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segunda-feira, 2 de julho de 2018

Lesões por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares tiram 22 mil do trabalho


Problema representa 11,19% de todos os benefícios concedidos pelo INSS no ano passado


Dados preliminares do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) indicam que ao menos 22.029 trabalhadores precisaram ficar mais de 15 dias de suas atividades em 2017 por causa de algum tipo de doença relacionada com as lesões por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares (LER/Dort). O número representa 11,19% de todos os benefícios concedidos pelo INSS no ano passado. 

As doenças relacionadas às LER/Dort são caracterizadas pelo desgaste de estruturas do sistema músculo-esquelético que atingem várias categorias profissionais. Geralmente são provocadas por movimentos contínuos com sobrecarga dos nervos, músculos e tendões.

Das 20 principais causas de afastamento das atividades profissionais por adoecimento no trabalho em 2017, três se enquadram nessa denominação: lesões no ombro, sinovite (inflamação em uma articulação) e tenossinovite (inflamação ou infecção no tecido que cobre o tendão) e mononeuropatias dos membros superiores (lesão no nervo periférico). 

Nessa última, a mais comum é a doença conhecida como Síndrome do Túnel do Carpo, resultante da compressão interna do nervo mediano na altura do punho, problema comum em pessoas que fazem movimentos repetitivos em alta velocidade ou associados com força, como digitar, tocar instrumentos musicais, torcer roupas e picar alimentos em cozinhas industriais.


20 principais causas de afastamento por adoecimento no trabalho em 2017*
Total
Dorsalgia
12.073
Lesões do ombro
10.888
Sinovite e tenossinovite
4.521
Mononeuropatias dos membros superiores
3.853
Outros transtornos de discos intervertebrais
3.221
Reações ao "stress" grave e transtornos de adaptação
3.170
Transtornos internos dos joelhos
2.365
Outros transtornos ansiosos
2.310
Episódios depressivos
2.189
Outras entesopatias
1.620
Outros transtornos articulares não classificados em outra parte
1.472
Hérnia inguinal
1.457
Transtorno depressivo recorrente
797
Varizes dos membros inferiores
537
Hérnia umbilical
456
Outros transtornos dos tecidos moles, não classificados em outra parte
415
Gonartrose [artrose do joelho]
410
Transtorno afetivo bipolar
364
Transtornos dos discos cervicais
317
Tuberculose respiratória, com confirmação bacteriológica e histológica
232
Total de benefícios concedidos por adoecimento no trabalho
64.050
Fonte: INSS
* Os números referem-se aos afastamentos com mais de 15 dias. Os dados são preliminares.


O auditor-fiscal do Trabalho Jeferson Seidler explica que embora sejam doenças mais comuns em trabalhadores que realizam tarefas repetitivas e contínuas, que exigem força, desvio do punho ou elevação dos braços acima da linha dos ombros, o estresse também pode propiciar o surgimento do problema. “São as situações que costumamos classificar como riscos psicossociais, como pressão excessiva por metas, metas inalcançáveis, rigor exacerbado no controle das tarefas, pressão das chefias, chegando até a assédio moral em alguns casos”, pondera. 

Essas situações têm sido frequentemente associadas ao trabalho em bancos, supermercados, frigoríficos, telemarketing e cozinhas (restaurantes, catering) e nas indústrias eletroeletrônica, de veículos, têxtil e calçadista. Em termos de taxas – proporção de casos em relação aos expostos aos riscos –, destaca-se a fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo. Nessa área foram registrados, em 2017, 14 casos de afastamento por mil trabalhadores. 


Prevenção

Os principais prejudicados com as ocorrências de LER/Dort são os trabalhadores. Mas os empregadores também têm prejuízos quando o INSS precisa afastar os empregados das tarefas diárias. Se somados todos os dias que os trabalhadores ficaram afastados das tarefas profissionais em 2017 por causa de alguma doença relacionada a esses dois problemas, o número chegaria a 2,59 milhões de dias de trabalho perdidos. 

Por isso, a prevenção é a maneira mais eficaz de resolver o problema. Seidler explica que o primeiro passo deve ser uma avaliação ergonômica do trabalho e a adequação dos problemas encontrados. Isso é tão importante que foi criada uma norma regulamentadora para tratar especificamente do tema, a NR- 17. 

Além disso, uma avaliação médica específica, com inventário de queixas nos setores de maior risco, pode identificar precocemente os primeiros casos e alertar para a necessidade de adequar as medidas preventivas. “O empregador precisa organizar o trabalho de tal forma que o trabalhador não adoeça. E não tem como fazer isso sem avaliar o ambiente e tomar medidas que garantam a saúde dos seus empregados”, explica.

Além disso, há as ações complementares que podem ser adotadas. Entre elas estão as pausas para alongamento e recuperação, aquecimento, exercícios de alongamento antes e depois do trabalho e a ginástica laboral. “Apesar de ser muito importante, a ginástica laboral não tem a capacidade de resolver sozinha os problemas ergonômicos que levam à ocorrência de LER/Dort. É apenas parte da solução, e uma parte complementar”, afirma o auditor.


