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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Pelé é internado para tratar tumor de cólon: entenda mais sobre a doença

O ex-jogador descobriu a doença há alguns meses e já passou por uma cirurgia para a retirada do tumor. Especialista comenta quais são os principais sinais e importância do diagnóstico precoce


Nesta quarta-feira, 8 de dezembro, Edson Arantes Nascimento, o Pelé, foi internado para continuar o tratamento do câncer de cólon (parte final do intestino), descoberto há cerca de quatro meses durante uma bateria de exames de rotina. Em setembro deste ano, quando descobriu a doença, o ex-jogador chegou a passar por uma cirurgia para retirada do tumor.

Em todo o mundo, o câncer de intestino - que abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino) e ânus - é o terceiro tipo mais comum, sendo responsável por cerca de 10% de todos os diagnósticos de câncer.

O tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso: no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, o tumor se origina a partir de pólipos na região que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, podendo se tornar cancerígenos. A principal forma de diagnóstico e prevenção é através do exame de colonoscopia, em que um tubinho flexível com uma câmera na ponta é introduzido no intestino e faz imagens que revelam se há presença de possíveis alterações, permitindo, inclusive, remoção de pólipos e biópsias de lesões suspeitas.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda iniciar o rastreio do câncer de cólon e reto da população adulta de risco habitual na faixa etária de 50 anos - mas muitos países já reduziram para 45 anos de idade.

"Grande parte dos tumores de intestino aparece a partir dos chamados pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede interna do órgão, mas que se não identificadas preventivamente podem evoluir e se tornarem malignas com o passar do tempo. Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%, o que consequentemente representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição a partir dessa fase da vida e por isso ela foi estabelecida como critério para início do rastreio ativo. Além de detectar esses pólipos, a colonoscopia permite que eles sejam retirados, o que funciona como mais uma forma de prevenir o câncer", explica a oncologista Renata D’Alpino, do Grupo Oncoclínicas.

Ela lembra que pessoas com histórico pessoal de pólipos ou de doença inflamatória intestinal, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, bem como registros familiares de câncer colorretal em um ou mais parentes de primeiro grau, principalmente se diagnosticado antes de 45 anos, devem ter atenção redobrada e realizar controles periódicos antes da idade base indicada para a população em geral.


De olho nos sinais

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer colorretal é o terceiro mais frequente entre os homens, logo após do câncer de próstata e de pulmão, e o segundo mais incidente nas mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama. Estimam-se que neste ano tenhamos 40.990 casos novos de câncer de cólon e reto, afetando em proporção quase igual ambos os gêneros. Já o número de mortes chega a 18.867, sendo 9.207 homens e 9.660 mulheres, de acordo com os dados mais recentes disponíveis.

Ainda assim, a médica afirma que há muitos tabus que cercam o rastreio preventivo do câncer colorretal, o que contribui para a baixa adesão ao controle precoce da doença mesmo entre pessoas que fazem parte do grupo com risco aumentado. "Muitas vezes, o tumor só é descoberto tardiamente, diante de sintomas mais severos, como anemia; constipação ou diarreia sem causas aparentes; fraqueza; gases e cólicas abdominais; e emagrecimento. Apesar do sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorróidas, e acabam postergando a busca por aconselhamento médico e a realização de exames específicos. Isso faz com que muitas pessoas só descubram o câncer em estágios avançados", diz.


Como o câncer colorretal pode ser descoberto?

É muito importante traçar o histórico médico do paciente, justamente para a identificação de possíveis fatores de risco. O exame físico, como palpação do abdômen, pode ajudar na busca de possíveis anormalidades como órgãos aumentados ou massas.

Além disso, o médico pode realizar o exame digital retal, onde é inserido um dedo (protegido por luva lubrificada) no reto para avaliação. Outros exames que podem ser solicitados são:

• Exame de fezes;

• Exames de sangue;

• Colonoscopia;

• Biópsia; e

• Exames de imagem (raio X, ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada e PET Scan).


Incidência cresce entre jovens adultos

Para Renata, outro ponto de grande relevância no combate ao câncer colorretal é o estabelecimento de uma recomendação mais clara para triagem de casos assintomáticos, quando não há sinais de sintomas clássicos que podem levantar suspeitas - caso de sangramentos corriqueiros visíveis nas fezes - entre a porção da população com menos de 50 anos. Entre as ações possíveis, ela destaca uma iniciativa liderada pela US Preventive Services Task Force que considera que testes menos invasivos poderiam ser iniciados precocemente e repetidos com intervalos menores em comparação à colonoscopia. Além disso, prevê mudar a idade de rastreamento para os 45 anos, devendo ser repetido a cada 5 anos em caso de resultados normais, como já vem sendo sugerido desde 2019 pela American Cancer Society (ACS).

"Nos EUA o debate sobre uma possível mudança de protocolo, passando a adotar a idade de 45 anos como remendada para o início do rastreio periódico, está sendo baseada na avaliação de centenas de levantamentos e ensaios clínicos que levam em conta o perfil de pessoas assintomáticas na faixa etária acima dos 40 anos. Uma forma possível de ampliar as chances de prevenção seria a indicação de pesquisa das fezes, por meio de testes imunoquímicos e testes de sangue oculto fecais em pessoas mais jovens e que não apresentam mudanças de saúde perceptíveis. De acordo com os resultados, havendo achados suspeitos, a colonoscopia seria então realizada", ressalta a especialista da Oncoclínicas.

