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sábado, 3 de junho de 2023

Dieta brasileira tradicional combate a desnutrição e previne doenças crônicas graves

Refeições balanceadas são um cuidado importante com a saúde do organismo 

 

Em termos de saúde, há palavras que despertam grande interesse na população em geral. Uma delas é dieta. Com tantas opções disponíveis no mercado nacional, o brasileiro tem se esquecido que o cardápio tradicional da terra – arroz, feijão, uma carne, salada e legumes – é um poderoso aliado para prevenir a má nutrição em todas as suas formas e também doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como o diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares como hipertensão que é fator de risco para infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) e, ainda, cânceres de boca, faringe, esôfago, estômago, intestino, vesícula biliar, fígado, pâncreas, rim e do endométrio.

De acordo com o gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo, mestre em Medicina pela UFMG e coordenador médico do Serviço de Endoscopia Digestiva do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, Octacílio Felicio Júnior, o segredo da boa saúde passa pela adoção de uma dieta balanceada com os requeridos básicos de proteínas, carboidratos e gordura e, paralelamente, pela prática da atividade física regular.

“A saúde digestiva e, consequentemente, do organismo, é resultado do tipo de alimento que ela ingere”, enfatiza. Entre os pontos positivos da dieta brasileira tradicional estão o consumo de frutas, legumes, peixes, arroz, feijão, fibras e laticínios que cumprem as funções nutricionais básicas. Na lista dos negativos destacam-se o aumento do consumo de gorduras saturadas, açucares e de alimentos industrializados como biscoitos recheados, pizzas, salgadinhos, refrigerantes e refrescos adoçados.

Para aproveitar o melhor da dieta nacional e fortalecer a saúde, Otacílio Júnior recomenda priorizar os alimentos naturais com predileção pelas proteínas de boa qualidade como aves, peixes, mariscos. No quesito das gorduras, é preferível consumir as insaturadas, presentes em cereais, azeitonas e alguns peixes como o salmão, por exemplo. Já as fibras são encontradas nas verduras frescas, nas frutas com cascas e nos cereais.

Quem gosta de experimentar novidades não precisa ter medo. Afinal, a variedade de sabores é sempre bem-vinda. “Adotar hábitos saudáveis a partir de outras dietas como a mediterrânea, que tem como base o consumo muito maior de alimentos naturais, principalmente de origem vegetal como azeite, soja, ovos e leite é interessante, desde que o consumo de produtos processados se torne cada vez menor”, alerta.


Na hora do preparo

O preparo dos alimentos também é parte importante de uma boa dieta. Segundo o médico, conhecer a procedência dos produtos é fundamental para evitar contaminações. Uma vez na cozinha, a variação do cardápio tende a tornar as refeições mais atrativas. “Na hora do preparo, é bom evitar o uso de grandes quantidades de óleos, gorduras, sal e açúcar”, recomenda o gastroenterologista.

A rotina da alimentação também deve ser compreendida como uma ação positiva. Comer nos mesmos horários e em locais agradáveis faz com que o momento seja sempre especial de cuidado com a saúde. “Ao sentar-se para se alimentar, a pessoa deve ter em mente que aquele momento é importante para a saúde e evitar que se torne um momento para trabalhar ou estudar”, destaca.

 

O que esquecer

E a dica de um milhão de dólares, nesses tempos corridos, em que é mais fácil comprar algum produto pronto para consumo são na verdade duas: evitar alimentos processados em excesso e excluir os itens ultraprocessados da dieta. A primeira lista inclui aqueles fabricados pela indústria com a adição de sal, açúcar ou outro produto que torne o alimento mais durável, palatável e atraente como por exemplo as conservas em salmoura, compostas de frutas, carnes salgadas e defumadas, sardinha e atum em latinha, queijos feitos com leite, sal e coalho e, ainda, pães feitos de farinha, fermento e sal.

Na lista dos ultraprocessados estão produtos industriais com pouco ou nenhum alimento inteiro como é o caso das salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, barras energéticas, sopas, macarrão e temperos instantâneos, salgadinhos chips, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets. 

  

HE –Hospital Evangélico de Belo Horizonte

 

Esmaltação em gel e outras atividades de rotina podem esconder riscos à pele

Exposição cotidiana aos raios UV sem proteção pode
causar doenças e envelhecimento precoce da pele

Créditos: Envato

Raios UV nocivos presentes no dia a dia podem causar envelhecimento precoce e até mesmo câncer de pele quando há exposição em excesso sem proteção


O número de pessoas que utilizam cabines de luz ultravioleta para secagem de esmaltes e alongamento em gel está aumentando cada vez mais. A praticidade e a maior durabilidade estão entre os principais motivos. No entanto, um comunicado emitido recentemente pela Academia Nacional de Medicina da França trouxe um alerta sobre o risco do uso contínuo dessa prática. Estudos indicam que o aparelho utilizado por manicures aumenta o risco de câncer de pele, uma vez que é necessário expor as unhas à luz UV emitida pela cabine para que o esmalte em gel endureça e seque. 

Segundo a dermatologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Anna Karoline de Moura, embora a exposição durante o processo seja curta, o risco de doenças de pele torna-se significativo devido à frequência com que o procedimento é realizado de forma contínua por pessoas que usam unhas em gel. "A incidência de raios UVA, presentes nesses aparelhos, tem capacidade para atingir mais profundamente a pele e apresenta um maior potencial de envelhecimento da área exposta”, explica. 

Perigos ocultos

Além do risco apresentado pelas cabines de secagem do esmalte em gel, existem outros fatores nocivos aos quais a pele é frequentemente exposta. Embora o cuidado com o rosto seja a preocupação mais comum no dia a dia, áreas como o couro cabeludo, orelhas, mãos, braços, pescoço e colo muitas vezes sofrem com a falta de atenção. Essas regiões são altamente vulneráveis aos danos cumulativos causados pelo sol. 

