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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Dia 5 de maio: alerta para higienização das mãos



Lavar as mãos de forma apropriada pode minimizar riscos para a saúde e evitar infecções graves, principalmente em serviços de saúde

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) tem como uma das suas principais bandeiras a questão da higienização das mãos e nessa sexta-feira, que é comemorado o dia mundial da higiene das mãos, a SBI apoia a campanha mundial Salve vidas: higienize suas Mãos, da Organização Mundial de Saúde. Em 2017 tem assinatura “a luta contra a resistência microbiana: está em suas mãos” e o objetivo é conscientizar todas as pessoas para melhorar as práticas de higiene das mãos, sobretudo em serviços de saúde com a intenção de combater, com efetividade, a resistência microbiana.
Hoje, vários programas de segurança do paciente nos serviços de saúde tratam como prioridade o tema da higiene das mãos, mas ainda é um desafio para entrar na rotina. “Precisamos alertar cada vez mais sobre essa prática simples, barata e efetiva, mas que muitos serviços e profissionais não aderem e podem aumentar riscos das mais variadas infecções”, diz Carla Sakuma, infectologista e coordenadora do Comitê de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS).
A higiene das mãos é uma medida bem reconhecida há anos para o controle e prevenção das infecções nos serviços de saúde, incluindo as provocadas por microrganismos multirresistentes, que levam muitas pessoas a óbito. Dessa forma, é fundamental que todos os profissionais de saúde sejam incentivados a adotar isso como rotina básica. “Precisamos enfatizar e sensibilizar todos os serviços de saúde para ficarem atentos a isso, já que o uso de álcool gel, por exemplo, deve ser regra e não exceção”, completa Carla.


A IMPORTÂNCIA DA AMIZADE E DO AMOR PARA SUPERAR O PROBLEMA DA SOLIDÃO



Uma cena muito comum nos dias de hoje é a de casais em restaurantes que, mesmo juntos, estão separados por celulares, redes sociais e diversos aplicativos, e assim acabam por perder momentos para aproveitar um ao outro. Esse cenário pode representar mais do que duas pessoas acompanhando as tendências tecnológicas, mas pode carregar consigo, muitas vezes, um sentimento de solidão que passa despercebido para quem olha de fora.

Se sentir só, mesmo na companhia de outros, mostra que a solidão é mais que um estado físico, pode ser também psicológico. “Quando se está em contato constante com as pessoas, não é raro ouvir cônjuges a reclamar do seu parceiro por estarem na mesma cama, mas não receberem a devida atenção porque ele está com o smartphone sempre em mãos” constata o Rabino Samy Pinto das experiências que teve nos aconselhamentos que oferece na sinagoga. 

O tema solidão é cada vez mais presente na sociedade atual em função de vários fatores. Entender alguns pontos sobre esse assunto é de grande importância para saber se esse comportamento é benéfico ou não.

“Com o advento da tecnologia, o homem tem sido cada vez mais empurrado para a solidão. O impacto das tecnologias tem colocado em risco não só a socialização, mas a afetividade”, afirma Samy.

As pesquisas recentes no Brasil revelam que 18% dos brasileiros entram em pânico se não estiverem com seu smartphone. Chega a 40% os que estão consultando os seus celulares a cada 10 minutos, isso cria um grau de dependência tão grande que vai se deixando de lado o ser social, que foi uma grande característica desde o momento do surgimento da história da humanidade.

O ser humano foi abandonado por ele mesmo em função desses equipamentos. Nos EUA, 62% das crianças com até 12 anos reclamam de seus pais que não prestam atenção nelas porque estão nas redes sociais. Essa é uma lamentável constatação, mostrando que, na verdade, as crianças estão carentes e começam a sentir, dentro de sua própria casa, o sabor da solidão.

No pensamento judaico, quando Deus criou o homem, logo no início da criação, o fez sem a mulher, mas logo teria dito que não era bom que ele permanecesse só. Esse é um ensinamento bíblico eterno que demonstra que, desde a sua formação, o ser humano não foi feito para ficar sozinho. Nesse caso, o que foi dito nos momentos iniciais da humanidade e que é registrado no Gênesis também vale para os dias de hoje: não é bom que o homem esteja só.

Isso nos define como um ser social, que necessita da companhia para viver. Aristóteles já dizia que “quem encontra prazer na solidão, ou é fera selvagem ou é Deus”. De fato, no pensamento judaico, Deus é único, e isso o torna apto para se sentir bem na solidão, mas não o homem.

“Quando se olha o quadro geral, percebemos existem duas vertentes importantes para se combater a solidão: a amizade e o matrimônio”, afirma o Rabino.

Ainda no Gênesis, Deus prepara a mulher para ser a outra metade do homem, afim de sanar a solidão que existia. No pensamento judaico, o ser humano necessita desse complemento. Um bom casamento desempenha papel essencial no combate da solidão.

A amizade é outro ponto importante na vida do ser humano. Desde os primórdios, quando a criança é enviada para a escola, há uma esperança dos pais de que ela faça muitos amigos e que a vida dela comece a ficar mais desafiadora e prazerosa. Essa busca por companhia acompanhará o homem em todo o seu crescimento, ele precisa estar inserido nesse ciclo social. Francis Bacon vai dizer que “não há solidão mais triste que a do homem sem amizade. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto. Nada é fértil, tudo é sofrido”.

