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sexta-feira, 1 de abril de 2022

Como a Medicina Nuclear contribui para a saúde e auxilia nos tratamentos oncológicos

Às vésperas do Dia Mundial da Saúde e do Dia Mundial de Combate ao Câncer, especialidade é utilizada por diversos espectros da área médica para realizar desde diagnóstico até o monitoramento da resposta de um tratamento

 

Os próximos dias 7 e 8 de abril marcam duas datas mundialmente importantes para a área da saúde. A primeira data se refere ao Dia Mundial da Saúde, instituída, em 1948, pela Organização Mundial da Saúde. Já no dia 8 de abril, lembra-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer, criado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC). 

“A tecnologia tem revolucionado a medicina e dado mais segurança e melhor qualidade de vida a quem necessita realizar um tratamento de saúde, em especial na área da oncologia”, afirma George Coura, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). 

A Medicina Nuclear é a especialidade médica que utiliza substâncias radioativas que, administradas aos pacientes, possibilita, por meio de diagnósticos precoces, o tratamento de inúmeras condições clínicas, além de servir como base para os mais diversos tipos de pesquisa na área médica. A especialidade auxilia diversos campos da ciência da saúde incluindo-se neurologia, cardiologia, oncologia e endocrinologia. 

Na Medicina Nuclear, é ministrado um fármaco radioativo, o radiofármaco, e a radiação é emitida pelo próprio paciente. São usadas doses extremamente baixas de radiofármacos, por isso são seguros e muito raramente provocam algum efeito adverso. A título de conhecimento, os efeitos adversos são menos frequentes que os relacionados a medicamentos de uso comum como analgésicos e antibióticos. 

“Os benefícios se sobrepõem aos efeitos colaterais porque, ao atuarmos em alvos específicos e já conhecidos, podemos destruir predominantemente as células cancerígenas e chegar à remissão total ou parcial da doença”, revela o Dr. George Coura. 

Um dos conceitos mais inovadores na área da Medicina Nuclear é justamente o descrito acima pelo presidente da SBMN, o chamado “Teranóstico”. A palavra é um neologismo da união entre “terapia” e “diagnóstico” e se refere à utilização de uma mesma molécula ativa para abordar um câncer, do diagnóstico ao tratamento. 

“O Teranóstico permite, através de uma mesma molécula usando espectros de radiação diferentes, o diagnóstico, a terapia e o monitoramento da resposta. Cobrindo todas as etapas do manejo do paciente oncológico. Além disso, a nossa especialidade possibilita visualizar órgãos e tecidos nos seus níveis celular e molecular, o que permite, além de um diagnóstico preciso, a definição da melhor estratégia terapêutica”, reforça o presidente da SBMN. 

Analisando a importância da Medicina Nuclear para a área da saúde, a situação pela qual a especialidade passou no ano de 2021 e o momento atual, o presidente da SBMN chama a atenção para o que classifica como fragilidades. “Vejo, nesse momento, uma fragilidade da Medicina Nuclear decorrente de limitações impostas pela pandemia e que necessitam de investimentos e atenção para que possamos manter a continuidade de oferta de saúde à população. Assim, precisamos de medidas que solidifiquem a oferta de opções de fornecedores de radiofármacos, de transporte de material radioativo e de viabilidade de operação dos serviços de medicina nuclear”, finaliza Dr. George Coura, presidente da SBMN, especialista em medicina nuclear.

 

 Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN


Estudo mostra como a mitocôndria regula a longevidade ao ativar o sistema imune

 

Resultados divulgados por pesquisadores do ICB-USP podem apontar novos alvos terapêuticos para o tratamento de doenças relacionadas ao envelhecimento, como as neurodegenerativas e as cardiovasculares (imagem: NIA/NIH)

 

A mitocôndria é uma organela vital para o organismo, pois produz, a partir dos alimentos, a maior parte da energia usada pelas células. Embora pareça um contrassenso, há evidências de que um leve comprometimento da função mitocondrial esteja associado ao aumento da longevidade. 

Em estudo recentemente publicado no periódico The Embo Journal, um grupo internacional de pesquisadores desvendou de que forma isso acontece. Segundo os autores, o trabalho é o primeiro a mostrar o envolvimento do sistema imune inato (a primeira linha de defesa contra patógenos) nesse processo. 

“Quando a mitocôndria funciona abaixo do que é considerado ótimo, gera um estresse para a célula, que desencadeia uma série de respostas que protegem esse organismo contra patógenos, fazendo-o viver mais. Só que existe um limiar: caso a redução da função mitocondrial seja muito intensa, o sistema pode colapsar”, explica Juliane Campos, primeira autora do trabalho, que atualmente realiza estágio de pós-doutorado na Harvard Medical School (Estados Unidos) com bolsa da FAPESP.

