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quarta-feira, 2 de março de 2022

Saúde mental já afeta 57% das profissionais brasileiras

Levantamento da edtech Todas Group deu origem ao Índice Geral de Bem-Estar que, aplicado pelas companhias, fornece um raio-x personalizado da real situação das mulheres que trabalham nelas

 

A preocupação com o bem-estar nunca esteve tão em alta. Desconhecida e sorrateira, a pandemia de Covid-19 nos levou a refletir sobre hábitos, rotinas e valores que boa parte de nós estava, provavelmente, conduzindo no piloto automático. A necessidade de rever tudo que era feito -- e como era feito -- até então suscitou questionamentos em diversas áreas das nossas vidas. 

A jornada dupla das mulheres -- agora dentro de casa -- expôs uma sobrecarga que todos já sabiam existir, mas fingiam não ver. As empresas precisaram correr atrás de métodos capazes de preservar a saúde mental de suas colaboradoras, sob o risco de comprometer ainda mais suas operações. Muitas lançaram mão de aplicativos especializados no tema, enquanto outras tentaram flexibilizar a carga horária e a rotina de atividades.  

Hoje, quase dois anos depois do início da crise sanitária no Brasil, a pergunta que fica é se essas medidas realmente funcionaram. “É preciso ter em mente que o bem-estar é formado por vários fatores subjetivos, como relações pessoais e o estado de saúde, entre outros”, explica Tatiana Sadala,cofundadora da Todas Group, primeira edtech brasileira totalmente dedicada às mulheres. “Mensurar isso depende da criação e análise de parâmetros para cada um deles.” 

Com base nesse cenário, a startup, com o apoio de Viviane Leite, especialista em bem-estar, e da consultoria de pesquisa Inside Insights, realizou uma pesquisa quantitativa com 673 mulheres que atuam no mercado de trabalho brasileiro. Nela, as participantes avaliaram as seguintes esferas de suas vidas: situação no trabalho, confiança e saúde mental, relacionamentos, saúde física e padrão de vida. Essas informações foram, em seguida, cruzadas com 12 indicadores de perfis, como faixas etária e salarial, tempo de empresa, área de atuação, tamanho da companhia, cargo e estado, entre outros. 

Com base no resultado, o Todas Group criou um Índice Geral de Bem-Estar, com parâmetros bem definidos para cada esfera, que serve de base de comparação para qualquer empresa interessada na implementação de políticas que realmente atendam às necessidades de suas colaboradoras. “A partir da identificação real do bem-estar das funcionárias, fica muito mais fácil para as empresas desenvolverem soluções também reais”, explica Viviane Leite.

 

Principais Constatações

Os resultados revelaram que o bem-estar corporativo das mulheres no Brasil ainda está longe do ideal. Para se ter uma ideia, o índice de bem-estar geral da pesquisa consolidada foi de 57%, mas algumas esferas revelaram números preocupantes. “Na minha opinião, esse índice é muito baixo e deveria estar entre as três principais prioridades de qualquer empresa que pretende ser sustentável nos médio e longo prazos”, diz Tatiana. 

No quesito saúde mental, por exemplo, 51% das mulheres demonstraram impacto negativo ocasionado pelo trabalho, enquanto 70% delas alegaram que se sentem preocupadas ou deprimidas em função dele e 63% manifestaram tensão causada pela pressão. “Embora boa parte das empresas tenha se movimentado durante a pandemia para tentar minimizar esse quadro, muitas delas acabaram sobrecarregando ainda mais a rotina de suas funcionárias com workshops e atividades extras”, relata Tatiana. 

Para completar, apenas 45% têm confiança de que podem conquistar tudo que desejam na companhia na qual atuam e 51% conseguem equilibrar vida pessoal e profissional. “Este é outro dado preocupante, já que mostra que metade das mulheres não dá conta de tudo que precisa fazer.” 

Especificamente no que diz respeito à situação no trabalho, apesar de 74% delas declararem que sentem orgulho da empresa na qual atuam e acreditam na possibilidade de crescimento, apenas 56% se dizem realizadas. Fatores de atenção -- para as empresas -- são que 49% das entrevistadas se disseram preocupadas com a coerência entre a divulgação das ações de diversidade e a prática e 53% alegaram não acreditar no apoio genuíno das empresas no desenvolvimento da liderança feminina.  

Já na esfera dos relacionamentos, 70% das mulheres ouvidas disseram que os chefes e colegas de trabalho fazem bem a elas, deixando sua saúde social em dia, enquanto 64% se sentem parte de grupos e seguras para opinar com seus colegas. No entanto, metade delas alegou sentir falta de lideranças femininas reais por perto para aprenderem.

Assim como a saúde mental, a saúde física também preocupa. Apesar de 63% das entrevistadas dizerem que se alimentam de forma saudável independentemente do apoio da empresa, 62% dormem mal por conta do trabalho, 58% sentem que a empresa atrapalha sua rotina de atividade física, 61% estão sem disposição e energia para trabalhar e 50% têm dificuldade de concentração. 

Por último, o parâmetro relacionado ao padrão de vida revelou que 82% das mulheres sentem orgulho do que conquistaram no trabalho atual, o que é um ótimo indicador de bem-estar, no entanto, somente 29% delas estão satisfeitas com o que conquistaram na empresa na qual trabalham atualmente.  

“Esses pontos de atenção precisam ser investigados pelas empresas, uma vez que comprometem uma série de coisas, como a auto-confiança e a segurança psicológica no trabalho”, diz Viviane, lembrando ainda de outros problemas que interferem diretamente na produtividade e, consequentemente, na performance dos negócios, como turnover, absenteísmo e a Síndrome de Burnout, que a partir deste ano será considerada uma doença ocupacional pelo Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O bem-estar também evita gastos. No Brasil, o burnout custa para os empregadores cerca de USD 80 bilhões ao ano. Nos Estados Unidos, o montante é de USD 300 bilhões. 

“Além disso, as empresas que conseguirem, de fato, oferecer condições capazes de levar bem-estar às suas colaboradoras terão uma grande vantagem competitiva na atração dos melhores talentos, principalmente em posições sêniores, um problema que, a cada dia que passa, fica maior”, completa Tatiana. 

