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segunda-feira, 5 de julho de 2021

O sistema respiratório pós-Covid

 O pulmão é o órgão mais afetado pelo coronavírus, podendo ser necessário recorrer a terapias de reabilitação


A pandemia de Covid-19 trouxe diversos desafios para a comunidade. Afinal, vimos os índices de síndrome respiratória aguda crescerem desenfreadamente.

Ainda que vários aspectos do vírus continuem a nos desafiar, graças ao incansável trabalho dos profissionais de saúde e cientistas da área, hoje já temos mais informações sobre o comportamento do Sars-CoV-2 no sistema respiratório. O médico intensivista e coordenador do Núcleo de Assistência Ventilatória (Nuav) do Hospital Brasília, Rodrigo Biondi, explica quais são as medidas que ajudam a recuperar a saúde do pulmão pós-Covid.


Como o coronavírus age no sistema respiratório?

A principal função do sistema respiratório é a produção do oxigênio que “alimenta” todas as estruturas do corpo e a eliminação de gás carbônico. Quando há dificuldade no processo de respiração e inspiração é preciso ficar atento à saúde, principalmente, do pulmão.

No caso da infecção por Covid, este é o órgão mais afetado, visto que o vírus entra no corpo a partir das vias aéreas superiores (nariz e boca). O médico explica: “Uma vez dentro do organismo, o Sars-CoV-2 penetra nas células pulmonares, produz inflamação local e provoca pneumonia viral que pode gerar síndrome respiratória grave.”


Tratamento

O diagnóstico de coronavírus pode gerar medo e muitos pacientes têm manifestado crises de ansiedade que às vezes são até confundidas com a queda de oxigenação causada pela infecção. Porém, para além do receio, existem medidas que podem ser tomadas a fim de assegurar o bem-estar de quem está em isolamento e das pessoas com quem ele mora:

  • manter a porta fechada e as janelas abertas para que haja circulação de ar e entrada de luz solar;
  • manter a hidratação através do consumo de bastante líquido, principalmente água;
  • não compartilhar copos, pratos e talheres em hipótese alguma;
  • usar máscara sempre que utilizar espaços comuns;
  • monitorar a oxigenação sanguínea (o valor ideal é acima de 93%);
  • buscar atendimento médico caso a febre perdure ou haja falta de ar. 

Após o fim dos sintomas é preciso realizar uma avaliação para analisar possíveis sequelas e checar se há necessidade de passar por reabilitação pulmonar, por exemplo. Caso precise de um tratamento mais longo, não se desespere, pois as chances de cura são altas. Segundo Biondi, esta medida é necessária para manter as funções de oxigenação adequadas até que o organismo trate a inflamação por si só. Sobre as sequelas, o especialista declara:

“A Covid-19 pode gerar complicações pulmonares típicas de doenças crônicas como fibrose pulmonar (cicatrizes no pulmão), bronquiectasia (dilatação e destruição de brônquios de grosso calibre), dificuldade na troca gasosa (principalmente na absorção do oxigênio). A reabilitação do sistema demanda fisioterapia especializada para o aparelho respiratório e – devido à perda de massa muscular – também para o sistema locomotor”, explica o médico.


Fatores de risco

Temos observado que pessoas com comorbidades como diabetes, obesidade, doenças autoimunes, tabagismo e pacientes em tratamento oncológico têm maiores chances de desenvolver sintomas mais agudos.


Prevenção

O método mais efetivo para a prevenção da síndrome respiratória e combate à pandemia é o isolamento social. Caso você precise sair, sempre use máscara cobrindo boca e nariz, carregue álcool em gel para higienizar as mãos e não toque nos olhos. Mantenha distanciamento físico e procure atendimento se manifestar algum sintoma.

Caso a vacina já esteja disponível para você, vacine-se!


Saúde dos pulmões

No Hospital Brasília, contamos com o Núcleo de Assistência Ventilatória (Nuav). São especialistas altamente capacitados para te auxiliar na identificação de tratamento de complicações respiratórias. Para agendar seu atendimento, basta ligar no telefone: (61) 3704-9000.

 

Médico responde as principais dúvidas sobre triagem neonatal e inovação genética para a área

Os testes de triagem neonatal são de extrema importância para identificar precocemente uma série de doenças raras. Um dos mais conhecidos é o teste do pezinho, mas também temos outras opções, como o Teste da Bochechinha. São esses testes que auxiliam os pais a descobrirem se seu filho tem uma doença rara, evitando, muitas vezes, sequelas irreversíveis, já que os sintomas dessas patologias são, em muitos casos, silenciosos ou facilmente confundidos com outras doenças.

Com o diagnóstico precoce, é possível iniciar o tratamento adequado garantindo mais qualidade de vida, menos sequelas e melhor desenvolvimento físico e mental. Sabendo se seu filho tem uma doença, o médico pode indicar um tratamento mais personalizado e eficiente disponível.

Abaixo, o médico Dr David Schlesinger, neurologista, geneticista e CEO da Mendelics, laboratório desenvolvedor do Teste da Bochechinha, esclarece as principais dúvidas sobre triagem neonatal.


Por que é importante realizar a triagem neonatal?

