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sexta-feira, 9 de abril de 2021

Pandemia reforça necessidade de clareza em regras nos condomínios

Viver em condomínio tem muitas vantagens, desde ter melhores opções de lazer, mais segurança e organização, até a possibilidade de conviver e fazer amigos. Além disso, os condomínios oferecem acesso a estruturas como piscina, academia, playground e outros, com um excelente custo/benefício. Para que isso funcione, porém, é preciso que haja regras claras, colaboração e também conhecimento sobre o que diz a legislação. A COVID-19 trouxe para os condomínios um novo entendimento do uso dos espaços coletivos e novas regras como a utilização de máscara. Para síndicos e administradores, vieram muitos desafios para lidar com o já chamado de “novo normal” em um contexto no qual as opiniões e noções de coletividade se diferem de morador para morador.

A advogada Laís da Costa Tourinho lembra que a obrigação de uso de máscara em locais coletivos é ditada pela Lei 13.979/2020, em seu artigo 3 A, que determina que “é obrigatório manter boca e nariz cobertos por máscara de proteção individual, conforme a legislação sanitária e na forma de regulamentação estabelecida pelo Poder Executivo federal, para circulação em espaços públicos e privados acessíveis ao público, em vias públicas e em transportes públicos coletivos”.

Afastando-se qualquer dúvida sobre a aplicação da norma aos espaços comuns dos condomínios, se tem a previsão do inciso III deste mesmo artigo, que alarga o uso obrigatório de máscara aos ‘demais locais fechados em que haja reunião de pessoas’”, complementa.

Laís indica que a primeira orientação aos síndicos e administradores é no sentido de sensibilização e conscientização dos condôminos e também dos funcionários.

“Assim, enviar circulares com as informações e afixar as regras em local visível é o primeiro passo, inclusive dando conhecimento a todos da legislação aplicável”, orienta a advogada.

Para aplicação, contudo, de multas internas, é necessário que tal fato esteja expressamente previsto em Convenção de Condomínio ou Regimento Interno, sendo recomendável a convocação de assembleia para deliberar especificamente sobre a inclusão desta infração como sendo punível com multa.

“Se não houver tal previsão em Convenção ou Regimento, ainda é possível enquadrar a conduta como comportamento antissocial, nos termos do art. 1337, parágrafo único, do Código Civil, porém, para aplicação de multa nesta situação, será necessária a deliberação de 3/4 dos demais condôminos. Apesar de não termos conhecimento de ações judiciais movidas por condôminos ou pelos próprios condomínios para compelir um morador ao uso da máscara, entendemos que, com base na Lei 13.979/2020 e diversos Decretos Municipais, é viável esta alternativa, que deve, contudo, ser a última utilizada”, complementa a especialista.

 

Vantagens, desafios e o poder do diálogo

Com uma boa gestão condominial, é possível morar em um empreendimento com estrutura completa, sem pagar uma taxa exorbitante. É o que o destaca Eric Pereira, gerente de vendas imobiliárias que atua na construtora JVF.

“O valor é variável, mas no Vivace, por exemplo, hoje, é em torno de R$ 270,00 e o empreendimento conta com academia, piscina, espaço Gourmet e diversos outros itens”, destaca.

As vantagens são claras, mas os desafios também existem. Afinal, alguns condomínios podem ter a população de um bairro ou até de uma pequena cidade. Um exemplo é o Vivace Cabula VI, empreendimento da construtora JVF. São 258 apartamentos em todo o condomínio, onde os moradores dividem áreas comuns e utilizam equipamentos de forma coletiva. 

Embora as regras formais e a legislação sejam fundamentais para alguns casos, o gerente predial do Vivace Cabula VI, Ubirajara Santana, pontua que, para uma boa convivência, é preciso apostar no respeito. 

“Os conflitos ocorrem, mas eu procuro manter sempre aberta a via do diálogo, além de procurar me colocar no lugar do outro. Às vezes, uma pessoa descumpre uma regra por esquecimento ou alguma dificuldade. Como faz parte do trabalho da administração gerenciar isso, eu procuro dialogar com a pessoa, alertar para pequenos descumprimentos, conversar e ouvir, pedir com gentileza. Essa maneira de comunicar pode evitar que coisas pequenas se tornem grandes problemas”, comenta Ubirajara.

 

As regras devem ser claras

A convenção e o regimento interno do condomínio são documentos que devem ser disponibilizados para todos os moradores, pois eles contêm todas as regras para preservação dos direitos de moradia tranquila, além dos direitos que preservem o valor patrimonial do imóvel individual e das áreas comuns. As regras e outras determinações contidas nestes documentos são aprovadas coletivamente, em reuniões de condomínio e requerem um quórum especial para aprovação de 2/3. 

No entanto, as normas de convivência em um condomínio não podem ultrapassar os limites da legislação. A advogada Tiana Camardelli ressalta que os limites de fixação de regras pelo condomínio são as leis vigentes: o Código Civil e outras Leis Federais, Estaduais e Municipais que tratem sobre direitos reais e outros correlatos. 

“Sobretudo, a Constituição Federal é um freio a que o condomínio pretenda impor restrição de direitos garantidos ao cidadão sobre a forma e uso de sua propriedade exclusiva, que seria da ‘porta para dentro’ de cada unidade. Tomando um exemplo, não é possível proibir a criação de animais domésticos dentro da propriedade exclusiva do condômino, desde que estes não ofereçam risco à saúde e segurança dos demais moradores. Também, desde que não interfiram na convivência urbana. O condomínio poderá, sim, estabelecer regras de uso e acesso pelos animais às áreas comuns. Qualquer regra imposta pelo condomínio que contrarie a Constituição Federal, o Código Civil e outras leis, poderá ser discutida judicialmente e, por certo, terá sua validade afastada”, explica Tiana. 

Ela enfatiza que, sempre que houver dúvida quanto à validade destas regras frente à Constituição Federal, ao Código Civil e a outras leis vigentes, elas poderão ser questionadas na justiça.

 

Descumprimento gera penalidades

O condomínio pode estabelecer multas e restrições aos usos de espaços comuns pelo descumprimento das regras. Segundo aponta a advogada Tiana Camardelli, neste último caso, a restrição do uso de espaços comuns apenas se justificará se o descumprimento da regra tiver relação a este uso. Por exemplo, a danificação de móveis de salão de festa, impedindo o uso pelo condômino até que seja reparado o dano. 

A administração do condomínio também poderá adotar medidas judiciais para paralisar o comportamento inadequado do condômino e ser indenizado pelos danos que este comportamento provoque.  Tiana explica que, em casos extremos, com base no art. 1.337 do Código Civil, o condomínio poderá adotar medidas para a expulsão do morador, mesmo sendo ele proprietário da unidade individual. 

