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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Contracepção 4.0: tudo o que você precisa saber sobre os métodos contemporâneos que evitam gravidez

Ginecologista faz seleção de contraceptivos atuais para planejamento reprodutivo eficiente  



Um dos principais motivos de visitas aos consultórios de ginecologia é a escolha do método contraceptivo. Cerca de 214 milhões de mulheres que vivem em países em desenvolvimento desejam adiar ou evitar a gravidez e não utilizam nenhum método. Isso se deve, principalmente, ao acesso limitado à contracepção, à baixa disponibilidade de métodos contraceptivos ou ao medo de desenvolver eventos adversos¹,2.

Dados de pesquisa nacional mostram que 62% das gestações não são planejadas³, isso por que a educação sexual e planejamento reprodutivo – conjunto de ações e métodos que auxiliam a prever e controlar a geração e o nascimento de filho –, ainda são assuntos pouco abordados com mulheres de diferentes faixas etárias em nosso país.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) orienta que mulheres precisam de cuidados médicos em todos os ciclos de vida, que vão desde da adolescência à pós-menopausa. Para ampliar o debate e promover informação sobre estratégias contraceptivas, Odair Albano, ginecologista e especialista em saúde pública, e elencou quatro métodos mais atuais. Confira!



Anticoncepcional oral sem estrogênio

O anticoncepcional oral evoluiu e atualmente existe no mercado uma opção moderna, eficiente e segura. A drospirenona 4mg isolada, é uma opção inovadora, indicada para mulheres das mais diversas idades, que não podem ou não querem utilizar estrogênicos em função dos riscos. Essa pílula é livre de estrogênios, ou seja, a mulher tem menor exposição hormonal, além de baixo risco metabólico, de trombose e cardiovascular2. Pode ser indicada para mulheres com contraindicações ao uso de estrogênio em razão da presença de algumas doenças, como enxaqueca, hipertensão arterial, diabetes, cardiopatia, doenças vasculares, reumatológicas, entre outras. A pílula ainda tem efeito positivo na pele, cabelo e não estimula o ganho de peso1 e pode ser utilizada por mulheres da fase da adolescência até menopausa, e no período de amamentação.

“A drospirenona é a evolução do anticoncepcional e chegou para modernizar o mercado como uma opção eficaz e segura. Oferece um maior período ação, superior a 24 horas, e melhor controle de ciclo e perfil de sangramento₄, com menor risco no caso de esquecimento”, explica o especialista.



Implante subdérmico

O implante subdérmico é um método de longa duração, com progestagênio isolado (etonogestrel). Tem liberação lenta e ação de até três anos e apresenta boa eficácia contraceptiva. É indicado para todas as mulheres em idade reprodutiva, em especial para grupos vulneráveis. Como só têm progestagênio, ele pode ser usado em pacien­tes com comorbidades que contraindicariam o uso de es­trogênio. Entretanto, apresenta alguns efeitos adversos, o mais importante deles é o sangramento irregular, seguido pela cefaleia, aumento de peso, acne, dor nas mamas e labilidade emocional. O sangramento irregular é a principal causa de desistência do método⁵.



Adesivo cutâneo

O adesivo cutâneo é um anticoncepcional que combina dois hormônios, um estrogênio e um progestagênio, que são liberados na circulação de forma contínua por sete dias. O adesivo precisa ser aplicado na pele no primeiro dia da menstruação e permanecer na mesma posição por todo o período, podendo perder a eficácia, caso seja mal colocado. A pele deve estar seca para melhorar a fixação. Ao final do sétimo dia o adesivo deve ser substituído por outro. No total são três adesivos, com pausa de sete dias para menstruação e em seguida reiniciar nova série⁶.



Anel vaginal

Esse método contraceptivo com dois hormônios, um estrogênio e um progestagênio, consiste em um anel pequeno feito de silicone flexível, que é inserido na vagina e libera durante três semanas, gradualmente, os hormônios. Ele é então, removido e após sete dias um novo anel de ser recolocado. Pode ser in­serido com aplicador específico ou manobra manual. É considerado seguro, porém pode apresentar como todos contraceptivos hormonais efeitos adversos como sangramento de escape, dor de cabeça e ganho de peso⁶.


“A contracepção é uma forma de empoderar as mulheres e lhes dar a liberdade de fazer escolhas em relação à saúde sexual e reprodutiva. O papel do profissional da saúde é apresentar os métodos e orientar, mas a escolha deve ser da paciente. Para decidir sempre informo a paciente sobre as limitações e contraindicações de cada método e peço para que leve em consideração na escolha o tempo que pretende utilizar, forma de administração, efeitos colaterais e os benefícios não contraceptivos para evitar a descontinuidade manter a saúde e o bem-estar”, explica Albano.
 

 


Mantecorp Farmasa
https://www.mantecorpfarmasa.com.br/





Referências

1. Archer DF, Ahrendt H-J, Drouin D. Drospirenone-only oral contraceptive: results from a multicenter noncomparative trial of efficacy, safety and tolerability. Contraception 2015;92:439–44.

2. Kimble T, Burke AE, Barnhart KT, Archer DF, Colli E, Westhoff CL. A 1-year prospective, open-label, single-arm, multicenter, phase 3 trial of the contraceptive efficacy and safety of the oral progestin-only pill drospirenone 4 mg using a 24/4-day regimen. Contracept X. 2020 Jan 30;2:100020.

3. Wender COM, Machado RB et al. Influencia da utilização de métodos contraceptivos sobre as taxas de gestação não planejada em mulheres brasileiras. Femina. 2022;50(3):134-141

4. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Anticoncepcional hormonal apenas de progestagênio e anticoncepção de emergência. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, no 66/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).

5. Finotti MC, Magalhães J, Martins LA, Franceschini AS. Métodos anticoncepcionais reversíveis de longa duração. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 71/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).

6. Brito MB, Monteiro IM, Di Bella ZI. Anticoncepção hormonal combinada. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 69/Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).


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