é o primeiro ambiente de desenvolvimento dos seres humanos e as mães geralmente assumem a responsabilidade. É normal que a criança até os dois anos, reconheça e valorize muito mais a mãe do que o pai, afinal, boa parte do tempo em que o bebê está acordado, está olhando para mãe enquanto faz a coisa mais importante da sua vida: mamar (se alimentar). Isso é um fator biológico, mas é claro que o pai deve estar ao lado da companheira para dar apoio e suporte, já que uma criança pequena vai demandar atenção e energia. 

Neste momento do pós nascimento dos filhos, o pai precisa suprir necessidades da casa e realizar tarefas. Isso parece estranho a princípio para uma sociedade onde a figura paterna passa muito tempo fora de casa por causa do trabalho. Visto isso, cabe à mãe cuidar e liderar o lar, sendo também responsável pela função de desenvolver e educar as crianças. Porém, o pai pode e deve dividir mais as tarefas do lar com a mãe. 

O trabalho doméstico é super valioso, principalmente porque tem o poder de formar bem as pessoas. Se hoje temos alguns colaboradores nas empresas que apresentam dificuldade para seguir orientações e se organizar, é porque criou-se um conflito de que o trabalho externo é mais valioso do que o realizado no lar. Então as mães foram empurradas para esse trabalho externo, como se o trabalho doméstico fosse de segunda categoria, sendo que além de não ser remunerado, demanda muito tempo e investimento. 

Neste cenário, o OKR - Objectives and Keys Results - Objetivos e Resultados Chaves, pode ajudar a mulher na decisão de se tornar mãe, por exemplo, o que a obrigará a reorganizar as prioridades na sua vida. Afinal, já está mais do que claro que os cuidados com o lar estão longe do óbvio e que esse trabalho deve ser realizado com bastante profissionalismo. 

Além disso, cada vez mais as mães precisam conciliar tudo isso com os anseios de carreira profissional. Por essa razão, o OKR também pode ser útil no período após o nascimento dos filhos. A ferramenta vai auxiliar a mãe a se organizar, tanto no desenvolvimento pessoal para estabelecer prioridades, como na organização da casa e na formação dos filhos. O trabalho doméstico é uma escola de virtudes, um trabalho que tem muito valor, mas que infelizmente ainda é muito subvalorizado. 

 

Pedro Signorelli - especialista na implementação do método OKR. Em 2019, criou e fundou a Pragmática Consultoria em Gestão, com o objetivo de ajudar outras organizações em suas jornadas de transformação e gestão. Até o momento, já desenvolveu mais de 60 projetos para empresas do Brasil e do exterior. Mais informações acesse o site.


Problemas de visão reduzem produtividade

Pesquisa publicada no The Lancet mostra que a deficiência visual causa perda de US$ 410,7 bilhões na produtividade mundial. 

 

O aumento da deficiência visual foi agravada  no mundo todo  durante a pandemia de covid com o abandono de todo tipo de tratamento. Estudo publicado no The Lancet por um comitê de 74 pesquisadores de 25 países alerta para a perda de US$ 410,7 bilhões na produtividade mundial decorrentes da deficiência visual. 

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas os olhos interferem em toda nossa saúde. “São eles que controlam a quantidade de luz que chega à glândula pineal onde são produzidos os hormônios que equilibram nosso metabolismo. Também permitem 85% de nossa interação com o meio ambiente” afirma. Por isso, salienta, a visão frequentemente é associada nas pesquisas à cognição, bem-estar emocional, psíquico e longevidade. 

Para ele o alto prejuízo causado pela deficiência visual está relacionado ao tamanho da população global com grande dificuldade de enxergar e sem nenhuma correção. Isso porque, o último relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre saúde ocular aponta que 1,1 bilhão das deficiências visuais estão relacionados à falta de óculos para corrigir erros de refração e presbiopia ou vista cansada que dificulta a visão de perto após os 40 anos. Uma ação social promovida antes da pandemia pela ONG internacional, OneSight, em parceria com o hospital e a prefeitura municipal de Campinas, para distribuir 3 mil óculos a adultos, revela que 18% dos participantes engavetaram a receita de óculos prescrita em consultas realizadas pelo SUS por falta de dinheiro.

