Bandeira Vermelha Patamar 2, a mais alta das tarifas extras, vai aumentar em julho. Reajuste de 52% foi confirmado pela ANEEL nesta terça
Prepare
o bolso e comece a economizar energia elétrica. A conta de luz vai ficar mais
cara. A Bandeira Vermelha Patamar 2 – a taxa máxima cobrada nas faturas – foi
reajustada em 52%. O novo valor confirmado nesta terça-feira (29/06) pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é válido a partir de 4 de julho. A
taxa que antes era de R$ 6,24 a cada 100 quilowatt-hora consumido aumentou para
R$ 9,49.
Esse
não é o único peso no bolso dos consumidores. Em junho, a ANEEL também tinha
aprovado um reajuste de 8,97% na tarifa residencial de energia elétrica da
Companhia Paranaense de Energia. No Paraná, 81% dos consumidores residenciais
são atendidos pela Copel, responsável por 4,8 milhões de unidades consumidoras.
Para os estabelecimentos comerciais, o reajuste foi de 10,84% e para a
indústria, 9,57%.
Professor
do UniCuritiba – instituição do
Ecossistema Ânima, uma das principais organizações de ensino superior do país,
o mestre em Engenharia Elétrica Allan Christian Krainski Ferrari diz que, devido à crise hídrica brasileira, a Bandeira
Vermelha Patamar 2 pode vigorar até dezembro deste ano. “Infelizmente, os
reajustes na fatura aprovados pela ANEEL são necessários para evitar um possível
racionamento de energia ou, no pior dos casos, um apagão.”
Diante
de uma das piores crises hídricas dos últimos anos, explica o especialista, o
Brasil teve sua produção de energia afetada nas usinas hidrelétricas. “Mais de
60% da energia elétrica produzida no país é proveniente dessas usinas, que
dependem das chuvas para abastecer os reservatórios. Com a seca, o governo
acionou todas as termelétricas e precisou importar energia de países como
Argentina e Uruguai.”
Racionamento
ou fatura mais alta
Na
tentativa de evitar o racionamento, o governo vem elevando a tarifa de energia.
Na avaliação do professor do curso de Engenharia Elétrica do UniCuritiba, como
a crise hídrica tende a se prolongar, a tarifa deve continuar subindo.
Mas
avalia: “Mesmo que o aumento se
deva principalmente a fatores climáticos, o governo brasileiro tem a sua
parcela de culpa por falta de planejamento, seja na gestão atual ou nas gestões
passadas. Isso porque a fonte de energia hidráulica corresponde a mais de 60%
da matriz elétrica brasileira e, nestas circunstâncias, acabamos reféns da
situação.”
Dicas para economizar energia elétrica
Para ajudar os
consumidores, Allan Christian Krainski Ferrari
sugere dicas simples para economizar energia elétrica e que podem fazer
diferença na conta de luz. Confira:
Aquecedor
- Ligar somente quando alguém estiver no cômodo;
- Desligar o aparelho por alguns momentos quando
o local já estiver aquecido.
Celulares e smartphones
- Retirar da tomada assim que estiverem
carregados.
Geladeira
- Só deixar a porta da geladeira aberta o tempo
que for necessário;
- Regular a temperatura interna de acordo com o
manual de instruções;
- Nunca colocar alimentos quentes dentro da
geladeira;
- Deixar espaço para ventilação na parte de trás
da geladeira e não utilizá-la para secar panos, meias ou roupas;
- Não forrar as prateleiras;
- Descongelar a geladeira e verificar as
borrachas de vedação regularmente.
Iluminação
- Utilizar iluminação natural ou lâmpadas
econômicas;
- Apagar a luz ao sair de um cômodo;
- Pintar o ambiente com cores claras.
Chuveiro elétrico
- Tomar banhos mais curtos, de até cinco minutos;
- Verificar as potências do chuveiro e calcular o consumo.
Ferro de passar
- Acumular as roupas para passar de uma só vez;
- Separar as roupas por tipo e começar por
aquelas que exigem menor temperatura;
- Nunca deixar o ferro ligado enquanto faz outra
coisa.
Aparelhos em stand-by
- Retirar os aparelhos da tomada quando não
estiverem em uso, durante à noite ou em longas ausências.
Máquinas de lavar roupas
- Juntar as roupas sujas para encher a máquina
quando for lavá-las;
- Deixar os ciclos longos, duplo enxágue ou água
quente apenas para peças realmente sujas;
- Aproveitar os dias ensolarados para secar as
roupas. Uso de secadoras aumenta o consumo de energia.
Ar-condicionado
- Não deixar portas e janelas abertas em
ambientes com ar-condicionado;
- Limpar os filtros limpos regularmente;
- Diminuir ao máximo o tempo de utilização do
aparelho de ar-condicionado;
- Colocar cortinas nas janelas que recebem sol
diretamente.
Fontes alternativas de energia
Investimentos em pesquisas e implementação de fontes alternativas de geração de energia elétrica, de preferência de origem renovável, são alternativas apontadas pelo mestre em Engenharia Elétrica, Allan Christian Krainski Ferrari, para diminuir a dependência das hidrelétricas. “Uma das opções é a energia solar, uma excelente alternativa para minimizar os efeitos causados pela crise hídrica. O país possui um grande potencial de produção de energia elétrica por meio de painéis solares fotovoltaicos”, comenta.
A tecnologia, diz o professor do UniCuritiba, ainda não é explorada como deveria, pois os custos de instalação são relativamente altos para os consumidores residenciais de menor renda, mas grandes empresas e indústrias já utilizam os painéis fotovoltaicos para compensar o alto consumo de energia elétrica.
“Os consumidores residenciais de renda mais
alta também já adotaram o sistema e a tendência pela procura da energia solar
deve aumentar ainda mais”, finaliza, argumentando que subsídios do governo ou
isenção de impostos sobre os bens e serviços que envolvem a instalação de um
sistema fotovoltaico poderiam incentivar o uso da energia solar nas
residências.
Ânima Educação