Dr. Francisco Carnevale explica a diferença entre as duas doenças e quais são os tratamentos para cada uma delas
Imagens
retiradas na internet
A
próstata é uma glândula presente no organismo masculino, do tamanho de uma noz,
responsável pela produção do líquido seminal. Por volta dos 45 anos, ela tende
a aumentar naturalmente de tamanho, no que chamamos de Hiperplasia Benigna da
Próstata (HPB). Essa condição atinge cerca de 14 milhões de brasileiros de
acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia e pode causar obstrução parcial ou totalmente da uretra, sendo, por
isso, considerada uma doença.
O aumento da glândula não tem relação alguma com o câncer de
próstata e a diferença entre a HPB e
o câncer é justamente a benignidade do crescimento da glândula, enquanto que o
tumor pode se espalhar para outros órgãos (metástase) e levar o paciente ao
óbito. “Há outras diferenças também. Na HPB, dentre os principais sintomas
estão a dificuldade e a necessidade frequente e urgente de urinar, o aumento da
micção noturna, a constante sensação de não esvaziamento completo da bexiga,
entre outros. Já no caso dos tumores malignos de próstata, a grande
maioria cresce de forma tão lenta que nem chega a dar sinais durante a vida”, explica o Professor Dr. Francisco
Cesar Carnevale, médico do CRIEP – Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino
e Pesquisa, da capital paulista.
A HPB, portanto, não é um tipo de câncer e não
apresenta relação com o câncer de próstata, nem aumenta as chances de
desenvolvimento do mesmo. “Porém, um homem
pode desenvolver HPB e câncer de próstata ao mesmo tempo. Daí a importância de
consultar um médico urologista para o diagnóstico e terapia adequada”, alerta o
médico.
Existe também diferença nos tratamentos das duas doenças.
Alguns tipos de câncer de próstata crescem lentamente e demandam monitoramento.
Outros tipos são agressivos e necessitam de radioterapia, cirurgia, terapia
hormonal, quimioterapia ou outras opções terapêuticas. Já a HPB
pode ser tratada por meio de um método minimamente invasivo: a chamada
Embolização das Artérias Prostáticas (EAP), realizada por via endovascular para
reduzir o fluxo de sangue da glândula. O procedimento é feito com anestesia
local e o paciente recebe alta algumas horas após a intervenção.
“O
objetivo é diminuir o volume e alterar a consistência da próstata, tornando-a
mais macia e os resultados são muito satisfatórios: “Já tratamos mais de 400
pacientes e a taxa de sucesso ficou entre 90 a 95%”, conclui o médico.
Prof. Dr. Francisco Cesar Carnevale - médico
do CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa – autoridade médica referência
nacional e internacional em Radiologia Intervencionista, Angiorradiologia e
Cirurgia Endovascular. Sua principal linha de pesquisa está focada no
tratamento de pacientes com sintomas do trato urinário inferior associados ao
crescimento da próstata pela Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Pioneiro a
publicar na literatura científica mundial, a técnica de Embolização das
Artérias da Próstata (EAP) dentro do Hospital das Clínicas da FMUSP, sob a
supervisão dos professores Miguel Srougi e Giovanni Guido Cerri. É
diretor de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia
(InRad-HCFMUSP), do Instituto do Coração (InCor-HCFMUSP) e do Hospital Sírio
Libanês, em São Paulo (SP). É responsável pelas disciplinas de Graduação e
Pós-graduação na área de Radiologia Intervencionista da Faculdade de Medicina
da USP (FMUSP).
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