Viviane ressalta, no entanto, que a reflexão precisa ser dupla, ou seja, ser feita também do lado das mulheres, através da ampliação do autocuidado, de forma que elas ajudem a estabelecer melhores condições para o seu próprio desenvolvimento e a mitigar aquilo que atrapalha a sua performance na companhia. 

“Historicamente, as mulheres vêm ganhando espaço no mercado de trabalho, apesar das referências ainda serem poucas quando comparadas às dos homens. Por isso, essa conquista precisa vir acompanhada de programas de suporte específicos para elas, com abrangência profissional e pessoal , assim estarão mais fortalecidas e capazes de formarem novas referências para as próximas gerações.”


Por que precisamos dormir bem para ter uma boa performance?

Dormir é uma necessidade fisiológica, mas muitas pessoas ainda não se deram conta do quanto esta atividade rotineira é fundamental. Em uma pesquisa divulgada pelo Persono em 2021, que ouviu 2000 brasileiros em todos os estados, mais de 50% dos respondentes disseram acreditar que o sono tem pouco ou nenhum impacto na performance diurna. 

Esta é uma informação preocupante e completamente equivocada. A verdade é que dormir bem é tão importante quanto fazer exercícios com regularidade e se alimentar de forma equilibrada. O sono é fundamental para se ter mais disposição, criatividade, persistência, um sistema imunológico mais forte e uma memória melhor, além de estar diretamente relacionado à produtividade. 

Quando olhamos para o universo do trabalho e da economia, os números são alarmantes. Um estudo realizado pela RAND Corporation calculou que a queda de produtividade causada pelo sono de baixa qualidade afeta gravemente a economia global. O sono ruim causa uma queda no PIB global de US 680 bilhões por ano considerando apenas Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão e Alemanha. 

Um estudo conduzido no Canadá mostrou a relação entre a insônia e o absenteísmo no trabalho, mostrando que 25% das pessoas com insônia faltaram ao trabalho, comparado com 17% das pessoas sem este distúrbio. 

Quando olhamos para atletas, a relação entre sono e produtividade também é evidente. No caso de ciclistas, uma noite ruim pode derrubar em 4% o tempo de prova. Já entre os tenistas, os que dormem por apenas 5 horas têm uma diminuição de 53% na precisão do saque. 

A conclusão é simples: pessoas que dormem mal vão desempenhar suas funções de forma inferior a quem dorme bem. É importante destacar que uma boa noite de sono é multifatorial. Por isso, além de seguir a recomendação médica da quantidade mínima de horas de sono, é importante observar fatores como a regularidade do sono, a disposição e humor ao acordar, além da presença de sinais e sintomas como dores, nível de atenção e sonolência diurna.  

A solução para este problema individual e global, está na busca por um sono melhor e, para isso, é importante que as pessoas se conscientizem, buscando bons hábitos para uma rotina de sono mais adequada, medindo seu sono para saber onde melhorar e investindo em um ambiente de sono mais adequado, que favoreça o descanso do corpo e da mente.

Nesta busca, a tecnologia pode ser uma importante aliada, tanto na criação de um ambiente melhor quanto na mensuração. Acompanhar o sono por meio de sleep trackers, por exemplo, é uma ótima opção para entender o que pode melhorar na hora de dormir.  

Dormir bem é uma questão de saúde, qualidade de vida e performance, por isso, comece o quanto antes a investir na quantidade, na qualidade e na regularidade do seu sono!

 

Josué Alencar - diretor da Coteminas e criador do Persono


Março Azul Marinho alerta sobre câncer colorretal: conheça 10 sinais para ficar de olho

Apesar do tumor ser mais comum a partir dos 50 anos, estudos mostram que diagnóstico cresce anualmente nos mais jovens; Oncologista alerta sobre a importância do tratamento precoce 


O mês de março, conhecido pela conscientização contra o câncer colorretal, e que leva a cor azul marinho, traz um alerta fundamental: a importância do diagnóstico e tratamento precoce. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2020-2022 haja 20.520 casos da doença em homens e 20.470 em mulheres a cada ano. A neoplasia está ainda na lista dos três tipos de câncer que mais atingem os brasileiros, causando aproximadamente 20.578 mil óbitos em 2020.  

Com uma maior incidência a partir dos 50 anos, podendo aumentar com o avanço da idade, o tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso, também chamado de cólon, ou em sua porção final, no reto. Vale lembrar ainda que o principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região que, se não identificados e removidos, podem sofrer alterações ao longo dos anos, tornando-se cancerígenos.  

No entanto, é preciso olhar também para o diagnóstico em pessoas mais jovens. Um dos estudos científicos que embasam a argumentação foi publicado no Journal of the National Cancer Institute e realizado nos Estados Unidos de 1974 até 2013. A análise mostrou que nas pessoas entre 20 a 39 anos de idade, por exemplo, o número de novos casos de câncer de intestino vem crescendo, de 1% para 2,4% anualmente, desde a década de 1980. Já a incidência do câncer de reto tem se elevado mais rapidamente (aproximadamente 3,2% ao ano, de 1974 à 2013 nas pessoas entre 20 e 29 anos de idade).  

De acordo com o Dr. Artur Ferreira, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo, é muito importante que a população conheça os sinais do câncer colorretal e procure por um especialista o quanto antes. "Apesar da doença muitas vezes ser silenciosa, o paciente deve observar se há alteração nos hábitos intestinais, como constipação, diarreia, ou estreitamento do calibre das fezes, ausência da sensação de alívio após a evacuação, como se nem todo conteúdo fecal fosse eliminado, sangue nas fezes, cólicas, dor abdominal, perda de peso sem motivo aparente, fraqueza e sensação de fadiga", explica.
 

É possível prevenir? 

Dentre os fatores de risco do câncer colorretal, é possível observar uma relação com os hábitos alimentares e de vida, além de condições prévias de saúde. Como forma de prevenção, o oncologista reforça que é necessário seguir algumas orientações. 

