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segunda-feira, 2 de março de 2020

Tecnologia que sequenciou coronavírus em 48 horas permitirá monitorar epidemia em tempo real


Com apoio da FAPESP, pesquisadores da USP e da Universidade de Oxford treinaram equipe do Instituto Adolfo Lutz para usar a metodologia antes mesmo de o vírus chegar ao Brasil; dados do genoma serão úteis para o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos (imagem: CDC)


Apenas dois dias após o primeiro caso de coronavírus da América Latina ter sido confirmado na capital paulista, pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e das universidades de São Paulo (USP) e de Oxford (Reino Unido) publicaram a sequência completa do genoma viral, que recebeu o nome de SARS-CoV-2.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28/02) no site Virological.org, um fórum de discussão e compartilhamento de dados entre virologistas, epidemiologistas e especialistas em saúde pública. Além de ajudar a entender como o vírus está se dispersando pelo mundo, esse tipo de informação é útil para o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos.

“Ao sequenciar o genoma do vírus, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia. Sabemos que o único caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos ainda não sabem a origem do surto na região da Lombardia, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras. Não têm ideia de quem é o paciente zero e não sabem se ele veio diretamente da China ou passou por outro país antes”, disse Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP.

De acordo com Sabino, a sequência brasileira é muito semelhante à de amostras sequenciadas na Alemanha no dia 28 de janeiro e apresenta diferenças em relação ao genoma observado em Wuhan, epicentro da epidemia na China. “Esse é um vírus que sofre poucas mutações, em média uma por mês. Por esse motivo não adianta sequenciar trecho pequenos do genoma. Para entender como está ocorrendo a disseminação e como o vírus está evoluindo é preciso mapear o genoma completo”, explicou.

Esse monitoramento, segundo Sabino, permite identificar as regiões do genoma viral que menos sofrem mutações – algo essencial para o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos. “Caso o teste tenha como alvo uma região que muda com frequência, a chance de perda da sensibilidade é grande”, disse.


Vigilância epidemiológica

Ao lado de Nuno Faria, da Universidade de Oxford, Sabino coordena o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE). O projeto, apoiado por FAPESP, Medical Research Council e Fundo Newton (os dois últimos do Reino Unido), tem como objetivo estudar em tempo real epidemias de arboviroses, como dengue e zika.

“Por meio desse projeto foi criado uma rede de pesquisadores dedicada a responder e analisar dados de epidemias em tempo real. A proposta é realmente ajudar os serviços de saúde e não apenas publicar as informações meses depois que o problema ocorreu”, disse Sabino à Agência FAPESP.

Segundo a pesquisadora, assim que o primeiro surto de COVID-19 foi confirmado na China, em janeiro, a equipe do projeto se mobilizou para obter os recursos necessários para sequenciar o vírus assim que ele chegasse no Brasil.

“Começamos a trabalhar em parceria com a equipe do Instituto Adolfo Lutz e a treinar pesquisadores para usar uma tecnologia de sequenciamento conhecida como MinION, que é portátil e barata. Usamos essa metodologia para monitorar a evolução do vírus zika nas Américas, mas, nesse caso, só conseguimos traçar a origem do vírus e a rota de disseminação um ano após o término da epidemia. Desta vez, a equipe entrou em ação assim que o primeiro caso foi confirmado”, contou Sabino (leia mais em: 


Quebra de barreiras

O primeiro caso de COVID-19 no Brasil (BR1) teve diagnóstico molecular confirmado no dia 26 de fevereiro pela equipe do Adolfo Lutz. Trata-se de um paciente infectado na Itália, possivelmente entre os dias 9 e 21 deste mês. O sequenciamento do genoma viral foi conduzido por uma equipe coordenada por Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz (LEIAL), e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da FAPESP.

“Já estávamos prevendo a chegada do vírus no Estado de São Paulo e, assim que tivemos a confirmação, acionei os parceiros do Instituto de Medicina Tropical da USP. Já estávamos trabalhando juntos há alguns meses no uso da tecnologia MinION para monitoramento da dengue”, contou Saccchi à Agência FAPESP.

