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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Estudo apresenta dados nacionais de Prevalência da Infecção pelo HPV



A pesquisa indica uma prevalência geral estimada de HPV de 54,6 %, sendo o HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer presente em 38,4 % dos participantes 


O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (27), em conjunto com o Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre (RS), dados preliminares do projeto POP-Brasil-Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV. A pesquisa foi realizada em 26 capitais brasileiras e Distrito Federal. Do total de pessoas que participaram do estudo (7.586 entrevistas), 2.669 foram analisadas para tipagem de HPV. Das pessoas testadas, a prevalência estimada de HPV foi de 54,6 %, sendo que 38,4 % destes participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

A pesquisa faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). O lançamento será realizado durante o encontro  “Estudo POP-Brasil: resultados e ações para o enfrentamento da infecção pelo HPV”, na Universidade Federal de Ciências Sociais de Porto Alegre (UFCSPA).

A diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, explica a importância desse tipo de estudo para conhecer a prevalência da doença. "Até então, não havia estudos de prevalência nacional do HPV que possam medir o impacto da vacina no futuro. O sucesso da vacinação deve ser monitorado, não somente em termos de cobertura, mas principalmente em termos de efetividade na redução da infeção pelo HPV”, afirmou Adele.

O estudo indica ainda que 16,1% dos jovens tem uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis. Os dados finais deste projeto serão disponibilizados no relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde em abril de 2018.

A pesquisa POP-Brasil foi realizada em 119 Unidades Básicas de Saúde e um Centro de Testagem e Aconselhamento nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal, contando com a colaboração de mais de 250 profissionais de saúde. O Estudo identificou os fatores demográficos, socioeconômicos, comportamentais e regionais associados à ocorrência do HPV em mulheres e homens entre 16 e 25 anos de idade, usuários do SUS nas 27 capitais brasileiras.

Até o momento, das 27 cidades incluídas, a maioria concluiu a meta do estudo (Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Recife, Salvador, São Luís, Teresina e Vitória) e as outras estão em fase de finalização (Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro e São Paulo).


PERFIL - A população do estudo foi composta por 5.812 mulheres e 1.774 homens, sendo a média de idade de 20,6 anos. A maioria das entrevistas era composta de indivíduos que se autodeclararam pardos (56,6 %), seguido de brancos (23,9 %) e pretos (16,7 %). Apenas 111 indivíduos se autodeclararam amarelos (1,7 %) e 74 indígenas (1,2 %). Essa distribuição é  a mesma observada pelo último censo brasileiro onde os grupos raciais pardo e branco representaram a maioria da população dessa mesma faixa etária.

Em relação à escolaridade, 37,9 % dos jovens referiram estar estudando; 28,3 % interromperam os estudos e 33,8 % concluíram os estudos. A população que compôs o POP-Brasil foi, majoritariamente, da classe C (55,6 %) ou D-E (26,6 %), seguida da classe B (15,8 %) e somente 112 indivíduos foram incluídos na classe A (2,0 %). Dos indivíduos que referiram estar trabalhando, 21,0 % o fazia sem carteira de trabalho assinada (ou trabalho informal – por conta própria), 20,8 % trabalhavam com carteira assinada, 1,0 % era servidor público e 57,0 % somente estudavam.

A maioria dos indivíduos referiu estar em uma relação afetiva estável, sendo que 41,9 % estavam namorando e 33,1% casados (ou morando com o parceiro); o restante estava sem relacionamento, sendo solteiro (24,2 %) ou divorciado (0,7 %).

Dos jovens entrevistados, 15,6 % referiram fumar cigarros, 70,8 % relataram já terem feito uso de bebidas alcoólicas e 27,1 % de drogas, ao longo da vida. A droga mais utilizada foi a maconha (23,7 %). Quanto à saúde sexual, a média de idade de início da atividade sexual foi de 15,3 anos sendo 15,4 anos para mulheres e 15,0 anos para homens.

