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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Lentidão ao caminhar prediz risco de incapacidade funcional em idosos, aponta estudo

Constatação foi feita por pesquisadores da UFSCar e do Reino Unido com base em dados de mais de 3 mil indivíduos acima de 60 anos. Resultados foram publicados no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle (foto: Pixabay)

 

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London (Reino Unido) descobriram uma maneira eficiente, simples e barata de predizer o risco de perda da capacidade funcional em idosos. A partir da análise de um banco de dados com mais de 3 mil idosos britânicos, eles identificaram que a lentidão da marcha pode ser considerada, isoladamente, um indicador de risco aumentado para a perda da capacidade de realizar atividades cotidianas – desde as mais básicas, como levantar da cama, tomar banho e trocar de roupa, até as chamadas atividades instrumentais, que incluem fazer compras, administrar o próprio dinheiro, ir ao banco e usar transporte público, por exemplo. 

“Nosso estudo mostrou que medir apenas a velocidade da caminhada já é suficiente para ter um preditor eficiente de perda de capacidade funcional em idosos. Os dados da nossa pesquisa mostram que a lentidão da marcha precede em alguns anos essa perda. É uma constatação importante, pois ela facilita o monitoramento do problema. Além disso, a descoberta possibilita que, além de fisioterapeutas, médicos e gerontólogos, qualquer profissional de saúde possa detectar o risco”, diz Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e orientador da pesquisa. 

Publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, o estudo analisou dados sobre as condições físicas e a velocidade da marcha de mais de 3 mil indivíduos com mais de 60 anos. Os participantes integram o English Longitudinal Study of Aging (ELSA), estudo longitudinal que acompanha a saúde e o bem-estar de adultos mais velhos da comunidade inglesa. A pesquisa foi apoiada pela FAPESP. 

 

Fragilidade

Geralmente, a perda da capacidade de executar atividades básicas e instrumentais pode ser simultânea ou anteceder a chamada síndrome da fragilidade – condição que acomete grande parte da população idosa e pode trazer incapacidade para a realização das atividades cotidianas, aumentando o risco de queda, hospitalização e morte.

Para diagnosticar o problema, profissionais de saúde costumam realizar uma série de avaliações para medir diferentes parâmetros, como a velocidade da caminhada, a força da mão (preensão palmar), o nível de atividade física, a exaustão e a perda de peso nos últimos seis meses.

“A fragilidade é um fator de risco para incapacidade, mas não é sinônimo. Utilizamos cinco elementos para medir a síndrome. Se a pessoa tem um ou dois desses elementos, ela é pré-frágil. Se tem três ou mais, é frágil. O problema dessa avaliação é que ela é mais complexa, precisa de um equipamento e de questionários. Não é em todo lugar que se consegue fazer”, explica o pesquisador.

No estudo, os pesquisadores compararam a fragilidade como um todo com cada um dos cinco componentes, a fim de verificar qual deles discriminaria melhor o processo de incapacidade. E concluíram que a lentidão da marcha, sozinha, foi o melhor componente para indicar o risco de incapacidade em atividades do dia a dia em ambos os sexos, em vez de se avaliar a fragilidade como um todo.

“É um indicador precoce. Vale ressaltar que, com essa descoberta, é possível detectar o problema com mais facilidade. O profissional de saúde pode investigar com mais antecedência o que está causando essa lentidão”, comenta Dayane Capra de Oliveira, autora do estudo.

Alexandre ressalta que, quanto mais rápido for identificado o problema, mais recursos e abordagens se tem para tratá-lo. “Fica muito difícil agir quando o indivíduo já está com dificuldade de fazer várias atividades diárias. Existem alternativas, mas o resultado não é o mesmo de quando identificado precocemente. Por isso é tão importante termos uma maneira mais simples, segura e barata de prever riscos de perda funcional”, afirma.

De acordo com a pesquisa, as mulheres que se tornaram pré-frágeis apresentaram mais incapacidade para as atividades diárias. Isso não aconteceu com os homens. Por outro lado, tanto homens como mulheres que se tornaram frágeis (condição mais grave) também se tornaram mais dependentes para as atividades do dia a dia com o passar dos anos.

Isso pode ter acontecido porque, nos homens, problemas como acidente vascular cerebral, câncer e doença pulmonar, somados a hábitos comportamentais pouco saudáveis, como fumo, álcool e trabalho pesado, podem influenciar na fragilização e incapacidade com uma evolução mais rápida para a morte. Diferentemente das mulheres, que convivem por mais tempo com doenças incapacitantes, como artrose, depressão e hipertensão.

Segundo o pesquisador, estudos anteriores já vinham demonstrando diferença nesse processo entre homens e mulheres com mais de 60 anos.

“Nessa perspectiva, nosso trabalho também sugere que homens passam por um processo muito curto de incapacidade por conta da carga de doenças mais graves que podem evoluir mais rapidamente para o óbito. Enquanto as mulheres passam por um processo mais longo de fragilidade e incapacidade”, diz Alexandre.

Para Capra, o estudo revela um importante atalho para a identificação do risco de incapacidade para realização das atividades do dia a dia em idosos. “Com isso é possível implementar intervenções rápidas, antes que o problema se instale”, afirma.

O artigo Is slowness a better discriminator of disability than frailty in older adults? pode ser lido em: onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jcsm.12810.