Um dos estudos científicos que embasam a argumentação foi publicado no Journal of the National Cancer Institute e realizado nos Estados Unidos de 1974 até 2014. A análise mostrou que nas pessoas entre 20 a 39 anos de idade, por exemplo, o número de casos novos de câncer de intestino vem crescendo anualmente, entre 1% e 2,4%, desde a década de 1980. Já os casos de câncer de reto, nas pessoas entre 20 e 29 anos de idade, tiveram um aumento anual médio de aproximadamente 3,2%, desde 1974.

"Em grande parte, esses resultados apontam para uma consequência de hábitos de vida menos saudáveis, com maior taxa de sedentarismo e consumo de alimentos ultraprocessados como refrigerantes, salgadinhos e enlatados. A predisposição genética conta como risco, mas não podemos esquecer que há outros fatores que podem contribuir para o surgimento da doença, tais como obesidade, sedentarismo, dieta rica em carnes vermelhas, tabagismo e alcoolismo. E esses são fatores que fazem parte da ‘vida moderna’ e ajudam a desvendar as razões pelas quais devemos reforçar a conscientização sobre os impactos das nossas decisões pessoais no crescimento de casos de câncer - e não apenas do colorretal", finaliza Renata D’Alpino.

 

Dermatologista alerta para o alongamento de unhas com acrigel

Apesar de parecer simples, o procedimento tem contraindicações. Médica indica passar por uma avaliação da saúde das unhas, a fim de evitar a piora de doenças, infecções e até reações alérgicas

 

Unhas bonitas e bem-feitas são um dos principais pontos da vaidade feminina. Além disso, nos últimos anos, unhas maiores - e com formatos diferentes dos tradicionais - passaram a ser um desejo das mulheres. Disso, surgiu o alongamento das unhas feitos com acrigel, uma mistura de gel com pó acrílico que cobre as unhas. Porém, apesar de parecer simples, o procedimento pode camuflar doenças ou até deficiência de nutrientes. O procedimento é contraindicado para peles sensíveis, pessoas com alergias, psoríase, infecções, micoses ou diabetes, gestantes, pacientes oncológicos e menores de 16 anos. 

“É importante procurar um dermatologista antes de fazer o procedimento para avaliar os motivos da unha frágil, se tem alguma doença ou infecção associada para que seja tratada antes de aplicar qualquer produto nas unhas. Pacientes com alergias, psoríase e infecções por fungos ou bactérias, podem ter piora do quadro ou até mesmo originar uma infecção mais grave que comprometa a matriz da unha, com o risco de perder definitivamente essa unha”, alerta a médica dermatologista Julyanna do Valle. 

No caso de unhas frágeis que não possuem nenhuma alteração aparente ou doença, a médica orienta que devem ser feitos exames laboratoriais para identificar possíveis deficiências de vitaminas, nutrientes ou até mesmo distúrbios hormonais ou da tireoide, alguns fatores que podem causar a fragilidade da unha. “Se os exames estiverem normais, é preciso buscar um profissional com formação adequada para fazer o procedimento e é direito do paciente saber qual o tipo de material que será utilizado para descartar o risco de reações alérgicas e consultar se esses produtos são liberados pela Anvisa”, diz Julyanna. 

Mas se engana quem pensa que os cuidados terminam com a aplicação das unhas. Segundo a médica dermatologista, é fundamental respeitar as orientações e prazos para a manutenção adequada e retirada, sem tentar fazer em casa. “A unha pode ser danificada quando elas quebram ou lascam e isso pode ser uma porta de entrada para fungos e bactérias ou aumentar riscos de infecção. Por isso, é preciso fazer a manutenção no tempo certo e em locais apropriados. Quem tem esse tipo de unhas, quando for mexer com água, sabão ou produtos químicos, deve se proteger usando luvas para evitar contato direto que pode danificar ou irritar as unhas”, explica. 

Outra orientação fundamental, segundo Julyanna do Valle, é proteger as mãos com filtro solar antes da exposição às cabines que utilizam radiação ultravioleta para ajudar na secagem do produto. “Isso pode contribuir com o envelhecimento das mãos. Outra coisa muito importante é que indico ficar um período sem esses materiais nas unhas e utilizar apenas em casos específicos de eventos especiais ou viagens mais longas. No intervalo do uso, oriento manter as unhas limpas, sem esmaltação e hidratadas, junto com as mãos e cutículas, com hidratantes específicos para evitar alterações, infecções e alergias”, finaliza a dermatologista.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia criou um guia de cuidados que pode ser baixado aqui

 

Cesáreas eletivas podem trazer riscos ao bebê

ONG Prematuridade.com alerta para a questão; situação é comum no fim do ano


Os bebês chamados “termo precoce”, nascidos entre a 37ª e a 38ª semanas gestacionais, muitos deles de cesáreas eletivas - quando não há indicação técnica para esse tipo de parto, podem apresentar resultados de saúde mais semelhantes aos nascidos prematuros.

 

De acordo com os dados analisados pela plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil®️ e que constam no Observatório da Prematuridade - documento produzido pela ONG Prematuridade.com -, dos recém-nascidos “termo precoce”, 29% necessitaram de internação hospitalar para tratamento de complicações perinatais, sendo que 21% foram admitidos em UTI, com tempo médio de permanência na unidade de 8,2 dias. O levantamento foi feito com base nas altas hospitalares codificadas pela plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil® no período de 1º de janeiro de 2019 a 30 de setembro de 2021. A análise constituiu uma população de aproximadamente 300.000 partos ocorridos em regime de internação hospitalar, tanto em instituições vinculadas ao SUS (Sistema Único de Saúde) quanto à Saúde Suplementar, distribuídas nas 5 regiões brasileiras, com concentração nas regiões sudeste, sul e centro-oeste.