Além disso, atividades cotidianas que podem parecer inofensivas, como a exposição diária a telas de computadores, celulares e televisores, também podem desencadear ou agravar problemas de pele com o tempo. “O uso excessivo de telas é prejudicial para pele, especialmente para aqueles que têm tendência a manchas, uma vez que as telas também emitem radiação”, afirma a dermatologista.


Prevenção

Doenças de pele são muito comuns, mas, na maioria dos casos, podem ser evitadas por meio da adoção de cuidados básicos na rotina. Para isso, além da atenção com a exposição ao sol, recomenda-se o uso de protetores solares com fator de proteção solar acima de 50, principalmente nas áreas do corpo mais expostas. A dermatologista ressalta que, ao contrário das cabines de bronzeamento artificial, que devem ser totalmente evitadas, a exposição às cabines de luz UV para esmaltação em gel e à radiação das telas pode ser realizada, desde que sejam seguidos os cuidados recomendados e adequados. “É importante intensificar o uso de filtro solar, mesmo em casa ou no escritório, e aplicá-lo a cada duas ou três horas. Ao realizar procedimentos em cabine de luz UV, é imprescindível o uso de filtro solar nas mãos e hidratação das cutículas e unhas”, finaliza.

 

Confira 6 dicas de alimentação após implante dentário

Freepik
Cirurgião-dentista traz opções saudáveis para uma boa recuperação após o procedimento cirúrgico


Saber o que comer após implante dentário é primordial, já que o alimento é capaz de influenciar no resultado do procedimento. É normal que existam dúvidas a respeito do que pode ser consumido, uma vez que os resíduos podem prejudicar a cicatrização. Geralmente, nas primeiras 48 horas, são indicados alimentos pastosos, macios, frios e líquidos, pois eles não prejudicam essa etapa tão importante.

É essencial seguir as orientações de um especialista e, segundo o Dr. Paulo Zahr, cirurgião-dentista e presidente da OdontoCompany, maior rede de clínicas odontológicas do mundo, separou algumas dicas de alimentos para ingerir na fase do pós-implante. Confira a seguir:

1. Ovo cozido 

“É um alimento rico em proteínas e é capaz de contribuir na recuperação do tecido lesionado, visto que proporciona sensação de saciedade. Além disso, o ovo não tenciona o local da cirurgia, pois sua textura é macia”, comenta Zahr.

2. Mingau 

É o alimento ideal para ser consumido após o implante dentário, pois apresenta uma consistência mais líquida e, consequentemente, não agride a região lesionada. É recomendado ingeri-lo na temperatura fria ou morna.

3. Sopa fria 

É indicada com unanimidade pelos profissionais de odontologia, pois apresenta diversos nutrientes e pode ser ingerida de forma pastosa ou mais líquida. No preparo, é fundamental cozinhar bastante as verduras inseridas e evitar o alimento quente.

4. Frutas 

São uma excelente alternativa, pois, além de apresentarem diversas vitaminas, são alimentos que podem ser consumidos em temperatura ambiente. A banana, por exemplo, é uma opção que pode ser amassada e ingerida com facilidade. Já as frutas duras, como maçã e caqui, devem ser evitadas”, afirma o cirurgião-dentista.

5. Gelatina 

É uma boa alternativa de sobremesa, pois tem textura macia e é consumida fria, sendo fácil de mastigar após o procedimento dentário. Além do mais, apresenta diversos benefícios para a saúde do paciente, visto que contribui na digestão e é rica em colágeno. 

6. Pão amolecido com leite 

“O pão é um alimento que causa saciedade e, embora alguns tipos apresentam uma textura mais dura, como francês, ao molhar no leite fica amolecido e é uma ótima possibilidade de refeição após o implante”, finaliza Zahr.

 

OdontoCompany

 

Dor no coração e sensação de infarto podem ser indícios da Síndrome do Coração Partido

Atividade física é um dos melhores remédios para ajudar no combate ao estresse emocional e físico, causas dessa doença considerada psicológica



Tem dias que dá aquele aperto no peito, dificuldade de respirar, tonturas e ânsia de vômito, não dá vontade de comer, bate aquela dor no estômago, junta a raiva, tristeza profunda, acomete a depressão, dificuldade para dormir e cansaço excessivo. Chamar isso de ‘frescura’ ou mesmo de ‘preguiça’ é um erro, pois esses sintomas, parecidos com o de infarto, são clássicos da Cardiomiopatia de Takotsubo, mais conhecida como Síndrome do Coração Partido. A doença afeta o músculo cardíaco cuja principal característica é a disfunção súbita do ventrículo esquerdo. É um problema raro e também pode ser definido como cardiomiopatia por estresse.

A alteração acontece após situações de grande estresse emocional ou físico, seja pelo rompimento de um relacionamento amoroso, morte de uma pessoa querida, perda de emprego, problema financeiro, acidente, problema de saúde ou outros. O estresse emocional e físico são alguns dos fatores que impulsionam a síndrome do coração partido.

“A síndrome do coração partido normalmente é considerada uma doença com origem psicológica”, afirma o Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista, focado na mudança do estilo (MEV) de seus pacientes. “A doença pode estar relacionada ao excesso de descarga de adrenalina, provocada pelo trauma enfrentado, afetando o funcionamento do coração, podendo levar a sintomas semelhantes ao do infarto”, diz. “E quando na forma grave, pode acarretar um quadro de falência do coração, edema de pulmão ou ainda arritmia, levando à morte súbita”, completa o médico.

O Dr. Rizzi Gomes também informa que “a atividade física é necessária para prevenção às doenças cardiovasculares. Ainda mais de pessoas que estejam sob estresse emocional. Corridas ou caminhadas, individuais ou em grupo, têm efeitos muito positivos no combate ao estresse emocional ajudando a curar a síndrome. A prática de atividade física ajuda a combater a dor causada por grandes acontecimentos negativos que acabam comprometendo as funções cardíacas”. 