"Deve-se investir em uma dieta rica em fibras e uma menor ingesta de carnes vermelhas, processadas, praticar atividades físicas, evitar bebidas alcoólicas e tabagismo e manter um peso saudável. Além disso, é importante investigar se o paciente possui doenças inflamatórias intestinais crônicas, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa, além do histórico familiar de casos de câncer colorretal", explica Artur Ferreira.

 

Como o diagnóstico é feito? 

Antes de tudo, o oncologista irá analisar o histórico do paciente e se existem possíveis sinais de risco para a doença. Em seguida, para que o diagnóstico seja de fato definido, é necessário a realização de exames, sendo o primeiro deles a avaliação física. Nela, o médico irá palpar o abdômen em busca de algum tipo de anormalidade, tais como órgãos aumentados ou massas no local e, em alguns casos, realizar o exame digital retal. Com o dedo protegido por uma luva lubrificada, o médico irá avaliar se existe alguma tumoração no reto do paciente. "Além do exame físico, para confirmar o diagnóstico, deve ser solicitado o exame de colonoscopia para a realização da biópsia de áreas suspeitas. Uma vez confirmado o diagnóstico, exames como a tomografia computadorizada, ressonância magnética, exames de sangue e, em alguns casos, o PET SCAN, devem ser realizados", comenta.  

Com estes exames, o médico irá avaliar também em qual estadio o câncer colorretal é classificado. Segundo o oncologista, essa informação é fundamental para determinar os passos do tratamento e entender se há ou não o comprometimento de outros órgãos.

  • Estádio I -- tumor confinado às partes mais superficiais do intestino, tais como a mucosa, submucosa ou a camada muscular do cólon ou do reto e sem comprometimento dos linfonodos regionais (gânglios);
  • Estádio II -- tumor confinado à serosa que reveste o cólon ou reto ou que atinge órgãos vizinhos, mas sem comprometimento dos linfonodos regionais;
  • Estádio III -- tumor que compromete os linfonodos próximos ao cólon ou reto, independente de sua extensão local;
  • Estádio IV -- tumor que compromete órgãos à distância (metástases).
     

Tratamento 

Na maioria dos casos, felizmente o câncer colorretal é potencialmente curável. No entanto, é essencial que o diagnóstico aconteça precocemente, aumentando assim o sucesso do tratamento. "A equipe multidisciplinar irá avaliar cada caso à parte, adotando quais serão as estratégias e opções disponíveis para o paciente", comenta o oncologista da Oncoclínicas em São Paulo.  

Os tratamentos para a neoplasia podem ser definidos em dois tipos:

  • Tratamentos locais (cirurgia, radioterapia, embolização e ablação): agem diretamente no tumor primário ou em metástases isoladas, sem afetar o restante do corpo. Portanto, podem ser indicados tanto nos casos iniciais quanto nas fases mais avançadas da doença.
  • Tratamentos sistêmicos (quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo): Podem ser realizados por drogas orais (comprimidos) ou endovenosas (na veia), aplicando diretamente na corrente sanguínea. Também podem ser indicados tanto nos casos precoces quanto avançados da doença

Vale lembrar ainda que o câncer colorretal é uma neoplasia que pode ser evitada enquanto estiver na fase pré-cancerosa. O procedimento consiste na retirada dos pólipos intestinais, através da colonoscopia, que podem surgir na parede interna do intestino grosso e reto. 

"Diferentemente do câncer de mama, por exemplo, onde a doença é identificada geralmente em fase inicial com os exames de rotina, o tumor colorretal pode ser descoberto na fase pré-cancerosa com a colonoscopia. A boa notícia é que quando as lesões são precocemente removidas, o aparecimento do câncer pode ser evitado", finaliza.


Uso simultâneo de medicamentos: é perigosa essa interação?

Os medicamentos são itens importantes para aliviar dores e tratar doenças, interferindo diretamente na qualidade de vida das pessoas. Nos últimos anos, o uso de remédios tem aumentado devido ao envelhecimento da população e ao crescimento de doenças crônicas, como, por exemplo, diabetes e pressão alta. Com isso, tem se tornado comum o uso de mais de um medicamento em um dia, principalmente por pessoas acima de 60 anos.

 

A polimedicação, ou seja, o consumo de múltiplos fármacos, pode trazer benefícios, desde que acompanhada por um profissional de saúde. A farmacêutica da Drogarias Pacheco, Iwanna de Paula Furtado Gomes, explica que o termo se refere à utilização simultânea de medicamentos diferentes, para tratamentos a longo prazo e alerta que a administração deve ser realizada na dose certa, no tempo determinado e nos horários prescritos pelo médico, para não correr o risco de eles interagirem entre si e causarem reações adversas, como diminuição dos efeitos desejados, agravamento do quadro clínico ou, até mesmo, levar a óbito. “A combinação com alimentos ou bebidas também pode trazer resultados inesperados”, avisa.

 

Quando o paciente vai ao médico, é fundamental que ele relate ao profissional todos os medicamentos dos quais faz uso contínuo. Assim, ele conseguirá fazer uma avaliação mais assertiva sobre o caso e indicar qual remédio a pessoa poderá fazer uso, sem correr riscos de reações adversas em decorrência da interação medicamentosa, visto que a combinação otimizada pode minimizar danos, aumentar a longevidade, melhorar a qualidade de vida e curar. “É preciso avaliar cada caso e buscar ajuda de um profissional, pois os medicamentos usados de forma correta e racional são aliados da boa saúde”, destaca Iwanna.

 

Por isso, é fundamental seguir as orientações do profissional de saúde para a utilização de qualquer medicamento e não se automedicar. A automedicação é vista, muitas vezes, como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, mas é considerada perigosa, pois, além de provocar reações com outros medicamentos e alimentos, pode esconder o diagnóstico de alguma doença e agravar uma enfermidade preexistente. “Além disso, vale reforçar que o consumo de medicamentos em dosagens mais elevadas e sem orientação pode causar sérios danos ao organismo, como choque anafilático, hepatite tóxica, tonturas, visão turva, entre outros”, alerta a farmacêutica.