 

“Altas taxas de cesáreas eletivas acabam ocasionando o nascimento não apenas de bebês prematuros, mas também dos chamados de termo precoce. Para essas crianças, trata-se de uma perda média de 10 dias de gestação em relação ao ciclo esperado de 280 dias. Isso impacta nas taxas de internação neonatal e ocorre também em locais onde há déficit de leitos”, fala a diretora executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani.

 

Os dados levantados pelo Observatório da Prematuridade indicam que o Brasil tem 9.560 leitos de UTI neonatal, divididos entre tipo I, II e III, porém, nem todas as localidades possuem essa última (para bebês que necessitam de nível de atenção muito alto), como os estados do Acre, Amapá, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins.

 

Ainda no estudo do DRG Brasil®️, que consta no Observatório da Prematuridade, foi apontado que, dos bebês “termo precoce” que necessitaram de cuidados da Unidade de Terapia Intensiva, 49% precisaram ser entubados e colocados em ventilação mecânica (VM) e, 20% destes, demandaram tempo de suporte ventilatório maior que 4 dias.

 

As informações mostram que esses bebês utilizaram 12% do total de dias das internações registradas por toda população neonatal nas UTIs. A taxa de mortalidade intrahospitalar foi de 3% e, dos que internaram em UTI neonatal, 6%.

 


Outras evidências

Um estudo liderado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e publicado em outubro deste ano na revista científica PLOS Medicine (EUA), apontou que a cesárea sem indicação é associada a risco 25% maior de mortalidade na infância. Pesquisadores brasileiros e do Reino Unido analisaram17 milhões de nascimentos ocorridos no Brasil entre 2012 e 2018. Já quando analisado os nascimentos de crianças com indicação médica, a cesárea foi associada com redução dos óbitos, “evidenciando a importância do procedimento quando devidamente indicada por um médico", ressaltou a Fiocruz.

 

Em 2018, a ANS (Agência Nacional de Saúde) chegou a fazer campanha, no início do mês de dezembro, após verificar que, sobre os partos realizados por beneficiárias de plano de saúde, há redução de cesarianas no final de dezembro e aumento no período anterior ao Natal, mostrando haver antecipação dos nascimentos que ocorreriam na época das festas de fim de ano. Os últimos dados mais atuais da ANS, referentes à 2019 e divulgados em outubro deste ano, apontam que, dos 287.166 partos realizados através de planos de saúde privados, 56,71% das cesáreas foram realizadas antes do início do trabalho de parto.

 

A diretora executiva da ONG Prematuridade.com lembra que o impacto do nascimento de um bebê prematuro vai muito além das sequelas de saúde que a situação pode causar para essa criança e do trauma psicológico que ela deixa para as famílias. “O parto que acontece antes das 37 semanas de gestação desencadeia um ciclo de eventos que afeta tanto o individual quanto o coletivo de uma sociedade, incluindo desde o vínculo afetivo entre mãe e filho, até os setores da Economia, da Saúde, da Cidadania e o mercado de trabalho.”


 

Sobre a ONG Prematuridade.com

A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com, é a única organização sem fins lucrativos dedicada, em âmbito nacional, à prevenção da prematuridade, à educação continuada para profissionais de saúde e à defesa de políticas públicas voltadas aos interesses das famílias de bebês prematuros.

 

A ONG é referência para ações voltadas à prematuridade e representa o Brasil em iniciativas e redes globais que visam o cuidado à saúde materna e neonatal. A organização desenvolve ações políticas e sociais, bem como projetos em parceria com a iniciativa privada, tais como campanhas de conscientização, ações beneficentes, capacitação de profissionais de saúde, colaboração em pesquisas, aconselhamento jurídico e acolhimento às famílias, entre outras.

 

Atualmente, são cerca de 5 mil famílias cadastradas, mais de 180 voluntários em 22 estados brasileiros e um Conselho Científico Interdisciplinar de excelência. Mais informações: https://www.prematuridade.com/.


 

Observatório da Prematuridade - A ONG também produziu o Observatório da Prematuridade, documento desenvolvido com base nos dados coletados pela Numb3rs Analytics e nas altas hospitalares codificadas pela plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil® no período de 1º de janeiro de 2019 a 30 de setembro de 2021. O material reúne diversos cenários de todo o país, como números de partos por tipo (vaginal ou cesareana); quantidade de leitos de UTI neonatal; número de consultas de pré-natal realizadas; quantidade de pediatras por estado; faixa etária das mães (uma vez que complicações gestacionais e no parto representam a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos mundialmente, pois existe maior risco de problemas – entre os quais a prematuridade -, segundo a Organização Mundial da Saúde), entre outros.

O conteúdo completo está disponível no link https://prematuridade.com/_files/view.php/download/pasta/9/618d55b6235f1.pdf

 

Doutor Tontura lista de 10 mitos sobre “labirintite”

Tontura não é frescura e está longe de ser apenas um problema apenas dos idosos, pois os sintomas estão por trás de 40 outras doenças sérias que podem ocorrer no labirinto, no nervo do labirinto e até mesmo no cérebro.  Dessa forma, o neurologista Dr. Saulo Nader (apelidado carinhosamente pelos pacientes de” Doutor Tontura”) , responde os 10 mitos desse tema:


  • É mito ou verdade que toda tontura é labirintite?

