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quinta-feira, 25 de maio de 2023

OMS faz alerta sobre adoçantes e sugere evitar seu uso em dietas para perda de peso

Além de não contribuir para o emagrecimento, o uso prolongado destas substâncias pode aumentar o risco de diversas doenças

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na última semana uma nova diretriz com orientações sobre o uso de adoçantes sem açúcar por pessoas não diabéticas, que buscam a redução de peso.

 

As orientações são baseadas em estudos relacionados à dieta de adultos e crianças, e reavalia os níveis seguros ou máximos de ingestão de adoçantes sem açúcar, incluindo aspartame, sacarina, sucralose, stevia e derivados estabelecidos pela Organização e outros órgãos competentes.

 

O novo debate deve impulsionar o desenvolvimento e implementação de políticas e programas de nutrição e saúde pública, reavaliando as recomendações sobre o uso destas substâncias pela população em geral, salvo casos específicos, nos quais o seu uso segue indicado.

 

Estudos realizados ao longo dos últimos anos vêm sugerindo que os adoçantes artificiais não conferem benefícios a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças. Mais do que isso, pesquisadores perceberam que pode haver efeitos nocivos com o uso prolongado, como o aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e alguns tipos de câncer.

 

 

Menos açúcar, mais saúde

 

Com a nova recomendação da OMS, outras formas de reduzir a ingestão de açúcar devem ser consideradas, entre elas consumir frutas e outros alimentos e bebidas naturalmente adoçados, ou seja, sem adição de açúcar.

 

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Saúde e demais entidades governamentais devem avaliar, a partir de agora, a nova diretriz da OMS para novas recomendações e estratégias junto a profissionais de saúde e a população.

 

“É importante estarmos atentos às novas informações e estudos sobre o assunto, incluindo as consequências e benefícios da adoção das novas medidas. Vale destacar que as recomendações para pacientes com diabetes devem ser realizadas individualmente, sob a supervisão profissional, pois a ingestão de açúcares e, em alguns casos, também de alimentos naturalmente adoçados, requer atenção”, destaca o Dr. Daniel Lerario, clínico geral e endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina.

 

“Uma das principais formas de consumo de açúcares está nas bebidas açucaradas. Você sabia que em um copo de 200ml de refrigerante há 21 g de carboidrato (leia-se açúcar) e em um brigadeiro, tamanho festa, são cerca de 15 g de carboidrato? O contraditório é que muitas pessoas não comem o doce, por conter muito açúcar, mas tomam o refrigerante”, explica a nutricionista Dra. Erika C. Toassa, mestre em Nutrição Humana Aplicada e doutora em Nutrição em Saúde Pública pela USP.

 

 

Hábitos saudáveis

 

“A obesidade mais do que triplicou nos últimos 30 anos e isso certamente tem relação com o estilo de vida sedentário e o consumo excessivo de alimentos altamente processados. Estamos todos desafiados a nos alimentar melhor e nos movimentar mais para frear o avanço da obesidade e das doenças a ela relacionadas, com o câncer”, explica o Dr. Daniel Lerario.

 

Hábitos alimentares saudáveis ​​melhoram a qualidade de vida e diminuem o risco de diversas doenças crônicas não transmissíveis. Estudos ao longo dos anos já encontraram relação entre maus hábitos alimentares e doenças graves, como diversos tipos de câncer, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, obesidade, entre outras.

Entre as práticas alimentares recomendadas para melhorar a saúde estão a redução do consumo de açúcares, particularmente aqueles que são intencionalmente adicionados aos alimentos, além da diminuição de gorduras, conservantes, sódio e outras substâncias encontradas especialmente em alimentos ultraprocessados.

 

A Dra. Erika orienta que uma das formas de reduzir o consumo de açúcar pode ser a redução gradual do consumo de bebidas adoçadas. Reduzir a quantidade de açúcar que colocamos nas bebidas preparadas em casa é outra estratégia que tem o objetivo de educar o paladar para diminuir o consumo de alimentos adocicados.

 

“Quanto menos adoçamos, melhor. Isso vale para o açúcar ou o adoçante. Devemos aprender a apreciar o sabor natural dos alimentos”, explica a nutricionista.

 

Outra maneira de reduzir o uso de açúcar em bebidas é usar a maçã como um adoçante natural, devido ao seu sabor adocicado, preparando um suco misto, como por exemplo abacaxi com maçã, sem precisar do açúcar.

 

“Outras possibilidades de adoçar de maneira mais saudável é usar tâmara, uva passa ou banana. Nestes casos, há a vantagem da quantidade de fibras, superior ao açúcar. O mel ou o melado são também outras formas de adoçar, para variar a alimentação”.

A alimentação é um ponto de extrema importância, mas não é o único, lembra o Dr. Daniel Lerario. 

“Outra orientação importante é incentivar a prática regular de atividade física. Incluir exercícios na rotina ajuda a controlar o peso, utilizando a glicose como energia”, finaliza.


Grávida depois dos 40: entenda a tendência da maternidade tardia

A maternidade tardia é um tema cada vez mais presente na sociedade atual. Com o aumento da expectativa de vida e a mudança no comportamento social, muitas mulheres estão adiando o momento de ter filhos. Mas o que é considerado uma maternidade tardia? A idade média para ter o primeiro filho tem aumentado nas últimas décadas, e atualmente é comum mulheres engravidarem após os 30 anos. No entanto, a partir dos 35 anos, a fertilidade começa a diminuir gradativamente e a chance de complicações durante a gestação aumentam. 

De acordo com estudos publicados em revistas acadêmicas de confiança como "Fertility and Sterility", a "Human Reproduction", e a "Journal of Assisted Reproduction and Genetics", existe uma tendência global de aumento progressivo na escolha da maternidade após os 40 anos, com cerca de 30% das mulheres que procuram tratamentos de fertilização assistida com mais de 40 anos. A capacidade que uma mulher tem de gestar um filho biológico apresenta uma queda significativa a partir dos 37 anos. Por exemplo, a chance anual de concepção cai de 73 a 61% entre os 30 e 35 anos, e diminui para menos de 54% após os 35 anos. A gestação após os 40 anos também está associada a riscos mais elevados de aborto espontâneo e complicações durante a gestação.