“Hoje sabemos que, perante um leve estresse mitocondrial [como o induzido pelo exercício físico], a célula se reorganiza bioquimicamente para compensar tal desequilíbrio e isso a torna mais preparada para lidar com futuras situações adversas. Agora, se o estresse mitocondrial é excessivo e prolongado [caso das doenças crônico-degenerativas], esses substitutos se tornam insuficientes, resultando então no colapso e, consequentemente, em morte celular”, explica Júlio Cesar Batista Ferreira, professor associado do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP) e coautor do trabalho.

Segundo Campos, a disfunção mitocondrial geralmente tem um gatilho. “Existem mutações em humanos que levam a uma disfunção sustentada, geralmente em casos mais graves. Existem ainda algumas condições [como a restrição calórica] que podem reduzir transientemente a função mitocondrial e isso é diferente de indivíduo para indivíduo. A ideia é entender os mecanismos pelos quais essa ligeira perturbação mitocondrial aumenta a longevidade porque, então, pode-se identificar futuros alvos terapêuticos”, resume.

 

Modelo experimental

Para entender a conexão entre disfunção mitocondrial leve, longevidade e sistema imune inato, o grupo utilizou um verme de solo, o Caenorhabditis elegans. Trata-se de um dos mais conhecidos modelos experimentais para o estudo do envelhecimento, pois oferece algumas vantagens. Uma delas é a expectativa média de vida de apenas 17 dias.

“O tempo de vida de um roedor é de dois anos e meio; de uma drosófila são quatro meses. Portanto, pensando em termos de tempo de pesquisa, essa é uma vantagem. Além disso, o C. elegans é transparente, o que permite visualizar órgãos e acoplar proteínas fluorescentes para identificar algum fenótipo dentro desse organismo. E, apesar de estar longe dos humanos na cadeia evolutiva, ele tem uma alta homologia com o genoma humano. Até 80% de seus genes têm homólogos em humanos. Outra vantagem: ele se alimenta de bactéria, então é muito fácil manipular um gene específico nesse organismo”, explica a pesquisadora.

Para o experimento, os cientistas cultivaram uma bactéria e, dentro dela, inseriram uma maquinaria capaz de deletar um gene no C. elegans. O microrganismo modificado foi ofertado como alimento ao verme. Ao ingeri-lo, essa maquinaria começou a agir e desligou um gene específico. Ferreira lembra que na genética há duas formas de entender o papel de um gene. “Ou você o retira do sistema e vê o que acontece; ou você aumenta sua expressão no sistema e avalia o efeito.”

O grupo queria saber por que o animal vive mais quando a mitocôndria sofre ligeiro estresse metabólico. Mas essa tarefa não é fácil. “São milhares de genes produzindo proteínas, que trabalham de maneira coordenada e hierárquica nas células. Nesse sentido, identificamos os genes críticos envolvidos no aumento da longevidade decorrente da ligeira disfunção mitocondrial. Como prova de conceito, desligamos individualmente esses genes e vimos que os animais deixavam de viver mais frente à ligeira disfunção mitocondrial”, explica Campos.

A conclusão é que ativar o sistema imune inato é um pré-requisito para a longevidade: quando a mitocôndria tem uma ligeira disfunção, ele é ativado e isso é necessário para o animal viver mais ou se proteger contra patógenos.

“Em suma, a mitocôndria sob estresse manda um sinal de alerta para o sistema imune. E esse sinal faz com que o organismo viva mais. Quando a gente deleta genes relacionados ao sistema imune inato ou impede que eles sejam ativados nesse animal com leve disfunção mitocondrial, toda essa resposta benéfica é abolida.”

Em trabalhos anteriores publicados pela equipe, já havia sido estabelecido que dois fatores de transcrição (proteínas que controlam a transcrição dos genes) estavam envolvidos no aumento de longevidade desses animais: DAF-16 (em C. elegans) ou FOXO3 (em humanos) e ATFS-1 (em C. elegans) ou ATF5 (em humanos). Mas essas proteínas coordenam diversas vias.

“Sabíamos que uma leve disfunção na mitocôndria aumentava a longevidade e que esses dois fatores de transcrição coordenavam o processo, mas queríamos saber por quais vias eles o faziam. Sabendo que esses fatores também controlam o sistema imune inato, partimos do pressuposto de que também estariam envolvidos nesse fenótipo. Este novo trabalho demonstra que tanto a via de sinalização mediada pela proteína p38 quanto a via de sinalização mediada por proteínas mal enoveladas mitocondriais [que em inglês são conhecidas pela sigla mitoUPR] atuam em conjunto sobre os mesmos genes de imunidade inata para promover resistência a patógenos e longevidade. E as mitocôndrias podem prolongar a longevidade sinalizando por meio dessas vias. Descobrimos também que o fator de transcrição ATF 5 consegue avisar os genes do sistema imune que eles precisam formar novas proteínas, que coordenarão essa cascata de ativação do sistema imune na célula”, conta Campos.


