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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Comer errado eleva risco de colesterol alto em crianças


Fastfood e alimentos industrializados são os principais ‘vilões’, alerta especialista do programa Meu Pratinho Saudável


Na semana em que se celebra o Dia Nacional de Controle do Colesterol (8 de agosto), o programa Meu Pratinho Saudável, iniciativa do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a LatinMed Editora em Saúde, faz um alerta aos pais sobre os riscos do colesterol alto em crianças.

Hábitos alimentares inadequados, como abusar dos fastfood e alimentos industrializados e não comer frutas, verduras ou legumes, são os principais “vilões” que podem favorecer o surgimento da doença ainda na infância, além de outros problemas como obesidade, diabetes e hipertensão.

Segundo a médica Elisabete Almeida, coordenadora do programa, o colesterol elevado em crianças e adolescentes é mais comum do que se imagina. “Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o problema afeta, pelo menos, 20% da população entre dois e 19 anos de idade”, diz.

Ela explica que os alimentos industrializados e os chamados fast-food contêm quantidade elevada de conservantes, aromatizantes e sal, responsáveis por alergias e problemas gastrointestinais, e pouca fibra, que prejudica o bom movimento dos intestinos.

 “Além disso, muitos produtos também contêm altas taxas de sódio, caso dos refrigerantes e do macarrão instantâneo, que causam retenção de líquidos e pressão alta”.

Por isso, afirma a coordenadora do programa Meu Pratinho Saudável, os pais e responsáveis devem estimular a adoção de hábitos saudáveis desde cedo. Nas refeições, uma das principais recomendações é que metade do prato da criança nas refeições principais seja preenchido com verduras e legumes (crus e cozidos) e que a outra metade seja preenchida com 1/4 de alimento rico em proteínas e 1/4  de alimentos ricos em carboidratos.  O café da manhã e os lanches devem conter pelo menos um alimento rico em proteínas, um alimento rico em carboidratos e um alimento de origem vegetal, podendo ser frutas, verduras ou legumes.

Quando checar o colesterol

A recomendação é checar o colesterol das crianças a partir dos 10 anos de idade. Mas se houver no histórico familiar pessoas com problemas de colesterol alto ou com doenças cardiovasculares em idade jovem, a dosagem deve ser iniciada antes, aos dois anos.

Segundo a médica Elisabete, a partir dos três anos os pais já podem acrescentar fibras na alimentação da criança, oferecendo frutas, legumes, verduras, cereais integrais e leguminosas. “As fibras ajudam a eliminar as gorduras, evitando que elas sejam absorvidas pelo organismo”.

Os alimentos que devem ser evitados no caso da criança apresentar colesterol elevado são os de origem animal e as gorduras saturadas, aquelas que são sólidas na temperatura ambiente, como, por exemplo, a margarina. Quanto ao leite, deve-se preferir o semidesnatado ou o desnatado. “Além disso, as carnes e queijos devem ser magros, de preferência os brancos. Com os sorvetes, acostume seu filho com os de frutas e evite os de massa, pois tem gordura saturada e muito açúcar”, diz a coordenadora do Meu Pratinho Saudável.

No lanche da escola, a dica é optar por frutas inteiras ou picadas, sucos ou vitaminas de frutas, bebidas à base de leite desnatado, leite ou suco de soja ou iogurtes desnatados, sanduíches à base de pão integral, de centeio, de fibras ou de grãos, com queijo branco, peito de peru, tomate, alface e cenoura ralada. Além disso, biscoitos ou cookies integrais e bolos de cenoura com aveia e bolo de casca de banana.

“E, além da alimentação, as crianças devem brincar, pular, correr. Ou seja, fazer atividade física diariamente e evitar ficar muito tempo na TV, computador ou tablet, para ajudar no controle do colesterol”, finaliza a médica.