R: A triagem neonatal é uma ação preventiva para identificar doenças tratáveis e com manifestação ainda na infância. Quando identificadas precocemente e tratadas, essas doenças podem não interferir no desenvolvimento do recém-nascido ou ter seu impacto reduzido com uma melhora significativa na qualidade de vida da criança.


Quais os tipos de doenças raras existentes atualmente?

R: Existem mais de 7 mil tipos de doenças raras e cada uma delas possui sinais e sintomas bem específicos, podendo se manifestar desde o nascimento (ou mesmo antes de nascer) até a vida adulta. No Brasil são consideradas doenças raras aquelas que afetam até 65 a cada 100 mil pessoas e estima-se que aproximadamente 13 milhões tenham alguma doença rara no país. De acordo com a OMS, 80% das doenças raras são de origem genética e 75% dessas afetam crianças, sendo que 30% desses pacientes morrem até os cinco anos de idade.


Quais são os exames de triagem disponíveis?

R: O Teste do Pezinho é o primeiro teste ao qual temos contato ao nascer. Ele é realizado gratuitamente pelo SUS em todos os recém nascidos. Recentemente, foi sancionada a lei que amplia a quantidade de doenças diagnosticadas neste teste. De seis doenças antes analisadas, agora passarão a ser 53 que entrarão no escopo do exame. Porém, para a triagem neonatal, o Teste do Pezinho não é a única opção. Com o avanço da tecnologia e o sequenciamento de nova geração (NGS), hoje é possível encontrar na rede particular o Teste da Bochechinha, a evolução do teste do pezinho, muito mais avançado, que analisa o DNA do bebê para o risco de desenvolver mais de 330 doenças raras, silenciosas, tratáveis e que se desenvolvem na primeira infância. O Teste da Bochechinha supera os obstáculos da triagem convencional porque analisa diretamente o DNA do bebê para buscar alterações que aumentam o risco de desenvolver as doenças antes mesmo de aparecer qualquer sintoma. Além destes, também existem os Teste do Olhinho, Teste da Orelhinha, Teste do Coraçãozinho, entre outros. Mas é importante destacar que nenhum outro teste substitui o Teste do Pezinho, apenas o complementa.


Se detectada alguma doença, qual tipo de tratamento a criança deve realizar?

R: Os tipos de tratamentos são muito variáveis e podem incluir uma dieta restritiva, evitar situações de riscos, mudanças no estilo de vida, medicamento específicos ou até mesmo tratamentos mais complexos que envolvem acompanhamento multidisciplinar, com médicos geneticistas e de outras especialidades, como psicoterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicologistas, além do uso de medicações específicas.


Após realizar o Teste do Pezinho, como saber se é necessária a realização de outro teste?

R: Os testes de triagem neonatal avaliam o risco de bebês, aparentemente saudáveis, desenvolverem doenças que se manifestam na infância. Esses testes são feitos de forma preventiva. Caso o resultado dê positivo para alguma doença, muitas vezes é necessário confirmar esse diagnóstico com testes complementares, inclusive genéticos.


Qual especialista procurar neste caso?

R: Vai depender da doença diagnosticada. Se for detectada alguma doença genética, é importante ter acompanhamento com um médico geneticista, além do pediatra.


O que é triagem neonatal genética e por que é indicada?

R: A grande maioria das doenças incluídas na triagem neonatal tem origem genética, exceto as doenças infecciosas e algumas formas de hipotireoidismo congênito. Centenas de doenças genéticas com tratamento disponíveis não estão incluídas em testes de triagem convencionais - como o Teste do Pezinho - devido a limitações das técnicas usadas. Estas doenças só são detectadas em testes genéticos, que analisam diretamente o DNA, onde toda a informação genética é armazenada e transmitida para nossos descendentes. Na Mendelics, falamos sempre em triar para tratar, o benefício de um diagnóstico precoce é imensurável para toda a família e não só para o paciente.


O que causa uma doença genética?

R: Doenças genéticas são causadas por alterações (mutações) em genes. Os genes são trechos do DNA que contém a informação necessária para a produção de proteínas, e essas proteínas atuam em diversos processo metabólicos do nosso organismo. Um gene alterado pode deixar de produzir a sua proteína, ou produzir uma proteína que não funciona corretamente, e disso surge uma doença. Apesar de não serem todas, muitas doenças genéticas são hereditárias, ou seja, o gene alterado é herdado de um ou dos dois pais.


Como funcionam os testes genéticos para triagem neonatal?

R: A triagem neonatal genética feita com o Teste da Bochechinha utiliza a técnica de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), que permite analisar milhares de regiões do DNA do bebê de uma só vez para buscar possíveis alterações genéticas que possam causar doenças no futuro. O teste é feito com uma amostra de DNA coletada com o auxílio de um cotonete swab na bochecha do bebê. É rápido e indolor.


Adultos também podem fazer testes genéticos?

R: O Teste da Bochechinha é indicado para bebês de até um ano, após essa idade os benefícios são muito menores, já que o Teste analisa doenças que se desenvolvem na primeira infância. Para adultos saudáveis existem outros testes que analisam o DNA como o Teste de Triagem de Portador, que analisa se o indivíduo é portador - mas não possui a doença - de uma mutação genética que aumenta as chances de ter um bebê acometido por uma doença genética, possibilitando um planejamento familiar.