Esta medida se dirige a situações realmente extremas, como a do condômino que, de forma reiterada, descumpre as regras de convivência, que é o chamado condômino antissocial, ou a do morador cuja permanência represente perigo aos demais, como no caso da identificação de prática de ato criminoso, este chamado de condômino nocivo. 

“É importante indicar que para a expulsão do condômino pelo condomínio precisa garantir a ele o direito de defesa, como está no Enunciado nº 92 da I Jornada de Direito Civil e no Enunciado nº 508 da V Jornada de Direito Civil do Conselho de Justiça  Federal/STJ”, completa a advogada.

 

O fantasma da inadimplência

Um dos problemas que muitos condomínios enfrentam é a inadimplência, que acaba onerando os outros moradores e gerando custos maiores para o condomínio. No entanto, a cobrança também tem regras e limites que devem ser respeitados.

A advogada Laís da Costa Tourinho aponta que a primeira regra a se observar em caso de inadimplência de um condômino é a de total discrição e respeito nas cobranças. Não se pode constranger o condômino inadimplente. Também não é possível impedir que o inadimplente usufrua dos serviços do condomínio.

“Aconselho que, antes de ajuizar uma ação judicial, se proceda à cobrança amigável, com envio de notificação e que o condomínio seja flexível nos acordos, acatando parcelamentos e até concedendo desconto, se for viável. Isso porque o recebimento de valores amigavelmente é sempre melhor medida do que o ajuizamento de uma ação, que implica custo financeiro e também decurso de prazo cada vez mais longo para finalização dos processos”, analisa Laís.

Se a cobrança judicial for inevitável, pode-se ajuizar ação de execução, pois o Código de Processo Civil de 2015 expressamente incluiu o crédito de taxas de condomínio no rol de títulos executivos. Isso torna o trâmite da ação, em tese, mais rápido. Se o valor do débito for até 40 salários mínimos, os condomínios residenciais podem optar pelo ajuizamento da ação em Juizados Especiais Cíveis.

 

Motorista de aplicativo também tem que declarar IR: confira as dicas

Especialista da Kovi ensina o passo a passo para os profissionais da categoria não se perderem na hora da declaração; atente-se para as condições específicas dos autônomos

 

Para os milhões de brasileiros, é chegado o momento de declarar o imposto de renda. Esse período que, para muitos, acaba se tornando uma dor de cabeça, é fundamental para que o contribuinte fique em dia com o governo federal. Dentro desse panorama, encaixam-se também os motoristas de aplicativo. Nos últimos anos, muitos profissionais buscaram nos aplicativos de transporte de passageiros a oportunidade de voltar ao mercado de trabalho ou completar a renda familiar. Apesar dos inúmeros efeitos negativos da pandemia, o número de trabalhadores por conta própria subiu 6,6% em comparação com o trimestre anterior, atingindo a marca de 22,9 milhões de pessoas, de acordo com os dados da PNAD Contínua de 2021 divulgados pelo IBGE. 

Agora, um motorista de app precisa declarar o Imposto de Renda? E na hora de preencher o IR 2020, como informar os valores recebidos pelas corridas? Para esclarecer todos os tipos de questionamentos, a Kovi - maior startup de locação de veículos para condutores de app - quer ajudar os motoristas nesse processo. Segundo balanço divulgado pela Receita Federal na última segunda-feira (29), nas quatro primeiras semanas de entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, 8.992.283 contribuintes acertaram a conta com o Leão, o que equivale a apenas 27,6% do previsto para este ano. Em 2021, o Fisco espera receber até 32.619.749 declarações no período determinado de entrega que começou no dia primeiro de março e vai até 30 de abril. 


Como declarar 

Todo motorista de app é classificado como profissional autônomo, sem vínculo empregatício e recebe rendimentos de pessoas físicas intermediados pela empresa do aplicativo. Segundo Rodrigo Sousa, Controller da Kovi, por esse motivo, esses profissionais precisam declarar o IR nas seguintes condições: caso a soma dos rendimentos tributáveis, por exemplo, a soma de todas as corridas feitas no ano, forem maiores que R$ 28.559,70 e se a soma dos rendimentos não tributáveis, como doações, ganhos com o seguro ou venda de bens, ultrapassar R$ 40 mil. “Já para quem tenha realizado operações de qualquer tipo na Bolsa de Valores de até R$ 20 mil por mês em 2020, não precisa pagar o IR, mas é necessário declará-lo no campo “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”. Caso o valor mensal supere R$ 20 mil, ele é tributável e deve ser declarado como renda variável”, completa. Além dessas opções, Rodrigo explica que o  motorista precisará declarar caso tenha alguma receita que seja oriunda de produção ou atividade rural. “Se tiver adquirido algum tipo de bem material, como casa ou carro, o investimento também deverá entrar na declaração do motorista”, alerta. 

Esses profissionais estão sujeitos ao recolhimento mensal do Imposto de Renda via carnê-leão, programa que calcula automaticamente o pagamento do tributo da categoria. O ideal é que, mensalmente, o motorista some o valor de todas as corridas. Caso fique dentro do limite de isenção mensal de R$1.903,98, o profissional não precisará recolher o IR daquele mês. Mas, se passar, será preciso gerar uma guia e realizar o pagamento do tributo até o último dia útil do mês seguinte, respeitando a tabela progressiva do imposto. É possível importar os dados do carnê-leão para a declaração de renda. Se durante os 12 meses, os ganhos do motorista não somarem mais que R$ 28.559,70, o profissional poderá receber de volta todos os impostos que recebeu durante o ano.

Empresas de aplicativos são obrigadas a fornecer um documento com o detalhamento das corridas de cada motorista. E, de acordo com a Kovi, o grande diferencial da declaração de Imposto de Renda de motoristas para os outros profissionais autônomos é que, somente 60% do valor total recebido, deve ser considerado rendimento tributável. O restante deve ser colocado na parte de rendimentos isentos e não tributáveis. É uma exclusividade da categoria. Vale lembrar também que neste ano, a Receita Federal divulgou algumas novidades, tais como, a obrigatoriedade de declarar o auxílio emergencial de quem recebeu de R$ 22.847,76 em outros rendimentos tributáveis e a criação de três campos na ficha de “Bens e direitos” para o contribuinte informar ganhos com criptomoedas e outros ativos eletrônicos. 