 

Cuidados na primeira infância

O médico ressalta que todos nós vamos ter alguma doença ocular no decorrer da vida. Isso explica porque logo após o parto é indicado ao recém-nascido passar pelo teste do olhinho ou exame do reflexo vermelho para detectar doenças congênitas que respondem pela maior parte das perdas de visão na infância –retinopatia da prematuridade, catarata, glaucoma e câncer ou retinoblastoma que embora raro, recentemente comoveu o Brasil com o caso de Luana, filha dos jornalistas Leifer e Daiana. “Importante alertar que em muitos bebês os olhos não dão sinais de alteração logo após o nascimento. Luana é uma prova disso” comenta. Por isso, é comum crianças que passaram pelo teste do olhinho na maternidade chegarem ao hospital com doença congênita nos olhos que não foi diagnosticada. Para evitar complicações que podem levar à perda irreparável da visão, a recomendação do médico é repetir o exame a cada 3 meses até a idade de 3 anos quando deve ser realizado o  primeiro exame oftalmológico.

 

Na infância

Queiroz Neto afirma que os problemas de visão mais frequentes em crianças são os erros de refração – miopia, hipermetropia e astigmatismo. A dificuldade de enxergar entre crianças é uma importante causa de desatenção na sala de aula e da queda no rendimento escolar. Isso ficou comprovado por uma pesquisa realizada junto aos pais e professores de 36 mil crianças das escolas municipais que receberam consulta oftalmológica e óculos em uma ação social que coordenei no Instituto Penido Burnier. A pesquisa mostra que após um ano de uso dos óculos, na opinião dos professores 50% dos estudantes tiveram melhora no rendimento escolar. Para os pais, 88% das crianças passaram a ter mais concentração e interesse pelo estudo.

 

Miopia

O oftalmologista ressalta que de todos os erros de refração a miopia ou dificuldade de enxergar à distância é o que mais cresce, especialmente na infância. Uma evidência disso é o resultado de um levantamento do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) com 295 oftalmologistas. Para 70% deles a miopia infantil aumentou durante a pandemia. Uma das causas foi o excesso de celular e computador que causa um espasmo nos músculos ciliares. Isso ficou comprovado em um estudo que realizei com 360 crianças com idade entre 9 e 12 anos que ficavam até 6 horas/dia conectadas e apresentaram o dobro de miopia. Outra causa é a falta de exposição ao sol durante o confinamento. Isso porque, estudos mostram que a radiação ultravioleta do sol estimula a produção de dopamina, hormônio do bem-estar que controla o crescimento axial do olho, maior nos míopes. A previsão da OMS é de que o estilo de vida atual eleve os atuais 2,6 bilhões de casos de miopia no mundo para 5 bilhões em 2050. Desses, a estimativa é de que a miopia acima de 6 graus vai atingir  1 bilhão e por isso aumentar o risco para esta parcela  de descolamento de retina, catarata, glaucoma e degeneração macular, importantes causas de cegueira relacionadas à alta miopia.

A boa notícia é que hoje já estão disponíveis 3 tipos diferentes de tratamento para controlar a miopia em crianças. Uma dela é uma lente de gelatinosa e de descarte diário que diminui em até 50% o crescimento axial do olho através de dois arcos concêntricos na periferia.

O especialista ressalta que recentemente chegou ao Brasil uma lente para óculos que reduz em até 65% a progressão da miopia se for usada por 12 horas conforme ficou demostrado em dois ensaios clínicos.  Possui uma tecnologia que permite à criança enxergar com mais nitidez e reduz em 65% o crescimento axial do olho. Um terceira alternativa de controle da miopia apontada pelo médico  é a lente ortoceratológica. Rígida e de uso noturno, elimina a miopia durante o sono fazendo uma pressão sobre a córnea que remodela seu formato. Durante o dia a criança fica livre dos óculos e lentes.

