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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Gestação na adolescência: Estudo inédito revela queda de 37%, nos últimos 20 anos

Diariamente, ocorrem cerca de 1150 nascimentos de filhos adolescentes no país


Estudo inédito aponta queda nas gravidezes adolescentes, nos últimos 20 anos, no Brasil. Realizada pela ginecologista Dra. Denise Leite Maia Monteiro, secretária da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a pesquisa considerou o número de nascidos vivos (NV) de mães de 10 a 19 anos de idade, entre os anos 2000 e 2019. No primeiro ano observado, mães adolescentes foram responsáveis por 23,4% do total de nascidos vivos. No último ano do levantamento, o índice caiu para 14,7% - revelando uma queda de 37,2%. A especialista aponta que apesar da importante evolução, o cenário da gestação adolescente continua preocupante no país. Dados do DataSUS/Sinasc apontam que a cada dia ocorram cerca de 1150 nascimentos de filhos de adolescentes.


A fim de aferir um retrato mais completo da gestação precoce, a pesquisa da Dra. Denise debruçou-se também sobre as taxas de fecundidade dessa população, de acordo com diferentes perfis etários e regiões e relacionou esses dados aos índices de desenvolvimento humano (IDH). De modo geral, o Brasil apresenta declínio do percentual de NV de mães adolescentes e redução da taxa de fecundidade por idade especifica (TIEF), tendendo a estar inversamente relacionado ao IDH.



Ao considerar o IDH de 2017 de cada região brasileira, observa-se maiores índices nas regiões Sudeste e Sul (0,80), seguido do Centro-Oeste (0,79), Norte (0,73) e Nordeste (0,71). “A proporção de NV de mães adolescentes do Sudeste e Sul são as menores do País, o que demonstra tendência inversamente proporcional ao IDH”, comenta a ginecologista da Febrasgo.



A gravidez na adolescência está associada à evasão escolar, maior perpetuação da pobreza gerando impactos pessoais e sociais. Na esfera da saúde, “a gravidez precoce acarreta inúmeras consequências para a adolescente e o recém-nascido. As complicações gestacionais e no parto representam a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos mundialmente, pois existe maior risco de eclâmpsia, endometrite puerperal, infecções sistêmicas e prematuridade, segundo a Organização Mundial da Saúde. Ainda há consequências sociais e econômicas como rejeição ou violência e interrupção dos estudos, comprometendo o futuro dessas jovens”, explica a médica.


Diferenças Regionais e Etárias

De acordo com o estudo, a Região Norte apresentou a maior taxa de gravidez na adolescência, seguida pelas regiões Nordeste e Centro-Oeste. As regiões Sudeste e Sul apresentaram indicadores abaixo da média brasileira.

Na estratificação etária, aponta-se ainda que a redução de gravidezes juvenis caminha em velocidades distantes ao observar aquelas ocorridas entre meninas de 10 a 14 anos (que apresentou redução de 26%) ante o grupo de 15 a 19 anos (que registrou 40,7% de queda). A Neste recorte, a Região Norte destaca-se também ao apresentar os maiores indicadores de gravidezes de crianças (10 a 14 anos) e menor diminuição percentual de ocorrências – podendo revelar desafios complementares ligados ao combate ao casamento infantil e abuso sexual infantil.

 


1. World Health Organization (WHO). Adolescent pregnancy. January, 2020. [cited 2021Feb08]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/adolescent-pregnancy.

2. Trends in teenage pregnancy in Brazil in the last 20 years (2000-2019). Rev Assoc Med Bras, 2021, in press

Oncoguia divulga lista de ações que podem ser tomadas pelos governos para minimizar os impactos da pandemia no câncer

A pandemia afetou profundamente as políticas de atenção oncológica. No início, o medo tomou conta. Exames, tratamentos e consultas pré-agendadas foram suspensos ou cancelados, tanto a pedido do paciente, como por medida de segurança adotada pelas instituições de saúde. Houve muito represamento. Aos poucos, o medo foi dando lugar à ansiedade e à angústia de não saber o tempo que levaria para o fluxo de atendimento voltar ao normal.

A cada ano no Brasil, cerca de 700 mil pessoas recebem o diagnóstico de câncer e 225 mil morrem. Em situações normais, o país já possui uma das mais altas taxas de diagnósticos tardios de câncer no mundo: 56% do total, podendo chegar a 80% no caso de câncer de pulmão.

Entre abril e maio de 2020, há registros de queda de até 75% no número de mamografias e mais de 50% em biópsias e cirurgias. Isso é um alerta de que não é mais possível esperar para colocar as ações de prevenção e controle do câncer no topo da agenda política, ainda que em paralelo às medidas de combate à pandemia, sob pena de colapso da atenção oncológica.

Uma epidemia de casos avançados de câncer já vem sendo anunciada pelas sociedades e pelos estudos científicos paralelamente às consecutivas ondas da Covid-19.

Apesar de tudo isso, e considerando a existência de vasta literatura mostrando que o prognóstico de uma infecção por Covid-19 não parece ser significativamente pior em todos os pacientes em tratamento de câncer, mas sim naqueles em tratamento de alguns tipos como câncer de pulmão e neoplasias hematológicas, além de estar relacionado aos fatores de risco tradicionais como idade, obesidade e doença pulmonar preexistentes, podemos dizer que, sim, já sabemos o que fazer. Por segurança, pacientes oncológicos, especialmente aqueles em tratamento quimio ou imunoterápico, além de imunossuprimidos severos, devem ser vacinados.

