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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo


O dia 18 de fevereiro se apresenta como uma data deveras importante para reflexões e lutas por posicionamentos cada vez mais conscientes da população brasileira sobre o mal, os danos e doenças que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar a um ser social ou à própria sociedade. 

Historicamente somos lembrados que o uso de substâncias psicoativas faz parte de nossa cultura, contexto social e está inclusive relacionada a rituais religiosos. O fácil acesso à esta droga lícita (apresentada como símbolo de sofisticação, ousadia ou liberdade), além do gigantesco impulsionamento nas mídias sociais por meio de seus principais fabricantes, contribui diariamente para o aumento do consumo da bebida, induzindo facilmente a geração mais jovem. 

É muito difícil acreditar que, no contexto contemporâneo, o álcool seja eliminado completamente da sociedade. Portanto, se faz necessário, com muito mais afinco, publicar com clareza os efeitos sociais desastrosos e lutarmos por mais inclusões de políticas públicas assertivas no trato de comportamentos sociais compatíveis para o então uso consciente. Precisamos urgentemente de estudos e, consequentemente, intervenções educativas efetivas de prevenção e promoção em saúde pública, que levam em consideração os diferentes contextos culturais, econômicos e psicossociais. 

Uma rápida apreensão sobre os prejuízos causados pelo excesso de álcool em um cérebro jovem, em processo de maturação neurológica, apresenta fatores incontestáveis: Dificuldades para aprendizagem, para ajustamento social e profissional, aumento de vulnerabilidade para problemas de saúde mental, além de maior chance de uso prejudicial, abusivo de outras substâncias causadoras de danos próprios e sociais, uma verdadeira “porta de entrada” para muitos outros males em diversos setores da sociedade. 

O álcool continua sendo uma droga lícita com efeitos depressores sobre o sistema nervoso central, que manifesta prejuízos na coordenação motora, revela desinibição do comportamento, modificando a capacidade de julgamento do indivíduo. Neste contexto, surgem leis (diga-se de passagem: pequenos começos) que acertadamente proíbem, penalizam (Código de trânsito -- Art. 306), na direção da correção de quem conduz veículos automotores quando alterados em sua capacidade psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. 

Não é difícil concordar que ações de prevenção para o uso abusivo sejam implementadas urgentemente, contudo estas primeiras ações não podem ficar desacompanhadas de outras tão relevantes, como por exemplo, ações contra a facilitação do acesso, produção, circulação; neste ponto ainda encontramos muita resistência capital pela implementação. Não devemos esquecer também de ações voltadas para reabilitação de pessoas que se tornaram dependentes, quadro com características de maior gravidade para o cuidado, tendo em vista que a dependência de álcool é uma doença crônica multifatorial. 

Como país, podemos e devemos muito investir em prevenção, “combate” e reabilitação, sobrepujando preconceitos sociais existentes que focam como âmago do problema a droga lícita e não o cuidado, a atenção e direcionamento às pessoas. Neste ponto, como capelão, finalizo sugerindo a bendita reflexão no exemplo de Cristo, que preocupado com a transformação do ser, sugere: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11.18).

  

Esdras E. de Souza - capelão do Colégio Presbiteriano Mackenzie Palmas, secretário geral do Trabalho com Adolescentes da IPB e ministro do Evangelho pela Igreja Presbiteriana do Brasil.


Fevereiro Laranja: Diagnóstico precoce da leucemia infantil pode ampliar de forma significativa as chances de cura

 Sociedade Brasileira Oncologia Pediátrica alerta que os sinais clássicos da doença (gânglios aumentados, manchas roxas, palidez acentuada) nem sempre estão presentes


Entre outros temas, o mês de fevereiro é marcado pela campanha de conscientização sobre a leucemia, tipo de câncer no sangue, e a importância da doação de medula óssea. Conhecida como Fevereiro Laranja, a iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção para a doença. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) reforça a importância do diagnóstico precoce.
 

As leucemias agudas representam aproximadamente 30% dos diagnósticos de câncer em menores de 15 anos, sendo considerado o câncer mais comum nessa faixa etária, segundo dados do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC). As leucemias agudas representam 95% dos casos em pediatria, sendo a leucemia linfóide aguda (LLA) responsável por 85% desses diagnósticos. Por essa razão, a LLA é considerada o câncer mais comum da infância. 

Uma das coordenadoras do protocolo nacional de tratamento da LLA infantil (GBTLI LLA), que está inserido no escopo de atuação da SOBOPE, Dra. Maria Lucia de Martino Lee, destaca que a apresentação clínica das leucemias é bastante heterogênea: "Os chamados sinais clássicos da doença (gânglios aumentados, manchas roxas, empalidecimento) nem sempre estão presentes”. 

“Por outro lado, dores articulares de caráter migratório ou claudicação de causa injustificada precisam ser encarados como um alerta. Em bebês com menos de um ano de vida, lesões de pele já podem ser consideradas manifestações da doença. Nem sempre o hemograma (exame de sangue) estará alterado, ou seja, na vigência de uma suspeita clínica de leucemia, um hemograma normal nunca deverá descartar a hipótese diagnóstica”, alerta. 

Ela reforça que o pediatra precisa estar atento ao histórico do paciente e a todas essas características para um diagnóstico precoce, além de dar atenção às queixas e sintomas. "Vale lembrar que se uma criança tiver um câncer, a grande possibilidade é que seja uma leucemia. Quando adequadamente tratada, a LLA hoje tem chances de cura de cerca de 85% e a LMA (leucemia mielóide aguda) em torno de 60-70% nos países desenvolvidos". 

Dra. Maria Lucia de Martino Lee relata que "no Brasil, ainda não estamos dentro dessa realidade, infelizmente”. “Por isso, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) dedica-se a reforçar a importância do olhar atento à doença e a participar de protocolos cooperativos que concretamente resultam na melhoria desses resultados", finaliza a hematologista pediátrica.