Dr. Saulo: É um grande mito. A tontura é uma palavra geral e nós temos mais de 40 doenças que geram a doença, a labirintite é um termo que esconde diversos problemas. Trata-se de um termo que pegou, sendo muitas vezes utilizado até pelos próprios médicos. A principal questão é: Qual a real causa da sua labirintite? Uma vez que faz muita diferença saber a causa exata, pois para cada uma há abordagem de tratamento totalmente diferente.

Porém, existe sim uma doença chamada labirintite (a “real” labirintite), a qual diz respeito à uma infecção do labirinto, podendo ser ocasionada por uma meningite ou uma infecção de ouvido muito complicada, por exemplo, mas é uma das tonturas que menos acontece, por incrível que pareça.

 

  • É mito ou verdade que o estresse e o emocional podem ser gatilhos para labirintite?

Dr. Saulo: Verdade, o emocional da gente acaba influenciando em toda nossa saúde, sendo um eixo bastante importante. Muitas doenças que geram a tontura podem ser diretamente influenciadas pelo emocional, ou seja, uma pessoa que geralmente vive tranquila, ao passar por um período de estresse, conturbação, tristeza, alguma coisa emocional, pode desencadear a tontura. Uma das doenças que pode ter uma relação muito estreita com o emocional é a Vertigem Fóbica ou TPPP, caracterizada por uma tontura estranha, a qual a pessoa tem dificuldade de contar para o médico, de encontrar palavras para explicar o que estão sentindo. Tem também uma dificuldade para caminhar, piora dos sintomas em ambientes com muitas informações visuais como frequentar shoppings e mercados e acaba tendo um link muito forte com o emocional, gerando muita ansiedade, medo, receio, insegurança e tristeza nas pessoas, as quais acabam virando refém da tontura delas. Então embora aconteça muito, é uma doença pouco reconhecida.


  • É mito ou verdade que o nosso labirinto não tem função no corpo?

Dr. Saulo: Mito! O labirinto serve para captar aceleração (e logo, movimento) e por meio dele o cérebro sabe quais os movimentos que o corpo está reproduzindo, como o exemplo de saber se o elevador está subindo ou descendo, se o carro está virando ou andando em linha reta.


  • É mito ou verdade que existem alimentos que podem piorar as crises de tontura?

Dr. Saulo: Mito, salvo exceções! Vou explicar. Uma coisa não pode ocorre:  que a qualquer tontura seja totalmente proibido o café, chocolate e doce, bem como outros alimentos. Isso não tem muito sentido, uma vez que são mais de 40 doenças que geram tontura, então, seria muito irracional achar que todas piorariam com esses alimentos. Assim, além do super incômodo da tontura, estaríamos muitas vezes gerando outro incômodo na vida da pessoa, que é proibir ela de comer coisas que ela gosta. Dessa forma,  o mais indicado é avaliarmos qual a causa da tontura, com o que de fato estamos lidando. Algumas doenças sim vão ser necessárias evitar alguns alimentos, mas varia muito de cada caso. No geral, na maior parte das doenças, não há uma limitação tão grande na parte alimentar.


  • É mito ou verdade que os hormônios femininos podem influenciar o funcionamento do labirinto?

Dr. Saulo: Verdade! Embora a gente não entenda muito bem como. Porém, é comprovado estatisticamente que é mais fácil as mulheres terem tonturas do que os homens e em especial mulheres na idade fértil, ou seja, antes da menopausa, mostrando que sim, tanto no labirinto quanto no próprio cérebro os hormônios femininos teriam alguma influência. Muitas mulheres também relatam que apresentam uma piora nos quadros de tontura no período pré-menstrual e menstrual, mostrando que existe uma relação entre o ciclo menstrual com seus picos hormonais conturbados, dependendo da fase do ciclo que a mulher está. Outras também comentam sobre uma piora no climatério, que é a fase da transição entre a idade fértil e a menopausa em que a mulher para de menstruar, então nesse período de transição pode ser visto como turbulento no ponto de vista hormonal, e muitas mulheres acabam piorando a tontura nesse período.

 

  • A labirintite tem relação com a pressão alta?

Dr. Saulo: Pode sim, pois a tontura funciona como um sinal de alarme para o seu corpo, mostrando que algo não está bem e essa coisa que não está bem pode ser no sistema circulatório, na pressão, chamada e tontura de origem cardiológica, caracterizada por um mal estar, um peso, uma pressão na cabeça e sensação de corpo ruim. Isso pode ocorrer na pressão alta, bem como a queda de pressão também pode ocasionar um tipo de tontura, chamada de lipotimia, que é caracterizada pela sensação de quase desmaio – essa por exemplo muita gente sente ao se levantar muito rápido, por exemplo.

 

  • Crianças podem ter labirintite?

Dr. Saulo: Muitas vezes, a gente associa a tontura como um problema de idosos, mas isso está errado, pois o pico de incidência das doenças que causam tontura é entre 40 e 60 anos, mas pode acontecer em qualquer idade, inclusive sim, em adolescentes e crianças. Por sorte, em crianças é bem mais raro que no adulto.

 

  • Qual atividade física é recomendada para quem tem tontura?

Dr. Saulo: Todas podem ser feitas, desde que dentro da zona de conforto e segurança das pessoas. Existem casos em que a vertigem é desencadeada por esforço físico ou por algum movimento específico da cabeça. De forma a dificultar e restringir muito a atividade física. Mas até mesmo essas pessoas, quando bem tratadas e controladas da doença por trás da tontura, costumam conseguir retomar os exercícios físicos sem grandes restrições.

