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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Novembro Azul: 5 informações que todo homem precisa saber sobre câncer

No mês de conscientização do câncer de próstata e de incentivo ao cuidado da saúde masculina como um todo, saiba mais sobre os tumores mais comuns em jovens adultos e idosos


A luta dos profissionais da saúde para desmistificar os tabus acerca da saúde dos homens é de longa data, especialmente no que diz respeito ao diagnóstico de tumores masculinos e aos exames preventivos. Isso porque, historicamente, os homens não adquiriram o hábito de observarem certos sinais do corpo que podem ser indicadores de doenças mais graves, além de não manterem as consultas e os exames em dia com mais disciplina.

O INCA estima que no triênio 2020-2022 serão 65.840 novos casos de câncer de próstata por ano no Brasil - o segundo tipo de tumor mais incidente nos homens - ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Ainda segundo o Instituto, cerca de 75% dos casos no mundo acontecem a partir dos 65 anos de idade.

Há alguns fatores relevantes que podem colaborar com o desenvolvimento de tumores e que merecem atenção dos pacientes, como a idade e o histórico familiar. De acordo com o Dr. Andrey Soares, oncologista do CPO Oncoclínicas, os homens que fazem parte do grupo de risco devem iniciar os exames por volta dos 45 anos. "Pessoas com mutações familiares e com predisposição genética para o câncer de próstata, assim como homens negros e aqueles que têm parentes próximos que já passaram pela doença, precisam ficar mais atentos devido a maior chance, estatisticamente, de desenvolverem tumores", afirma Dr. Andrey.

Apesar do câncer de próstata ser um dos mais incidentes entre a população masculina no Brasil - e por isso, o que recebe mais destaque em campanhas de conscientização - há outros tumores que os homens devem ficar atentos, como o câncer de testículo, que corresponde a 5% do total de casos de câncer entre o gênero, de acordo o INCA.

"Diferente dos outros tipos de câncer, ele tem alto índice de desenvolvimento em pessoas mais jovens, dos 15 aos 50 anos. Nessa fase, há chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por orquiepididimites (inflamação dos testículos e dos epidídimos, canais localizados atrás dos testículos e que coletam e carregam o esperma) geralmente transmitidas sexualmente. Além disso, a doença tem características importantes que podem definir o prognóstico do paciente: a possibilidade de apresentar um crescimento anormal das células muito rapidamente, o que aumenta as chances de metástase no pulmão, fígado e ossos. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para garantir maior chance no sucesso do tratamento , explica Dr. Andrey.

Confira a seguir mais informações que todos os homens devem saber tumores masculinos, esclarecidas pelo Dr. Andrey Soares, oncologista do CPO Oncoclínicas: 



Existe alguma forma de prevenção do câncer de próstata?

Diferente de outros tipos de tumor, não há comprovação científica de que hábitos de vida evitáveis seriam efetivos na redução do risco de desenvolver a doença. Ainda assim, há indicativos de que uma alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos são aliadas da saúde e, portanto, não devem ser ignoradas como ações efetivas para o bem estar masculino em todas as idades.

"Há uma associação - ainda que pequena - entre atividade física e a diminuição de chances de aparecer câncer de próstata. Ainda que não haja conclusões mais detalhadas sobre a associação dos hábitos de vida e a incidência desta tipo de tumor masculino, o INCA e o Ministério da Saúde concordam que uma rotina saudável, alimentação balanceada e outros fatores ligados ao bem-estar podem ajudar na prevenção não só deste, como de diversos outros tipos de carcinomas", pontua Andrey Soares. 



Os tumores masculinos surgem somente em homens mais velhos?

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre o gênero masculino (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Esse tipo de tumor atinge cerca de 75% dos homens com 65 anos. De acordo com o especialista, um dos fatores que levam a descoberta do tumor já em estágio avançado, é a questão da barreira sociocultural a ser superada.

"A maior dificuldade para os homens é aceitar que devem manter o acompanhamento médico e os exames em dia para prevenir a doença - especialmente a partir dos 50 anos, que necessitam mais de um olhar individualizado. Infelizmente, o público masculino tem mais dificuldades em compartilhar suas fragilidades e ainda há muito preconceito com o exame de toque retal, que dura menos de um minuto, é indolor e capaz de detectar o tumor precocemente. Por conta disso, muitos homens solicitam aos seus médicos apenas o exame de sangue, o que não é o suficiente para fechar um diagnóstico", explica Dr. Andrey.