Fevereiro laranja: Congelamento de óvulos contribui para preservar a fertilidade das mulheres que precisam de quimioterapia

O contêiner de nitrogênio liquido armazena o material genético a uma temperatura de -196ºC

 

Fevereiro é destinado à conscientização e prevenção da leucemia, câncer que substitui as células normais no sangue por células doentes formadas na medula óssea. Para os casais que desejam ter filhos, o tratamento para combater o câncer pode influenciar negativamente a fertilidade. 

Segundo o médico especialista em reprodução humana Ricardo Beck, a quimioterapia pode alterar o DNA dos materiais genéticos da mulher e do homem. “Agentes quimioterápicos podem causar anormalidades no DNA, bem como danos oxidativos nos óvulos e espermatozóides. Já a radioterapia pode lesionar diretamente o tecido ovariano e testicular”, afirma. 

Entre os homens, alguns fatores associados ao próprio câncer também podem afetar negativamente o potencial reprodutivo. Entre esses fatores estão as alterações hormonais que podem refletir em queda da produção do esperma, lesão direta ao tecido germinativo como resposta imune tóxica, febre e desnutrição.  


Preservação da fertilidade 

Homens e mulheres com diagnóstico de câncer podem preservar a fertilidade por meio do congelamento de material genético. Esse procedimento consiste na coleta de óvulos ou espermatozóides antes do início da quimioterapia ou radioterapia, quando o material genético é saudável e fértil. 

Segundo Patrícia Cunha Pereira, médica ginecologista e especialista em reprodução assistida na clínica Ricardo Beck Reprodução Humana, sempre que possível a paciente com diagnóstico de câncer, que será submetida a terapias de quimioterapia e/ou radioterapia, deve ser orientada sobre a possibilidade de preservação da fertilidade se houver tempo e estabilidade clínica para realizar o procedimento. 

“Mulheres com diagnóstico de câncer de mama, câncer de ovário ou colo de útero que ainda não tenham sua prole constituída são candidatas a procedimentos de preservação de oócitos ou até mesmo embrião. Homens com diagnóstico de câncer que irão ser submetidos a quimioterapia ou radioterapia também podem preservar sua fertilidade”, explica a Dra. Patrícia.

  

Congelamento de material genético 

Para o congelamento de óvulos, o processo inicia com estímulo hormonal para indução de ovulação na mulher, o que pode levar, em média, 15 dias de injeções diárias. Após esse período é agendada a punção ovariana, dia em que os folículos são aspirados e posteriormente armazenados em laboratório. Para os homens, o procedimento consiste em coleta do sêmen e posterior congelamento. “Em uma temperatura de -196ºC, os espermatozóides ficam no estado de vítreo, o que impede a formação de cristais de gelo e evita danos celulares. Assim é possível preservar a qualidade dos óvulos e espermatozóides por anos, até que a pessoa termine a quimioterapia e queira ter um filho”, afirma a Dra. Patrícia. 

Após o término da quimioterapia ou radioterapia, os casais podem solicitar o descongelamento do material genético e iniciar o processo de fertilização in vitro em uma clínica especializada. Estudos sugerem aguardar pelo menos 3 meses após o término da quimioterapia para, então, engravidar. Também é necessária a autorização do oncologista para iniciar as tentativas.


Os riscos da automedicação para a saúde

Muitas pessoas se automedicam na expectativa de aliviar sintomas rapidamente e não gastarem tempo indo ao médico, mas os riscos desse ato podem ser extremamente graves. Ingerir medicamentos sem consultar previamente um profissional de saúde especializado pode prejudicar o tratamento da enfermidade e até levar a óbito. Em plena pandemia de Covid-19, apesar desse cuidado se mostrar ainda mais evidente e importante, dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que 77% dos brasileiros fazem o uso de medicamentos sem qualquer orientação médica.  

Infelizmente, o problema não se restringe ao Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais da metade de todos os remédios são prescritos, vendidos ou dispensados de maneira inadequada. Por esse motivo, para que as pessoas se mantenham saudáveis, elas precisam consultar um profissional da área de saúde que prescreva o medicamento da forma apropriada. 

 

Inclusive, é importante que o paciente seja acompanhado pelo seu médico durante todo o processo de tratamento; as visitas ao mesmo são essenciais tanto antes da ingestão do remédio quanto depois, para que as causas e efeitos sejam perfeitamente avaliadas. Esse processo pode ser desgastante e cansativo e, em determinados momentos, a automedicação pode ser vista como uma alternativa rápida para aliviar a dor. No entanto, é um ato muito perigoso e que pode ter diversas consequências, sendo várias delas muito severas.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também salienta que a escolha de uma medicação deve ser feita a partir de critérios técnicos e científicos, pois "os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto". De acordo com dados, de 2006, da Abifarma (Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas), que servem como base para o estudo de especialistas até hoje, anualmente cerca de 20 mil pessoas morrem no país vítimas da automedicação.

 

Contudo, há vários outros problemas que podem ser provocados pelo uso inadequado de medicamentos, como uma intoxicação devido à quantidade incorreta de doses, ou a alergia a uma substância específica presente no remédio. Há também a possibilidade do remédio mascarar o diagnóstico correto da enfermidade da pessoa e, se combinado com algum outro medicamento, provocar uma superdosagem. Além disso, o paciente pode ser levado a algum tipo de dependência com a automedicação.

 

Portanto, a comercialização de medicamentos e a acessibilidade é essencial, mas a responsabilidade deve vir em primeiro lugar. É preciso oferecer inteligência e maior assertividade em ações para prevenção e saudabilidade, por isso o tratamento deve ser feito ao lado de um profissional especializado em saúde.  

 

Alexandre Máximo - CEO da Medipreço, healthtech especializada no cuidado à saúde e bem-estar de colaboradores de empresas.