 


Kovi

 www.kovi.com.br


Preservação da Amazônia requer pesquisa, transparência de dados e nova economia baseada na biodiversidade

Tema foi debatido por cientistas envolvidos em estudo sobre a conservação da floresta, monitoramento de queimadas e de efeitos das mudanças climáticas durante seminário virtual promovido pelo Instituto do Legislativo Paulista em parceria com a FAPESP (foto: Neil Palme/Wikimedia Commons)

 

 O debate sobre o desenvolvimento sustentável da Amazônia tem se limitado a conciliar a intensificação da produção agropecuária com a preservação do bioma por meio de terras indígenas e unidades de conservação e contenção do desmatamento.

Um grupo de pesquisadores, no entanto, propõe uma alternativa a essas duas vias de ação: uma nova bioeconomia baseada no uso dos ativos da biodiversidade. A ideia consiste tanto em conservar a floresta em pé quanto em gerar emprego, renda e desenvolvimento econômico a partir de inovação e pesquisa sobre ativos biológicos e biomiméticos oriundos de espécies amazônicas.

Esse e outros temas relacionados, como a importância de realizar pesquisas científicas na região e de disponibilizar dados abertos sobre desmatamento, foram tratados no seminário on-line “Amazônia: tecnologia, desenvolvimento e sustentabilidade”.

Realizado no dia 05 de abril, o evento integra o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação – uma parceria entre a Fundação e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A íntegra do seminário está disponível no YouTube.

“O que queremos? Transformar a Amazônia numa grande fazenda de grãos? Isso não é possível, pois mesmo se reduzirmos o desmatamento e mantivermos áreas protegidas e agricultura sustentável e mais produtiva não será o suficiente para frear a savanização do bioma. Precisamos criar um novo modelo com desmatamento zero, grande recuperação florestal e com uma nova bioeconomia, que ainda não existe em nenhum lugar tropical do mundo. Precisamos do que temos chamado de Amazônia 4.0”, defendeu Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia.

Com a intensificação do modelo econômico desenvolvimentista, o que já havia sido previsto por modelos teóricos começa a aparecer na prática: a possibilidade de que até 60% da Amazônia se torne uma savana tropical degradada. De acordo com Nobre, caso esse cenário de devastação aconteça, serão mais de 200 bilhões de toneladas de carbono lançadas na atmosfera, o que teria também um impacto profundo nas mudanças climáticas.

“O que vemos é maior severidade da estação seca e diminuição da reciclagem de água. No sul da Amazônia, a estação seca está de três a quatro semanas mais longa do que na década de 1980 e aumentou a mortalidade das árvores [ou seja, mais carbono para a atmosfera]. É a ativação do que chamamos de ponto de não retorno. Se o desmatamento passar de 20% ou 25% e continuar crescendo, vamos ter em 30 anos 40% da Amazônia degradada”, alertou o pesquisador.

Nobre ressaltou que o desmatamento não aumenta a produtividade agrícola. “A pergunta é: queremos ser eternamente um fornecedor de commodities, nos desindustrializando mais a cada ano? Queremos esse destino ou o de ser provedor de uma nova economia baseada na biodiversidade?”, indagou.

Outro ponto destacado por Nobre é que atualmente a produção de produtos florestais, como açaí, por exemplo, rende mais (US$ 1.000 por hectare ao ano) do que a soja (US$ 200) e a pecuária (US$ 100). De acordo com o pesquisador, a bioeconomia e a biomimética podem conferir um ganho ainda maior.

“Elas representam o maior potencial industrializador presente no país e combinam conhecimento científico ao tradicional e indígena. Podemos transformar a Amazônia no Vale do Silício da Biodiversidade, unindo inovação, agricultura de baixo carbono e novos materiais extraídos da natureza para o uso farmacêutico, cosmético e de recursos genéticos”, disse.

O projeto da Amazônia 4.0 ainda está em desenvolvimento e prevê a implementação de biofábricas em cadeias produtivas, como de açaí, cupuaçu e cacau. Além da capacitação de pessoas para trabalharem nessas biofábricas, o programa prevê a criação de uma escola (Rainforest Business School) e de um instituto de pesquisa (Amazônia Institute of Technology).

Adalberto Luis Val, professor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), concorda que é preciso fazer muito mais para garantir a conservação do bioma. Ele defende, entre outras medidas, a formação de cientistas que trabalhem na região e mais investimentos em pesquisa.

“Na Amazônia sabemos que não dá para importar modelos. Precisamos produzir e aperfeiçoar as cadeias produtivas por nós mesmos. Esses modelos precisam proporcionar geração de renda e emprego na região e conservar a biodiversidade. Destruir a floresta é um tiro no pé até mesmo para o agronegócio brasileiro, pois altera o ciclo hidrológico, gerando escassez de água, algo essencial para esse tipo de negócio”, disse.

Val ressalta que o tesouro mais importante da Amazônia – as informações contidas em sua grande variedade de espécies – ainda está escondido na floresta. São os ativos biológicos e genéticos presentes em animais e vegetais. “No entanto, esse Eldorado da diversidade biológica e cultural que abrange vários países – e só de peixe tem mais de 2.500 espécies – tem sido visto apenas de cima. Falta pesquisa científica que explique e descreva toda essa diversidade que tem sido formada desde o soerguimento dos Andes”, afirmou.

Como exemplos o pesquisador destaca estudos realizados em tambaquis, peixes que conseguem se adaptar a condições extremas existentes em ambientes com pouco oxigênio. “A Amazônia é contada por uma história de mudanças climáticas e tectônicas que estão refletidas nas informações genéticas de sua biodiversidade. O tambaqui, por exemplo, tem uma espécie de lábio inferior, que é formado em ambientes de hipóxia. Estudos mostraram que alguns genes desse animal, quando expostos a ambientes com pouco oxigênio, têm expressão duas vezes maior, o que faz com que o tecido cresça ou regrida muito rapidamente”, contou.


Conhecer para conservar

Da mesma maneira que as mudanças climáticas globais trazem consequências para a floresta, o impacto do desmatamento não se restringe apenas ao ambiente amazônico. "Se por um lado a Amazônia e o Brasil já estão em processo de aquecimento, por outro as emissões de queimadas na Amazônia têm dimensões continentais, cobrindo 60% da América do Sul e afetando todo o planeta”, comentou Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).

Dessa forma, a importância da Amazônia está também no fato de ser o único lugar do planeta em que a própria floresta controla seu clima interno, com processos que impactam o mundo todo. Além disso, a Amazônia possibilita a manutenção de serviços ecossistêmicos vitais e pode contribuir também para absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera.

Para o pesquisador, a ciência produzida na Amazônia é de extrema importância para o mundo. “E a única maneira de implementar políticas públicas acertadas é com base em evidências científicas”, disse.

