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segunda-feira, 19 de abril de 2021

As sequelas da Covid-19 também afetam hospitais

Enquanto muitos esperam a vacinação em massa para começar a respirar com um pouco mais de tranquilidade em meio ao caos provocado pela Covid-19, outros ainda têm um longo caminho para se recuperar das sequelas deixadas pela doença. Pacientes com tempo quatro vezes maior de internação, cepas cada vez mais contagiosas e agressivas castigam a população, equipes de saúde e hospitais que ficam superlotados. Impactos cada vez mais severos e difíceis de serem superados. 

Assim como outros setores da economia, os hospitais ainda vão ter um longo período para se recuperar das sequelas da pandemia. Foram milhões em investimentos não previstos, aumento dos preços dos insumos e um rombo gigantesco no caixa das instituições de saúde.

O primeiro baque foi na reorganização das equipes, com afastamento dos profissionais do grupo de risco e novas contratações, seguido pela adequação da estrutura física dos hospitais, com alas e fluxos separados para pacientes suspeitos, investimentos em ambiente de pressão negativa, barreiras físicas e outras medidas, como treinamentos, para garantir a segurança da equipe. 

Aliado a isso, houve a diminuição natural no número das consultas e exames que o medo da doença causou em muitas pessoas que deixaram de realizar o acompanhamento de doenças crônicas. Cirurgias eletivas suspensas. Muitas vezes, esses mesmos pacientes procuraram o atendimento mais tarde, com a saúde bem agravada e precisando de intervenções que antes não seriam necessárias, aumentando ainda mais a conta final. 

Quando tudo parecia ter acalmado e acreditávamos que iríamos conseguir respirar e começar a nos reerguer, vieram novas cepas, leitos clínicos e de unidade de terapia intensiva com 100% de ocupação, prontos atendimento atendendo com restrições ou fechados. Os hospitais, já tão castigados economicamente pela suspensão das cirurgias eletivas, precisaram dar conta da superlotação de leitos para Covid-19 que são remunerados com valor médio abaixo do adequado para a sustentabilidade das instituições. 

A indústria de insumos também não conseguiu suprir a alta na demanda, parou de garantir a entrega e a alternativa para dar continuidade à assistência da população acabou sendo a importação de medicamentos. Tudo isso fez com que os insumos chegassem a triplicar de valor em alguns casos, seja pela alta do dólar ou pela lei da oferta e procura. Talvez tenha faltado empatia entre todos da saúde para avaliar os efeitos da pandemia no setor. 

Em meio a esse caos, com hospitais se adaptando à nova realidade em tempo recorde, um ano depois, as fontes pagadoras ainda procuram entendimento para pagamento de novas práticas fundamentais para pacientes, como a importância de consultas intensivas de fisioterapeutas e fonoaudiólogos e o aumento da necessidade e dos preços dos  insumos.

Os hospitais se veem cada vez mais pressionados por todos os lados. Pela população que precisa do atendimento de qualidade e que muitas vezes não consegue acessar o serviço, pelos profissionais que estão esgotados após mais de 12 meses de trabalho intenso, atendendo casos cada vez mais graves, e pelo poder público para aumentar o número de leitos onde não se tem espaço e, muito menos, mão de obra com a capacitação necessária para realizar o atendimento em uma unidade intensiva. 

Infelizmente, não podemos simplesmente apertar o espaço e colocar cinco pacientes onde deveriam ser três, porque isso implica em muito mais do que uma cama. Implica no aumento de profissionais, equipamentos, medicamentos, tudo o que não encontramos mais no mercado.

Quando e como recuperar essas perdas financeiras, ainda não sabemos. Mas o serviço não pode parar de expandir e oferecer aos seus usuários a excelência no atendimento e na busca pela inovação constante. Os investimentos em equipamentos de ponta, melhoria da estrutura e ampliação precisaram continuar, mesmo em meio à escassez de recursos. São novos hospitais construídos dentro deles próprios e em tempo real enquanto os atendimentos seguem. A pandemia da Covid-19 vai passar, ainda vamos sofrer com suas sequelas por um bom tempo, mas vamos sobreviver. Não tenho dúvidas disso!

 


José Octávio Leme - administrador e diretor do Hospital Marcelino Champagnat


Onde e como encontrar as melhores oportunidades de leilão de imóveis

 

Em meados dos anos 2000 iniciaram-se os leilões eletrônicos judicias, amparado legalmente pelo artigo 689-A, do Código de Processo Civil, não mais vigente. Atualmente, os leilões são divulgados nos sites dos leiloeiros, em que estará discriminado o imóvel, o devedor, o credor, as datas dos leilões, os ônus que recaem sobre o imóvel, como débitos de condomínio Instituto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e, o mais importante: o valor da avaliação do imóvel.

Antes, os leilões eram realizados no setor de Hastas Públicas do Fórum, de forma presencial, e somente tinham conhecimento de sua realização as partes do processo, seus advogados e aqueles que circulavam pelo saguão do fórum onde era afixado o Edital, além daqueles que se dedicavam aos leilões de forma profissional, pesquisando as oportunidades nos jornais de maior circulação na cidade.

Hoje, com a divulgação dos leilões na rede mundial de computadores, as possibilidades das arrematações aumentaram demasiadamente, considerando sua maior visibilidade.