 

 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/lentidao-ao-caminhar-prediz-risco-de-incapacidade-funcional-em-idosos-aponta-estudo/37887/


Sintomas comuns dificultam o diagnóstico precoce do câncer infantil

Mais de 57% das crianças chegam ao Pequeno Príncipe com a doença em estágio mais avançado 

 

O câncer infantil é a principal causa de morte entre o público infantil no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Com o diagnóstico precoce, as chances de cura podem chegar até 80%, mas a maioria das famílias descobre a doença em um estágio mais avançado. Um estudo feito pelo Hospital Pequeno Príncipe, que englobou dados de pacientes atendidos entre os anos de 1998 e 2017, mostrou que 57,6% deram entrada com câncer em nível já avançado. Apenas 8,8% chegaram com o primeiro estágio da doença, e 33,5%, com o segundo.

 

Por isso, neste Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância, lembrado em 15 de fevereiro, a instituição faz um alerta para os pais e toda a sociedade para sintomas do câncer que podem ser confundidos com doenças comuns da infância e que podem dificultar o diagnóstico precoce. Esse é o caso do Luis Henrique Neitzke, de apenas 1 ano. “No final do ano passado, ele começou a apresentar manchas pelo corpo, mas tinham momentos que as manchas sumiam e depois voltavam. Alguns dias depois, ele também apresentou febre alta e começou a perder peso mesmo comendo.” Foram esses sinais que deixaram Valdirene Neitzke – mãe do menino – alerta e a fizeram procurar um médico.

 

Em um primeiro momento, na cidade onde mora, Rio Negro (PR), Luis Henrique foi medicado para tratar uma infecção de garganta, mas a febre persistiu. Depois de passar por três profissionais diferentes e realizar vários exames, o bebê foi encaminhado até o Pequeno Príncipe e, então, recebeu o diagnóstico de leucemia, que é o tipo mais comum de câncer em crianças.

 

A oncologista Ana Paula Kuczynski Pedro Bom, do Hospital Pequeno Príncipe, explica que, pelo fato de as crianças serem muito ativas, os sinais que elas apresentam podem passar despercebidos. “Um exemplo de sintoma que pode ser confundido é a febre, pois ela é bastante comum nas viroses, mas também muito comum em vários tipos de câncer, assim como queixas de dores. As dores nas pernas, por exemplo, acabam sendo comuns em crianças, já que elas são muito ativas, correm, pulam, e que os pais ou mesmo o médico que atende a criança pode relacionar essa dor a uma queda ou algum trauma”, destaca.

 

Além da febre persistente e queixas de dores, os pais também devem ficar atentos a distúrbios visuais e reflexos nos olhos; palidez inexplicada; fraqueza constante; aumento progressivo dos gânglios linfáticos; manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a traumas; dores de cabeça, acompanhadas de vômitos; perda de peso, com aumento/inchaço na barriga; e suores constantes e prolongados. A oncologista reforça que não é possível evitar o aparecimento da doença, mas é importante que as crianças tenham uma rotina saudável, recebam o leite materno até os 2 anos, pratiquem exercícios físicos e façam consultas regulares ao pediatra ou médico de confiança.

 

Os cânceres infantis são considerados mais agressivos e se desenvolvem rapidamente, porém as crianças e os adolescentes respondem melhor ao tratamento. “Quanto mais precoce for a descoberta do câncer na criança, maiores são as chances de cura. Esse diagnóstico também é extremamente importante em relação ao tratamento, pois aquelas crianças que vêm com um estágio mais avançado serão submetidas a um protocolo muito mais agressivo e com maiores efeitos colaterais”, conclui a especialista.


 

Referência no tratamento de câncer infantil


O grande diferencial do Serviço de Oncologia do Pequeno Príncipe está na sua estrutura de suporte. Como o Hospital oferece atendimento em 32 especialidades médicas, a equipe de oncopediatras conta com especialistas das mais diferentes áreas, 24 horas por dia, para compor o grupo de atenção aos pacientes. Somam-se às equipes médicas os profissionais de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais. A estrutura física da instituição também favorece o tratamento. O Hospital tem 68 leitos de UTI, um centro cirúrgico com salas que funcionam todos os dias da semana e equipamentos de última geração para realização de exames. O Serviço de Oncologia dispõe de uma área exclusiva para internamento, e para aqueles pacientes que precisam receber medicação, mas não há necessidade de ficarem internados, há uma área que funciona no conceito de hospital-dia. Nesse espaço, além das consultas, são realizadas as sessões de quimioterapia.

 

A instituição também disponibiliza uma cartilha para famílias que estão enfrentando a doença. O download gratuito pode ser feito pelo link:

http://pequenoprincipe.org.br/projetosabermais/manual/apj_fab_onco_01.pdf


Tratamento neuromodulatório traz qualidade de vida a pacientes com epilepsia refratária

Terapia VNS promove a reeducação do funcionamento do cérebro, atuando na melhora do desenvolvimento cognitivo e do padrão emocional do paciente

 

Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a epilepsia, uma doença neurológica cujo impacto vai muito além da sua saúde física. Trata-se de uma condição caracterizada por alterações recorrentes da função cerebral, chamadas convulsões ou crises convulsivas, que podem durar alguns segundos ou até minutos.

Segundo o neurocirurgião da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dr. Sandro Natali, cerca de 30% a 40% dos pacientes não respondem aos medicamentos e tratamentos convencionais, comprometendo diversos aspectos da vida.

“Nesses casos, chamados de epilepsia refratária, a quantidade de episódios convulsivos pode variar, chegando a ocorrer diversas vezes num mesmo dia para algumas pessoas. E isso provoca um impacto devastador na qualidade de vida do paciente”, destaca.

O médico explica que a epilepsia refratária causa um grande efeito na vida do paciente, interferindo em uma rotina comum, como o trabalho ou a escola. Além disso, a doença carrega um estigma muito forte, o que tende a prejudicar suas relações sociais, gerando disfunções psicológicas.