“Conseguimos quebrar algumas barreiras com esse trabalho. A universidade treinou equipes e transferiu tecnologia para que o sequenciamento pudesse ser feito no lugar certo, que é o centro responsável pela vigilância epidemiológica. É assim que tem de ser”, disse Sabino.

Além do Lutz e da USP, participam do Projeto CADDE integrantes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), ambos ligados à Secretaria de Estado da Saúde.


Plano de contenção

O infectologista e professor da FM-USP Esper Kallás tem auxiliado a Secretaria de Estado da Saúde, desde meados de janeiro, a elaborar a estratégia de atendimento de pacientes eventualmente infectados pelo SARS-CoV-2. O Instituto de Infectologia Emilio Ribas e o Hospital das Clínicas da USP foram escolhidos como instituições de referência para atender os casos graves no Estado.

“O HC segue um protocolo para contenção de catástrofe chamado HICS [sistema de comando de incidentes hospitalares, na sigla em inglês], que já foi acionado no atendimento a vítimas do massacre escolar em Suzano [ataque que deixou dez mortos em 2019] e durante a epidemia de febre amarela de 2018. Agora, sabendo que possivelmente há uma epidemia de coronavírus a caminho, já estabelecemos todos os fluxos de atendimento”, contou.

Ainda segundo Kallás, foi criado um grupo de trabalho para discutir protocolos de estudos clínicos que serão feitos com os pacientes diagnosticados e atendidos na rede pública estadual.

“Esse planejamento estratégico e a rápida publicação do genoma viral são indicadores da capacidade que o Estado de São Paulo tem de responder com ciência de alta qualidade e de contribuir para o entendimento das ameaças à saúde da população”, afirmou.



Karina Toledo 

Agência FAPESP - http://agencia.fapesp.br/tecnologia-que-sequenciou-coronavirus-em-48-horas-permitira-monitorar-epidemia-em-tempo-real/32637/



Otorrinolaringologista dá dicas de como proteger as crianças das infecções do período



Na volta às aulas, é comum as crianças apresentarem quadros frequentes de infecções virais como gripes, resfriados, amigdalites. De acordo com a otorrinolaringologista Milena Costa, isso acontece porque o ambiente escolar, principalmente na educação infantil, agrupa muitas crianças em salas em geral com pouca circulação de ar ou fechadas por conta de refrigeração. “Isso facilita a dispersão de gotículas através da tosse e espirros”, diz a médica.

Outro ponto que explica os quadros de infecções nessa época é o aumento do contato com outras pessoas, além do círculo familiar, por exemplo. “As crianças menores ainda não têm os hábitos de higiene completamente estabelecidos, como lavar as mãos, o uso do álcool gel e tossir e espirrar com a mão na boca, por exemplo”, lembra Milena Costa. Importante lembrar que esses cuidados valem para prevenir todos os tipos de infecção por vírus e bactérias – inclusive o coronavírus.

O sistema imunológico também tem um papel importante, uma vez que crianças, especialmente com menos de 4 anos, são mais suscetíveis a serem contaminadas por vírus e bactérias, já que seu sistema ainda está em formação. As maiores, por outro lado, além de terem sido expostas a mais vírus, têm a carteira de vacina praticamente completa.

Para que os pais consigam evitar de seus filhos serem pegos por essas infecções, a otorrinolaringologista dá dicas importantes:
●       Sempre lavar as mãos

●       Evitar ambientes muito aglomerados e fechados

●       Fazer limpeza nasal com soro fisiológico
Cabe também aos pais ficarem atentos a qualquer sintoma que a criança possa manifestar, para que consigam tomar os devidos cuidados e evitar que os colegas de escola sejam afetados.





Dra. Milena Costa -Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.

Coronavírus é preocupação no mundo e aumenta necessidade de prevenção


Receita de álcool gel para fazer em casa, aromaterapia e dicas de mudanças na dieta podem ajudar a aumentar a imunidade e evitar a contaminação


As notícias sobre o Coronavírus aumentam a preocupação com a propagação de doenças causadas por vírus e o melhor caminho é aumentar a imunidade e prevenir para evitar o contágio. Muitas vezes receitas simples e caseiras podem fazer a diferença para ajudar nesse combate dentro e fora de casa.