Por outro lado, os valores da arrematação também aumentaram, pois, com a divulgação, cresceu também a procura de pessoas interessadas em arrematar imóveis por até 50% abaixo do valor da avaliação do imóvel, aumentando com isso a concorrência.

Além do mais, existe ainda a possibilidade de localizar as melhores oportunidades nos jornais de maior circulação local e ainda nas dependências do Fórum onde será afixado o Edital.

Oportuno salientar que as melhores oportunidades de se encontrar um bom imóvel e de se obter uma rentabilidade maior no seu investimento podem estar nos sites com menor visibilidade, pois haverá uma redução na concorrência.

Uma simples pesquisa no Google pode ser uma boa ferramenta para conhecer quais são os sites mais visitados, pois os primeiros que aparecerem na página são aqueles mais pesquisados. Entretanto, os demais sites não são menos importantes, apesar de possuírem menos ofertas de imóveis são muito atrativos, já que há uma possibilidade maior de arrematação, considerando que haverá uma diminuição na concorrência.

Mas há de se atentar aos sites falsos de leilão, para evitar eventuais prejuízos e aborrecimentos. Sugiro a consulta ao Edital para ver quem é o leiloeiro e se este é o responsável pelos leilões daquele site. E, para saber se este leiloeiro é credenciado, basta consultar o site do Tribunal de Justiça competente daquele leilão, em que será possível localizar os leiloeiros habilitados.

Sem a pretensão de, com essas dicas, esgotar todos os meios que possibilitam encontrar as melhores oportunidades de arrematação de imóveis com segurança e de forma rentável, reforço que esta é uma ótima opção de investimento.

Além disso, se faz necessário lembrar que a assessoria de um advogado especializado é garantia de uma arrematação segura e rentável.

 


Paulo Mariano - advogado especializado em leilão judicial de imóveis, com experiência de mais de 500 processos nessa modalidade de investimento. Já assessorou investidores, familiares e amigos e vem se utilizando do leilão de imóveis para seu próprio investimento.  Mais informações: www.paulomariano.adv.br


Autismo, ensino remoto e inclusão na pandemia

A educação de crianças com necessidades especiais, transtornos do desenvolvimento ou dificuldades de aprendizagem sempre foi um enorme desafio, tanto para escola e os educadores, quanto para os pais e os próprios alunos em questão. Essa dificuldade talvez tenha a ver com o fato de que nossa sociedade valoriza a cultura da padronização e seletividade, restringindo o espaço para as singularidades e necessidades individuais. 

Quando nos vemos diante de uma pandemia que trouxe ainda mais desafios e dificuldades para a Educação, falar em inclusão se torna ainda mais complexo. A integração em diferentes níveis e setores de uma sociedade, incluindo aí um dos mais essenciais - a Educação -, é o que vai determinar o futuro e a vida do indivíduo com alguma necessidade especial. O Abril Azul, campanha realizada todo mês de abril para promover a conscientização sobre o autismo,  traz visibilidade para o tema neste período e precisamos então aproveitar o momento para gerar reflexão e ação no sentido de uma sociedade cada vez mais inclusiva, mesmo diante de desafios como a pandemia.

Manter a concentração durante as aulas remotas é um desafio para a maior parte dos estudantes, de qualquer idade e em qualquer nível escolar. Mas, para alunos com necessidades especiais, a experiência de só ter contato com professores e colegas por meio de uma tela de computador é ainda mais difícil. No caso de alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), surgem inúmeras questões quando são colocados para aprender por meio do ensino remoto: o autista consegue permanecer em frente a uma tela e se concentrar para absorver o conteúdo? Por quanto tempo isso é possível? Há que se considerar também as dificuldades na comunicação virtual, não apenas no que diz respeito ao aluno entender o que é dito, mas também no sentido de se fazer entendido. 

Por maior que seja a preocupação de escolas e educadores em adaptar a realidade atual para que o ensino remoto também seja inclusivo aos autistas, é preciso levar em conta que o isolamento e a suspensão das aulas presenciais afetam uma das principais premissas da inclusão desse público, que é a socialização. Quando um aluno autista entra na escola, a socialização é um dos principais objetivos desse processo. A interação e a comunicação com o outro podem se tornar grandes desafios. O ensino remoto para esse estudante vai exigir estratégias personalizadas, um olhar diferente para a aula que está sendo oferecida. O professor precisa aplicar uma metodologia, expressão facial e corporal específicas para se conectar a esse aluno. A integração entre família e escola é igualmente importante no processo de aprendizagem, que também tem como finalidade a interação com os demais colegas da turma em atividades cotidianas, que lhe permitirão a socialização tão fundamental para seu processo de inclusão social. 

