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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Câncer no olho do bebê pode passar despercebido

 O retinoblastoma ou câncer no olho pode ficar encoberto e não ser detectado no primeiro “teste do olhinho”. Entenda.

 

Se você está se perguntado por que o retinoblastoma ou câncer no olho da filha dos jornalistas Leifer e Daiana não foi diagnosticado logo no início, saiba que esta é uma doença traiçoeira. No Brasil a situação é grave. Dados do Ministério da Saúde mostram que só 50% das crianças passam pelo “teste do olhinho” indicado para detectar as doenças que mais causam a perda da visão na infância: câncer, catarata e o glaucoma congênito.  A falta de acesso ao exame por todos os recém-nascidos é um dos fatores que explica a maior incidência de retinoblastoma nos países menos desenvolvidos apontada por um estudo global, recentemente publicado na revista científica, The Lancet. 

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, no Brasil logo após o nascimento as maternidades realizam o “teste do olhinho” nos recém-nascidos com um oftalmoscópio, equipamento que emite uma fonte de luz no olho do bebê. Quando a pupila responde com um reflexo vermelho contínuo indica saúde. Se o reflexo for descontínuo ou esbranquiçado sinaliza doença. 

O especialista ressalta que a maioria dos pais só leva a criança ao oftalmologista quando atinge a idade escolar. O problema é que o retinoblastoma, catarata e o glaucoma congênitos podem ficar adormecidos no olho e se desenvolver nos primeiros anos de vida quando não são descobertos no nascimento do bebê.  Por isso, a recomendação do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) do qual o especialista faz parte é de que o “teste do olhinho” seja repetido três vezes ao anos até a idade de três anos. Neste período, ressalta, deve passar pelo primeiro exame oftalmológico completo quando atinge 1 ano de idade ou se surgir alguma alteração no “teste do olhinho”. 

Queiroz Neto afirma que poucas crianças seguem este protocolo. “Já operei um menino com catarata congênita, doença responsável por 40% da perda de visão na primeira infância, que tinha passado pelo “teste do olhinho” na maternidade, mas  ficou anos sem um único exame nos olhos. Isso é mais frequente do se possa imaginar. Pode acontecer também com o retinoblastoma que nem sempre surge logo após o nascimento.  A maioria dos diagnósticos de câncer no olho ocorre até 18 meses, salienta. A doença resulta de uma alteração genética nas células da retina que se reproduzem descontroladamente, mas só 10% têm um caso na família. Repetir a cada três meses o “teste do olhinho” até a idade de 3 anos, e submeter a criança com 1 ano a uma consulta oftalmológica completa faz a chance de cura chegar a 90% e preserva a vida da maioria das crianças”, ressalta. O diagnóstico tardio pode cegar e até levar à morte por uma metástase do câncer no cérebro. Por isso se você tem uma criança com menos de 5 anos em casa deve seguir estes protocolos.

 

Sintomas

Queiroz Neto afirma que o principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria também conhecida como olho de gato, um reflexo branco na pupila. A alteração é percebida sob luz artificial e em fotos tiradas com flash. Nas duas situações os olhos saudáveis emitem um reflexo vermelho como acontece no teste do olhinho. Outros sintomas do retinoblastoma são: estrabismo (olho torto), glaucoma, vermelhidão e baixa visão.

 

Tratamentos

O oftalmologista afirma que o tratamento geralmente requer uma equipe multidisciplinar e pode ser feito por diferentes técnicas. Uma delas é a terapia focal via destruição térmica, congelamento, laser e ou braquiterapia.  Outra é com quimioterapia sistêmica, intravítrea ou intra-arterial e nos casos muito avançados por enucleação, cirurgia que retira o globo ocular para preservar a vida do bebê. Hoje, uma das técnicas mais utilizada é a quimioterapia intra-arterial. Consiste em injetar na artéria da retina o medicamento, diminuindo desta forma os efeitos colaterais sistêmicos que podem ter reflexos na saúde por toda vida.  Em 70% dos casos salva a vida e a visão, conclui.

 

Entenda seu padrão alimentar e não caia nas armadilhas das dietas da moda que comprometem a saúde

 Dra. Paula Pires, endocrinologista e metabologista pela USP, detalha que encontrar o equilíbrio alimentar é o ideal para perca de peso. Não há alimento vilão, mas padrões alimentares podem levar à obesidade e suas consequências metabólicas. 

 

O comportamento de dois participantes do BBB chamou à atenção de endocrinologistas, nutrólogos e nutricionistas. É valido restringir os carboidratos por um tempo e depois atacá-los ferozmente? E estar todo o tempo preocupado com o que se come, jejuando constantemente e enxergando um simples macarrão como um arqui-inimigo? 

“Não existe alimento vilão. Não existe alimento bonzinho. Nenhum alimento faz mal, nenhum alimento engorda, nenhum alimento emagrece. Tudo depende da frequência, da quantidade, das escolhas ao longo dos dias, meses e anos e, também, de cada indivíduo” explica a Dra. Paula Pires, endocrinologista e metabologista pela USP.


Para emagrecer, chegar ao peso ideal, são necessários quatro itens essenciais:

1 - Comer menos calorias;

2 - Exercitar-se;

3 - Comer com mais qualidade nutricional;

4 - Ter uma mente saudável.


Sabe-se que a base de todas as dietas conta com muitas fibras, muitos vegetais e legumes, fontes de gordura boa, prato colorido, controle de calorias, ausência de excesso de açúcar, de fast food, de comidas muito processadas e pouco nutritivas. Ou seja, comida de verdade, como se diz.

Sabendo disso, a melhor escolha é a dieta que mais se adapte à sua rotina, ao seu paladar e a cultura da sua família. “’Cada panela tem a sua tampa’ e você também terá a alimentação saudável que mais se adapte às suas preferências e que vá conseguir seguir a longo prazo. Se não conseguir escolher sozinho, procure ajuda especializada e de confiança”, aconselha a médica.


