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segunda-feira, 1 de abril de 2019

A HPB não é um tipo de câncer e não apresenta relação com o câncer de próstata


Dr. Francisco Carnevale explica a diferença entre as duas doenças e quais são os tratamentos para cada uma delas

 

Imagens retiradas na internet

A próstata é uma glândula presente no organismo masculino, do tamanho de uma noz, responsável pela produção do líquido seminal. Por volta dos 45 anos, ela tende a aumentar naturalmente de tamanho, no que chamamos de Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB). Essa condição atinge cerca de 14 milhões de brasileiros de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia e pode causar obstrução parcial ou totalmente da uretra, sendo, por isso, considerada uma doença.

O aumento da glândula não tem relação alguma com o câncer de próstata e a diferença entre a HPB e o câncer é justamente a benignidade do crescimento da glândula, enquanto que o tumor pode se espalhar para outros órgãos (metástase) e levar o paciente ao óbito. “Há outras diferenças também. Na HPB, dentre os principais sintomas estão a dificuldade e a necessidade frequente e urgente de urinar, o aumento da micção noturna, a constante sensação de não esvaziamento completo da bexiga, entre outros. Já no caso dos tumores malignos de próstata, a grande maioria cresce de forma tão lenta que nem chega a dar sinais durante a vida”, explica o Professor Dr. Francisco Cesar Carnevale, médico do CRIEP – Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa, da capital paulista.

A HPB, portanto, não é um tipo de câncer e não apresenta relação com o câncer de próstata, nem aumenta as chances de desenvolvimento do mesmo. “Porém, um homem pode desenvolver HPB e câncer de próstata ao mesmo tempo. Daí a importância de consultar um médico urologista para o diagnóstico e terapia adequada”, alerta o médico.

Existe também diferença nos tratamentos das duas doenças. Alguns tipos de câncer de próstata crescem lentamente e demandam monitoramento. Outros tipos são agressivos e necessitam de radioterapia, cirurgia, terapia hormonal, quimioterapia ou outras opções terapêuticas. Já a HPB pode ser tratada por meio de um método minimamente invasivo: a chamada Embolização das Artérias Prostáticas (EAP), realizada por via endovascular para reduzir o fluxo de sangue da glândula. O procedimento é feito com anestesia local e o paciente recebe alta algumas horas após a intervenção.

“O objetivo é diminuir o volume e alterar a consistência da próstata, tornando-a mais macia e os resultados são muito satisfatórios: “Já tratamos mais de 400 pacientes e a taxa de sucesso ficou entre 90 a 95%”, conclui o médico.







Prof.  Dr. Francisco Cesar Carnevale - médico do CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa – autoridade médica referência nacional e internacional em Radiologia Intervencionista, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular. Sua principal linha de pesquisa está focada no tratamento de pacientes com sintomas do trato urinário inferior associados ao crescimento da próstata pela Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Pioneiro a publicar na literatura científica mundial, a técnica de Embolização das Artérias da Próstata (EAP) dentro do Hospital das Clínicas da FMUSP, sob a supervisão dos professores Miguel Srougi e Giovanni Guido Cerri.  É diretor de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia (InRad-HCFMUSP), do Instituto do Coração (InCor-HCFMUSP) e do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP). É responsável pelas disciplinas de Graduação e Pós-graduação na área de Radiologia Intervencionista da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).


Primeiro tratamento para tipo incomum de câncer de pele agressivo é aprovado pela Anvisa



Libtayo®, da Sanofi, é uma imunoterapia indicada para carcinoma espinocelular de pele, o 2º tipo mais comum de câncer de pele não melanoma 


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de Libtayo®, nome comercial de cemiplimabe, a primeira imunoterapia aprovada para tratar um tipo incomum de câncer de pele anteriormente sem opção de tratamento medicamentoso. O novo medicamento, do grupo Sanofi, é indicado para pacientes diagnosticados com carcinoma espinocelular de pele localmente avançado ou metastático que não sejam candidatos a cirurgia ou radioterapia.

Trata-se de um agressivo câncer de pele não melanoma que se origina a partir da epiderme, uma das três camadas da pele, e que pode acomete-la em qualquer área de sua extensão, sendo que a face e o pescoço são os locais mais afetados1, causando um forte impacto emocional na vida do paciente. Entre os fatores de risco para desenvolvimento da doença, destacam-se a exposição excessiva ao sol e aos raios ultravioletas, além da idade avançada. 

No Brasil, o último levantamento do INCA (Instituto Nacional do Câncer) aponta 165 mil novos casos, ao ano, de câncer de pele não melanoma. Entre os tumores de pele, os não melanomas têm a menor taxa de mortalidade. No entanto, destacam-se por serem mais frequentes. O carcinoma espinocelular é o 2º mais comum desse tipo2, correspondendo a 20% de todos os cânceres não melanoma3. Ou seja, ao ano, são mais de 33 mil novos casos da doença que podem evoluir para a forma avançada. Menos de 5% evoluem para esse tipo grave e atingem um estado incurável por se tornarem metastáticos ou terem a progressão local avançada4.

Nas últimas três décadas, fatores como a maior exposição ao sol e a proteção inadequada contra a radiação solar resultaram em um aumento de 50% a 200% das taxas de incidência do carcinoma espinocelular de pele2. Na Região Sul do Brasil, dados locais indicam que essas taxas variaram de 40 casos em 1980 a 120 casos em 2011 para cada 100 mil habitantes5.