Abraçar a causa da educação inclusiva - com ou sem pandemia - é trabalhar diariamente para quebrar as barreiras que sempre se apresentam pelo caminho. Escola e educadores precisam buscar alternativas que garantam àqueles com necessidades especiais as adaptações necessárias para viabilizar o aprendizado, mas sem deixar de lado uma questão importante: o aluno precisa estar inserido no mesmo contexto dos demais, sem que tais adaptações acabem por excluí-lo do meio ao qual deve pertencer. Sem essa condição, a inclusão não acontece de fato. Não podemos apartar um aluno de seu grupo apenas porque para ele a aula virtual é mais difícil. Quem sabe criar momentos, mesmo que curtos, de interação com pequenos grupos? Os professores podem sugerir que uma vez por semana um grupo se reúna, virtualmente, para conversar e trocar ideias sobre algum tema das aulas ou sobre assuntos que possam chamar a atenção dos estudantes. Dessa forma, o aluno com TEA, ou outra necessidade, tem a oportunidade de interagir, ouvindo e participando.

Outra estratégia pedagógica é agendar um momento individual do aluno com o professor, para que possa haver uma comunicação mais dirigida para essa criança ou jovem, visando às expressões faciais, à fala personalizada e até à comunicação não verbal, estratégias tão importantes quando se trata de estabelecer o vínculo com o aluno autista e a adequação do conteúdo para a realidade individual. É certo que o nível de autismo e as formas de manifestação do transtorno em cada aluno também determinam o grau de complexidade do processo de inclusão, sendo, por isso mesmo, necessário lançar um olhar individualizado sobre cada caso. O que não se pode é incorrer no erro da padronização ou da acomodação.

 



Wania Emerich Burmester - consultora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino.

 

Cai número de mortes no trânsito no Estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2021

Novos dados do Infosiga SP apontam redução acumulada de 29% nas fatalidades no período desde 2015 

 

De acordo com o mais recente levantamento realizado pelo Infosiga SP, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo programa Respeito à Vida e Detran.SP, o Estado de São Paulo registrou queda de -5,8% no número de óbitos no trânsito nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 1111 fatalidades, enquanto no mesmo período de 2020 foram 1180 registros. Analisando os dados nos meses de janeiro, fevereiro e março, desde 2015, a redução acumulada é de 29,1%.

  

Na Capital, a queda na série histórica desde 2015 é de 25,9% nas fatalidades de trânsito. Já na comparação entre 2020 e 2021 houve alta: foram 203 registros no primeiro trimestre de 2021 contra 191 em 2020 (+6,3%). 

 


Vias


A análise dos primeiros trimestres desde o ano 2015 mostra que, nas vias municipais, a queda no número de fatalidades foi de 43,2% e nas rodovias de 18,4%. Entre 2020 e 2021 também houve redução. No primeiro trimestre de 2020 foram registrados 502 óbitos em rodovias e 608 em vias municipais, enquanto no mesmo período de 2021 foram 497 registros em rodovias (-1%) e 539 registros em vias municipais (-11,3%).

 

Com relação à Capital, o índice de fatalidades causadas por acidentes nas rodovias caiu 50% desde 2015. Nas vias municipais, a redução foi de 29,4% nos últimos seis anos. 

 




Meios de transporte


A análise do programa Respeito à Vida indica ainda queda nas fatalidades entre pedestres (-44,2%), ocupantes de automóveis (-28,6%) e motociclistas (-7%) desde 2015.  Análise que se repete na Capital, onde o número de acidentes fatais caiu 46% entre pedestres, 9% entre motociclistas e 3% entre ocupantes de automóveis nos últimos seis anos. 


 

MARÇO DE 2021

 

De acordo com o levantamento mensal, que traz dados do Estado de São Paulo ao longo do último mês de março, houve queda no número de acidentes com vítimas, que incluem ocorrências não fatais. Foram 13.154 registros, enquanto em março de 2020 foram 14.056 (-6,4%).  Com relação ao número de fatalidades, a redução é ainda mais significativa: 381 óbitos em março deste ano contra 439 em 2020 (- 13,2%). 

 

Meios de transporte

A análise do programa Respeito à Vida indica ainda queda nas fatalidades entre motociclistas e pedestres em março de 2021. A maior redução ocorreu entre os pedestres: foram registradas 88 fatalidades, contra 122 em março do ano passado (-27,9%). A queda também foi significativa entre os motociclistas, com 127 ocorrências fatais em março, contra 168 no mesmo período de 2020 (-24,4%).

 

Entre ocupantes de automóveis e ciclistas houve alta de 3,4% e 11,8%, respectivamente.

 

 

Sobre o programa Respeito à Vida


Programa do Governo do Estado de São Paulo, atua como articulador de ações com foco na redução de acidentes de trânsito. Gerido pela Secretaria de Governo por meio do Detran.SP, envolve ainda as secretarias de Comunicação, Educação, Segurança Pública, Saúde, Logística e Transportes, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Econômico e Direitos da Pessoa com Deficiência.

 

O Respeito à Vida também é responsável pela gestão do Infosiga SP, sistema pioneiro no Brasil, que publica mensalmente estatísticas sobre acidentes com vítimas de trânsito nos 645 municípios do Estado. O programa mobiliza a sociedade civil por meio de parcerias com empresas e associações do setor privado, além de entidades do terceiro setor. Em outra frente, promove convênios com municípios para a realização de intervenções de engenharia e ações de educação e fiscalização.


Por que não haverá um golpe de Estado no Brasil?