Não é proibido comer algo não saudável. Mas, entender do que se trata aquele algo não saudável, e escolher comer em determinados momentos, como pequenas exceções, não vai prejudicar sua saúde. “Muitas vezes vejo que quando entendemos que biscoito recheado não passa de gordura hidrogenada + excesso de açúcar e xarope de frutose + gordura trans e zero fibras e nutrientes, fica mais fácil trocar por um biscoito caseiro mais saudável e tão gostoso quanto. Exceção é exceção. Não fazer da exceção a regra é um ótimo começo rumo a um estilo de vida saudável”, alerta.


Dra. Paula, posso comer carboidratos?


A médica relata que escuta muito essa pergunta em seu consultório. O problema não é o consumo de carboidratos, e sim dos carboidratos errados e em excesso: farinhas brancas, açúcar, xarope, maltodextrina, tapioca, refrigerantes, sucos adoçados, doces em geral, sucos ricos em frutose e pobres em fibras como uva e laranja quando em grande quantidade, iogurtes adoçados, balinhas, biscoitos.

“Devemos dar prioridade aos carboidratos certos como vegetais, frutas com casca, leguminosas como feijão, grão de bico, lentilha, pois como também são fontes de fibras, atenuam o efeito do açúcar no seu corpo. Não é que não pode, mas o ideal seria nesses casos reduzir a porção e associar a alimentos de maior qualidade. Lembre-se: açúcar é açúcar!”, ensina Dra. Paula.


Qual seu padrão alimentar: hiperfágico prandial; beliscador, caótico, sofisticado, alcóolico ou emocional?


Para ajudar alguém a perder peso, é necessário levar em conta sua história pessoal, que é única e deve ser individualizada. Exames clínicos e laboratoriais se somam ao conjunto de informações ajuda a criar estratégias para o melhor tratamento.
“O padrão alimentar é um dos itens que mais importam na história pessoal de cada um e, detalhadamente, é importante avaliar em quais momentos estão os excessos e qual o tipo de alimento está sendo consumido exageradamente. Traçar esse perfil ajuda a direcionar qual será o melhor plano alimentar e qual será o melhor tratamento medicamentoso, se ele for necessário”, detalha a médica.


1- Hiperfágico prandial: é aquela pessoa que geralmente não come fora de horário, mas que na hora da refeição come uma quantidade calórica muito importante. Os pratos são grandes e são ingeridas grandes quantidades e grandes volumes de uma só vez.


2- Beliscador: é a pessoa que come pequenas porções ao longo do dia, várias vezes ao dia. O tamanho das refeições não é tão grande, o que muitas vezes leva a pessoa a achar que não come tanto e que também não sente muita fome, mas, muitas vezes, ela não tem consciência de quantas calorias ingere ao longo do dia. Geralmente, guardam alimentos na bolsa, gavetas, carro. Beliscam enquanto estão cozinhando ou passam o dia todo mastigando alguma coisa.
3- De padrão alimentar caótico: são aquelas pessoas que não têm nenhum tipo específico de padrão alimentar. Ora alimentam-se de forma hiperfágica, ora de forma beliscadora e, às vezes, ficam longos períodos em jejum. Não se preocupam com os horários das refeições. Não têm nenhum tipo de organização ou de preocupação com a sua forma de alimentação e, muitas vezes, nem recordam o que comeram no dia anterior, demonstrando o quanto não se atentam aos seus próprios hábitos alimentares.


4- Comportamento alimentar sofisticado: são pessoas que comem em horários regrados e alimentos muitas vezes até saudáveis, mas exageram nas calorias por elaborarem demasiadamente seu prato, com excesso de alimentos como azeite, castanhas/nozes/uva passas, molhos feitos com óleos ou a base de queijo ou creme de leite. “Por exemplo, aquela salada gourmet, com molhos, castanhas e queijos. As sobremesas também são superelaboradas, além dos vinhos, licor, entradas antes da refeição principal e etc. Geralmente são pessoas que gostam de cozinhar e apreciam um bom restaurante. Exageram, no entanto, nas calorias por rebuscarem demais o prato”, adverte a endócrino.


5- Alcoolismo: muitos ingerem muito mais calorias na forma de álcool do que na forma de alimentos e, nestes casos, deve-se também prestar atenção ao risco de deficiências nutricionais mesmo que o paciente esteja acima do peso.


6- Padrão emocional: são aqueles que comem apenas para aliviar certas emoções do dia a dia. E esses fatores emocionais servem de gatilho para comer mesmo estando sem fome ou sem vontade, como, por exemplo: uma ansiedade repentina por comida diante de alguma situação difícil, com sensação de alívio no momento de comer.


Atenção: você pode ter um padrão diferente em cada fase da vida


Dependendo do estado emocional, nosso nível de estresse e, no caso de muitas mulheres, até mesmo uma variação mensal relacionada à famosa TPM (tensão pré-menstrual) podem fazer o seu padrão alimentar oscilar. Na TPM, muitas mulheres ficam hiperfágicas e beliscadoras, ou seja, com fome, gula e ansiedade.
“O maior desafio do profissional de saúde é ajudar o paciente atingir a sintonia entre comida, m
ente e corpo. E lembre-se sempre: o primeiro passo é ter a consciência dos comportamentos alimentares que fazemos de forma automática, sem pensar”, finaliza Dra. Paula.


Dia Mundial de Combate ao Câncer: Como prevenir?

Prática de exercícios físicos, alimentação equilibrada e exames de rastreamento, ajudam a evitar câncer e desenvolvimento de demais doenças

 

Na próxima sexta-feira (04), é considerado o Dia Mundial do Combate ao Câncer. Esta doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), se tornou a segunda principal causa de morte em todo o mundo. O câncer é muitas vezes imprevisível, mas há algumas medidas de precaução que podem ser tomadas por todos para ajudar a reduzir o risco de contraí-lo ou melhorar suas chances de recuperação caso contraia. 