 Aqui vão 10 dicas do Dr. Rizzieri para correr de maneira saudável:

1. Invista o tempo fazendo o alongamento corretamente antes de começar qualquer atividade física.

2. Comece caminhando. Pode ter certeza que alguém que hoje corre muito não começou nem com distâncias, nem em alta intensidade.

3. Não corra todos os dias (pelo menos no começo).

4. Intercale a intensidade, alternando entre corrida e caminhada.

5. Tenha metas; para você melhorar você precisa de um objetivo. Pode ser conseguir correr um quilômetro, para iniciar. Depois aumente gradativamente, conforme sentir segurança.

6. Invista em um bom tênis adequado para o seu peso e para a sua pisada. Tênis é fundamental para minimizar lesões.

7. Faça uma avaliação física, um teste de esforço, principalmente se você tem comportamento de risco, ou seja, está acima do peso, fuma, consome bebida alcoólica ou tem histórico familiar de doença cardiovascular.

8. Tenha ferramentas para medir o desempenho. Uma delas pode ser um daqueles relógios que mensuram a frequência cardíaca.

9. Não se compare com ninguém. Cada pessoa tem objetivos pessoais. Preocupe-se com a sua evolução e os seus resultados.

10. ‘Escute’ o seu corpo. Ele pode dar sinais de que já está chegando no limite. Respeite-o para não ter lesões.

 

Dr Rizzieri Gomes - médico cardiologista, focado na mudança do estilo (MEV) de seus pacientes, como ele mesmo define: tratar de saúde em vez de doenças. Foi o responsável pela implantação do protocolo de dor torácica no Hospital Check Up, de Manaus e por transformar a maneira como o infarto agudo do miocárdio é tratado na cidade, reduzindo a mortalidade por infarto agudo. 


Pela primeira vez, diretrizes apontam grupos de risco que devem fazer triagem para câncer no ânus

Estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) traz o consenso de especialistas sobre câncer anal, que aponta as diretrizes para exames de triagem, tratamento e vacinação contra HPV. Estão classificados como grupos de risco para tumor anal os homens que fazem sexo com homens, indivíduos vivendo com HIV e pacientes imunossuprimidos (incluindo transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea), assim como mulheres com história prévia de câncer de vulva ou de lesão pré-neoplásica em vulva

 

A partir da revisão de 121 artigos científicos, um consenso composto por pesquisadores brasileiros traz, pela primeira vez, as diretrizes que apontam quais grupos de risco podem se beneficiar de uma triagem para câncer de ânus, em especial o carcinoma espinocelular (CEC) do canal anal. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), que assina o estudo publicado na revista científica Journal of Surgical Oncology, medidas de rastreamento são recomendadas para homens que fazem sexo com homens, indivíduos vivendo com HIV e pacientes imunossuprimidos (incluindo transplantados  de órgãos sólidos e de medula óssea), assim como mulheres com história prévia de câncer de vulva ou de lesão pré-neoplásica em vulva. 

Além disso, a infecção pelos subtipos carcinógenos do vírus HPV tem sido cada vez mais reconhecida como uma das principais causas de câncer anal. “Pela primeira vez, incluímos recomendações para a triagem do câncer de ânus em populações de alto risco, algo que nunca foi feito por nenhuma sociedade médica no mundo até agora. Com base no que apontamos neste documento, o especialista deve orientar a realização de exames de triagem”, explica o cirurgião oncológico Marcus Valadão, diretor científico da SBCO e um dos autores da diretriz. 

Dentre os fatores determinantes para a definição do grupo de risco para triagem estão a etiologia (causa) e epidemiologia (incidência) da doença. Valadão explica que, entre os fatores associados ao aumento da incidência dos tumores anais estão as infecções virais pelo papilomavírus humano (HPV) e o Vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da Aids e importante fator de imunossupressão (diminuição de resposta do sistema imunológico). Fazem parte da lista de fatores de risco para desenvolvimento de câncer no ânus algumas infecções sexualmente transmissíveis, como a herpes genital, gonorreia e clamídia, a prática do sexo anal e tabagismo.

O rastreamento, com foco no diagnóstico precoce, visa reduzir a mortalidade pela doença. Dados do levantamento SEERs, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI) aponta que, quando a doença é descoberta no início (ainda restrita ao ânus), a chance de cura (o paciente estar vivo cinco anos após o diagnóstico) é de 83,7%. Havendo metástase (a doença se espalhar para outros órgãos), esta taxa cai para 36,2%. Dados do Atlas de Mortalidade por Câncer/SIM, do Ministério da Saúde brasileiro, indicam que esse tumor foi responsável por 1.040 mortes em 2020 no país.

O câncer de ânus representa 1% a 2% de todos os tumores colorretais, sendo considerado um tipo relativamente raro. “No entanto, sua incidência tem aumentado nas últimas décadas, configurando uma preocupação de saúde pública a ser discutida”, afirma Marcus Valadão. Em um número considerável dos casos, não há sintomas prévios ou evidentes. Mas, em geral, a maioria das pessoas é diagnosticada quando sinais e sintomas, como sangramento retal, coceira local ou nódulo ou massa no ânus, entre outros, começam a aparecer. No entanto, esses sintomas estão também relacionados a muitas outras patologias benignas.

O guideline é resultado do esforço de uma comissão de 14 especialistas, entre cirurgiões, oncologistas e radioterapeutas criada pela SBCO para revisar a literatura e formular diretrizes sobre trinta tópicos relevantes da doença. “O objetivo foi criar uma publicação que reunisse orientações em linguagem clara e acessível com base nas melhores evidências científicas atuais sobre aspectos do manejo do câncer anal, desde a triagem dos pacientes ao tratamento do câncer anal e vacinação para o papilomavírus humano”, observa Valadão.

A divulgação das novas diretrizes não apenas auxilia os médicos na prática clínica, mas também posiciona a SBCO como uma sociedade de destaque internacional na área do câncer anal.  “Estas diretrizes são um guia prático para ajudar cirurgiões e oncologistas que tratam câncer de canal anal tomar as melhores decisões terapêuticas. Devem melhorar os resultados do tratamento e oferecer uma melhor qualidade de vida aos pacientes afetados por essa doença”, afirmou Marcus Valadão, diretor científico da SBCO e principal autor do estudo).