 

  • Quem tem sofre de ansiedade e vertigem fóbica (TPPP) tem o mesmo tratamento?

Dr. Saulo: O tratamento não é exatamente o mesmo. Para a Vertigem Fóbica, o tratamento engloba medicamentos, fisioterapia vestibular e terapia cognitiva comportamental. Embora alguns medicamentos usados pra TPPP também sejam pra ansiedade, o tratamento para TPP tem suas particularidades em relação ao manejo do medicamento, doses e outros fatores.

 

  • Os problemas de estômago podem causar tontura? Isso tem alguma relação?

Dr. Saulo:  Em algumas pessoas, problemas gastrointestinais podem ser o gerador de tontura. Por exemplo, em pessoas que sofrem com gastrite ou refluxo e não sabem, elas podem sentir tontura. Claro que outras causas devem que ser descartadas para afirmar que a origem é um problema no estômago, mas sim, isso poderia ocorrer.


Rinite afeta cerca de 30% da população brasileira


Rinite é uma inflamação da mucosa nasal causada pela ação de agentes infecciosos, alergênicos ou de hiper-reatividade. Infelizmente, as temperaturas baixas aumentam os sintomas.

A rinite pode ser classificada em rinite alérgica, não alérgica e infecciosa. Rinite alérgica é a mais comum, caracterizada por um processo inflamatório crônico da mucosa nasal causada por alérgenos.

O otorrinolaringologista Dr. Alexandre Colombini explica mais sobre tratamentos e dicas de prevenção sobre essa doença, que atinge certa de 30% da população brasileira. 

“Acredita-se que um em cada três indivíduos apresentem processo alérgico ativo e que três em cada quatro indivíduos desenvolvem reação alérgica pelo menos uma vez na vida”, explica Colombini, que acaba de lançar um e-Book gratuito (https://www.dralexandrecolombini.com/ebooks),com  participação especial do Dr. Bactéria, o biomédico Roberto Martins Figueiredo.

No livreto online, Dr. Alexandre ressalta os sintomas característicos de rinite alérgica, entre os quais rinorreia (secreção nasal excessiva), prurido, congestão nasal e espirros. E ressalta que pode ocorrer: edema periorbitário, tosse seca, dispneia e disfonia. 

“Em alguns pacientes, pode desencadear sinusite, otite média, conjuntivite, faringite, laringite e asma. Os pacientes também podem descobrir reações cruzadas, por exemplo, os alérgicos a pólen da bétula podem descobrir que também são alérgicos à casca de maçã. Um sinal claro dessa ocorrência é a presença de prurido na garganta após ingerir uma maçã, ou mesmo espirros após descascar esta fruta. Isso ocorre devido às semelhanças das proteínas do pólen e dos alimentos. Há muitas substâncias com reações cruzadas” ressalta o médico.

Segundo o otorrino, para o diagnóstico, é preciso fazer uma boa consulta e realizar exame físico cuidadoso. O tratamento da rinite alérgica consiste em quatro estratégias principais:



1. Medidas para controlar o ambiente e evitar alérgenos

Evitar o máximo possível a exposição a alérgenos como pólen, ácaros e mofo.



2. Farmacoterapia: Anti-histamínicos orais, anti-histamínicos associados aos descongestionantes, outros fármacos como corticosteroides orais e tópicos nasais e antileucotrienos. Geralmente, para o tratamento da rinite alérgica, os anti-histamínicos de segunda geração são preferíveis aos de primeira geração. 



3. Imunoterapia: Este tratamento pode ser considerado mais eficaz nos casos de difícil controle, quando há resposta inadequada às outras opções de tratamento e na presença de comorbidades ou complicações. Frequentemente, a imunoterapia é combinada com a farmacoterapia e o controle do ambiente.



4. Cirurgia: Embora não haja um tratamento cirúrgico para a rinite alérgica, a cirurgia pode ser indicada no tratamento de comorbidades, como obstrução nasal por desvio do septo importante ou hipertrofia do corneto nasal inferior, hipertrofia de tonsilas faríngeas ou sinusite refratária e suas complicações. 

“A melhor prevenção da reação alérgica é evitar os alérgenos que a causa, além do controle ambiental, protegendo-se de ácaros e fungos. Em algumas situações pode ser útil evitar também o contato com animais de estimação. A educação dos pacientes, familiares e outros indivíduos próximos a ele é um elemento fundamental para promover aderência terapêutica e melhorar os resultados do tratamento da rinite alérgica”, finaliza Dr. Alexandre Colombini. 

 

Estudo revela estratégia para novos tratamentos contra tipo agressivo de câncer de mama

Visualização molecular do receptor de vitamina D e conformação de ligação prevista e orientação do peptídeo CSSTRESAC (imagem: Fernanda Staquicini )

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Pesquisa realizada com células de camundongos aponta um caminho promissor para novas linhas de estudo com foco no tratamento do câncer de mama triplo-negativo (TNBC, na sigla em inglês), um tumor agressivo e com alta probabilidade de metástase.

Um grupo de pesquisadores liderados pelo casal de brasileiros Renata Pasqualini (bioquímica) e Wadih Arap (cientista e oncologista) identificou um pequeno conjunto de aminoácidos (um peptídeo com a sequência CSSTRESAC) capaz de se ligar a um receptor alternativo para a vitamina D. Chamado de PDIA3, esse receptor é encontrado na membrana de macrófagos (importantes células de defesa do organismo) que se infiltram nos tumores de mama triplo-negativo e causam imunossupressão.