Trecho morto do rio Tietê tem 122 km e representa 11% da extensão do maior rio paulista


Apesar da redução de 8 km de trecho contaminado no último ano, Fundação SOS Mata Atlântica destaca que estado de São Paulo ainda está longe de alcançar marca histórica de 71 km, de 2014


Os paulistas têm pouco o que comemorar no Dia do Tietê (22/09), quando se celebra o maior rio do estado – que corta São Paulo de leste a oeste por 1.100 km, desde sua nascente em Salesópolis, até a foz no rio Paraná, em Itapura. Apesar de uma redução de 8 km na mancha de poluição do mais importante rio paulista, comparado com o ano anterior, o trecho de 122 km mais contaminado do Tietê representa 11% da extensão do rio, ou seja, ainda está 51 km maior que a marca histórica de 71 km, alcançada em 2014. A pior qualidade do rio, onde ele pode ser considerado morto, fica entre os municípios de Itaquaquecetuba e Cabreúva, com água em condições péssima e ruim. Os dados são do projeto Observando os Rios, da Fundação SOS Mata Atlântica, a partir das análises feitas no último ano por 1.730 voluntários participantes de 103 grupos de monitoramento. Clique aqui e acesse os dados completos.
 
A redução de 8 km de rio morto que recuperou condições de qualidade da água em relação ao ciclo anterior (de setembro de 2016 a agosto de 2017) é reflexo das 8 toneladas de esgotos que deixaram de ser lançadas, diariamente, sem tratamento nos rios afluentes do Tietê. Isso por conta da ampliação da Estação de Tratamento de Esgotos de Barueri, que passou a tratar 12 m³/s de esgotos, o que corresponde ao volume gerado por 5,8 milhões de pessoas. Até 2017, essa ETE tratava 9 m³/s de esgoto. O aumento na remoção de esgoto bruto que deixou de ser lançado no rio trouxe melhoria à qualidade da água no trecho entre Itu e Laranjal Paulista, elevando a média do Índice de Qualidade da Água (IQA) para regular.

“Cada ação que é feita para despoluir o rio Tietê traz um resultado direto na mancha de poluição do rio. Mas, infelizmente, estamos correndo atrás do prejuízo. Essa mancha era de 71 km em 2014, quando houve redução nos investimentos no projeto por conta da crise hídrica. Se quiser contribuir para a despoluição do Tietê, o próximo governador de São Paulo precisa retomar o ritmo de investimento no projeto, que tem previsão de mais três etapas, para os próximos 20 anos“, afirma Malu Ribeiro, especialista em Água da Fundação SOS Mata Atlântica.

As análises foram feitas em 83 corpos d’agua de 32 municípios das bacias hidrográficas do Alto e Médio Tietê e Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Nestre projeto, os voluntários foram devidamente capacitados e instrumentalizados para realizar o monitoramento sistemático e as análises, com acompanhamento e supervisão da equipe técnica da ONG.

Dos 112 pontos de coleta, 71 (63,4%) apresentaram condição de água regular, ou seja, no limite dos padrões definidos na legislação para usos menos restritivos – como recreação, irrigação de culturas, navegação e abastecimento público mediante tratamento avançado. A condição de rio morto, altamente poluído com índices de qualidade de água péssima e ruim, foi obtida em 35 (31,2%) dos pontos de coleta monitorados mensalmente. Este dado reforça a urgente necessidade de investimentos em saneamento ambiental e governança da água na bacia hidrográfica.

Nenhum ponto analisado apresentou água considerada ótima e apenas 6 (5,4%) têm água boa. Os melhores indicadores foram obtidos nas bacias do rio Tietê no trecho metropolitano de cabeceira e de mananciais.

“Os indicadores obtidos apontam a fragilidade da condição ambiental dos principais rios urbanos monitorados neste ciclo do projeto. Os rios que não têm condições de uso acabam impactando diretamente na vida da população, em problemas de saúde, na escassez e no aumento do risco de crises hídricas“, reforça Malu Ribeiro. 