Nesse sentido, esta iniciativa busca entender todos os aspectos envoltos ao nosso atual cenário para priorizar o controle e o cuidado do câncer, apesar da Covid-19.

Nossa intenção é discutir e incentivar de forma transparente, colaborativa e sistematizada as melhores medidas institucionais e regulatórias a serem implantadas para garantir a realização segura e eficiente dos atendimentos relacionados à prevenção, ao  diagnóstico e ao tratamento do câncer.

Além disso, estamos acompanhando os desdobramentos da Portaria n° 3.712/20, que institui, em caráter excepcional, incentivo financeiro federal de custeio para o fortalecimento do acesso às ações integradas para rastreamento, detecção precoce e controle do câncer no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Oncoguia conclama aos órgãos sanitários para que se estabeleça imediatamente um Plano para Minimização dos Efeitos da Pandemia na Atenção Oncológica. Apresentaremos, também, paralelamente, nossas sugestões para enfrentar os principais problemas identificados na rede de atenção à saúde. Durante todo o período de pandemia, iremos articular com Conass (Conselho Nacional de Secretarias de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) a busca de um retrato fiel da situação nas diferentes localidades do país, para que as estratégias a serem propostas possam de fato ser efetivas.

Conheça os problemas detectados e as soluções sugeridas pelo Instituto Oncoguia:

Posicionamento 2 (atualizado) publicado em 31/05/2021 - download

Posicionamento 1 publicado em 27/11/2020 - download 

Acompanhe abaixo todos os passos desta iniciativa.

 

Jovens com veia empreendedora, desobedeçam a seus pais

De salvador da pátria durante a pandemia a mestre para quem deseja empreender. O que o e-commerce ensina a quem quer iniciar um negócio em 2021 e o que isso tem a ver com a síndrome do pé cansado


Hoje, acordei disposto a criar uma polêmica. Quero falar de um sonho que muito pai e mãe têm. Eles querem ver o filho com o diploma de advogado, médico, engenheiro. Mas o jovem, coitado, quer ser empreendedor. E isso dá futuro, rapaz? Não tem carteira assinada, não tem salário, não sabe nem se vai dar certo. Por mais que o Brasil já seja reconhecido internacionalmente por sua veia empreendedora, ainda há muito discurso conservador na contramão dessa tendência. Outro dia ouvi uma mãe desesperada porque o filho queria ganhar a vida vendendo artesanato. Você já viu alguém vendendo artesanato ficar rico? Eu já, minha senhora. Há pouco, uma empresa americana comprou um marketplace brasileiro de produtos artesanais por cerca de R$ 1 bilhão.

 

Se nas palavras de Adam Smith o capitalismo tem a sua mão invisível, que regula o livre mercado, costumo dizer que, em inovação, temos a teoria do pé cansado. Existe uma força oculta na sociedade que empurra milhões de pessoas todos os dias a andarem da mesma forma, na mesmíssima direção, ainda que seus calos apertem. E parece que elas não se incomodam. Mas os empreendedores precisam se incomodar, por mais que de início ninguém lhes dê um sapato confortável.

 

O e-commerce ensina a um empreendedor que, assim como os canais, as oportunidades e direções precisam ser múltiplas na vida – contanto que se integrem a um objetivo maior. Não podemos deixar que nosso pé cansado interrompa a caminhada, ou nos impeça de conhecer diferentes trajetos.

Tenho amigos que usam as redes sociais para reclamar. Reclamam da política, da saúde, da economia, das escolas públicas... Poderiam fazer diferente. Usar as redes para se inspirarem com novas ideias e tomarem atitudes. Se os sócios de uma startup no interior de São Paulo tivessem se contentado em apenas reclamar em suas redes, não teriam gerado um impacto tão profundo na educação brasileira de nível superior.

 

No início dos anos 2010, eles perceberam que, na média, metade das vagas ficava ociosa em determinados cursos de universidades particulares. Em contato com essas instituições, negociaram descontos, passando a oferecer as vagas com até 75% de bolsa em sua plataforma. Hoje, mais de 850 mil pessoas já se matricularam por meio do marketplace, sendo cerca de 60% mulheres das classes B, C e D, que estão no mercado de trabalho e pagam a própria mensalidade.

 

O e-commerce nos ensina a observar os números. Ninguém que trabalha com vendas online tira o olho deles por mais do que cinco minutos. Em meio a taxas recordes de desemprego, o Brasil vive um momento muito especial de abertura à inovação. Nesse mercado, a impressão é que falamos de outro país. Sobram oportunidades.

 

De acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscom), o Brasil forma a cada ano cerca de 45 mil pessoas na área, enquanto as empresas abrem 70 mil vagas no período. O investimento de grandes corporações em startups é crescente. Até maio, as startups brasileiras levantaram US$ 3,2 bilhões em investimento, 90% do total contabilizado em 2020, conforme relatório do Distrito.

 

O mercado está disposto a pagar por inovação e inovar combina com o setor de e-commerce, que significa mudança constante. Um site de vendas está sempre em busca de novos serviços, sobe produtos na home durante algumas horas para o site ganhar competitividade. Troca de home como quem troca de roupa.

 

Nesse cenário, os sonhos dos pais precisam mudar, porque os dos filhos já mudaram. Das empresas cadastradas na base da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), mais de 70% são lideradas por empreendedores entre 25 e 40 anos de idade.