 

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica- SBCO

Referência
Valadão M, Riechelmann RP, Silva JACE, Mali J, Azevedo B, Aguiar S, Araújo R, Feitoza M, Coelho E, Rosa AA, Jay N, Braun AC, Pinheiro R, Salvador H. Brazilian Society of Surgical Oncology: Guidelines for the management of anal canal cancer. J Surg Oncol. 2023 Apr 6. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/jso.27269

 

Gripe aviária: professor da Uniube fala sobre doença viral que chegou ao Brasil neste mês


 

O Ministério da Agricultura e Pecuária registrou os primeiros casos de gripe aviária (H5N1) no Brasil em 15 de maio. Até o momento, treze aves de espécies migratórias e silvestres foram contaminadas, mas nenhum caso foi registrado em aves comerciais ou em seres humanos. De 2005 a abril de 2023, mais de 400 milhões de aves domésticas foram sacrificadas por causa da influenza aviária em países da África, Ásia e Pacífico, Américas, Europa e Oriente Médio, de acordo a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH).

O professor de Patologia do curso de Medicina Veterinária da Uniube, Humberto Eustáquio Coelho, conversou com nossa assessoria de imprensa, e falou sobre o vírus e os cuidados que o momento requer.


- O que é a gripe aviária? 

Prof. Humberto Eustáquio: A gripe aviária é uma doença viral e é um vírus que tem dois antígenos diferentes: o H e o N, portanto, tem quinze H e nove N. Essa combinação é muito diversificada e isso torna o vírus mais complicado. A versão mais famosa até hoje é o H1N1, e agora está sendo diagnosticado aqui no Brasil, em aves selvagem, o H5N1, que é importante, porém, mais perigoso para as aves de granja. As pessoas não precisam se preocupar muito neste momento. 


Como o vírus age na ave?

Prof. Humberto Eustáquio: É um vírus da influência A, ou seja, é uma gripe. A ave espirra, tosse, tem secreção nasal e, às vezes, demora até uma semana para morrer, mas aquelas que são mais fracas, morrem subitamente. Esse vírus também tem predileção pelo coração, por isso, pode provocar miocardite, e com isso, provocar uma morte súbita. Mas não é fatal em todas as aves, elas podem sobreviver, podendo passar até despercebido, sendo assim a mortalidade não chega a 100%.

- Quem corre o risco com esse vírus?

Prof. Humberto Eustáquio: São as pessoas que trabalham com as aves, os tratadores, os veterinários, os profissionais que podem ter o contato direto com os animais, porque vão manusear essas aves doentes. Outras pessoas não precisam ter medo, afinal, ele não é transmitido através do consumo da carne. Portanto, é um problema, mas temos que estar em alerta, mas não em pânico.

- Em caso de contaminação em ser humano, como o vírus se desenvolve?

Prof. Humberto Eustáquio: No ser humano não é uma coisa para termos tanta alerta assim, é uma gripe e assim como na ave, há risco de morte, mas reforço que não é 100% letal. É um risco para tratadores ou, por exemplo, curiosos. Uma pessoa ao ver uma ave doente, pegar e levar para casa na tentativa de ajudar, pode correr um grande perigo. Neste momento, não podemos brincar de cuidar desses animais. Recomendamos que a população comunique com autoridades sanitárias, afinal, o Brasil não quer correr o risco que o vírus chegue aos grandes criatórios.

- Qual é a situação atual no país?

Prof. Humberto Eustáquio: No momento, a situação está controlada e sendo observada. As autoridades sanitárias estão atentas e já foi dado um alerta emergencial em todo o Brasil. Exatamente por isso é importante falarmos sobre esse tema, para que todos tenham esse cuidado, por enquanto a doença está apenas em aves selvagens, porque vem de aves migratórias. É um risco para os ribeirinhos, pessoas que frequentam praias, ilhas, e temos o Pantanal, que tem muita água e há uma migração para lá, então é importante que tenha uma atenção especial ao Pantanal no momento.


A influenza aviária é considerada uma doença viral altamente contagiosa e afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. Entre os sintomas estão: andar cambaleante; pescoço torto; aspecto abatido; dificuldade respiratória; diarreia; alterações bruscas no consumo de água e ração nas aves de criação e redução na produção ou má formação de ovos. Atenção: Não é recomendado tocar e nem recolher aves doentes. 

Clique aqui e confira o vídeo com o professor Humberto Eustáquio falando sobre o vírus e os cuidados que o momento requer

 

Luxação no Quadril: conheça os sintomas, causas e diagnóstico

No Brasil, 1 a 2 crianças podem desenvolver displasia do desenvolvimento (luxação) para cada 100 nascidos

 

 

A luxação no quadril é uma lesão dolorosa que pode afetar pessoas de todas as idades e comprometer significativamente sua qualidade de vida. Mas como ocorre a luxação do quadril? Acontece quando a articulação do quadril fica fora do lugar correto, ou seja, a cabeça femoral se desloca do acetábulo. Apesar de não ser tão frequente, é considerado um quadro grave e necessita de atendimento médico urgente.

 

Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia do quadril e presidente da Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ), Marco Pedroni, os sintomas mais comuns incluem dor intensa no quadril afetado, dificuldade ou incapacidade de mover a perna, incapacidade de sustentar peso sobre o membro, perna encurtada ou virada para fora e ao redor do quadril.

 

“Existem várias causas que podem levar à luxação no quadril. Os principais incluem traumas graves, como quedas, acidentes automobilísticos ou lesões esportivas. A luxação também pode ocorrer em pessoas com condições médicas prévias, como displasia do quadril, osteoartrite ou doenças neuromusculares", afirma Pedroni.