 

ISTs e saúde bucal: Entenda como as vias orais podem ser infectadas durante a relação sexual

Adobe Stock

Embora a probabilidade seja menor do que em outras práticas, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) também podem ser adquiridas por meio do sexo oral desprotegido. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 22,8% das pessoas acima de 18 anos no Brasil declararam fazer uso do preservativo em todos os tipos de prática sexual que tiveram nos últimos 12 meses anteriores à entrevista. 

Raul Silva, consultor da GUM, marca americana de cuidados bucais, afirma que doenças, como herpes, HPV, sífilis, gonorreia e, menos comumente, o HIV, são enfermidades que podem ser contraídas durante as relações sexuais orais, apesar de a mucosa bucal dispor de uma barreira natural. “Normalmente, a contaminação pode ocorrer quando existem microfissuras na boca e pele adjunta. Além disso, essa região também reflete sintomas de algumas doenças sistêmicas, mesmo que não tenham sido transmitidas por essa via, como a candidíase recorrente, por exemplo”. 

De acordo com o profissional, dentre os principais sintomas ocasionados por essas enfermidades, é preciso se atentar ao surgimento de bolhas, verrugas, secreções amareladas, feridas dolorosas que não cicatrizam e líquido branco espesso ao redor da mucosa das bochechas e no dorso da língua. “Esses sinais precisam ser examinados o quanto antes, para que haja um diagnóstico precoce e um prognóstico favorável. Outro ponto importante é que a testagem periódica deve se tornar um hábito, para manter a qualidade de vida sexual e proteger o parceiro”, declara. 

Mesmo que a essencialidade do uso da camisinha durante o sexo oral não seja de conhecimento e aceitação da maior parte das pessoas, fazendo com que sua transmissão cresça numericamente, o uso do preservativo é indispensável. Nos casos de aparecimento de feridas e verrugas, existem cuidados para as fases das doenças, como pomadas para alívio da dor e medidas de cauterização. 

“Algumas dessas infecções são perenes e apresentam sintomas ao longo da vida do paciente, sendo fundamental realizar tratamento constante e ter acompanhamento médico e odontológico”, conclui. Com a medicação adequada, o portador pode deixar de transmitir a doença e permanecer sem sintomas por muitos anos.

Por fim, é necessário ter em mente que para garantir a saúde bucal em dia, a higienização constante é imprescindível. A escovação realizada três vezes ao dia, acompanhada do uso do fio dental, evita o surgimento de outras doenças e problemas dentários, facilitando o processo de tratamento das ISTs.
  

Dicas de segurança para pacientes: consulta médica

A medicina moderna, o saneamento e outras evoluções da ciência melhoram muito a qualidade de vida e a longevidade das pessoas, mas com esta evolução também vieram grandes desafios. Entre eles está o de manter a segurança dos pacientes dentro de um ambiente tão complexo como os sistemas de saúde. Os atendimentos ambulatoriais (como os de consultórios médicos), apesar de menos complexos do que os atendimentos hospitalares, também apresentam riscos para a segurança dos pacientes. 

Seguem algumas dicas do que você, como paciente, pode fazer para uma melhor e mais segura consulta médica:

  • Antes da consulta, escreva seus questionamentos. Durante a consulta, anote as respostas. Infelizmente quando recebemos muitas informações nosso cérebro pode segurar na memória apenas uma parte, portanto, anotar ou pedir para o médico escrever ou fornecer algum material informativo pode garantir que você saiba as informações após a consulta;
     
  • Leve para a consulta os medicamentos que está utilizando (incluindo os isentos de prescrição, suplementos, vitaminas, fitoterápicos e qualquer tratamento alternativo) ou, minimamente, uma lista por escrito com os medicamentos, as doses e como você os utiliza (se por via oral ou outra via, com qual intervalo entre as doses, em quais horários etc.). Isso é de especial importância para os pacientes que usam vários medicamentos;
     
  • Informe seus médicos se você tem alguma alergia ou já teve reação a algum medicamento. Garantir que eles têm esta informação reduz a chance de que algo que já te fez mal seja novamente prescrito;
     
  • Caso tenha intenção de engravidar, suspeite estar grávida, esteja grávida ou esteja amamentando, informe seu médico e questione sobre a segurança de qualquer tratamento prescrito nestas condições;
     
  • Dos tratamentos propostos, questione qual é o benefício, quais são os riscos e quais são as alternativas. Informar-se destas questões faz com que você, como paciente e centro do cuidado, tome decisões sobre a sua saúde de forma mais esclarecida;
     
  • Tenha certeza de que você sabe qual é o plano de diagnóstico e de tratamento proposto. Não tenha receio de pedir alguma explicação adicional, se necessário, peça por escrito;
     
  • Antes de sair da consulta, se você ainda não souber, questione seu médico sobre como você deve proceder nos casos de o tratamento não funcionar, se você apresentar algum efeito colateral do tratamento, caso você piore ou seus sintomas mudem.

A responsabilidade de garantir o cuidado de saúde seguro é do sistema e dos profissionais de saúde, mas você, paciente, ao participar ativamente do seu cuidado, pode contribuir de forma significativa para que ele seja o melhor e mais adequado.

 

 Rodolfo Castro Cesar de Oliveira - professor de Clínica Médica da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR). Certified Professional in Patient Safety.


Asperger: entenda a síndrome e seus sinais mais comuns

Especialista do Hospital São Camilo SP fala sobre a importância de os pais observarem os comportamentos de seus filhos desde a infância 

 

Conhecida pela sigla SA, a síndrome de Asperger é uma alteração no desenvolvimento de uma pessoa, que acaba por afetar suas habilidades de socialização, seu contato com o mundo externo e sua capacidade de expressar suas emoções. Pouco ainda se sabe sobre a condição. Por ter um diagnóstico demorado e características mais leves, muitos ainda não conseguem reconhecê-la.

Por esse motivo, 18 de fevereiro carrega consigo um apelo especial, em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Asperger. A data passou a ser celebrada em 2007, dia do aniversário de Hans Asperger, um pediatra que viveu na Áustria e foi o primeiro a identificar a síndrome.