 

O novo empreendedor tem habilidade de se planejar na escassez e no excesso. Caso não tenha recursos para investir em projetos, cria uma interface de financiamento coletivo. Se as informações de determinado setor estão desorganizadas, desenvolve uma plataforma que mapeia dados e os exibe com clareza, ajudando outros cidadãos a interagir, buscar apoio, realizar novas descobertas. O e-commerce, por exemplo, nos inspira a ser facilitadores de decisões de terceiros. E isso é puro empreendedorismo.

 

Em seu livro “Um novo jeito de trabalhar”, Laszlo Bock, ex-vice-presidente sênior de Operações de Equipe do Google, atribui o ambiente lúdico e colaborativo da empresa a algumas questões, como o fato de seus fundadores terem estudado em uma escola Montessori nos EUA. Entre os méritos desse modelo de ensino estão a autonomia que dá aos alunos, o estímulo ao questionamento e à capacidade criativa. Algumas pessoas entenderam errado e acharam que, para suas empresas terem sucesso, bastaria colocar um pula-pula na sala de reunião. Não é uma questão de brinquedos, mas de cultura.

 

O método montessoriano se contrapõe ao modelo tradicional de absorção passiva de conteúdo, que ignora nuances, diferentes jeitos de ser das pessoas, e encoraja a estudar para passar na prova, sem que isso seja sinônimo de aprendizado técnico e emocional.

 

Certa vez, ouvi de um palestrante estrangeiro, com mais de 50 anos de experiência em empreendedorismo e investimento em startups, que no início de sua carreira ele valorizava as ideias brilhantes. Com o tempo, percebeu que ideias brilhantes eram insuficientes. Para investir em uma startup, ele procurava empreendedores com capacidade de executá-las.

Na São Paulo que se recupera da pandemia, já começo a ver as ruas mais cheias de carros, congestionamentos. Ainda não é como acontecia antes, mas parece que alguns não veem a hora de retomar certos hábitos que fizeram as nossas grandes cidades como elas são: barulhentas, poluídas, sem planejamento para o bem-estar de seus habitantes, muito concreto e pouco humanas. Como gestor de e-commerce, eu me pergunto todos os dias: o que dá para fazer diferente? Tem momentos que não dá para fazer as coisas como sempre foram feitas. Fica a dica: jovens com veia empreendedora, desobedeçam a seus pais!

 


Hugo Alvarenga - sócio-fundador da b8one, laboratório de soluções digitais especializado em e-commerce, que cresceu 800% em faturamento em 2020 e atua para grandes marcas em 11 países.


A Fadinha do skate e as características impressionantes da Geração Z: o que podemos aprender com ela?

Quem não se apaixonou pela querida Rayssa Leal, adolescente de 13 anos que trouxe a medalha de prata inédita do skate feminino para o Brasil, pode ser que esteja morando em outro planeta.

Brincadeiras à parte, comecei a observar e admirar o jeito leve da Fadinha, e, ao mesmo tempo, relembrei a discussão e rixa entre as gerações Y e Z, geradas por uma thread no Twitter no final do mês de junho, e fiquei pensando, como nós, das gerações anteriores, podemos criticar a Geração Z, sendo que a Rayssa parece "perfeita, sem defeitos"? Ela que é pura representatividade: mulher, nordestina, pioneira e a atleta mais jovem a trazer uma medalha para nosso país.

Portanto, minha intenção com esse texto é mostrar algumas características positivas da Geração Z, encontradas na maneira de agir da Rayssa (sem ser cringe, claro), e o que podemos aprender com elas, afinal, os jovens dessa geração estão invadindo o mercado de trabalho, encontram-se em peso nas turmas iniciais da graduação que leciono e começaram a consumir diversos produtos e serviços.


Diferenciando as gerações

Os grupos etários, também conhecido como Gerações, apresentam valores, necessidades e padrões de comportamento semelhantes, formando assim uma subcultura que pode conter importantes segmentos de mercado (MOWEN; MINOR, 2003), afinal, cada grupo etário sofreu grandes influências e foi marcado por fatos históricos, tecnologia, valores, atitudes e predisposições de uma época (PARMENT, 2013).

De acordo com os autores Blackwell, Miniard e Engel (2011), existe grupos etários importantes para as empresas, os quais denominam-se como: baby boomers, a Geração X, a Geração Y, Geração Z e Geração Alpha (nascidos pós 2010, ainda crianças e pré-adolescentes).

Entenda um pouco melhor sobre a diferença de cada uma das gerações, e como nós, das gerações anteriores, podemos aprender com a geração Z, ou como você dessa geração pode se orgulhar e ressaltar ainda mais os pontos positivos de um verdadeiro Z-lennial .


Baby Boomers

Os baby boomers são pessoas nascidas no período após a Segunda Guerra Mundial, de 1946 a 1963 (algumas literaturas falam que é até 1964). Durante a Grande Depressão, que ocorreu em 1929 e se arrastou na década de 30, houve uma redução drástica no número de nascimentos nos Estados Unidos. Após esse período de turbulência, houve um boom na taxa de nascimentos, o que caracteriza o nome desta geração - baby boomers (BLACKWELL; MINIARD; ENGELS, 2011; MOWEN; MINOR, 2003).