Segundo Rubens de Fraga Júnior, especialista em geriatria e gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), 30 a 50% dos casos de cânceres podem ser prevenidos evitando fatores de risco e seguindo as estratégias simples de prevenção citadas a seguir:

 

1. Faça exames regulares de rastreamento do câncer.

Testes de triagem regulares podem detectar alguns cânceres precocemente, quando são pequenos, não se espalharam e são mais fáceis de tratar. Com o câncer do colo do útero e do cólon, esses testes podem até prevenir o desenvolvimento do câncer em primeiro lugar. Converse com seu médico sobre os testes para câncer de mama , colo do útero , cólon de intestino , pulmão e próstata. 

Para realização dos exames nas mulheres, o rastreamento do câncer de colo do útero é recomendado a partir dos 25 anos e o do câncer de mama a partir dos 40 anos. Para os homens, aos 45 anos, verificar a necessidade de rastreamento do câncer de próstata com um médico. Para fumantes ou ex-fumantes, é recomendado averiguar com um especialista acerca do exame de câncer de pulmão.
 

2. Alcance e mantenha um peso saudável.

Estar acima do peso ou obeso é um dos fatores de risco para muitos tipos de câncer, incluindo câncer de mama, cólon, endométrio, rim, esôfago e pâncreas. Você pode controlar seu peso através de exercícios regulares e alimentação saudável.

 

3. Prática regular de exercícios físicos.

A atividade física reduz o risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, endométrio, próstata e cólon. Também reduz o risco de outras doenças graves, como diabetes e doenças cardíacas. Adultos devem realizar 150 minutos de atividade intensa ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana.

 

4. Tenha uma dieta saudável.

Comer uma variedade de vegetais e frutas diferentes, grãos integrais, peixes ou aves está associado a um menor risco de desenvolver certos tipos de câncer. Por outro lado, comer mais carnes processadas e vermelhas está associado a um risco maior de desenvolver certos tipos de câncer.

 

5. Evite o tabaco.

O uso do tabaco nos EUA é responsável por quase 1 em cada 5 mortes, cerca de 480.000 mortes prematuras a cada ano. Aproximadamente 80% das mortes por câncer de pulmão e 30% de todas as mortes por câncer são causadas pelo uso do tabaco.

 

6. Limite o álcool.

O álcool pode aumentar o risco de certos tipos de câncer, incluindo mama, boca, garganta, caixa de voz, esôfago, fígado, cólon e câncer retal. Quanto mais álcool você ingere, maior o risco.

 

Por fim, o médico alerta para um fator de risco para o câncer não citado comumente, sendo as pessoas com infecções crônicas. Segundo ele, aproximadamente 13% dos cânceres diagnosticados em 2018 em todo o mundo foram atribuídos a infecções carcinogênicas. Os vírus da hepatite B e C e alguns tipos de HPV aumentam o risco de câncer de fígado e colo do útero, respectivamente. A infecção pelo HIV aumenta substancialmente o risco de câncer, como o câncer do colo do útero.



Faculdade Presbiteriana Mackenzie


Retinoblastoma: SOBOPE reforça a importância de campanhas para diagnóstico precoce

No início, sintomas do tumor são discretos, por isso profissionais de saúde devem estar alertas para identificar crianças que possam ser portadoras de retinoblastoma



Nos últimos dias, Tiago Leifert e Daiana Garbin revelaram que sua filha, Lua, de 1 ano e 3 meses, foi diagnosticada com um tumor raro, o retinoblastoma. Enquanto a pequena segue em tratamento, o ex-apresentador do BBB e a jornalista afirmam que a missão de suas vidas passou a ser alertar outros pais para os perigos da doença. 

A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) compartilha desta causa e está há anos envolvida na elaboração e apoio às campanhas de divulgação e conscientização dos sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil para profissionais da área de saúde e população em geral. 

O retinoblastoma é um tumor maligno raro, que afeta principalmente crianças menores de 5 anos de idade, originário das células da retina, e pode comprometer um ou ambos os olhos. Segundo dados da literatura médica, é o tipo mais frequente de câncer ocular na infância, correspondendo de 2 a 3% dos cânceres infantis. 

Segundo o Dr. Neviçolino Carvalho, presidente da SOBOPE, o paciente apresenta poucos sinais ou sintomas nos estágios iniciais do retinoblastoma: "É um grande desafio para os profissionais de saúde da atenção básica fazer a suspeita do diagnóstico. Portanto, quanto mais informação e divulgação sobre a doença, mais eles podem ficar alerta e valorizar queixas trazidas pelos pais nas consultas de rotina ou em serviços de urgência”. 

O principal sinal de retinoblastoma é o reflexo do olho de gato, que é o aspecto esbranquiçado que se vê através da pupila, chamado leucocoria. Em fotos com flash, por exemplo, pode-se notar a leucocoria em um ou ambos os olhos. O segundo sinal mais comum é o estrabismo, quando a criança tem um desvio no olhar. “Na maioria dos casos, quando esses sinais são percebidos, o tumor já tem um tamanho considerável, diminuindo as chances de preservação ocular”, alerta o especialista. 

Caso a criança apresente estes indicativos, é necessário direcioná-la para centros especializados no tratamento de retinoblastoma, onde ela poderá ser avaliada por oftalmologistas e oncologistas pediátricos. 

"O diagnóstico precoce é um desafio no mundo inteiro, não só no Brasil. O exame 'Teste do Reflexo Vermelho', que é feito na maternidade e depois nas consultas de retorno ao pediatra até os 5 anos, representa um diferencial na avaliação de rotina da criança e não deve ser negligenciado pelos pediatras. Há também recomendações de que essas crianças passem por consultas com oftalmologistas de forma regular", afirma. 

O presidente da SOBOPE pontua que, primordialmente, garantir a vida é o mais importante no tratamento do retinoblastoma, ainda que em alguns casos a enucleação (remoção cirúrgica) seja a melhor conduta, diminuindo assim o risco de disseminação da doença para sítios extraoculares, como ossos, medula óssea, fígado e sistema nervoso central. Além da cura, preservar a visão e o globo ocular da criança são objetivos nobres. 