Diante desses desafios, a ciência e a medicina têm feito avanços significativos. Uma inovação notável é a mudança na prática de transferência de embriões, do terceiro para o quinto dia de desenvolvimento, no estágio conhecido como "blastócito". Essa abordagem permite uma melhor sincronização com os ritmos naturais de fertilização, além de possibilitar a seleção de embriões mais robustos e com maior chance de implantação bem-sucedida.

Graças a essa mudança no procedimento, foi observado um aumento na taxa de sucesso de gravidez para mulheres acima dos 40 anos (média de 42 anos), passando de 22% para 57% quando a transferência do embrião foi feita no quinto dia, em comparação à transferência no terceiro dia. Essa evolução representa um passo importante para o atendimento das necessidades de casais que buscam aumentar a família.

Para minimizar esses riscos, é essencial que a mulher tome alguns cuidados para preparar o corpo. Entre eles estão a adoção de uma alimentação balanceada, a prática regular de atividade física, a realização de check-ups médicos regulares e o uso de vitaminas e suplementos  prescritos de forma individualizada pelo profissional de saúde.

 

Grávida após os 40 anos

Alessandra Feltre, Head de nutrição da Puravida, conseguiu engravidar depois dos 40 anos. Ela comenta sobre os cuidados que teve com a sua saúde e como eles fizeram toda a diferença quando o desejo de aumentar a família surgiu em casa. 

“Minha jornada não é uma história simplista, é complexa e profundamente individual, assim como eu acredito que todas as histórias de maternidade devem ser. Durante anos, cuidei da minha saúde. Monitorava constantemente os níveis de vitaminas, minerais, hemograma, colesterol e muitos outros parâmetros de saúde. No entanto, nunca fiz isso com a intenção de me preparar para a maternidade. Por mais que eu cuidasse da minha saúde, não acompanhava especificamente a minha reserva ovariana, porque nunca planejei ter filhos. Mas, como muitas coisas na vida, isso mudou”, lembra.

Ela enfatiza a importância de uma nutrição adequada como pré-requisito para um processo de gestação bem-sucedido. Segundo ela, preparar o corpo com antecedência é crucial quando se planeja conceber um bebê.

Um dos principais aspectos dessa preparação envolve reduzir a inflamação no organismo. “Certos alimentos e um estilo de vida inadequado como estresse excessivo,  sedentarismo, sono de má qualidade, podem induzir a inflamação corporal, e consequentemente impactar de forma negativa a fertilidade”, diz. A lista de alimentos que podem apresentar efeitos inflamatórios inclui gorduras hidrogenadas, excesso de alimentos ricos em açúcar, glúten e álcool. A nutricionista sugere que casais planejando conceber evitem esses alimentos por um período de pelo menos quatro meses.

Em contraste, a inclusão de alimentos altamente nutritivos na dieta é incentivada. Alessandra Feltre recomenda alimentos ricos em vitaminas do complexo B, tais como ovos, grãos, cereais e vegetais de folhas verdes escuras. Estes alimentos, ela afirma, são benéficos para a saúde geral e para a fertilidade. Além disso, outros nutrientes como Vitamina D, A, E, C, zinco, magnésio, selênio, ferro entre outros são fundamentais. E ganha destaque também a coq 10 essencial para produção de energia com impacto super positivo na fertilidade. 

Além disso, a especialista destaca o papel das gorduras saudáveis na manutenção do equilíbrio hormonal. “Gorduras saudáveis são essenciais para a saúde hormonal e reprodutiva”. Entre as fontes de gorduras benéficas, Alessandra menciona azeite, ômega 3 nozes, castanhas, abacate, e as gorduras naturais presentes em peixes.

“Minha história é um exemplo de que a gravidez após os 40 anos é possível, mesmo que seja um caminho difícil e individualizado. E, acima de tudo, acredito na importância do acompanhamento das mulheres na perimenopausa e na relevância do diagnóstico precoce e da intervenção. Podemos prevenir problemas de saúde e realizar sonhos, como eu fiz”, aponta a nutricionista. 

Assim, a maternidade tardia, apesar de seus desafios e riscos, pode ser uma experiência enriquecedora e gratificante para muitas mulheres. Com os cuidados e preparativos corretos, é possível minimizar os riscos e aproveitar essa fase tão especial da vida.

 

Puravida


Quando as varizes se tornam perigosas para a saúde?

iStock
Disfunção pode começar causando desconforto leve, mas quadros mais sérios evoluem de maneira dolorosa e com risco para os membros inferiores

 

As varizes estão entre as condições médicas mais comuns, podendo atingir a pessoas de qualquer gênero, apesar de serem mais comuns entre as mulheres.

 De forma resumida, as varizes são veias dilatadas e tortuosas formadas a partir de uma disfunção das válvulas venosas. Essas válvulas normalmente ajudam o sangue a retornar ao coração, mas em situações específicas podem deixar de realizar essa função adequadamente. 

Embora nem todas as varizes causem problemas significativos, em alguns casos, elas podem se tornar um problema e exigir tratamento adequado.

 

Quando ficar em alerta


As varizes podem se tornar um problema quando causam incômodos, especialmente sintomas como dor, inchaço, sensação de peso ou cansaço nas pernas. Esses problemas podem ser agravados após longos períodos em que a pessoa ficou em pé ou sentado, o que gera prejuízo em suas atividades do dia a dia.

Além desses sintomas, as varizes também podem causar complicações mais sérias, como úlceras de perna, coágulos sanguíneos ou até mesmo sangramento. Se notar qualquer um desses sinais, é importante buscar orientação médica imediatamente.