 

Dor lombar pode ser sinal de endometriose no nervo ciático, saiba como identificar

Sintomas podem se confundidos e causar o diagnóstico tardio; especialista em cirurgia ginecológica alerta para os sinais dessas doenças


Dores fortes na região lombar, cólicas frequentes e dor nas nádegas e parte posterior das pernas podem ser sinais de outra doença gerada pelo avanço da endometriose, o acometimento do nervo ciático. Apesar de não ser tão frequente, a condição causa incômodos e dificulta a mobilidade das mulheres atingidas. Segundo o especialista em endometriose e cirurgia ginecológica, Dr. Thiers Soares , os sintomas das podem ser confundidos com outras doenças articulares e musculares, retardando o diagnóstico.

A endometriose é uma doença inflamatória do sistema reprodutor feminino, ocasionada quando o endométrio - tecido que reveste o útero por dentro - se instala em vários locais na cavidade abdominal, como ovário, intestino e bexiga. Dessa forma, a doença pode encontrar várias formas de manifestação, inclusive na região do nervo ciático.

Para quem não conhece, a dor no nervo ciático ou ciatalgia é um problema comum que atinge quase 15% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde - OMS. Este nervo é formado pela conjunção de raízes que saem da região mais baixa da coluna vertebral (sacro) e é responsável pela enervação da perna, além da movimentação dos pés.

Dr. Thiers Soares explica que o nervo ciático é formado por ramos lombares (L4 e L5) e ramos sacrais (S1, S2 e S3). "Ele tem um componente inicial que se localiza na pelve, mas se alonga até a região posterior da coxa. Dessa forma, ele é um dos responsáveis por controlar as articulações do quadril, joelhos e tornozelos, além dos músculos das pernas e pés, afirma.


Sintomas da endometriose no nervo ciático

Os sintomas da endometriose podem se manifestar a partir de alguns indícios, como:

• Fortes dores na região lombar

• Cólicas menstruais fortes que irradiam as dores para as costas

• Dores e câimbras na região posterior das coxas e pernas

• Dificuldades para caminhar

Além das dores comuns, a endometriose, caracterizada-se por sangramentos menstruais intensos e desregulados, fadigas, dores fortes durante as relações sexuais, sangramento intestinal no período menstrual e dificuldades para engravidar.

"Existe até uma confusão sobre os sintomas com algumas doenças ortopédicas, mas o principal ponto de diferenciação pode ser a relação das queixas de dor em coincidência com o período menstrual, favorecendo o diagnóstico de endometriose", reforça Thiers.


Tratamento requer atenção e acompanhamento médico

Por ser uma condição rara, é necessário fazer uma investigação intensa dos sinais apresentados para determinar o diagnóstico, por isso, é importante realizar os exames de rotina indicados pelo ginecologista. "Algumas pacientes podem melhorar os sintomas com o tratamento medicamentoso, como anti-inflamatórios e opióides, entretanto, muitas vezes, o tratamento cirúrgico é o mais indicado para estes casos", conta Soares.

Para este tipo de condição, o especialista em cirurgia ginecológica aponta para as técnicas da laparoscopia e a robótica como opções para o tratamento. "Por serem procedimentos menos invasivos, a laparoscopia e robótica permitem uma recuperação mais rápida, oferecendo melhor qualidade de vida para as pacientes. O robô ainda fornece uma vantagem adicional nesses casos, pois temos a visão 3D", relata o cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva - Capítulo Rio de Janeiro (SOBRACIL-RJ).

A partir da escolha pela cirurgia robótica, o profissional pode atuar com mais mobilidade durante o procedimento, isto porque o robô entrega uma alta capacidade de articulação, bem diferente do que teria manualmente, com movimentos mais precisos e angulados. "Como complemento ao tratamento, é importante associar a fisioterapia pélvica para trazer uma recuperação mais rápida para a paciente, aliviando as dores e levando a paciente retornar a sua rotina", conclui.

 



Dr. Thiers Soares - Graduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001),  é atualmente presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica - capítulo Rio de Janeiro - RJ e médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). É membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS e AAGL).


Inverno favorece aparecimento de doenças oculares

Prevenção e tratamento precoce são importantes para evitar que o problema se agrave


O clima seco, a restrição de ventilação em ambientes, a baixa umidade e o aumento de poluentes no ar favorecem o aparecimento de doenças oculares no inverno. As mais comuns são as conjuntivites (virais e alérgicas), a blefarite e o olho seco. É importante fazer o tratamento precoce para evirar possíveis complicações, como cicatrizes palpebrais e oculares, que, em casos graves, podem ter consequências irreversíveis.

“Algumas conjuntivites virais deixam pequenas cicatrizes corneanas que podem diminuir a qualidade visual”, comenta o coordenador do Departamento Científico de Oftalmologia da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), Dr. Kleyton Arlindo Barella. “A conjuntivite alérgica pode, pelo ato de coçar cronicamente, levar a um ceratocone, que se caracteriza pela irregularidade da superfície e pela perda da rigidez da córnea de forma definitiva. A blefarite e o olho seco crônicos podem levar a triquíase, ou seja, ao crescimento irregular dos cílios para dentro, resolvendo com epilação (retirada) toda vez que ele cresce ou com cirurgia”, explica.