A diferença média de idade entre parceiros na primeira relação sexual foi de 3,8 anos. Entre as mulheres, 47,7 % já engravidaram, sendo que dessas, 63,4 % tiveram um filho e 35,4 % tiveram 2 ou mais. A idade média para a primeira gestação foi de 17,1 anos. Somente cerca da metade dos indivíduos (51,5 %) referiram usar camisinha rotineiramente e, apenas 41,1 % fizeram uso na última relação sexual. O comportamento sexual de risco foi observado em 83,4 % dos entrevistados, sendo que a média de parceiros sexuais no último ano foi de 2,2 e a média de parceiros nos últimos 5 anos de 7,5.

O estudo é uma parceria do Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de Vento (RS), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina (FMUSP) – Centro de Investigação Translacional em Oncologia), Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Secretarias Municipais de Saúde das capitais brasileiras e Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.

Quadro de Prevalência do HPV nas capitais do país

Capitais
Prevalência de HPV
Recife (PE)
41,2 %
Florianópolis (SC)
44,0 %
Maceió (AL)
45,1 %
João Pessoa (PB)
45,6 %
Curitiba (PR)
48,0 %
Manaus (AM)
50,3 %
Belém (PA)
50,8 %
Boa Vista (RR)
51,0 %
São Paulo (SP)
52,0 %
Natal (RN)
52,9 %
Porto Velho (RO)
52,9 %
Fortaleza (CE)
53,4 %
Goiânia (GO)
54,1 %
Fortaleza (CE)
53,4 %
Goiânia (GO)
54,1 %
Teresina (PI)
54,3 %
Rio de Janeiro (RJ)
54,5 %
Aracaju (SE)
54,6 %
Vitória (ES)
55,1 %
Rio Branco (AC)
55,9 %
Porto Alegre (RS)
57,1 %
São Luís (MA)
59,1 %
Macapá (AM)
61,3 %
Cuiabá (MT)
61,5 %
Palmas (TO)
61,8 %
Salvador (BA)
71,9 %
Brasília (DF)
Sem dados suficientes
Campo Grande (MS)
Sem dados suficientes
Belo Horizonte (MG)
Sem dados suficientes
                 
 

Nivaldo Coelho
Agência Saúde



A solidão e o vazio existencial



Em 1953, o psicoterapeuta Rollo May publicou uma obra memorável com o título O homem à procura de si mesmo, quando a humanidade, ainda sob os efeitos dos horrores da Segunda Guerra Mundial, estava em pessimismo profundo, debatendo Alberto Camus, para quem “a vida não tem nenhum sentido”. Tendo iniciado seus estudos em Viena, o dr. May completou seu doutorado em Nova York com louvor e buscava encontrar respostas para o vazio da vida.

Rollo May se perguntava: “Como é possível alcançar o bem-estar interior numa sociedade tão dilacerada?”. Para ele, o homem do século 20 trazia em sua essência um vazio existencial e a sensação de solidão, e asseverava que esse estado tinha a ver com o declínio da religião, mas também com as mortes, as torturas e as várias formas de agressão entre os humanos, fazendo mesmo parecer que a vida não tem sentido algum.

O dr. May anota, como dito pelo psicólogo William James, que o maior desejo do ser humano é ser amado e apreciado. Mas, nessa busca, a competição individual transforma o outro em adversário – quando não em inimigo – e bloqueia em grande parte as possibilidades de amar o próximo. Já naquela época, ele criticava o que hoje é visto como virtude nas organizações: a extremada competição, a necessidade de superar o próximo e o descarte dos menos capazes.

A sociedade moderna exalta os geniais e os de alta performance, o que é bom para a produtividade econômica. Mas a maioria da humanidade não é brilhante nem genial, senão apenas normal. Um dos desafios do mundo do trabalho no século 21 será como incorporar os fracos e os menos capazes, já que eles não poderão ser descartados nem abandonados.

Assim como a alavanca de Arquimedes de Siracusa foi o recurso que permitiu a um homem franzino de 50 quilos mover uma pedra de uma tonelada, a tecnologia e a inovação deverão propiciar que os menos capazes tenham elevado desempenho. E, quando isso ocorrer, a competição individual mudará o foco; o outro deixará de ser um inimigo a ser derrotado e o espaço do amor ao próximo crescerá, permitindo, assim, que a solidão e o vazio existencial sejam reduzidos.