 

Tratamento adequado das varizes

 

O tratamento das varizes pode variar de acordo com a gravidade do caso, por isso é essencial buscar a opinião de um especialista. Em casos leves, medidas conservadoras podem ser suficientes, mas em casos mais específicos pode ser necessário tratamentos mais invasivos.

 

Para as situações de maior risco, são recomendados procedimentos cirúrgicos, como a remoção das veias afetadas (flebectomia) ou a ligação, ou remoção de veias danificadas (ligadura ou retirada de safena).

 

Já nos casos em que o quadro é considerado mais leve, os médicos recomendam alguns cuidados para o tratamento ou até mesmo prevenção. Evitar ficar em pé ou sentado por longos períodos, elevar as pernas ao descansar, praticar exercícios físicos regularmente e manter um peso saudável estão entre as recomendações de mudanças no estilo de vida.

 

É possível também utilizar a tecnologia a favor, com a terapia a laser, por exemplo. Essa técnica utiliza feixes de luz para fechar as varizes de menor dimensão sendo considerado um procedimento não invasivo, podendo ser realizado no consultório médico.

 

Em varizes de tamanho médio, é recomendada a escleroterapia, que consiste na injeção de uma solução química nas veias danificadas, o que provoca a sua cicatrização e fechamento.


Há ainda a técnica de meia de compressão, que ajuda no tratamento e na prevenção. O uso dessas peças, como as meias de compressão Kendall, ajuda a melhorar a circulação sanguínea nas pernas e aliviar os sintomas mais incômodos.

 

Doenças respiratórias voltam a circular nesta época do ano

Idosos, crianças e pessoas com comprometimento do sistema imune tem maior risco de evoluir para complicações e formas mais graves da patologia

 

Com as alterações climáticas começam a surgir diversas doenças respiratórias como gripes e resfriados, bronquite, asma, rinite, sinusite e pneumonia. Estações como outono e inverno, favorecem a disseminação dessas doenças, isso porque, nessas estações, as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados com pouca ventilação natural.

Segundo a Dra. Raquel Xavier de Souza Saito, professora do curso de Enfermagem e coordenadora do curso de Pós-graduação em Saúde da Família da Faculdade Santa Marcelina, quando se considera o maior ou menor risco de transmissão de uma doença, a sazonalidade, ou seja, estações específicas do ano devem ser consideradas. “Esse grupo de doenças mata milhares de pessoas todos os anos”, disse.

Idosos, crianças e pessoas com comprometimento do sistema imune tem maior risco de evoluir para complicações e formas mais graves das doenças respiratórias. Nesses grupos os cuidados devem ser redobrados, principalmente quando se trata da prevenção, reitera Dra. Raquel.

Para o controle dessas doenças típicas das estações mais frias, as vacinas são um grande aliado, pois se trata, na maioria dos casos, de doenças virais e com isso, apenas as vacinas conseguem proteger e evitar que os casos se espalhem. “Apesar disso, a cobertura vacinal é cada vez mais baixa e isso coloca todo país em estado de alerta para inúmeras doenças”, alerta a Dra. Raquel.

As boas práticas para a prevenção das doenças respiratórias comuns nesses períodos incluem atualização do calendário nacional contra influenza, covid-19 e pneumonia, hidratação, pois o ar seco resseca mucosas e contribui para que secreções fiquem mais espessas e isso dificulta a excreção, manutenção de ambientes limpos e arejados e higiene das mãos. “A Covid-19 nos ensinou algo importante: o uso de máscara por pessoa sintomática respiratória pode quebrar a cadeia de transmissão das doenças respiratórias e essa prática deve ser mantida. Outra orientação é sobre a prática da automedicação que deve ser evitada, pois pode mascarar os sintomas, agravar a doença e gerar outros danos à saúde”, finaliza Saito.

 

 Faculdade Santa Marcelina


Cientistas avançam no sequenciamento do primeiro pangenoma humano

Segundo a geneticista Susana Massarani, o estudo pode ajudar a aprimorar sistemas de rastreamento de variações genéticas

 

Em 2003, o primeiro genoma humano foi sequenciado, o que ajudou no desenvolvimento de novas tecnologias, tornou o estudo dos genes mais assertivo e serviu como base para uma série de outros estudos, o mais recente, publicado na revista científica Nature Biotechnology, um grupo de pesquisadores do Consórcio de Referência do Pangenoma Humano (HPRC) em parceira com pesquisadores da Universidade de Califórnia em Santa Cruz (UCSC), criaram o primeiro rascunho do pangenoma do ser humano a partir de 47 pessoas com diferentes origens.

 

O estudo espera prosseguir com as pesquisas e reunir até 2024, genomas de mais de 300 pessoas, através de técnicas avançadas de identificação de genes para montar o chamado “gráfico de pangenoma”, no entanto, os softwares atuais ainda não têm precisão suficiente para leituras ultra longas de DNA de amostras biológicas, mas espera-se que nos próximos anos a tecnologia se desenvolva.

 

De acordo com a geneticista e bióloga molecular, Susana Massarani, os avanços no sequenciamento genético podem ajudar, em especial, a tornar diagnósticos mais precisos.

 

Os horizontes do sequenciamento genético são fascinantes, com o seu desenvolvimento novas possibilidades se abrem à medicina e à genética, quanto mais soubermos sobre os genes humanos, mais facilidade teremos para diagnosticar doenças e até mesmo ter mais precisão para ‘prever’ seu surgimento” Explica Susana Massarani.

 

A grande novidade neste estudo é o uso do gráfico de pangenoma, ele nos fornece um panorama mais completo sobre as variações dos nossos genes, na referência linear temos apenas uma sequência de cada gene, mas nossos genes possuem variações de cerca de 0,4% entre indivíduos, o que parece pequeno, mas pode fazer uma grande diferença quando a precisão é fundamental” Explica Susana Massarani.