Alguns sinais, entretanto, podem ser observados ainda na primeira infância. “A criança com Asperger vai ter interesses restritos, é comum que ela fique fascinada por determinado assunto ou objeto e passe a focar nisso por um bom período. Imagine uma criança que demonstra um enorme interesse por trens, ao ponto de saber muito sobre eles. Essa criança não apresenta alterações em seu aprendizado, pelo contrário, ela busca a fundo saber sobre o que lhe interessa. Muitas vezes, esses traços passam despercebidos aos olhos dos pais”, afirma Dr. Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert, neuropediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

É comum que essas crianças falem da forma correta e tenham discursos ricos nesse sentido. Mas, ao mesmo tempo, são pessoas sem filtros sociais em seus diálogos. “Na infância, essas características também passam despercebidas, mas na fase adulta podem ficar mais evidentes. Quem tem a síndrome costuma ter dificuldade em entender palavras de duplo sentido, os significados por trás das coisas, as intenções e os tons. Tudo isso interfere nas interpretações desse sujeito e na sua forma de socializar”, acrescenta o especialista.

Dificuldade em realizar contato visual, propensão a ser uma pessoa sistemática, metódica, seguir rotinas à risca e tendência ao isolamento social também são particularidades de quem vive na pele a Asperger.

“É necessário observar a criança, suas atitudes e comportamentos. Para, a partir disso, ter a orientação correta de algum profissional. Pediatras, psicólogos e psiquiatras podem conduzir os pais da melhor maneira”, explica Dr. Paulo.

É importante enfatizar que a síndrome não é uma doença e sim um espectro do autismo. A condição não tem cura, mas pode ser tratada. “É comum que essas pessoas também sofram com ansiedade ou falta de atenção. Medicamentos podem ser utilizados para tratar esses sintomas, mas não a síndrome em si. Investir em psicoterapia cognitivo-comportamental pode ser um caminho interessante para que essas pessoas possam se entender melhor e entender o seu entorno”, finaliza o médico. 


 

Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo é celebrado neste domingo

Pesquisa chama atenção para o número de pessoas que sofrem de transtornos associados ao uso de drogas

 

Dia 20 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, uma data que tem como objetivo alertar e conscientizar a população sobre o mal que as drogas e o álcool trazem para a saúde de inúmeras pessoas. 

Sabemos que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência química é considerada uma doença crônica, que está relacionada a diferentes fatores, o que inclui aspectos genéticos, psicológicos e/ou sociais. 

Segundo Maria Eduarda Bernardi, psiquiatra da Clínica Maia, o fator genético tem um grande peso no desenvolvimento da doença: entre os motivos que propiciam o surgimento da dependência química, de 40% a 60% estão relacionados a questões genéticas, uma porcentagem bastante significativa. Mas, além disso, é preciso considerar vários outros pontos. 

“Traumas de infância, perdas que ocorreram ao longo da vida, conflitos familiares, convivência em ambientes que facilitam o acesso às substâncias, uso de álcool e drogas dentro de casa são contextos que também influenciam na probabilidade de uma pessoa desenvolver ou não a dependência química”, explica a especialista. 

Esse vício, a longo prazo, traz muitos prejuízos para a saúde como um todo, inclusive, alterações no sistema gastrointestinal, desencadeando cirrose, pancreatite, refluxo gastroesofágico e hemorragias, assim como pode contribuir também para casos de anemia, hipertensão arterial sistêmica, arritmias e até mesmo Acidente Vascular Cerebral (AVC). Também podem ocorrer problemas cognitivos, como quadro demencial e neuropatia periférica crônica. 

No âmbito social podemos citar as dificuldades nos relacionamentos e no controle do comportamento, o que resulta em agressividade, isolamento, faltas no trabalho e em compromissos.  

Também não podemos esquecer da saúde mental. De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mais de 36 milhões de pessoas sofreram de transtornos associados ao uso de drogas no ano de 2020.  

Segundo Maria Eduarda, os principais transtornos psiquiátricos comumente associados ao consumo de álcool e outras drogas são os de ansiedade e humor, o que inclui depressão, transtorno afetivo bipolar, transtornos de personalidade antissocial e esquizofrenia. 

Vale ressaltar que depois que a pessoa se torna dependente química, o uso não é uma escolha pessoal, tampouco um indício de falha moral, mas uma doença séria, que necessita de cuidados e tratamentos adequados para cada situação.

Nessa hora, o apoio de amigos e familiares é uma parte muito importante do tratamento. 

De acordo com o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (II LENAD), realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD), entre os anos de 2012 e 2013, estima-se que pelo menos 28 milhões de pessoas convivam no Brasil com um dependente químico. Por isso que, quando falamos de dependência química, as famílias e pessoas que fazem parte do convívio social são peças fundamentais.  

A médica pontua que conversar, estar presente, ter atitudes positivas, usar palavras de incentivo e estabelecer uma relação de confiança com a pessoa faz toda a diferença. Mas é essencial ir atrás de esclarecimentos e ajuda. 

“Busque informações de qualidade para compreender o que é dependência química, suas bases neurológicas e psicológicas, porque isso minimiza as pressões e os preconceitos que giram em torno da doença. É também primordial que o dependente e seus familiares busquem o suporte profissional e também grupos de apoio”, conclui a psiquiatra.


ALERTA PARA A POPULAÇÃO

 AVC mata 11 pessoas por hora no Brasil, alertam angiologistas e cirurgiões vasculares

 

Segue uma sugestão de pauta para o dia. Trata-se de um levantamento atualizado sobre o número de mortes decorrentes do Acidente Vascular Cerebral (AVC), a doença que vitimou o jornalista e escritor Arnaldo Jabor nesta terça-feira (15). Ela ocupa o segundo lugar no ranking de enfermidades que mais causam óbitos no Brasil. Perde apenas para as mortes decorrentes de problemas cardiovasculares. 