No entanto, destacou, há um recrudescimento da degradação da floresta. “O desmatamento é recente. Em 1975, apenas 0,5% da área do bioma havia sido desmatada. Em 1988, esse número subiu para 5% e, em 2020, chegou a 19%.”

Gilberto Câmara Neto, diretor do Secretariado do Grupo de Observações da Terra, ressaltou a importância dos satélites para o monitoramento da Amazônia.

“O Brasil tem uma trajetória de monitoramento permanente desde 1988. Temos um conjunto de satélites que nos dá uma visão completa da Amazônia e ano a ano o Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] esquadrinha a região, gerando uma comparação do que aconteceu com alto nível de detalhe”, afirmou o cientista, que foi diretor do Inpe de 2005 a 2012.

Câmara destaca ainda a importância da transparência do sistema de monitoramento como forma de garantir credibilidade e governança. “São dados de acesso livre, de modo que todo cidadão pode acompanhar. É um esforço científico de décadas e que hoje é aceito no mundo inteiro. O Fundo Amazônia utiliza os dados do Inpe como medida de desempenho. Os americanos não duvidam do dado e o Acordo de Paris também não”, destacou.

“Se a sociedade brasileira não tivesse conhecimento dessas informações, ela não saberia qual a magnitude do problema, nem o gestor público poderia agir rapidamente, tentando reverter altas de desmatamento”, acrescentou.

Nos últimos anos, a situação de devastação da Amazônia se tornou ainda mais preocupante. Desde 2005, aumentou de 5 mil quilômetros quadrados (km2) de área desmatada ao ano para 11 mil km2 em 2020, mesmo com a pandemia e a queda da atividade econômica.

O pesquisador ressaltou também que não há contradição entre preservação e produção, desde que haja gestão pública responsável. “Não se trata de criminalizar e estigmatizar os produtores. Sabemos que apenas 2% das propriedades são responsáveis por 62% do desmatamento em potencial. O combate à devastação, portanto, não significa o combate aos agricultores. Também não existe o lado dos ambientalistas e o dos agricultores, o que deve existir é uma política pública com base nos dados para saber quem está dentro da lei e quem não está, para então penalizar. De 2005 a 2012 houve uma redução de 80% do desmatamento da Amazônia. Por isso eu digo: já fizemos uma vez e podemos fazer isso novamente, é só estar do lado político certo”, afirmou.
 

 


Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/preservacao-da-amazonia-requer-pesquisa-transparencia-de-dados-e-nova-economia-baseada-na-biodiversidade/35596/

8 aprendizados do 1º ano de pandemia para profissionais e empresas

Crises ensinam sociedades a se adequar para voltar ao pleno funcionamento, como a COVID-19 já mudou a forma de atuar de empresas e o comportamento de seus colaboradores e clientes * Por Marcelo Reis - Founder MR16 Consultoria 

 

Em 2020 quando a OMS reconheceu a situação da COVID-19 como sendo uma pandemia, logo começou um movimento em que algumas pessoas negavam a seriedade da situação. Em alguns países, o estado de emergência demorou muito a ser reconhecido. Por este comportamento, os cenários mais realistas que apontavam para uma plena recuperação econômica mundial, em não menos de 2 anos, eram mal vistos e desacreditados. No entanto, agora, com 1 ano de pandemia é exatamente o que vem se mostrando real.

Esperar que o mundo volte a ser como antes é utópico. A nova normalidade já vem sendo implantada na prática, a forma de trabalhar, fazer negócios, consumir e gerir a vida mudou de forma definitiva. Neste artigo, separei alguns aprendizados, melhorias e também pontos de atenção que a COVID trouxe.

 

Varejo: sobrevivência depende de transformação 

Logo no início de 2020 o comércio sofreu o impacto inicial e começou a pedir ajuda ao governo, que também não estava preparado para fornecer este tipo de socorro ao empresário. As empresas, principalmente as pequenas e médias, que ficaram “sentadas esperando que tudo fosse passar em 3 ou 6 meses”, e não se transformaram, quebraram. Sem fôlego financeiro muita gente fechou e, quem sobreviveu, tocou os negócios baseado no delivery. 

O Calendário comercial ficou mais “lento”, não teve a aceleração típica das datas sazonais ao longo do ano e nem o esperado pico de consumo em dezembro. O sentimento que se estabeleceu é de 2021 quase como uma continuação de 2020.

 

Online não é diferencial, é parte essencial da operação de qualquer empresa 

O online entrou de vez na estratégia das empresas, não adianta pensar nele como uma parte isolada. O digital precisa ser parte do planejamento principal. A unificação da qualidade e tipo de atendimento ao cliente independente do canal foi um importante aprendizado. 

 Antes da pandemia, era comum o cliente ter um tipo de experiência na sua jornada de compra presencial muito diferente da ofertada pela mesma marca no canal online. Ou seja, dependendo da escolha do canal para compra, o cliente terminaria sem a mesma assistência, sem acesso à promoção ou sem a personalização do seu perfil de compra. Com clientes mais exigentes e conscientes de suas compras as marcas precisaram adequar e garantir a mesma qualidade em qualquer canal.

 

Logística como parte fundamental do sucesso nas vendas 

As adaptações realizadas nos processos logísticos também acrescentaram qualidade na relação consumidor-marca. Podemos dizer que esta multicanalidade está funcionando bem no momento em que o cliente pede um produto pelo site e este pedido é encaminhado para a loja mais próxima da rede e em seguida, entregue. Não vai mais para um centro de distribuição localizado distante e que  acrescenta tempo de espera. 

A relação entre grandes marcas e clientes era distante, cada um estava em uma ponta desta equação comercial, que era recheada de intermediários. Com o fechamento dos comerciantes que faziam esta ponte, as marcas entenderam que não tinham mais clientes pois na verdade eles eram dos lojistas e não das indústrias. Agora, o fornecedor vende direto para o consumidor final e se tornou também um concorrente do varejista, tornando ainda mais acirrado o mercado para o pequeno empresário.

 

O consumidor mudou e mais do que nunca valoriza experiência 

A queda no consumo reflete também uma mudança de hábito da população que está menos consumista. Antes, as pessoas iam aos shoppings passear e sempre saiam com uma sacola, muitas vezes sem nem saber direito o que estavam comprando. Do ponto de vista econômico, mantinha a roda girando e gerava empregos. Ao mesmo tempo, a compra sem necessidade é contraproducente do ponto de vista ambiental, também com muita geração de lixo. 

Com esta mudança de comportamento, o desafio maior, fica na mão das categorias que sobreviviam massivamente das compras por impulso. Um bom exemplo são as papelarias e lojas de miudezas em que comprávamos algo no meio do caminho por lembrar que precisávamos, mas que não sairíamos de casa apenas em busca do item. Essas empresas precisarão encontrar novas formas de sobreviver. 