De acordo com ele, é possível prevenir essas doenças e os casos graves fazendo uma consulta anual com o oftalmologista, único especialista habilitado para cuidar da saúde dos olhos, ou sempre que houver algum sintoma ou piora na qualidade da visão. Entre os sintomas mais comuns das doenças oculares de inverno, estão o prurido, que é uma coceira, palpebral e ocular. “Lembrando que em 90% das vezes, o prurido ocular é decorrente de alergia a ácaros, pólen ou por caspinhas na base dos cílios causadas pela blefarite. Outro sintoma é a ardência ocular ou sensação de corpo estranho”, orienta.

O uso de colírios em dias mais secos é recomendado, mas, sempre que possível, devem ser prescritos por um oftalmologista com o diagnóstico já feito. “Deixo como dica o cuidado na hora de comprar um colírio lubrificante. Muitos pacientes chegam ao meu consultório dizendo que já estão usando um lubrificante, quando, na verdade, estão utilizando um clareador ocular, o que, muitas vezes, pode deixar o olho mais branco por um período, mas piorar o sintoma de olho seco”, alerta Dr. Barella. Ele explica que as principais lágrimas no mercado são à base de carmelose sódica, hialuronato de sódio ou mistas. “Também podem ter apresentações com ou sem conservantes. O médico oftalmologista prescreverá a mais adequada a cada caso”, comenta.


Uso de telas

Durante a pandemia, com o aumento de reuniões on-line e aulas remotas, o uso de eletrônicos, que já era frequente, ficou ainda maior. Este hábito também pode levar a problemas oculares. “O excesso de telas pode levar, principalmente, ao aumento da miopia, pela baixa exposição solar e aumento da acomodação (movimento ou força que o olho faz para focar para perto), bem como ao aumento do olho seco, pois quando estamos utilizando telas, piscamos menos que o normal, deixando nosso olho mais seco”, explica o oftalmologista.

De acordo com ele, não existe um estudo científico que afirme qual é o tempo ideal de uso de telas. “Digo sempre para meus pacientes no consultório que o tempo ideal é aquele que não nos deixe com sintomas oculares, que o equilíbrio é um dos segredos da vida. A prevenção para evitar o aumento da miopia se baseia no equilíbrio no uso de telas, distância mínima de leitura dos olhos de 40 cm (mais distante sempre que possível), estar sempre em ambientes bem iluminados e praticar atividades em ambientes abertos”, orienta.

 


SMCC


Doenças de inverno: saiba como se prevenir de infecções comuns da estação

O tempo mais frio facilita a transmissão de diversos tipos de vírus e bactérias, podendo causar doenças como gripe, pneumonia, sarampo e meningite 1 2 3 No contexto atual de pandemia, os cuidados devem ser redobrados. A melhor forma de prevenção é a vacinação 4 5 6 

Com a chegada do inverno e das mudanças de temperaturas, algumas doenças infectocontagiosas, como gripe, pneumonia, sarampo e meningite, podem aparecer.1 2 3 E, em tempos de Covid-19, os cuidados de todos devem ser redobrados. Para evitar o contágio, é preciso ficar atento e se prevenir.4 

5 6 Segundo a Dra. Lessandra Michelin (CRM 23494-RS), infectologista e gerente médica de vacinas da GSK, o tempo frio faz com que as pessoas fiquem mais tempo em espaços fechados, o que facilita a transmissão de diversos tipos de vírus e bactérias. "É só esfriar um pouquinho que as pessoas fecham as janelas para se protegerem, e com o ambiente fechado, o ar não circula e nem se renova, favorecendo a proliferação e a propagação de quadros infecciosos. E, como muitas dessas doenças têm transmissão respiratória como a Covid-19, é fundamental que a população, principalmente crianças e idosos, que são os mais vulneráveis, estejam imunizados. A vacinação é a principal forma de prevenção, lembrando que outros cuidados como lavar as mãos também são importantes para essa proteção", afirma.

 

Doenças com maior transmissão no inverno 

Para muitos, é só o tempo esfriar um pouco que a coriza, o nariz entupido e a tosse surgem. Se for gripe, os sintomas incluem ainda febre/calafrios, dor de garganta, dores musculares, dores de cabeça e fadiga.7 8 9

10 A gripe é uma infecção viral respiratória aguda e altamente contagiosa, podendo levar a complicações graves e ao óbito.7 8 9 A doença pode afetar indivíduos de todas as idades, sendo facilmente transmitida através da tosse, espirro e contato próximo com uma pessoa ou superfície contaminada.7 8 

9 No resfriado, os sintomas, apesar de parecidos e comumente confundidos com os da gripe, são mais brandos e duram menos tempo.10 "A vacinação anual é a melhor medida de prevenção, de redução de complicações graves e de redução de óbitos relacionados à gripe. Quem ainda não se imunizou contra a doença este ano, é muito importante se vacinar o mais rápido possível. E a vacina não é importante apenas para grupos prioritários como idosos e crianças. A vacinação contra a gripe é essencial para todas as faixas etárias. As pessoas devem checar se fazem parte dos grupos de risco que podem se vacinar nos postos de saúde. Caso contrário, devem procurar, se possível, as vacinas na rede privada", conta Dra. Lessandra. 