De acordo com Parment (2013), essa geração caracteriza-se por uma perspectiva revolucionária, vivenciaram a revolta estudantil de 1968, em Paris, e a guerra no Vietnã; começaram a ter mais acesso a viagens que seus pais, e foram fortemente impactados pela frase ‘tudo é possível’, ao ver o homem pisar pela primeira vez na Lua, televisão em cores e viram despontar grandes ícones, principalmente do rock and roll, como Beatles e Bob Dylan, nascendo em tempos de esperança e amor.

Para os nativos dessa geração, as regras eram mais claras, o espaço de trabalho limitava-se ao escritório, responsabilidades eram individuais e específicas e sabia-se exatamente a hora de chegar e de sair do trabalho. Hierarquias para essa geração é algo necessário, e os mais velhos costumavam ensinar aos mais novos dentro de uma empresa, sociedade ou vida pessoal (BOX 1824, 2012).

Após o período de grandes turbulências e guerra, as instituições e empresas representavam a estabilidade tão sonhada por todos da época. Logo, as pessoas tendiam a entrarem numa grande empresa, com o intuito de aposentarem-se, onde ter um emprego garantia status social, para casar-se e ter filhos. O trabalho não se misturava com a vida pessoal e não existia hora-extra trabalhada em casa (BOX 1824, 2012).

Trabalhar muito era sinônimo de disciplina e honra, e isso se reflete no consumo. Os sacrifícios diários garantiam o sustento da família e sabiam que mais cedo ou mais tarde grandes recompensas viriam (BOX 1824, 2012). São apegados às instituições, ao tradicionalismo, às regras, à hierarquia e honram as suas dívidas; possuem dificuldades com a tecnologia e são resistentes às mudanças (BLACKWELL; MINIARD; ENGELS, 2011; MOWEN; MINOR, 2003; BOX 1224, 2012).


Geração X

A geração X é composta por pessoas nascida entre 1964 (algumas literaturas falam que é a partir de 1965) e 1979 (MOWEN; MINOR, 2003). Foi muito impactada pela turbulência social e econômica, deixando-a menos otimista, porém mais autoconfiantes.

Eles vivenciaram o crescimento dos computadores pessoais e, com isso, o aumento da capacidade de armazenamento de informações, a popularização de divórcios, a explosão da Aids e o multiculturalismo.

Viveram em período de Guerra Fria (BLACKWELL; MINIARD; ENGELS, 2011; MOWEN; MINOR, 2003). De acordo com Mowen e Minor (2003), essa geração é marcada por dar importância à religião, aos ritos formais, como por exemplo a formatura e os certificados adquiridos ao longo da vida, são materialistas e homens e mulheres passaram a competir entre si vagas no mercado de trabalho.

Essa geração é workaholic (viciada em trabalho), misturando o trabalho e a vida pessoal, e são competitivos desde criança, por conta do primeiro videogame ser bastante utilizado por essa geração, na qual no trabalho fazem de tudo para terem um crescimento rápido, buscando sempre as melhores propostas das empresas e desconfiando das mesmas, ao contrário da geração baby boomer, que as viam como um porto seguro (MOWEN; MINOR, 2003; BOX 1824, 2012).

Valorizam mais a meritocracia que anos de experiência na empresa, procurando formas de se destacarem individualmente e serem mais independentes. O vencedor, para essa geração, era quem chegasse primeiro na diretoria. Nessa lógica, um bom guarda-roupas e um bom cartão de visitas ajudavam a fechar negócios e expandir seus contatos; estar no lugar certo e na hora certa era o que definia sua carga horária e o espaço do seu trabalho foi estendido para o happy hour (BOX 1824, 2012). No consumo, essa geração gosta de ostentar seus cargos, por meio de suas conquistas. Prezam as marcas e status (BOX 1824, 2012).


A Geração Y ou Millenials

A geração Y, formada por adultos que buscam maior interatividade com a Internet, são inovadores e valorizam a participação e controle de informações, se negando a serem usuários passivos (TAPSCOTT, 2010). É composta por pessoas nascida entre 1980 e 2000 (PARMENT, 2013). Alguns autores também alegam que a geração Y nasceu de 1980 e 1995, como Oliveira (2010). Possuem grandes inspirações, onde muitos planejam ou já são donos de seu próprio negócio, por conta de sua mentalidade digital, líquida e coletiva, a qual já afeta a maneira de se trabalhar. Querem curtir o caminho, ao invés de chegarem em seu destino final (BOX 1824, 2012).

De acordo com Box 1824 (2012), a geração Y não tem muita paciência, pois estão habituados a um mundo com mobilidade, instantaneidade, simultaneidade e velocidade, por conta da tecnologia em seus tablets e smartphones.

Parment (2013) alega que a geração Y não quer assumir perspectivas fornecidas pelas autoridades, sem acrescentar um pouco de sua própria reflexão, algo que explica a perda de poder para os sindicatos, igrejas e partidos políticos. Nasceram em tempos de maior estabilidade econômica, o que lhes permitiu ter mais acesso à educação e comunicação; é a mais confiante e independente de sua história; possui maior contato com TV à cabo, internet, novas tecnologias e globalização, por isso, conseguem exercer múltiplas tarefas ao mesmo tempo.

São mais conectados, participantes de redes sociais, geradores de conteúdo, repudiam o trabalho servil. Logo, trabalham para viver, não vivem para trabalhar (TAPSCOTT, 2010). Por nascer em tempos de maior escassez de recursos naturais, têm maior preocupação com questões ambientais. Saem cada vez mais tarde da casa dos pais (TAPSCOTT, 2010).