 O consumo cada vez mais vai migrar para a experiência, para o viver e aproveitar efetivamente o momento. Atualmente isto está na contramão da queda no turismo internacional. Contudo, a tendência já se apresenta na busca de turismo pelos moradores em suas próprias cidades. Os residentes locais estão explorando mais os hotéis, parques e atrações turísticas de sua região. No futuro, esta tendência se expandirá para além das fronteiras, na retomada do turismo internacional. 

 

Relação vida X trabalho - A vida desacelerou, a qualidade de vida virou foco e agenda cheia não é mais sinônimo de produtividade

Todos nós nos transformamos muito como profissionais e como empresa no último ano. Uma coisa que veio para ficar foi o home office, híbrido ou integral. A desconfiança que se tinha sobre este modelo de trabalho desapareceu à medida que se mostrou eficaz. Grandes empresas estão adotando o home office. 

Com o objetivo de ficar perto das suas famílias, muitas pessoas se mudaram para cidades do interior, muitas vezes longe das sedes das empresas. Quem fez este movimento, percebeu que poderia ter um custo mais baixo associado a uma melhor qualidade de vida, e não querem mais voltar ao modelo antigo. Vai ser um grande desafio para as empresas convencer os funcionários de voltarem ao modelo fixo no escritório. O modelo de home office ou trabalho de qualquer lugar é algo que veio para ficar.

 Vemos a desaceleração da vida. Qualquer um de nós, que faça uma reflexão dos dois últimos anos, pode perceber que tínhamos uma vida extremamente agitada. Saíamos antes das 07h da manhã de casa, passávamos o dia nos movimentando entre trabalho, reuniões, almoços e outras atividades. Em algumas funções profissionais, isso incluía deslocamentos constantes entre cidades, inclusive com aeroportos em alguns casos. 

O setor aéreo segue extremamente afetado, e as viagens de negócio praticamente desapareceram. A redução mais contundente foi nos vôos internacionais, mas com um grande declínio nos nacionais também. As pessoas começam a criar novos hábitos e as empresas precisam se adaptar a esta mudança toda. A maioria das viagens executivas que aconteciam foram substituídas e temos sobrevivido com ferramentas digitais, de forma 100% remota. 

A necessidade de reunião presencial ficou provada em alguns casos, como conhecer clientes e fornecedores, para gerar uma conexão mais pessoal. Porém, o mesmo não aconteceu na esmagadora maioria dos encontros que demandavam esforço e dinheiro para se deslocar e reunir. 

A agenda e a vida estão mais balanceadas para família e trabalho, aprendemos e agora quereremos ter tempo para fazer nossas coisas pessoais. As pessoas se desapegaram do vício de ter a agenda tão cheia que não sobrasse nem tempo para parar e fazer uma refeição ou respirar.


Os riscos do comodismo em longo prazo

No outro prato da balança, está um efeito colateral: se acomodar. Agora, para sair de casa para cumprir alguma tarefa presencial as pessoas precisam de um empurrão a mais, mais incentivo do que era necessário antes para sair da inércia. As pessoas estão questionando de forma mais forte a necessidade de estar presencialmente nos lugares. A necessidade do movimento passou a ser muito mais questionada. 

Em longo prazo, este padrão de comportamento pode levar à prostração e a ausência de movimento começar a causar problemas de saúde ligados ao sedentarismo. A preocupação com a saúde física, com a atividade consciente e com a saúde mental precisam estar constantemente sob nossos olhos.

 

Dependência de suprimentos estrangeiros fez indústrias repensarem as cadeias de suprimentos 

Um aprendizado importante é que por mais que o conceito de globalização funcione, na hora de uma crise como é a pandemia, vale a defesa individual. Cada nação quis se proteger, cuidando de suas fronteiras, providenciando suas vacinas e adotando políticas protetivas. 

A dependência de fornecedores internacionais se mostrou um “calcanhar de Aquiles” para muitos países que dependiam exclusivamente de compras da China e ligou um alerta significativo sobre buscar sua autonomia, ou soluções alternativas, caso não tenha importação em algum momento no futuro. 

Ou seja, começamos a ver um patriotismo nas indústrias, visando garantir seus processos produtivos sem dependências extremas externas. Agora, as produções são pensadas com planos B, C e D para garantir que não pare.

 

Atenção ao planejamento 

Vejo nas indústrias, especialmente as latinas, que sempre foram muito orientadas à ação, uma tomada de atenção para o planejamento estratégico com uma ênfase que não se via antes. 

A análise de cenários ganhou força e passou a ser mais valorizada. A tomada de decisões baseada em projeções embasadas em previsões realistas, torna os rumos da empresa mais assertivos. Se a emoção dominava antes da pandemia, foi o planejamento quem manteve as empresas vivas durante o período.


Como funciona o seguro auto para veículos híbridos e elétricos

Na Youse, não há distinção desses segmentos para veículos convencionais; Preço leva em consideração apenas perfil e personalizações da apólice


 Na Europa, a Ford divulgou que sua linha de carros será toda elétrica até 2030. Essa tendência do exterior está avançando no Brasil, ainda que timidamente. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), as vendas de carros híbridos e elétricos cresceram 66,5% em 2020, em comparação ao ano anterior. Esse recorde de vendas do segmento vem refletindo nos demais setores, como o mercado de seguros. Na Youse, plataforma de seguros digital, a venda média mensal de coberturas para híbridos e elétricos dobrou em 2020.

Com seguro auto disponível para veículos que custam até R$200 mil conforme a tabela FIPE, a Youse cobre os modelos Ford Fusion, Renault Zoe, Toyota Prius, Volkswagen Golf GTE e Chery Arrizo 5E. “Não fazemos distinção de carros híbridos e elétricos para veículos convencionais, ou seja, oferecemos as mesmas opções de coberturas e assistências”, antecipa Nícolas Ferrara, especialista de seguros na Youse.

Na insurtech, o seguro pode ser personalizado e alterado de forma 100% digital, conforme as necessidades dos usuários. O cliente possui autonomia para escolher só as coberturas e assistências que realmente deseja, paga mensalmente pelo seguro, podendo alterar suas coberturas conforme seu momento de vida, na palma da mão.


Mas afinal, seguro é mais caro?

Na Youse, o proprietário de um veículo híbrido ou elétrico não precisa pagar nada a mais pelo seu seguro. “Não aplicamos nenhum fator de preço associado ao fato de o veículo ser elétrico ou híbrido, nem para mais, nem para menos”, explica Ferrara. Dessa forma, o preço está sujeito às variações conforme o perfil do cliente. “Vale lembrar que esses carros são mais caros e o valor do bem pode interferir na mensalidade do seguro”, resgata. Para um perfil médio de um homem, 38 anos, de São Paulo e sem classe de bônus, o modelo Prius Hybrid 1.8 Automático, ano 2018, tem o seguro com a cobertura mais simples a partir de R$220 por mês, já uma apólice mais completa a partir de R$ 359 mensal, por exemplo.