 

 

 

Susana Massarani - geneticista, bióloga molecular e microbiologista, atua na primeira clínica digital do Brasil, Clínica DNA Massarani, Membro Científico e Palestrante do Instituto de Nutrição Cérebro Coração INCCOR-RJ e pós-graduada em prescrição clínica com foco em Nutrigenética e Nutrigenômica.

 

Contracepção 4.0: tudo o que você precisa saber sobre os métodos contemporâneos que evitam gravidez

Ginecologista faz seleção de contraceptivos atuais para planejamento reprodutivo eficiente  



Um dos principais motivos de visitas aos consultórios de ginecologia é a escolha do método contraceptivo. Cerca de 214 milhões de mulheres que vivem em países em desenvolvimento desejam adiar ou evitar a gravidez e não utilizam nenhum método. Isso se deve, principalmente, ao acesso limitado à contracepção, à baixa disponibilidade de métodos contraceptivos ou ao medo de desenvolver eventos adversos¹,2.

Dados de pesquisa nacional mostram que 62% das gestações não são planejadas³, isso por que a educação sexual e planejamento reprodutivo – conjunto de ações e métodos que auxiliam a prever e controlar a geração e o nascimento de filho –, ainda são assuntos pouco abordados com mulheres de diferentes faixas etárias em nosso país.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) orienta que mulheres precisam de cuidados médicos em todos os ciclos de vida, que vão desde da adolescência à pós-menopausa. Para ampliar o debate e promover informação sobre estratégias contraceptivas, Odair Albano, ginecologista e especialista em saúde pública, e elencou quatro métodos mais atuais. Confira!



Anticoncepcional oral sem estrogênio

O anticoncepcional oral evoluiu e atualmente existe no mercado uma opção moderna, eficiente e segura. A drospirenona 4mg isolada, é uma opção inovadora, indicada para mulheres das mais diversas idades, que não podem ou não querem utilizar estrogênicos em função dos riscos. Essa pílula é livre de estrogênios, ou seja, a mulher tem menor exposição hormonal, além de baixo risco metabólico, de trombose e cardiovascular2. Pode ser indicada para mulheres com contraindicações ao uso de estrogênio em razão da presença de algumas doenças, como enxaqueca, hipertensão arterial, diabetes, cardiopatia, doenças vasculares, reumatológicas, entre outras. A pílula ainda tem efeito positivo na pele, cabelo e não estimula o ganho de peso1 e pode ser utilizada por mulheres da fase da adolescência até menopausa, e no período de amamentação.

“A drospirenona é a evolução do anticoncepcional e chegou para modernizar o mercado como uma opção eficaz e segura. Oferece um maior período ação, superior a 24 horas, e melhor controle de ciclo e perfil de sangramento₄, com menor risco no caso de esquecimento”, explica o especialista.



Implante subdérmico

O implante subdérmico é um método de longa duração, com progestagênio isolado (etonogestrel). Tem liberação lenta e ação de até três anos e apresenta boa eficácia contraceptiva. É indicado para todas as mulheres em idade reprodutiva, em especial para grupos vulneráveis. Como só têm progestagênio, ele pode ser usado em pacien­tes com comorbidades que contraindicariam o uso de es­trogênio. Entretanto, apresenta alguns efeitos adversos, o mais importante deles é o sangramento irregular, seguido pela cefaleia, aumento de peso, acne, dor nas mamas e labilidade emocional. O sangramento irregular é a principal causa de desistência do método⁵.



Adesivo cutâneo

O adesivo cutâneo é um anticoncepcional que combina dois hormônios, um estrogênio e um progestagênio, que são liberados na circulação de forma contínua por sete dias. O adesivo precisa ser aplicado na pele no primeiro dia da menstruação e permanecer na mesma posição por todo o período, podendo perder a eficácia, caso seja mal colocado. A pele deve estar seca para melhorar a fixação. Ao final do sétimo dia o adesivo deve ser substituído por outro. No total são três adesivos, com pausa de sete dias para menstruação e em seguida reiniciar nova série⁶.



Anel vaginal

Esse método contraceptivo com dois hormônios, um estrogênio e um progestagênio, consiste em um anel pequeno feito de silicone flexível, que é inserido na vagina e libera durante três semanas, gradualmente, os hormônios. Ele é então, removido e após sete dias um novo anel de ser recolocado. Pode ser in­serido com aplicador específico ou manobra manual. É considerado seguro, porém pode apresentar como todos contraceptivos hormonais efeitos adversos como sangramento de escape, dor de cabeça e ganho de peso⁶.


“A contracepção é uma forma de empoderar as mulheres e lhes dar a liberdade de fazer escolhas em relação à saúde sexual e reprodutiva. O papel do profissional da saúde é apresentar os métodos e orientar, mas a escolha deve ser da paciente. Para decidir sempre informo a paciente sobre as limitações e contraindicações de cada método e peço para que leve em consideração na escolha o tempo que pretende utilizar, forma de administração, efeitos colaterais e os benefícios não contraceptivos para evitar a descontinuidade manter a saúde e o bem-estar”, explica Albano.
 

 


Mantecorp Farmasa
https://www.mantecorpfarmasa.com.br/





Referências

1. Archer DF, Ahrendt H-J, Drouin D. Drospirenone-only oral contraceptive: results from a multicenter noncomparative trial of efficacy, safety and tolerability. Contraception 2015;92:439–44.

2. Kimble T, Burke AE, Barnhart KT, Archer DF, Colli E, Westhoff CL. A 1-year prospective, open-label, single-arm, multicenter, phase 3 trial of the contraceptive efficacy and safety of the oral progestin-only pill drospirenone 4 mg using a 24/4-day regimen. Contracept X. 2020 Jan 30;2:100020.

3. Wender COM, Machado RB et al. Influencia da utilização de métodos contraceptivos sobre as taxas de gestação não planejada em mulheres brasileiras. Femina. 2022;50(3):134-141

4. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Anticoncepcional hormonal apenas de progestagênio e anticoncepção de emergência. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, no 66/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).