Não me lembro de quantas vezes diversas pessoas, analistas e jornalistas falaram sobre os riscos de um golpe de Estado no Brasil da nova República, seja durante os governos de esquerda, seja durante os de direita. Sempre achei algo muito fantasioso quando muitas vezes lia reportagens recheadas de ilações sobre políticos, forças armadas, entidades transnacionais, grandes corporações da mídia e outros agentes que estariam conspirando contra a nossa ainda jovem democracia.

 

Neste texto exporei o porquê de tal aventura ser inviável, seja para aqueles saudosos da ditadura militar da década de 60, seja para aqueles que têm um ‘fetiche’ pelos governos ditatoriais de Cuba e da Venezuela. 

 

Hipoteticamente, se o Governo Federal realizasse um golpe tomando o controle dos Estados e das capitais federais, ou não respeitando o resultado eleitoral e mantendo um candidato derrotado no poder, o primeiro fato que ocorreria seria o não reconhecimento do Governo daquele momento em diante, principalmente por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, o que sob o ponto de vista internacional seria uma deslegitimação de toda e qualquer decisão nacional.

 

Sob o ponto de vista econômico, estaríamos excluídos do Mercosul devido à cláusula democrática, o que afetaria fortemente nossa indústria nacional. As operações de Swap com bancos centrais como BCE e o FED seriam cortadas, deixando-nos vulneráveis em situações de crise como vimos em 2008 e em 2020. Por mais “heroico” que possa ser para alguns tresloucados, um golpe de Estado elevaria o dólar para 10 reais em sua cotação, forçando o Banco Central a vender quantidades absurdas de reservas ou a limitar a conversão de divisa estrangeira. Seja como for, seria o fim dos investimentos no Brasil, sejam eles na bolsa ou na economia real. Ato contínuo, o BC elevaria os juros para patamares de dois dígitos a fim de conter a saída de investidores sem muito sucesso, mas colocando a economia nacional de joelhos sob o ponto de vista de investimentos internos e tomada de crédito. A bolsa derreteria e nossas empresas perderiam bilhões de reais em valor de mercado.

 

Que situação mais perfeita haveria para uma corrida aos bancos para retiradas de dinheiro do que um golpe de Estado? Obviamente começaríamos a assistir à quebra de bancos, limitações de saques e um estresse no sistema financeiro nacional, o que cortaria a linha de crédito das empresas, colocando o setor varejista e o comércio em uma situação de penúria. 

 

Neste contexto, a instabilidade de contratos, dado que a Constituição de 1988 não teria mais validade, seria mais um dos fatores de desestabilização nacional; em pouco tempo operações comerciais, aluguéis e contratos entre empresas e pessoas teriam pouca validade e dificilmente seriam cumpridos, pois não existiria regra superior em vigência que os colocasse em prática.

 

Em poucas semanas a inflação chegaria a galope e o Governo Federal seria forçado a adotar o ‘antigo remédio’ da indexação e da correção monetária, jogando-nos em um abismo de difícil volta e enterrando de vez o plano real e o tripé macroeconômico. Voltaríamos à década de 1970, tudo por causa de pessoas que não têm o mínimo apreço pela democracia e bajulam os autocratas, à esquerda ou à direita. 

 

Muitas das nossas exportações seriam boicotadas por causa do golpe de Estado ou mesmo por haver apenas um pretexto protecionista. Não importa a causa, isso derrubaria nossa balança comercial e nos jogaria ao longo de meses em uma nova crise cambial, forçando a desvalorização da moeda para fechar a balança comercial, o que resultaria em mais inflação.


Em poucos meses o índice de pobreza extrema chegaria aos dois dígitos, e a massa de desempregados estaria marchando nas ruas. Estudantes e a classe média se juntariam por meio das redes sociais, e o Governo assistiria incrédulo às capitais sendo tomadas por pessoas que viram sua vida ser destruída em prol de algo que fatalmente seria um desastre. 

 

Em poucas semanas, as revoltas internas tomariam corpo, ganhariam visibilidade internacional e seriam apoiadas pelas maiores democracias do planeta, causando não apenas a queda dos líderes do Governo, mas também a prisão de seus principais artífices. 

 

Não, amigos! Em um Brasil interconectado globalmente, membro do G20 e maior economia de mercado da América Latina, não há espaço para a manutenção de golpes de Estado ou governos ilegítimos. Essa seria uma aventura com pouco prazo de validade e dificilmente iríamos nos recompor na mesma década. Escrevo este texto com o intuito de mostrar como a dominância econômica se impõe sobre a política, seja ela democrática ou não, e como o nosso Brasil não aguentaria um novo golpe de Estado. 

 

Em minha opinião, aqueles que idolatram o regime militar ou o governo de Cuba, e pensam em adotar ideias semelhantes para o Brasil do século XXI, não têm espaço no pensamento democrático de hoje e só contribuem para o caos e a desinformação. 



 

Igor Macedo de Lucena - economista e empresário, Doutorando em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, membro da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs e da Associação Portuguesa de Ciência Política.


 

Grupo educacional canadense oferece bolsas de estudo nas três maiores cidades do Canadá

As opções de programas são oferecidas em Montreal, Toronto e Vancouver


Conquistar uma oportunidade de estudo ou trabalho em algumas das maiores cidades do Canadá não é mais um sonho distante. Grandes instituições canadenses estão ofertando bolsas de estudos para brasileiros em programas técnicos, de bacharelado e até MBA.