 

Glaucoma

Queiroz Neto afirma que no final deste mês (26) é comemorado o dia nacional do glaucoma que visa conscientizar a população dos riscos da doença. Maior causa de cegueira irreversível no mundo, geralmente surge após os 40 anos mas a falta de sintomas faz metade nem desconfiar da doença. O oftalmologista afirma que formam grupos de risco pessoas da raça negra, orientais e quem tem casos na família, grupo com 7a 8 vezes mais chance de ter a doença

Queiroz Neto explica que o glaucoma lentamente vai degenerando as células do nervo óptico que transmite as imagens aos cérebro. Nove em cada 19 portadores têm glaucoma de ângulo aberto e fazem tratamento com colírios para baixar a pressão intraocular, mas muitos abandonam o tratamento. Em algumas pessoas a cirurgia de catarata pode regular a pressão interna do olho. Recentemente o FDA (Food em Drug Administration) aprovou nos EUA um dispositivo biodegradável que é implantado no olho para entregar a medicação sem risco de contaminação do colírio  e menos irritação na superfície do olho, mas ainda não há previsão de quando vai estar disponível no Brasil.

 

Catarata

Maior causa de cegueira tratável no mundo, a catarata responde por 49% dos casos de perda da visão no Brasil. Queiroz Neto afirma que geralmente surge a partir dos 60 anos em decorrência do envelhecimento que leva à perda de transparência do cristalino, lente do olho responsável pela mudança automática de foco para as várias distância. Outras causas frequentes da catarata são: Uso contínuo de corticoide, fumar, abusar do sal, não proteger os olhos no sol com lentes que filtrem a radiação ultravioleta, sofrer um ferimento no olho, ter alta miopia ou diabetes. 

O único tratamento para catarata é a cirurgia que substitui o cristalino opaco pelo implante de uma lente transparente.   O problema é que um levantamento realizado por Queiroz neto no DATASUS mostra que no primeiro ano da pandemia o número de cirurgias caiu 47% e em 2021 ainda ficou 18% abaixo  de 2019. Significa que a falta de tratamento reduziu a qualidade de vida de muitas famílias. Isso porque, o estudo publicado no The Lancet mostra que após a cirurgia de catarata o consumo familiar aumentou 80% pela reinclusão ao mercado de trabalho. 

A OMS estima que 11,9 milhões pessoas em todo o mundo têm deficiência visual moderada ou grave, além da cegueira causada pelo glaucoma, retinopatia diabética e tracoma que poderiam ter sido evitadas. O custo estimado para prevenir todos estes problemas de visão é de US$ 5,8 bilhões ante US$ 14,3 bilhões adicionais pela falta de prevenção. Por isso, a falta de prioridade da  saúde ocular nas políticas públicas da saúde tem reflexos negativos na Economia.


Dentes do siso: 6 dúvidas esclarecidas para manter o sorriso

Os sisos são os últimos dentes a nascer e, quando não há espaço, podem causar desalinhamento nos demais
Crédito: Envato Elements


Dentistas apontam que nascimento dos últimos dentes pode afetar alinhamento da arcada

Conhecidos popularmente como os dentes do juízo, os sisos são os últimos a nascerem. Por isso, assim que começam a aparecer, podem movimentar a arcada dentária provocando inchaço e dor na região. Não existe padrão para os dentes do siso, que podem ser de diversos tamanhos e formas. Assim como não existe um padrão de paciente, alguns precisam retirar os quatro sisos, outros não.

E por isso as dúvidas em torno dos sisos são muitas. Existe a necessidade de extrair? É preciso esperar o dente todo nascer para tirar? Eles entortam os outros dentes? A dentista e especialista da ClearCorrect Caroline Aranalde esclarece as mais recorrentes:


1 - Dentes do siso interferem no alinhamento dos dentes?