“Para isso, o tratamento mais recomendado atualmente é a quimioterapia intra-arterial associada a outras modalidades de tratamento local (laser, crioterapia e outros), orientada pelo trabalho conjunto do oncologista pediátrico e oftalmologista. O tratamento do retinoblastoma é complexo e dinâmico, deve ser realizado em centros especializados devidamente equipados e com profissionais com expertise no manejo terapêutico e de suas complicações. As chances de cura do retinoblastoma intraocular são de 95%, ainda que, às vezes, seja necessária a retirada do globo ocular", conclui.


Órfãos da pandemia, adotantes e cuidadores têm atendimento psicanalítico gratuito em todos os estados do Brasil

Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, por meio da Federação Brasileira de Psicanálise, adere ao projeto “Solidariedade Social - SOS Brasil” que promove rede de apoio virtual aos vitimados pela pandemia no País


Embora no Brasil a estimativa seja imprecisa devido às brechas nos dados oficiais, uma pesquisa da Imperial College London, publicada na revista científica Lancet, estimou que mais de 282 mil crianças e adolescentes brasileiros ficaram órfãos de pai, mãe, de ambos, ou dos cuidadores oficiais, desde o início da pandemia no país.

Ainda que os números apontem a dimensão da tragédia, eles não retratam a catástrofe que se abateu sobre essas vítimas, muitas vezes invisíveis, da covid-19. Analista didata e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo  e da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Campinas, Alicia Beatriz Dorado de Lisondo,  lembra que a perda de um familiar impacta no desenvolvimento emocional e social dos seres que estão construindo à subjetividade e pode até mesmo, congelar importantes funções mentais.

A orfandade psíquica leva ao desamparo e ao desespero. Ganhos como aquisição da linguagem, pensamento, simbolização, criatividade, capacidade de brincar e motricidade são prejudicados, o que pode condenar um ser em formação a pobreza mental ou morte psíquica. Cuidadores em abrigos, familiares, pai e pais adotantes precisam prevenir transtornos no desenvolvimento emocional dessas (pessoas),   tais como sinais de alerta de transtornos do espectro autista, problemas de aprendizado, condutas antissociais como mentiras, roubos, delinquência, Drogadição, Apatia, Transtornos do Psico-soma e depressão - explica Alicia, analista de crianças e adolescentes pela IPA (International Psychoanalytic Association).

Diante deste cenário desolador, a SBPSP, por meio da Diretoria de Atendimento à Comunidade – DAC, aderiu ao projeto de âmbito nacional ‘Solidariedade Social - SOS Brasil: sofrimento psíquico de bebês, crianças e adolescentes’.

A SBPSP integra esta ação solidarizada com o dramático panorama da doença no país diante da valiosa experiência adquirida com o projeto ‘Rede SBPSP: escuta psicanalítica em tempos de crise’, promovido em 2020  esclarece Carmen C. Mion, diretora presidente da entidade.

O programa é concebido e organizado por um grupo de psicanalistas de diferentes Sociedades, Grupos de Estudo e Núcleos da Federação Brasileira de Psicanálise – Febrapsi.

Além de prestar um serviço emergencial aos órfãos da pandemia; bebês, crianças e adolescentes  com sofrimento psíquico que precisam de um psicanalista, o Projeto  “Solidariedade Social - SOS Brasil” também é destinado a cuidadores, pais, pais adotantes, educadores, famílias acolhedoras, profissionais do Judiciário, da Saúde, e demais responsáveis por essas vidas.

O projeto tem o objetivo de oferecer atendimento emergencial diante das reações de pânico, angústias, dores da alma, isolamento, transtornos do sono e terrores que a pandemia vem provocando – explica Alicia.

O atendimento é gratuito, 100% digital e dividido em quatro eixos: eixo 1 - gestantes e bebês de 0 a 3 anos com suas famílias; eixo 2 - crianças de 3 a 11 anos com suas famílias; eixo 3 – adolescentes e jovens de 11 a 21 anos e eixo 4 - adultos que atendam a infância (familiares, em escolas, creches, abrigos, no judiciário ou no serviço de saúde).

Todos os psicanalistas do projeto precisam estar num Atelier que se reúne quinzenalmente com um coordenador com formação e experiência e cada um dos Eixos para pensar, discutir  e criar alternativas para os pacientes que nos procuram. Também os Ateliers são espaços de continência para todos os analistas do Projeto S.O.S Brasil   

Serão realizadas entrevistas com psicanalistas membros de sociedades e grupos federados à Febrapsi que tenham formação específica. A depender do quadro, após avaliação do psicanalista, tanto os bebês, crianças e adolescentes, quanto os pais, adotantes, cuidadores e representantes das instituições responsáveis pelos órfãos poderão ser encaminhados a médicos, tais como: pediatras, psiquiatras, fonoaudiólogos, osteopatas e psicomotricistas, além de enfermeiros especializados em aleitamento materno, terapeutas ocupacionais e até assistentes sociais, também de forma gratuita como parte do atendimento iniciado no projeto.

Interessados em receber o atendimento devem entrar em contato por mensagem de texto ou de voz pelo (53) 98104-0202. As pessoas serão encaminhadas a um psicanalista, que combinará a forma de atendimento mais apropriada (WhatsApp ou celular).

 


SBPSP - Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo - SBPSP é formada por um grupo de psicanalistas unidos com o propósito de promover o desenvolvimento da Psicanálise, manter seu vigor e formar futuros psicanalistas, propiciando um ambiente fértil e vivo de aprendizado e de interlocução entre seus membros e com outros campos do conhecimento e da cultura. Conta com 506 membros efetivos e associados e 362 membros filiados vinculados ao Instituto de Psicanálise, braço encarregado da formação de novos psicanalistas. Seus membros têm participação ativa no cenário nacional e internacional da Psicanálise e na vida associativa, por meio da FEBRAPSI – Federação Brasileira de Psicanálise, FEPAL – Federação Psicanalítica da América Latina e da IPA – International Psychoanalytical Association, entidade à qual é filiada desde 1951.