Com exigência mínima de nível intermediário da língua inglesa, os interessados ainda contam com planos de pagamento flexíveis, conforme regras de cada instituição. “O grande diferencial desses programas é a possibilidade de os candidatos poderem pagar boa parte do valor quando já estiverem no Canadá, estudando e trabalhando no país”, afirma Helicon Alvares, CEO da SEDA Intercâmbios, agência responsável pelo programa no país. Os interessados devem se inscrever no link: https://bit.ly/estudos-canada.

Os programas ofertados são:


Montreal:

Essa é a maior cidade da província de Quebec e o segundo município mais populoso do Canadá. O francês é a língua oficial, sendo a segunda maior cidade de língua francesa do mundo, depois de Paris, na França. O fato costuma ser um atrativo ainda maior para os estudantes, que podem praticar dois idiomas simultaneamente.

Quem deseja viver na cidade, pode optar por programas na renomada Trebas Institute Montreal, que está oferecendo bolsas de CAD 10 mil nos cursos de E-commerce & Online Business Management, além de Audio e Video Post-Production. Os programas partem de CAD 9 mil/ ano e são elegíveis ao PGWP (Post-graduation Work Permit), que é o visto de trabalho por até três anos após a conclusão do curso.


Toronto:

Toronto é a maior cidade do Canadá e fica na província de Ontário. É um verdadeiro centro internacional de negócios, finanças, arte e cultura, com muita qualidade de vida e segurança, sendo considerada uma das melhores cidades do mundo para se viver.

Lá, a opção é a TSOM - Toronto School of Management, que oferece programas nas áreas de Business, Turismo e Hospitalidade, Big Data e Tecnologia. A escola está com bolsas de até 55% nos cursos para início em 2021 ou 2022. Os cursos de 31 semanas partem de CAD 4.745.


Vancouver:

Vancouver fica na costa oeste do Canadá, na província de Colúmbia Britânica. É uma das cidades mais diversas do país, tanto étnica quanto linguisticamente, sendo possível conviver com comunidades chinesas, filipinas e até indianas. Lá, os estudantes têm duas opções de escola, a Canadian College of Technology and Business - CCTB e a University Canada West – UCW.

A primeira oferece programas nas áreas de Business e Tecnologia com bolsa de estudos de até 50%. Os cursos de 42 semanas partem de CAD 6.500. Já a segunda, oferece programas de bacharelado, MBA e Associate of Arts. “O grande destaque da UCW é o Associate of Arts, que está por CAD 13.920 para os dois anos”, destaca Jéssica Carvalho, gerente de produtos da SEDA Intercâmbios. Os três programas são elegíveis ao PGWP. Os cursos têm início previsto para 2021 ou 2022.

 


Serviço:

Bolsas de estudo em Montreal, Toronto e Vancouver

Mais informações em: https://bit.ly/estudos-canada

 

SEDA Intercâmbios:

https://www.sedaintercambios.com.br/

 

5 dicas para economizar dinheiro

Durante a pandemia tem sido ainda mais difícil conseguir economizar, mas, com algumas atitudes simples, a economia pode se tornar uma realidade

 

Como medida de redução da proliferação de Covid19, o Brasil segue com o isolamento social. Com isso, a crise econômica também vira consequência. Se antes, poupar para conquistar sonhos já era difícil, com esse cenário, pode parecer algo impossível, mas algumas atitudes podem ajudar. 

Pensando nisso, a Grão, primeira fintech a viabilizar o micro investimento no país, preparou dicas simples, porém eficientes, para que o brasileiro consiga praticar a educação financeira e guardar algum dinheiro. 

 

                            Corte gastos desnecessários: coisas que não são essenciais para o dia a dia, ainda que sejam gastos pequenos, acabam comprometendo o orçamento.

        

Dica: faça uma análise de tudo e verifique a real necessidade X momento.

 

 

 

                            Reveja os planos mensais: telefone, internet, TV são exemplos de serviços que, se avaliados, podem gerar alguma economia.

        

Dica: compare diferentes planos para saber qual atende suas necessidades diante do que você pode pagar e negocie com as empresas. 

 

 

 

                            Mercado da semana ou mês: muitas famílias estão sofrendo com o valor dos alimentos. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço cresceu 15% no acumulado desde o começo da pandemia de coronavírus.

        

Dica: fazer uma lista do que realmente irá consumir na semana ou mês é o mais assertivo. Outro fator importante é comparar preços!


 

 

                            Preste atenção no vencimento das contas: atrasar algumas contas pode gerar multas. 

        

Dica: evite acumular as contas, sempre que possível, para não pagar multas e juros. 

 

 

 

                            Metas diárias ou mensais: contar com uma meta financeira de algo que deseja conquistar é uma ótima maneira de se manter motivado a economizar no dia a dia. 

        

Dica: com o app da Grão fica mais fácil criar um objetivo e saber o quanto e como guardar. 