De acordo com dados oficiais, apurados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, a cada hora, 11 brasileiros morrem em decorrência de um AVC. Em 2020, último ano em que há dados disponíveis, morreram no País quase 100 mil pessoas. O AVC também pode deixar o paciente com sequelas graves, como perda da fala e da capacidade engolir, além da perda dos movimentos de um ou mais membros. 

Ao longo da última década (2010-2020), houveram mais de 1 milhão de vítimas fatais. Cerca de 60% dos casos afetaram pessoas com menos de 80 anos. Dentre as regiões, neste período, se destacam o Sudeste, com 432.179 óbitos, e o Nordeste, com 284.050.

 

Óbitos por AVC*, segundo a Região e Ano de Ocorrência



Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade. Elaboração: SBACV e 360° CI. *Categoria CID-10: G45; I60; I61; I62; I63; I64; I67; I69 **Dados preliminares para 2020 

Acesse aqui o quadro de óbitos por Ano e Estado

 

Internações - No ano passado, quase 195 mil pessoas foram internadas para tratamento de AVC somente no Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, perto de 33 mil pacientes tiveram alta da internação por óbito. Em comparação ao ano anterior, 15 estados registraram aumento no volume de atendimentos. No caso de Alagoas, por exemplo, houve aumento de 61% nos casos de hospitalizações no SUS. 

“Durante esse período de pandemia muitos sinais de AVC foram negligenciados. Por um lado, o medo de contágio afastou as pessoas dos hospitais e consultórios. Além disso, ficaram comprometidas a prática de atividades físicas e a adoção de hábitos saudáveis que, se forem abandonados, podem contribuir para o aumento do risco de doenças”, lamentou Julio Peclat.

 

Internações no SUS por AVC*, segundo a Região e Ano de Ocorrência



Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade. Elaboração: SBACV e 360° CI. Procedimentos 0303040149 Tratamento de AVC (Isquêmico ou Hemorrágico Agudo) e 0303040300 Tratamento de AVC Isquêmico Agudo com uso de trombolítico.

 Acesse aqui o quadro de internações por Ano e Estado

 

Sinais de alerta -- Para o presidente da SBACV, Julio Peclat, que recentemente assumiu o comando da Sociedade, na prevenção do AVC é essencial que o paciente faça visitas regulares ao médico, discutindo sinais e sintomas, pesquisando por fatores de risco e que realize exames direcionados para a sua idade, história familiar e co-morbidades associadas. Na sua avaliação isso permite a identificação precoce de quadros de risco e a introdução de medidas para reduzir as chances de que o problema ocorra de fato. 

“Trata-se de uma doença de manifestação aguda ou subaguda. A pessoa que percebe o surgimento de perda de força, dificuldade de fala ou perda de visão de maneira súbita deve procurar atendimento médico imediatamente. Se houver demora, o paciente com AVC aumenta as chances de sofrer comprometimento grave, com surgimento de sequelas ou, em casos extremos, até mesmo morte. Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são importantes”, destaca. 

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, tipo mais frequente que representa 80% dos casos e caracterizado pelo entupimento das artérias por um coágulo ou por placas de ateroma; e o hemorrágico, quando um vaso intracraniano rompe. 

Entre os sinais de alerta mais comuns, segundo os angiologistas e cirurgiões vasculares, especialistas diretamente implicados na prevenção e tratamento dessa doença, estão: perda unilateral da visão (amaurose fugaz), alteração da fala (disartria) e perda de força nos membros em um lado do corpo (paresia). O principal fator de risco para a ocorrência do AVC é a hipertensão arterial, doença altamente prevalente na população mundial. 

O AVC também é uma das principais causas de incapacidade funcional no país e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O paciente atingido pelo AVC pode ficar com sequelas como dificuldade para se locomover, falar, sofrer paralisia em um dos lados do corpo e perda de algumas funções neurológicas, entre outras.



5 dúvidas que toda mulher tem sobre cistos no ovário

Fonte: freepik
A vida da mulher moderna muitas vezes pode ser cercada de dúvidas. Até mesmo, quando é possível observar os resultados dos exames preventivos anuais - há tantas palavras que não fazem parte do cotidiano, que causam muito mais dúvidas do que alívio. Nesse caso, é sempre indicado conversar com seu médico, para que ele faça a interpretação correta daquilo que está escrito. Agora, quando o assunto é surgimento de cistos ovarianos, a visita anual ao ginecologista pode ser uma ótima forma de acompanhar a saúde da mulher. 

Segundo o especialista em cirurgias ginecológicas, Dr. Thiers Soares, apesar das mulheres se assustarem com o diagnóstico, os cistos nos ovários podem ser facilmente tratados e podem ter uma boa evolução caso sejam acompanhados constantemente nas consultas médicas. Para falar sobre o impacto gerado sobre este tema e como o quadro clínico pode se desenvolver, o Dr. Thiers Soares levantou 5 dúvidas comuns que chegam ao consultório ginecológico sobre cistos no ovário. Confira:

 

1 - Cisto no ovário é sinal de câncer? 

Não, felizmente, boa parte dos cistos no ovário são casos benignos. Nesse caso, só é recomendada a retirada quando há algum desconforto para a paciente. Porém, quando há caracteriscas que indicam malignidade, o médico pedirá exames complementares e indicará o tratamento mais adequado.

 

2 - Existe uma idade certa para surgirem cistos nos ovários? 

Não existe uma idade exata para o surgimento destes cistos - eles podem surgir em qualquer momento da vida da mulher. O especialista afirma que é bom estar atento ao acompanhamento de mulheres após os 50 anos, já que podem surgir cistos malignos após essa idade - porém, não é a regra. 

 

3 - Quais são os principais sintomas do cisto no ovário? 