“Além do comprometimento cognitivo e outros problemas decorrentes da doença, o medo e a vergonha de sofrer convulsões em público levam crianças e adultos ao isolamento, o que contribui para o surgimento de outros distúrbios, como a depressão e a ansiedade, por exemplo”, alerta.

Nesses casos, o acompanhamento multidisciplinar é fundamental e o tratamento dependerá da avaliação individual do paciente.

“A epilepsia tem diversas causas possíveis e pode atuar de maneiras distintas em cada pessoa. Por isso, aqui no Hospital São Camilo, nós criamos um Centro de Referência no tratamento de epilepsias refratárias, reunindo serviços de neurologia, neurocirurgia, neuropsicologia e nutrição, além do acesso às especialidades relacionadas a cada caso em particular sempre que necessário”, frisa o especialista.



Como funciona a Terapia VNS

Em situações que o paciente não responde bem à melhor terapia medicamentosa ou à cirurgia, Dr. Sandro destaca que a indicação está no tratamento neuromodulatório, feito por meio da terapia VNS (Vagus Nerve Stimulation, ou em português Estimulação do Nervo Vago), um artefato que gera impulsos elétricos programáveis.

“O dispositivo é implantado em um procedimento simples e rápido sob a pele na área do peito, com fios que se conectam ao nervo vago no pescoço. A partir daí, ele envia uma corrente por este nervo para o cérebro, podendo reduzir o número de convulsões ou diminuir a gravidade de uma convulsão”, explica o médico.

Essa foi a experiência vivida pela paciente Lara, de 11 anos, que nasceu com um problema grave que a levava ter diversas convulsões diariamente. Seus pais, Michelle e Denilson, contam que, antes de colocar o implante, as dificuldades eram diárias. “Ela sofria muitas crises, o que a tornava uma criança muito magrinha e com o desenvolvimento intelectual bem defasado.”

O procedimento foi realizado no Hospital São Camilo de São Paulo em agosto deste ano e, de lá para cá, foram muitas as melhorias na saúde e, principalmente, na qualidade de vida de Lara.

“No começo fiquei bem apreensiva quanto ao resultado, uma vez que ela fez vários tratamentos medicamentosos, incluindo cinco cirurgias sem grandes resultados, pois o tipo de epilepsia dela é de difícil controle”, detalha Michele, destacando o cuidado e a atenção recebidos pela equipe de especialistas durante todo o tratamento.

Dr. Sandro conta que, em geral, se espera que o ápice da melhora no paciente se dê entre o 3º e 5º ano após o implante, mas o caso de Lara mostrou uma evolução positiva precoce. “Em poucos meses, ela já apresenta uma evolução notável, com uma resposta ao implante melhor do que a média”, comemora.

Ele explica que o VNS funciona como um reeducador do funcionamento do cérebro. “Quando o paciente diminui a quantidade de convulsões, o cérebro consegue voltar a se desenvolver, o que é muito impactante, sobretudo para crianças, que são mais suscetíveis às alterações funcionais provocadas pela epilepsia.”

Essa é uma das principais vantagens do implante, que atua para melhorar o padrão plástico, como protetor das células nervosas e, consequentemente, no desenvolvimento cognitivo e do padrão emocional. “O paciente vivencia uma mudança de vida, através da qual ele terá condições de ter maior autonomia e, efetivamente, viver melhor”, ressalta o médico.

Os pais de Lara revelam que as crises, antes diárias, ficaram muito mais esporádicas. “Tem semana que nem acontece”, vibra a mãe. E finaliza: “Hoje, eu posso dizer que fico muito mais tranquila com o futuro dela, pois sei que vai evoluir cada vez mais”.



SERVIÇO:

Centro de Referência em Epilepsia Refratária da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

Agendamento de consultas e exames: (11) 3172-6800 / https://www.hospitalsaocamilosp.org.br/




Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

Episiotomia acelera o parto?


Não são poucas as grávidas que já foram submetidas a uma episiotomia — um procedimento no qual a equipe médica realiza um corte na região do períneo, na fase final do parto normal. A função do corte seria criar mais espaço e facilitar na fase chamada de 'expulsivo', ou seja, quando o bebê está prestes a nascer. 

Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra, afirma que a realização de episiotomia sem o total consentimento da mulher implica em violência obstétrica. "O ideal seria que os médicos trabalhassem de acordo com as evidências científicas mais recentes e evitassem o corte. Ao longo dos anos, essa é uma prática que tende a desaparecer", afirma. 

Os ginecologistas afirmam que não existem evidências científicas que indiquem a episiotomia como solução para uma complicação de parto. No entanto, o Ministério da Saúde e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia seguem considerando como uma opção, que deve ser usada com restrições, para os médicos. 

Caso a mulher não deseje a realização do procedimento, pode estabelecer isso no plano de parto feito previamente ou negar ao médico no momento em que sua realização for proposta.



Um estudo da Faculdade de Farmácia da Universidade de Houston, publicado no Journal of the American Geriatrics Society, avaliou o risco de bexiga hiperativa (BH) como um efeito colateral de medicamentos inibidores da colinesterase (IC) tomados para demência e doença de Alzheimer. A pesquisa foi baseada no trabalho de dissertação do primeiro autor do estudo, Prajakta Masurkar. 

Demência é um grupo de sintomas associados a declínio na memória, raciocínio ou outras habilidades cognitivas. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, representando de 60% a 80% dos casos. As drogas inibidoras da colinesterase (IC), incluindo donepezila, galantamina e rivastigmina, aumentam a liberação de acetilcolina entre as células nervosas para melhorar a cognição. 