Abordagens terapêuticas

Segundo Ferreira, a maioria das doenças que desenvolvemos está associada ao colapso mitocondrial. Nesse sentido, o melhor entendimento do funcionamento da mitocôndria em condições de estresse, bem como suas conexões com outros compartimentos celulares, é essencial para desenvolver estratégias farmacológicas e não farmacológicas capazes de prevenir, mitigar ou reverter tal colapso e, consequentemente, tratar pacientes.

De acordo com o pesquisador, a melhora da expectativa de vida é algo que já observamos há muito tempo, mas aumentar a longevidade é uma meta ambiciosa. “Não sei se de fato chegaremos lá, mas acredito que certamente conseguiremos fazer o indivíduo viver melhor pelo mesmo período, ou seja, promover a melhora na qualidade de vida. Sabemos que há determinadas doenças associadas ao envelhecimento, como Parkinson, Alzheimer e distúrbios cardiovasculares. Nesse sentido, a compreensão das respostas compensatórias e deletérias de mitocôndrias associadas ao envelhecimento servirá de alicerce para o desenvolvimento de terapias que atuem no cerne dessas doenças. Com este trabalho colocamos mais uma peça nesse quebra-cabeça.”

O pesquisador ressalta a possibilidade de modulação do sistema imune inato, o que poderia contribuir para que o indivíduo tenha um envelhecimento mais saudável. “O desafio agora é validar isso ao longo da evolução. Nosso modelo experimental vive 20 dias e a gente vive 80 anos. Então, agora, temos de verificar qual é o impacto de nossa descoberta para o ser humano.”

O artigo Mild mitochondrial impairment enhances innate immunity and longevity through ATFS-1 and p38 signaling pode ser lido em: www.embopress.org/doi/full/10.15252/embr.202152964.

 

 

Karina Ninni

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-mostra-como-a-mitocondria-regula-a-longevidade-ao-ativar-o-sistema-imune/38284/

Abril Lilás alerta sobre câncer de testículo: apesar de rara, doença tem mais de 95% de chance de cura se descoberta no início

Podendo acontecer dos 15 aos 50 anos, o tumor pode acabar passando despercebido ou sendo mascarado por um processo inflamatório. Oncologista comenta sinais para ficar de olho e importância do tratamento precoce

 

Dentre os tipos de câncer que mais afetam a população do gênero masculino, certamente o de próstata figura entre os mais lembrados. Contudo, ainda poucas são as menções a um outro tipo de tumor que, apesar de menos incidente, responde por cerca de 5% de todos os tumores malignos detectados entre eles - e em sua grande maioria atinge os mais jovens: o câncer de testículo. 

Esse tipo de neoplasia afeta de forma mais frequente homens com idades entre 15 e 34 anos. Nessa fase, segundo dados do Ministério da Saúde, existe a chance de o tumor ser confundido, ou até mesmo mascarado, por um processo inflamatório ou infeccioso envolvendo o testículo. 

“É comum que a descoberta do tumor aconteça durante a higiene com aumento do volume do testículo ou nódulo geralmente indolor, por isso o autoexame na região é a melhor forma de garantir a detecção de qualquer alteração”, comenta Pamela Muniz, oncologista da Oncoclínicas São Paulo. 

Crianças que tiveram criptorquidia, disfunção congênita em que o testículo nasce fora da bolsa escrotal, ou seja, fora da posição normal, pertencem ao grupo com maior chance de desenvolver a doença. Outros fatores de risco incluem história familiar ou pessoal prévia de câncer de testículo e a infertilidade. 

Outros fatores como vasectomia, litíase e trauma escrotal não são fatores de risco para câncer de testículo.
 

Fique atento aos sinais 

Entre os sinais mais comuns da doença estão: o aumento ou a diminuição do testículo e o aparecimento de um nódulo duro que, na maioria das vezes, não provoca dor. Pode-se notar ainda a sensação de um peso ou dor na região abdominal. Esses achados podem ser percebidos após trauma local, ainda que não haja uma relação de causa-consequência estabelecida entre esses fatores. 

“Quando falamos de forma geral sobre câncer masculino é natural que as pessoas relacionem o termo apenas à ocorrência de tumores da próstata, principalmente por conta das campanhas globais de conscientização, como o Novembro Azul. Apesar disso, é fundamental que as pessoas passem a conversar também sobre outros tipos de tumores que afetam exclusivamente o gênero masculino, como é o caso do câncer de testículo e do pênis”, frisa a especialista.
 

Como é feito o diagnóstico 

Após exame clínico para verificação da presença de nódulos palpáveis ou alterações que sugiram câncer, um dos principais exames para confirmação diagnóstica é a ultrassonografia da bolsa escrotal, que identifica a lesão. Também são solicitados exames laboratoriais para a identificação de marcadores tumorais que contribuem para estratificar o risco da doença em questão e definir o melhor tratamento complementar após a cirurgia, como a alfa-fetoproteína, beta-HCG e DHL. 

É realizada também uma avaliação sistêmica completa para o rastreio de metástases e, portanto, exames de imagem do tórax e do abdome são habitualmente solicitados. 