 

Sobre o Futuro

Opinião

Leio em algum lugar que o futuro depende de nós. Rio da pretensão da mensagem. Ou da sua ingenuidade. No século XVI, Maquiavel já lembrava o quanto a Fortuna tem de responsabilidade sobre nosso destino e que não há o que fazer em relação a isso. Agora multiplique o campo de ação do Acaso por muitas vezes muitas vezes e teremos o quadro atual. E, diante de nós, o imponderável amanhã. É fato que o próprio Maquiavel lembrava que temos algum controle sobre, pelo menos, 50% das nossas ações. E depois dizem que o pensador florentino não era otimista. Mas que vá. De cada duas coisas que pensamos poder fazer, uma delas é possível com nossos esforços. Lembrando que “possível" não é garantia de nada, somente traça uma linha de chegada na areia. Se não chover ou se as calotas polares não derreterem ou se a osteoporose não for muito agressiva, um dia poderemos ultrapassá-la. Mas há a outra metade das coisas que desejamos e que, bom, ficarão no campo das quimeras. Ou das frustrações inúteis. 

De qualquer forma, se conseguirmos fazer apenas uma coisa memorável na vida, já não terá valido a jornada? Esses dias falava com um amigo músico sobre a fase exuberante de Belchior nos anos 70. E, juntos, concordávamos: “mas depois disso, não fez mais nada que prestasse!”. E logo emendamos: “e também o Zé Ramalho!”. "Ora, mesmo o Chico, o que tem feito nesses últimos 20 anos?” - dissemos isso e sorrimos satisfeitos sabe-se lá com o quê.

Ulisses lutou dez anos em Tróia, mais dez pra voltar pra casa e encontrar sua Penélope. Do que ele teve mais orgulho de fazer? No leito de morte, do que lembrava com mais carinho? Talvez de algo que não sabemos, talvez de um gesto que não ficou registrado. Talvez de um sonho não realizado ou de um “não" dito no lugar de um “sim”, ou vice versa.

Guardo muitas vergonhas de pequenos atos que pratiquei e que tiveram grandes consequências. Sempre sonho com a chance de voltar no tempo e alterar esses pequenos atos. Creio que, se somar no tempo, tenho uns oito ou dez minutos de vida que não gostaria de ter vivido ou de ter vivido de maneira diferente, do jeito que vejo hoje o mundo e creio que é o melhor jeito. Mas no passado não pensei que teria esse futuro de arrependimento e vergonha. Naquele presente, aquele eu que eu era, não pensava em perspectiva, não pesava as consequências, pois possivelmente acreditava que o futuro não lhe pesaria. As circunstância fazem o homem. Mudam as circunstâncias, ficam apenas as memórias doces ou amargas. Essa é a vida, senhores!

Volto à reflexão inicial da minha leitura fortuita: o futuro depende de nós. Mas como isso é possível, se esse “nós" é um mutante cujo código genético nunca conseguimos decifrar a tempo? Se o agora é fruto do acaso e dos hormônios, a história que narraremos em dez, vinte anos, o que poderá dizer desse “nós” que conta ou sobre quem se conta? A História é mestre da vida, lembrava Maquiavel. Não que ele acreditasse que o passado se repetisse ou coisa que o valha. Maquiavel era inteligente, lembram? Sua convicção se voltava para os atos fundadores das coisas novas. Sempre é possível inaugurar um novo tempo na nossa vida, rompendo com a cadeia de lembranças e amarguras. É isso que o passado nos ensina: como romper com ele e deixar que o acaso e nossos esforços trilhem outros caminhos sem a necessidade de carregarmos junto os sacos de ossos de nossos arrependimentos. Quanto ao futuro, bom, quando ele se tornar um presente para nós, que saibamos usufruir da dádiva de possuí-lo.

 


Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo. 
danielmedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros


Abstinência de feiras cria novos formatos

Mais de 15 mil empresas/ano expõem em feiras Brasil afora, com o objetivo de vender. São produtos, serviços, marcas, conceitos e encontros que mantém as mesmas no ritmo de desenvolvimento. Fazem negócios e ampliam a geração de renda e empregos - além do consequente aumento do recolhimento de impostos. 

Ou seja, todos ganham com as feiras. Uma plataforma que aproxima compradores de vendedores; soluções de necessidades e que faz grande parte da economia se movimentar. Mas, de repente, aparece esta pandemia e tudo fica parado, inclusive as feiras de negócios.

 

E agora - vai passar! Mas, quando? Como? Por quê? Para onde? Em que lugar? Em que momento? Vamos esperar que, em meses, teremos o abrandamento desta problemática e voltaremos a fazer negócios.

 

A pandemia virou pandemônio e recrudesceu, piorou. As feiras não voltaram e nem existe um horizonte próximo de quando isto irá acontecer.

 

Vai passar! Todos sabemos.

 

Alguns destes muitos expositores cansaram de esperar. Precisam vender, produzir. Precisam de negócios e das feiras. Mas como não tem feiras, partiram para a atividade individual, que consiste em alugar um espaço em um hotel ou buffet para instalar suas máquinas, seus produtos ou seus serviços, monta como se um estande fosse e estão convidando de 5 em 5 ou de 10 em 10 dos seus clientes, de hora em hora, para virem conhecer os lançamentos.