5. Finotti MC, Magalhães J, Martins LA, Franceschini AS. Métodos anticoncepcionais reversíveis de longa duração. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 71/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).

6. Brito MB, Monteiro IM, Di Bella ZI. Anticoncepção hormonal combinada. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 69/Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).


Jovem usa Ozempic sem indicação médica e para na UTI com problema no fígado

Com base na notícia divulgada recentemente, sobre uma jovem publicitária que fez uso do medicamento Ozempic sem acompanhamento médico e acabou internada na UTI com problemas de fígado, é importante destacar os riscos e consequências do uso de medicamentos sem a devida orientação médica.

O médico nutrólogo e endocrinologista Dr. Ronan Araujo explica que o Ozempic é um medicamento indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, que age no corpo imitando um hormônio ligado ao apetite e alimentação, ajudando a estimular a produção de insulina e a diminuir os níveis de glicose no sangue do paciente. Seu uso tem sido associado ao emagrecimento, o que tem levado algumas pessoas a utilizá-lo para essa finalidade, muitas vezes sem recomendação médica.

No entanto, é importante destacar que a utilização de qualquer medicamento, especialmente sem a orientação de um profissional de saúde, pode causar sérios riscos à saúde. A jovem publicitária que fez uso do medicamento sem acompanhamento médico quase teve uma insuficiência hepática, o que pode ser extremamente perigoso e até mesmo fatal.

“A insuficiência hepática é uma condição em que o fígado para de funcionar corretamente, podendo ocorrer de maneira súbita (aguda) ou gradual (crônica). As causas incluem diversos fatores, como reação a medicamentos, altas doses de paracetamol, hepatite, abuso de álcool e esteatose hepática avançada. O uso inadequado de medicamentos pode ser uma dessas causas.” Destaca o Dr. Ronan Araujo.

Ozempic, assim como qualquer medicamento, possui efeitos colaterais, que podem variar de pessoa para pessoa. Náuseas, refluxo gastroesofágico, vômitos, constipação ou diarreia são alguns dos efeitos colaterais mais comuns associados ao uso do medicamento. Por isso, é essencial que seu uso seja acompanhado por um médico, que poderá avaliar a necessidade e a segurança do seu uso para cada paciente.

O Dr. Ronan Araujo comenta que a escolha de um tratamento para emagrecimento deve ser feita com base em uma avaliação médica individualizada, considerando as condições de saúde, histórico médico e estilo de vida do paciente. Existem diversas opções de tratamentos para emagrecimento, que podem ser associadas à prática regular de exercícios físicos e à adoção de uma dieta saudável e equilibrada.

Entre as opções de tratamentos para emagrecimento, destaca-se a mudança de hábitos alimentares, a prática regular de atividades físicas, a terapia comportamental, a utilização de medicamentos específicos e diversas outras opções, desde que seja avaliada devidamente por um médico competente da área. Cada opção deve ser avaliada de forma individualizada, considerando os riscos e benefícios para o paciente, além das suas expectativas e necessidades.

O uso inadequado de medicamentos para emagrecimento pode levar a efeitos colaterais prejudiciais à saúde, como problemas de fígado, rins, coração e sistema nervoso central, além de outros problemas graves.

Portanto, é fundamental que as pessoas se conscientizem sobre a importância de buscar orientação médica antes de utilizar qualquer medicamento. O acompanhamento médico é essencial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento, além de evitar complicações e prevenir danos à saúde.

“É importante destacar também que o emagrecimento saudável não é uma tarefa fácil e requer mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida. O uso de medicamentos para emagrecimento deve ser encarado como uma opção importante, principalmente para aqueles que tem obesidade. Deve ser utilizada com cautela e sempre com a orientação de um médico especialista.” Finaliza o Dr. Ronan Araujo.

 

Dr. Ronan Araujo - Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.

 

Campanha de Voz de 2023: exames gratuitos para diagnóstico do câncer de laringe e conscientização sobre os riscos do tabagismo


A Campanha de Voz de 2023 é uma iniciativa para conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo. Com o objetivo de combater o câncer de laringe, uma das principais doenças causadas pelo cigarro, a campanha oferece exames gratuitos para fumantes com mais de 40 anos, buscando diagnosticar precocemente a doença e aumentar as chances de cura. Os interessados devem fazer a inscrição até 31 de julho no site bocaegarganta.com.br.

A campanha destaca a importância de se cuidar da saúde e reforça a necessidade de abandonar o cigarro para uma vida mais saudável. Vale lembrar que o tabaco é responsável por diversas mortes evitáveis em todo o mundo, sendo uma das principais causas de problemas respiratórios, cardíacos e até mesmo câncer.

Embora haja diversas campanhas de conscientização e esforços para reduzir o consumo de cigarro, o número de fumantes ainda é alarmante em muitos países. Além disso, o uso do cigarro eletrônico, especialmente entre os jovens, é motivo de preocupação para as autoridades de saúde, já que os chamados 'pods' podem ser tão prejudiciais quanto os cigarros convencionais. 

Neste Dia Mundial do Combate ao Tabagismo, é fundamental lembrar que a prevenção e a adoção de hábitos saudáveis são essenciais para uma vida plena e livre de doenças. Abandonar o cigarro, praticar atividades físicas e manter uma alimentação equilibrada são algumas das medidas que podem contribuir para uma vida mais saudável e feliz. 


Dia do Orgulho Nerd: Alura realiza mapeamento sobre quem é o "Nerd" moderno

As comunidades geek e nerd seguem influenciando os mercados de inovação e tecnologia com conhecimentos especializados


Nesta quinta-feira (25) é comemorado o Dia da Toalha (ou Dia do Orgulho Nerd), uma data originalmente criada para homenagear o escritor Douglas Adams - criador da série de livros ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’. Nesse contexto, a comunidade nerd vem ganhando cada vez mais força nos mais diversos mercados - seja na ciência, cultura pop, tecnologia, games, música e até em empreendedorismo.