Atraso na fala das crianças pode indicar problemas auditivos

Mesmo sem problemas auditivos ao nascer, após o Teste da Orelhinha, é fundamental que a criança passe por novos exames ao menor sinal de atraso na fala, pois a perda auditiva pode ser genética, progressiva ou consequência de remédios ototóxicos 
 

A perda auditiva pode trazer diversos prejuízos a uma criança e um deles é no desenvolvimento da fala. É importante que os pais fiquem atentos aos sinais de atraso na linguagem oral nos primeiros dois anos de vida para que não haja efeitos negativos no desenvolvimento infantil; efeitos esses que podem acarretar em problemas por toda a vida. 

Muitos pais só buscam tratamento para a dificuldade auditiva dos filhos quando outros sintomas começam a surgir. Apesar de o atraso na fala e a falta de diálogo serem os sinais mais importantes de perda auditiva, eles relacionam esses problemas, muitas vezes, a outras causas. Diagnósticos equivocados e o costume de esperar que a criança desenvolva o diálogo naturalmente podem causar danos irreparáveis na infância e até na vida adulta; além de atrasar o tratamento da alteração auditiva. 

"Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores as chances de a criança ter um bom desenvolvimento, com melhores resultados no processo da reabilitação auditiva. Assim, o desempenho comunicativo pode ser alcançado mais rapidamente; muito próximo ao de crianças com audição dentro do padrão da normalidade", explica a Fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia e Vendas na Telex Soluções Auditivas. Segundo ela, "o diagnóstico pode ser feito com uma audiometria, exame que detecta a perda auditiva na maioria dos casos, dependendo da idade e da colaboração da criança". 

Com o passar do anos, por causa da dificuldade de diálogo com outras pessoas, a perda de audição não tratada afeta a socialização, a autoestima, o desenvolvimento cognitivo e a alfabetização. Não raro, há pessoas que só identificam a perda auditiva na universidade e descobrem que a dificuldade de aprendizagem ou até mesmo o déficit de atenção diagnosticado na infância e adolescência eram causados, na verdade, por problemas na audição. 

"O processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para haver aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças interajam com seus interlocutores e, assim, estabeleçam novas conexões neurais. É importante enfatizar também que há diferenças entre ouvir e escutar. Os sons que entram pelas orelhas precisam fazer sentido, ter significado", pontua a Fonoaudióloga da Telex. 

Mesmo que ao nascer a criança tenha passado pelo Teste da Orelhinha sem apresentar alterações, ao menor sinal de atraso na fala é importante que ela seja examinada por um otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo, pois a perda auditiva pode ser genética ou progressiva, ou mesmo ser causada por medicamentos ototóxicos, se manifestando, portanto, ao longo da infância. 

Exames como o PEATE frequência específica (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico), avaliação comportamental, Imitanciometria e PEAEE (Potencial evocado auditivo de estado estável) serão avaliações importantes, podendo auxiliar no diagnóstico da perda auditiva, servindo como ponto de partida para que o otorrino e o fonoaudiólogo, juntos, indiquem o tratamento mais adequado para cada caso. 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que aproximadamente 32 milhões de crianças, no mundo inteiro, têm algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 40% dos casos ocorrem devido problemas genéticos e 31% por infecções, como sarampo, rubéola e meningite.


Paramédica brasileira em Londres ensina como ajudar uma pessoa que se engasgou

Você sabia que milhares e milhares de pessoas de todas as idades morrem engasgadas todos os anos? Você saberia salvar alguém que esteja engasgando? 


Tem técnica sim e quem vai ensinar é uma paramédica, única mulher brasileira neste cargo no Rreino Unido, que pilota sua própria viatura ambulância sozinha, atendendo as emergências mais graves da capital britânica- Londres. Seu nome é Priscila Currie, formada há 7 anos pela St Georges University, que trabalha para o governo no sistema único de saúde NHS.

- Incentive a pessoa tossir com força.

- Se a pessoa não consegue tossir, falar ou respirar significa que o engasgo é muito sério e ela tem apenas alguns minutos antes de perder a consciência.

- Com a palma da mão bata forte na parte de cima das costas (entre os ombros) até 5 vezes. Lembre de amparar a pessoa com seu braço para que ela não caia para frente. Se isso não funcionar...

- Será necessário as compressões abdominais, também conhecidas como manobra de Heimlich. 

 Obs: procedimento não é recomendado para crianças menores de 1 ano.

- Fique em pé atrás da vítima com uma perna à frente entre as pernas da vítima.

- Para uma criança, desça ao nível dela e mantenha a sua cabeça inclinada para o lado.

- Alcance ao redor do abdômen e localize o umbigo. Coloque o lado do polegar do seu punho contra o abdômen, logo acima do umbigo.

- Segure seu punho com a outra mão e empurre para dentro e para cima no abdômen da vítima com empurrões rápidos e fortes.

- Se infelizmente não funcionar, coloque a vítima no chão e comece a fazer or RCP - Ressuscitação Cardio Pulmonar.

"Aprenda primeiros socorros e salve vidas", finaliza Priscila. 

 

 PARAMÉDICA BRASILEIRA EM LONDRES ENSINA 08 PASSOS DE PRIMEIROS SOCORROS DO INFARTO 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem vítimas de doenças cardiovasculares a cada ano. No Brasil, a média anual chega a 350 mil, o que corresponde a uma vida perdida a cada 40 segundos. 