"O estudo descobriu que o risco de bexiga hiperativa varia entre os IC individuais", relata Rajender R. Aparasu, Mustafa e Sanober Lokhandwala Professor de Farmácia e presidente do Departamento de Resultados e Políticas de Saúde Farmacêutica. "Usando uma coorte nacional de idosos com demência, também descobrimos que o donepezila estava associado a um aumento de 13% no risco de Bexiga Hiperativa em comparação com a rivastigmina, enquanto não havia risco diferencial do problema com galantamina e rivastigmina". 

Usando dados do Medicare, o estudo examinou 524.975 adultos (com 65 anos ou mais) com demência que eram usuários de IC (donepezila 80,72%, rivastigmina 16,41%, galantamina 2,87%). O desfecho primário de interesse foi o diagnóstico de Bexiga Hiperativa ou prescrição de antimuscarínicos, drogas que ajudam a corrigir a bexiga hiperativa, dentro de seis meses após o início do IC. 

Embora alguns estudos tenham sido realizados para avaliar os efeitos de todos os IC e uso de antimuscarínicos, poucos estudos foram realizados sobre os efeitos de IC individuais no risco de BH. Estudos anteriores descobriram que o uso de IC está associado a um risco aumentado de receber um medicamento antimuscarínico.

Este estudo abre uma nova porta. 

"Os resultados sugerem a necessidade de compreender e gerenciar a morbidade relacionada à medicação em idosos com demência", disse Aparasu.

 

 

Rubens de Fraga Júnior - professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e é médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG. 

 

Fonte: Prajakta P. Masurkar et al, Risk of overactive bladder associated with cholinesterase inhibitors in dementia, Journal of the American Geriatrics Society (2021). DOI: 10.1111/jgs.17579


Especialistas ressaltam cinco motivos para beber mais água

Urologista e nutricionista dão dicas para manter-se hidratado e garantir o bom funcionamento do corpo

 

Apesar de ser uma tarefa fácil, muitas vezes não percebemos a importância de beber água. A Organização Mundial da Saúde orienta que adultos devem ingerir de dois a três litros de água ao longo do dia para evitar problemas de saúde. “Para pessoas que praticam atividade física, a quantidade aumenta. Ao realizar exercícios é comum perder água, e é necessário repor o estoque de eletrólitos, itens fundamentais para dar energia imediata ao corpo”, pontua Maruza Siqueira Rebelo, nutricionista da Bodytech Eldorado.

 

A água é essencial para qualquer ser vivo, pois tem papel fundamental nos processos de respiração, circulação, digestão dos alimentos, entre outras funções. Principalmente agora, na estação mais quente do ano, aquela garrafinha d’água ao lado salva o dia a dia, especialmente quando as temperaturas chegam aos 40°C. “Para não esquecer ou deixar para depois, a dica é manter uma garrafinha de água sempre por perto, seja no trabalho, no treino ou em casa. É como ser constantemente lembrado de que precisa beber água”, afirma Eduardo Leze, médico urologista e Mestre em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas pela UERJ.

 

O corpo é composto de 60% a 70% de líquido, e acabamos perdendo muito através da transpiração, respiração e pelo gasto metabólico do dia a dia, por isso, é necessário repor água o tempo todo. Não existe uma fórmula exata para medir o nível de água que cada pessoa deve ingerir por dia, mas uma dica seria sempre ver a cor da urina (deve ser clara, um amarelo quase transparente). Logo pela manhã, na primeira vez que for urinar, é normal ela estar mais amarelada. Portanto, no decorrer do dia, o ideal é se hidratar até que a cor da urina fique quase transparente. Esse é o ponto certo de hidratação.

 

A quantidade de água que deve ser ingerida por dia é de 35ml x kg (peso corporal). “Esse valor deve ser ajustado se houver suor excessivo, diarreia, vômitos, consumo de bebidas alcoólicas, consumo excessivo de carnes. Ou qualquer outra situação que cause desidratação. Para garantir o consumo ideal, vale incluir a ingestão de chás, água saborizada ou com gás. É possível contar com a ajuda de aplicativos que ajudam a lembrar que está na hora de se hidratar”, enfatiza a nutricionista.

 

Fique sempre atento

No verão, também devemos ficar mais atentos às infecções urinárias, que se tornam mais frequentes. “Isso acontece porque perdemos muito líquido pelo suor e, com isso, diminui o volume de urina produzido, se tornando um ‘prato cheio’ para as bactérias aderirem à bexiga”, pontua o urologista. Por essa razão, é sempre indicado beber muito líquido e não prender o xixi de maneira alguma, pois aumenta as chances de infecção. 

 

Segundo Leze, o ideal é urinar a cada duas ou três horas, mesmo sem vontade, para manter a bexiga vazia. Caso perceba que a urina está com odor forte, coloração escura ou se sentir ardência ao urinar, procure um especialista, pois podem ser sinais de baixa ingestão de líquidos ou até mesmo de uma infecção. Além disso, o líquido escuro sugere diferentes doenças, como alterações na vesícula biliar e no pâncreas, por exemplo. 

Os especialistas pontuaram cinco motivos para beber mais água para convencer a colocar esse hábito na rotina de vez. Confira:

 

1 - Evita a desidratação

Uma pequena desidratação já atrapalha o funcionamento do cérebro, e os pensamentos e reflexos ficam mais lentos. A função muscular também fica reduzida, tanto nos exercícios quanto na recuperação deles.

 

2 - Ajuda na circulação do sangue

A circulação sanguínea fica ruim quando estamos desidratados, mesmo que levemente.