O Dia da Toalha (ou Dia do Orgulho Nerd) a princípio foi criado como uma homenagem ao escritor Douglas Adams, criador da série de livros “O Guia do Mochileiro das Galáxias”. Com o falecimento do autor em 2001, a comunidade de fãs de ficção científica escolheram o dia 25 de maio - duas semanas após a morte do autor - e a “toalha” - um elemento icônico na série de livros do autor - como uma forma de homenagear toda a obra e demarcar também o Dia do Orgulho Nerd. 

Segundo Júlia Chagas, diretora de marketing da Alura, avanços tecnológicos e a expansão do mercado de entretenimento serviram para catalisar o crescimento da comunidade nerd e levaram à uma valorização do conhecimento especializado - os olhos do mundo novamente se voltam aos nerds. 

" Ser nerd agora é sinônimo de paixão, conhecimento especializado e habilidades técnicas em áreas como tecnologia, programação, empreendedorismo e cultura pop.  Além disso, a tecnologia facilitou a disseminação de informações e a formação de comunidades online, permitindo que os nerds se conectassem, compartilhassem conhecimentos e encontrassem pessoas com interesses semelhantes. Essa interação possibilitou a criação de espaços onde a expertise e o conhecimento especializado são valorizados, fortalecendo essa a imagem positiva.", completa a executiva. 

Dessa forma, a Alura, maior ecossistema de ensino em tecnologia do Brasil, realizou um mapeamento para compreender quem é o Nerd moderno e como ele se insere no setor de tech.

Perfil geral do Nerd

  • Idade:
  • 20% entre 18 e 24 anos
  • 52% entre 25 e 34 anos
  • 22% entre 35 e 44 anos
  • 9% entre 45 e 54 anos
  • 1% +64 anos
  • Estado:
  • 42% do Estado de São Paulo
  • 9% do Estado do Rio de Janeiro
  • 6% do Distrito Federal
  • 6% do Estado do Paraná
  • 4 % do Estado da Paraíba
  • Hobbies
  • 86% aficionados por computadores de alta performance
  • 54% fãs de séries de ficção científica ou fantasia
  • 66% fãs de filmes de ficção científica ou fantasia 
  • 47% são fãs de heavy metal
  • 22% fazem compras como hobby  
  • Personas
  • Persona 5: (14% dos entrevistados)

35-44 anos; público masculino; gamers casuais; entusiastas de notícias de entretenimento;

Afinidades únicas: beauty mavens; entusiastas de DIY (Do It Yourself); fãs de quadrinhos e animação; donos de gatos; fãs de filmes familiares. 

  • Persona 4: (14% dos entrevistados)

18-24 anos; público masculino; fãs de futebol; fãs de jogos de aventura e estratégia;

Afinidades únicas: fãs de Basquete; fãs de games de esporte; frequentemente participam de eventos ao vivo; entusiastas de health & fitness.

  • Persona 3: (15% dos entrevistados)

18-24 anos; fãs de Heavy Metal, indie rock e rock alternativo;

Afinidades únicas: Entusiastas de jazz; fãs de Blues; entusiastas por cozinha; fãs de Rap e Hip-hop.

  • Persona 2: (27% dos entrevistados)

25-34 anos; público masculino; entusiastas de computadores de alta performance; fãs de jogos de aventura e estratégia.

Afinidades únicas: Fãs de jogos de corrida e simuladores; fãs de música eletrônica; ãs de indie rock e rock alternativo; audiófilos; fãs de Role Playing Games (RPG);

  • Persona 1: (28% dos entrevistados)

25-34 anos; público feminino; profissionais de negócios; fãs de séries de drama;

Afinidades únicas: Entusiastas de Decorações de Casas; entusiastas de fotografia; adeptos de viagens de luxo e viagens em família; fashionistas.

 

Últimos dias para declarar o Imposto de Renda: especialista alerta cuidados aos investidores internacionais

Michelle Veronesi, especialista em finanças e investimentos no exterior, explica como realizar a declaração com investimentos internacionais e evitar complicações

 

Está se aproximando a data final da entrega do Imposto de Renda (31 de maio). Para os contribuintes que ainda não realizaram o processo, é importante organizar-se e coletar todos os documentos necessários, além de livra-se de todas as dúvidas e receios ao prestar contas com o leão.  

Uma crescente nos últimos anos se dá pelos números de investidores no exterior que devem declarar o IR e ainda se atentar às mudanças no preenchimento dos dados. Estas alterações precisam estar no radar destas pessoas, pois qualquer erro pode resultar na famosa malha fina. Lembrando ainda que a não declaração pode resultar em multas e maiores complicações.  

Por conta disso, Michelle Veronesi, especialista em finanças e investimentos no exterior, explica que para investimentos em fundos no exterior, o contribuinte deve selecionar “discriminação” e informar o nome da instituição em que o recurso foi alocado, país, data da aquisição do ativo, valor em reais e valor de conversão na moeda correspondente. 

Para os demais formatos, o importante é fazer a indicação correta dos ativos pelo grupo, disponibilizado no sistema, permitindo a especificação do respectivo ativo. Portanto, é imprescindível saber enquadrar os ativos nos grupos existentes na sua declaração de Imposto de Renda”, salienta.  

Veronesi destaca ainda que ao selecionar o tipo de ativo e declarar a situação em 2022, o contribuinte precisa incluir no campo “discriminação”, a moeda utilizada na aquisição. Já no que se refere a inclusão do valor da moeda estrangeira, o valor correto a ser inserido é encontrado por meio da conversão do valor de aquisição (aportes) para reais pela cotação do dólar, ou respectiva moeda, fixada, para venda, pelo Banco Central do Brasil. O erro que muitos cometem está na conversão diretamente da moeda pelo valor no mercado, não PTAX (venda) diário.  