Atualmente esses modelos de carros possuem valores altos no mercado, o que limita o acesso das pessoas. “A tendência é que se popularizem e passem a demandar produtos e serviços específicos para suas necessidades. Nós, como uma seguradora digital pioneira nesse mercado, seguimos acompanhando de perto a evolução do segmento e analisando as oportunidades nesse sentido”, conclui.

 


Youse

https://www.youse.com.br/

 

Sindhotéis reforça reivindicações ao governador para socorrer turismo

Entidade requer ampliação de funcionamento da gastronomia

e eventos, bem como flexibilização de impostos e promoção do turismo

 

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares encaminhou ao governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, nova carta de reivindicações para socorrer o turismo. Assinado pelo presidente do Sindhotéis, Neuso Rafagnin, o documento requer ampliação do horário de funcionamento, flexibilização de impostos, medidas econômicas e retomada promocional do setor.

A hospedagem, gastronomia e eventos são nitidamente os setores mais atingidos pela pandemia. Em Foz do Iguaçu, cidade mais afetada economicamente por depender da vinda de turistas, os segmentos amargam uma crise financeira sem precedentes, com demissões, endividamentos, fechamento temporário de estabelecimentos e falências.

Com a baixa procura pelos estabelecimentos que integram o setor de hotéis, bares, restaurantes e similares, assim como o segmento de eventos, a entidade solicita que sejam tomadas providências para minimizar os impactos desastrosos que estão recaindo sobre os setores que formam a base da indústria do turismo.

Em relação a bares e restaurantes, por exemplo, o sindicato pede que o governo estadual autorize o consumo no local até às 23h e delivery até meia-noite. Hoje, pelo decreto estadual, o funcionamento é até às 20h, o que inviabiliza os negócios que dependem do movimento noturno. Já o toque de recolher no geral também seria a partir das 23h.

Neuso Rafagnin ressalta ainda que é preciso, desde já, alocar recursos para a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo “para participação, em 2022, de feiras nacionais e internacionais, bem como para publicação de material publicitário do estado, especialmente de Foz do Iguaçu, em veículos de comunicação nacional e internacional”.

 

Flexibilização das regras para eventos

O Sindhotéis também solicitou a flexibilização das regras para a realização de eventos, outro setor gravemente afetado:

* com até 50% da capacidade do espaço, com término às 23h, para o mês de abril, limitando-se ao máximo de 100 pessoas;

* com até 50% da capacidade do espaço, com término às 23h, para o mês de maio, limitando-se ao máximo de 200 pessoas;

* com até 70% da capacidade do espaço, com término à 0h, para o mês de junho, limitando-se ao máximo de 250 pessoas; e

*com até 70% da capacidade do espaço, com término à 0h, para o mês de julho, limitando-se ao máximo de 300 pessoas.

 

Medidas econômicas para o setor:


* isenção do ICMS para o Simples Nacional para o período de abril de 2021 a março de 2022;

* isenção do ICMS da energia elétrica para o período de abril de 2021 a março de 2022;

* suspensão do pagamento dos parcelamentos do ICMS para o período de março a dezembro de 2021 (pelo adiamento deverá ser cobrada somente a correção monetária);

* efetivação do Refis referente aos anos de 2019 e 2020, com início de pagamento para março de 2022;

* liberação de certidões negativas referentes a 2020/2021 e flexibilização quanto às exigências documentais para a liberação de recursos pela Fomento Paraná e participação em licitações;

* doações de cestas básicas para guias e condutores de turismo, garçons, barmen, cozinheiros, pessoal da área de eventos, músicos etc.;

* prorrogação do pagamento das linhas de crédito da Fomento Paraná pelos próximos 12 meses;

* ampliação do alcance do crédito do Fungetur para atender empresas de médio porte, elevando o teto para R$ 500 mil para obtenção de capital de giro; e

* isenção do pagamento do IPVA dos anos de 2021 e 2022 referente aos veículos das empresas dos setores de hospedagem, alimentação fora do lar e eventos. 

 

Combate à violência infantil: uma questão de urgência!

Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apontam que 26.416 crianças e adolescentes sofreram algum tipo de violência de janeiro a setembro de 2020.

O índice de morte no Brasil ainda é muito alto. São aproximadamente 60 mil assassinatos, incluindo mulheres e crianças por ano. É um dever do Estado e da sociedade como um todo combater este mal que sempre existiu. A violência infantil não pode ficar escondida. O advogado Alexandre Aroeira Salles destaca que “o Brasil já tem leis suficientes para proteger a criança e o adolescente, como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente e da própria Constituição Federal. O que se torna urgente neste momento, além da aplicação dessas leis, é uma agilidade na aplicação de medidas mais contundentes para coibir e punir ações de violência contra a criança”, destaca.

É preciso levantar essa bandeira, não com a criação de novas leis, mas sim de uma aplicação efetiva das que já existem. O Estado deve punir os autores de tamanha barbárie. “O País é muito deficitário no cuidado à vida das pessoas. Nós temos 60 mil assassinatos ao ano, entre mulheres e crianças. O poder público não cuida das nossas crianças, isso é uma tragédia negligenciada. Precisamos que as leis sejam aplicadas com mais rigor para punir e evitar novas tragédias como a morte do menino Henry Borel, no Rio de Janeiro. Mais que um debate urgente e necessário, é uma questão de saúde pública.”, enfatizou.

 



Alexandre Aroeira Salles - doutor em Direito e sócio fundador do Aroeira Salles Advogados.

 

A AQUISIÇÃO EMERGENCIAL DE VACINAS POR ENTES PÚBLICOS E PRIVADOS

A Presidência da República, no último dia 10 de março, sancionou a Lei nº 14.124/21, que dispõe sobre as medidas excepcionais relativas à aquisição de vacinas e insumos, bem como sobre a contratação de bens e serviços de logística, de tecnologia da informação, de comunicação social e publicitária e de treinamentos destinados à vacinação contra a covid-19 e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19.

Por meio do mencionado diploma legal, a administração pública direta e indireta, estão autorizadas a celebrar, independentemente de processo licitatório e antes de registro sanitário ou de autorização temporária emergencial, contratos ou outros instrumentos similares para a aquisição de vacinas e de insumos destinados à vacinação contra a covid-19.