A orquiectomia (retirada do testículo) é um procedimento considerado diagnóstico e terapêutico assim que confirmados nódulo ou massa no exame físico e de imagem.
 

Tratamento 

Mesmo que o nódulo seja pequeno, o tratamento costuma ser sempre cirúrgico, optando pela retirada para análise anatomopatológica ao microscópio. 

"Após a cirurgia, pode existir ainda um tratamento posterior com quimioterapia, radioterapia ou até mesmo o seguimento clínico com exames. É muito importante que esse paciente faça o acompanhamento regular indicado pelo especialista. A partir disso, pode-se investigar a presença da doença em outros órgãos e agir o mais rápido possível para oferecer o melhor ao paciente", comenta Pamela. 

É importante lembrar que apesar de raro, o câncer de testículo é altamente curável. "Com o tratamento precoce, as chances de cura podem chegar a mais de 95%. O maior risco de recidiva da doença está nos primeiros 2 a 3 anos do diagnóstico, embora o acompanhamento próximo se mantenha ao longo dos primeiros 5 anos", comenta a oncologista.
 

Câncer de testículo pode afetar a fertilidade? 

Antes do início do tratamento contra o câncer, é importante levantar questões sobre a vontade de ter filhos. Uma das alternativas é considerar o armazenamento de sêmen, em um banco apropriado, para o uso futuro.

A oncologista Pamela Muniz alerta que como a fertilidade poder ser afetada, é muito importante conversar com o médico para as melhores alternativas de preservação antes de qualquer abordagem terapêutica. "Antes do tratamento, é fundamental que o tema da fertilidade seja abordado: divida com seu oncologista suas preocupações e esclareça todas as dúvidas. O médico tem esse importante papel de não somente indicar o melhor tratamento, mas também de orientar e desmistificar questões pouco comentadas impactadas pela doença em si e pelos seus tratamentos específicos", finaliza.

 

Entenda o Transtorno do Espectro Autista e sua necessidade por olhares especializados

Especialistas do Hospital São Camilo SP falam sobre a importância de um tratamento multidisciplinar para auxiliar pacientes que sofrem com o transtorno

 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades no desenvolvimento neurológico, que afetam diretamente três pilares: a comunicação, a interação social e o comportamento do paciente. Por ser bastante heterogêneo, o distúrbio tem diferentes níveis, desde o grau mais leve, moderado e grave. 

Normalmente, os primeiros sinais do TEA aparecem na infância, pois a criança apresenta dificuldades na fala e na expressão de pensamentos. Há casos em que ela utiliza muitos jargões, desenvolve repetições demasiadas e discursos descontextualizados ou simplesmente não fala.  

“Na maioria das vezes, a grande motivação dos pais ao levarem a criança até o consultório médico é justamente por conta do atraso na linguagem. Eles percebem essa dificuldade e alegam que ela não responde aos chamados. O nosso papel é entender as circunstâncias para diagnosticar da maneira correta”, relata Dr. Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert, neuropediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Dados do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), ligado ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos, indicam que uma em cada 100 crianças sofre com o autismo. Mundialmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas vivem com algum espectro do transtorno. 

“Após o diagnóstico, o tratamento com fonoaudiólogo é fundamental para auxiliar nestas questões. Os pais também podem ajudar no dia a dia descrevendo com detalhes tudo o que solicitar a criança, contando história, fazendo perguntas e iniciando diálogos”, complementa a fonoaudióloga do Hospital São Camilo Jackeline Pillon.

Além dessa complicação, a pessoa autista pode apresentar comportamentos repetitivos, apego à rotina, dificuldade em lidar com situações novas, interesse por assuntos específicos e grande tendência ao isolamento social.

Para trabalhar essas vertentes, a psicóloga do Hospital São Camilo Emília de Azevedo destaca a importância do acompanhamento psicológico e da terapia: “A psicologia pode contribuir tanto na fase de diagnóstico como no acompanhamento do paciente autista. Com o tratamento, é possível orientar ele e a família no desenvolvimento de habilidades sociais e auxiliar no ajuste emocional diante da rotina do dia a dia, melhorando, assim, o enfrentamento diante das frustrações, raiva, medos, impulsividade e outros sentimentos”.

Além do auxílio de médicos, fonoaudiólogos, terapeutas, entre outros profissionais, é fundamental o apoio da família para que o paciente possa atingir um melhor desenvolvimento.


 Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Abril Azul: sensação de comida presa na garganta e dor no peito acendem alerta para câncer de esôfago

 Ingerir bebidas alcóolicas, muito quentes e fumar aumentam em até 5 vezes as chances de desenvolver a doença. Oncologista comenta importância da prevenção e tratamento

 

O mês de abril, que leva a cor azul, traz a importância do diagnóstico e tratamento precoce contra o câncer de esôfago. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram identificados 11.390 casos, sendo 8.690 em homens e 2.700 mulheres em 2020. Além disso, o Atlas de Mortalidade por Câncer mostrou que em 2019 houveram 8.716 óbitos pela doença, que é considerada o sexto tipo de câncer mais frequente no público masculino e o 15º no feminino. 