A taxa PTAX (venda) diário é indicada pelo Banco Central, representando a taxa de câmbio. No entanto, é possível também utilizar o valor informado da moeda estrangeira adquirida na compra/conversão no contrato de câmbio que foi registrado no Banco Central”, complementa. 

Michelle ressalta que a principal mudança aos investidores na declaração deste ano é o formato, pois o contribuinte precisa realizar no Programa Gerador de Declaração (PGD). Além disso, tem a opção ainda com o pré-preenchimento dos dados e algumas inclusões de informações que facilitará a entrega. 

Em relação à bolsa de valores, Veronesi aponta que agora existe um valor mínimo para declaração. “Com as mudanças da Receita Federal nas regras de obrigatoriedade, até o ano passado era obrigatório apresentar a declaração qualquer indivíduo que realizasse qualquer negociação na Bolsa de Valores, seja comprando ou vendendo. A partir deste ano tornou-se obrigatória a declaração apenas para valores que somam acima de 40 mil reais ou que tiveram rendimentos sujeitos à tributação”. 



Todo aposentado ou pensionista precisa declarar Imposto de Renda? Descubra!

Valores acima de R$ 24.403,11 por ano devem ser declarados como rendimentos tributáveis; o prazo de entrega da declaração termina em 31 de maio de 2023  

 

Começou a corrida contra o tempo para entregar a declaração do Imposto de Renda. Os contribuintes têm até 31 de maio para prestar contas e isso inclui, sim, os aposentados e pensionistas. Pelo menos os que, em 2022, ultrapassaram o limite de isenção de R$ 24.403,11 por ano ou R$ 1.903,98 por mês.  

“Esse limite está no Comprovante de Rendimentos do INSS, que pode ser acessado virtualmente pelo site ou aplicativo, e é bem fácil de encontrar. Quem ultrapassou o valor, precisa declarar”, explica Valdir Amorim, coordenador técnico jurídico e tributário da IOB, smart tech que entrega conteúdo de legislação e sistemas de gestão contábil e empresarial.  

Ele conta que os rendimentos de aposentadoria ou pensão precisam ser declarados como rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica - no caso, a Previdência Social, e que a parcela isenta deve ser informada no item 10 da ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis do programa da Declaração.  

Será preciso informar o CNPJ da Previdência Social, que aparece no topo do comprovante de rendimentos, e preencher o campo "Valor" com a quantia informada na primeira linha do item 4 do comprovante de rendimentos. Preencha "parcela isenta dos proventos de aposentadoria, reserva remunerada, reforma e pensão (65 anos ou mais)”, exceto a “parcela isenta do 13º (décimo terceiro) salário”. 

 No campo específico "13º salário", será necessário informar a quantia do item 4 do comprovante de rendimentos, "Parcela isenta do 13º salário de aposentadoria, reserva remunerada, reforma e pensão (65 anos ou mais)". Importante observar que a somatória dos valores informados nos campos "Valor" e "13º salário" não pode ultrapassar R$ 24.751,74.  

“Todo valor na ficha de Rendimentos Isentos superior a R$ 24.751,74 será transferido automaticamente para a ficha de Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”, esclarece Valdir Amorim.  

Caso o aposentado ou pensionista tenha outras fontes de renda, seja como autônomo ou mesmo um aluguel, também deverão ser informadas na ficha de rendimentos tributáveis e não contarão com o mesmo benefício fiscal.   

No caso de doença grave ou acidente de trabalho, o aposentado tem direito à isenção total de imposto de renda, mas vai precisar entregar um laudo médico da perícia da própria Previdência Social.  

 

IOB

 

Omissão da sociedade custa caro ao povo brasileiro

            Motivos não faltam para a sociedade civil brasileira cobrar dos governantes, com ênfase e equilíbrio, mudança radical de comportamento. Não é mais possível aceitar passivamente o exercício do poder lastreado na manutenção e até expansão dos privilégios concedidos à elite que se apoderou do poder político e insiste no aprofundamento da concentração de renda, com aumento da pobreza e da miséria.

            Sob o silêncio conivente da sociedade, há décadas a condição de vida da expressiva maioria dos cidadãos brasileiros vem se tornando mais difícil. Os índices oficiais demonstram isso, a começar da perda de expressão econômica do Produto Interno Bruto brasileiro em relação do PIB mundial. Em 30 anos, essa perda acumulada é de 26%. Em 1990, o PIB brasileiro representava 3,60% do PIB mundial. Essa participação caiu para 3,10% em 2000 e, em 2022, desceu para 2,30%.

            Também houve perda da expressão econômica do Brasil em relação à América Latina, onde historicamente o país foi protagonista.  O PIB nacional que em 2010 representava 38,0% do PIB da AL, já era de 31,8% em 2021. Queda de 16,31% em apenas 11 anos, de acordo com a Austin Rating.

            No ranking de 2021 da América Latina, o Brasil ficou apenas na 8º posição no quesito PIB per capita, com US$ 7.564/ano. Fomos superados pelo Uruguai – o primeiro da lista, com US$ 16.756/ano -, Chile, Panamá, Costa Rica, Argentina, México e República Dominicana, nessa ordem.

            Contribui fortemente para essa situação a carga tributária que o cidadão brasileiro tem de suportar, a 13ª maior do planeta. Um fardo cada vez mais pesado. Em 1988, a carga tributária representava 23,40% do PIB nacional. Menos de 10 anos depois, em 1994, já era de 28,90%. E fechou 2022 com a participação de 33,91% do PIB. Ou seja, a partir do ano da promulgação da nova Constituição Federal, a carga tributária cresceu 44,91%, ou 10,51% do PIB, segundo dados oficiais da Receita Federal.

            É incontestável que o cidadão sofre com o imposto sobre consumo – que chega a atingir 30,60% no açúcar e 44,20% no sabonete, por exemplo –, penalizando sobretudo as pessoas de menor poder aquisitivo porque encarece a cesta básica.