“Os sintomas são variados, sendo os mais comuns as dores tipo pressão no centro do peito, dificuldades para respirar, palidez, suor frio, náuseas, vômitos, tontura, confusão mental, perda de consciência e dores na parte de cima das costas, nos braços e na mandíbula e pescoço. O Ataque Cardíaco pode durar minutos ou até dias e a severidade depende da localização exata do problema no coração. O mais prudente é buscar o quanto antes ajuda médica”, ressalta Priscila Currie – paramédica formada pela St Georges Universidade em Londres ( única mulher brasileira neste cargo em Londres). 

Infelizmente, o Ataque Cardíaco, que também é conhecido como Infarto, pode acontecer de repente. Por isso, existem algumas condutas que podem ser feitas antes do atendimento médico de urgência. Confira os alertas desses primeiros socorros com especialista em medicina pré- hospitar do Reino Unido: 

1-    CALMA: Tente manter a calma e ou acalme a pessoa que está se sentindo mal.  Se possível também, não fique em pé. O ideal é sentar-se  ou deitar-se em um local seguro, pois, caso aconteça um desmaio, o paciente não se machucará. 

 

2-   AMBULÂNCIA: Ligue imediatamente para o serviço de emergência mais próximo do seu bairro ou local que estará. O Samu (192) ou os bombeiros (193), por exemplo. Explique pausadamente o ocorrido e o endereço correto onde está. Se possível,  peça para alguém esperar pela ambulância na rua.

 

3-   MEDICAÇÃO: Se a pessoa não tiver alergias a Aspirina, peça para ela chupar esse medicamento, sem engolir o comprimido de 300mg. Sem água, apenas dissolvendo na boca mesmo. Atenção! Não deixe e pessoa sozinha, apenas faça isso se o remédio estiver no local.

 

4-   SEM ESFORÇO: Não permita que a pessoa com sintomas faça qualquer esforço físico, muito menos que ela dirija até o pronto-socorro sozinha, por exemplo. Mantenha a pessoa calma, conversando sobre dias felizes para distração.

 

5-   SEM BEBIDAS OU ALIMENTOS: Em caso de crise, mesmo sendo um alarme falso, não ingira bebidas, comidas ou fume cigarros. Essa conduta só vai prejudicar o quadro.

 

6-   DESMAIOS: Infelizmente, pode ocorrer. Neste caso, deite a pessoa em posição lateral, pois se ela vomitar, não correrá o risco de engasgar. E fique de olho na respiração sempre! Se a respiração parar, se prepare para fazer ressuscitação. 

“Deite o paciente de costas no chão e olhe para a barriga e peitoral da pessoa para detectar movimentos respiratórios. Não perca tempo tentando achar pulso ou batimento cardíaco! Apenas a respiração é o que importa. Ar entrando e saindo = respiração. Se a respiração estiver ausente, chame por ajuda urgente e ligue para ambulância novamente. Reforce que pessoa não está respirando. Se prepare para começar a massagem cardiaca”, explica a paramédica.

 

7- DEA – Desfibrilador. Você sabe se tem um por perto? Qualquer um pode usar! Apenas ligue a máquina e siga as instruções. O equipamento não dá choque em quem não precisa receber e a utilização é segura.

 

8 - RCP - Ressuscitação Cardio-pulmonar. Em adultos, são 30 compressões cardíacas para 2 ventilações pulmonares. Repetida até a ambulância chegar ou até a pessoa retornar sua respiração espontânea.  

 

Priscila Currie - formada por umas das melhores faculdades clínicas do mundo, a St Georges University, em Londres. Ela trabalha como Paramédica para o governo britânico atendendo as maiores emergências pré-hospitalares da capital.  Além disso, também ensina primeiros socorros em suas horas vagas e ajuda milhares de pessoas em suas redes sociais, onde é mais conhecida como Priscila Paramédica Londres.


Diagnóstico e tratamento precoces de aneurismas podem reduzir índices de ansiedade e depressão a longo prazo

  Neurocirurgião Feres Chaddad e neuropsicóloga Daniela Coelho alertam sobre os impactos dos aneurismas para o cérebro

 

Os aneurismas cerebrais correspondem a uma das mais importantes causas de mortalidade em todo o mundo. A hemorragia subaracnóidea, que tem como principal fator a ruptura de um aneurisma, equivale a 5% de todos os acidentes vasculares cerebrais (AVC). Esse tipo de acometimento é mais prevalente no sexo feminino, com manifestação entre 40 e 60 anos, afetando o período de maior produtividade dos pacientes. 

 

"A detecção de aneurismas intracranianos não rotos está se tornando cada vez mais comum, com o avanço da medicina e a utilização de angiografias por TC, RM e subtração digital, que permitem a avaliação detalhada da circulação arterial intra e extracraniana com suas diversas aplicações. Entretanto, existe uma parcela de pacientes que permanecem sem tratamento ou sem avaliação neurológica adequada, o que implica na ocorrência de danos ao cérebro e sérios impactos cognitivos quando acontece a ruptura, como alterações de memória e funções executivas", explica Dr. Feres Chaddad, Professor e Chefe da disciplina de Neurocirurgia da UNIFESP e Chefe da Neurocirurgia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.    

 

Diversos estudos têm demonstrado a relação de aneurismas a altos níveis de depressão e ansiedade, déficit cognitivo, instabilidade emocional, distúrbios do sono, síndrome de estresse pós-traumático, entre outros. O estudo clínico "Cognitive function, depression, anxiety and quality of life in chinese patients with untreated unruptured intracranial aneurysms", publicado no Journal of Clinical Neuroscience, apresentou dados importantes sobre a associação de aneurismas não rotos (ainda não rompidos) com consequências neuropsicológicas. 

 

A pesquisa avaliou a função cognitiva, a incidência de depressão e ansiedade, assim como a qualidade de vida em 31 pacientes chineses com aneurisma não tratado e outros 25 com controles saudáveis, no período de 1 mês, 1 ano e 5 anos após o diagnóstico. Foi identificado que 39% dos participantes seguiram com depressão e 32% pacientes apresentavam ansiedade leve a severa após 5 anos da detecção do aneurisma. Sobre a qualidade de vida, não houve significância ao se comparar ao grupo controle. Já no aspecto da cognição, após 5 anos houve uma diminuição significativa nas habilidades medidas pelo do MoCa em 97% dos pacientes, sugestivo de comprometimento cognitivo leve quando comparados ao grupo controle.