A pneumonia é outra doença que preocupa e pode ser provocada por bactérias, vírus ou fungos.11 12 A bactéria Streptococcus pneumoniae (ou pneumococo) é o agente causador de doenças pneumocócicas e é responsável por 60% dos casos de pneumonia.11 13 O pneumococo, também pode causar otite média, sinusite e, em casos mais graves, bacteremia e meningite.13 Os principais sintomas são tosse constante, febre, gemidos por causa de problemas respiratórios, dificuldade para se alimentar, apatia, prostração, e aumento da frequência respiratória.14 

Muitos não sabem, mas a ocorrência da meningite bacteriana também é mais comum no inverno.2 15 "A doença é grave, evolui muito rápido e pode se manifestar em qualquer faixa etária. Um dos principais agentes que causam meningite é a bactéria Neisseria meningitidis. Ela atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e, se não for rapidamente diagnosticada, em 24 horas pode mudar o rumo da vida do paciente, evoluindo para sequelas graves e até óbito. Por isso, é preciso estar atento aos primeiros sinais e, claro, estar em dia com a vacinação contra os 5 principais sorogrupos (A, B, C, W e Y)", alerta Dra. Lessandra. 

Outros motivos de atenção são o sarampo e a coqueluche. Considerado eliminado no Brasil em 2016, o sarampo voltou a fazer vítimas após quedas das taxas vacinais nos últimos anos e, em 2019, o país atravessou um surto, com mais de 18 mil casos diagnosticados.3 5 16 17 Já a coqueluche é considerada uma infecção altamente contagiosa e pode ser fatal em crianças menores de um ano.23 Transmissão similar à Covid-19 "Essas doenças citadas acima possuem em comum diversos fatores, principalmente a forma de transmissão, que se dá por contato com secreções e gotículas de tosse e espirro de pessoas contaminadas - como acontece com a Covid-19, o que faz com que as medidas comportamentais de prevenção da doença pandêmica ajudem também na prevenção de outras doenças de transmissão respiratória. 

A boa notícia é que para todas essas existe prevenção por meio da vacinação. Por isso, manter a caderneta de vacinação de todos em dia é essencial para um inverno sem doenças imunopreveníveis. Quanto mais pessoas forem vacinadas, mais pessoas estarão protegidas e menos doenças irão circular", explica Dra. Lessandra.

 

Vacinação é a melhor forma de prevenção 

O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente 19 vacinas, que protegem contra mais de 20 doenças - incluindo essas mais comuns do inverno -, para diversas faixas etárias, desde recém-nascidos até a terceira idade.18 21

22 A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) possuem calendários de vacinação com recomendações que complementam o PNI, abrangendo também vacinas que atualmente só estão disponíveis na rede privada, para a imunização de todas as faixas etárias.19 20 "Estamos, atualmente, com campanhas de vacinação contra gripe e contra Covid-19 acontecendo em todo o país. Mas, precisamos também lembrar a importância de mantermos altas coberturas vacinais para as outras doenças contra as quais já dispomos de vacinas. Se, por acaso, a pessoa não tiver mais a carteira de vacinação, seja criança, adolescente, adulto ou idoso, deve procurar um médico ou ir a um posto de saúde para receber as orientações sobre as vacinas recomendadas para cada faixa etária e colocar a rotina de imunização em dia. Os benefícios da vacinação se estendem para além da infância, contribuindo, inclusive, para um envelhecimento saudável e para a qualidade de vida de adultos e idosos", conclui Dra.

Lessandra.

 

Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.

 

 

GSK

www.gsk.com.br

 

 

 Referências

1 PREFEITURA DE SÃO PAULO. Doenças típicas de inverno. Disponível em:

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/noticias/?p=19225.

Acesso em: 25 jun. 2021.

2 PORTAL DA SAÚDE. Meningite. 2020. Disponível em:https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/meningite . Acesso

em: 16 jun. 2021.

3 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Sarampo. 2020. Disponível em:

https://familia.sbim.org.br/doencas/sarampo. Acesso em: 16 jun. 2021.

4 PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. Immunization Newsletter. The Immunization Program in the Context of the COVID-19 Pandemic. March 2020.

Disponível em:

https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/52046/EPIv42n12020_eng.pdf?sequence=5&isAllowed=y

 Acesso em: 16 jun. 2021.

5 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Informe Técnico (09/04/2020).

Vacinação de rotina durante a pandemia de COVID-19. Disponível em:

https://sbim.org.br/informes-e-notas-tecnicas/sbim/1261-nota-tecnica-vacinacao-de-rotina-durante-a-pandemia-de-covid-19.

Acesso em: 16 jun.

2021.

 

6 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Princípios orientadores para as atividades de vacinação durante a pandemia de COVID-19. Disponível em:

https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/331590/WHO-2019-nCoV-immunization_services-2020.1-por.pdf.

Acesso em: 16 jun.

2021.