Canpat 2018

O Ministério do Trabalho lançou em abril a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Canpat), que se estende até novembro. O objetivo é chamar atenção para a prevenção de acidentes e adoecimentos que vitimam trabalhadores diariamente. Em 2017, de acordo com números preliminares do INSS, foram concedidos 196.754 benefícios a trabalhadores que precisaram ser afastados das atividades profissionais por mais de 15 dias devido a algum problema de saúde ocasionado pelo trabalho. A média foi de 539 afastamentos por dia.
O ministro do Trabalho, Helton Yomura, lembra que a intenção é conscientizar empregadores, trabalhadores e toda a sociedade sobre a necessidade de observar as normas de segurança e saúde no ambiente de trabalho. “Precisamos olhar para esse tema com a importância que ele merece. Ter ambientes de trabalho seguros e saudáveis é importante tanto para o trabalhador quanto para o empregador, com benefícios que alcançam todos os brasileiros, economicamente ativos ou não”, destaca.


Ministério do Trabalho

Melhor prevenir do que remediar


O Check-up Preventivo Digital é uma das maiores novidades da odontologia e possibilita um diagnóstico precoce de problemas bucais e, consequentemente, um tratamento menos estressante ao paciente. 

A odontologia do futuro tem como foco a prevenção, sempre buscando proporcionar aos pacientes a oportunidade de diagnosticar a doença em seu início, quando as possibilidades de cura são maiores e, proporcionalmente, com menores investimentos financeiros, emocionais e de tempo.


Acompanhando essa nova odontologia, hoje em dia há no mercado odontológico um sistema inovador de diagnóstico por imagem que permite a realização de uma check-up preventivo digital. Esse sistema consiste no uso de uma câmera intra-oral com a capacidade de ampliação de até 60 vezes o tamanho do dente. Isso possibilita uma melhor visualização dos dentes, favorecendo um diagnóstico mais preciso e precoce, evidenciando ao paciente o que realmente é necessário realizar para melhorar sua saúde bucal. "Assim, podemos intervir nos problemas bucais logo no inicio, deixando para trás os grandes procedimentos odontológicos e tornando seu tratamento mais moderno, mais rápido e sem dor" explica a dentista Dra Daniela Yano da Clínica Sorriso Santana.


O que esta incluso no check-up preventivo digital?


• Avaliação do histórico médico: importante para verificação de fatores que possam interferir no planejamento do seu tratamento odontológico;


• Avaliação do histórico odontológico: muitas vezes os pacientes passam por traumas em tratamentos anteriores. Sabendo o que realmente aconteceu, podemos planejar um tratamento mais confortável;


• Prevenção de câncer bucal: serão checados a face, pescoço, língua, lábios, garganta, bochechas e gengivas, atentando para quaisquer sinais de câncer bucal ou outras lesões. Na presença de algum sintoma, exames complementares podem ser solicitados, bem como o encaminhamento ao profissional especializado;


• Avaliação gengival: será checada a saúde gengival bem como a saúde óssea bucal para evitar a presença de doenças periodontais, que muitas vezes podem causar a perda de muitos elementos dentários. Caso haja necessidade, serão solicitados exames radiográficos complementares para realizar um diagnóstico mais preciso e indicar o tratamento adequado;


• Avaliação dentária: todas as superfícies dentárias serão avaliadas e documentadas através de imagens intra-orais digitalizadas, utilizando a tecnologia da avaliação preventiva digital;


• Avaliação da ATM: verificaremos se a mesma encontra-se em equilíbrio e assintomática. Muitos problemas de saúde geral estão diretamente relacionados com o bom funcionamento e encaixe da articulação temporo-mandibular (ATM);


• Avaliação ortodôntica: serão checados o posicionamento e a cronologia de erupção dos dentes, bem como a funcionalidade da mordida, avaliando assim a necessidade e indicação de tratamento ortodôntico;


• Avaliação estética: indicaremos o que hã de mais moderno e inovador para melhorar a estética do seu sorriso, para que você também possa ter um sorriso de artista.







Dra Daniela Yano:
• Responsável Técnica
• Graduada em Odontologia pela UNESP
• Pós Graduada em Ortodontia pela NEO
• Pós Graduada em Ortopedia Funcional dos Maxilares pela CETAO
• Pós Graduada em Cirurgia Oral-Menor pela APCD
• Pós Graduada em Estética Dental /Planejamento e Comunicação Interdisciplinar/ Fotografia Odontológica Digital- DSD (Digital Smile Design)
• Pós Graduada em Human Body Total Care (HBTC)– Regulador de Função Aragão
• Pós Graduada em Ortodontia pela UNICSUL


Cresce a necessidade de novos protocolos para diagnóstico e tratamento de doenças raras


Quatro anos após a publicação da Portaria 199 de 20141, que instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, alguns avanços foram alcançados, mas o país continua com grandes desafios em relação à saúde de mais de 13 milhões de pessoas que convivem com alguma enfermidade rara2.

