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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022


Um estudo da Faculdade de Farmácia da Universidade de Houston, publicado no Journal of the American Geriatrics Society, avaliou o risco de bexiga hiperativa (BH) como um efeito colateral de medicamentos inibidores da colinesterase (IC) tomados para demência e doença de Alzheimer. A pesquisa foi baseada no trabalho de dissertação do primeiro autor do estudo, Prajakta Masurkar. 

Demência é um grupo de sintomas associados a declínio na memória, raciocínio ou outras habilidades cognitivas. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, representando de 60% a 80% dos casos. As drogas inibidoras da colinesterase (IC), incluindo donepezila, galantamina e rivastigmina, aumentam a liberação de acetilcolina entre as células nervosas para melhorar a cognição. 

"O estudo descobriu que o risco de bexiga hiperativa varia entre os IC individuais", relata Rajender R. Aparasu, Mustafa e Sanober Lokhandwala Professor de Farmácia e presidente do Departamento de Resultados e Políticas de Saúde Farmacêutica. "Usando uma coorte nacional de idosos com demência, também descobrimos que o donepezila estava associado a um aumento de 13% no risco de Bexiga Hiperativa em comparação com a rivastigmina, enquanto não havia risco diferencial do problema com galantamina e rivastigmina". 

Usando dados do Medicare, o estudo examinou 524.975 adultos (com 65 anos ou mais) com demência que eram usuários de IC (donepezila 80,72%, rivastigmina 16,41%, galantamina 2,87%). O desfecho primário de interesse foi o diagnóstico de Bexiga Hiperativa ou prescrição de antimuscarínicos, drogas que ajudam a corrigir a bexiga hiperativa, dentro de seis meses após o início do IC. 

Embora alguns estudos tenham sido realizados para avaliar os efeitos de todos os IC e uso de antimuscarínicos, poucos estudos foram realizados sobre os efeitos de IC individuais no risco de BH. Estudos anteriores descobriram que o uso de IC está associado a um risco aumentado de receber um medicamento antimuscarínico.

Este estudo abre uma nova porta. 

"Os resultados sugerem a necessidade de compreender e gerenciar a morbidade relacionada à medicação em idosos com demência", disse Aparasu.

 

 

Rubens de Fraga Júnior - professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e é médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG. 

 

Fonte: Prajakta P. Masurkar et al, Risk of overactive bladder associated with cholinesterase inhibitors in dementia, Journal of the American Geriatrics Society (2021). DOI: 10.1111/jgs.17579


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