A geração Y possui prioridades diferentes das outras gerações, valorizando ideais próprios, buscando mais lazer e participando de festas. São menos hierárquicos e tradicionalistas, multiculturais, não prezando pelo bem material, mas sim por suas experiências (BOX 1824, 2012).

Porém, há diferenças importantes entre a Geração Y e a Z. A Geração Z, por nascer num ambiente mais complexo e mutável, consegue trabalhar melhor em equipe que a geração Y, sendo um pouco menos individualista, além de ter mais atenção às causas ambientais e sociais, como verificaremos a seguir.


Geração Z e o que podemos aprender com a Fadinha

A Geração Z é composta por indivíduos nascidos a partir de 1995 até 2010 (PARMENT, 2013), ou de até 2000 até 2010 (OLIVEIRA, 2010). Por serem nativos digitais, se adaptam facilmente às novas tecnologias e velocidade na captação de conteúdo.

Esta geração é muito marcada por mudanças políticas, sociais e tecnológicas que influenciaram e alteraram as suas crenças e formas de viver. Sempre conheceram um mundo instável e estão acostumados à turbulência que os rodeia. Um marco dessa geração é a queda das Torres Gêmeas, nos Estados Unidos da América, em 2001. Logo, esses jovens encaram o mundo de uma forma mais pragmática e realista do que os seus pais. Particularmente, muitos enfrentaram a crise econômica diretamente, vendo os seus pais cortarem despesas do lar ou até a perderem os seus empregos (SILVA, 2017).

São jovens ativos, multifacetados, conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo. É uma geração empreendedora e inovadora, que procura deixar a sua marca pessoal em tudo que faz. Notem que a Fadinha, ao mesmo tempo que escuta suas músicas favoritas em seus treinos, também entre uma pausa e outra consegue fazer conteúdo no TikTok e conversar com seus fãs.

Além do mais, essa geração consegue facilmente ignorar aquilo que não é do seu interesse, ou seja, criam barreiras de atenção onde apenas absorvem aquilo que realmente lhes interessa.

Podemos ver essa característica no retorno de Fadinha ao nosso país: ela não quis posar para fotos ao lado de políticos de sua cidade, afinal, quando ela precisava de patrocínio e auxílio da secretaria de esportes do município, solicitados pelo seu pai, não obteve ajuda.

Destarte, essa geração está habituada a se comunicar por vídeos e imagens (vide o TikTok), reduzindo o número de palavras utilizadas, onde o segredo é simplificar a forma como se comunica com eles. Como são nativos digitais, a tecnologia já faz parte do seu dia a dia, bem como expor um pouco mais da sua vida nas mídias sociais. Além do mais, a geração Z também gosta de viver no agora e as suas necessidades têm que ser satisfeitas de imediato.

Outra característica dos indivíduos dessa geração é trabalhar com mais facilidade com a diversidade, igualdade de gênero e globalização, já que para eles não existem fronteiras geográficas e a globalização é um termo que utilizam desde a infância (SINGH, 2013). Olhem como a Rayssa se conecta genuinamente com a skatista filipina Margielyn Didal, fazendo dancinhas juntas no TikTok, além de terem um fair play impressionante e admirável na competição.

A Fadinha também dialoga sem problemas com os skatistas mais velhos e pioneiros, como por exemplo Tony Hawk (da geração Baby Boomer), seguindo seus conselhos, compartilhando os treinos e interagindo nas mídias sociais. Também se espelha e compartilha suas conquistas e vivências com Letícia Bufoni (Geração Y) e Pâmela Rosa (também da Geração Z).

Além do mais, a Geração Z também possui espírito crítico em relação aos assuntos que os rodeiam, pois convivem com mudanças em diversos âmbitos, desde que nasceram, sendo muito sensíveis aos assuntos igualdade social e às alterações climáticas (SILVA, 2017). Note que Rayssa, ao voltar para o Brasil, pede aos seguidores para não aglomerarem no aeroporto, quando ela chegasse ao Maranhão, nem quando passasse com caminhão de bombeiros por sua cidade, Imperatriz.

Por conta da sobrecarga de informações, os Z’s procuram, de maneira corriqueira, momentos de diversão e formas de fazer mais rápido, melhor e de maneira mais divertida, as tarefas, na sua vida social, no local de trabalho ou mesmo nas suas compras. Valorizam experiências incríveis e significativas na sua vida (SILVA, 2017). Em entrevista para o Globo Esporte, após a conquista da prata nas Olimpíadas, Rayssa disse que "eu só me diverti, é o que eu mais sei fazer".

A medalha de prata na ginástica artística geral (feminino individual), Rebeca Andrade, também da geração Z, ao falar carinhosamente sobre Simone Biles, torcia para que a ginasta voltasse a se divertir nas competições.

Por fim, sabemos que todas as gerações são compostas por suas luzes e sombras, logo, podemos aprender muitas coisas com todas. Atuando em times, considere representar cada uma delas, principalmente com a Geração Z, tão criticada nos últimos meses pelas gerações anteriores.