 

 

Grupo DPSP

Saúde auditiva merece atenção especial

Neste Dia Mundial da Audição, médica alerta para cuidados com os fones de ouvidos, que não são vilões, mas podem vir a ser


O primeiro Relatório Mundial sobre Audição, lançado em março de 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que um quarto da população global, ou o equivalente a cerca de 2,5 bilhões de pessoas, terá algum grau de perda auditiva até 2050. O estudo destaca que cerca de 60% das perdas podem ser evitadas com prevenção e tratamento de doenças ligadas à surdez. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), mais de 10 milhões de pessoas no país têm algum problema relacionado à surdez, ou seja, 5% da população é surda. Entre elas, 2,7 milhões não ouvem nada. 

Para discutir o assunto, especialistas marcaram o dia 3 de março como o Dia Mundial da Audição. A otorrinolaringologista Alda Linhares de Freitas Borges (CRM 19205), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca algumas questões sobre o que pode levar as pessoas a uma surdez precoce. Ao contrário do que muitos pensam, o fone de ouvido não é, necessariamente, o personagem malvado da questão. “Ele não é um vilão, mas pode se tornar um. Na verdade, ele vira um problema quando a pessoa faz uso muito prolongado com volume alto”, salienta. 

A pandemia fez com que as pessoas se adaptassem ao home office com várias reuniões remotas e ao ensino à distância, aumentando o uso dos fones de ouvido. Embora ainda não haja estudos sobre o impacto disso na saúde auditiva, especialmente de crianças e adolescentes, sabe-se que houve crescimento no consumo de fones de ouvido. Segundo a fabricante alemã Sennheiser, em 2020, houve aumento de 70% nas vendas desses acessórios no Brasil. A brasileira Multilaser também registrou um crescimento de mais de 50% na comercialização desse tipo de equipamento. 

“Isso torna-se uma preocupação, porque cada vez mais as pessoas estão usando o fone por um período maior e muitas vezes com um volume muito elevado. O ideal é tentar manter o uso por poucas horas no período de um dia, fazendo intervalos de uso, com uma intensidade menor que 50% da potência do aparelho, claro que isso irá depender da potência de cada aparelho, sendo o ideal manter em um volume menor ou igual a 50dB. Para intensidades de som maiores que 70dB, a OMS recomenda o uso do fone por no máximo uma hora ao dia”, detalha Alda Linhares. 

 

Mais fatores

No entanto, os fones de ouvido não são os únicos que podem afetar a audição, levando a uma surdez precoce. A otorrinolaringologista explica com o que se deve ter cuidado: “evitar a exposição a sons muito altos, intensos e súbitos. Fazer proteção auditiva com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) adequados para aquelas pessoas que estão expostas diariamente, em especial em ambiente de trabalho, a ruídos contínuos e de volume elevado”. 

É preciso se atentar aos sintomas que indicam uma perda de audição. “Sinal comum é o isolamento social da pessoa, tanto em pacientes jovens quanto nos idosos, mas especialmente nos idosos. Isso decorre da dificuldade de compreensão da fala e distinção de sons, levando a constrangimentos. Outro sinal precoce de perda auditiva é o zumbido. Sensação de abafamento ou pressão nos ouvidos também podem servir de alerta”, pontua a especialista. 

Alda Linhares destaca que o ideal é procurar um médico antes dos sintomas começarem. “O certo é sempre fazer uma rotina de prevenção com o seu otorrinolaringologista. É muito melhor a gente prevenir do que remediar essa perda auditiva. A prevenção é ter os cuidados auditivos corretos e manter acompanhamento com um otorrino que possa te orientar”, reforça a médica que atende na clínica Audilife, no Órion Complex.


Ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizadas no SUS em dois anos de pandemi

O rastreamento do câncer colorretal por colonoscopia foi afetado durante os dois primeiros anos de Covid-19, aponta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Comparado com 2019, houve redução de 30,4% em 2020 e de 12,4% em 2021 no número de exames no SUS. A colonoscopia tem o potencial de evitar a doença, pois possibilita retirar pólipos que podem evoluir para câncer no intestino grosso e reto.

O câncer colorretal (intestino grosso/cólon e reto) é o segundo tumor maligno, excluindo o câncer de pele não melanoma, mais comum em homens e mulheres no Brasil, atrás apenas, respectivamente, de câncer de próstata e mama. São 41 mil novos casos previstos para 2022, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer. Em alusão ao Março Azul Marinho, mês de conscientização sobre a doença, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) alerta para um dado ainda mais preocupante que esta já alta incidência de tumores colorretais. Ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizados no Sistema Único de Saúde nos últimos dois anos.

Este número foi levantando pela SBCO ao conferir o banco de dados do DATASUS. O sistema registra a realização de 347.098 colonoscopias em 2019. Em 2020, quando houve medidas mais restritivas para contenção da disseminação do SarsCov-2, o que incluiu o fechamento de serviços de colonoscopia, foram realizados 241.329 exames (redução de 30,4% no ano passado)Em 2021, foi registrada uma retomada na procura pelo exame, porém, observou-se ainda uma significativa redução (304.004 colonoscopias, um volume 12,4% menor em relação a 2019).

O cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, explica que o câncer colorretal pode se desenvolver silenciosamente por um tempo, sem apresentar nenhum sintoma. Por conta disso, a vertiginosa redução de colonoscopias na pandemia é preocupante. “Quando o paciente apresenta sintomas, já pode ser sinal de uma doença mais avançada. É fundamental a realização de colonoscopia a partir dos 50 anos em pessoas sem sintomas– ou 40 anos, caso haja histórico de câncer na família. Este exame pode evitar a doença, pois, por meio dele, é possível retirar pólipos, que são lesões presas na parede do intestino que poderiam evoluir para câncer”, explica.

