Junto
a tratamentos cada vez mais modernos, diagnóstico precoce pode aumentar as
chances de cura em até 90%
O câncer já é a segunda maior causa de
mortes no mundo, ficando atrás apenas de problemas cardiovasculares. De acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de óbitos pela doença
avançou 22% desde o início do século, sendo o maior aumento já registrado pela
medicina moderna. No Brasil, a realidade se repete: o câncer está entre as
doenças que mais matam.
Diante desse cenário, é importante
conscientizar a população das mudanças necessárias no estilo de vida para
prevenir a doença, alertando sobre a importância dos exames preventivos
regulares – já que, em alguns casos, as chances de remissão são de até 90%
quando o diagnóstico é feito precocemente. Mas, de acordo com o Instituto
Nacional de Câncer (Inca), pelo menos 60% dos casos de câncer são diagnosticados
em fase avançada no Brasil.
“Depois do câncer de pele, o mais
incidente em mulheres é o de mama e, nos homens, o de próstata”, afirma o
especialista Álvaro Caldas. “Ambos contam com exames de rastreamento eficientes
e respondem muito bem ao tratamento quando detectados no início”, diz. Depois
do câncer de mama, os mais frequentes nas brasileiras são os de intestino, colo
do útero, pulmão e estômago. Além do câncer de próstata, os mais incidentes em
homens são os de pulmão, intestino, estômago e cavidade oral.
Mesmo com o aumento dos casos de câncer
no Brasil e no mundo, a boa notícia é que a medicina oncológica tem dado
grandes passos para garantir diagnósticos e tratamentos cada vez mais eficazes
e assertivos. “Aliados à detecção precoce, esse avanço vem possibilitando que o
paciente tenha uma boa qualidade de vida, com grandes chances de controle da
doença ou até mesmo de cura”, afirma Caldas. Confira abaixo os principais
avanços contra o câncer.
Biológicos
Diferente dos medicamentos sintéticos,
os biológicos são moléculas complexas, produzidas por células vivas. Graças a
isso, essas terapias são capazes de combater alvos específicos, atacando apenas
as células doentes. Assim, trazem alta eficácia e menos efeitos colaterais.
Atualmente, também estão disponíveis medicamentos biossimilares, que apresentam
a mesma segurança e eficácia do biológico inovador, com o diferencial de serem
mais acessíveis.
Biópsia líquida
Por meio de técnicas de biologia
molecular, já é possível usar amostras de plasma sanguíneo do paciente para
identificar características do tumor que ajudem a guiar a escolha do melhor
tratamento. Além disso, a técnica evita a realização de procedimentos
invasivos, e, no futuro, poderá auxiliar no monitoramento contínuo da eficácia
do tratamento empregado para cada tipo de câncer.
Imunobiológicos
Esses medicamentos são capazes de
tornar as células do tumor mais evidentes para que o próprio sistema
imunológico do paciente seja capaz de combatê-las. Os imunobiológicos ainda
induzem respostas mais duradouras e, assim como os biológicos, preservam as
células saudáveis, garantindo menos efeitos colaterais durante o tratamento.
Além dos novos avanços, as opções mais
convencionais de tratamento também são utilizadas em combinação com os novos:
Quimioterapia
São medicamentos sintéticos, que
combatem as células tumorais, agindo na replicação celular. Por ser um
tratamento sistêmico, atinge não somente as células cancerosas, mas também as células
sadias do organismo. Atualmente, esse tratamento é feito de forma curativa
(quando usada com o objetivo de obter o controle completo do tumor), adjuvante
(quando realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as células
cancerígenas remanescentes, diminuindo a possibilidade de recidiva e metástases
à distância), neoadjuvante (quando realizada para reduzir o tamanho do tumor,
visando que o tratamento cirúrgico tenha mais sucesso) e paliativa (sem
finalidade curativa, é utilizada para melhorar a qualidade da sobrevida do
paciente).
Radioterapia
As terapias medicamentosas para câncer
não foram as únicas a avançarem nos últimos anos. O desenvolvimento de
aparelhos e técnicas mais sofisticadas tem permitido que a radioterapia seja
feita de forma cada vez mais localizada, atingindo apenas o câncer e poupando
as áreas saudáveis. Assim, o avanço traz mais qualidade de vida ao
paciente e menos efeitos colaterais.
Cirurgia
A cirurgia oncológica é o tipo mais
antigo de terapia contra o câncer. Pode ser realizada com objetivo de
diagnóstico, como na biópsia cirúrgica, no alívio de sintomas e também para a
remoção de metástases, quando o paciente apresenta condições favoráveis para a
realização do procedimento.