Que nós, das gerações baby boomer, X e Y, possamos aprender com a geração Z a saber dizer não ao que não faz parte de nosso propósito e verdade, não termos medo de pontuar o que é certo e errado para nossas vidas; que levemos em consideração trabalharmos com maior cooperação e menor competição. Também acho incrível a visão de mundo desses jovens, sua tolerância ao diferente, aceitação e maior engajamento e sensibilidade com as causas sociais e ambientais. Que possamos aprender com eles a levar a vida de uma maneira mais leve, não nos esquecendo de trazer e priorizar a diversão (sempre que possível) nos diversos âmbitos de nossa vida.

 


Mariana Munis - professora de Marketing e Comportamento do Consumidor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.

Imunização como sinônimo de Educação

Com tantas transformações ocorridas nos últimos meses, sobretudo com o impacto da pandemia na aprendizagem dos alunos e o avanço da vacinação entre os professores e colaboradores das comunidades escolares, é difícil não depositar esperanças no início de um novo semestre ou, pelo menos, não refletir sobre os rumos que o processo educacional trilhará.

Segundo levantamento que abrange 94% das escolas básicas brasileiras, divulgado no mês de julho pelo INEP, 21,9% das escolas privadas retornaram às aulas em 2021 com a realização concomitante de atividades presenciais e não presenciais. Na rede pública, 4% das escolas adotaram essa medida.

De acordo com o recente estudo, 99,3% das escolas brasileiras suspenderam as atividades presenciais e 90,1% não retornaram às atividades presenciais no ano letivo de 2020. A média no país foi de 279 dias de suspensão de atividades presenciais em 2020, considerando escolas públicas e privadas. Esses dados corroboram com a percepção e diagnóstico realizado por muitas instituições no primeiro semestre de 2021, de que é urgente a necessidade da retomada presencial das atividades escolares envolvendo o maior número de alunos possível. 

O retorno à escola é sempre uma oportunidade de crianças e adolescentes voltarem a manter uma saudável rotina de horários e estudos. Sem dúvidas, o anunciado retorno das aulas com e pós vacinação não deverá ser tão traumático como as tentativas realizadas até o momento em todo o país. Porém, isso não significa que será menos desafiador.

Com estados já autorizando as escolas a retomarem suas atividades com 100% de sua capacidade, automaticamente, a discussão se desloca para outro nível: o que conseguiremos conservar de tudo que foi construído, criado e aprendido neste tempo adverso que poderá aprimorar o ensino de forma efetiva? De acordo com o levantamento realizado pelo INEP, a realização de reuniões virtuais para planejamento, coordenação e monitoramento das atividades foi a estratégia mais adotada pelos professores para dar continuidade ao trabalho durante a suspensão das aulas presenciais. A comunicação direta entre aluno e professor (e-mail, telefone, redes sociais e aplicativo de mensagens) foi a estratégia mais adotada para manter contato e oferecer apoio tecnológico junto aos estudantes.

Há uma expectativa de que os professores mais experientes neste universo digital transitarão entre o ensino remoto e o ensino presencial, tendo em vista as diferentes maneiras de utilizar os ambientes escolares e virtuais para potencializar a aprendizagem, combinando tecnologias e metodologias ativas para que todos os alunos sejam acompanhados em suas demandas pedagógicas e emocionais. A gestão escolar, sem dúvidas, adotará ferramentas e rituais virtuais que preencham espaços que antes desafiavam a própria capacidade da liderança em conseguir alcançar a todos. Já a família, viveu experiências tão marcantes do que é lecionar para uma criança, que a comunicação entre a escola e a casa se intensificou de modo singular e especial, potencializando essa parceria muitas vezes tímida.

Por outro lado, parte do aprendizado revisita aquilo que já não precisa mais ser feito, ou o que carece adequação. A intensidade de comunicação virtual, em decorrência da distância e sanada pelos meios tecnológicos, tende a ser amenizada pelo encontro presencial. A tentativa incansável das instituições em replicar os momentos marcantes do ambiente escolar, como as festividades e comemorações, já não serão necessárias, pois poderão, com novas regras, serem retomadas, o que não impede de ainda serem transmitidas aos pais viajantes e ausentes do contexto presencial.

No retorno à rotina escolar, tudo o que precisamos é fugir da antiga rotina. Será a oportunidade de construir novos hábitos, especialmente os de higiene e saúde. A manutenção dos cuidados e dos protocolos irão se tornar parte do fazer escolar. A escola é um espaço próspero para a construção de bons costumes, regras e transformação social. Se formos capazes de aproveitar a experiência pandêmica para evoluir, poderemos ver a tecnologia – que permite um percurso formativo mais individualizado, complementando as propostas presenciais – como sendo o lado cheio do copo.    

 


Milena Fiuza - gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino


Crescem as invasões a contas do Mercado Livre

A segurança dos perfis de usuários da internet é objeto de constantes alertas, para tentar reduzir os riscos de invasões, que tem se tornado cada vez mais frequentes. 

Estas invasões não se restringem apenas às contas bancárias, instituições financeiras e redes sociais, mas também atingem plataformas de comércio eletrônico, gerando imensos transtornos e prejuízos àqueles que passam por esta frustrante experiência.
 
Este é o caso das invasões de contas, realizadas por criminosos digitais, de vendedores do Mercado Livre, que acabam sofrendo com desvios dos valores provenientes de suas vendas.
 
Além dos desvios destes valores, constatou-se que esses criminosos acessaram as lojas virtuais para alterar informações de produtos e aplicar outros golpes a eventuais clientes.
 
Neste caso, tanto os vendedores, quanto seus clientes/consumidores, foram vítimas destes cibercriminosos.
 