O especialista afirma que é raro as pacientes manifestarem algum sintoma fora do habitual do seu ciclo menstrual, mas que é importante estar alerta em algumas situações, como:
 

Aumento do volume abdominal;

Dor pélvica;

 

4 - Quais são os principais tipos de cistos que as mulheres podem desenvolver? 

Dr. Thiers revela que usualmente, as mulheres em idade reprodutiva podem desenvolver alguns tipos de cistos nos ovários, sendo os mais comuns, que são:
 

Cisto funcional: ele é o tipo de cisto mais comum entre as mulheres. O surgimento ocorre quando os folículos não se rompem durante o ciclo menstrual e não expele o óvulo no seu interior. Dessa forma, o cisto cresce. Ele é identificado normalmente via exames de imagem e pode desaparecer em poucos meses, sem tratamentos ou intervenções.
 

Endometrioma: normalmente é encontrado em mulheres que sofrem com a endometriose. Este tipo de cisto tem como forte característica um líquido escuro e sanguinolento - com aspecto achocolatado, por conta da presença do tecido do endométrio. Este tipo de cisto é identificado a partir de exames de imagem e precisa de acompanhamento. De acordo com Soares, quando indicada a remoção é possível utilizar um método que garanta mais conforto. “Com a laparoscopia ou robótica é possível identificar os focos e realizar a retirada do endometrioma, de uma forma tranquila e com uma recuperação mais ágil”, conclui.
 

Cisto dermóide: são cistos que crescem lentamente e nos seus aspectos físicos podem apresentar pêlos, cabelos e até dentes. Eles podem crescer até mais de 10cm de diâmetro. Normalmente, esse é o tipo de cisto que mais causa torção de ovário. O seu tratamento é realizado especificamente por vias cirúrgicas - nesse caso a cirurgia minimamente invasiva é a via mais indicada.

 

Cistoadenoma: possui características muito parecidas com o cisto funcional - porém, como são persistentes e reaparecem, na maioria das vezes requer a remoção cirúrgica. O cisto é formado pelo tecido que reveste o ovário e pode provocar diversas outras lesões na região, como uma torção, por exemplo. O seu tratamento é exclusivamente feito a partir de cirurgias e o surgimento pode ocorrer em qualquer idade.

 

5 - O cisto pode deixar a mulher infertil? 

Não, os cistos nos ovários não deixam a mulher infertil. Porém, há um alerta quando falamos sobre o endometrioma - já que a endometriose pode prejudicar a reserva ovariana da mulher e a partir disso, causar e/ou dificultar a gravidez. 

Apesar de todas essas questões, o especialista afirma que o tratamento para os cistos nos ovários avançou muito nos últimos 20 anos. Hoje, segundo o cirurgião, as possibilidades de cirurgias minimamente invasivas para estes casos podem ajudar as mulheres a terem uma vida mais saudável de forma rápida e sem sofrimento. “Com a possibilidade da cirurgia robótica, a retirada de endometriomas, é possível de maneira muito mais precisa e delicada”, afirma o ginecologista. Além disso, Dr. Thiers Soares reforça que é necessário sempre realizar o acompanhamento médico e definir com o ginecologista o melhor tratamento para cada caso.


 

Dr. Thiers Soares - Graduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001), Dr. Thiers Soares é médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). É membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS e AAGL). Designado para receber, no ano de 2021, o título de Doctor Honoris Causa, pela Universidade Victor Babe, na Romênia, o médico ainda será homenageado no Congresso Anual da SLS, programado para Nova York, em agosto deste ano, com o título de Honorary Chair. Também é Senior Medical Advisor do Luohu Hospital, em Shenzen, na China.


Cirurgião de Cabeça e Pescoço alerta para cuidados com a tireoide

Câncer na tireoide é o quinto mais comum entre mulheres, porém, quando um homem tem nódulo de tireoide, as chances deste nódulo ser maligno são maiores


A tireoide é uma glândula de cerca de 20 gramas em forma de borboleta com as asas abertas, localizada na parte inferior do pescoço, ao lado da traqueia e quase colada à artéria carótida. Dr. Murilo Neves da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço -- SBCCP, professor afiliado da UNIFESP, explica que a Tireoide tem um poder desproporcional a seu tamanho -- ela é importantíssima para o funcionamento harmônico do organismo.

Dados da SBCCP indicam que o câncer na tireoide é o quinto mais comum entre mulheres e deve se tornar o terceiro mais incidente até 2030, atrás apenas de tumores de mamas e de ovários. Embora menos comum em homens, pode sim ocorrer e as chances de o nódulo ser maligno são maiores.

Murilo Neves explica que a vigilância ativa e exames periódicos são primordiais para prevenção, "nos estágios iniciais o câncer é altamente tratável e apresenta boa taxa de cura. Já nos estágios mais avançados, o tratamento torna-se muito complexo dificultando muito a resolução da doença", explica.

A seguir o médico esclarece as principais dúvidas sobre o tema.


O que é hipotireoidismo?

O hipotireoidismo é a diminuição da função da tireoide, ou seja, a diminuição da produção de seus hormônios, que são o T3 e o T4, e o aumento do TSH, que é um hormônio produzido pela hipófise, que controla a função da tireoide e estimula ou inibe a produção do T3 e do T4. “Quando se fala em hipotireoidismo subclínico, este é o primeiro sinal de que alguma coisa não vai bem com a tireoide. O hipotireoidismo subclínico é o aumento do TSH sem a diminuição do T3 e do T4. Esta condição pode se manter por um período longo de tempo sem que a pessoa tenha sintomas.” Explica.


Como podemos colaborar para a saúde da tireoide?

Hábitos de vida saudáveis e boa alimentação são fundamentais para que os problemas de tireoide sejam evitados. “Por exemplo, o nosso sal é iodado e, infelizmente, o Brasil é um dos países que mais consome sal no mundo, então uma das recomendações seria não ingerir sal em exagero”, conta o especialista.