Além disso, a mencionada lei autoriza esses entes da administração a celebrar, nos mesmos moldes, a contração de bens e serviços de logística, de tecnologia da informação e comunicação, de comunicação social e publicitária, de treinamentos e de outros bens e serviços necessários à implementação da vacinação contra a covid-19.

Embora a mencionada lei contenha previsão expressa quanto à dispensa de licitação para esse tipo de contratação, é importante ressaltar que tal peculiaridade não implica na faculdade da administração pública contratar ao seu bel prazer, de forma aleatória e sem qualquer critério, vacinas, insumos, bens e serviços destinados ao enfrentamento da covid-19.

Longe disso!

A dispensa de licitação somente é passível de admissão nas hipóteses — presumivelmente comprovadas — em que houver a ocorrência de situação de emergência em saúde pública de importância nacional, bem como a necessidade de pronto atendimento de situação emergencial em saúde pública de importância nacional, decorrentes do coronavírus responsável pela covid-19.

A esse respeito, impõe-se destacar que a dispensa de licitação prevista na mencionada lei não afasta a necessidade de instauração do respectivo processo administrativo, com a indicação de todos os elementos técnicos referentes à contratação definida pela administração pública, a qual deverá ser devidamente justificada, inclusive quanto ao preço pactuado.

Demais disso, a contratação deverá ser pautada pela transparência e publicidade em sítio oficial da internet, mediante o detalhamento da respectiva operação e a observância, no que couber, dos requisitos determinados pela Lei de Acesso à Informação (cf. Lei nº 12.527/11).

Mas não é só isso!

A Presidência da República também sancionou no último dia 10 de março a Lei nº 14.125/21, a qual, dentre outras disposições, autoriza pessoas jurídicas de direito privado a adquirir, direta e condicionalmente, vacinas contra a covid-19 que tenham autorização temporária para uso emergencial, autorização excepcional e temporária para importação e distribuição ou que tenham registro sanitário concedidos pela ANVISA. Conforme salientado anteriormente, trata-se de aquisição condicional, já que, nessa hipótese, as vacinas adquiridas pelo setor privado deverão ser integralmente e doadas ao SUS — Sistema Único de Saúde — enquanto perdurar a vacinação de grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Além disso, somente após o término da imunização desses grupos prioritários é que as pessoas jurídicas de direito privado poderão, atendidos os requisitos legais e sanitários, adquirir e distribuir e administrar vacinas, desde que pelo menos 50% das doses sejam, obrigatoriamente, doadas ao SUS e as demais sejam aplicadas de forma gratuita.

A legislação em questão também prevê a possibilidade da União, do Distrito Federal, dos estados e dos municípios assumirem a responsabilidade de indenizar eventuais efeitos colaterais provocados pelas vacinas aos respectivos usuários. Para tanto, a legislação autoriza a constituição de garantias ou a contratação, por parte desses entes políticos, de seguro privado, destinado a cobrir efeitos colaterais decorrentes das vacinas por eles adquiridas, não assumidos contratualmente e condicionalmente pelos respectivos laboratórios fabricantes.

Enfim, em época de pandemia, cujo nível de gravidade atingiu patamar inimaginável e alarmante, impõem-se medidas dessa natureza, de caráter emergencial e humanitário, não apenas para o enfrentamento dessa grave crise de saúde pública, mas, também, para proporcionar alívio e esperança à população de um modo geral, que anda tão maltratada pela administração pública e pelo legislativo, em igual proporção, nessa dramática crise sanitária.



José Ricardo Armentano - advogado na MORAD ADVOCACIA EMPRESARIAL

 

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Aguenta, coração! Movimentos astrológicos na próxima semana mexem com o emocional

 Imagem de Gerd Altmann por Pixabay


Lua Nova em Áries e entrada de Vênus em Touro prometem abalar estruturas e trazem reflexões importantes


Neste domingo, dia 11, a Lua Nova de abril acontece em Áries trazendo vazão emocional para encontrar o novo e resolver pendências neste campo da vida. Já na quarta-feira, 14, Vênus, planeta do amor e dos relacionamentos, entra em Touro, signo associado à indulgência, prazer, firmeza e teimosia. Para esse período, a astróloga Sara Koimbra aconselha trabalhar a resiliência e ter cuidado com a possessividade. Confira o que mais ela conta sobre cada movimento e como aproveitar as influências da melhor maneira.


11 de abril - Lua Nova em Áries

Uma Lua Nova representa novos começos. Astrologicamente, é um bom momento para plantar sementes, dar os primeiros passos em direção a uma nova meta ou começar a manifestar algo que você deseja trazer para sua vida. As Luas Novas obviamente trazem noites mais sombrias, então também são consideradas um momento ideal para reflexão, permitindo que você se interiorize e entre em contato com seus objetivos. 

Áries é o primeiro signo zodiacal, representa vontade, coragem, dinamismo e a luta pela conquista. A Lua Nova em Áries é considerada uma das mais críticas do ano. Visto que ocorre no primeiro signo do zodíaco, é um convite para começar de novo. Dedique um momento para cultivar sua visão, defina suas intenções, cultive seus pontos fortes, trabalhe sua resiliência.


14 de abril - Vênus em Touro 

Vênus é o planeta do amor e dos relacionamentos, em Touro (signo Fixo, elemento Terra e que foge de abstrações), podemos nos preparar para períodos muito envolventes.   Touro é associado à indulgência, prazer, firmeza e teimosia, então faz sentido que a temporada de Vênus neste signo sinalize algumas mudanças em nossa vida amorosa: durante esse tempo, começaremos a implementar beleza, compromisso e desenvoltura em nossos relacionamentos. 

Embora Vênus seja mais conhecido por sua associação ao amor, também está ligado à necessidade de dinheiro e, enquanto o trânsito persiste (de 14 de abril a xx), você pode se dar conta de que está prestando atenção extra à sua conta bancária. 

Desvantagem: relacionamentos podem se tornar mais possessivos e a teimosia pode trazer uma certa desarmonia. É preciso ficar atento.

 

 

Sara Koimbra - atua há mais de 10 anos como astróloga, numeróloga e taróloga. Alia seus conhecimentos a terapias e orientação vocacional para adolescentes em busca da primeira profissão e adultos que querem se reinventar profissionalmente. Atua também com avaliação da política usando suas técnicas.
sarakoimbra.com.br
instagram.com/sarakoimbra


Atividade física ajuda idosos a enfrentar a pandemia

Além de importantes na redução de problemas ligados ao sedentarismo, como diabetes, hipertensão, osteoporose e alguns tipos de câncer, as atividades físicas também podem ajudar a reduzir os impactos do isolamento social nos idosos. Uma das principais instituições voltadas à terceira idade em São Paulo, o Residencial Club Leger vem mantendo, três vezes por semana, uma programação de exercícios que virou um importante aliado na superação desse período de afastamento.