 

É contratada uma mesa de buffet, nos encontros presenciais. E, desta forma, alguns estão conseguindo expor na sua feira “solo” e conseguindo resultados de negócios. Claro que existe o perigo de contágio nesta situação toda que estamos vivendo. Estes encontros, fatalmente, não rolam dentro dos protocolos necessários. E isso poderá gerar alguns ou vários problemas. Eis aí o resultado da abstinência das feiras.

 

Elas precisam voltar para atender esta demanda. Para impactar, de forma positiva, os mercados e girar a economia. Morrer é muito ruim, seja de vírus ou de fome.

 

Formatos novos são sempre bem-vindos, mas condições pitorescas como estas não devem ser incentivadas. No entanto, estão acontecendo e poderão se tornar mais frequentes, a partir do momento em que os afetados aprendam com os que fizeram e travem uma escalada rápida dos formatos.

 

Pelo menos os hotéis, também muito afetados, poderão diminuir a vacância, nestas oportunidades. E isso é um alento.

 



José Roberto Sevieri - promotor de feiras comerciais, sócio gerente da Proma Feiras e VP da ADVB – Associação Brasileira dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil.


Preços da gasolina e do etanol recuam no início de abril, aponta Ticket Log

Valor médio do litro da gasolina está 0,29% menor e o do etanol 0,59% abaixo do registrado no fechamento de março


De acordo com o último Índice de Preços Ticket Log (IPTL), os preços médios registrados no País para a gasolina e o etanol nas primeiras semanas de abril apresentaram recuos na comparação com o fechamento do mês de março. O valor médio por litro da gasolina foi 0,29% menor e o combustível foi comercializado a R$ 5,701 nos postos. Já o etanol registrou um recuo de 0,59% e foi encontrado à média de R$ 4,572.

“Ambos os recuos são pouco significativos e abaixo de 1%. Ainda assim, se a tendência se provar durante todo o mês, podemos ter ao final de abril a primeira queda de preços desde maio de 2020, interrompendo uma sequência que já registrou dez aumentos consecutivos”, destaca Douglas Pina, Head de Mercado Urbano da Edenred Brasil.

A gasolina mais cara registrada no Brasil continuou acima de R$ 6,00 neste início de mês. No Acre, o combustível foi comercializado pelo valor médio por litro de R$ 6,243. No Rio de Janeiro, segundo maior preço registrado, o valor encontrado foi de R$ 6,112. O maior aumento foi registrado no Amazonas, de 3,10% na comparação com o fechamento de março.

Já o etanol de maior preço médio nas primeiras semanas de abril esteve no Rio Grande do Sul, com o litro a R$ 5,276. O maior aumento foi identificado no Acre, de 8,25%.

Em Santa Catarina foi identificado o litro da gasolina mais barato de todo o território nacional, a R$ 5,241. O Estado também registrou o maior recuo de preços do combustível, de 2,44% em relação ao fechamento de março.

São Paulo segue com o etanol mais barato do País, após redução de 6,66% nos preços, que fez o combustível ser comercializado a R$ 3,644. Mas o maior recuo foi apresentado no Paraná, de 7,21% no valor médio por litro.

No recorte entre as regiões, apenas Norte e Sudeste registraram aumentos de preços da gasolina em abril. Nos postos nortistas, o preço médio do combustível avançou 0,30%, e foi de R$ 5,736. Já o Sudeste apresentou um aumento de 0,03%, e registrou o combustível mais caro, a R$ 5,789.

A mesma Região Sudeste registrou a maior queda de preços do etanol, recuo de 4,29%, mas não o combustível mais barato, que foi encontrado no Centro-Oeste, a R$ 4,266. O etanol mais caro foi registrado no Norte, a R$ 4,813, após avançar 2,32% em relação ao fechamento de março. Outra Região que apresentou aumento no valor médio por litro do combustível foi o Nordeste, alta de 1,23%.

“O maior recuo de preços da gasolina foi apresentado pela Região Sul, de 1,85% nas primeiras semanas de março”, completa Pina.

O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 18 mil postos credenciados da Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo. A Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais de 25 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções modernas e inovadoras, a fim de simplificar os processos diários.

 


 

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PAU QUE BATE EM CHICO, BATE SEMPRE EM CHICO

No senso popular, se uma autoridade pune Chico cidadão comum, pé-de-chinelo, haverá de punir, por iguais motivos, o rico e famoso Francisco de sapato italiano.

Até uma singela e popular expressão como essa, de equidade de tratamento e de justiça, colide com usos e costumes dos nossos ministros do STF. Naquele pomposo recanto da pátria, se peneiram antecedentes e a Constituição Federal tem entrelinhas. Usam-na “ao gosto”, como é dito sobre certos condimentos em receitas culinárias. O quê? Só porque me fazem rir, não estou sendo sério? Eu?

Foi exatamente essa vontade de rir que senti quando o ministro Barroso determinou que o presidente do Senado instalasse a CPI da covid-19.  Senti vontade de rir quando o notório Renan Calheiros se perfilou para integrá-la e negocia, agora, assumir posição de mando, logo ele que, presidindo o Senado, foi coveiro de muitas dessas comissões. Senti vontade de rir quando Bolsonaro revidou, solicitando ao boquirroto senador Kajuru que retrucasse o STF com um mandato de segurança pedindo que a Corte determinasse a abertura do processo de impeachment contra Alexandre de Moraes. Não vai levar, pensei, porque a Casa já mostrou ser em Chico, e só em Chico, que o pau bate e rebate.