7 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Newsroom. How can I avoid getting the flu?

Disponível em:

https://www.who.int/news-room/q-a-detail/how-can-i-avoid-getting-the-flu .

Acesso em: 16 jun. 2021.

8 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Newsroom. Influenza (seasonal). Disponível em:

https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/influenza-(seasonal). Acesso

em: 16 jun. 2021.

9 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Key facts about Influenza (Flu). Disponível em: https://www.cdc.gov/flu/keyfacts.htm . Acesso em: 16 jun.

2021.

10 FIOCRUZ. Canal da Saúde. Você sabe a diferença entre gripes e os resfriados? Disponível em:

https://www.canalsaude.fiocruz.br/noticias/noticiaAberta/voce-sabe-a-diferenca-entre-gripes-e-os-resfriados-2016-03-29

 Acesso em: 16 jun.

2021.

11 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Notícias. 12 de

novembro: Dia Mundial da Pneumonia. Disponível em:

https://sbpt.org.br/portal/dia-mundial-pneumonia-2018/ . Acesso em: 16 jun.

2021.

12 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Pneumonia. Disponível em:

https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/pneumonia . Acesso em: 16 jun.

2021

13 FIOCRUZ. Doenças pneumocócicas: informações técnicas. Disponível

em:

https://agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7as-pneumoc%C3%B3cicas-informa%C3%A7%C3%B5es-t%C3%A9cnicas.

Acesso em 16 jun.

2021.

14 SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO. Pneumonia aguda na criança. 2007.

Disponível em: http://www.spsp.org.br/2008/01/28/pneumonia_aguda_na_crianca/ .

Acesso em: 16 jun. 2021.

15 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNZAÇÕES. Meningite Meningocócica.

Disponível em: https://familia.sbim.org.br/doencas?start=10 . Acesso em: 16 jun. 2021.

16 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Notícias. Sarampo de volta ao mapa. Disponível

em: https://portal.fiocruz.br/noticia/sarampo-de-volta-ao-mapa. Acesso em: 16 jun. 2021.

17 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Informe semanal sarampo - Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 49, 2020. Disponível em:

https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2020/dezembro/28/boletim_epidemiologico_svs_50.pdf.

Acesso em: 16 jun. 2021.

18 BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário nacional de vacinação do adulto e idoso. Disponível em:

https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020-Adulto-Idoso.pdf.

Acesso em: 12 maio. 2021.

19 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação do nascimento à terceira idade: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) - 2021/2022 (atualizado 10/05/2021). Disponível em:

https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-0-100.pdf . Acesso em: 16 jun. 2021

20 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Calendário de vacinação da SBP 2020. Disponível em:

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22268g-DocCient-Calendario_Vacinacao_2020.pdf

Acesso em: 16 jun.

2021.

21 BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação do Adolescente 2020. Disponível em:

https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020-Adolescente.pdf

Acesso em: 12

maio. 2021.

22 BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário nacional de vacinação da criança. Disponível em:

< 

https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020-Crian--

a.pdf >. Acesso em: 25 abr. 2021.

 

23 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim epidemiológico da coqueluche no Brasil de

2010 a 2014. Disponível em:

https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/29/Boletim-epidemiologico-de-2010-a-2014.pdf

 

Fato ou fake: saiba mais sobre a quimioterapia oral para câncer de pulmão

Especialista explica mitos e verdades sobre a quimioterapia oral, um tipo de tratamento usado na luta contra uma doença muito agressiva, o câncer de pulmão

 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o câncer de pulmão é a neoplasia mais incidente no mundo [1]. Em 2018, foram mais de 2 milhões de casos[1]. Neste mesmo ano, no Brasil, o câncer de pulmão foi o responsável pelo maior número de mortes por câncer[1].

Dentre os principais fatores de risco para o câncer de pulmão, o cigarro é, de longe, o mais importante e está associado a 85% dos casos[2]. A exposição à poluição do ar, as infecções pulmonares de repetição, a deficiência ou excesso de vitamina A, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a história familiar são outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença[2].

Uma das formas de tratamento do câncer de pulmão é chamada de quimioterapia oral. Abaixo, o Dr. Carlos Teixeira esclarece alguns fatos e fakes sobre o tema.


Atualmente o câncer pode ser tratado com medicamentos orais?

FATO. Nos últimos anos houve um fantástico progresso nos tratamentos para o câncer. Atualmente estão disponíveis medicamentos tomados por via oral, tão eficazes quanto os medicamentos injetáveis. Os tratamentos orais, entretanto não estão disponíveis para todos os tipos de câncer e apenas o médico oncologista pode indicar o melhor tratamento para cada paciente.


É seguro realizar a quimioterapia oral

FATO: Sim, a quimioterapia oral é segura e eficaz. O médico especialista avalia os casos em que é possível indicar esse tipo de tratamento e é responsável por acompanhar a evolução do paciente, assim como acontece nas outras terapias disponíveis para o tratamento do câncer de pulmão.


A quimioterapia oral é mais fraca do que a quimioterapia injetável.

FAKE: Não é verdade. A medicação oral já está consolidada e tem seus resultados comprovados. Estudos clínicos demonstraram que a quimioterapia oral pode ter maior eficácia do que a terapia endovenosa, para determinados tipos de câncer.