- As atividades ajudam a criar um ambiente de maior ânimo entre os residentes. E resultam no aumento das capacidades físicas, auxiliando nos movimentos realizados no dia a dia. Além disso, proporcionam aumento da força, flexibilidade, potência aeróbica e reduzem a fadiga que os pequenos esforços podem gerar - explica a fisioterapeuta do Residencial Club Leger, Vanessa Tamborelli Farkas.

A programação de atividades físicas no residencial acontece ao ar livre, com os idosos seguindo o distanciamento indicado por especialistas sanitários e com todos usando máscaras. Para Vanessa, os exercícios físicos são fundamentais para manter a qualidade de vida dos idosos residentes.

- Mesmo que a pessoa venha de uma vida sedentária, é importante que comece a ter esse tipo de atividade. Há estudos que apontam a evolução na acuidade auditiva e visual, no equilíbrio, na coordenação motora e na amplitude dos movimentos - ressalta Vanessa.

 

3 dicas para o autocuidado na pandemia

Diante de um cenário tão preocupante, que afeta o mundo todo, mas agora principalmente o Brasil, olhar para si pode ser um grande desafio


Há poucos dias atrás, completou-se um ano desde que a pandemia explodiu no mundo. Quando tudo começou, acreditava-se que a esta altura já estaríamos vivendo “normalmente”. Porém, a realidade no Brasil é outra, os casos aumentaram muito e já são mais de 300 mil mortos por COVID-19 no país. Além da crise econômica, sanitária e financeira que a pandemia trouxe, outra onda acontece na pandemia, o aumento de hábitos prejudiciais, como fumar, consumo de bebidas alcoólicas, alimentação ruim e falta de atividade física.

Guilherme Pintto, escritor best-seller com “Seja o Amor da Sua Vida” e “O Óbvio Também Precisa Ser Dito”, é conhecido também na internet pelo seu trabalho sobre a importância do amor próprio, por isso hoje dará dicas de como se cuidar, se olhar com cuidado, durante este período tão difícil que a sociedade enfrenta.

Antes, é necessário reforçar que estes são cuidados complementares, mas seguir com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) é fundamental. Máscaras, álcool em gel e distanciamento social além de serem formas de se proteger, também protege as outras pessoas.

“Já temos muito um discurso que é importante desenvolver amor-próprio, ser o amor da própria vida... Mas como fazemos isso? Como olhar para si mesmo sem parecer egoísmo? É possível encontrar conforto em meio ao caos? Autocompaixão não é mágica, é consciência. É processo." afirma Guilherme.


1.   "A consciência é o abdômen a ser fortalecido para sustentar a postura da autocompaixão”.

Gerei essa frase fazendo RPG quando descobri que o meu abdômen é um dos responsáveis pela melhora da minha postura. Pessoas com histórias traumáticas tendem a carregar resquícios do trauma no corpo físico, segundo O corpo guarda as marcas, do Bessel Van Der Kolk. Fiquei extremamente rígido (e talvez ainda seja). Meu corpo acabou se fechando tanto para o mundo devido a minha narrativa, que as únicas visões que tive durante muito tempo foram a do chão e a distância de qualquer tentativa de afeto.

Por isso que a consciência é importante. Apenas saber que precisava ser o amor da minha vida era quase como uma afronta. Eu sabia! Meu corpo implorava, mas por quê? Como? Ser mais amoroso comigo mesmo não ia me deixar menos protegido? E a autocrítica que estou acostumado? Ela é difícil, sim. Machuca, mas me motiva, ainda que por um período curto... Parem de dizer SEJA e me digam COMO, por favor? Obrigado. De nada.

Com o tempo passei a perceber que desenvolver o hábito de me acolher e ser mais gentil comigo mesmo levaria tempo e se tornaria um processo longo e contínuo, adaptando-se constantemente conforme vamos amadurecendo e gerando novas perspectivas. Ou seja, antes de começar a criar uma relação de afeto com a galerinha que mora dentro da gente, acredito que o primeiro passo seja entender os porquês que nos darão base para continuarmos alimentando movimentos que são 100% saudáveis e benéficos a nós mesmos e, de quebra, aos outros também.


2.   Autoestima ou autocompaixão?

Então, na literatura científica é muito mais comum e presente a palavra autoestima. E, ainda que de longe elas pareçam sinônimos, estas coabitam no mesmo espaço, porém possuem significados diferentes. Olha só!

Segundo Kristin Neff, referência no mundo sobre estudos de autocompaixão, “...autoestima, embora seja benéfico nos sentirmos bem com nós mesmos, a necessidade de ser "especial e acima da média" acabava levando a narcisismo, a comparações constantes com os outros, a raiva como defesa do ego, a preconceito, etc. A outra limitação da autoestima é que ela tende a ser contingente está ali à nossa disposição em momentos de sucesso, mas com frequência nos abandona em momentos de fracasso, justamente quando mais precisamos dela! Percebi que a autocompaixão era a alternativa perfeita à autoestima, porque oferecia um senso de autovalorização que não exigia ser perfeito ou melhor do que os outros.” Dentro da minha leitura, a autoestima se sustenta pela avaliação do externo, fortalecida na performance social. Ou seja, o limite de ter ou não autoestima está em não deixar de cumprir as expectativas de quem é importante para você. Caso contrário, não sendo mais “além do esperado”, seu valor começa a ser questionado. Diferente da autocompaixão, que muito mais do que existir, é uma ação, um movimento de acolhimento e cura, acolhendo em você em sua integridade, oferecendo tanto um abraço e uma voz compassiva, lembrando o quanto é humano, como ações para aos poucos irmos transformando o cenário.


3.   Construa o amor aos poucos…

É por isso que eu amo a autocompaixão, porque ela nos aceita imperfeitos, humanos, como realmente somos, sabe? Tem um exercício no último livro que é o do papel quando você se propõe a ter um date com você mesmo. Acho super importante desenharmos nossas qualidades, nossas limitações, porque, ao observarmos, vamos aos poucos percebendo que somos tudo isso e mais um pouco. E está tudo bem.

 


Guilherme Pinto - escritor best-seller com os livros “Seja o Amor da Sua Vida” e “O Óbvio Também Precisa Ser Dito”, também é autor da obra “Como Me Tornei O Amor da Minha Vida”. Antes de escrever, em 2014, fundou seu canal no Youtube - atualmente com mais de 795 mil inscritos - para superar seus traumas e propagar o amor na internet. É comunicador social, graduando em psicologia pela PUC MG.


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