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quinta-feira, 25 de maio de 2023

OMS faz alerta sobre adoçantes e sugere evitar seu uso em dietas para perda de peso

Além de não contribuir para o emagrecimento, o uso prolongado destas substâncias pode aumentar o risco de diversas doenças

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na última semana uma nova diretriz com orientações sobre o uso de adoçantes sem açúcar por pessoas não diabéticas, que buscam a redução de peso.

 

As orientações são baseadas em estudos relacionados à dieta de adultos e crianças, e reavalia os níveis seguros ou máximos de ingestão de adoçantes sem açúcar, incluindo aspartame, sacarina, sucralose, stevia e derivados estabelecidos pela Organização e outros órgãos competentes.

 

O novo debate deve impulsionar o desenvolvimento e implementação de políticas e programas de nutrição e saúde pública, reavaliando as recomendações sobre o uso destas substâncias pela população em geral, salvo casos específicos, nos quais o seu uso segue indicado.

 

Estudos realizados ao longo dos últimos anos vêm sugerindo que os adoçantes artificiais não conferem benefícios a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças. Mais do que isso, pesquisadores perceberam que pode haver efeitos nocivos com o uso prolongado, como o aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e alguns tipos de câncer.

 

 

Menos açúcar, mais saúde

 

Com a nova recomendação da OMS, outras formas de reduzir a ingestão de açúcar devem ser consideradas, entre elas consumir frutas e outros alimentos e bebidas naturalmente adoçados, ou seja, sem adição de açúcar.

 

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Saúde e demais entidades governamentais devem avaliar, a partir de agora, a nova diretriz da OMS para novas recomendações e estratégias junto a profissionais de saúde e a população.

 

“É importante estarmos atentos às novas informações e estudos sobre o assunto, incluindo as consequências e benefícios da adoção das novas medidas. Vale destacar que as recomendações para pacientes com diabetes devem ser realizadas individualmente, sob a supervisão profissional, pois a ingestão de açúcares e, em alguns casos, também de alimentos naturalmente adoçados, requer atenção”, destaca o Dr. Daniel Lerario, clínico geral e endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina.

 

“Uma das principais formas de consumo de açúcares está nas bebidas açucaradas. Você sabia que em um copo de 200ml de refrigerante há 21 g de carboidrato (leia-se açúcar) e em um brigadeiro, tamanho festa, são cerca de 15 g de carboidrato? O contraditório é que muitas pessoas não comem o doce, por conter muito açúcar, mas tomam o refrigerante”, explica a nutricionista Dra. Erika C. Toassa, mestre em Nutrição Humana Aplicada e doutora em Nutrição em Saúde Pública pela USP.

 

 

Hábitos saudáveis

 

“A obesidade mais do que triplicou nos últimos 30 anos e isso certamente tem relação com o estilo de vida sedentário e o consumo excessivo de alimentos altamente processados. Estamos todos desafiados a nos alimentar melhor e nos movimentar mais para frear o avanço da obesidade e das doenças a ela relacionadas, com o câncer”, explica o Dr. Daniel Lerario.

 

Hábitos alimentares saudáveis ​​melhoram a qualidade de vida e diminuem o risco de diversas doenças crônicas não transmissíveis. Estudos ao longo dos anos já encontraram relação entre maus hábitos alimentares e doenças graves, como diversos tipos de câncer, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, obesidade, entre outras.

Entre as práticas alimentares recomendadas para melhorar a saúde estão a redução do consumo de açúcares, particularmente aqueles que são intencionalmente adicionados aos alimentos, além da diminuição de gorduras, conservantes, sódio e outras substâncias encontradas especialmente em alimentos ultraprocessados.

 

A Dra. Erika orienta que uma das formas de reduzir o consumo de açúcar pode ser a redução gradual do consumo de bebidas adoçadas. Reduzir a quantidade de açúcar que colocamos nas bebidas preparadas em casa é outra estratégia que tem o objetivo de educar o paladar para diminuir o consumo de alimentos adocicados.

 

“Quanto menos adoçamos, melhor. Isso vale para o açúcar ou o adoçante. Devemos aprender a apreciar o sabor natural dos alimentos”, explica a nutricionista.

 

Outra maneira de reduzir o uso de açúcar em bebidas é usar a maçã como um adoçante natural, devido ao seu sabor adocicado, preparando um suco misto, como por exemplo abacaxi com maçã, sem precisar do açúcar.

 

“Outras possibilidades de adoçar de maneira mais saudável é usar tâmara, uva passa ou banana. Nestes casos, há a vantagem da quantidade de fibras, superior ao açúcar. O mel ou o melado são também outras formas de adoçar, para variar a alimentação”.

A alimentação é um ponto de extrema importância, mas não é o único, lembra o Dr. Daniel Lerario. 

“Outra orientação importante é incentivar a prática regular de atividade física. Incluir exercícios na rotina ajuda a controlar o peso, utilizando a glicose como energia”, finaliza.


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