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terça-feira, 3 de julho de 2018

Como você avalia seu domínio de língua portuguesa?


A grande maioria acredita ter um conhecimento satisfatório, porém mais de 40% são eliminados de processos seletivos por descuidos no idioma


Estamos expostos a nossa língua nativa desde pequenos e, em todos os níveis escolares, passamos por matérias voltadas a elevar esse conhecimento. Mesmo assim, nem todos obtêm o êxito necessário no aprendizado e acabam se prejudicando no mercado de trabalho. Levando em conta esse cenário, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios fez uma pesquisa com o seguinte tema central: “Como você avalia seu domínio de português?”. O resultado apontou uma percepção um pouco fora da realidade atual.

O estudo ocorreu entre 4 e 15 de junho, com 27.945 respondentes de todo o país, com faixa etária de 15 a 26 anos. Como vencedora absoluta, a opção “tenho bons conhecimentos e isso me ajuda na carreira” obteve 77,60%, ou 21.685 votos. Entretanto, para os selecionadores, essa não é bem a verdade vivida no mundo corporativo, pois mais de 40% dos candidatos são eliminados logo na primeira etapa das dinâmicas por erros ortográficos. “Essa disparidade se deve, principalmente, a fatores como a autopercepção e autoestima dos jovens, os quais, por navegarem bem nas redes sociais, acreditam fazer bom uso da língua. Todavia, no momento de utilizar a norma culta, se perdem”, avalia Lizandra Bastos, analista de treinamento do Nube.

Na sequência, 20,34% (5.685) disseram: “as regras sempre me atrapalham e acabo cometendo pequenos deslizes” e 1,49% (417) admitiu: “assumo ser meu ponto fraco e não consigo achar forma de resolver isso”. Para quem percebe ser uma dificuldade, a dica é estudar e praticar, começando com os conteúdos mais simples e, após compreendê-los, evoluir para os mais difíceis. “Não existe fórmula mágica, mas incorporar a leitura de livros e revistas à rotina, por exemplo, já fará uma grande diferença”, incentiva a especialista.

Esse foi o caminho utilizado por Yuri Correa Pinho, hoje com 19 anos e consultor de oportunidades do Nube. “Quando tinha 14 anos, fui concorrer a uma vaga de aprendiz e precisei fazer uma redação de conhecimentos gerais. Ao final, o gestor me chamou e me deu como feedback a quantidade de falhas gramaticais”, conta. Sem saber como se aperfeiçoar, o jovem conversou com sua mãe e professora, as quais o incentivaram a começar a ler. “Iniciei com a saga do "Harry Potter" e me apaixonei. Assim, peguei gosto pela coisa. Tinha muitos problemas com acentuação e pontuação e vi o quanto melhorei”, enfatiza. Desde então, cinco anos se passaram e, hoje, o estudante de publicidade e propaganda enxerga o quanto sua escrita progrediu. “Para entrar na empresa, fiz um ditado de 30 palavras e me equivoquei em apenas duas. A margem era de até sete desacertos”, conta feliz por ter se desenvolvido.

Ainda de acordo com o levantamento, 0,57% (158) revelaram: “detesto português e isso tem me atrapalhado a conseguir boas vagas”. Segundo Lizandra, há uma saída para mudar esse pensamento. “É preciso identificar quais fatores estão provocando essa percepção e repulsa. Se realmente for uma defasagem, as soluções virão por meio de formas diferentes de estudar e muito trabalho pessoal, para reverter esse quadro”, enfatiza.

Se comunicar é uma necessidade humana e, nos espaços profissionais, parte da nossa credibilidade é construída também pela forma como abordamos os diversos temas cotidianos e nos fazemos entender. “Portanto, evite gírias e palavrões em sua rotina e lembre-se: quanto mais corretamente usar o idioma, mais fácil e natural isso se tornará”, aconselha a analista.





Fonte: Lizandra Bastos - analista de treinamento do Nube
 www.nube.com.br

Quero mudar de área. E agora?


Quem não passou a adolescência ouvindo a palavra “vestibular”, talvez ainda esteja imune às várias armadilhas que o tempo revela. Se a carreira é uma delas, esse texto é para você. Afinal, o que considerar ao mudar de carreira? O dilema de muitos é que, aos 17 anos, nos deparamos com algumas decisões que nem mesmo aos 27 estamos tão certos sobre qual caminho tomar. De qualquer maneira, somos ensinados a fazer "o que gostamos". Mas se você foi ensinado a escolher o que te agrada desde o início, você pode se perguntar: "como vim parar aqui"?

Faço parte da geração Y, um grupo orientado pela satisfação profissional, talvez acima da busca pela própria estabilidade. Quando ingressamos no mercado de trabalho, nosso perfil profissional surpreendeu as gerações anteriores e fomos celebrados pela nossa versatilidade, conectividade e senso de autonomia.

Hoje, minha visão sobre o nosso perfil é menos romântica quanto ao mercado que construímos. Tivemos - e ainda temos - um oceano de escolhas, de cursos, de carreiras, de trabalhos informais como freelancers e até de materiais gratuitos na web capazes de nos ensinar a executar qualquer habilidade que venhamos a precisar, mas isso tem consequências.

