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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Mais um motivo para parar de fumar




Estudo diz que cortar o cigarro diminui risco de catarata

O argumento de muitos fumantes de longa data para não combater o vício é achar que ‘o cigarro já fez os estragos que tinha de fazer e pronto’. Mas isso não é verdade e muito menos trata-se de um bom argumento para continuar fumando. Estudo realizado na Suécia, no Orebro University Hospital, revela que ex-fumantes conseguem reduzir os riscos de ter catarata. A doença, que vai deixando o cristalino todo esbranquiçado e impedindo a pessoa de enxergar, é a principal causa de cegueira reversível.
Os pesquisadores descobriram que homens de meia-idade que fumam pelo menos 15 cigarros por dia podem baixar o risco de catarata durante um período de 20 anos assim que pararem de fumar – o que é uma boa notícia.  O estudo envolveu um grupo de homens entre 45 e 79 anos e mais de 5.700 casos de remoção de catarata ao longo de 12 anos. Outro destaque se refere ao fato de que um fumante tem 42% mais chances de ter catarata quando atingir a terceira idade do que um não-fumante.
Doença silenciosa, a catarata vai deixando a lente do cristalino opaca até que a pessoa perde totalmente sua visão e independência. De acordo com Renato Neves, cirurgião-oftalmologista e presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP), os sintomas comuns são: diminuição gradual e progressiva da visão; enxergar os objetos em tons amarelados, borrados ou distorcidos; dificuldade de se locomover à noite ou em local com baixa luminosidade; sentir-se ofuscado na claridade; perceber halos ao redor de objetos luminosos; e perder o interesse por atividades rotineiras (ler, escrever, costurar, fazer a barba...) por não desfrutar de clara visão do que está fazendo.
“Existem vários tipos de catarata. Quando a gestante contrai rubéola no início da gravidez, por exemplo, há um risco de a criança já nascer com catarata congênita. A doença também pode ser hereditária ou ser consequência de traumas oculares, ingestão de determinados medicamentos (como alguns corticoides), alterações no metabolismo (como diabetes, colesterol alto, glaucoma, doenças hepáticas etc.) ou inflamações. Mas o tipo mais comum é a catarata senil. Com a expectativa de vida aumentando, a partir dos 65 anos é muito comum a pessoa já ir notando certa opacidade do cristalino – que pode ou não levar a uma redução significativa da visão. Por isso, o ideal é agendar um exame da visão a cada dois anos quando se tem entre 40 e 65 anos. Depois disso, os exames devem ser anuais”, diz Neves. 
O especialista afirma que, hoje em dia, a cirurgia de catarata é um dos procedimentos mais avançados e seguros para o paciente. Na grande maioria das vezes, não necessita de internação e a pessoa recupera totalmente a visão – principalmente quando, após a remoção da catarata, é realizado um implante de lentes intraoculares (LIOs). No pós-operatório é comum utilizar colírios antibióticos e anti-inflamatórios por um mês, mas a volta às atividades é bem mais rápida – devendo-se evitar dirigir durante uma semana apenas, por questões de segurança. Dessa forma, o paciente não somente recupera a visão, como passa a enxergar como se voltasse à juventude. Trata-se de uma evolução que tem “devolvido a vida” a muitos que reconquistaram a autoconfiança para se locomover, trabalhar, se cuidar, se relacionar e se divertir.
Outra novidade nesse campo é a utilização do laser de femtossegundo, que simplifica a retirada da catarata e permite um perfeito posicionamento da lente intraocular. “As primeiras experiências com esse tipo de laser começaram em 1992 e vêm se desenvolvendo rapidamente desde então. A Oftalmologia, inclusive, foi a primeira especialidade da Medicina a empregar o laser com fins terapêuticos. Enquanto na cirurgia tradicional a incisão na córnea é feita manualmente, com o auxílio de um equipamento de ultrassom que fraciona e aspira a catarata, nessa nova cirurgia as estruturas dos olhos são analisadas por um tomógrafo de coerência óptica tridimensional e as incisões e a fragmentação da catarata são realizadas com o uso do laser, garantindo uma recuperação mais rápida para os pacientes”, diz Neves.