O câncer de esôfago acontece quando as células do revestimento interno do esôfago - tubo que vai da garganta ao estômago - passam a aumentar de maneira descontrolada. Contudo, a doença pode crescer, invadindo outras camadas do órgão ou mesmo outros órgãos ao redor. 

No mundo, a neoplasia está entre a oitava mais frequente e seu tipo mais comum é o adenocarcinoma, seguido pelo carcinoma de células escamosas. De acordo com a Dra. Renata D'Alpino, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo, é possível ainda que outros tipos de câncer também ocorram no esôfago. "Linfomas, melanomas e sarcomas podem surgir na região, mas vale lembrar que eles são bastante raros", comenta.
 

Tipos de câncer de esôfago

  • Carcinoma de células escamosas -- a camada interna do esôfago (mucosa) é revestida por células escamosas. O câncer que começa nessas células é chamado de carcinoma de células escamosas. Ele pode ocorrer em qualquer lugar ao longo do esôfago, mas é mais comum na região do pescoço (esôfago cervical) e nos dois terços superiores da cavidade torácica (esôfago torácico superior e médio); e
  • Adenocarcinoma -- Os cânceres que começam nas células da glândula (células que produzem muco) são chamados de adenocarcinomas. São frequentemente encontrados no terço inferior do esôfago (esôfago torácico inferior).

Sintomas 

Quanto aos sinais da doença, a oncologista explica que na grande maioria dos casos o câncer de esôfago é assintomático em fases iniciais, podendo dificultar o diagnóstico do paciente. 

"No entanto, quando os sintomas aparecem, é possível notar dificuldade de deglutição, dando a sensação de que a comida está presa na garganta ou no peito. Isso ocorre devido a obstrução da passagem de líquidos e alimentos; outro sinal é a dor no peito, como se fosse uma pressão ou queimação; e ainda a perda de peso sem causa aparente, que pode chegar até 10% ou mais do peso corporal do paciente", explica Renata D'Alpino.

 

Outros sintomas possíveis do câncer do esôfago podem incluir:

  • Rouquidão;
  • Tosse persistente;
  • Vômitos;
  • Hemorragia digestiva.

"Caso os sintomas não passem, é muito importante procurar por ajuda médica. No entanto, vale lembrar que nem sempre esses sinais são relacionados aos casos de câncer de esôfago, por isso, o diagnóstico correto é fundamental para o início do tratamento mais adequado ao paciente", reforça a médica.

 

Prevenção 

Como forma de prevenção, é fundamental evitar alguns hábitos que podem aumentar os riscos de desenvolvimento da doença. São eles:

  • Ingerir bebidas quentes demais (em temperatura igual ou superior 65ºC)
  • Tabagismo
  • Inalar poeiras de construção civil, vapores de combustíveis, entre outros
  • Consumir bebidas alcóolicas
  • Exposição a ambientes com radiação ionizantes (raio X e Gama)
  • Obesidade

De acordo com um estudo publicado no periódico Annals of Internal Medicine, beber chá quente demais pode aumentar os riscos da doença. Contudo, se junto ao hábito o paciente também consumir bebida alcóolica ou fumar, as chances podem ser cinco vezes maiores. 

“Felizmente, o câncer de esôfago pode ser prevenido, mas é importante que a população em geral deixe alguns hábitos de lado. Manter uma dieta equilibrada, não fumar, praticar atividades físicas regularmente e não ingerir bebidas alcóolicas ou quentes demais, como chás, chimarrão, entre outros, são alternativas para contornar o problema. Vale lembrar ainda que a vacinação contra o HPV é fundamental para evitar que a doença seja causada pelo vírus. Além do câncer de esôfago, ela também pode auxiliar na prevenção do câncer do colo do útero, ânus, boca, etc", alerta a médica.

 

Diagnóstico 

Após a queixa do paciente, o médico irá solicitar uma endoscopia digestiva alta (EDA) com biópsia e em seguida, após a confirmação da doença, exames de imagem para analisar o estadiamento da neoplasia. Os mais comuns são:

