Diversos fatores de risco tornam as estradas
particularmente perigosas no fim do ano. O grande volume de carros e a maior
incidência de motoristas embriagados geralmente são os problemas mais
lembrados, mas há um agravante nesse período que não pode ser ignorado: o verão
costuma ser uma época extremamente chuvosa. Diante desse cenário, o condutor
deve ter cautela redobrada para manter a segurança mesmo em uma pista
escorregadia e sem visibilidade.
Os cuidados devem começar já antes de tirar o automóvel
da garagem. Viajar com um carro sem vistoria é uma grande irresponsabilidade
com a própria vida e dos demais motoristas. Para evitar deslizamentos com a
pista molhada é fundamental estar com os pneus calibrados e em bom estado,
especialmente em casos de asfaltos acidentados ou estradas de terra,
infelizmente ainda comuns no nosso país.
Outro importante aliado para situações adversas é o freio,
que deve ser inspecionado regularmente. Desde 2014 as montadoras são obrigadas
a incluir sistema antitravamento de freios (ABS) e airbags como itens de série
em seus carros. A norma é tardia, mas ao menos demonstra algum avanço na nossa
legislação em prol da segurança.
Situações chuvosas estão entre aquelas que mais exigem
bom uso dos faróis, cuja manutenção deve ser constante. Faróis de milha e de
neblina são itens opcionais que ajudam a orientar o motorista, porém, para chuvas
de menor intensidade, a recomendação é que seja ligado apenas o farol baixo,
como forma de evitar ofuscamento na visão de outros condutores. Por fim, antes
de qualquer viagem é fundamental certificar o estado dos limpadores de
para-brisa, o desembaçador e o sistema de sinalização de veículo.
Tão importante quanto o bom estado do carro é a condição
do motorista. Mesmo nos primeiros minutos de temporal, a atenção já deve ser
total. É logo no começo da chuva que muitos deslizamentos acontecem, quando a
mistura entre água, óleo e sujeiras da pista afeta a aderência do automóvel de
forma significativa.
Imediatamente, nos primeiros sinais de chuva, o motorista
deve, além de ligar os faróis e os para-brisas, reduzir a velocidade e aumentar
a distância de outros veículos, sobretudo ônibus e caminhões. Ultrapassagens e
freadas bruscas, evidentemente, não são recomendadas. Mesmo que a visão esteja
boa para você, pode ser que a situação seja diferente para os outros
condutores, portanto todo cuidado é pouco.
Com água na pista pode ocorrer a aquaplanagem, que é a
perda total de aderência do pneu com o solo. Para não correr o risco de perder
o controle do carro, o melhor é conduzir com concentração em locais molhados e,
de forma alguma, utilizar o freio quando estiver sobre uma poça.
Em casos de chuvas de granizo ou tempestades, o ideal é
procurar um local seguro para manter o carro estacionado até que as condições
melhorem. Parar no acostamento deve ser evitado ao máximo, pois em dias de
pouca visibilidade representa um grande risco de acidente, mesmo com utilização
de triângulo e pisca-alerta. São cuidados simples, mas necessários. A
recompensa vem com um fim de viagem sem preocupações.
Ricardo Leptich - Gerente de Vendas e Marketing da
Divisão de Lâmpadas Automotivas e Especiais da OSRAM para a América Latina