De acordo com a pesquisa, a administração sistêmica de CSSTRESAC levou à elevada expressão de citocinas antitumorais e à modulação da resposta celular. Em conjunto, esses dois fatores ativaram a resposta imune e reduziram o crescimento dos tumores nos camundongos. O resultado do trabalho foi publicado na revista científica eLife.

“Nossa estratégia é diferente e certamente complementa as abordagens mais convencionais. Em vez de tratarmos diretamente as células tumorais, usamos CSSTRESAC para modular e induzir uma resposta imune mais eficiente. Essa estratégia, se combinada à cirurgia, quimioterapia e radioterapia, pode oferecer uma alternativa mais robusta para o tratamento de tumores de mama triplo-negativo, que normalmente são muito agressivos e de difícil controle clínico local e sistêmico”, afirma Pasqualini, em entrevista à Agência FAPESP.

A pesquisadora lembra que as conclusões ainda são baseadas em modelos experimentais em camundongos, mas afirma que os dados são animadores. “Ainda há um caminho a percorrer até chegar aos ensaios clínicos de fase 1 em pacientes humanos. No entanto, os resultados publicados são promissores, justificando o avanço dessa linha de pesquisa visando ao desenvolvimento de estudos de tradução clínica na próxima fase.”

Pasqualini, juntamente com Arap, coordena atualmente um laboratório na Universidade Rutgers, em Nova Jersey (Estados Unidos). Neste trabalho, um terço dos coautores é brasileiro, incluindo a primeira autora, Fernanda Iamassaki Staquicini, que foi bolsista da FAPESP no início dos anos 2000.

Esse trabalho também teve apoio da FAPESP por meio de dois projetos (12/24105-3 e 20/13562-0) coordenados pelo professor Mauro Javier Cortez Véliz, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Panorama

O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais comum no mundo, com estimativa de aproximadamente 2,3 milhões de novos casos por ano. Representa quase 25% dos cânceres em mulheres e também é a causa mais frequente de morte pela doença nessa população, com 684 mil óbitos estimados ao ano. O tipo triplo-negativo (TNBC) compreende entre 10% e 20% dos registros de câncer de mama.

No Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), excluídos os tumores de pele não melanoma, o de mama também é o mais incidente em mulheres em todas as regiões, com taxas maiores no Sul e Sudeste. Para este ano, são estimados 66.280 novos casos no país (43,7 casos por 100 mil mulheres). É também a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira.

O TNBC é considerado um tumor agressivo, geralmente com tamanho maior no início, e de rápido crescimento, com chances de metástase. Apresenta também probabilidade maior de recidiva após o tratamento.

É diagnosticado por meio de exames que analisam as células cancerosas – se elas não tiverem receptores de estrogênio ou progesterona e não produzirem a proteína HER2, o câncer de mama é considerado triplo-negativo.

A disseminação metastática geralmente ocorre por meio da eliminação de linfócitos (células de defesa) infiltrantes de tumor e da secreção de citocinas imunoinibitórias, principalmente os macrófagos associados ao câncer. Por causa desse maior número de linfócitos infiltrantes, o TNBC é mais propenso a responder à imunoterapia, o que levou os pesquisadores a investigar as funções imunorreguladoras mediadas pelo peptídeo CSSTRESAC.

Nova técnica

Na pesquisa, o grupo aplicou a tecnologia de exibição de fago in vivo para isolar peptídeos encontrados no tumor como uma estratégia para descobrir alvos não malignos. Essa técnica captura proteínas ou frações delas que interagem com moléculas-alvo.

Identificaram, assim, o peptídeo cíclico (CSSTRESAC) que se liga especificamente ao receptor de vitamina D, a proteína dissulfeto-isomerase A3 (PDIA3), expressa na superfície dos macrófagos associados ao tumor.

“A administração sistêmica de CSSTRESAC em camundongos com TNBC mudou o perfil de citocinas em direção a uma resposta imune antitumoral e retardou o crescimento do tumor. Além disso, o CSSTRESAC permitiu a entrega teranóstica direcionada ao ligante para tumores. Um modelo matemático confirmou nossos achados experimentais”, concluem os cientistas no artigo.

Teranóstico é um novo conceito que vem sendo usado na medicina nuclear para tratamento de câncer e transforma, simultaneamente, em ferramenta para diagnóstico e para tratamento os radiofármacos usados diretamente em tumores.

“Nosso próximo objetivo é avaliar a integração dessa estratégia com outras terapias já aprovadas e em uso para o tratamento do câncer de mama triplo-negativo. A radioterapia, por exemplo, é efetiva a curto prazo, mas ainda frustra porque ocorre com frequência a recidiva dos tumores localmente ou em metástases em outros órgãos. Nesse sentido, a combinação da radioterapia com o nosso peptídeo tem chance de melhorar o prognóstico das pacientes com o controle local do tumor”, explica Staquicini.

A parceria do grupo começou há alguns anos e inclui um trabalho desenvolvido no ICB-USP que apontou como a Leishmania explora vias de sinalização de receptores do tipo Toll endossomais via TLR9 (responsável pelo reconhecimento do DNA não metilado de patógenos, como bactérias, vírus e parasitas) para inibir a função microbicida de macrófagos, favorecendo sua proliferação intracelular no hospedeiro. Esse artigo foi publicado em 2019 no The Journal of Clinical Investigation insight.

Atualmente, o laboratório dirigido por Pasqualini e Arap é reconhecido internacionalmente por contribuições nas áreas de biologia vascular, mecanismos de progressão em vários tipos de câncer e de desenvolvimento de abordagens terapêuticas inovadoras. Nesse aspecto, chama a atenção o potencial demonstrado da relevância clínica de moléculas com efeito terapêutico dirigidas às células-alvo, aumentando a atividade biológica e reduzindo efeitos colaterais.