Entre os objetivos principais da portaria estão: a criação de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), documento que estabelece os critérios de diagnóstico, tratamento, mecanismos para o monitoramento clínico em relação à efetividade da abordagem terapêutica e a supervisão de possíveis efeitos adversos. A Portaria também estabelece a criação de centros de referência para o atendimento necessário para as muitas desconhecidas e complexas doenças raras. 
"O PCDT é um guia para o atendimento e o tratamento das doenças. É por meio dele que conseguimos padronizar o cuidado da saúde em todo o país, o que ajuda a ampliar e universalizar o acesso ao cuidado integral – tão necessário entre os portadores de doenças raras, que geralmente precisam de um suporte multidisciplinar bastante amplo", explica o neurologista Edmar Zanoteli. 

Em junho de 2015, o Ministério da Saúde lançou uma lista com as doenças raras prioritárias para o desenvolvimento de PCDTs. O objetivo era alcançar 47 patologias até o final de 2018. Até o momento, foram desenvolvidos e aprovados seis PCDTs para doenças raras entre os previstos na Portaria.
A atrofia muscular espinhal (AME) estava incluída na lista de doenças prioritárias para criação de um PCDT, o que ainda não aconteceu. "A Portaria 199 foi uma grande vitória para a sociedade civil e comunidade médica que atua com doenças raras nos esforços para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Agora estamos em busca da sua implementação integral", defende Suhellen Oliveira, presidente da Associação dos Familiares e Amigos dos Portadores de Doenças Neuromusculares (Donem).

A Donem é uma organização não-governamental sem fins lucrativos sediada em Recife, Pernambuco. Seu propósito é disseminar informações e conhecimento aos profissionais e familiares de pessoas com doenças neuromusculares, gerando mais qualidade de vida aos pacientes. "Nossa região é carente de programas de apoio e assistência multidisciplinar para pacientes com doenças neuromusculares que, infelizmente, ainda são pouco conhecidas pela maioria dos profissionais de saúde", explica Suhellen Oliveira.

A AME, como a maioria das doenças neuromusculares, exige um tratamento multidisciplinar composto por neuropediatras, ortopedistas, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, entre outras especialidades. O medicamento disponível para tratar a doença já tem os registros sanitário e de preço e, atualmente, está em análise pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), comissão que analisa os benefícios clínicos e impacto orçamentário relativos à inclusão de tecnologias no SUS.


Sobre o processo de avaliação de tecnologias no SUS

A lei 12.401/2011 que regulamenta o processo de avaliação e incorporação de tecnologias no sistema público de saúde, estabelece que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) tem um prazo de 180 dias para avaliar dossiês de incorporação – esse prazo pode ser prorrogado por mais 90 dias. Nesse período, está incluído o prazo para abertura de consulta pública, de cerca de 20 dias, e todas as etapas da análise do processo. A decisão final da Conitec é publicada no Diário Oficial da União e deve ser ratificada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.

Caso a decisão seja pela incorporação, o Decreto nº 7.646/2011, que dispõe sobre o processo administrativo para incorporação, exclusão e alteração de tecnologias em saúde no SUS, define novo prazo de 180 dias para que a terapia seja disponibilizada aos pacientes pelo SUS a contar da data da publicação da decisão no Diário Oficial da União. Esse prazo permite aos entes federados (União, Estados e Municípios) se organizarem para desenvolver e implementar um Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas.


Sobre a atrofia muscular espinhal (AME)3

A AME é uma das mais de 8 mil doenças raras conhecidas no mundo e afeta, aproximadamente, entre 7 a 10 bebês em cada 100 mil nascidos vivos, sendo a maior causa genética de morte de bebês e crianças de até dois anos de idade. No Brasil, não há ainda um estudo epidemiológico que indique o número exato de pessoas afetadas pela doença.

É uma doença caracterizada pela perda de neurônios motores na medula espinhal e tronco cerebral inferior, resultando em atrofia muscular progressiva e grave. Em último caso, indivíduos com tipos mais graves de AME podem perder seus movimentos e ter dificuldades de executar atividades motoras básicas, como respirar e engolir.

Devido à ausência ou defeito no gene SMN1, pessoas com AME não produzem quantidade suficiente de proteína do neurônio motor, que é um fator crítico para a manutenção e bom funcionamento dos neurônios motores. A gravidade da doença está correlacionada com a quantidade de proteína do neurônio motor produzida pelo organismo. Pessoas com AME tipo 1, a mais grave, produz pouquíssima quantidade de proteína, por essa razão não conseguem se sentar sem ajuda ou viver depois dos 2 anos de idade sem apoio respiratório. Pessoas com AME tipo 2 e 3 produzem mais proteína e têm menor comprometimento, mas ainda sim são prejudicadas pela doença.





1 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0199_30_01_2014.html
2 http://www.interfarma.org.br/public/files/biblioteca/doencas-raras--a-urgencia-do-acesso-a-saude-interfarma.pdf
3 Darras B, Markowitz J, Monani U, De Vivo D. Chapter 8 – Spinal Muscular Atrophies. In: Vivo BTD, ed. Neuromuscular Disorders of Infancy, Childhood, and Adolescence (Second Edition). San Diego: Academic Press; 2015:117-145.


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