Dr. Renato Neves - médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo. www.eyecare.com.br

Por que no inverno? Quatro bons motivos para deixar a cirurgia plástica para essa época




Planejamento diminui risco de sequelas como manchas, de desconforto geral e do inchaço natural dos procedimentos
Tomar a decisão de fazer uma cirurgia não é fácil, especialmente quando é por uma questão estética. Por isso, é importante que ela seja tomada após um bom planejamento em que os prós e contras do procedimento tenham sido devidamente estudados. Para o Dr. Luiz Philipe Molina, cirurgião plástico do Centro de Trauma do Hospital 9 de Julho, a recuperação costuma ser mais rápida no inverno. Por isso, reunimos quatro motivos para você escolher essa época do ano.
Entre as cirurgias mais procuradas estão a lipoaspiração, a otoplastia para correção da popularmente chamada orelha de abano, e a de implante de silicone nas mamas e nos glúteos. “A cirurgia estética tem um objetivo muito importante, que é oferecer mais qualidade de vida a pessoas, especialmente as que possuem malformações congênitas ou que tenham necessidade de sentirem-se melhor com os seus corpos e sua imagem”, afirma o especialista. Um dos exemplos é a correção da orelha de abano, que pode incomodar muito as crianças ou adolescentes por questões sociais.

Saiba os benefícios de se planejar para esta época do ano:
Ø   Mancha roxa: a cirurgia plástica pode causar um leve sangramento local com penetração na pele, a chamada equimose ou mancha roxa. Quando há exposição solar em excesso, a mancha pode se tornar permanente;
Ø  Cicatriz: o mesmo caso das manchas roxas. O sol propicia a formação de cicatrizes de má qualidade;
Ø  Malhas compressivas: boa parte dos procedimentos exige que o paciente use uma malha compressiva durante a recuperação. Com o calor, o incômodo pode ser maior;
Ø  Inchaço: o cirurgião trabalha para que o procedimento tenha o menor impacto possível no organismo. Uma das reações naturais é o inchaço, que é muito menor no inverno.
O Dr. Molina lembra que, especialmente em cirurgias mais invasivas como a lipoaspiração, o fator inchaço é relevante. “Chegamos a retirar litros de gordura do paciente e o corpo responde inchando. No inverno, essa reação pode ser atenuada significativamente facilitando a recuperação”, afirma.
Para o médico, o ideal é que a pessoa se planeje, conheça e confie no seu médico e, busque sempre um profissional com formação sólida e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Na dúvida, ouça uma segunda opinião antes de realizar um procedimento cirúrgico, seja ele estético ou reparador.

Pesquisa do Idec mostra que só metade dos planos individuais/familiares indicados pela ANS são realmente vendidos




Em cinco capitais brasileiras, não há qualquer opção de plano individual para o consumidor com as características pesquisadas. Em 11 capitais, apenas uma empresa, do mesmo grupo econômico, oferta essa modalidade de plano. Planos são inacessíveis também financeiramente, podendo comprometer até 40% da renda do cidadão.
A mais recente pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), lançada em julho, mostra que contratar um plano de saúde individual ou familiar é tarefa das mais difíceis. Do total de opções listadas no site da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), apenas metade é realmente vendida pelas operadoras. Coincidentemente, os planos individuais têm regras mais protetivas sobre reajustes e cancelamento de contrato para o consumidor em comparação com os coletivos, que dominam cerca de 80% do mercado.
O levantamento considerou planos de saúde de cobertura completa (ambulatorial, hospitalar e obstetrícia) de abrangência nacional ou estadual oferecidos pelas 10 maiores operadoras de cada estado em todas as capitais brasileiras. A pesquisa verificou também que a oferta de planos com cobertura nacional, que são mais caros, é bem maior do que os de cobertura estadual.
“A defasagem das informações encontradas no site da ANS indica que, na prática, a agência faz a regulação do setor tomando por base dados que não condizem com a realidade e que não demonstram a situação de extrema escassez de oferta de planos individuais”, afirma a advogada do Idec Joana Cruz, especialista em planos de saúde e responsável pela pesquisa. Ela acrescenta que a responsabilidade pela acurácia dessas informações é compartilhada entre as operadoras e a ANS, pois cabe à agência fiscalizar o mercado de forma eficaz.