 

Segundo o Presidente da SBQ, o diagnóstico da luxação no quadril é realizado por um médico especialista qualificado, geralmente um ortopedista. O médico fará um exame físico detalhado, além de solicitar exames de imagem, como radiografias ou tomografia computadorizada, para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão.

 

Marco explica que o tratamento da luxação no quadril geralmente envolve a realocação do osso da coxa em sua posição correta na articulação. “Esse procedimento, conhecido como redução, é realizado por um médico ortopedista treinado e após o procedimento pode ser necessária proteção de carga ou abordagem cirúrgica, a depender da estabilidade da articulação e/ou da presença de fragmentos dentro da articulação.”, concluiu.

 

No Brasil, 1 a 2 crianças podem desenvolver displasia do desenvolvimento (luxação) para cada 100 nascidos. Quando a displasia do desenvolvimento do quadril (luxação) é detectada no nascimento, geralmente pode ser corrigida com o uso de um suspensório ou cinta. Se o quadril não é deslocado no nascimento, a condição pode não ser notada até que a criança comece a andar. Neste momento, o tratamento é mais complicado, com resultados menos previsíveis. Pois os métodos de tratamento dependem da idade da criança.

 

O especialista reforça que para mais informações sobre luxação no quadril, seus sintomas, causas, diagnóstico e tratamento, é recomendável consultar um profissional médico qualificado e membro da Sociedade Brasileira do Quadril. 

 


 

Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ)

 

 

Cirurgião plástico comenta procedimento estético que levou a modelo Lygia Fazio a morte

“Infelizmente muitas pessoas ainda são iludidas por este procedimento criminoso que é realizado por pessoas inescrupulosas”, afirma Dr. Luiz Haroldo Pereira sobre o silicone industrial, material ilegal e fatal que deixou a modelo mais de 100 dias internada 

 

A ditadura da beleza segue fazendo vítimas. Na última quarta-feira (31), Lygia Fazio, jornalista ex-assistente de Marcos Mion, com apenas 40 anos, entrou para a estatística de mulheres que morreram por complicações devido a aplicação de silicone industrial. De acordo com Dr. Luiz Haroldo Pereira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, casos como este se devem a uma perigosa combinação de sociedades médicas clandestinas, pacientes desinformados, a ânsia por um corpo impecável, entre outros fatores:

 

"É necessária muita cautela e paciência na decisão de se submeter a um procedimento estético ou o sonho pode virar pesadelo. Toda cirurgia tem uma possibilidade pequena de insucesso, mas o problema é que tem muitos falsos cirurgiões plásticos despreparados e sem título de especialista realizando estas cirurgias. Recebo muitos pacientes com complicações de lipoaspiração e de gluteoplastia. Uns 30% dos meus pacientes são de correção de complicações."

 

Silicone Industrial é proibido no Brasil

 

Além dos diversos níveis de informação expostos diariamente, existe um fato irrefutável sobre o uso de silicone industrial: de acordo com o Código Penal, a aplicação em pessoas é uma prática ilegal e constitui um crime contra a saúde pública, previsto como exercício ilegal da medicina, curandeirismo e lesão corporal.

 

Dr. Luiz Haroldo, alerta para os riscos dessas substâncias para a saúde do paciente: “São produtos que, quando injetados no corpo humano, não se tem controle sobre eles. É um grande erro que pessoas mal orientadas apliquem este tipo de tratamento. Para piorar, são realizados em locais inapropriados aumentando ainda mais os perigos à saúde.”

 

“Infelizmente muitas pessoas ainda são iludidas por este procedimento criminoso que é realizado por pessoas inescrupulosas que injetam produtos como silicone industrial e, na maioria das vezes, em forma de gluteoplastia”, alerta o médico.

 

Com mais de 40 anos de experiência, o cirurgião explica que os problemas por conta de produtos como silicone industrial, podem ser locais ou até mesmo sistêmicos.  “Locais são quando vemos endurecimento, eritema, infecção, alergia e migração deste produto, pois o silicone é um produto que migra por ação da gravidade ou por pressão sobre a área injetada. Também temos as complicações sistêmicas que são infecções locais graves ou mesmo a morte por injeção num vaso sanguíneo, levando a um caso de embolia pulmonar”. 

 

No caso de Lygia, a modelo passou cerca de 100 dias internada, e recentemente havia sofrido um AVC.

 

Dr. Haroldo recrimina a banalização da cirurgia plástica e a busca por padrões de beleza a todo custo: “A cirurgia plástica não é uma mercadoria, ela é uma prática médica, com todos os riscos e todos os benefícios. Na bioplastia não existe processo correto, apenas ilusão de que terá um resultado fantástico e profissionais negligentes. A finalidade do silicone industrial é limpar carros e pneus. Ser usado em pessoas é crime”. 

 

Cirurgia de retirada não é fácil

 

O médico conta ainda que a cirurgia de correção das complicações são delicadas: “Temos que aspirar esses produtos, retirar pedaços, tecidos comprometidos, e corrigir com enxerto de gordura e ou implante glúteo. Na lipoaspiração o tecido retirado é amarelo devido a cor da gordura e na aspiração da bioplastia vem sangue, gordura e silicone líquido em pequenos grumos ou pedaços. E nunca conseguimos retirar tudo, pois estes produtos se infiltram na musculatura causando endurecimento, tendo que muitas vezes, fazer cicatrizes imensas.”

 

Por isso, antes de se submeter a qualquer procedimento estético, é essencial verificar se o material que será utilizado tem registro na Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.  “A dica para quem quer um glúteo bonito é: procure um verdadeiro cirurgião plástico que faça enxerto de gordura, prótese de silicone ou associação das duas técnicas”, finaliza Dr. Luiz Haroldo. 