Mas isto não é tudo. Há registros de casos nos quais o criminoso contraiu empréstimos pelo perfil invadido do vendedor, aumentando, ainda mais, as consequências danosas desta invasão.
 
Por estas razões, adverte-se que algumas medidas básicas de segurança precisam ser observadas, uma vez que auxiliam para que os usuários não se tornem vítimas desta modalidade criminosa.
 
Medidas simples são imprescindíveis, tais como: utilizar senhas diferentes para cada plataforma, sempre ativar a autenticação em dois fatores, não clicar em links encaminhados por perfis não oficiais do Mercado Livre, ter atenção aos contatos recebidos (golpistas se passam por representantes destas plataformas), além de manter o sistema operacional e o antivírus sempre atualizados.
 
Quando a vítima desconfia ou percebe a invasão, sofre furtos e/ou tem contraídos empréstimos fraudulentos, é preciso reagir com rapidez, lavrando o Boletim de Ocorrência e providenciando a comunicação extrajudicial a estas plataformas. Tal comunicação tem se mostrado suficiente para resolver estas questões, além de ser mais célere e menos custosa. Porém, caso tais providências não resolvam, há que se providenciar a respectiva medida judicial.

 

Assim sendo, medidas preventivas básicas, como as citadas, devem ser observadas, pois podem ajudar a evitar prejuízos, todavia, diante da ocorrência de prejuízos, há que se buscar sua reparação junto à plataforma.
 
Inegavelmente, assiste-se ao aumento dessas invasões a perfis, o que tem preocupado a todos, especialmente pelos transtornos e prejuízos causados, além do cenário no qual os vazamentos de dados pessoais, na internet, se tornam cada vez mais frequentes.

 

 


Flávio Filizzola D’Urso (@flaviodurso) - Advogado Criminalista, Mestrando em Direito Penal pela USP, Pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade de Coimbra (Portugal), com Especialização pela Universidade de Castilla-La Mancha (Espanha), integrou o Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (2018), foi Conselheiro Estadual da OAB/SP (gestão 2016-2018) e é coautor das obras “Advocacia 5.0” e "Comentários à Lei Geral de Proteção de Dados".


Liberdade de expressão no esporte: entenda preocupação do COB com atletas olímpicos nas redes sociais

A liberdade de expressão possui limites. Independente da posição que você ocupa na sociedade, seja você artista, jogador de futebol, atleta olímpico ou jornalista. Advogado de famosos como Dilsinho, Ferrugem, Luísa Sonza, Jorge Aragão, Marcelo Falcão, entre outros, José Estevam Macedo Lima fala da liberdade de expressão no esporte, principalmente no período olímpico.  

“Os limites estão na própria Constituição Federal, quando o artigo 5º inciso X, declara que são invioláveis a honra , a vida privada , a privacidade e imagem, cuja a violação acarreta em indenização por danos morais e materiais, e até mesmo em responsabilização criminal. O comportamento nas redes sociais deve ser sempre de forma responsável e em conformidade com a legislação. Conselhos, movimentos, piadas, xingamentos e tudo aquilo que, em tese, possa atingir a honra subjetiva e objetiva das pessoas, que invada a intimidade e a vida privada deve, sim, ser evitado. Mas isso não quer dizer que não possamos falar nada, porém a linha é muito tênue, entre a opinião e aquilo que deve ser evitado”, afirma.

O especialista, que defende celebridades judicialmente dos cancelamentos virtuais, cita, inclusive, a preocupação do COB (Comitê Olímpico do Brasil) com os atletas olímpicos nas redes sociais.

 

“É importante que os atletas estejam cercados de profissionais que os possam orientar e adequar suas manifestações à legislação pertinente. Tal preocupação hoje é real, tanto que o próprio o COB (Comitê Olímpico do Brasil) divulgou uma nota na quarta-feira (28), pedindo aos atletas que se concentrem nas competições e evitem discussões na internet durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. Note-se a seriedade do assunto a ponto do próprio Comitê Olímpico alertar os integrantes da delegação brasileira para seguirem as diretrizes do Comitê Olímpico Internacional para uso das redes sociais”, explica.


Incentivado pela "economia circular", setor industrial busca reciclar resíduos e implantar métodos sustentáveis na rotina

 Mesmo ocupando quarto lugar no ranking mundial de produção de lixo, Brasil possui 76,5% de sua indústria inserida em práticas sustentáveis


Recente levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) destaca  que o Brasil é o quarto maior produtor de lixo em todo o mundo. Com uma produção de resíduos de aproximadamente 79 milhões de toneladas por ano, o país ainda mostra dificuldades para destinar de forma consciente seus resíduos — segundo a pesquisa, cerca de 40% de todo o montante ainda é designado de maneira  incorreta.

Mas mesmo nesse  cenário, o país tem demonstrado  que está em busca de tornar sua geração de resíduos cada vez mais alinhada aos conceitos da “economia circular”— pelo menos no segmento industrial. Dados levantados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2019, apontam  que cerca de 76,5% das instituições do setor desenvolvem alguma iniciativa de “economia verde” em suas rotinas.

