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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Mais da metade dos cânceres no Brasil são detectados em fase avançada



Junto a tratamentos cada vez mais modernos, diagnóstico precoce pode aumentar as chances de cura em até 90%


O câncer já é a segunda maior causa de mortes no mundo, ficando atrás apenas de problemas cardiovasculares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de óbitos pela doença avançou 22% desde o início do século, sendo o maior aumento já registrado pela medicina moderna. No Brasil, a realidade se repete: o câncer está entre as doenças que mais matam.

Diante desse cenário, é importante conscientizar a população das mudanças necessárias no estilo de vida para prevenir a doença, alertando sobre a importância dos exames preventivos regulares – já que, em alguns casos, as chances de remissão são de até 90% quando o diagnóstico é feito precocemente. Mas, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), pelo menos 60% dos casos de câncer são diagnosticados em fase avançada no Brasil.

“Depois do câncer de pele, o mais incidente em mulheres é o de mama e, nos homens, o de próstata”, afirma o especialista Álvaro Caldas. “Ambos contam com exames de rastreamento eficientes e respondem muito bem ao tratamento quando detectados no início”, diz. Depois do câncer de mama, os mais frequentes nas brasileiras são os de intestino, colo do útero, pulmão e estômago. Além do câncer de próstata, os mais incidentes em homens são os de pulmão, intestino, estômago e cavidade oral.

Mesmo com o aumento dos casos de câncer no Brasil e no mundo, a boa notícia é que a medicina oncológica tem dado grandes passos para garantir diagnósticos e tratamentos cada vez mais eficazes e assertivos. “Aliados à detecção precoce, esse avanço vem possibilitando que o paciente tenha uma boa qualidade de vida, com grandes chances de controle da doença ou até mesmo de cura”, afirma Caldas. Confira abaixo os principais avanços contra o câncer. 


Biológicos

Diferente dos medicamentos sintéticos, os biológicos são moléculas complexas, produzidas por células vivas. Graças a isso, essas terapias são capazes de combater alvos específicos, atacando apenas as células doentes. Assim, trazem alta eficácia e menos efeitos colaterais. Atualmente, também estão disponíveis medicamentos biossimilares, que apresentam a mesma segurança e eficácia do biológico inovador, com o diferencial de serem mais acessíveis. 


Biópsia líquida

Por meio de técnicas de biologia molecular, já é possível usar amostras de plasma sanguíneo do paciente para identificar características do tumor que ajudem a guiar a escolha do melhor tratamento. Além disso, a técnica evita a realização de procedimentos invasivos, e, no futuro, poderá auxiliar no monitoramento contínuo da eficácia do tratamento empregado para cada tipo de câncer. 


Imunobiológicos

Esses medicamentos são capazes de tornar as células do tumor mais evidentes para que o próprio sistema imunológico do paciente seja capaz de combatê-las. Os imunobiológicos ainda induzem respostas mais duradouras e, assim como os biológicos, preservam as células saudáveis, garantindo menos efeitos colaterais durante o tratamento.

Além dos novos avanços, as opções mais convencionais de tratamento também são utilizadas em combinação com os novos: 


Quimioterapia

São medicamentos sintéticos, que combatem as células tumorais, agindo na replicação celular. Por ser um tratamento sistêmico, atinge não somente as células cancerosas, mas também as células sadias do organismo. Atualmente, esse tratamento é feito de forma curativa (quando usada com o objetivo de obter o controle completo do tumor), adjuvante (quando realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as células cancerígenas remanescentes, diminuindo a possibilidade de recidiva e metástases à distância), neoadjuvante (quando realizada para reduzir o tamanho do tumor, visando que o tratamento cirúrgico tenha mais sucesso) e paliativa (sem finalidade curativa, é utilizada para melhorar a qualidade da sobrevida do paciente).


Radioterapia

As terapias medicamentosas para câncer não foram as únicas a avançarem nos últimos anos. O desenvolvimento de aparelhos e técnicas mais sofisticadas tem permitido que a radioterapia seja feita de forma cada vez mais localizada, atingindo apenas o câncer e poupando as áreas saudáveis.  Assim, o avanço traz mais qualidade de vida ao paciente e menos efeitos colaterais.


Cirurgia

A cirurgia oncológica é o tipo mais antigo de terapia contra o câncer. Pode ser realizada com objetivo de diagnóstico, como na biópsia cirúrgica, no alívio de sintomas e também para a remoção de metástases, quando o paciente apresenta condições favoráveis para a realização do procedimento.






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