 

3 - Previne problemas renais

Quando há menos líquido passando pelos rins, a chance de formação de pedras ou cristais aumenta.

 

4 - Pele, unhas e cabelos mais saudáveis

A água na medida certa garante elasticidade e textura de estruturas e órgãos como a pele. Pouca água pode causar o ressecamento da pele e a fraqueza de cabelos e unhas. 

 

5 - Evita dores de cabeça e mau humor

Esses sintomas podem ser consequência de uma desidratação leve. O ideal é não esperar sentir sede para se hidratar.


9 dicas para acertar na escolha dos calçados e evitar problemas sérios nos pés

Dr. Bruno Miranda, ortopedista, dá 9 dicas para acertar na hora da compra e no uso adequado de cada tipo de calçado conforme a atividade a desempenhar.

 

O objetivo dos sapatos é proteger os pés e amortecer o peso do corpo em atividade. Além disso, fazem nos sentir confortáveis ou na moda. E, quando escolhemos bem, eles podem fazer as duas coisas!

Encontrar sapatos adequados é importantíssimo para manter seus pés confortáveis e saudáveis, tanto no trabalho, na rotina diária ou durante a prática de atividades físicas.

“Sapatos mal ajustados podem ser dolorosos e causar problemas sérios nos pés como: calos, joanetes, deformidade nos dedos, dor no calcanhar e até fraturas por estresse”, explica o ortopedista Bruno Miranda. 

 

Você sabe o tamanho do seu pé? 

Antes das dicas, é válido saber que o tamanho e a forma do pé podem mudar com o tempo. “Não confie no fato de que você sempre usou um certo tamanho”, aponta o médico.

Dr. Bruno enumera 9 dicas para ter em mente ao escolher os seus sapatos:

  1. Seus dois pés têm o mesmo tamanho? A maioria das pessoas tem um pé maior que o outro. “Certifique-se de ter os dois pés medidos e de experimentar um novo calçado nos dois pés.”
  2. Tem a hora certa para medir o pé? O ideal é que ele seja medido no final do dia quando seus pés estão maiores, por conta do inchaço que se acumula ao longo do dia. “Você precisa ter certeza de que está confortável durante todo o dia e não apenas quando você sai de casa pela manhã. Então, procure não comprar calçados pela manhã, mas quando seu pé está mais inchado.”
  3. Parece, mas não é! Não confie apenas no que está escrito no sapato. Assim como as roupas, o tamanho marcado dentro do sapato pode ser diferente dependendo da marca. “Tenha em mente que o tamanho do seu sapato é apenas um ponto de partida, uma referência, na hora de selecionar o sapato correto, pois o tamanho pode mudar conforme o fabricante.”
  4. Será que lhe cai bem? Olhe para a forma do sapato. Certifique-se de que a forma do sapato se assemelha à forma do seu pé e se encaixa confortavelmente no seu pé. “Se ao bater o olho você vir que o sapato é largo ou estreito demais, não arrisque.”
  5. Sabe aquela história que diz que ele vai “amaciar”? Nunca espere que sapatos se tornem confortáveis com o tempo. “O calçado escolhido tem que estar confortável já na hora da compra. Ele deve se encaixar bem quando você o comprar e não oferecer nenhum incômodo.”
  6. Verifique a largura do sapato. A parte mais larga do seu pé (antes de seus dedos começarem) deve caber confortavelmente na parte mais larga do sapato. “O conforto nessa região do pé é essencial para a saúde dos seus pés.”
  7. Verifique a profundidade do sapato. O sapato deve ser profundo o suficiente para caber seus dedos, especialmente se você tem deformidade neles. “Se a parte da frente do sapato for muito apertada, seus dedos sofrerão atrito na parte superior do sapato e você sofrerá com calos ou até feridas, sendo um risco ainda maior para pacientes diabéticos.”
  8. Observe o espaço no final do sapato. Levante-se e certifique-se de que há um certo espaço entre o dedão mais longo (geralmente o segundo dedo do pé) e a extremidade do sapato. “Você não vai querer deixá-lo apertado, ainda que os outros tenham folga. Há perigo de perder a unha, entre outros.”
  9. Faça o test-drive! Sempre fique de pé e ande com os sapatos pela loja para ver se eles estão confortáveis e se encaixam bem. Seu calcanhar não deve escorregar, sair do sapato ou deslizar enquanto você caminha.

 

Em cada ocasião, um sapato adequado 

Agora você sabe como escolher seus calçados. Mas sabe como combiná-lo à atividade que realizará? “Assim como há roupas para cada ocasião, o mesmo ocorre com os sapatos. O calçado ideal muda com base na atividade que você deseja fazer ao usá-los”, explica o ortopedista. Confira:

  • Os tênis de corrida são especialmente projetados para fornecer o amortecimento adequado no calcanhar e a flexibilidade nos dedos que os atletas precisam.
  • Os sapatos de caminhada têm um calcanhar absorvente de choque e permitem flexionar a frente do pé.
  • Cross-trainers são muitas vezes bons sapatos para exercícios gerais. “Sapatos de basquete são feitos para basquete e podem não ser a melhor escolha se você andar muito, por exemplo.”
  • Os sapatos de ciclismo são mais rígidos para ajudá-lo a pedalar de forma mais eficiente, mas não funcionam bem para a maioria das outras atividades. “Não faça gambiarras!”
  • Sapatos do dia a dia também podem ser confortáveis e ficar bem. Muitos sapatos já são agora feitos com uma sola semelhante a um tênis que proporciona melhor amortecimento e melhor suporte ao arco do pé. “Sapatos italianos caros não são para todos (nem bolsos e nem pés). Sempre prove o seu calçado antes de comprar e observe as dicas acima”, recorda.