Quando não há espaço, ele pode provocar o desalinhamento dos dentes vizinhos, trazendo desconforto ao paciente. Mas não é o siso em si que causa o desalinhamento como um todo, pois um dente não tem o potencial de empurrar todos os outros. O que acontece é um efeito em cadeia pela falta de espaço para acomodar os dentes na arcada. Ou seja, os sisos não são capazes de entortar os dentes da frente, mas podem afetar os mais próximos pela falta de espaço.


2 - É preciso esperar os dentes nascerem para retirá-los?

Os sisos podem ser extraídos mesmo quando não estão visíveis, inclusive o melhor momento para extração é justamente quando as raízes não estão totalmente formadas. Isso facilita a realização do procedimento e diminui os riscos.


3 - Como funciona a extração?

O procedimento costuma ser rápido, de 30 minutos ou menos. Mas, dependendo do posicionamento do dente, o tempo pode ser maior. O paciente recebe uma anestesia local e o procedimento de retirada é realizado.


4 - O repouso é necessário após a retirada do dente?

Por ser um procedimento cirúrgico, a retirada dos sisos exige repouso. O tempo vai depender da complexidade da cirurgia. Outra restrição é na alimentação, que precisa ser apenas com líquidos.


5 - É preciso extrair o siso para colocar aparelho?

Nesse caso, o dentista precisa avaliar se a posição do siso interfere no sorriso torto. Após os exames necessários, ele analisa a situação e planeja o melhor tratamento. “O ideal é consultar seu dentista para avaliar o que precisa ser feito. Existem casos em que o paciente precisa extrair os quatro dentes e existem outros, com a arcada espaçada, em que o nascimento dos sisos não interfere diretamente no alinhamento dos dentes”, explica a especialista.


6 - Retirei meu dente do siso e meus dentes estão tortos, e agora?

O primeiro passo é conversar com seu dentista e entender a intensidade da modificação da arcada dentária e as opções de tratamento. Muitas vezes, a indicação principal é iniciar o uso do aparelho. “A questão da aparência e do desconforto são algumas das dificuldades do tratamento com aparelhos metálicos. O alinhador transparente pode ser uma solução mais adequada ao momento de vida do paciente, trazendo melhor estética e praticidade”, destaca Caroline. 

 

ClearCorrect


Dia das Mães: 10 dicas de gestação e pós-parto saudáveis

Levantamento mostra que 98% das participantes do programa Alô Mamãe, da TopMed, apresentaram melhora total ou parcial de sintomas da gravidez ao receber orientação e informação assertiva da equipe de enfermagem especializada em obstetrícia



Gravidez, parto e cuidados com o bebê fazem parte de uma fase importante da vida. Com a proximidade do Dia das Mães, em 8 de maio, a TopMed, empresa que é referência em telessaúde e telemedicina, dá 10 dicas, com base nas perguntas mais comuns das mulheres sobre a gestação e o período após o nascimento do bebê.  De acordo com levantamento do programa Alô Mamãe, desenvolvido pela TopMed, 98% das participantes apresentaram melhora total ou parcial de sintomas da gravidez ao receber orientação e informação assertiva da equipe de enfermagem especializada em obstetrícia que compõe o time multiprofissional da iniciativa.

A médica Cristina Broilo, Head de Telemedicina e Saúde Digital da TopMed ressalta que o novo momento em que se decide pela maternidade não transforma, automaticamente, uma mulher em uma expert em gestação e nos cuidados com o bebê. “Ao contrário, em geral, são momentos em que mais se acumulam dúvidas sobre assuntos que, até então, não faziam parte do dia a dia”, diz. Segundo Cristina, entre as principais dúvidas de mulheres no período da gestação ou que acabaram de ter seus bebês estão as relacionadas à alimentação durante a gravidez; viagens no período da gestação; prática de exercícios físicos; controle de peso; tipos de parto; vida sexual, etc.

