Do nada uma pessoa começa a
sentir dor na região da maçã do rosto. A princípio, ela procura um
otorrinolaringologista por pensar que se trata de uma sinusite – condição em
que as cavidades em torno das vias nasais inflamam. Ela pode até dar início ao
tratamento da doença – que geralmente inclui soluções nasais, corticoides e
antibioticoterapia. Mas o problema persiste, porque na verdade a ‘sinusite’
estava mascarando uma infecção endodôntica. Isso é mais comum do que se pensa e
os dentistas estão cada vez mais alertas.
De acordo com a
cirurgiã-dentista Juliana Dornelles, da Clínica Beleza do Sorriso,
através de um raio-X panorâmico é possível visualizar uma infecção endodôntica.
“São casos que ainda nos intrigam, porque o paciente geralmente tem canal
tratado há um bom tempo e não apresenta sintomas iniciais – portanto, os
primeiros sintomas são tardios e ele também demora em relatar o problema ao
dentista. Durante o exame clínico, é comum identificarmos uma coloração mais
forte na gengiva que reveste o local da infecção, bem como mobilidade dentária
e odor característico.”
Na opinião da especialista,
cabe ao cirurgião-dentista analisar detidamente as condições clínicas do
paciente antes de optar entre o tratamento conservador e a extração dentária
seguida de implante. “Pessoas com idade avançada ou com a saúde debilitada são
fortes candidatas à extração. Devido à cavidade oral ser uma fonte de infecção,
é fundamental assegurar que o problema foi debelado. Afinal, estudos mostram
uma clara relação entre infecção oral e doenças sistêmicas – desde uma sinusite
até uma meningite (inflamação da membrana que reveste o cérebro), endocardite
(inflamação do músculo cardíaco) ou ainda um reumatismo. Embora sejam raras,
essas ocorrências são possíveis, graves, e devem ser prevenidas”.
Há estudos, ainda, que
relacionam o material utilizado no tratamento de canal com a possibilidade de
uma eventual infecção posterior – muitos anos depois. Substâncias como o
magnésio e o silicone, por exemplo, podem desencadear uma reação ao corpo
estranho que se converte em infecção periapical com o passar do tempo (links
abaixo). A infecção localizada na região onde fora tratado o canal deve ser
eliminada o quanto antes, garantindo que as estruturas próximas sejam
devidamente preservadas – bem como a saúde e o bem-estar geral do paciente.
Fontes: Dra.
Juliana Dornelles -
cirurgiã-dentista da Clínica Beleza do Sorriso, em São Paulo