Detalhes importantes
 

Alguns princípios básicos de um bom sapato incluem um calcanhar amortecido, sola firme que não torça ou dobre facilmente e flexibilidade na área adequada, dependendo do tipo de sapato. Dr. Bruno explica:

  • Se a parte superior do sapato for feita de um material macio e que deixe o ar entrar para o “pé respirar”, será uma opção mais confortável, se você tiver que usá-lo por mais tempo.
  • A parte superior do sapato deve ter cadarços ou alças para segurar o pé no lugar, confortavelmente, em atividade, sem que ele fique solto e saia do seu pé ocasionando quedas, tropeços e outros acidentes.
  • Deve haver algum suporte do arco do pé no sapato ou na palmilha dentro do sapato. “Muitos sapatos encaixam melhor simplesmente removendo a palmilha de fábrica e substituindo-a por uma ortopédica de alta qualidade. A palmilha personalizada raramente é necessária e deve ser prescrita pelo ortopedista após exame presencial, com o objetivo de tratar distúrbios específicos do pé.

Seguindo as dicas do Dr. Bruno, o consumidor irá ter um verdadeiro caso de amor com os seus calçados. “Estas dicas ajudarão a começar o dia com o pé direito (e esquerdo), confortavelmente, durante o seu relacionamento sério com o seu sapato. Pense nisso como um casamento, você precisa escolher bem desde o começo para que seja agradável e sem arrependimentos”, finaliza.

 

 

Dr. Bruno Miranda CRM:165544/RQE:66817. Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Membro titular da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo (ABTPÉ). Membro da Federação Latino-Americana de Medicina e Cirurgia da Perna e Pé (FLAMECIPP). Membro da AOTRAUMA (Suíça). Membro da International Bone Research Association (IBRA). Membro do GRECMIP (Grupo Mundial de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé). Fellowship internacional em cirurgia do pé na Clínica Universidad de Los Andes (Chile). Preceptor da Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. Membro do grupo de cirurgia do pé e tornozelo da Faculdade de Medicina do ABC. Madrid Foot and Ankle Course (Espanha). Curso de Artroscopia do Tornozelo (EUA). AOTRAUMA Masters Course- Foot and Ankle (Espanha). Prêmio de Melhor trabalho científico na categoria pôster do 50º Congresso Brasileiro de Ortopedia. Co-autor do Capítulo “Metatarsalgias” do Programa de Atualização em Ortopedia da SBOT.


Diabetes mal controlado? A pele sofre!

 Endocrinologista explica por que a pele perde a sensibilidade

A lipodistrofia pode acometer pessoas com diabetes tipo 1

 

O maior órgão do corpo humano, a pele, também pode sofrer as consequências do diabetes mal controlado. Essa relação se dá porque a glicemia alta prejudica a irrigação dos vasos pequenos que nutrem a pele”, explica Dra. Denise Reis Franco, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo (SBEM-SP).

Ela conta que a principal complicação do diabetes é um processo inflamatório nos vasos. Uma vez comprometidos, a nutrição da pele fica prejudicada. Já os nervos é quem dão a sensibilidade. Se o nervo estiver embebido de glicose, ou seja, se o diabetes está descompensado por muito tempo, a função do nervo fica diminuída e a pele é um dos principais receptores das funções dos nervos.

Assim, vai diminuindo a capacidade de sensibilidade da pele e, com o tempo, a pessoa pode sentir formigamento, dor até perder a sensibilidade por completo. “Pessoas que têm a glicemia descompensada por muito tempo por falta de controle podem até sofrer lesões na pele sem sentir dor e, quando percebem, a lesão já está comprometida. Esse comprometimento dos nervos causado pelo diabetes é o que chamamos de neuropatia”, comenta a endocrinologista.


Pés e pernas são as primeiras regiões do corpo que perdem a sensibilidade por causa da neuropatia, mas essa complicação também pode acometer outras partes do corpo. Por isso, segundo a médica, “além de fazer o controle da glicemia é importante estar atento às sensações da pele”.

A pessoa com diabetes deve manter os pés sempre hidratados e fazer um autoexame para detectar possíveis ferimentos que passaram despercebidos. A glicemia descompensada também pode causar maior proliferação de fungos na pele, causando as frieiras e micoses, já que a pele estará mais seca e atrófica.

Uma alteração que pode acontecer na pele de quem tem diabetes tipo 1 e aplica insulina todo dia, sem fazer o rodízio da região do corpo para receber esse hormônio, é a lipodistrofia. A agulha da aplicação da insulina vai criando uma inflamação na pele e ocorre um processo de cicatrização diferente, o que diminui a capacidade de absorção adequada da insulina. Nestes casos, aumenta-se o risco de uma hipoglicemia ou de hiperglicemia. “A dica é: faça o rodízio, troque as agulhas em cada aplicação, e isso vai ajudar na saúde da sua pele e no melhor controle glicêmico”, conclui Dra. Denise.

 

SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo

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Câncer de mama está entre os mais comuns em pacientes com obesidade, aponta pesquisa

Foto ilustrativa / Divulgação
Estudo aponta a maior incidência de câncer entre os pacientes com excesso de peso

 

Uma pesquisa publicada pela revista científica Nature Communications sugere que a obesidade produz alterações celulares que promovem a origem de tecidos carcinogênicos, ou seja, que produzem células cancerígenas. A obesidade é uma doença crônica e está diretamente relacionada com ao menos 10% das mortes oncológicas em não fumantes no mundo. 