A capacidade de mapear marcadores moleculares, dentro do conceito de “códigos postais” em vasos sanguíneos do corpo humano, foi aprimorada ao longo de duas décadas pelo grupo e por cientistas de outros centros de estudo. Esses “códigos” consistem em uma tecnologia de mapeamento das moléculas que proporciona o direcionamento dos medicamentos exclusivamente nas células-alvo do organismo.

É uma analogia com o CEP, ou seja, a ciência encontra o “endereço exato” de células doentes, principalmente tumores, e envia uma “encomenda” capaz de eliminar especificamente a doença, sem afetar a vizinhança.

O artigo Targeting a cell surface vitamin D receptor on tumor-associated macrophages in triple-negative breast cancer pode ser lido em: https://elifesciences.org/articles/65145.

 

 

Luciana Constantino

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/estudo-revela-estrategia-para-novos-tratamentos-contra-tipo-agressivo-de-cancer-de-mama/37505/


Campanha nas redes sociais arrecada fundos para tratamento de bebê com doença rara e degenerativa

Família de Gabriela corre contra o tempo para impedir a progressão da doença cujo remédio custa R 9 milhões; trata-se da medicação mais cara do mundo

 

Com apenas três meses de vida, Gabriela Giannaccari já pode ser considerada uma vencedora. Desde que nasceu, a bebê convive com uma doença rara e degenerativa que causa atrofia muscular e a impede de realizar ações que o corpo humano não precisa ser ensinado a fazer, como engolir e respirar. Denominada de AME, a Atrofia Muscular Espinhal Tipo 1 é uma doença genética, progressiva e muitas vezes letal, que afeta aproximadamente um em cada 10 mil nascidos vivos. Inclusive, é a principal causa genética de morte em bebês.

A cada dia que passa, Gabriela perde funções que permitem que ela se movimente, respire e mame sem a ajuda de aparelhos. "Esta doença não espera. Como todos os pais do mundo, sonhamos que nossa menina possa crescer cheia de vida e ser feliz. Mas, infelizmente, sozinhos, nós não vamos conseguir", afirma a mãe, Juliane, ao lado de seu esposo, Gustavo Giannaccari. Ela se refere à medicação que impede a progressão da doença e paralisa a atrofia, chamado Zolgensma, cujo preço é de R 9 milhões. É a medicação mais cara do mundo.

Produzido pela suíça Novartis, o Zolgensma impede a progressão da Ame por construir uma cópia funcional do gene humano que produz a proteína responsável pelos neurônios vinculados à atividade motora - desde que seja tomado antes de Gabriela completar seis meses. Estudos apontados pela Anvisa mostraram que o uso da substância garante sobrevida aos pacientes. Entretanto, por ser uma medicação extremamente cara, os pais de Gabriela correm contra o tempo para obter ajuda por meio de doações.

"Um grupo de amigos e de familiares entrou em ação no Instagram, de forma voluntária, e aos poucos foram chegando mais colaboradores. Uma equipe não profissional nos dá o apoio possível, criando posts, imagens, vídeos sobre o dia a dia de Gabriela. A ajuda vem, inclusive, de pessoas que já passaram pela dificuldade de conseguir um tratamento de custo tão inacreditavelmente alto", diz a mãe.

Nas redes, eles tentam mostrar com leveza o dia a dia da Gabriela na UTI do hospital. "Divulgamos rifas de produtos variados que são doados para esse fim, e buscamos, incessantemente, conseguir ajuda e apoio. Temos esperança de que pessoas que já tenham se mobilizado com causas semelhantes nos ajudem também", explica Juliane.

Conforme ela conta, quando a notícia chegou à região de Guaxupé, cidade onde a família paterna da Gabriela morou desde 1987, a campanha ganhou muita força e as arrecadações aumentaram. Além da contribuição individual para a campanha, dezenas de lojas e grupos se juntaram em ações como rifas, sorteios, jogos esportivos beneficentes, doação de porcentagens do faturamento de seus negócios, fabricação de peças destinadas exclusivamente a vendas revertidas para a campanha. "A partir daí, recebemos o apoio de várias mídias locais, foram feitas publicações em revistas e jornais, entrevistas em rádios e na TV da região do Sul de Minas. Recebemos também apoio para a divulgação da campanha de várias figuras públicas e de mais de 50 influencers com número expressivo de seguidores", revela a mãe da bebê.

A primeira figura pública a apoiar a campanha foi Marcos Frota e, depois, Milton Neves, que se prontificaram a gravar vídeos para ajudar assim que souberam do caso - ambos são da região de Guaxupé. Depois, veio apoio de atores e atrizes como Humberto Martins, Giovanna Lancelotti e Pedro Lemos, e de cantores, como Trio Parada Dura, Gian e Geovani e de outros. Recebemos também apoio aberto do Corinthians Futebol Clube, com divulgação e entrada do time em campo com uma faixa alusiva ao caso. Flamengo e Ponte Preta também doaram camisas autografadas, que foram rifadas.

"Precisamos chegar a muitas pessoas. Não importa o valor das doações; contanto que as pessoas se mobilizem a ajudar nossa pequena, toda ajuda é valiosa. A cada dia, Gabriela perde funções que não voltam, mesmo com a medicação da Novartis (o que ela perdeu não retornará nunca mais). Por isso, precisamos de muita divulgação para salvá-la", diz Juliane.