É esse turbilhão de pensamentos, dúvidas e anseios que norteiam o Alô Mamãe, programa de saúde da TopMed, voltado para as mamães e seus bebês. “Além de um protocolo bem elaborado de acordo com as diretrizes nacionais e internacionais para o período – nós, na TopMed – nos preocupamos em como acolhê-las nesses seus principais desafios”, comenta Cristina. Segundo a médica, as perguntas relacionadas ao aleitamento materno, por exemplo, são disparadas as campeãs no ranking das dúvidas. Nesses casos, o programa conta com enfermeiras especializadas em obstetrícia, que realizam atendimentos por vídeo para acompanhar e direcionar sobre a melhor forma, não só de amamentar, mas de tornar aquele momento único e importante no vínculo entre mãe e bebê.

O programa Alô Mamãe é um serviço de acompanhamento à gestante oferecido pela TopMed às empresas que desejam proporcionar esse benefício às suas colaboradoras. Pode ser utilizado desde o início da gravidez até depois do parto, por 24 meses, período em que as principais dúvidas são sobre cuidados com o bebê. O atendimento é feito por videochamada, chamada telefônica ou chat, com profissionais de enfermagem, psicologia, nutrição e educação física. Além disso, entre as atividades estão videoaulas e rodas de conversa. “O Alô Mamãe não substitui o pré-natal ou o acompanhamento presencial do bebê. Pelo contrário, conscientiza sobre a importância do cuidado dessa fase e de quanto podemos promover saúde com uma equipe multiprofissional associada. Trata-se de um serviço complementar de atenção qualificada e humanizada, que contribui para uma gestação tranquila, um parto seguro e um desenvolvimento saudável nos aspectos físicos, emocionais e nutricionais”, diz Cristina.

Confira a seguir algumas dicas da médica para fazer do Dias das Mães da mulher que acabou de ter seu bebê ou está prestes a se tornar mãe, uma data ainda mais especial.

Gestação

  • SENTIMENTOS – Não se cobre de sentir o que os outros esperam que você sinta. Viva esse momento de gestação de maneira genuína. Enfrentar os primeiros sentimentos de angústia, medo, ansiedade, etc. é completamente normal. A felicidade dessa fase virá naturalmente, e essa felicidade sem pressa, natural, só fará bem para você e seu bebê.
  • PRÉ-NATAL – Não deixe de fazer o pré-natal! Agende uma consulta com um enfermeiro especialista ou médico de sua confiança. Faça os exames e todas as consultas seguindo as orientações fornecidas. Isso é indispensável como forma de prevenção e cuidados não apenas com o bebê, mas com a mãe também.
  • PLANEJAMENTO – Escolha onde e com quem você quer o momento do parto. Desde o local, até mesmo os profissionais envolvidos e seus acompanhantes. Planeje com antecedência e informe às pessoas próximas. Isso diminui a ansiedade e as chances de algo sair diferente do que você sempre quis.
  • ALIMENTAÇÃO – A famosa frase “não coma por dois” é antiga, mas fundamental. Aposte em uma dieta balanceada e completa, mas que não ultrapasse as porções necessárias para o seu corpo e para o crescimento do seu bebê. É importante ter consciência de que todas as suas escolhas e hábitos interferirão na saúde do bebê.
  • ATIVIDADE FÍSICA - Exceto no caso de uma gravidez de risco – que necessita de cuidados especiais e até mesmo repouso – é aconselhável para gestantes a prática de exercícios leves a moderados. Escolha uma modalidade que você goste e proporcione um momento agradável.

 