O cirurgião oncológico Bruno Roberto Braga Azevedo, membro da diretoria da SBCO e titular do Hospital Pilar e do Grupo Oncoclínica, explica que o papel da colonoscopia é evitar que o paciente desenvolva a doença e necessite de cirurgia. “Nosso papel, apesar de sermos cirurgiões, é evitar que o paciente chegue a precisar desse procedimento. A decisão dependerá da extensão, tamanho e localização do tumor, assim como das condições gerais de saúde do paciente. Dependendo do caso, o tratamento pode incluir a radioterapia associada ou não à quimioterapia, no intuito de diminuir a possibilidade de retorno do tumor. No caso de metástase, as chances de cura ficam reduzidas, mas há terapias eficazes, envolvendo quimioterapia e resgate cirúrgico. Por isso, em casos específicos, os pacientes metastáticos podem atingir longos períodos de sobrevida e até mesmo a cura, dependendo do quadro e resposta ao tratamento.

Quais são os sinais de alerta? - Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), assim como alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas), são sintomas de alerta, que devem ser investigados. Os demais sintomas mais comuns são sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia e perda de peso sem causa aparente.

Como prevenir? - Recomenda-se a adoção de uma dieta que contemple o consumo de frutas e hortaliças, assim como evitar o consumo de alimentos processados e de bebidas alcoólicas, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.  Moderação também é a palavra-chave em relação à carne vermelha e alimentos calóricos e/ou gordurosos. Os demais fatores de risco são sedentarismo, obesidade e tabagismo.

A hereditariedade representa entre 5% a 10% dos casos, sendo a síndrome de Lynch a mais prevalente. Há também a polipose adenomatosa familiar, que é quando os pacientes apresentam um maior número de pólipos, devendo ser submetidos mais frequentemente à colonoscopia. 

 

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)


Estilo alimentar com baixo consumo de carboidratos é eficaz no tratamento adjuvante de doenças neuropsiquiátricas

Já a dieta com muitos alimentos processados e carboidratos refinados, está relacionada com aumento de casos de depressão e ansiedade - inclusive entre as crianças

Associar alimentação e aspectos emocionais e mentais do ser humano é praxe do senso comum. Não é preciso ser um estudioso da área de nutrição ou psiquiatria para detectar que comer determinado alimento ou ficar sem se alimentar pode tornar uma pessoa mais irritável, por exemplo.

Segundo o médico psiquiatra, especialista em psiquiatria nutricional e membro da Brasil Low Carb, Regis Chachamovich, o que é relativamente novo é a descoberta de que o estilo alimentar impacta em quadros psiquiátricos, podendo ser utilizado no tratamento adjuvante e principal de doenças neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outras.

Chachamovich afirma que cada vez mais evidências científicas e clínicas confirmam que uma alimentação saudável, principalmente baseada em “comida de verdade”, (de origem natural e minimamente processada) pode ser de grande eficácia para o manejo de diversas doenças acima mencionadas.

Conforme o médico psiquiatra, as doenças neuropsiquiátricas aumentaram significativamente nas últimas décadas e alguns tratamentos (a maioria a base de medicamentos) não apresentam resultados satisfatórios. Nesse sentido, aumentou a busca por alternativas que complementem o uso de remédios, fazendo com que as doenças sejam combatidas com mais eficácia. “E na minha prática e de colegas, cuidar da alimentação tem se mostrado uma boa forma de mitigar essas doenças”, afirma.

Isto porque alguns alimentos, se consumidos em excesso, costumam trazer complicações ao organismo humano de modo geral, inclusive ao cérebro. O açúcar, por exemplo, é responsável por mecanismos – amplamente aceitos pela comunidade científica – que podem acarretar diversas doenças neuropsiquiátricas. Entre estes mecanismos estão: inflamação crônica em nível do sistema nervoso central; diminuição da produção de energia proveniente da glicose; resistência à insulina em âmbito cerebral; desbalanços de neurotransmissores; e aumento do estresse oxidativo.

De acordo com Chachamovih, ao preconizar o baixo consumo de carboidratos e priorizar a ingestão de alimentos ricos em proteínas e gorduras, a dieta cetogênica promove importantes alterações metabólicas no corpo como um todo e também no cérebro, fazendo com que seja capaz de atuar em diversos dos mecanismos responsáveis pelas doenças neuropsiquiátricas. “Desse modo, a estratégia alimentar torna-se uma ferramenta importante para auxiliar no tratamento dessas doenças”, diz.

O paciente, contudo, de maneira nenhuma, deve interroper o tratamento que está realizando para iniciar uma terapia alternativa por conta própria. “O uso da dieta cetogênica para o tratamento de distúrbios mentais necessita do acompanhamento de um profissional com conhecimento sobre a doença e sobre o manejo da alimentação”, diz Chachamovich. O médico psiquiatra explica que, apesar de a estratégia alimentar ser bastante segura para a maioria das pessoas, são necessários cuidados importantes em relação à implementação e fase de adaptação, ao controle das medicações em uso, e ao acompanhamento de alguns parâmetros.

Por fim, o membro da Brasil Low Carb reitera que o fato de estratégia alimentar com redução de carboidratos ter se mostrado eficaz no combate de mecanismos que levam a doenças neuropsiquiátricas não significa que a terapêutica concorre com uso de medicamentos tradicionais. “Estes muitas vezes têm um papel definitivo em diversos casos”, afirma. A melhor abordagem, destaca Chachamovich, deve ser decidida entre paciente e médico, após avaliação individual, levando em conta preferências pessoais e contra indicações.


Chupar limão é sinal de transtorno alimentar?

Entenda os sintomas que o corpo apresenta em casos de anorexia e bulimia


Nas últimas semanas, o programa de televisão Big Brother Brasil trouxe à tona um assunto ligado à nutrição e saúde mental quando uma das participantes mostrou hábitos alimentares não tão convencionais, como chupar limão e fazer longos jejuns.

Muita gente se perguntou se esses costumes estariam relacionados a possíveis transtornos alimentares, como a anorexia e a bulimia. No primeiro caso, a pessoa acaba evitando comer para não engordar. Já no segundo, o indivíduo come de tudo, mas depois acaba forçando um vômito por se sentir culpado de ter se alimentado.

Já outro participante ficou conhecido por comer demais. Nesse caso, há quem aponte que o problema seja uma compulsão alimentar. Nessa situação, a pessoa sente que precisa comer a todo instante, mesmo quando não está sentindo fome.