Libtayo®, que chega para suprir uma necessidade médica não atendida, será comercializado pela Sanofi Genzyme, a unidade de negócios da Sanofi focada em soluções para doenças de alta complexidade, dentre elas oncologia. "Ao atingir o estágio avançado, esse tipo de câncer é tratado atualmente com cirurgia ou radioterapia. No entanto, há casos em que, depois da cirurgia, o câncer evolui com nova recidiva ou metástases. Além disso, a doença atinge especialmente pacientes idosos, com 60 anos ou mais, que normalmente apresentam outras comorbidades ou são imunocomprometidos e, por isso, podem não ser candidatos ao procedimento cirúrgico", explica a líder médica de área terapêutica da Sanofi, Suely Goldflus.

O novo medicamento é um anticorpo monoclonal que impede a ligação da célula tumoral ao linfócito T (célula de defesa), restabelecendo, assim, a capacidade de defesa desse linfócito e, portanto do sistema imune. O Brasil é o segundo país a registrar a droga, que já foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos em setembro do ano passado, onde foi classificado como breakthrough therapy para pacientes com carcinoma espinocelular de pele avançado. A designação breakthrough therapy foi criada pelo FDA para agilizar o desenvolvimento e a revisão de medicamentos desenvolvidos para condições graves ou com risco de vida.

Libtayo® foi desenvolvido pela Sanofi em conjunto com a Regeneron, em um acordo global de colaboração.


Estudos clínicos

A segurança e eficácia de cemiplimabe foram estabelecidos em dois estudos clínicos que, juntos, representam o maior conjunto de dados sobre carcinoma escamoso de pele avançado e demonstraram taxa de resposta objetiva e duradoura do medicamento.



Sanofi



As informações veiculadas neste documento têm caráter apenas informativo e não podem substituir, em qualquer hipótese, as recomendações do médico ou farmacêutico nem servir de subsídio para efetuar um diagnóstico médico ou estimular a automedicação. O médico é o único profissional competente para prescrever o melhor tratamento para o seu paciente.



Referências
  1. Najjar T. Cutaneous squamous cell carcinoma clinical presentation. June 14, 2016.
  2. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: INCA, 2017. 7-126
  3. Karia PS, et al. Cutaneous squamous cell carcinoma: estimated incidence of disease, nodal metastasis, and deaths from disease in the United States, 2012. J Am Acad Dermatol. 2013; 68(6):957-966
  4. Migden MR, et al. PD-1 Blockade with Cemiplimab in Advanced Cutaneous Squamous-Cell Carcinoma. N Engl J Med. 2018 Jul 26;379(4):341-351 
  5. Nasser N, et al. Squamous cell cancer – 31-year epidemiological study in a city of south Brazil. An Bras Dermatol. 2015;90(1):21-6)
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Aneurisma cerebral pode trazer consequências graves à saúde


 Estresse, tabagismo e hipertensão podem ser alguns dos gatilhos para o rompimento dos vasos sanguíneos


Considerada uma doença silenciosa e de difícil diagnóstico, o aneurisma cerebral ocorre quando há uma dilatação nos vasos sanguíneos responsáveis pelo transporte do sangue ao cérebro. Por se tratar de uma enfermidade que pode passar despercebida ou identificada somente depois do rompimento, o problema pode trazer consequências à saúde e pode levar até a morte.

De maneira geral, o aneurisma ocorre quando a região da artéria, já enfraquecida, sofre pressão devido ao estresse, tabagismo, hipertensão, agitação ou medicamentos, e se rompe. Segundo o neurocirurgião Dr. Mariano Ebram Fiore, o sintoma mais comum aparece quando o vaso rompe e se caracteriza como uma dor de cabeça extremamente intensa, surgindo de forma repentina. “Outras características que podem ocorrer são convulsões, desvio nos olhos, visão dupla e perda da consciência”, alega.

O rompimento de um aneurisma no cérebro é uma emergência médica em que 30 a 50% dos pacientes morrem. “Entre as principais complicações estão: alterações neurológicas semelhantes à de um AVC, dificuldade em levantar um braço ou uma perna por falta de força ou dificuldade ou parar de falar, visão dupla ou até o paciente ficar acamado”, comenta o especialista.

Normalmente, para confirmar a presença de um aneurisma cerebral, é comum a realização de exames de diagnóstico para avaliar as estruturas do cérebro e identificar se existe alguma dilatação da artéria B. Alguns dos exames mais utilizados incluem a tomografia computadorizada, a ressonância magnética na investigação e a angiografia cerebral ou angiotomografia do crânio para diagnóstico definitivo. “O tratamento do aneurisma é bastante variável, podendo ser de maneira cirúrgica aberta ou por técnica endovascular e as indicações vão ser baseadas na angioarquitetura (como o aneurisma está formado) e localização do mesmo”, reforça o neurocirurgião.  

Para prevenir o problema, controle a pressão arterial, tenha uma alimentação saudável, pratique exercícios físicos regulamente e evite o cigarro e as bebidas alcóolicas em excesso. Além disso, mantenha os exames de rotina em dia e fique atento ao histórico familiar: caso haja casos de aneurisma na família, procure um especialista para rastrear o risco de surgimento de eventuais dilatações.






Dr. Mariano Ebram Fiore - neurocirurgião, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e responsável pelo serviço de neurocirurgia do Hospital São Lucas.


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