Após o nascimento do bebê

  • SENTIMENTOS – Entenda sua relação com o bebê. O vínculo entre mãe e filho pode não se formar de imediato e, para as mães de primeira viagem, isso pode ser frustrante e até assustador. Mas entenda que é normal e que, aos pouquinhos, vocês estarão mais próximos. Para isso, passe bastante tempo com o bebê no colo, amamente e seja paciente.
  • BEBÊS CHORAM! E MUITO! – O chorinho do bebê provavelmente irá preocupar no início. Mas lembre-se de que chorar é a ferramenta do pequeno para se comunicar com você e ele vai fazer uso dela todos os dias e muitas vezes ao dia. Aos poucos, você aprenderá a identificar se ele está com fome, se precisa ser trocado, se está irritado ou incomodado – enquanto isso, fique tranquila! 
  • REDE DE APOIO – Peça ajuda. Ninguém precisa dar conta desse período sozinho. Além da divisão de tarefas – tenha por perto pessoas que você ama para compartilhar informações, angústias, sentimentos e alegrias! 
  • AMAMENTAÇÃO – Antes de se exigir sair amamentando naturalmente como se fosse unicamente instintivo, busque informações seguras e de fonte confiável. Informe-se sobre como amamentar e quais problemas podem surgir. O seu médico ou uma doula podem ajudar, assim como os enfermeiros que atendem você no programa Alô Mamãe, no pré-natal ou na maternidade.  
  • CUIDE DA SUA SAÚDE EMOCIONAL – Seu corpo pede: alimente-se bem, durma o suficiente, descanse quando necessário, faça os exercícios liberados pelo médico. Mas sua mente também pede cuidado: não se isole socialmente, se permita momentos de lazer e separe três minutos por dia para meditar. Existem muitos aplicativos de meditação guiada que podem ajudar. Seu cérebro também precisará descansar e “esvaziar”. E estar bem será fundamental para que você consiga curtir tudo de bom que ainda está por vir.

 

TopMed 

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8 de maio: Dia Mundial da Conscientização sobre o Câncer de Ovário

O câncer de ovário é a terceira neoplasia ginecológica mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de colo de útero e endométrio (corpo do útero)

 

O câncer de ovário é um tumor ginecológico de difícil diagnóstico. Por este motivo, apresenta as menores taxas de cura, visto que geralmente é descoberto em estágio avançado.

 

Os mais recentes dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam para cerca de 6.600 novos casos ao ano da doença e quase 4 mil óbitos.

 

Por este motivo, o dia 8 de maio foi escolhido para que profissionais de saúde e imprensa possam alertar a população sobre a importância da conscientização sobre a doença e os cuidados necessários para que o câncer de ovário seja diagnosticado o mais precocemente possível.

 

Para isso, exames preventivos e consultas periódicas ao ginecologista são indispensáveis.


 

Câncer de Ovário e Carcinomatose Peritoneal

 

Uma vez confirmado o câncer de ovário, diversas opções de tratamento poderão ser indicadas, conforme o estágio da doença e as condições clínicas da paciente.

 

Quando detectado no início, há mais chances de cura. A cirurgia e a quimioterapia são grandes diferenciais no tratamento do câncer de ovário avançado, explica o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião oncológico.

 

“Em alguns casos, a partir do câncer de ovário, pode haver a disseminação da doença pela cavidade abdominal. Quando a doença sai de seu órgão de origem, se espalhando pelo peritônio, que é a membrana de revestimento interno do abdome, temos a Carcinomatose Peritoneal”, explica o especialista.

 

Antigamente, esta era uma situação sem qualquer expectativa de cura para o paciente, levando a complicações fatais, como a obstrução intestinal.

 

Hoje, com as técnicas existentes, profissionais em constante capacitação e hospitais de referência para o tratamento da carcinomatose peritoneal, o prognóstico pode ser bem diferente.

 

Mais informações sobre o câncer de ovário e a carcinomatose peritoneal estão disponíveis em:

www.carcinomatoseperitoneal.com.br


 

Prevenção

 

Não existe prevenção para o câncer de ovário, portanto, consultas regulares ao ginecologista e exames de rotina são importantes para que seja possível um diagnóstico precoce. O exame de ultrassom é um dos exames que auxiliará na identificação de que há alguma anormalidade nos ovários. Se houver, exames de sangue específicos e cirurgia podem ser necessários. 

 

Cerca de 10% dos casos apresentam componente genético ou familiar. Assim, no caso de histórico familiar da doença, ou também de câncer de mama, útero ou colorretal, o médico deverá ser informado. 