  • Endoscopia -- exame realizado com o paciente sedado em que um endoscópio com câmera avalia a parte interna do esôfago. Durante a endoscopia, são retirados fragmentos de lesões identificadas;
  • Ultrassom endoscópico -- uma sonda que emite ondas sonoras fica no final de um endoscópio. Este teste é feito ao mesmo tempo que a endoscopia digestiva alta e é útil para determinar o tamanho de um câncer de esôfago e o quanto ele cresceu em áreas próximas. Também ajuda a mostrar se os gânglios linfáticos foram afetados pelo câncer;
  • Broncoscopia -- pode ser feita para cânceres que estão localizados na parte superior do esôfago. O intuito é ver se ele está invadindo a traqueia ou brônquios (tubos que conduzem o ar da traqueia aos pulmões);
  • Toracoscopia e laparoscopia -- são exames que permitem que o médico veja os gânglios linfáticos e outros órgãos próximos ao esôfago dentro do tórax (por toracoscopia) ou no abdômen (por laparoscopia) por meio de uma câmera. Também podem ser usados ​​para obter amostras de biópsia. São exames realizados com o paciente anestesiado; e
  • Tomografia computadorizada (TC) -- a TC de tórax, abdomen e pelve desempenha um papel crucial na detecção de linfonodos metastáticos, de metástases hematogênicas e também na avaliação do grau de acometimento local do tumor.
  • PET-CT - o exame mostra se existem alterações no metabolismo celular, produzindo imagens com tecnologia digital e recursos de raio-x. Além disso, ele analisa em qual estágio o tumor está, para que seja possível planejar o tratamento. O procedimento consiste na aplicação de uma substância que emite baixas doses de radiação à base de glicose por via venosa. Com isso, o especialista poderá investigar o consumo de glicose no organismo e eventuais problemas.

Tratamento 

A partir do diagnóstico, o oncologista irá indicar o melhor tratamento para o câncer de esôfago, podendo variar entre cirurgia, radioterapia e quimioterapia (isolada ou combinada). 

"Dependendo de cada situação, o médico pode indicar a combinação de tratamentos, como o caso da quimioterapia, podendo ser associada com a radioterapia antes da cirurgia. O objetivo, neste caso, é de eliminar células cancerosas não observadas e ainda diminuir o tamanho do tumor", finaliza a oncologista da Oncoclínicas em São Paulo. Quando o câncer de esôfago já se espalhou para outros órgãos, o tratamento envolve quimioterapia e, em alguns casos, imunoterapia.


Doenças respiratórias podem aumentar 40% com a chegada do outono

Dr. Alexandre Colombini faz lista com 12 dicas de cuidados e prevenção 

 

Nesse novo período, as temperaturas oscilam e o ar tende a ficar mais frio e mais seco, de forma a concentrar mais poluentes, o que afeta diretamente as pessoas que sofrem com problemas como rinite, gripes, resfriados e sinusite. 

" Precisamos desenvolver uma atenção redobrada em nossa saúde, principalmente no que se refere às doenças respiratórias, uma vez que elas são consideradas as principais vilãs dessa estação, chegando a aumentar até 40% da taxa de sua incidência. "Tendo isso em mente, é importante ficarmos atentos aos sintomas mais frequentes como febre, dores pelo corpo, congestão nasal e tosse", ressalta o otorrinolaringologista Dr. Alexandre Colombini.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças respiratórias atingem, em média, 30% da população mundial. Segundo Colombini, cerca de 10% dos brasileiros apresentem quadros variados de asma, enquanto 30% sofram com rinite alérgica.  

“A faixa etária que mais sofre nessa época do ano são as crianças, com idade abaixo dos 05 anos e os idosos acima dos 60 anos, isto por que o sistema imunológico nestas faixas é menos funcional. Com isso as chances de as gripes e resfriados voltarem a cada semana é maior, o que também acaba levando a um gasto maior dos anticorpos, abaixando ainda mais a resistência para que peguem mais e mais doenças respiratórias”, explica o doutor. 

Dicas do otorrino Alexandre Colombini. Anote:

1. - Beba bastante água: o ideal é ingerir dois litros por dia para manter o organismo hidratado. Isso vai ajudar muito a hidratar as vias respiratórias também.

2. - Faça limpeza nasal com solução fisiológica ao menos duas vezes ao dia. Caso trabalhe em ambiente com ar condicionado, redobre o uso por que ele resseca ainda mais as vias respiratórias.

3. - Umidifique o ar, seja com aparelhos próprios para isso ou mesmo com toalhas úmidas e/ou grandes bacias para que haja uma grande superfície a ser evaporada para tornar o ar mais úmido.

4. - Guarde brinquedos de pelúcia em embalagens à vácuo depois de higienizados.

5. - Procure manter os ambientes arejados.

6. - Evite usar vassouras para limpar a casa, pois elas podem espalhar a poeira. Prefira utilizar panos úmidos.

7. - Troque a roupa de cama a cada semana.

8. - Procure ter uma boa alimentação. A alimentação deve ser balanceada com sopas e caldos ricos em verduras e legumes. As frutas são essenciais, principalmente aquelas que contêm vitamina C, como a laranja. Elas ajudam a prevenir gripes e resfriados.

9. - Lave as mãos com álcool gel e evite o contato com a boca, nariz ou olhos por que é a porta de entrada dos vírus e bactérias.

10. - Tenha um bom sono e um bom descanso.

11. - Evite o contato com pessoas gripadas ou com resfriados, pois essas doenças são adquiridas pelo ar. Ao espirrar, coloque um lenço ou a mão só se puder lavá-la em seguida, ou vai transmitir a doença assim que tocar qualquer superfície.