Em seus estudos, Rollo May refere-se a outro notável psicólogo: o dr. Viktor Frankl, que estivera nos campos de concentração de Hitler e fizera acuradas observações a respeito do comportamento humano em situação de tortura e sofrimento. Ele próprio vítima dos horrores da guerra, perguntava-se por que os prisioneiros submetidos a terríveis dores físicas e mentais não optavam pelo suicídio.

Tendo sobrevivido e retornado a seu consultório em Viena, quando um paciente se apresentava no limite da dor, ele perguntava: “Por que não opta pelo suicídio?”. Após estudos científicos acurados, ele publicou sua obra Em busca de sentido, para dizer que mesmo aqueles prisioneiros castigados até o limite da dor se apegavam a um fio de esperança, e o faziam porque suas vidas tinham sentido. E o dr. Frankl propõe a logoterapia, isto é, a busca de sentido, de uma razão por que viver. Eis aqui um desafio para cada um de nós.





José Pio Martins - economista, é reitor da Universidade Positivo




Fuja do roteiro engessado nas vendas



A ideia de que vendedor bom é aquele que convence o cliente pela conversa fiada não faz mais sentido. Existem vários fatores que contribuem para que um profissional feche um contrato: capacidade investigativa, uma boa argumentação, credibilidade, agilidade no atendimento, um serviço ou produto de qualidade que atenda as necessidades dos clientes e uma equipe de vendas preparada para os diferentes obstáculos, que podem surgir durante uma negociação, são bons exemplos.

Não trabalhamos com uma receita de venda pronta, porém é possível ressaltar alguns detalhes essenciais. O mercado está muito mais exigente e o cliente não se ilude com argumentos e frases prontas. Não basta dizer que seu produto é melhor que o da concorrência, é preciso dizer quais são os benefícios daquilo que se está propondo ao cliente, afinal, o vendedor deve conhecer profundamente o mercado no qual atua.

Alguns perfis de vendedores não são mais aceitos e essa mudança aconteceu há muito tempo. Normalmente, essas pessoas adotam atitudes que possuem um efeito contrário e afastam os compradores. São elas:


O bom de papo: saber se expressar é sempre importante, mas isso não garante um negócio bem sucedido. Provavelmente essa postura terá um efeito rebote, pois o vendedor que fala demais se torna chato e cansativo, o comprador fica com a sensação de que está perdendo tempo ouvindo conversa fiada. Trabalhe os caminhos para realizar uma venda consultiva, antes de começar um monólogo sobre as diversas funções de um produto, pergunte e ouça o cliente. Quando o profissional entende a necessidade do comprador, é simples apresentar uma solução para ajudá-lo a resolver os problemas. 


O folheto falante: existem vendedores despreparados, que focam o portfólio de produtos, decoram todas as características técnicas e ficam tentando adivinhar quais as possíveis necessidades dos clientes. O profissional que aborda o cliente pensando apenas na venda final, que não investiga os motivadores de compra do consumidor, certamente terá uma carreira curta e perderá muitas oportunidades.


O rei dos clichês: frases prontas e de efeito não soam bem. A confiança é essencial em todo bom relacionamento, os clientes percebem quando o vendedor está abusando dos clichês e que falta conteúdo. Fuja do roteiro engessado, busque argumentos que atenderão às necessidades de cada pessoa, elas não são meros números.


O Insistente: todos nós conhecemos um vendedor insistente demais, aquele que não quer perder a chance de fechar um negócio e acaba  sendo conhecido também por ser uma pessoa inconveniente. Ser persistente para fechar uma venda é bem diferente, é necessário entender qual o perfil de todos envolvidos na negociação, mapear os influenciadores e o processo de compra. Não ultrapasse os limites de um comprador e saiba enxergar qual é a hora de parar, evitando uma situação incômoda e ou uma má reputação.






Carlos Cruz - diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas)  -  www.ibvendas.com.br




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