Realizar o tratamento em casa pode ser mais confortável para o paciente.

FATO: Sim, o tratamento oral agrega conveniência e comodidade à terapia contra o câncer de pulmão. As medicações injetáveis são realizadas em ambiente hospitalar ou em serviços de infusão. Diante do cenário de pandemia do novo coronavírus e da recomendação de isolamento social, realizar o tratamento em casa confere maior segurança para os pacientes oncológicos, considerados um público mais vulnerável às complicações da Covid-19.


Em alguns casos, a quimioterapia oral pode substituir a intravenosa.

FATO[3]: Sim, porém somente o médico especialista pode fazer esta avaliação e recomendar a melhor opção de tratamento para o paciente.

 

 

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Julho verde: HPV amplia risco de câncer de boca entre jovens

Tumor maligno possui alta associação com a infecção pelo vírus do papiloma humano. Fique atento aos primeiros sinais e aos fatores que influenciam o seu aparecimento precoce


O tumor orofaríngeo - localizado atrás da boca e que inclui a base da língua, céu da boca, amígdalas e paredes laterais é considerado um dos tumores mais incidentes entre os jovens brasileiros de até 40 anos de idade.

Os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que dos 625 mil novos casos de tumores malignos esperados para 2021 na população, 15.190 deverão ser de câncer de boca e orofaringe. E apesar da redução na taxa global de novos casos destes tipos de câncer, a incidência dos diagnósticos relacionados à infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) tem ascendido um sinal de alerta entre especialistas, se mostrando cada vez mais alta.

"O número de casos relacionados ao HPV vem aumentando em homens e mulheres. Vale lembrar que a transmissão desse vírus ocorre por meio da prática sexual oral sem proteção, o que reflete a necessidade de conscientização ampliada sobre o tema de forma ampla", afirma Andrey Soares, oncologista do CPO Oncoclínicas. "O que temos observado é que o risco de desenvolver o tumor maligno entre os jovens têm crescido progressivamente ao longo dos últimos anos. Pesquisas mostram que, em média, o ápice da transmissão do vírus acontece na faixa dos 25 anos, sendo este um fator relacionado ao câncer que é totalmente prevenível a partir da conscientização sobre o assunto de forma ampla e massiva", acrescenta o médico.

Neste sentido, Andrey lembra que existem vacinas que reduzem o risco de infecção por determinados tipos de HPV. Esses imunizantes foram inicialmente adotados como forma de diminuir o risco de câncer de colo do útero, um dos mais incidentes entre as mulheres, mas têm se mostrado úteis para diminuir o risco de outros tumores ligados ao papiloma humano, como o câncer de ânus, vulva, vagina, boca e garganta.

"Como estas vacinas só são eficazes antes que alguém esteja infectado pelo HPV, devem ser administradas em uma idade precoce, antes que a pessoa se torne sexualmente ativa", sinaliza o oncologista do CPO Oncoclínicas.

A vacina contra o HPV está disponível gratuitamente nos postos de saúde, em 2 a 3 doses, para meninos e meninas dos 9 aos 14 anos. Homens e mulheres de 9 a 26 anos vivendo com HIV ou AIDS, pacientes que receberam transplante de órgãos, de medula óssea e pessoas em tratamento contra o câncer, também têm direito a receber as doses pelo sistema público de saúde. A vacina também pode ser tomada com idades superiores, entretanto, são apenas disponibilizadas em clínicas de vacinação particulares. Não há restrições para pessoas com vida sexual ativa, mas a eficácia da vacina pode ser diminuída, já que nestas situações há possibilidade de já ter havido contato com o vírus.

O especialista pontua, adicionalmente, que além do HPV, o consumo aumentado de tabaco e álcool também figura entre os fatores que contribuem para a elevação dos riscos de desenvolver câncer de boca e garganta.


Primeiros sinais

Os primeiros sinais do tumor orofaríngeo podem aparecer por meio de feridas que não cicatrizam na boca nos primeiros 15 dias, além do aparecimento de nódulos no pescoço. O paciente pode se queixar também de dor para mastigar ou engolir. "Estes fatores, ligados ao aparecimento de pequenas verrugas na garganta ou na boca, podem revelar um possível diagnóstico com associação ao HPV. Portanto, é muito importante que seja acompanhado de perto por um especialista".

Outros sintomas podem estar relacionados à rouquidão persistente, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na cavidade oral ou nos lábios e dificuldade na fala.


Atenção aos fatores de risco

Tabagismo: Segundo o oncologista, o câncer de cabeça e pescoço apresenta maior incidência entre os jovens e pouco mais de um terço é causado por maus hábitos. "O principal e o mais importante de ser combatido é o tabagismo", revela Dr. Andrey.

Antigamente, o hábito de fumar era visto com elegância e glamour, sendo incentivado até pelas propagandas que mostravam atores famosos tragando seus cigarros, o que estimulava esse costume entre as pessoas mais jovens. O uso frequente do cigarro também é responsável pelo aparecimento do tumor na cabeça e pescoço. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca eram tabagistas.