As formas de contágio ainda estão sendo estudadas, mas se sabe que a transmissão pode ocorrer entre humanos de espirros, saliva, catarro, tosse, até um aperto de mão ou o contato com objetos infectados. Por isso, o melhor é manter as mãos sempre limpas, lavando com água e sabão e evitando tocar o rosto antes disso, mas nem sempre é possível ter uma pia ao alcance. Nesse caso, o álcool gel faz as vezes e higieniza, ajudando na prevenção.

O que nem todos sabem é que dá para fazer um álcool gel caseiro, tão eficaz quando o que vem pronto e ainda escolher a essência que mais agrada, além de aliar a aromaterapia no tratamento. O professor Daniel Alan Costa, naturopata e especialista pelo Albert Einstein, dá dicas e receitas para ajudar.

“Com álcool isopropílico 90% (quanto maior a porcentagem, maior a eficiência germicida), gel puro de Aloe Vera e óleos essenciais, ingredientes encontrados em farmácias, é possível obter uma receita poderosa para usar em todos os momentos. Depois é só misturar na proporção 2/3 de xícara de álcool isopropílico para 1/3 de xícara de Aloe vera em gel puro, e por fim adicionar dez gotas do óleo essencial escolhido. Os óleos de Tea Tree, Orégano e Tomilho são muito indicados por terem propriedades antibacteriana, antimicrobial, antisséptica, antiviral”, explica o professor.

Algumas das receitinhas de vovó para prevenir as doenças da época também ganham força nos conselhos passados em família. O que nem todos sabem é que as mudanças na alimentação para ajudar a prevenir e melhorar a imunidade já são práticas da Medicina Tradicional Chinesa há séculos. Daniel conta algumas dessas receitas que vão além da vitamina C, da laranja, da acerola e da cenoura, para aumentar a imunidade.


         1 – Eucalipto - tem propriedades expectorantes, antisséptica e anti-inflamatória e por isso é recomendado para ajudar nas doenças respiratórias. Pode ser usado como chá de suas folhas ou como óleo essencial, diluído em óleo vegetal, para massagens ou para inalação.


         2 – Rabanete - cheio de vitaminas, fibras, proteínas e muitas outras qualidades, também tem ação expectorante, propriedades calmantes, além de auxiliar na hidratação. Pode ser usado cru na salada ou no suco, diluído em água.


         3 – Alho - é um ingrediente bom também para ser usado em saladas, picado. Pode ajudar a diluir o muco dos pulmões, além de ser rico em vitaminas e muito útil para prevenir gripes e resfriados, além de fortalecer o sistema imunológico.


         4 – Alface - apesar de cada tipo possuir propriedades diferentes, todos ajudam no quesito imunidade. Um chá com folhas e talos pode trazer muitos benefícios por conter nutrientes importantes para a saúde, como o ácido fólico.


         5 – Cogumelo Shitake - é um item importante por ser rico em lentinana, que é um poderoso componente para aumentar a imunidade, comprovado por pesquisas na Universidade da Flórida.

         “Para reduzir o risco de contaminação, não só do Coronavírus, mas de qualquer tipo de vírus, são recomendadas medidas de higiene básicas como lavar as mãos e manter os ambientes ventilados. A alimentação é importante para fortalecer o sistema imunológico e o álcool gel um ótimo recurso para levar na bolsa e utilizar ao longo do dia. Medidas simples para evitar grandes transtornos e manter a saúde”, alerta o naturopata.





Daniel Alan Costa - especialista em Bases de Medicina Integrativa pelo Albert Einstein, professor de fitoterapia na USP, Naturopata, Acupunturista membro da WFCMS (World Federation Chinese Medicine Societies), coordenador do curso de pós-graduação em Naturopatia da UNIP e coordenador geral dos cursos do Instituto Imparare.


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