Esse mundo de possibilidades nos torna constantemente insatisfeitos e instáveis quanto ao nosso curso profissional e pessoal. Mudamos de ideia o tempo todo, porque nos foi intitulado o direito de fazê-lo sempre que conveniente. E isso nos privou de uma linha norteadora que agregaria a construção, ao invés da dispersão na qual tantas pessoas da minha geração se encontram em tantos aspectos da vida. 

Podemos e devemos explorar as possibilidades de trabalho, mas temos que fazer essas experiências serem construtivas, e não ferramentas de procrastinação. Estamos deixando de construir carreiras sólidas e adquirir real consistência para as nossas vidas? Pelo contrário. Permanece o valor do trabalho com propósito, de buscar aquela carreira que realmente dialoga com nossos valores e habilidades que são só nossas. Vamos construir nossa linha norteadora a partir disso, mesmo que isso signifique buscar uma nova área de atuação.

Além do mais, a maneira como a civilização moderna está organizada faz com que estejamos trabalhando o tempo todo. Sem falar no cenário econômico brasileiro, que, para todos os efeitos, criou uma verdadeira cultura de desapego de empresas, equipes e modelos de trabalho. Então, por que não estamos trabalhando naquilo em que realmente acreditamos?

Mas dessa vez, sem pensar em vestibular. Vamos nos apropriar desse universo de informações, dessa cultura colaborativa, das nossas experiências anteriores (mesmo que em uma área distante da desejada) e construir, com autonomia, foco e objetividade, a vida que desejamos. Não porque estamos procurando algo mais legal para fazer, mas porque queremos dar à nossa força de trabalho, acima de tudo, um verdadeiro significado.







Marianna Greca - publicitária por formação e coordena a frente de Formação Complementar do Centro Europeu, uma das principais escolas de profissões do mundo


VAR X ÁRBITRO: Decisão no futebol vai além da tecnologia


A vida não permite ensaios. Todas as nossas atitudes acontecem ao vivo, em tempo real, e as consequências são fruto dessas escolhas. Imersos nas interferências do nosso cotidiano, a importância de uma decisão e seus reflexos passam muitas vezes despercebidas aos olhos. Porém, quando um esporte chamado futebol surge, suscitando paixões mundo afora, nenhuma decisão – seja ela certa ou errada – passa incólume.

Neste mês junho, em especial, as atenções estão voltadas para o debate sobre o poder de decisão da arbitragem durante a Copa do Mundo. Se antes o juiz e seus assistentes de campo tinham total poder de confiar naquilo que estavam vendo, hoje o veredito de um lance polêmico conta com um forte aliado: a tecnologia. 

A estreia do árbitro assistente de vídeo (VAR, do inglês video assistant referee) escalado pela FIFA para a Copa na Rússia tem como objetivo analisar as decisões tomadas pelo juiz principal. Com 33 câmeras acompanhando cada partida, além de duas direcionadas para situações de impedimento, a ideia é fazer com que erros de interpretação sejam reduzidos e não interfiram no resultado dos jogos.

Agora essa é a teoria. Na prática, já vimos que a polêmica sobre a arbitragem persiste. Um exemplo claro foi constatado na primeira partida do Brasil na competição. Jogando, aqui entre nós de maneira bem razoável, a seleção canarinho teria sido prejudicada em dois lances: no empurrão sofrido pelo zagueiro Miranda, que resultou no gol da Suíça, e na não marcação de pênalti sobre Gabriel Jesus, agarrado dentro da grande área do adversário.

Deixando de fora a paixão, vejo com bons olhos a decisão do árbitro César Ramos em seguir sua percepção e dar sequência de jogo, sem abrir precedentes à pressão feita pelos jogadores brasileiros em campo. De fato, a possibilidade de consultar o VAR é, sem dúvida, um avanço. Mas até que ponto esse apoio tecnológico não exime o juiz daquilo que é o seu principal papel dentro das quatro linhas?

Fica cada vez mais provado que por mais que se tenham subsídios, a decisão sempre será passível de questionamentos. Porque mesmo após a análise das jogadas pelas câmeras, não chegou-se a um consenso sobre as supostas irregularidades nos lances. As dúvidas ainda persistem.

Analisando friamente, o fato é que se o juiz tivesse interrompido a partida para consultar os apoiadores da sala de monitoramento, o debate poderia ter se prolongado por muitos minutos, resultando na perda do controle da partida – tanto por parte da arbitragem quanto pelas duas equipes.

A postura do árbitro, a meu ver,com clara isenção, deixando qualquer emoção de lado e diante da certeza da decisão que havia tomado in loco, é um exemplo de que um bom líder, mesmo que se prove posteriormente errado, consegue a partir de suas convicções manter o equilíbrio e fazer com que todos a sua volta o respeitem e confiem em seus direcionamentos.

Os lances foram, sem dúvida, extremamente polêmicos com ou sem o VAR, porém, esta ferramenta tem se mostrado bastante eficaz quando uma decisão possa ter sido tomada evidentemente errada Ou seja, ela veio para deixar tudo mais transparente e, entendo ser isso muito bom para o esporte.
Como resultado de toda essa polêmica, a FIFA – um dia após a partida – declarou estar satisfeita com a participação do árbitro no jogo.






Uranio Bonoldi - consultor, palestrante e oferece coaching personalizado. É especialista em Tomada de Decisão

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