Álcool: Houve um tempo em que o cigarro era liberado nos restaurantes e até em sala de aula. Hoje, isso não é mais permitido. Contudo, o uso do tabaco persiste e, na maioria das vezes, vem acompanhado de bebidas alcoólicas. Estimativas apontam que 75% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. O álcool pode agir como um solvente e facilitar a penetração de carcinógenos nos tecidos-alvos. Além disso, aumenta o índice de quebras no material genético e a peroxidação de lipídios e, consequentemente, a produção de radicais livres. Vários estudos epidemiológicos demonstram que o consumo combinado de álcool e fumo constitui o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço.

Infecções Virais: A geração de jovens e adultos com menos de 40 anos preza e valoriza muito a liberdade sexual. Trata-se de um grupo que nasceu após o "boom" do HIV e, apesar de bem informada e consciente dos riscos envolvendo doenças sexualmente transmissíveis, apresenta índices elevados de contágio pelo chamado papilomavírus humano - conhecido como HPV. "Além disso, a hepatite B e C também são fatores de risco para câncer de cabeça e pescoço, são infecções virais que podem ser transmitidas em relações sexuais não seguras. Vale lembrar sempre da importância do uso de preservativos para a preservação da saúde", finaliza o médico.


É seguro fazer uma cirurgia após a infecção por covid-19?

Agora está claro que os efeitos persistentes da covid-19 podem afetar sua saúde de várias maneiras - incluindo como seu corpo reage à cirurgia. Nesse caso, as mudanças são significativas. Um número crescente de estudos tem mostrado um risco substancial aumentado de morte pós-operatória e complicações pulmonares por pelo menos seis semanas após a infecção sintomática e assintomática pela doença.

Nenhuma cirurgia é isenta de riscos, e os cirurgiões sempre avaliam os riscos e benefícios de realizar um procedimento específico em um determinado paciente. Essas descobertas sobre a conexão entre a infecção por covid-19 e complicações cirúrgicas e mortalidade adicionam novas variáveis à equação, e hospitais e sistemas de saúde em todo o país estão adotando novas políticas para manter os pacientes os mais seguros possível.

Uma nova política da Yale New Haven Health agora estipula que cirurgias eletivas para pacientes adultos que requerem anestesia geral ou neuroaxial (anestesia aplicada ao redor dos nervos, como peridural) devem ser adiadas sete semanas a partir do momento de um diagnóstico covid-19 conhecido.

Além disso, cirurgias eletivas para adultos imunocomprometidos, diabéticos ou com história de hospitalização devem ser adiadas de oito a 10 semanas após o diagnóstico. Aqueles com histórico de hospitalização em terapia intensiva devem ser adiados por 12 semanas.

Os cirurgiões são aconselhados a discutir os riscos de prosseguir com a cirurgia com um paciente antes do tempo, diz Nita Ahuja, MD, MBA, presidente de cirurgia da Yale Medicine e chefe de cirurgia do Yale New Haven Hospital. Essas diretrizes não se aplicam a cirurgias de urgência e emergência, acrescenta ela.

Vários pequenos estudos, incluindo um publicado no The Lancet, sugeriram que pacientes com resultados positivos do teste de covid-19 podem ter resultados piores e maior chance de morrer após a cirurgia. Um grande estudo internacional, publicado na revista Anesthesia, mostrou que manter a cirurgia em espera por pelo menos sete semanas após um teste de coronavírus positivo estava associado a um menor risco de mortalidade em comparação com nenhum atraso.

O estudo mais recente sobre este tópico foi publicado no JAMA Network Open em abril e comparou 5.470 pacientes cirúrgicos com resultados positivos do coronavírus (em seis semanas) com 5.470 pacientes com resultados negativos. Houve mais do que o dobro do número de mortes relatadas no grupo covid-19-positivo versus o grupo com resultados negativos.

A conexão entre a infecção pela doença e complicações cirúrgicas parece lógica, dado como a pesquisa sugere uma ligação entre a infecção e a inflamação. "Além disso, uma infecção cria um estado inflamatório no corpo, que pode se perpetuar por pelo menos seis semanas", explica o Dr. Ahuja. "É por isso que recomendamos adiar a cirurgia pelo menos seis semanas, para que seu corpo não esteja ainda lidando com os efeitos do vírus".

Não é apenas o procedimento cirúrgico, mas também a anestesia que pode agravar a inflamação no corpo, observa o Dr. Hines.

"A covid-19 é uma doença emergente e ainda estamos aprendendo sobre suas repercussões agudas e crônicas. Inicialmente pensamos que era uma doença respiratória, mas agora aprendemos sobre coágulos sanguíneos e um processo inflamatório complexo", acrescenta o Dr. Hines. "Daqui a seis meses, podemos ter diretrizes diferentes à medida que os dados estão evoluindo."




Rubens de Fraga Júnior - professor de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.



Fonte: Max R. Haffner et al, Postoperative In-Hospital Morbidity and Mortality of Patients With COVID-19 Infection Compared With Patients Without COVID-19 Infection, JAMA Network Open (2021). DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2021.5697
Timing of surgery following SARS
CoV2 infection: an international prospective cohort study, Anaesthesia (2021). DOI: 10.1111/anae.15458

 

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