Vale destacar que o exame preventivo ginecológico (Papanicolaou) não detecta este tipo de câncer. O teste é específico para o câncer do colo do útero.


Oncologia deve ser prioridade no pós pandemia

Milhões de pessoas no mundo foram obrigadas a manter o isolamento social durante a pandemia, fator que trouxe reflexos, principalmente, para o tratamento de algumas doenças como o câncer. O fenômeno não foi exclusividade brasileira. Nesse período, instituições da área de saúde no país chegaram, por exemplo, a registrar 70% de adiamento de cirurgias oncológicas e mais de 1 milhão de pacientes postergaram exames para diagnóstico de câncer de intestino ou câncer colorretal. Na América Latina, Honduras teve redução de 80% na detecção do câncer de mama e colo do útero. 

Aliado ao fator da pandemia, o aumento da longevidade da população demanda um novo olhar para as tendências na saúde. Estamos passando por um período onde as enfermidades infecto-parasitárias, típicas de países em desenvolvimento, devem dar lugar para o aumento das chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como hipertensão arterial, diabetes, bem como as oncológicas. 

O câncer é responsável por 8,2 milhões de mortes todos os anos, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), e o mundo registra 14 milhões de novos casos todos os anos. A perspectiva da entidade é que as notificações cresçam até 70% nas próximas décadas. No Brasil, 10% dos municípios já têm o câncer como principal causa de morte. 

Os sistemas público e privado de saúde têm grandes desafios pela frente. Uma das frentes é investir na prevenção por meio de campanhas e exames. No caso de câncer de pele, por exemplo, a orientação de uso de protetor solar e evitar a exposição demasiada ao sol deve ser matéria da educação infantil. Já para a população adulta, o incentivo a uma vida saudável, sem consumo do tabaco, ingestão regrada de álcool e alimentos ultraprocessados, pode contribuir para redução significativa do diagnóstico da doença. A prática de exercícios físicos regulares deve ser incentivada em qualquer fase da vida, mesmo que seja uma simples caminhada. 

Os investimentos em pesquisas também devem ser estimulados como forma de encontrarmos outros modelos de tratamento. Nas últimas décadas avançamos muito com a imunoterapia, terapia-alvo e, mais recente, com o tratamento com as chamadas células CAR-T, que sofrem modificações genéticas em laboratórios dos linfócitos T e são reintroduzidas no organismo para combater as células tumorais. 

Todo esse arsenal de novos tratamentos pode alcançar resultados positivos caso o paciente tenha um diagnóstico precoce da doença. Por isso, o adiamento de consultas e exames durante a pandemia pode trazer reflexos por anos para a saúde no país, retardando a cura de muitos pacientes. O início do tratamento em estágios mais avançados da doença faz ainda aumentarem os custos e nem sempre é possível aplicar os novos tratamentos, que reduzem significativamente os efeitos colaterais dos métodos tradicionais, como a quimioterapia. 

Assim como há 50 anos contávamos com poucas ferramentas para diagnosticar e tratar das doenças oncológicas, o futuro pode trazer boas perspectivas, mas, para isso, é preciso prevenir e fazer o diagnóstico precoce. Com certeza, nas próximas décadas, o câncer também poderá ser considerado uma doença crônica e com mais ferramentas para o seu tratamento.

 

Ramon Andrade de Mello - médico com PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal, e professor da disciplina Oncologia Clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove).


Hipertensão arterial pode causar danos no coração, cérebro, rins e veias

Condição atinge cerca de 30% dos brasileiros e, em alguns casos, não apresenta sintomas

 

Presente na vida de muitos brasileiros, a hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma das doenças que mais mata na atualidade. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 400 mil pessoas morrem anualmente com alguma doença relacionada à hipertensão. No Brasil, 25% a 30% da população é formada por hipertensos. No dia 17 de maio é promovido o Dia Mundial da Hipertensão Arterial, com o objetivo de conscientizar a respeito da doença e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, essencial para salvar vidas.