De acordo com o estudo, uma das hipóteses é que a obesidade eleva os níveis de insulina, hormônio que aumenta o metabolismo e a duplicação celular. O tecido gorduroso também produz hormônios femininos que são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, o tipo com maior incidência entre os pacientes com excesso de peso. Outro ponto é a inflamação crônica causada pela obesidade, algo que também aumenta o risco de desenvolvimento de cânceres.
 

Câncer de Mama - De acordo com a médica radiologista Dra. Cristiane Spadoni, estudos epidemiológicos mostram a importância de fatores culturais e de estilo de vida, sendo 5% a 10% hereditários e 20% a 50% atribuídos a fatores de risco modificáveis, incluindo inatividade física e escolhas nutricionais que levam à obesidade. Segundo ela, o aumento da gordura abdominal aumenta o risco para tumores mais agressivos. 

"O risco de desenvolver câncer de mama pós-menopausa é aumentado pela obesidade. Além disso, há redução da sobrevida apesar do tratamento apropriado, mais complicações durante a cirurgia, radioterapia, quimioterapia e maior recorrência local. Há, ainda, aumento da probabilidade para ter um tumor maior, metastático, resistente à terapia endócrina e doença avançada no momento do diagnóstico", explica Cristiane Spadoni.

 

Obesidade - Segundo o especialista em obesidade, cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo, Dr. José Alfredo Sadowski, a obesidade promove diversas alterações físicas e metabólicas que colaboram não apenas para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer como também para problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão, entre outras comorbidades. 

"Hoje vemos mais estudos apontando a incidência de casos de câncer em pacientes com obesidade. Durante a pandemia também vimos como a obesidade se tornou um fator de risco para pacientes com COVID-19, que evoluíam mais facilmente para formas graves da doença", comenta Sadowski. 

Contudo, o médico destaca que a obesidade possui tratamentos eficazes e seguros como a cirurgia bariátrica. O procedimento é indicado quando o paciente atende a alguns critérios como Índice de Massa Corporal (IMC) entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades e acima de 40 kg/m² mesmo sem a presença de outras doenças diagnosticadas; idade e tempo de tratamento. 

"O principal benefício da cirurgia bariátrica, além de promover a perda de peso, é combater e controlar as doenças associadas e promover qualidade de vida aos pacientes. Além da saúde física, a cirurgia apresenta bons resultados também na saúde mental. Pessoas com obesidade enfrentam grave estigma social, dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, e outros diversos tipos de estigmas sociais devido ao preconceito pelo excesso de peso.

 

Genoma e obesidade - Um outro estudo publicado por pesquisadores do King's College London no último mês aponta que os cientistas encontraram 74 novas regiões do genoma humano ligados à obesidade. 

Os pesquisadores correlacionaram o resto do processo de decomposição de um alimento em energia - o metabolismo - com áreas específicas do mapa genético dos voluntários. Esses resquícios são chamados metabólitos e alguns deles estão diretamente ligados ao bem-estar instantâneo fornecido após uma refeição, enquanto outros estão atrelados aos principais processos fisiológicos do organismo e que interferem em seu equilíbrio. 

"É uma pesquisa muito inicial, mas no futuro essas descobertas podem ajudar a desenvolver abordagens para manter um peso saudável que levem em consideração o perfil genético de uma pessoa", comenta Sadowski. 

“Um maior entendimento do porque o metabolismo e as necessidades de nutrientes diferem entre indivíduos, considerando os fatores intrínsecos como a genética, epigenética, microbioma e fatores ambientais, como dieta, atividade física, saúde mental e exposição ao meio ambiente permitirão estratégias mais personalizadas para reduzir o câncer de mama relacionado à obesidade”, diz Cristiane Spadoni.

 

Obesidade cresce no Brasil - A última edição da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) aponta o crescimento do índice de sobrepeso e obesidade. De acordo com os dados, 96 milhões de pessoas, ou cerca de 60,3% da população adulta do Brasil, estão com sobrepeso. Especificamente sobre a obesidade, o índice de prevalência em homens adultos é de 22,8% e de 30,2% nas mulheres.

 

Critérios para indicação da cirurgia bariátrica - No Brasil, a cirurgia bariátrica pode ser indicada quando os pacientes atendem a critérios de peso, idade e/ou doenças associadas. Estão aptos os pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², independentemente da presença de comorbidades; IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades; IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação "grave" por um médico especialista na respectiva área da doença. 

A idade também é fator a ser analisado. Pacientes entre 18 e 65 anos não têm restrição. Acima de 65 anos, o paciente deverá passar por uma avaliação individual. Em pacientes com menos de 16 anos, o Consenso Bariátrico recomenda que a operação deve ser consentida pela família ou responsável legal e estes devem acompanhar o paciente no período de recuperação.



Vai viajar? Saiba como evitar o desconforto nas pernas durante viagens!

O médico vascular Dr. Gustavo Marcatto explica porque acontecem problemas vasculares em longos trajetos e dicas para evitá-los

 

            O começo de ano, muitas vezes até o Carnaval, é um dos períodos que as pessoas mais preferem para curtir aquelas merecidas férias, ou tirar pelo menos alguns dias de folga e, assim, renovar as energias para aguentar o tranco de trabalho e rotina durante os próximos meses.

            Por isso, em muitos casos, é nesse momento que uma viagem longa, para destinos mais distantes, é programada, seja para se divertir ou visitar familiares. E de carro, ônibus, ou avião, um problema muito comum em deslocamentos com mais de duas horas é aquele desconforto, principalmente nas pernas, que tendem a ficar inchadas e com uma sensação de peso. Isso acontece, justamente, por passar muito tempo sentado, sem fazer movimentos.