Ri, também, ao ler o teor da decisão do membro novato levado à Corte pelas mãos de Bolsonaro. Claramente, o ministro Nunes Marques abriu o processo que lhe caiu no colo perguntando-se: “Como argumentar para negar isto?”, porque é assim que tantos votos são dados em matérias de repercussão política. Para decisões que tem gerado inédita insegurança ao país, confere-se, ali, aspecto jurídico a opiniões prévias, individuais ou colegiadas. “Dadas todas as vênias”, é o que depreendo do que assisto, no exercício do meu direito de crer mais no meu ver do que no meu ouvir.

Desde o início do governo, é só nele que o pau do Supremo bate, e o faz com mais vigor e determinação do que a oposição congressual. A Corte se olha no espelho benevolente da mídia militante, que gosta do que assiste e ouve sem questionar. Aliás, a análise mais profunda e a única crítica ao STF que identifiquei na mídia nacional, nesse tempo todo, foi uma vistoria do cardápio dos ministros, onde foram pescadas lagostas e identificados vinhos.

Não há setor de atividade em que a Corte se sinta inconveniente, intrometida, ou desequilibrando a harmonia dos poderes. Usa e abusa da prerrogativa de avaliar a conveniência e a qualidade de ações político-administrativas. Opera no Brasil um sistema de freios sem contrapesos, que vai da nomeação de um diretor da Polícia Federal até uma lei municipal na linha da escola sem partido, votada e aprovada para coibir abusos.

Mesmo quando o STF invade de modo totalmente irracional, ilegal, ardiloso a autonomia da Câmara dos Deputados, criando a ridícula figura do flagrante eterno, viabilizando prisão a qualquer hora e lugar, essa arbitrariedade pretoriana vai menos contra o Parlamento do que contra o Chico governista.

Há 10 pedidos de impeachment de ministros do STF na gaveta do presidente do Senado, mas isso não tira o sono da República. Está tudo programado para não acontecer.

 

*   Publicado originalmente em Conseervadores e Liberais, o site de Puggina.org.


 

Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Café: Brasil propõe modernização na emissão de certificados de origem da OIC

Propostas estruturadas pelo Cecafé foram aprovadas pelo Conselho Internacional e visam a modernizar, agilizar, reduzir burocracia e dar mais transparência ao processo

 

O Conselho Internacional do Café aprovou, na sexta-feira, 16 de abril, proposta da delegação brasileira, estruturada pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que pretende modernizar o regulamento referente à emissão dos certificados de origem da Organização Internacional do Café (OIC), requeridos nas exportações do produto. 

Embasada na existência de diversos modelos avançados de gestão tecnológica de documentos, envolvendo assinaturas eletrônicas, certificações digitais, armazenamento virtual dos dados e harmonização de datas de exportação, a sugestão do Brasil objetiva dar celeridade ao processo, reduzir a burocracia, ampliar a transparência e estar alinhada às propostas do Acordo de Facilitação de Comércio da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização Mundial das Aduanas (OMA). 

Na explanação ao principal colegiado da cafeicultura mundial, o Cecafé recordou que o conceito e as instruções contidas no atual “Regulamento de Estatística – Certificados de Origem” da OIC se baseiam, majoritariamente, em modelos e processos antigos aplicados ao período das cotas de exportação, quando a Organização tinha a necessidade de monitorar e controlar os embarques dos países produtores, e que as novas tecnologias permitirão um processo de emissão mais moderno, célere e menos burocrático. 

Entre as diversas alterações propostas, destaca-se a implementação da assinatura eletrônica dos certificados, o armazenamento eletrônico dos documentos, a utilização da Referência Única de Carga (RUC) e a alteração da data de exportação, que deixará de ser por liberação aduaneira e passará a ser pela data do conhecimento de embarque. 

De acordo com o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, a sugestão da entidade está alinhada às recentes mudanças feitas no Brasil, através da implantação do Portal Único de Comércio Exterior. 

“Essa inovação brasileira tem desburocratizado o processo das exportações por meio de uma completa reformulação de procedimentos, exigências normativas e sistemas aplicáveis às transações comerciais externas. Assim, é possível reduzir tempo e custos para os agentes privados concluírem as operações, que é o que pretendemos em relação à emissão dos certificados de origem da OIC”, revela.

Com a aprovação da proposta apresentada pela delegação brasileira, o presidente do Cecafé anota que as otimizações aprovadas no “Regulamento de Estatísticas – Certificado de Origem” ampliarão as possibilidades de integração de bases e gerarão modernização e eficiência ainda maiores aos processos, garantindo, também, o rigor da coleta das informações para os propósitos estatísticos.

 

PRÓXIMOS PASSOS

A Representação Permanente do Brasil junto às Organizações Internacionais em Londres (Rebraslon) contatará a OIC, nesta semana, para acelerar a publicação do regulamento já atualizado. Tão logo seja divulgado, o Cecafé continuará o desenvolvimento  do novo sistema de emissão dos certificados, o qual será integrado ao Portal Único, através da utilização da Application Programming Interface (API) do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).


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