 

 

Dr. Luiz Haroldo Pereira - que atende em Copacabana, no Rio de Janeiro, é referência em cirurgia corporal e facial no Brasil. O médico já foi presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) do Rio Janeiro, participou da banca de exames para título de especialista em cirurgia plástica durante 12 anos e, desde 2006, é membro da comissão de avaliação para médicos que desejam se torna titulares da SBCP, capacitados para realizar as cirurgias de abdominoplastia, lipoaspiração, implantes de silicone e outros procedimentos.

www.drluizharoldo.com.br/ 

www.instagram.com/luizharoldopereira 

 

Seus dentes possuem coloração alterada? Saiba quais são as possíveis causas e como reverter

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 As manchas dentárias podem ser amareladas, acastanhadas, escurecidas ou esbranquiçadas


O sorriso exerce grande influência na autoestima e em diversos aspectos da vida de um indivíduo. Além da estética, também está diretamente ligado à saúde e bem-estar, contribuindo para as relações interpessoais e até profissionais das pessoas. Dessa forma, dentes alinhados e não amarelados podem ser um desejo e objetivo para a maioria delas.

 

A cor dos dentes depende dos tecidos que os envolvem, o esmalte e a dentina, que desempenham funções como dureza, resiliência e sensibilidade. Existem dois principais tipos de descoloração dentária, a intrínseca - provocada por um desenvolvimento anormal ou manchas no esmalte ou dentina durante o desenvolvimento intrauterino - e a extrínseca, resultante da ingestão de alimentos pigmentados, tabagismo, falta de higiene bucal e uso prolongado de enxaguatórios à base de clorexidina.

 

“Essa mudança tem sido associada a bebidas pigmentadas como café, chás, vinho, drinks a base de cola e açaí, por exemplo. Vale ressaltar para os indivíduos consumidores, que a frequência do consumo e a coloração dentária própria do dente do indivíduo influenciam na piora ou não da coloração alterada dos dentes”, explica a professora do curso de Odontologia da UNINASSAU Olinda Gabriela Brito.

 

O tabagismo é um fator que influencia diretamente no esmalte do dente, ocasionando manchas ou linhas escurecidas ao redor e na região por trás deles. O grau das manchas da pessoa tabagista está diretamente relacionado à frequência e duração do uso da substância. Já o uso de alguns medicamentos para o tratamento de infecção bacteriana, osteoporose, doenças obstrutivas das vias aéreas, entre outros, estão indiretamente associados à descoloração dos dentes.

 

“As manchas dentárias podem ser amareladas, acastanhadas, escurecidas ou esbranquiçadas. Isso dependerá da causa - sejam elas erros de desenvolvimento no esmalte ou na dentina, ou sejam agentes externos. O tratamento deve ser realizado pelo cirurgião-dentista, pois dependendo da causa e gravidade, podem requerer profilaxia e raspagem dental, clareamento, microabrasão ou restauração estética. Em crianças, esses defeitos na estrutura do esmalte ou dentina podem estar relacionados à sensibilidade dentária, fragilidade dos dentes e dificuldade de mastigação”, explica.

 

Gabriela Brito alerta que as pessoas não devem de forma alguma tratar esse quadro sozinhas e nem utilizarem substâncias que prometem o clareamento como géis caseiros vendidos no mercado. "Esses produtos podem causar danos irreversíveis às estruturas dentárias, comprometendo o estado vital do dente, além de potencialmente poderem causar queimaduras e outros danos físicos à mucosa bucal, gengiva e tecidos da boca. É fundamental que o indivíduo que identificar algum problema bucal, ou seja usuário de quaisquer medicações relacionadas, busque o acompanhamento regular ao médico e do cirurgião-dentista", orienta.

 

Acúmulo de gordura abdominal aumenta risco de insuficiência de vitamina D, aponta estudo

Pesquisa da UFSCar em parceria com a University College London (Inglaterra)
mostrou, pela primeira vez, que a obesidade pode causar carência de vitamina D
 e não o contrário. No estudo, participantes que apresentavam obesidade
abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência e 64% mais risco
de deficiência de vitamina D (
imagem: Mohamed Hassan/Pixabay)

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London (Inglaterra), mostrou, pela primeira vez, que o acúmulo de gordura abdominal é um fator de risco para insuficiência e deficiência de vitamina D em pessoas com mais de 50 anos. Considerada um hormônio, a vitamina D desempenha diversas funções no organismo e sua carência pode acarretar diversos problemas, como na absorção de cálcio e fósforo e no funcionamento do sistema imune, por exemplo.

“Tanto a obesidade abdominal quanto a insuficiência e deficiência de vitamina D são questões prevalentes na população idosa. No entanto, com esse estudo mostramos que é a gordura abdominal que aumenta o risco de insuficiência e deficiência de vitamina D e não apenas a relação inversa, como alguns estudos já haviam demonstrado. Não estamos descartando que a vitamina D levaria à obesidade, apenas demonstrando que o acúmulo de gordura abdominal também é uma via para a carência dessa vitamina”, afirmou Tiago da Silva Alexandre, professor de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo publicado na revista Nutrients.

O trabalho envolveu a análise de um banco de dados de 2.459 britânicos com mais de 50 anos acompanhados por quatro anos. Os participantes da pesquisa integram o projeto English Longitudinal Study of Aging (ELSA), estudo longitudinal conduzido na Inglaterra que coleta dados multidisciplinares de uma amostra representativa da população inglesa. A análise contou com o apoio da FAPESP.

Para verificar a correlação entre os dois fatores, os pesquisadores selecionaram participantes do projeto ELSA com mais de 50 anos e que apresentavam taxas normais de vitamina D (maiores que 50 nmol/L). Os participantes foram divididos em dois grupos: um formado com pessoas com pouca gordura abdominal e outro, com acúmulo de gordura no abdômen (circunferência de cintura maior que 102 cm para homens e maior que 88 cm para mulheres).

“Ao avaliar o índice de vitamina D desses indivíduos quatro anos depois da primeira coleta de dados, verificamos que aqueles que apresentavam obesidade abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência e 64% mais risco de deficiência de vitamina D, quando comparado com o grupo que não tinha obesidade abdominal”, diz Alexandre.