12. - Mantenha a respiração sempre pelo nariz e não pela boca, pois as narinas têm a função de filtrar o ar e aquecê-lo; 

“Além disso, também é essencial buscar uma ajuda médica especializada quando necessário, pois só um médico poderá dizer, de fato, o seu diagnóstico e o tratamento mais adequado, levando em consideração a realidade de cada paciente”, ressalta Dr. Alexandre Colombini. 


Dr. Alexandre Colombini - Otorrinolaringologista, formado pelo renomado Instituto Felippu e Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial – ABORL-CCF. Suas áreas de atuação: Otorrinolaringologia clínica e cirúrgica com enfoque nas patologias nasais, cirurgia endoscópica, ronco e apneia.


Casos de bruxismo triplicaram na pandemia

Ortodontista alerta para cuidados, prevenção e tratamento da doença que pode levar até à perda dos dentes


Diretamente ligado à ansiedade e tensão, o bruxismo - hábito de encostar, apertar ou ranger os dentes, ou apenas contrair a musculatura sem nem mesmo tocar os dentes – teve seu número de casos aumentado consideravelmente durante a pandemia da COVID-19.

Segundo um levantamento feito pela pós-graduação em odontologia e psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), os casos de bruxismo durante o sono mais que triplicaram no período pandêmico, saltando de 8% dos avaliados, para 28%, e os do chamado bruxismo de vigília, aquele que ocorre com a pessoa acordada dobraram, saltando de 6 para 12%.  

“Existem vários fatores que estão associados a esse distúrbio. De pouca incidência, temos os fatores genéticos e físicos, mas o mais comum é o bruxismo causado por fatores psicológicos, como estresse, irritação e ansiedade. E se engana quem acha que o bruxismo só acontece no período da noite, quando dormimos: é bem comum encontrar pacientes com bruxismo diurno”, explica a ortodontista, Viviane Vivaldi.

Alguns sintomas de bruxismo mais frequentes são: dificuldade, dor ou limitação para movimentar ou abrir a boca, principalmente pela manhã; dores de cabeça matinais ou no fim do dia; aumento do volume da musculatura da face; desgastes anormais dos dentes; quebra de dentes e restaurações sem causa aparente; língua e bochechas com marcas de dentes ou de mordidas. “Nos casos mais graves, pode até levar a perda de audição parcial (aquela sensação de zunido no ouvido), travamento mandibular e recessões gengivais”, complementa a especialista.

Mas, há um tratamento específico para esse distúrbio? “Na verdade, o tratamento é para os sintomas e efeitos do bruxismo para minimizar os danos causados por ele. Primeiramente, atente-se aos sinais e procure imediatamente um especialista. Entre os tratamentos mais indicados, estão: uso de placa ou aparelho transparente para equilibrar a oclusão; infiltração medicamentosa; infiltração muscular; toxina botulínica; fisioterapia e até uso de antidepressivos – quando o caso se agrava e é preciso levar ao psiquiatra”, diz Viviane.


Você Sabe o que é Psicofobia?

 

A Falta de Conhecimento Sobre o Assunto Acaba Sendo um Dos Causadores Desse Estigma 

 

Desde muitos séculos o preconceito acompanha o indivíduo com transtornos mentais, quando estas eram acusadas de possessão demoníaca, bruxaria e, por consequência, eram perseguidas e mortas na antiguidade.

Apesar do avanço da ciência, ainda hoje o preconceito prevalece, e no lugar da perseguição existem a negligência e a exclusão social. É comum o indivíduo com transtornos mentais ser chamado de “louco”, “maluco” e muitas vezes ser  inferiorizado e menosprezado .

Segundo a Dra. Gesika Amorim, Mestre em educação médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento, o termo Psicofobia foi criado pelo Dr. Antônio Geraldo para descrever o preconceito contra as pessoas que sofrem com transtornos e deficiências mentais. A falta de conhecimento, de compreensão do assunto, acaba sendo um dos causadores desse estigma que, muitas vezes, acaba tendo a sua origem dentro das nossas próprias casas. Por isso se faz necessário o compartilhamento de informações sobre o que são esses transtornos mentais e qual o papel do Médico Psiquiatra.

Especificamente, a psicofobia está relacionada com o preconceito contra aquelas pessoas que apresentam transtornos ou deficiências mentais que, muitos ainda julgam ser frescura ou bobagem. É também o medo de se relacionar com essas pessoas. Transtornos mentais não são bobagens, ao contrário, são patologias que precisam ser levadas com seriedade por familiares, amigos e por toda a sociedade. Afinal, sofrer com depressão ou ansiedade não é brincadeira!

As atitudes preconceituosas, psicofóbicas, podem ser propositais, porém, muitas vezes estas acontecem de forma velada ou sutil, passando quase despercebidas. E preciso ter cuidado ao usar as palavras. É preciso lembrar que a psicofobia é crime. – alertou a Dra. Gesika Amorim.

Em maio de 2014 foi aprovada, pela Comissão de Direitos Humanos, a PLS 74/14, para o crime ser enquadrado no código penal como injúria. A pena é prevista de 2 a 4 anos para quem praticar a psicofobia. Infelizmente, os comportamentos psicofóbios se tornaram muito comuns na internet, principalmente nas redes sociais, inclusive propagando esse preconceito.