Outros problemas
Além de haver menos planos individuais disponíveis do que informa a ANS, a pesquisa do Idec também constatou a baixíssima oferta dessa modalidade de plano de saúde no geral. Das 27 capitais brasileiras, em cinco (18%) não há qualquer opção de plano individual dentro das características pesquisadas: Belo Horizonte (MG), Bahia (BA), Macapá (AP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Em outras 11 capitais (48%), somente uma operadora – do grupo Unimed – comercializa o tipo de plano de saúde em questão, o que caracteriza monopólio nessas localidades.
Na opinião do Idec, a falta de interesse em oferecer planos individuais ou familiares está relacionada com a maior arbitrariedade que elas têm nos planos coletivos para propor reajustes anuais e/ou cancelar o contrato quando ele não é mais atrativo, por exemplo, quando está doente ou idoso.
Os dados da pesquisa também mostram que a mensalidade inicial média de um plano com abrangência nacional para um usuário na faixa dos 30 anos compromete 40% de sua renda média. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média do brasileiro dessa faixa etária é R$ 1.231,76; e o custo médio dos planos nacionais apurados no levantamento, R$ 494,55. Entre os planos estaduais, o custo médio da mensalidade (R$ 328,90) morde 26,7% da renda desse consumidor. Considerando-se os planos com ambas as categorias pesquisadas, que têm preço médio de R$ 426,14, o comprometimento de renda chega a 34,5%.
Dos planos individuais listados pela ANS:

- 50% dos planos informados no Guia da ANS estão de fato em comercialização
- 35% não são vendidos
- Em 11% foi impossível confirmar a efetiva comercialização (informações das operadoras eram confusas ou foi impossível contato com as operadoras)
- 4% planos efetivamente ofertados tinham abrangência geográfica diferente da pesquisada pelo Idec e informadas no site da ANS
- Em 18% das capitais, não há opção de plano individual/familiar de cobertura completa e abrangência nacional ou estadual entre as 10 maiores operadoras
- 48% é a parcela das capitais em que somente uma operadora, do grupo Unimed, é a única opção para quem busca um plano de saúde individual/familiar
- 81% é a concentração de mercado de planos individuais nas mãos das 10 maiores operadoras
- os preços dos planos individuais/familiares pesquisados nacionais representam 40% da renda do consumidor; os dos planos estaduais 26,7%; e o de ambas as categorias 34,5%

O que o consumidor deve fazer?
Diante desse cenário, qual é a alternativa para o consumidor que quer contratar um plano individual? “O consumidor tem poucas alternativas práticas para buscar um plano individual frente à escassez do mercado. Mas pode exercer sua cidadania e exigir a efetividade do direito à saúde, requerendo que o poder público garanta um SUS de qualidade, universal e igualitário e, ao mesmo tempo, regule de forma mais rígida o mercado de planos de saúde, especialmente limitando reajustes de planos coletivos e proibindo o cancelamento arbitrário dos contratos pelas operadoras”, afirma Joana Cruz.

Como foi feita a pesquisa
Entre os dias 18 de maio e 2 de junho, foram levantadas informações sobre os planos individuais/familiares com cobertura completa (ambulatorial, hospitalar e obstetrícia) de abrangência nacional ou estadual, oferecidos pelas dez maiores operadoras de cada estado nas 27 capitais. Os dados foram consultados no Guia ANS de Planos de Saúde, disponível no site da agência (www.ans.gov.br/guiadeplanos). Posteriormente, esses dados foram confrontados com as informações fornecidas pelo atendimento via telefone dessas operadoras. Em relação aos preços, foram cotados os valores para um consumidor de 30 anos de idade.


Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) - www.idec.org.br

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