Mas como saber se essas atitudes podem mesmo indicar um transtorno alimentar? Separamos a seguir alguns dos principais sintomas relacionados às doenças por comer demais ou em pouca quantidade:

4 sinais de transtornos alimentares


Shutterstock

Aparência diferente

Notou uma perda de peso repentina ou o corpo mais cansado? Esses indícios são comuns entre pacientes com transtornos alimentares. Além deles, desmaios e tonturas frequentes, sensação constante de frio, letargia e perda da libido também podem indicar o problema de saúde.

Cuidados orais

Ao reparar em sinais como mau hálito frequente, calos nos dedos das mãos, dentes rachados e inchaço na bochecha e mandíbula, suspeite que a pessoa pode estar forçando o vômito, uma prática comum entre indivíduos com transtornos alimentares.

Seletividade e irritação

Não somente o corpo físico apresenta sinais, mas a mente também. Ficar preocupado com comida, apresentar ansiedade ou irritação na hora das refeições, impor que um alimento é bom ou ruim sem mesmo provar, usar a comida como fonte de conforto constante ou utilizá-la como autopunição por algo errado são exemplos ligados aos sintomas de transtorno alimentar.

De olho no comportamento

Jejuns, contagem de calorias, idas frequentes ao banheiro na hora das refeições, comer sozinho, uso de roupas mais largas e rituais antes e depois de comer também podem ser considerados sinais de que uma pessoa está passando por dificuldades relacionadas à alimentação.

Afinal, chupar limão é mesmo um sinal de transtorno alimentar?

A resposta é que varia para cada caso. O consumo excessivo de um mesmo alimento, principalmente em substituição a refeições, pode indicar que algo está errado. Mas só um profissional de saúde poderá avaliar se, de fato, o comportamento está relacionado a um transtorno alimentar. De forma geral, o que sabemos é que o limão é bastante usado para o controle de náuseas e que o consumo da fruta em excesso pode apresentar manchas nos dentes ou causar aftas pela acidez, mas isso não é prova de que uma pessoa está passando por um caso de anorexia ou compulsão.

Na dúvida, ao apresentar os sintomas explicados, busque por ajuda nutricional para entender a melhor forma de lidar com o problema.

Quer saber mais sobre transtornos alimentares? Siga o Nutritotal – Para Todos no Instagram e confira dicas imperdíveis sobre nutrição!

*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

 

Redação Nutritotal

Jessica M. et al. Symptom trajectories into eating disorders: A systematic review of longitudinal, nonclinical studies in children/adolescents. European Psychiatry, 2020.

National Eating Disorders Collaboration. Australian Government Department of Health, 2020.

Confira uma lista com 6 dicas de alimentação pós-Carnaval para ajudar você a voltar com foco total

1. Voltar à rotina

A primeira e mais importante. Se você já tem um acompanhamento e um planejamento alimentar, volte a seguí-lo. Costumamos assumir uma postura durante as festas ou férias, que nos tiram da nossa rotina “eu já comi errado todos esses dias mesmo, um dia a mais não vai fazer diferença”. “O ideal é sempre manter o máximo possível da semelhança da rotina de casa com os dias de festa, seja na alimentação, ou suplementação e treinos, mas se você saiu totalmente da rotina, voltar o quanto antes, será melhor.” esclarece a médica nutróloga Marianna Magri Real.
 

2. Beber muita água

Segundo Marianna, se atentar a ingestão hídrica durante o carnaval é sempre importante. Beber muita água é o segundo passo pra ajudar a recuperar o organismo. Geralmente durante esses dias, se consome mais bebidas com teor alcoólico, e isso desidrata nosso corpo e nosso cérebro, é importante que a ingesta de água seja constante.
 

3. Abusar de alimentos naturais

Se você exagerou no feriado, abuse de alimentos naturais, frescos. Como legumes, verduras e tubérculos/raizes e frutas.
“Evite industrializados e alimentos processados. Essa é uma dica para seguir sempre, mas agora é especialmente importante.” alerta Marianna Magri Real.
 

4. Destoxificar o organismo

Chás, Kombucha e temperos naturais ajudam pela ação antiinflamatória, diurética, digestiva e alguns otimizam o metabolismo. Chá de cavalinha, carqueja, laranja amarga, gengibre. Temperos como cúrcuma, alecrim, orégano. Use sua criatividade e varie nas ervas e complementos, pois todos tem propriedades benéficas.
 

5. Controlar a fome

A nutróloga Marianna explica que quando passamos alguns dias comendo de forma inadequada e irregular a fome pode aumentar. Para controlar a fome, aumentar o consumo de fibras, proteínas e gorduras de qualidade é interessante. Alimentos como abacate, coco e castanhas por exemplo, possuem gorduras de qualidade. Proteínas como peixes, frango e leguminosas para vegetarianos pode ser uma boa pedida também. As fibras podem ser encontradas em vegetais, verduras e frutas.
 

6. Alimentação saudável

Mantenha uma rotina saudável sempre! Se você recomeça sua dieta no pós-festa e logo na primeira semana tem refeições “não-saudáveis” pode ser mais difícil aderir à alimentação saudável por muito tempo.

“Pense que quando ativamos o nosso paladar com alimentos muito doces, artificiais e com gorduras super processadas (os chamados alimentos mais palatáveis) é mais difícil no dia seguinte ter prazer em comer alimentos frescos e naturais, que não tem todos esses temperos e estimulantes artificiais para nossas papilas gustativas. Volte a rotina e adapte seu paladar a sentir o gosto real dos alimentos.” finaliza Marianna Magri Real.

 

Marianna Magri Real - Médica Ecografista titulada pela Associação Médica Brasileira e Colégio Brasileiro de Radiologia. Médica Nutróloga - Hospital Albert Einstein. Food and Health ( Stanford).