No estudo, pessoas consideradas com insuficiência de vitamina D apresentavam taxas entre 30 e 50 nmol/L da substância na corrente sanguínea, enquanto a deficiência estava configurada para aqueles que tinham menos de 30 nmol/L de vitamina D.


Redução de receptores

Alexandre explica que estudos anteriores já haviam relacionado a falta de vitamina D com o desenvolvimento da obesidade. “No entanto, são estudos baseados em medidas de Índice de Medida Corporal (IMC), que usam dados de peso e altura, dão uma análise global da obesidade e são muito imprecisos. Porém, a pergunta que fica é como tantos países com alta ou baixa incidência solar têm prevalência muito grande de deficiência de vitamina D. A resposta é porque existe alta prevalência de obesidade”, diz o pesquisador.

A obtenção de vitamina D se dá, sobretudo, por meio da luz solar. Isso porque é nas camadas mais profundas da pele que uma substância precursora da vitamina D fica armazenada. Quando a pele é exposta ao sol sua estrutura é modificada e, por meio de vários processos metabólicos, a vitamina D é convertida em sua forma ativa que passa a circular pelo organismo e realizar várias funções.

Alexandre explica que, ao longo do processo de envelhecimento, é natural que ocorram mudanças na composição corporal, como o maior acúmulo de gordura na região do abdômen, por exemplo. Além disso, também é comum que haja uma diminuição da espessura da pele e, por consequência, uma menor disponibilidade da substância precursora da vitamina D na epiderme, bem como uma menor capacidade de síntese da forma ativa dessa vitamina.

“Por isso, no nosso estudo, utilizamos medidas de circunferência abdominal, que é uma medida prática é acessível que verifica o acúmulo de gordura no abdômen e é mais precisa que o IMC, por exemplo”, afirma.

Outra modificação apontada com o envelhecimento é a diminuição do número de receptores de vitamina D nos tecidos corporais, o que dificulta a captação dessa vitamina circulante no organismo.

No entanto, ressalta o estudo, o acúmulo de gordura abdominal tem papel importante no “sequestro” da vitamina D circulante na corrente sanguínea. “Ao analisarmos as células de gordura dessas pessoas, é possível observar que as enzimas da vitamina D estão baixas. Isso acontece porque um receptor da vitamina D (VDR) passa a capturar a vitamina D que está na corrente sanguínea. Isso ocorre como forma de compensar o baixo nível de enzimas na célula de gordura. De modo simplificado, é como se o tecido adiposo sequestrasse a vitamina D. O que faz com que haja uma menor biodisponibilidade de vitamina D nos exames de sangue, como vemos. É esse processo que vai acarretar insuficiência ou até deficiência de vitamina D”, explica Thais Barros Pereira da Silva, aluna de iniciação científica e primeira autora do estudo.

Alexandre ressalta que o estudo reforça a necessidade de políticas públicas para a prevenção e o enfrentamento tanto da obesidade quanto da carência de vitamina D na velhice. "Todos sabemos que é mais fácil prevenir que remediar e comprovamos que a obesidade abdominal pode interferir nas concentrações de vitamina D do sangue, algo que pode desencadear uma série de problemas de saúde nos idosos", disse.

O estudo Is Abdominal Obesity a Risk Factor for the Incidence of Vitamin D Insufficiency and Deficiency in Older Adults? Evidence from the ELSA Study pode ser lido em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9572900/.





Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/acumulo-de-gordura-abdominal-aumenta-risco-de-insuficiencia-de-vitamina-d-aponta-estudo/41545/


03 de junho - Dia Mundial da Conscienzação do Pé Congênito

No dia 03 de junho, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Pé Torto Congênito – uma má formação congênita que envolve os ossos, músculos, tendões e é descoberta durante a gestação.

Essa data foi escolhida pela Ponseti International Association (PIA) em homenagem ao nascimento do Dr. Ignacio Ponseti - criador do método PONSETI UTILIZADO com sucesso para tratar o pé torto. 

O Sabará Hospital Infantil, participa junto a ortopedistas pediátricos de outros países, de um protocolo internacional de estudo para reabilitação para crianças com pé torto congênito tratadas após a idade da marcha, desenvolvido pelo Comitê de Reabilitação Ortopédica do SICOT (Sociedade Internacional de Ortopedia e Traumatologia).

 

História do Pedro

Pedro Ferreira Castro é uma criança de cinco anos com pé torto congênito bilateral recidivado. Ele fez o tratamento quando bebe em outro serviço, usou a órtese de abdução corretamente, mas mesmo assim apresentou recidiva das deformidades. 

“Eu descobri na gestação, era suspeita com 12 semanas e confirmou com 16 semanas. Eu não sabia que tinha tratamento, correção, no começo foi um susto mesmo”. Com isso, ele iniciou o tratamento, mas aos 4 anos, os pais perceberam que o Pedro estava andando na ponta do pé. 

Foi quando os pais realizaram uma consulta e descobriram que ele precisaria passar novamente por todo o tratamento.

 “Eu achei num primeiro momento, que a culpa fosse nossa, em relação ao tratamento. Mas ele teve alta. Então quando chegamos na Dra. Tatiana ela explicou que ele precisava fazer o tratamento novamente, e que não houve nada ERRADO,mas é uma questão de BIOLOGIA que em alguns casos raros, acaba TENDO recidiva”, conta a mãe.

“O Pedro estava andando com os pés para dentro e sem encostar o calcanhar. O caso dele foi desafiador pela sua idade e pelas deformidades. E por isso, ele faz parte de um protocolo de um estudo multicêntrico que está sendo feito por ortopedistas especialistas em pé torto congênito de várias partes do mundo e, tem como objetivo, ajudar a criança na fase de gesso a não perder força muscular e equilíbrio”, explica Dra. Tatiana Guerschman, especialista no Método Ponseti no Brasil e ortopedista do Centro de Excelência do Sabará Hospital Infantil. 