Atualmente, a bebê Gabriela sente muitos incômodos na UTI porque precisa utilizar sonda no estômago para se alimentar e um respirador não invasivo, na cabecinha, para ajudar a respiração. "Ver minha filha vivendo desta forma é muito dolorido, mas tenho fé que conseguiremos o dinheiro para propiciar o melhor tratamento possível para ela".

Gabriela já tomou algumas medicações para retardar o avanço da doença, entre elas o EVRYSDI® (Risdiplam) e o SPINRAZA (Nusinersena). As duas medicações ajudam no controle da Ame, mas pelo diagnóstico extremamente precoce e pela idade da bebê, o melhor resultado possível é adicionar a esses dois a terapia gênica, o Zolgensma.

O Zolgensma não é disponibilizado pelo SUS, apesar de ter registro e ser autorizado para uso no Brasil. Com ele, Gabriela poderá voltar a ter movimentos, com a possibilidade de chegar até mesmo a andar, respirar sem ajuda de equipamentos e se alimentar por via oral. "As perdas que ela já tiver sofrido não serão totalmente revertidas, por isso o tempo faz toda a diferença", esclarece a mãe.

Para ajudar Gabriela, basta doar qualquer quantia nas seguintes contas:

PayPal

Vakinha

PIX (Itaú) - Não esqueça de colocar o A no meio de ame a Gabriela :)

Campanha Instagram: @ame.gabriela

 

Valorizar a inovação é uma causa social


Quando falamos de inovação parece que o principal conceito envolvendo este tema está ligado apenas em “ser algo totalmente novo”. Entretanto, a inovação pode estar em qualquer lugar ao nosso redor, bastando, essencialmente, que seja algo diferente do que já existe. Antes mesmo do ser humano aparecer no mundo, as inovações já aconteciam na natureza. Com a nossa chegada, a capacidade de criar novidades aumentou de forma exponencial. Hoje, além desta capacidade ser gigantesca, considerando-se toda a população existente, o tempo decorrido entre uma novidade e outra é cada vez menor. O que a natureza levava milhares de anos para criar, hoje inovamos na casa dos dias, as vezes em horas. 

É preciso ter em mente que toda evolução também está ligada ao ato de inovar. Podemos tomar como exemplo a evolução da roda. O que foi “inventado” em pedras, passou depois para madeiras brutas, que depois passou a ser mais bem trabalhado em metais e por fim, as rodas como conhecemos hoje em dia, com ligas e borracha.  Hoje não percebemos mais isso, mas a cada momento houve inovação (nos materiais e nos processos). Com o tempo estas inovações são incorporadas à história, passando a integrar a evolução do sistema. Por isso, sempre digo que “toda inovação em si, tem data de validade”. Novamente, a grande diferença percebida entre as inovações do passado e as de hoje é o tempo. Se antes tínhamos 50 anos para achar a solução do problema, hoje temos 50 minutos. 

Também acredito que a inovação não surge pela simples vontade de inovar. Ela sempre surge da necessidade de resolvermos algum problema, alguma demanda específica. É olhando para estes problemas que novas ideias surgem. Depois devemos ser capazes de transformar estas ideias em soluções viáveis, que possam de fato chegar ao mercado. Para mim, “inovação é nota fiscal, senão, não passa de ideia inovadora”. Esta capacidade de execução é o que separa o joio do trigo, pois no final, só conhecemos aquilo que de fato foi realizado. Milhares de ideias e iniciativa morrem pelo caminho. 

Com base nesse conceito, a inovação deve ser vista como qualquer nova solução de problemas, onde usufruímos de diversas ferramentas para implementarmos tais soluções. São estas ferramentas que chamamos de tecnologias, independentemente de estarem ligadas às áreas de eletrônica ou de softwares. A tecnologia está presente tanto na startup de aplicativos de mobilidade quanto na indústria de martelos.

 Quando nos propomos à criação de um ecossistema de empreendedorismo baseado em inovação tecnológica, temos que ter em mente que ideias inovadoras costumam surgir em ambientes adequados e propícios, que fomentem conexões efetivas e duradouras. Um ambiente atraente, mas não livre em demasia. Regrado e organizado, mas ainda flexível o suficiente para que as mudanças aconteçam. Não pode ser nem muito sólido, nem muito gasoso. Aqui no InovaNEX batizamos este ambiente de “Nexosfera Líquida”, isto é, um ambiente de conexões bastante flexível. 

Para que esta estratégia funcione é preciso também ter um propósito muito claro: “Ajudar pessoas e empresas a evoluírem” que está muito alinhado com os valores e princípios dos nossos fundadores e de todos os nossos colaboradores. Este propósito nos orienta à integração total entre comunidade e mercado, focando nos pilares que acreditamos serem os motores desta evolução: conhecimento, comportamento, tecnologia e inovação. 

Para que o ecossistema proposto tenha resultados positivos é preciso levar em consideração ainda o conceito do tripé da inovação, que consiste em alinhar a capacidade de uma ideia inovadora ser factível, viável e desejável pela sociedade. Todo projeto ou ideia deve ser analisada por este prisma, para que possamos checar o quanto ela foi pensada e desenvolvida em relação a estes 3 eixos. Esta análise demostra o real potencial de virar inovação. Todos que desejem criar ou investir em inovação e tecnologia devem buscar um equilíbrio dentro deste tripé. Desta forma, toda inovação deve devolver um valor positivo à sociedade, e por isso consideramos que valorizar corretamente a inovação não deixa de ser uma causa social.

  


David Souza - diretor vice-presidente da InovaNEX.

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