            Por outro lado, os gastos tributários da União continuam a crescer. Representavam 2,95% do PIB no ano 2000 e agora, em 2023, devem chegar a 4,30%, fechando na extraordinária soma de R$ 456 bilhões.

            Em 22 anos, o Brasil aumentou seus gastos tributários em 45,76%, o correspondente a 1,35% do PIB, ou R$ 134 bilhões/ano. Esse inchaço deve-se principalmente (mais de 70%) à concessão de privilégios injustificáveis e mesmo contrários ao que diz a Constituição Federal. Uma distorção que precisa ser corrigida por meio de revisão urgente, obrigando que tais concessões somente sejam concedidas em caráter temporário e com benefícios decrescentes ao longo do tempo. O equilíbrio econômico do país exige a drástica redução desses gastos, eliminando-se muitos deles e priorizando aqueles voltados a proporcionar a redução das desigualdades regionais e sociais.

            Ao nível que chegou, a situação é insustentável. Como exemplo, apenas com funcionalismo público os gastos atingiram 13,04% do PIB nacional em 2022. O equivalente a 38,47% da carga tributária brasileira. A média gasta pelos 37 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 9,80% do PIB. Essa diferença equivale a nada menos do que R$ 321 bilhões/ano.

            O resultado dessa equação é um peso enorme no bolso do brasileiro sem, entretanto, refletir em melhoria em sua qualidade de vida. Pelo contrário, o país experimenta uma degradação acentuada nessa questão. Em 2000, o Brasil ocupava a 77ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que compara indicadores de países em itens como riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida e natalidade para avaliar o bem-estar da população. Em 2022, caímos para a 87ª colocação.

            É verdade que fatores mundiais recentes como a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia desalinharam a economia, porém não se pode justificar com isso a má performance nacional porque todos os países foram afetados.

            O problema é que o Brasil continua apostando em medidas espasmódicas, sem olhar para as raízes dos problemas a fim de buscar soluções definitivas. Tampouco funcionam ufanismos pontuais e muito menos a alimentação de ilusões como se vê no momento atual com a prometida reforma tributária, vista por muitos como tábua de salvação.

            Certamente é necessária, mas precisa fazer, principalmente, a redução acentuada da tributação sobre o consumo e obrigar a correção anual das tabelas do Imposto de Renda para eliminar o imposto sobre a inflação que configura a não correção, pois a reposição de remuneração em percentual igual ou inferior à inflação não é renda.

            Os indicadores oficiais evidenciam que o país apenas patinou nas últimas décadas, merecendo reprovação os governantes que conduziram a nação nesse período.

            Não há mais tempo a perder. O Brasil precisa de menos promessas e mais verdades e realizações. É necessário que o povo seja definitivamente enxergado como prioridade dos governos. Materializar isso significa reduzir privilégios para a elite dominante do poder e eliminar a impunidade, começando pela restituição da prisão em segunda instância e por tornar imprescritíveis os crimes praticados contra a administração pública, medidas fundamentais na busca pelo restabelecimento nacional da moralidade.

            A jornada para tornar o Brasil uma nação de fato socialmente justa passa também pelo reconhecimento de que o país vive uma tragédia em três atos e o direcionamento de ações efetivas para sua eliminação. O primeiro dos três atos dessa tragédia é o volume de gastos com o funcionalismo, que precisa ser reduzido dos atuais 13,04% do PIB para 10 ou 11%, o que resultaria em economia de R$ 202 a R$ 301 bilhões/ano.

            O segundo ato a ser atacado são os gastos tributários, reduzindo-os de 4,3% do PIB para, no máximo, 1,8%, gerando economia de R$ 284 bilhões/ano. E, o terceiro, o combate efetivo à corrupção endêmica que alimenta a crise moral do país e tem custo estimado de incríveis 2,3% do PIB. A redução de 1 ponto percentual disso significaria mais R$ 129 bilhões/ano nos cofres públicos. No total, então, economia anual da ordem de R$ 579 bilhões.

            Somente a reforma tributária não basta. Além disso, o governo acaba de publicar Medida Provisória no 1.171, em pleno domingo 30.04, taxando as aplicações financeiras no exterior. Essa MP é uma mostra de que o governo federal não está priorizando a reforma tributária – que somente vigoraria a partir de 2024 -, ou não acredita na sua aprovação, revelando-se mais preocupado fatiar a reforma tributária e garantir o aumento a arrecadação, independente de aprovação de reforma.

            A questão crucial é que o ajuste da receita será inócuo se não vier acompanhado do controle de custos. É inconcebível que se queira fazer ajuste fiscal somente com aumento de receitas quando o nosso problema reside no tamanho da  máquina pública, sua ineficiência e desperdícios, é imprescindível o anuncio e implantação de um programa de redução  de custos. O cenário nacional somente melhorará se o país retomar o desenvolvimento e se o aumento das receitas públicas advindo do crescimento do PIB for acompanhado de investimentos em infraestrutura, sobretudo nas regiões menos desenvolvidas. O Brasil não pode mais ignorar os desequilíbrios regionais e sociais se efetivamente quiser ter cidadãos de classe única, ao contrário do que se vê hoje, com brasileiros diferenciados de classes diferenciadas em razão da sua região de nascimento, da cor da pele, de sua crença, de seu gênero ou do valor da remuneração de seu trabalho. 

            Para isso, entretanto, é necessário um grande concerto nacional. É essencial a mobilização da sociedade civil que, talvez tão preocupada com a própria sobrevivência não se organiza adequadamente para exigir o que lhe é de direito. Já está claro que o voto de quatro em quatro anos não tem sido suficiente. Sempre é bom lembrar do que advertiu Padre Vieira (1608-1697) em um de seus históricos sermões: “a omissão é um pecado que se faz não fazendo”.

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br


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