Despoluição do rio Tietê e eleições 2018

Os dados da Fundação SOS Mata Atlântica também trazem uma análise da evolução de impacto do projeto de despoluição do rio Tietê ao longo da Terceira Etapa. Prestes a entrar em sua quarta etapa, o projeto trouxe resultados significativos até 2014, quando a mancha estava contida em 71 km. Com a crise hídrica em São Paulo, investimentos para despoluição foram reduzidos, o que impactou diretamente no aumento da mancha de rio morto, que mais do que dobrou no ano seguinte e agora chega a 122 km.

Para as eleições 2018, a SOS Mata Atlântica lançou um conjunto de metas para os próximos governantes. Entre elas, o urgente aprimoramento da norma que trata do enquadramento dos corpos d‘água, excluindo os rios de classe 4 da legislação brasileira – na prática, essa classe permite a existência de rios mortos, pois admite a existência de rios sem limites de diluição de poluentes. Com isso, os indicadores aqui reunidos poderão se traduzir em metas progressivas de qualidade da água nos rios e mananciais das bacias hidrográficas, em especial no rio Tietê e em seus principais afluentes. 

Outro ponto fundamental é a gestão do saneamento ambiental e não somente básico, integrado às ações de uso e ocupação do solo em todos os municípios da bacia hidrográfica. “A gestão deve ser coordenada pelo Estado, por meio dos Comitês de Bacias Hidrográficas, com ampla participação da sociedade, dos usuários da água e dos municípios. Somente assim, avanços efetivos e mais céleres surgirão nos indicadores do Projeto Tietê“, afirma Malu.

Segundo ela, é possível despoluir o rio Tietê antes do prazo do projeto. “Mas, para isso, precisamos do compromisso de todos, com a despoluição de todos os córregos e afluentes do Tietê, com avanços no tratamento de esgoto em todas as cidades da bacia“, destaca a especialista.

Uma das propostas para o município de São Paulo, que seria executada por meio da ação integrada entre Prefeitura e Sabesp, nos últimos anos, por exemplo, era a criação de 110 parques lineares até 2018, por meio do chamado projeto Córrego Limpo –  com o objetivo de proteger e recuperar ecossistemas e as matas ciliares dos corpos d'água, conectar a vegetação e revitalizar espaços públicos, minimizar o risco de enchentes e propiciar áreas verdes destinadas a atividades culturais e de lazer. Retomado em 2017, o Córrego limpo promoveu a recuperação parcial de 149 córregos. Essa ação, porém, precisa envolver todos os municípios da bacia hidrográfica uma vez que muitos desses córregos extrapolam os limites do território da cidade de São Paulo e os que estão contidos dentro do município dependem do engajamento da população para que se mantenham saudáveis.

Para Gustavo Veronesi, coordenador técnico do Observandos os Rios, é importante destacar a relação entre floresta nativa preservada e água de qualidade. “Os pontos de coleta onde foram constatados indicadores de qualidade de água boa comprovam essa relação direta. O inverso também fica evidente diante da perda de qualidade da água com indicadores ruim e péssimo, obtidos quando se desprotegem nascentes, margens de rios e áreas de manancial, afetadas por uso inadequado do solo e desmatamento“, destaca ele.

Áreas como várzeas e matas ciliares também são cruciais por protegerem a boa qualidade da água, impedindo que lixo, solos contaminados e erosão caiam nos rios, ampliando a capacidade de absorção das águas de chuvas, reduzindo o risco de enchentes, como na região do Parque Varzeas do Tietê

“É estratégico e urgente reconhecer a importante relação da Mata Atlântica, das florestas naturais, com a água e buscar soluções técnicas integradas à natureza, valorizando os serviços ambientais das várzeas e matas ciliares. Assim essas áreas de parques e parques lineares, garantem qualidade de vida e segurança às populações“, finaliza Malu Ribeiro.







Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica
A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira. Atua na promoção de políticas públicas para a conservação da Mata Atlântica por meio do monitoramento do bioma, produção de estudos, projetos demonstrativos, diálogo com setores públicos e privados, aprimoramento da legislação ambiental, comunicação e engajamento da sociedade em prol da recuperação da floresta, da valorização dos parques e reservas, de água limpa e da proteção do mar. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode ajudar em www.sosma.org.br.



Sobre o Observando os Rios
O programa surgiu em 1991, com uma campanha que reuniu 1,2 milhão de assinaturas em prol da recuperação do Rio Tietê e originou o primeiro projeto de monitoramento da qualidade da água por voluntários, o “Observando o Tietê”. Para agregar outras bacias hidrográficas, a iniciativa foi ampliada e passou a se chamar “Observando os Rios”. Nessa fase, com o patrocínio da Ypê e Coca-Cola Brasil, o projeto conta com 3,5 mil voluntários que monitoram 230 rios nos 17 estados da Mata Atlântica 17 estados do bioma Mata Atlântica – Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo –, e Distrito Federal.


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

7 sinais que podem indicar o Mal de Alzheimer


Celebrado em 21 de setembro, o Dia Mundial do Alzheimer ressalta a importância da prevenção da doença

Doença considerada muito comum no Brasil, o Mal de Alzheimer afeta 1,2 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). O problema é neurodegenerativo, o que significa uma diminuição gradativa de células e conexões nervosas. O principal sintoma do paciente é a perda de memória. 

Portanto, quanto antes a doença for percebida, menos danos serão causados. É com o intuito de reforçar a importância da prevenção e procura pelo diagnóstico médico que foi estabelecido o Dia Mundial do Alzheimer em 21 de setembro. 

Alguns sinais de que a pessoa está com a doença são mais precoces e, se reconhecidos, valem uma avaliação médica especializada. O neurologista do Hospital Santa Catarina, Maurício Hoshino, reuniu sete sinais típicos que podem indicar que a pessoa pode ser um portador de Alzheimer. 


Repetições de falas e ações: devido aos problemas de memória, pessoas com Alzheimer tendem a repetir as mesmas frases e ações, já que a doença costuma afetar principalmente a memória recente. 


Problemas para realizar tarefas simples: uma simples tarefa como fazer café pode se tornar um problema para o portador de Alzheimer. Até mesmo a utilização dos utensílios corretos na cozinha passa a ser um obstáculo. Passa a ter dificuldade em manipulação do dinheiro, senhas e para elaborar as compras do supermercado ou padaria. 


Esquecimento frequente de palavras: em um estágio um pouco mais avançado, o portador de Alzheimer passa a esquecer palavras básicas. A degeneração constante das células no cérebro leva a essa condição. 


Mudança repentina de humor: é comum uma pessoa que tenha o Mal de Alzheimer ficar facilmente irritada e chateada, com falta de confiança e sentindo-se frustrada.


Não saber onde está ou o que está fazendo em determinada situação: é recorrente que o portador da doença neurodegenerativa perca a noção de onde está, esquecendo-se totalmente de seu propósito na situação e no local presente. É costume encontrar uma explicação para suas falhas, embora não justifique a frequência com que ocorrem. 


Falta de higiene pessoal: algumas mudanças no comportamento são típicas do portador de Alzheimer, por exemplo esquecer-se de tomar banho ou de fazer seus procedimentos básicos de higiene (e frequentemente argumenta que já o fez). Colocar as mesmas roupas também é habitual, assim como a falta de preocupação com a própria imagem. 


Mudança de linguagem e dificuldade na fala: a pessoa com Alzheimer tende a utilizar uma linguagem mais simplificada, utilizando cada vez menos palavras e apresenta nítida dificuldade de construir frases coesas. O vocabulário fica mais simplificado.


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