“Permanecer muito tempo numa mesma posição, ou um longo período sentado, como nos casos das viagens longas, prejudica o retorno do sangue dos membros inferiores ao coração. O resultado é uma circulação mais lenta e o consequente acúmulo de sangue nas pernas, provocando inchaço e sensação de peso e desconforto nos membros inferiores”, explica o médico vascular, Dr. Gustavo Marcatto, que atende em São José do Rio Preto (SP) e também na capital paulista.

E engana-se quem pensa que esse desconforto se limita, apenas, aos membros inferiores. Mãos e braços também podem apresentar problemas de circulação durante as viagens, devido à imobilidade. O recomendado, nesses casos, de acordo com o especialista é realizar alongamentos, mesmo sentado na poltrona do ônibus ou avião (ou banco do carro), elevar os braços e abrir e fechar as mãos algumas vezes. 

 

Cuidados básicos

Segundo o Dr. Gustavo, é necessário que o passageiro levante, pelo menos a cada duas horas, e circule pelo corredor do ônibus ou do avião por no mínimo 5 minutos.

No caso de automóveis, o ideal é que o motorista faça paradas também a cada duas horas, para que tanto ele, quanto outras pessoas que estiverem no veículo, possam movimentar as pernas, ajudando assim na melhora da circulação sanguínea. “É preciso fazer alongamentos e movimentar-se. Mover os tornozelos em círculo e para cima e para baixo, ativando, assim, os músculos das panturrilhas e auxiliando no bombeamento do sangue”, indica Gustavo.

Outro ponto importante abordado pelo especialista é manter uma boa hidratação durante todo o trajeto, já que a ingestão de água, em qualquer ocasião, ajuda a deixar o sangue mais fluido, facilitando muito a circulação.

E atenção! Nada de saltos, sapatos ou roupas apertadas, hein! O ideal em deslocamentos com mais de duas horas é, mesmo, o conforto. Com peças de roupas mais soltas (no caso do período do Verão também mais leves) e sapatos confortáveis, principalmente tênis.

 

Casos específicos

            Em muitos casos é recomendado, ainda, durante as viagens o uso de meias elásticas de compressão para evitar o inchaço das pernas e pés. “As meias são muito importantes, principalmente para pessoas com maior predisposição à trombose como: quadros de varizes, pessoas com idade avançada, obesos, quem tem antecedentes de trombose, portadores de distúrbio de coagulação genético (a trombofilia); tabagistas, quem faz tratamentos hormonais ou aqueles que estão em tratamentos de tumores malignos”, alerta o médico.

O Dr. Gustavo pontua também sobre o uso de medicação específica. “Em alguns casos, o médico vascular pode indicar o uso de anticoagulantes para a prevenção da trombose, em pacientes que vão viajar longas distâncias. Por isso é essencial consultar um especialista, que indicará qual o melhor procedimento para cada pessoa”.

            O especialista vascular faz ainda um alerta! Viagens longas de avião, tem um agravante a mais na questão da circulação sanguínea de desconforto nas pernas e pés. “A pressurização das cabines causa uma perda imperceptível, mas bem significativa, de água do nosso corpo por evaporação. Isso aumenta a viscosidade do sangue (que fica mais grosso), o que pode favorecer a trombose”, explica o médico. 

            E depois de tomar todos esses cuidados e, finalmente, chegar ao destino, o ideal é deitar e levantar as pernas por alguns minutos. Com isso a sensação de peso e inchaço deve passar rapidamente. Aí, é só curtir cada minuto das férias!


Permanência em home office pode afetar a audição

O alerta é para o alto volume de TVs e aparelhos sonoros dentro de casa, além do uso em excesso de fones de ouvido conectados ao computador ou celular 

 

Com o aumento dos casos de covid-19 em decorrência da variante Ômicron e da subvariante BA.2, o home office deve continuar sendo realidade para muitos trabalhadores do país. As empresas, que já faziam planos depois do avanço da vacinação, estão novamente adiando ou revendo a volta ao trabalho presencial. 

Com isso, a pandemia continua obrigando muitas pessoas a transformar a casa em escritório. E quanto mais horas dentro do lar, mais barulho. Os ruídos estão por todos os lados: no volume alto da TV ou da música que a filha adolescente escuta no Spotfy; no liquidificador; no secador de cabelos; no aspirador de pó; sem falar na algazarra das crianças. Com tudo isso e depois de dias intensos à frente do computador ou do celular, sua audição pode estar sendo prejudicada, lentamente. E se você usa fones de ouvido ou um headset completo por muitas horas, o problema pode se agravar mais rápido do que imagina. Considere ainda que muita gente trabalha em home office ouvindo música. 

"O barulho em excesso, ao longo do tempo, pode causar prejuízos cada vez maiores à audição. Dependendo da intensidade, o ruído pode provocar, inclusive, como primeiro sintoma, o zumbido nas orelhas", explica a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas. 

Sons que alcançam 70 decibéis já são desagradáveis ao sistema auditivo e, acima de 85 decibéis, podem começar a danificar o mecanismo da audição, dependendo do tempo e da frequência da exposição sonora. A orientação é simples: procurar isolar-se em ambientes mais silenciosos e baixar o volume de tudo o que for possível. Diminua o volume do áudio do computador ou do celular quando estiver trabalhando, ouvindo música, assistindo a uma palestra ou participando de uma reunião. 

"Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo e os efeitos podem não ser sentidos de imediato. A exposição frequente ao barulho pode levar, com o tempo, à perda permanente e irreversível da audição", enfatiza a fonoaudióloga da Telex. 

Portanto, é preciso adotar a cultura da prevenção, para continuar ouvindo bem os sons da vida por muitos e muitos anos.

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