 

Outro estudo que apresenta dados ainda mais recentes é o "Unruptured intracranial aneurysm treatment effects on cognitive function: a meta-analysis", do Journal of Neurosurgery. O trabalho avaliou pesquisas que relatavam o estado cognitivo de pacientes com aneurismas intracranianos não rotos antes e após o tratamento do aneurisma. As análises consideraram oito estudos (total de 281 pacientes), focando no efeito do tratamento no funcionamento cognitivo geral, com ênfase em 4 domínios cognitivos específicos: funções executivas, memória verbal e visual e funções visuoespaciais.

 

Como resultado, a pesquisa evidenciou que o tratamento não afetou o funcionamento cognitivo geral, nem significativamente as funções visoespaciais. No entanto, as funções executivas e os domínios de memória verbal tenderam a ter comprometimento pós-tratamento. O desempenho de tarefas de memória visual tendeu a melhorar. Por último, o tratamento não afetou significativamente as funções visuoespaciais. 

 

"Uma razão potencial para a melhora na capacidade cognitiva funcional após o tratamento dos aneurismas não rotos é o alívio da ansiedade. Antes do tratamento, o paciente se encontra como se fosse uma “bomba-relógio”. Essa ansiedade pode resultar em comprometimentos cognitivos importantes. Por essa razão, o tratamento busca aliviar a ansiedade e melhorar a cognição. Por outro lado, outros danos relacionados ao tratamento, como danos à substância cinzenta ou branca adjacente ou danos às paredes dos vasos sanguíneos, podem contribuir para pequenos déficits no funcionamento cognitivo", reforça Feres.

 

Alterações neuropsicológicas 

 

Cerca de metade dos pacientes com hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma cerebral podem vir a demonstrar sintomas significativos de ansiedade e depressão nos tempos posteriores à hemorragia. Porém, outros fatores de influência também precisam ser considerados, tais como: quantidade de hemorragia, a localização da ruptura e o tratamento adotado. 

 

"Quando falamos da localização da ruptura do aneurisma cerebral, aquela que ocorre na circulação posterior está associada a quadros clínicos mais delicados, inclusive com índices mais elevados de ansiedade e depressão e demais distúrbios de ordem psiquiátrica. Comparando a sua localização especificamente à artéria cerebral média, pacientes com rupturas do lado esquerdo desta artéria têm piores resultados cognitivos em relação a pacientes com rupturas do lado direito", completa Feres. 

 

Subnotificação de danos neurológicos e necessidade de acompanhamento global

 

"A desaternção aos sintomas neurológicos leves e intermediários, a dificuldade do acompanhamento de pacientes e grupos de risco que não acessam o sistema de saúde e a falta de atendimentos integrais que observem os impactos na saúde de maneira específica, mas abrangente, é ainda um grande desafio. Parte desses pacientes podem apresentar manifestações neurológicas e psicológicas tardias e ter seu processo terapêutico impactado. Por isso, é fundamental estabelecer o perfil cognitivo dos indivíduos atendidos, tanto antes, quanto após o tratamento, para que haja orientação neuropsicológica e indicação de processos de reabilitação que contemplem as necessidades e déficits apresentados", reforça Dra. Daniela Coelho, Psicóloga da Saúde e Neuropsicóloga - CFP, Especialista em Neurologia e Neurocirurgia – UNIFESP e Mestre em Neurologia e Neurociências - UNIFESP/ 

 

Implementar centros de triagem neurológica em hospitais e postos de atendimento é urgente. O acompanhamento longitudinal, com equipes multidisciplinares e check-ups médicos regulares, é fundamental para os pacientes com aneurismas. Incluir avaliação neurológica para examinar vários domínios cognitivos pode identificar alterações neurológicas, de maneira precoce, e assim trabalhar na redução da incidência de danos graves e riscos futuros.



INCA revela que 80% a 90% dos casos de câncer têm relação a causas externas

 

Cereais
Divulgação Jasmine Alimentos

No Dia Mundial de Combate ao Câncer (4 de fevereiro), especialistas alertam: existem alimentos que alimentam o câncer


Como já dizia Hipócrates, “que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio”. Há muitos anos, a humanidade conhece os benefícios de uma alimentação balanceada e saudável. O hábito regrado é o verdadeiro princípio de uma boa saúde e bem-estar. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a nutrição inadequada é uma das maiores causas preveníveis de câncer. Uma dieta pobre em verduras, legumes e frutas e abundante em gorduras de origem animal, produtos industrializados, açúcar e sal está relacionada à maior incidência geral de tumores que prejudicam a saúde do indivíduo. 

Atentar às escolhas alimentares é uma das estratégias mais importantes de autocuidado e prevenção ao surgimento de doenças, não apenas neste 4 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer. “Alimentos in natura, como verduras, legumes, frutas, oleaginosas, grãos e raízes, contribuem para a manutenção da saúde. Entretanto, preparações com alguns desses alimentos, como conservas, têm evidências que colaboram com a patogênese, devido à presença de nitritos e nitratos. Alguns estudos sugerem também que o excesso do consumo de carne vermelha pode aumentar o risco de câncer. As carnes processadas, por exemplo, já foram apontadas como cancerígenas pela OMS”, explica a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Dra. Adriana Zanardo.


Alimentos nocivos à saúde 

Diversos alimentos contêm substâncias cancerígenas que têm a capacidade de estimular a multiplicação celular de forma desenfreada e alterar o DNA celular, aumentando a chance do crescimento e desenvolvimento de células neoplásicas. “Os nitritos e nitratos presentes em alguns tipos de conservas e carnes processadas são altamente nocivos à saúde. Álcool e cigarro também são considerados cancerígenos”, pontua a nutricionista. 

