Ginecologista
faz seleção de contraceptivos atuais para planejamento reprodutivo
eficiente
Um dos principais motivos de visitas aos consultórios de ginecologia é a escolha do método contraceptivo. Cerca de 214 milhões de mulheres que vivem em países em desenvolvimento desejam adiar ou evitar a gravidez e não utilizam nenhum método. Isso se deve, principalmente, ao acesso limitado à contracepção, à baixa disponibilidade de métodos contraceptivos ou ao medo de desenvolver eventos adversos¹,2.
Dados de pesquisa nacional mostram que 62% das gestações não são planejadas³, isso por que a educação sexual e planejamento reprodutivo – conjunto de ações e métodos que auxiliam a prever e controlar a geração e o nascimento de filho –, ainda são assuntos pouco abordados com mulheres de diferentes faixas etárias em nosso país.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) orienta que mulheres precisam de cuidados médicos em todos os ciclos de vida, que vão desde da adolescência à pós-menopausa. Para ampliar o debate e promover informação sobre estratégias contraceptivas, Odair Albano, ginecologista e especialista em saúde pública, e elencou quatro métodos mais atuais. Confira!
Anticoncepcional oral sem estrogênio
O anticoncepcional oral evoluiu e atualmente existe no mercado uma opção moderna, eficiente e segura. A drospirenona 4mg isolada, é uma opção inovadora, indicada para mulheres das mais diversas idades, que não podem ou não querem utilizar estrogênicos em função dos riscos. Essa pílula é livre de estrogênios, ou seja, a mulher tem menor exposição hormonal, além de baixo risco metabólico, de trombose e cardiovascular2. Pode ser indicada para mulheres com contraindicações ao uso de estrogênio em razão da presença de algumas doenças, como enxaqueca, hipertensão arterial, diabetes, cardiopatia, doenças vasculares, reumatológicas, entre outras. A pílula ainda tem efeito positivo na pele, cabelo e não estimula o ganho de peso1 e pode ser utilizada por mulheres da fase da adolescência até menopausa, e no período de amamentação.
“A drospirenona é a evolução do anticoncepcional e chegou para modernizar o mercado como uma opção eficaz e segura. Oferece um maior período ação, superior a 24 horas, e melhor controle de ciclo e perfil de sangramento₄, com menor risco no caso de esquecimento”, explica o especialista.
Implante subdérmico
O implante subdérmico é um método de longa duração, com progestagênio isolado (etonogestrel). Tem liberação lenta e ação de até três anos e apresenta boa eficácia contraceptiva. É indicado para todas as mulheres em idade reprodutiva, em especial para grupos vulneráveis. Como só têm progestagênio, ele pode ser usado em pacientes com comorbidades que contraindicariam o uso de estrogênio. Entretanto, apresenta alguns efeitos adversos, o mais importante deles é o sangramento irregular, seguido pela cefaleia, aumento de peso, acne, dor nas mamas e labilidade emocional. O sangramento irregular é a principal causa de desistência do método⁵.
Adesivo cutâneo
O adesivo cutâneo é um anticoncepcional que combina dois hormônios, um estrogênio e um progestagênio, que são liberados na circulação de forma contínua por sete dias. O adesivo precisa ser aplicado na pele no primeiro dia da menstruação e permanecer na mesma posição por todo o período, podendo perder a eficácia, caso seja mal colocado. A pele deve estar seca para melhorar a fixação. Ao final do sétimo dia o adesivo deve ser substituído por outro. No total são três adesivos, com pausa de sete dias para menstruação e em seguida reiniciar nova série⁶.
Anel vaginal
Esse método contraceptivo com dois hormônios, um estrogênio e um progestagênio, consiste em um anel pequeno feito de silicone flexível, que é inserido na vagina e libera durante três semanas, gradualmente, os hormônios. Ele é então, removido e após sete dias um novo anel de ser recolocado. Pode ser inserido com aplicador específico ou manobra manual. É considerado seguro, porém pode apresentar como todos contraceptivos hormonais efeitos adversos como sangramento de escape, dor de cabeça e ganho de peso⁶.
“A contracepção é uma forma de empoderar as mulheres e lhes dar a liberdade de fazer escolhas em relação à saúde sexual e reprodutiva. O papel do profissional da saúde é apresentar os métodos e orientar, mas a escolha deve ser da paciente. Para decidir sempre informo a paciente sobre as limitações e contraindicações de cada método e peço para que leve em consideração na escolha o tempo que pretende utilizar, forma de administração, efeitos colaterais e os benefícios não contraceptivos para evitar a descontinuidade manter a saúde e o bem-estar”, explica Albano.
Mantecorp Farmasa
https://www.mantecorpfarmasa.com.br/
Referências
1. Archer DF, Ahrendt H-J, Drouin D. Drospirenone-only oral contraceptive: results from a multicenter noncomparative trial of efficacy, safety and tolerability. Contraception 2015;92:439–44.
2. Kimble T, Burke AE, Barnhart KT, Archer DF, Colli E, Westhoff CL. A 1-year prospective, open-label, single-arm, multicenter, phase 3 trial of the contraceptive efficacy and safety of the oral progestin-only pill drospirenone 4 mg using a 24/4-day regimen. Contracept X. 2020 Jan 30;2:100020.
3. Wender COM, Machado RB et al. Influencia da utilização de métodos contraceptivos sobre as taxas de gestação não planejada em mulheres brasileiras. Femina. 2022;50(3):134-141
4. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Anticoncepcional hormonal apenas de progestagênio e anticoncepção de emergência. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, no 66/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).
5. Finotti MC, Magalhães J, Martins LA, Franceschini AS. Métodos anticoncepcionais reversíveis de longa duração. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 71/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).
6. Brito MB, Monteiro IM, Di Bella ZI. Anticoncepção hormonal combinada. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 69/Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).
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