Em certo ponto, a busca pela amizade e a tentativa de irromper a solidão trará ao homem um grande desafio em sua formação ética e moral, pois, até que ponto ele colocará os seus valores em questão para ser aceito em um grupo social? Nesse momento, a solidão pode ser uma aliada, mostrando que ela não é de todo ruim. “Para definir o que é prioridade na sua vida, o que é essencial e o que é secundário, enfim, uma série de questões que vão afetar a rotina da vida pessoal, deve ser decidida em um momento de solidão.  Olhar para essas questões com a influência de um grupo social pode nem sempre estar em harmonia com as próprias crenças da pessoa, o que pode fazer o indivíduo perder a sua personalidade e seus valores”, completa.

Ter a capacidade de refletir sobre os aspectos positivos e negativos de ficar sozinho é essencial para a geração atual. Não se deixar consumir pelos avanços tecnológicos e saber aproveitar os momentos pessoalmente, e não só virtualmente. Semear afeto e companhia é o caminho para resolver esse problema chamado solidão.





Rabino Samy Pinto - formado em Ciências Econômicas, se especializou em educação em Israel, na Universidade Bar-llan, mas foi no Brasil que concluiu seu mestrado e doutorado em Letras e Filosofia, pela Universidade de São Paulo (USP). O Rav. Samy Pinto ainda é diplomado Rabino pelo Rabinato chefe de Israel, em Jerusalém, e hoje é o responsável pela sinagoga Ohel Yaacov, situada no Jardins também conhecida como sinagoga da Abolição.



Solidão aumenta risco de depressão em 80%



Ter pouco tempo para cultivar as relações familiares e as amizades é uma realidade para muitas pessoas, principalmente nos grandes centros urbanos, como a cidade de São Paulo, o que pode contribuir para sensação de isolamento. Comprovadamente, a solidão é tão maléfica para a saúde quanto o tabagismo ou o consumo de álcool em excesso. Essa foi a conclusão de um estudo publicado no Plos Medicine, que analisou 148 pesquisas sobre mortalidade em função de relações sociais.
 
Os resultados apontaram que pessoas que tinham relacionamentos sólidos e verdadeiros tinham 50% de chance a mais de sobreviver quando comparadas aos mais solitários ou àqueles com relacionamentos superficiais. Portanto, a pesquisa mostrou que o impacto das relações sociais sobre o risco de morte é comparável a outros fatores, como o tabagismo e o alcoolismo. 
 
Segundo Ghina Machado, psicóloga e cofundadora da Clínica Estar, além do impacto na saúde física, a solidão também aumenta o risco de desenvolver a depressão. Um estudo feito pela Universidade de Helsinki, na Suécia, mostrou que pessoas que vivem sozinhas têm 80% mais probabilidade de se tornarem depressivas quando comparadas àquelas que vivem com amigos ou parentes, por exemplo.

 
De onde vem a solidão?
 
A solidão é uma reação emocional que surge quando nos sentimos insatisfeitos com os relacionamentos que temos ou simplesmente quando nos sentimos sós. Embora aqui vale uma ressalva: solidão e isolamento social são diferentes. O primeiro pode ser imposto por situações da vida, como uma mudança de cidade ou por uma doença.
 
“Já a solidão é a sensação de sentir-se só. Então, podemos dizer que o isolamento social pode levar à solidão, mas essa pode ocorrer sem que haja isolamento social, ou seja, mesmo que a pessoa esteja inserida em um grupo, ela ainda pode se sentir só”, explica a psicóloga. 
 
“Atualmente, o nosso comportamento frente à tecnologia, por exemplo, pode levar a esse sentimento. Troca-se um encontro pessoal por uma mensagem instantânea; troca-se a conversa na hora do jantar pelo celular. O que precisamos reforçar é que compartilhar momentos com amigos e familiares tem uma enorme importância para nossa saúde física e mental. Porque, independente do estágio da vida em que nos encontramos, precisamos de proteção, afeto, segurança e suporte. Ter bons relacionamentos é um dos pilares para ser feliz e viver mais”, diz Ghina.  

 
Como usar a solidão a seu favor
 
Para Ghina, nem sempre a solidão deve ser encarada negativamente. “Não é recomendado fazer da solidão um estilo de vida. Mas, nos momentos em que estamos sozinhos, temos a oportunidade de entrar em contato com nossos sentimentos, pensamentos e refletir sobre nossas vidas. Isso é muito importante, porém devemos e precisamos cultivar relacionamentos para nosso bem-estar físico e mental”, explica Ghina.
 
Abaixo seguem alguns comportamentos que podem ajudar a minimizar o sentimento de solidão e cultivar as amizades:

 
1.    Menos tecnologia, mais contato humano: Procure usar menos o celular, principalmente nos encontros com outras pessoas. Marque de sair com os amigos ou visitar os parentes. É preciso se dedicar aos relacionamentos para eles se tornarem satisfatórios.
 
2.    Adote um PET: Adotar um gato ou um cachorro pode ajudar a superar os momentos de solidão. Mas, lembre-se que uma vida dependerá de você, portanto é preciso responsabilidade para cuidar de um animal de estimação.
 
3.    Ocupe-se: Muitas vezes, há momentos em que você pode se sentir mais sozinho. Aproveite para fazer alguma atividade, como dançar, caminhar, ser voluntário, participar de algum projeto que envolva o contato com outras pessoas.
 
Entretanto, se o sentimento de solidão está presente na maior parte do tempo e existe dificuldade em estabelecer e manter vínculos, é recomendável procurar acompanhamento psicológico.




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