Com a pandemia da covid19 e o isolamento social, ocorreu um aumento de casos de transtornos mentais em todo o mundo; quadros de depressão e ansiedade vitimaram uma boa parte da população e, em muitos casos, houve uma maior ocorrência de suicídio durante o isolamento.

Por isso é tão importante conscientizar a população sobre os males da psicofobia.

Por causa da rotulação e do preconceito, muitos deixam de buscar ajuda, seja por vergonha ou medo de como serão vistas e julgadas por familiares, amigos e no meio social. E importante entender que acolher, respeitar e partilhar amor sem medir as diferenças, deve fazer parte do nosso propósito de vida, seja ele qual for. Se há algo que devemos combater em nossos dias, é o preconceito, e essa luta não é opcional, é um dever de todos– Finaliza a Dra. Gesika Amorim. 



Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa), dentre outros títulos.
Instagram: @dragesikaautismo
https://dragesikaautismo.com.br

Especialistas orientam como ter uma alimentação saudável e uma rotina com mais qualidade de vida

 

Deixar de consumir alguns alimentos que comprovadamente fazem mal à saúde exige disciplina e força de vontade.  E nem sempre a decisão de mudança de hábitos é tarefa das mais fáceis. O Dia Nacional da Saúde e Nutrição, celebrado em 31 de março, foi criado justamente para incentivar os brasileiros a se lembrarem da relação da alimentação com a saúde. 

Os principais alimentos prejudiciais ao organismo são aqueles ricos em gorduras saturadas, açúcares e sódio, que estão presentes nos produtos industrializados. A alimentação inadequada é responsável por inúmeras doenças cardiovasculares, como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias, infarto agudo do miocárdio e doenças arteriais periféricas. 

No caso da saúde vascular, que envolve a circulação, os problemas estão intimamente relacionados ao que o indivíduo consome e com o seu estilo de vida. A cirurgiã vascular e membro da Comissão de Informática e Dados Epidemiológicos da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dra. Anna Karina Paiva Sarpe, explica que as doenças da circulação venosa têm a predisposição hereditária como o principal fator de risco, mas podem ser agravadas pelo aumento do peso corporal, pelo sedentarismo e pela constipação intestinal. 

 A ingestão de alimentos ricos em fibras, como verduras, frutas e cereais integrais e a ingesta hídrica adequada (pelo menos dois litros de água por dia) é muito importante para o bom funcionamento do intestino. Alimentos ricos em rutina, um bioflavonoide hidrossolúvel, também são benéficos para a circulação venosa. A rutina tem propriedades antioxidantes e pode ser encontrada em frutas cítricas como maçã, morango e ameixa. 

Já os problemas da circulação arterial estão relacionados com a aterosclerose, e a principal recomendação é evitar o consumo de alimentos ricos em gordura trans e saturadas, e aumentar a ingesta de alimentos ricos em gorduras boas, presentes em oleoginosas, óleos vegetais e alguns peixes. Esses alimentos reduzem os níveis do LDL (colesterol ruim) e aumentam o HDL (colesterol bom). 

“Quando falamos em melhorar a circulação, é muito importante entender que essa melhora deve ser acompanhada por uma mudança de estilo de vida e não apenas do hábito alimentar. Cessar o tabagismo, consumir a quantidade recomendada de água, praticar exercícios físicos diariamente, evitar o ganho de peso e ter uma alimentação balanceada são essenciais para o bom funcionamento do organismo como um todo”, esclarece a Dra. Anna Karina. 

Ser saudável não tem que ser difícil. A alimentação deve ser adaptada à rotina, equilibrando necessidades, gosto e questões financeiras. A nutróloga Dra. Karla Gouvea, comenta que, recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu recomendações simples para boas práticas alimentares, tais como: adequação do consumo energético diário, aumento da ingesta de frutas e vegetais, limitação do consumo diário de gorduras saturadas, bem como de açúcar e sal. 

“Quando pensamos em oferecer nutrientes para um indivíduo, a primeira opção sempre deve ser o alimento. E, na grande maioria dos casos, a alimentação adequada e equilibrada é suficiente para se atingir as metas diárias de um indivíduo. No entanto, quando indicado, existem suplementos alimentares que auxiliam no tratamento. É importante frisar que somente profissionais habilitados podem fazer a avaliação da necessidade de prescrição de fórmulas ou suplementos. Ressalto ainda o risco que existe na autoprescrição de suplementos e manipulados, podendo gerar inúmeros problemas cardiovasculares e hepáticos”, orienta Dra. Karla. 

O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio H. Rossi, enfatiza que a alimentação saudável e os exercícios físicos são essenciais para a prevenção de todas as doenças cardiovasculares: “A educação da população é importantíssima se pensarmos em saúde pública e nos custos que envolvem o tratamento desses pacientes”.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).

 

 

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP

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