Além disso, alguns estudos têm demonstrado a importância do selênio para a saúde da tireoide. Uma fonte natural dessa substância é a castanha-do-pará. Recomenda-se a ingestão de uma unidade diariamente. No entanto, ao suspeitar de algum problema de tireoide, procure o seu médico e realize os exames necessários.

 
Com que frequência devem ser realizados exames de tireoide?

O diagnóstico de doenças de tireoide é sempre muito fácil e simples. Ele é feito através das dosagens no sangue dos hormônios de tireoide: T3, T4 e TSH e da ultrassonografia de tireoide. São exames simples, baratos e de fácil realização. Normalmente os exames de ultrassom são pedidos quando há suspeita de algum nódulo ou casos na família. Já os exames de sangue podem ser pedidos durante consultas de rotina e realizações de check-up.

Os exames de sangue são importantes porque eles já podem identificar alguma alteração mínima da tireoide, sem caracterizar o hipotireoidismo. Isso permite identificar e tratar uma alteração de tireoide antes mesmo que ela tenha se manifestado.


Qual o procedimento ao se descobrir um nódulo maligno na tireoide?

Dr. Murilo Neves explica que o aumento da incidência de nódulos malignos de tireoide é um fenômeno que vêm ocorrendo no mundo todo. “O importante, como sempre, é que se faça um diagnóstico precoce desses tumores para que o tratamento seja o menos agressivo possível.” Reforça o médico. 

Como em todos os tipos de tumores malignos, quanto mais cedo você descobre, mais simples, mais rápido e mais eficaz é esse tratamento. “Aqui no Brasil nós temos uma facilidade muito grande para a realização de exames diagnósticos. A ultrassonografia é um exame muito fácil de ser realizado e se ele demonstrar a presença de um nódulo, que tenha características que mereçam uma investigação, a punção aspirativa deverá ser realizada. Esse também é um exame muito simples e que vai orientar o médico sobre qual é a melhor forma de tratamento para esse paciente.” Explica.

“É importante ressaltar que não são todos os nódulos que merecem ser puncionados, mas sim aqueles que apresentem algumas características importantes e que mereçam uma investigação mais detalhada.” Completa Dr. Murilo Neves.

 

 

Dr. Murilo Neves - Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Medicina pela Universidade de São Paulo - USP
Residência médica em Cirurgia Geral no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP; Residência médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; Título de especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – SBCCP, Pós-graduando em Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Universidade Federal de São Paulo -- UNIFESP.


Verão Laranja: estação exige cuidados para evitar aumento de casos de câncer de pele

Após quase dois anos de pandemia, vontade de curtir a estação não pode significar descuido com a pele; Campanha promove conscientização sobre prevenção e sinais da doença

 

Apesar do verão ser uma das estações mais esperadas do ano, principalmente após quase dois anos de pandemia e isolamento social, é necessário aproveitar com cautela e respeitar os cuidados ainda necessários para evitar o contágio da covid-19. 

Mas, a empolgação com o período não pode levar ao descuido com a saúde, por isso, os cuidados para prevenir o câncer de pele - o mais comum do país - devem ser redobrados. O câncer de pele representa cerca de 185 mil novos casos registrados a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). E, embora muitos acreditem que saibam lidar com o sol por viverem em um país tropical, Rodrigo Perez Pereira, líder da especialidade de câncer de pele do Grupo Oncoclínicas, explica que, em geral, a população ainda comete muitos deslizes na hora de se cuidar. 

“O brasileiro ainda desconhece os fatos mais importantes sobre o câncer de pele, acreditando em alguns mitos como achar que pessoas de pele mais escura não precisam se proteger do sol. O câncer de pele pode atingir a todos e é preciso redobrar os cuidados no verão”, comenta. 

Os dados do INCA dizem respeito a dois tipos de câncer: o câncer de pele não melanoma e o câncer de pele melanoma, somados. O mais comum deles, o não melanoma, possui altos índices de cura quando é detectado e tratado precocemente. 

Já o câncer de pele melanoma é considerado grave. Apesar de corresponder somente a 3% dos tumores malignos de pele registrados no país, esse tipo de câncer tem altos índices de letalidade: no Brasil, dos cerca de 7 mil casos registrados por ano, quase 1.800 levaram à morte. Ele pode surgir em qualquer parte do corpo, especialmente na pele, na forma de manchas, pintas ou sinais. Ao primeiro sinal de mudança nessas pintas, é preciso consultar logo um especialista, afirma o oncologista “É necessário ficar alerta se surgir alguma mudança no aspecto de alguma pinta, como aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição de bordas ou ainda quando as bordas ficam irregulares e sangramento”. 

As alterações das manchas escurecidas ou pintas, sejam de nascença ou que mudam conforme o tempo, podem ser classificadas no sistema "ABCDE", ou seja, Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro e Evolução: 

● Assimetria: quando a metade da lesão não é igual a outra parte; 

● Bordas: quando a mancha, sinal ou pinta possui um contorno irregular; 

● Cor: caso a lesão tenha cores diferentes, entre vermelho, marrom e preto; 

● Diâmetro: quando a lesão apresenta um diâmetro maior do que 6 mm; 

● Evolução: caso a lesão apresente mudanças em suas características ao longo do tempo, como tamanho, forma e cor. 

Não à toa, durante a estação marcada pelas altas temperaturas as campanhas de conscientização são ampliadas com o objetivo de alertar sobre a importância de evitar fatores de risco que aumentam a incidência da doença e reforçar as precauções que devem entrar na rotina dos brasileiros. Um exemplo disso é o Verão Laranja, promovido pelo Instituto Oncoclínicas - iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa. 

A ação, direcionada à sociedade em geral e principalmente ao público jovem, está no ar desde 21 de Dezembro com uma série de ativações nas redes sociais, durante a temporada de calor, para alertar sobre a importância dos cuidados com a pele como forma efetiva de achatar os índices de ocorrência da doença. O objetivo é ressaltar duas importantes informações: proteja sempre a pele contra os raios solares e busque aconselhamento especializado se notar algo diferente na pele para que o diagnóstico aconteça o quanto antes.