A ortopedista pediátrica explica que “o Método Ponseti ,segundo a literatura, apresenta bons resultados em casos de recidiva que ocorrem em pés já tratados após a idade da marcha (dois anos) . Em um paciente de quase 6 anos as deformidades estão mais rígidas, mais estruturadas e a manipulação dos pés e confecção dos gessos é bem mais trabalhosa, MAS TAMBÉM MUITO GRATIFICANTE POIS CONSEGUIMOS RESULTADOS MUITO BONS.

Os períodos de imobilização são cerca de 8 semanas com gessos (incluindo o gesso pós tenotomia) seguidos por três meses de uso de órtese continua . Isto em uma criança maior, após a idade da marcha é bem diferente que em um bebê 

Observamos uma perda de força muscular e de equilíbrio que não acontece nos bebês. Por isto este protocolo é tão importante.

“Hoje o Pedro tem cinco anos, comparando os dois tratamentos, ele entende mais, porém eu achei ser muito mais difícil. Porque agora ele se comunica, então ele diz que dói, que coça, mas ele compreende que é para o bem dele”, conta a mãe.

O tratamento do Gael evoluiu bem. Já foram feitas as cinco trocas de gessos, tenotomia bilateral no centro cirúrgico do hospital e no momento ele está no uso contínuo da órtese de abdução.

 


Sabará Hospital Infantil
www.hospitalinfantilsabara.org.br

Sociedade x autismo: 5 dicas essenciais para uma interação respeitosa

Especialista em Transtorno do Espectro Autista destaca comportamentos a evitar ao conviver com crianças e adolescentes autistas, visando promover uma convivência saudável e inclusiva

 

Em um mundo cada vez mais diverso, é fundamental aprender a conviver com as diferenças e respeitar a singularidade de cada indivíduo. No contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde o número de diagnósticos tem aumentado significativamente, a educação sobre o tema e a busca por uma convivência harmoniosa e inclusiva tornam-se ainda mais relevantes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam cerca de 70 milhões de pessoas com diagnóstico de autismo em todo o mundo. No Brasil, estima-se que existam aproximadamente dois milhões de pessoas com algum grau do transtorno.

Com o objetivo de auxiliar nessa conscientização, a clínica TatuTEA, referência no cuidado de neurodivergentes, especialmente autistas, traz valiosas orientações. A especialista responsável por compartilhar essas dicas é Lívia Aureliano, psicóloga, doutora em Análise do Comportamento Aplicada (ABA). “Com o aumento de diagnósticos de TEA, é inevitável que tenhamos contato com pessoas no espectro autista, em diferentes contextos da vida. Portanto, é responsabilidade de todos buscar o conhecimento adequado e adotar atitudes inclusivas, buscando a compreensão e aceitação das particularidades de cada pessoa autista, a fim de promover uma convivência respeitosa e inclusiva.” - destaca a especialista.

Uma orientação importante, por exemplo, é evitar questionar os autistas em filas prioritárias ou qualquer situação que exija comprovação. De acordo com a especialista, é importante compreender que eles não precisam provar sua condição. “É necessário proporcionar um ambiente de inclusão e respeito para todos. Essa postura contribui para a promoção da autonomia e da igualdade de oportunidades dessas pessoas em todas as esferas da vida” - explica. A seguir a especialista traz 5 dicas essenciais para um convívio respeitoso com pessoas que fazem parte do Espectro Autista:

 

  1. Não faça suposições ou estereótipos: Evite generalizações ou estereótipos sobre o autismo. Cada indivíduo no espectro autista é único, com suas próprias características e necessidades. Portanto, não assuma que todos os autistas compartilham as mesmas habilidades ou desafios.

 

  1. Não ignore suas necessidades de comunicação: Respeite e valorize as diferentes formas de comunicação utilizadas pelos autistas. Alguns podem preferir a comunicação não verbal, enquanto outros podem utilizar a fala, a escrita ou a tecnologia assistiva. Não ignore ou desvalorize essas formas de expressão, mas esteja aberto e receptivo a elas.

 

  1. Não force a interação social: Cada autista tem seu próprio conforto e limite em relação à interação social. Evite pressionar ou forçar um autista a se envolver em situações sociais que lhe causem desconforto. Respeite seu espaço e permita que ele decida quando e como deseja se envolver socialmente.

 

  1. Não faça comentários ofensivos ou depreciativos: Não faça comentários depreciativos, ofensivos ou que desvalorizem as habilidades dos autistas. Comentários negativos ou julgamentos podem causar danos emocionais e prejudicar sua autoestima. Em vez disso, foque em valorizar suas conquistas e reconhecer suas habilidades únicas.

 

  1. Não minimize suas experiências ou desafios: Evite minimizar as dificuldades enfrentadas pelos autistas. As lutas e os desafios que eles enfrentam podem ser diferentes dos de pessoas neurotípicas. Portanto, não menospreze suas experiências, mas esteja disposto a ouvir, entender e oferecer apoio quando necessário.

 

A convivência respeitosa com pessoas no espectro autista é um desafio que requer conhecimento e empatia. “Respeite os limites pessoais de pessoas no espectro autista. Esteja atento aos sinais de desconforto e, sempre que possível, crie um ambiente tranquilo e acolhedor para eles. Além disso, outra dica é utilizar uma linguagem objetiva, evitando metáforas ou ironias, e dê tempo para que eles processem as informações e respondam. Evite mudanças bruscas e, caso necessário, informe-as antecipadamente, possibilitando que eles se preparem para a transição. Por fim, mas não menos importante, ajude a criar oportunidades em que crianças e adolescentes autistas possam participar de atividades em grupo, respeitando suas necessidades individuais.” - complementa Lívia Aureliano. 

O conhecimento é a chave para o respeito e a valorização da diversidade, contribuindo para que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tenham oportunidades igualitárias e uma vida com mais autonomia. A educação e a sensibilização são ferramentas poderosas para derrubar estigmas e preconceitos, permitindo que todos os indivíduos sejam reconhecidos e valorizados em sua plena capacidade.

 

Tatutea (Clínica de Atendimento à crianças e adolescentes com autismo)
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