A doença crônica não transmissível (DCNT) é caracterizada pela elevação da pressão arterial, ou seja, sistólica (PA máxima) maior ou igual a 140 mmHg, e/ou PA diastólica (PA mínima) maior ou igual a 90 mmHg. Fatores como o histórico familiar, estresse, má alimentação - consumo exagerado de sal -, envelhecimento e a obesidade são as principais causas de desenvolvimento da doença.

Por se tratar de uma condição, muitas vezes assintomática, a hipertensão pode causar danos em órgãos como o coração, cérebro, rins e vasos. “É o principal fator de risco modificável para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura. Ela se associa a fatores de riscos metabólicos para outras doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos elevados), obesidade abdominal, intolerância à glicose (pré-diabetes) e o próprio diabetes mellitus (DM)”, explica o médico consultor da FQM, Dr. Ronaldo Carneiro.

Para controlar a hipertensão arterial e obter qualidade de vida, os pacientes precisam se atentar a alguns fatores, como manter uma dieta saudável, reduzir a ingestão de sal, praticar atividades físicas regularmente, estar alerta com o peso, evitar o tabagismo e o consumo de álcool. A psicoterapia também é indicada aos diagnosticados. “O correto manejo do estresse e demais situações de natureza psicoemocional são muito importantes no cuidado da hipertensão arterial”, declara Dr. Carneiro.

Além de adotarem um estilo de vida saudável, os hipertensos também podem fazer uso de medicamentos para alcançar o controle de pressão arterial.  Após uma avaliação médica, o profissional poderá indicar o procedimento mais indicado ao quadro clínico. “O tratamento deve ser individualizado, assim como a escolha inicial do medicamento, baseando-se nas características gerais dos indivíduos e dos próprios medicamentos”, afirma o médico consultor.

 

FQM

Conheça a Afasia Primária Progressiva


As doenças neurológicas, de uma forma geral, tendem a ter um grande impacto na qualidade de vida daqueles que as possuem, sendo muito importante que familiares e pacientes entendam o essencial sobre estas disfunções, para que as suas consequências sejam minimizadas. Daí a importância em se conhecer mais sobre uma condição da qual muito se tem falado: a Afasia Primária Progressiva (APP). 

A APP é uma doença neurológica rara caracterizada pelo início insidioso e progressivo da perda da capacidade em falar, tendo início geralmente ao redor dos 60 anos. No início da APP, o portador desta doença, apesar das dificuldades de comunicação, mantém relativa independência e autonomia, mas com o passar do tempo outros domínios cognitivos podem ser comprometidos, como, por exemplo, a memória, o que pode acarretar uma maior necessidade de cuidados por parte de familiares ou cuidadores. 

Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, mas, de uma forma geral, o elemento clínico inicial predominante se caracteriza pela dificuldade em articular a fala, ocorrendo erros gramaticais frequentes ao tentar se comunicar, tendo o paciente dificuldade em achar a melhor palavra para que possa adequadamente se expressar. Da mesma forma, a dificuldade na compreensão da fala dos outros ou em nomear objetos também pode ocorrer. Pode ainda ocorrer dificuldade em reconhecer pessoas ou objetos. 

O diagnóstico da APP é eminentemente clínico e não é fácil, podendo ser importante o emprego de exames complementares para que sejam afastados outros diagnósticos diferenciais. Neste sentido, a realização de testes neuropsicológicos, com os quais são estudados diferentes domínios cognitivos do paciente, pode contribuir muito com o diagnóstico. Exames de imagem, como por exemplo a ressonância magnética de encéfalo, que mostra o cérebro de forma detalhada, pode mostrar atrofia do córtex cerebral nas áreas responsáveis pela linguagem.  

Infelizmente, não existe ainda um tratamento medicamentoso para curar ou reverter os sinais e sintomas da APP, sendo muito importante que os familiares ou cuidadores do paciente com APP sejam orientados em relação aos cuidados necessários para que a sua qualidade de vida seja mantida da melhor forma possível.

 

Carlos Roberto Caron - professor de Neurologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).


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