Especialista explica quais os motivos por trás
desse problema e o que é recomendado nesses casos; apesar da queda no número de
procedimentos, a colocação de prótese segue sendo uma das cirurgias mais
realizadas no mundo
Há
alguns anos eram feitos mais de 200 mil procedimentos de inclusão de próteses
de silicone, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica. Embora esse número tenha diminuído, essa operação ainda é uma das
mais procuradas. “Historicamente, a cirurgia de inclusão de próteses mamárias é
a mais realizada do mundo. Houve uma queda nos últimos anos, mas, atualmente,
ela se encontra no segundo lugar entre as mais realizadas”, detalha o cirurgião
plástico do Hospital CEMA, Odair Soares Júnior. No entanto, esse que é o sonho
de muitas mulheres, muitas vezes pode encontrar obstáculos, e um dos principais
é a “rejeição” da prótese. Mas por que será que isso acontece?
Primeiramente,
vale lembrar que a expressão ‘rejeição ao silicone’ não é a mais adequada,
embora seja a mais popular. Isso porque, nesse caso, o corpo não rejeita o
silicone, como em outras cirurgias. O que ocorre é o que os especialistas
chamam de contratura capsular. “A prótese de silicone é um corpo estranho,
então ela promove uma reação inflamatória que leva a formação de uma cápsula e
essa cápsula pode evoluir para uma contratura”, explica o médico. A contratura
capsular é uma espécie de cicatriz que passa a envolver o silicone, podendo
levar a sintomas, como mamas doloridas e com distorções nos casos mais
avançados (Baker III e IV).
Essa
contratura pode ocorrer em qualquer momento, após a colocação do implante, mas,
de acordo com o cirurgião, é menos frequente no primeiro ano e mais frequente
por volta dos 10 anos de uso. Quando isso ocorre, existem várias alternativas,
e elas passam por entender se a mulher vai querer manter ou não o silicone. “Em
situações nas quais ocorre contratura e há intenção de continuar utilizando o
silicone, a principal proposta é de troca da prótese mamária e do plano
cirúrgico. Por exemplo: se a prótese está localizada na estrutura
retroglandular (a mais comum) ela pode ser mudada para subfascial (acima do
músculo e abaixo da camada fascial) ou submuscular (atrás do músculo
peitoral)”, detalha.
O
médico explica que nos casos nos quais a mulher não quer mais a prótese, se faz
necessária uma avaliação médica do volume residual da mama após o explante
(retirada da prótese) e se há flacidez. Se não existe flacidez, a indicação é
de fazer uma lipoenxertia da mama, que nada mais é do que um procedimento para
remover gordura de uma área e injetar em outras áreas, como a mama, aumentando
o seu volume. “Se existir flacidez, fazemos a montagem do tecido residual
(pexia) associado ou não à lipoenxertia. Tudo vai depender de quanto tecido
mamário existe após a retirada do silicone”, completa.
Vale
lembrar que a colocação de próteses mamárias não atrapalha a gestação e
amamentação. “A fisiologia mamária é totalmente preservada. O único cuidado que
a paciente deve ter, após a colocação, é fazer visitas anuais de retorno ao
médico para acompanhamento”, orienta o cirurgião. “Apesar da redução no número
de cirurgias de mama devido a uma onda negativa em relação a elas intensificada
pelos meios de comunicação, as próteses são extremamente confiáveis. Aquelas
pessoas que desejam a realização de um procedimento seguro de aumento das mamas
podem confiar, basta procurar um cirurgião plástico especialista da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica que, com certeza, vão ficar satisfeitas com o
resultado”, complementa o médico.