Saiba o que é preciso para ter uma gestação tardia com tranquilidade

“Tenho mais de 35 anos e quero engravidar. E agora, será que vou conseguir ser mãe?” Às vezes escuto essa indagação em meu consultório. Não se preocupe, você não está sozinha. No século 21, as mulheres estão engravidando mais tarde, uma vez que muitas dedicam a vida à estabilidade e segurança financeira e, então, após se sentirem seguras e consolidadas profissionalmente, tentam pôr em prática a maternidade.

De acordo com as estatísticas mais atuais do Registro Civil de 2019, o número de mulheres que deram à luz entre os 30 e 34 anos aumentou 27,5% na comparação a 2009. Já entre os 35 e os 39 anos, o aumento foi de 63,6%. Entre os 40 e 44 anos de idade, a alta no número de partos foi de 57% e na faixa etária dos 45 aos 49 anos, de 27,2%. Entre as mulheres com mais de 50 anos de idade, a alta foi de 55%. Em contrapartida, o número de mulheres que deram à luz com menos de 15 anos de idade caiu 26,3% nos últimos dez anos.

No entanto, a gravidez tardia tem sido motivo de preocupação, pois na fisiologia da mulher o ápice de fertilidade acontece entre os 20 e 30 anos e, atualmente, muitas vezes a estabilidade financeira acontece após esse período. O que você precisa saber é que existe a possibilidade de se programar para prolongar sua capacidade reprodutiva e garantir uma gestação tardia saudável.

Excluindo-se as causas anatômicas ou algumas condições clínicas preexistentes, o fundamental depende de você: manter um estilo de vida saudável e controlar algumas doenças. Fatores fisiológicos como sobrepeso, falta de atividade física, estresse, insônia, poluição, má alimentação, entre outras situações prejudiciais ao organismo, afetam diretamente a capacidade reprodutiva por piorar a qualidade dos gametas masculinos e femininos e, assim, a qualidade do embrião. E um embirão de menor qualidade reduzem as taxas de sucesso, ou seja, de gravidez.

No caso da mulher, os óvulos começam a envelhecer a partir do nascimento, mas nossa reserva sofre uma queda brupta após a segunda metade dos 30 anos e isso, reduz sua eficiência reprodutiva (reduz não apenas a quantidade de óvulos, mas sua qualidade). É possível conhecer a reserva ovariana através de um exame simples que dosa o hormônio antimülleriano o qual vai apontar se o envelhecimento ovariano está adequado para a idade da mulher, ou se já está mais adiantado. Essa técnica também dá a estimativa se a mulher terá mais tempo para se programar para uma gestação ou se precisará agir rapidamente (devido a possibilidade de uma menopausa precoce). A partir daí, caso ela não entenda ser o momento para uma gravidez, é feito o congelamento dos óvulos para que eles se mantenham na qualidade da idade na qual foram congelados e para serem utilizados no momento favorável.

Embora não exista um protocolo infalível, a maneira mais eficiente de a mulher manter o sonho da maternidade por bastante tempo é promover sua saúde, com foco nos bons hábitos e alimentação saudável, procurando equilíbrio na dieta (que garanta quantidades adequadas de carboidratos, proteínas e gorduras, além de vitaminas, minerais, fitoquímicos e probióticos), além de uma suplementação personalizada. A dieta mediterrânea é considerada a mais eficiente e pode ser adaptada à alimentação brasileira, pois é um padrão alimentar com quantidade e qualidade adequada de carboidratos, maior consumo de gorduras boas (azeite, nozes, peixes – este último consumido com cautela devido a contaminação de metais pesados), equilíbrio nas proteínas, presença de fitoquímicos e antioxidantes, e menos industrializados.

Outra maneira de preservar sua saúde reprodutiva é evitando substâncias que agridem os óvulos, como os xenobióticos. Por exemplo, recomendamos a ingestão de antioxidantes que evitam maiores dados às células e ao seu DNA, como vitaminas A, B, C, alguns minerais e a Coenzima Q10, por exemplo. Lembrando de evitar ingestão excessiva da suplementação, pois pode causar o efeito inverso. O sono saudável também é importante para a saúde e na produção de melatonina, que além de regular nosso ciclo circadiano e proporcionar mais disposição e foco, por exemplo, também favorece a saúde reprodutiva por ser um importante antioxidante.

Portanto, para manter as saúdes física, mental e, por extensão, a reprodutiva é necessário buscar a zona de excelência por meio da construção de atitudes que proporcionam uma vida sadia, pois o óvulo é apenas uma parte de um todo que compõe o corpo em bom funcionamento. Dessa forma, se você está programando uma gravidez tardia, coloque a mão na massa e comece a reavaliar seus hábitos e alimentação, para manter boas condições de saúde e poder realizar seu grande sonho.

 

Dra. Camila Varella - nutricionista, mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo/USP, pós-graduada em Nutrigenética e Modulação Intestinal. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Tem formação livre em Personal Coaching, Genõmica Nutricional, Nutrição e Fertilidade, Saúde da Mulher e Nutrição Comportamental. Atua a mais de 20 anos em consultório, sendo também autora de livros, palestrante e experiência na gestão de qualidade de vida em empresas.


Estilo alimentar com baixo consumo de carboidratos é eficaz no tratamento adjuvante de doenças neuropsiquiátricas

Já a dieta com muitos alimentos processados e carboidratos refinados, está relacionada com aumento de casos de depressão e ansiedade - inclusive entre as crianças

 

Associar alimentação e aspectos emocionais e mentais do ser humano é praxe do senso comum. Não é preciso ser um estudioso da área de nutrição ou psiquiatria para detectar que comer determinado alimento ou ficar sem se alimentar pode tornar uma pessoa mais irritável, por exemplo.

Segundo o médico psiquiatra, especialista em psiquiatria nutricional e membro da Brasil Low Carb, Regis Chachamovich, o que é relativamente novo é a descoberta de que o estilo alimentar impacta em quadros psiquiátricos, podendo ser utilizado no tratamento adjuvante e principal de doenças neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outras.

Chachamovich afirma que cada vez mais evidências científicas e clínicas confirmam que uma alimentação saudável, principalmente baseada em “comida de verdade”, (de origem natural e minimamente processada) pode ser de grande eficácia para o manejo de diversas doenças acima mencionadas.