 

Câncer de pele pode ser grave 

Independentemente da classificação do câncer de pele, os fatores que aumentam o risco são os mesmos: a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada (especialmente na infância e adolescência). Ter a pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino (ou possuir histórico familiar) também figuram como fatores que contribuem para o aumento no risco, o que não significa que pessoas de pele mais escura não devam se proteger. 

“A irradiação ultravioleta do sol - conhecida como raio UV - é a principal vilã no câncer de pele. Continuada, ou mesmo intermitente, como em períodos de férias, por exemplo, se feita de maneira não protegida, pode ser considerada um fator de risco preocupante”. 

O oncologista ainda ressalta que, além das pessoas que possuem histórico familiar e exercem profissões que exigem exposição solar diária, os tabagistas também podem estar mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele. 

“Além disso, os portadores de algum tipo de imunossupressão também podem ter seu risco aumentado. Porém, tais grupos de risco não invalidam a necessidade de cuidado em todo o tipo de pele”.

 

Diagnóstico e tratamento 

Apesar do diagnóstico ser bastante desafiador, quando o câncer de pele é descoberto precocemente as chances de sucesso no tratamento e cura são maiores. Ele é realizado através de exame clínico em consultório ou com o auxílio de exames complementares para a visualização das diferentes camadas da pele, além da realização de uma biópsia. 

Para o tratamento, é muito importante que o especialista avalie o estágio da doença, porém, em grande parte dos casos, a cirurgia é suficiente. "Vale lembrar ainda que, caso sejam necessários, o tratamento oncológico com imunoterapia ou terapia alvo, além da radioterapia podem ser um complemento no processo do tratamento destes pacientes", comenta Rodrigo Perez Pereira. 

O oncologista reforça que o auxílio médico é fundamental na identificação precoce de lesões na pele. "É muito importante que o paciente tenha informações de qualidade para que possa conhecer os sinais de possíveis anormalidades. Contudo, é indispensável procurar por um especialista para a investigação e tratamento adequado da doença", finaliza. 

Para saber mais, https://www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida

 

 Grupo Oncoclínicas (ONCO3)

https://grupooncoclinicas.com/


Distúrbios do sono causam envelhecimento precoce

O Cardiologista e Médico do Esporte, Dr. Carlos Portela alerta para os perigos das noites mal dormidas e da insônia 


            Uma das coisas que a maior parte das pessoas sonha, após um dia exaustivo de trabalho, atividades extras e a rotina agitada, é chegar em casa, relaxar e na hora de dormir, deitar a cabeça no travesseiro e ter uma boa e tranquila noite de sono. Só que isso, para muitos é, literalmente, só um sonho, né?

            Milhares de pessoas em todo o mundo sofrem com problemas de sono, noites mal dormidas, insônia e poucas horas de descanso. E essa é uma conta que pesa, e muito, nas atividades do dia seguinte e na saúde como um todo.

“Dormir vai além do ato de deitar na cama e fechar os olhos. O ideal de tempo de sono é entre 6 a 8 horas. Mas além do tempo, para uma boa qualidade do sono precisamos considerar a hora de ir para cama. O ideal é não demorar mais do que meia hora para adormecer. Outro ponto que indica uma boa qualidade do sono é não ter muitos despertares durante a noite e, no geral, passar pelo menos 85% do tempo que você passa na cama, dormindo”, explica o cardiologista e médico do esporte, Dr. Carlos Portella.

De acordo com o médico, uma noite bem dormida trará para a pessoa facilidade para despertar na manhã seguinte, disposição e energia para realização das tarefas e ausência de olheiras. “É durante o sono que o cérebro consolida a memória de acontecimentos recentes e importantes. Quando dormimos bem, temos maior capacidade de raciocínio, agilidade, interpretação”.

 

Recarga total

            Sabe quando o aparelho celular está com a bateria quase no final e é preciso de um carregador, para dar uma nova carga e ele voltar a funcionar normalmente, com toda tecnologia e velocidade disponível? Pois o sono funciona como um carregador para o ser humano. “Costumo comparar o sono como a hora de recarregar a bateria da máquina chamada corpo humano. Se tivermos menos tempo de recarga, menor poder de ação e menor tempo de funcionamento com eficiência teremos no dia”, diz Portella.

            E se o sono não vai bem, é certo! Várias funções do organismo começam, também, a apresentar problemas. Carlos Portella afirma que um sono desregulado é capaz de regular praticamente todos os sistemas do corpo. “Acontecem alterações hormonais, metabólicas, cardiovasculares e de humor. Um período de sono inadequado, ou sem qualidade, aumenta a fome e a irritabilidade, eleva os níveis de pressão arterial, a frequência cardíaca e a taxa de glicemia. Além de reduzir o poder de concentração e memória”, alerta o especialista.


Envelhecimento antecipado

            Portanto, os prejuízos de noites mal dormidas são infinitos. E pior, os distúrbios do sono também podem gerar o tão temido envelhecimento precoce, com danos terríveis ao longo do tempo. “Dificuldades de sono acabam provocando um envelhecimento precoce de neurônios, trazendo perdas irreparáveis ao cérebro. Além da função cerebral, o sono cronicamente desregulado provoca alterações de pele, queda de hormônios e redução em funções importantes no corpo, favorecendo assim o envelhecimento precoce de todo o organismo”, afirma o Dr. Portella.

            É importante não deixar que a situação de dormir mal, ou poucas horas, se estenda por muito tempo. A insônia pode, sim, tornar-se algo crônico e quanto mais o tempo passa, mais complicado reverter os danos causados no organismo. “Se passar dias com muita dificuldade de pegar no sono, e mantê-lo, de forma natural e ordenada, preocupe-se! É hora de levar esse problema a sério e procurar ajuda de um especialista”, aconselha o médico.


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