Conceito econômico que preza pelo desenvolvimento sustentável e consciente de recursos, a “economia circular” propõe que os resíduos sobressalentes sirvam como matéria-prima para outros segmentos, ou até mesmo como fonte de energia para a própria cadeia produtiva. Exemplo disso é a Alegra, indústria de derivados suínos localizada nos Campos Gerais, que conta há quatro anos com um contrato de parceria para a reutilização de orgânicos e de outros materiais, como papelão, plástico e metal. "Nesse contrato comercial, que firmamos com uma empresa de reciclagem, e que possui toda sua documentação ambiental atualizada,  doamos o resíduo produzido pela indústria em sua totalidade e, em contrapartida, a companhia realiza a triagem e fornece toda a mão de obra  para o transporte e destinação final”, explica o analista técnico do Meio Ambiente da Alegra, Celso Rota.


Resíduos recicláveis

Além da parceria para a reutilização de detritos, a Alegra também já reduziu em quase 24% o uso  de recursos orgânicos não recicláveis sem sua produção durante a pandemia. Aliado a isso, a utilização  de materiais recicláveis, como plástico e madeira, cresceu 40%  e 41%, respectivamente, de 2019 para 2020. “O objetivo é reduzir ao máximo o volume de não recicláveis. Desenvolvemos , inclusive, uma campanha  em cada uma das unidades para a conscientização de toda a cooperativa, com o uso de lixeiras diferenciadas por cores, nas quais o  colaborador separa os itens recicláveis dos não reutilizáveis ”, acrescenta.

A indústria paranaense também tem  planos para a implantação de projetos de energia solar e gestão hídrica de efluentes, que deverão ser iniciados em 2022. “Esses programas só não saíram do papel ainda devido às mudanças de planejamento causadas pela pandemia, mas estão no radar e deverão ser trabalhados  em breve”, finaliza o analista.

 


Alegra

www.alegrafoods.com.br


Detran.SP dá dicas de segurança na Volta às Aulas para evitar que crianças virem vítimas de acidentes

Transporte em cadeirinhas, uso do cinto de segurança e cuidados na hora do desembarque são essenciais para evitar ocorrências

 

 

Com a queda dos números de novos casos e óbitos provocados pela covid-19, as aulas presenciais nas redes estadual, municipal e particular de ensino foram retomadas. Diante disso, o Detran.SP reforça a importância de uma série de providências e cuidados no transporte das crianças para evitar acidentes ao longo do percurso até as escolas.

 

Confira algumas dicas valiosas para garantir a segurança, tanto dos pais quanto dos alunos no trânsito das cidades:

 

1.           No transporte de carro:


·        Crianças até 1 ano de idade: devem ser levadas em cadeira bebê conforto presa ao cinto de segurança, instalada no banco traseiro de costas para o movimento;


·        Crianças de 1 a 4 anos: a cadeirinha deve ser colocada de frente para o movimento na posição vertical e presa com cinto de segurança;


·        De 4 a 10 anos ou até 1,45 m de altura: transportar a criança em assento de elevação (ou booster) para que o cinto de segurança fique acomodado no quadril, centro do peito e meio do ombro, e evite impacto em uma colisão. A não utilização do equipamento implica em multa gravíssima, com 7 pontos na CNH e valor de R$ 293,47.


·        Acima dos 10 anos e adultos devem sempre usar o cinto de segurança nos bancos dianteiros e traseiros.


·        No caso de vans: é obrigatório que todos os assentos tenham cinto de segurança

 

2.   No desembarque do veículo:


·        Esperar o veículo parar completamente;


·        Desembarcar a criança sempre do lado da calçada e nunca para a rua. Para facilitar, uma dica é instalar a cadeirinha já do lado que irá descer.

 


3.   Na escolha do veículo de transporte escolar:


·        Verificar se tem autorização para este tipo de transporte; se o condutor tem CNH categoria D ou E e fez o curso especializado para esta categoria;


·        A van deve ter a inscrição ESCOLAR, cinto de segurança em todos os bancos, estar em bom estado de conservação, ter extintor de incêndio, entre outros itens de segurança. Se for utilizar o carro, sempre travar as portas traseiras.


 

4.   Na condução do veículo:


·        Não parar em fila dupla na porta das escolas, pois pode gerar acidentes, colocar em risco a criança no momento do desembarque e atrapalhar o trânsito;


·        Nunca desviar o olhar da direção ou se virar para falar com as crianças, pois perderá o foco da via e poderá ocasionar um acidente ou atropelamento;


·        Não usar fones de ouvido e nem celular pois desviará a atenção aos sons e à via;


·        Planejar o tempo do percurso da casa até a escola é importante para evitar correrias ou ultrapassar o limite de velocidade. 


·        Por fim, obedecer as leis de trânsito é essencial para um trânsito mais seguro e evitar acidentes.

 

”Os pais ou responsáveis pelas nossas crianças precisam estar atentos aos mínimos detalhes. São coisas simples, mas que podem fazer toda a diferença e evitar riscos desnecessários. Parar em fila dupla na porta das escolas, por exemplo, pode gerar acidentes, coloca-las em risco no momento do desembarque e atrapalhar o trânsito”, alerta Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.

 

O cuidado com as crianças, seja no transporte em veículos ou nas vias urbanas das cidades, é vital. Segundo o Datasus, o trânsito é o principal fator responsável por mortes de crianças de 1 a 14 anos, cerca de 37% no Estado de São Paulo. A estatística consta no último levantamento divulgado pelo instituto, em 2019. Em segundo lugar aparece afogamento, com 28%, 13% sufocação, 7% queda, outros 7%, 4% envenenamento e 4% queimadura.



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