Conforme o médico psiquiatra, as doenças neuropsiquiátricas aumentaram significativamente nas últimas décadas e alguns tratamentos (a maioria a base de medicamentos) não apresentam resultados satisfatórios. Nesse sentido, aumentou a busca por alternativas que complementem o uso de remédios, fazendo com que as doenças sejam combatidas com mais eficácia. “E na minha prática e de colegas, cuidar da alimentação tem se mostrado uma boa forma de mitigar essas doenças”, afirma.

Isto porque alguns alimentos, se consumidos em excesso, costumam trazer complicações ao organismo humano de modo geral, inclusive ao cérebro. O açúcar, por exemplo, é responsável por mecanismos – amplamente aceitos pela comunidade científica – que podem acarretar diversas doenças neuropsiquiátricas. Entre estes mecanismos estão: inflamação crônica em nível do sistema nervoso central; diminuição da produção de energia proveniente da glicose; resistência à insulina em âmbito cerebral; desbalanços de neurotransmissores; e aumento do estresse oxidativo.

De acordo com Chachamovih, ao preconizar o baixo consumo de carboidratos e priorizar a ingestão de alimentos ricos em proteínas e gorduras, a dieta cetogênica promove importantes alterações metabólicas no corpo como um todo e também no cérebro, fazendo com que seja capaz de atuar em diversos dos mecanismos responsáveis pelas doenças neuropsiquiátricas. “Desse modo, a estratégia alimentar torna-se uma ferramenta importante para auxiliar no tratamento dessas doenças”, diz.

O paciente, contudo, de maneira nenhuma, deve interroper o tratamento que está realizando para iniciar uma terapia alternativa por conta própria. “O uso da dieta cetogênica para o tratamento de distúrbios mentais necessita do acompanhamento de um profissional com conhecimento sobre a doença e sobre o manejo da alimentação”, diz Chachamovich. O médico psiquiatra explica que, apesar de a estratégia alimentar ser bastante segura para a maioria das pessoas, são necessários cuidados importantes em relação à implementação e fase de adaptação, ao controle das medicações em uso, e ao acompanhamento de alguns parâmetros.

Por fim, o membro da Brasil Low Carb reitera que o fato de estratégia alimentar com redução de carboidratos ter se mostrado eficaz no combate de mecanismos que levam a doenças neuropsiquiátricas não significa que a terapêutica concorre com uso de medicamentos tradicionais. “Estes muitas vezes têm um papel definitivo em diversos casos”, afirma. A melhor abordagem, destaca Chachamovich, deve ser decidida entre paciente e médico, após avaliação individual, levando em conta preferências pessoais e contra indicações.


Sete cuidados que não podem faltar no verão


No verão é de extrema importância redobrar a atenção sobre alguns cuidados com a saúde, pois as altas temperaturas podem ocasionar inúmeros problemas. Outra situação da estação é que ela ocorre no maior período de férias escolares, ao contrário do que acontece no hemisfério Norte, onde naturalmente há um maior relaxamento dos pais e das crianças com relação à proteção, principalmente quando estão mais desatentos por estarem na praia ou na piscina. 

Para a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Sonia Oliveira, a temporada exige maior atenção. "Com a chegada do verão, é comum que as pessoas passem mais tempo em espaços abertos como clubes, parques e praias. No entanto, é importante sempre lembrar de se hidratar com certa frequência, não só em dias ensolarados, mas também em dia nublados, para repor a água que o corpo elimina mantendo a temperatura adequada no organismo", comenta a especialista. 

Veja abaixo, algumas dicas passadas pela coordenadora para se cuidar no verão:
 

1. Hidratação:

O corpo é formado por 70 % de água. Somos formados basicamente por água, sendo que ela é a grande aliada para as funções vitais do nosso organismo. No verão, transpiramos mais porque a água eliminada serve para a manter a temperatura corporal. É recomendado beber 2 litros de água por dia. A boa hidratação é responsável por ajudar no controle de calorias, melhorar o funcionamento dos órgãos e evitar a retenção de líquidos.
 

2. Fuja da maior incidência do Sol

Praticar atividades físicas ao ar livre em horários em que o Sol está mais forte pode causar desidratação e elevação da temperatura corporal. Os melhores horários para praticar exercícios são no início da manhã, até às 10 horas, e após às 16 horas.
 

3. O filtro que não pode faltar

É importante intensificar o uso de filtro solar. De acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de pele responde a 33% dos diagnósticos de tumores no Brasil.
 

4. Alimentação leve

Ingerir alimentos pesados e gordurosos pode não ser a melhor alternativa, já que eles exigem um trabalho maior de digestão, o que aumenta a temperatura corporal. Dê preferência para refeições mais leves e alimentos com bom percentual de água. Durante o verão também é comum casos de intoxicações alimentares, pois o calor colabora para o estrago mais rápido dos produtos. Por isso, fique atento às datas de validades e a procedência dos alimentos.
 

5. Doenças do verão

Conjuntivite, dermatose e insolação são doenças comuns durante o verão. A estação também é favorável à reprodução do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue Chikungunya e Zika. Manter uma boa hidratação, proteger-se do sol, checar a qualidade dos alimentos, ter uma boa higiene e não deixar água parada são algumas das recomendações.
 

6. Ficamos estressados com o calor?

O excesso de calor influencia na quantidade de cortisol (hormônio do estresse) no organismo. Conhecido como "estresse térmico", quanto maior a temperatura, maiores são as chances de ficarmos irritados com algo. Uma alternativa bastante efetiva para controlar o estresse térmico é manter a hidratação, visto que a falta de água também afeta o funcionamento dos órgãos e pode contribuir para elevação do cortisol.
 

7. Roupas mais leves

O vestuário contribui para a elevação da temperatura corporal. Por isso, é importante ceder espaço para roupas mais leves. Busque tecidos de fibras naturais, como o algodão, linho, seda e crepe, que deixam o corpo respirar melhor. Dê preferência para as cores claras, uma vez que tonalidades escuras tendem a absorver o calor e, com isso, prejudicam o conforto.



 
Anhanguera

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 Kroton

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