Além da ingestão de certos tipos de alimentos, o excesso de peso está relacionado ao desenvolvimento do câncer pelo aumento da inflamação corporal. Isso se deve ao fato do estado pró-inflamatório colaborar para a multiplicação celular errônea. “Uma das explicações é que os níveis aumentados de insulina (comumente vistos em indivíduos com sobrepeso e obesidade) ativam uma enzima chamada PI3K. Essa enzima apresenta uma atividade exacerbada em diferentes tipos de câncer”, complementa Dra. Adriana. 


Qualidade nutricional: alimentos que previnem o câncer

Segundo o INCA, os principais tipos de câncer que acometeram a população brasileira em 2021 foram próstata, mama, cólon e reto, colo do útero e pulmão. Como a “comida de verdade” é a maior aliada e fonte de saúde, a nutricionista e consultora da Jasmine preparou algumas dicas práticas de quais alimentos priorizar em cada caso. “Além da base onipresente de verduras, legumes, frutas, oleaginosas, grãos, raízes e água no cardápio do dia a dia, existem alguns alimentos importantes que devemos priorizar”, explica. 

  • Câncer de Próstata: alimentos fontes de betacaroteno (cenoura, abóbora, manga, alimentos amarelo-alaranjados); licopeno (presente no tomate e, principalmente em preparações quentes porque é mais biodisponível com o calor); selênio (castanhas e sementes), e vitaminas D e E (castanhas, sementes e abacate).
  • Câncer de Mama: alimentos fontes de lignanas (presente na linhaça) e alimentos fontes de ômega 3 (castanhas, sementes de linhaça e chia, azeite de oliva, abacate, salmão, atum e truta).
  • Câncer de Cólon e Reto: alimentos fontes de fibras (verduras, legumes, frutas e grãos).
  • Câncer de Colo de Útero: alimentos ricos em vitaminas A, C e E (laranja, acerola e abacaxi). 
  • Câncer de Pulmão: vegetais crucíferos (brócolis, couve-de-bruxelas, repolho, couve-flor e couve), e alimentos fontes de betacaroteno e ricos em vitamina C (frutas cítricas, alimentos amarelo-alaranjados e iogurte). 

“Vale lembrar que as funções desempenhadas pelos alimentos dependem dos nutrientes que eles possuem. Para preservar esses benefícios nutricionais, precisamos atentar para as formas de produção e manejo desses alimentos. Uma dica que sempre destaco é: leia atentamente os rótulos para verificar a composição de ingredientes do produto em questão e se certificar que você está adquirindo um produto saudável e com reais propriedades nutricionais”, lembra a gerente de P&D da Jasmine Alimentos, Melissa Carpi. 

Além dos tipos de câncer mencionados, existem outros tumores frequentemente relacionados à alimentação inadequada, sendo a maior parte deles localizada em órgãos do sistema digestivo. “Outras evidências científicas relacionam a má alimentação ao câncer de boca, faringe e laringe, estômago, esôfago, endométrio, pâncreas, vesícula biliar, fígado e rim”, explica a nutricionista. 

Além de atentar ao que se põe à mesa, ter um estilo de vida saudável colabora para a prevenção do câncer, visto que muitas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são fatores de risco. Hábitos como praticar atividade física, dormir bem - tanto em relação ao número de horas como em qualidade do sono -, manter-se hidratado, manejo do estresse e realizar exames de rotina são importantes para a prevenção.

 


Jasmine Alimentos

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Cirurgia preventiva da coluna: é possível evitar um problema futuro?


Mesmo com o progresso tecnológico e o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas, ainda é comum encontrar pacientes com receio de realizar cirurgias da coluna, após idade mais avançada. Essa preocupação está associada à ideia de que pessoas mais velhas são mais vulneráveis aos procedimentos cirúrgicos. Mas, nem sempre esse fato corresponde à realidade.

 

Para o Dr. Marcelo Amato - médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna - essa discussão em relação à idade está um pouco ultrapassada. “Atualmente, com as técnicas mais modernas e o avanço da anestesia, é rotina realizarmos cirurgias da coluna em pacientes com mais de 90 anos”. Porém, alerta que, “em cirurgias muito grandes, mais específicas, as condições clínicas interferem e a idade é uma delas”.

 

Há casos em que o problema não está mais ativo e o paciente encontra-se assintomático e, mesmo assim, deseja realizar a cirurgia na coluna para que não tenha que se submeter ao procedimento posteriormente. 

 

É importante considerar que a indicação de uma cirurgia na coluna possui relação direta com os sintomas apresentados pelo paciente. “Se o paciente não está apresentando um quadro clínico que justifique uma intervenção cirúrgica, não adianta fazer uma cirurgia para evitar algum outro problema no futuro. Não existe cirurgia preventiva da coluna”, afirma o Dr. Amato.

 

Há, também, situações em que o paciente tem uma hérnia de disco com indicação cirúrgica e apresenta desgaste em outros níveis da coluna – o que pode sugerir indicação de uma intervenção mais complexa - ou seja, de outros níveis da coluna que já estão em desgaste; no entanto, esse não é um procedimento comum.

 

“É muito raro a gente precisar operar um outro nível, além do nível que está causando problema. Não há necessidade de fazer uma cirurgia se aquele segmento da coluna não apresenta problemas para o paciente”, explica o Dr. Amato.

 

Atualmente, é possível identificar se um disco ou algum segmento da coluna está causando dor ou sintomas ao paciente através de procedimentos como a discografia e os bloqueios diagnósticos.

 

 


Dr. Marcelo Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto e doutor pela USP São Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna. Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010. Possui publicações nacionais e internacionais sobre endoscopia de coluna, neurocirurgia pediátrica, tumores cerebrais, cavernomas, cistos cerebrais, técnicas minimamente invasivas, entre outros. É diretor do Centro Cirúrgico do Amato – Hospital Dia.

 www.neurocirurgia.com

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