Já o câncer de testículo, apesar de ser considerado raro, afeta de forma mais frequente homens com idade entre 15 a 50 anos. De acordo com o INCA, esse tipo de tumor é responsável por cerca de 5% do total de casos. "Os sintomas mais comuns são aumento do testículo e/ou dor. É muito comum que os homens o descubram no banho, durante a higiene, por isso o autoexame da área é a melhor forma de garantir uma possível detecção precoce de qualquer alteração", comenta o Dr. Andrey. Ainda de acordo com o especialista, se diagnosticado em fase inicial é possível ter cerca de 90% de chance de sucesso no tratamento, mas a barreira do preconceito ainda precisa ser superada.

Assim como o tumor testicular, o câncer de pênis também é considerado um tumor raro, porém, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. "No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem a população masculina. Apesar do câncer de pênis ser ainda pouco falado, é responsável por mais de mil amputações por ano no Brasil", diz o especialista. 



Quais são os sintomas que os homens devem ficar atentos?

O câncer de próstata não costuma apresentar sintomas até estágios mais avançados. Por isso, é recomendada a visita anual ao urologista para que seja feita uma detecção precoce não só do câncer, como de outras doenças da próstata. "Caso o paciente apresente sintomas, os mais comuns são a dificuldade de urinar, sangue e diminuição do jato de urina ou necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. No entanto, nem sempre esses sintomas indicarão a presença de câncer, já que podem estar associados a um aumento benigno da próstata, conhecida como hiperplasia benigna", explica Dr. Andrey.

Já o câncer de testículo é caracterizado pela presença de massa escrotal ou de um nódulo duro e é indolor. No entanto, alguns pacientes podem apresentar dor no endurecimento dos testículos e em alguns casos, aumento do volume ou sensibilidade da mama. Alguns sintomas inflamatórios, como inchaço, dor e aumento da temperatura dos testículos também podem ocorrer.

No caso do câncer de pênis, os sintomas podem ser bastante visíveis. Os mais comuns são mudanças na pele - a área fica mais grossa, com alteração de cor e pode apresentar nódulo, ferida que sangra ou não cicatriza e erupção cutânea vermelha sob o prepúcio. A cabeça do pênis pode apresentar inchaço e quando o tumor alcança os gânglios linfáticos, a virilha também pode desenvolver nódulos. 



É possível preservar a fertilidade mesmo após o câncer?

Nos casos de pacientes mais jovens e ssem filhos, a fertilidade é um fator que pode gerar uma grande preocupação durante o tratamento oncológico. Por isso, tirar dúvidas e manter uma boa comunicação com o oncologista e com toda a equipe multidisciplinar é fundamental para se manter bem informado sobre o impacto dos medicamentos no organismo

Alguns exames podem ser oferecidos aos pacientes do sexo masculino, como a realização de análises de sêmen para testar a contagem e qualidade dos espermatozóides antes da radioterapia e/ou quimioterapia. Além disso, o método clínico atualmente disponível para preservação de fertilidade nestes pacientes é a criopreservação de espermatozóides (congelamento do sêmen), em que amostras são armazenadas em tanques de nitrogênio líquido por tempo indeterminado - o que é recomendado especialmente para pacientes com câncer de testículo. 



A cirurgia de câncer de testículo pode deixar sequelas?

A única sequela pode estar relacionada à fertilidade, que pode ser prejudicada. Em alguns casos, há a necessidade de reposição hormonal. No entanto, raramente ocorre algum dano na função sexual. Em relação à estética, são utilizadas próteses testiculares de silicone implantadas no ato da retirada do testículo sem deixar cicatrizes e imperceptíveis visualmente quando comparadas ao testículo normal.

 

Precisamos falar sobre a saúde dos homens

O mês de novembro é integralmente dedicado para reforçar o alerta e a importância da conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase na prevenção do câncer de próstata

 

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. O Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima que em 2020, serão 65.840 novos casos da doença, que interrompe mais de 15 mil vidas por ano. 

Por isso, é muito importante darmos relevância para o Novembro Azul, campanha que busca conscientizar a respeito da necessidade da prevenção e diagnóstico do câncer de próstata, além da importância de cuidados integrais com a saúde do homem. 

Mas, afinal, o que aumenta o risco? O médico urologista e Professor Livre-Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Marcos Dall'Oglio, explica que a idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. 

A idade não é o único fator de risco. Outros fatores relacionam-se com a história familiar de câncer de próstata em parente de primeiro grau e também dieta rica em gordura de origem animal.

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor em fase inicial e, assim, possibilitar a melhor chance de cura definitiva. Segundo Dr. Marcos, pode-se identificar por meio da investigação, com exames como o toque da próstata e PSA no sangue apenas uma vez ao ano.

Para o urologista, os homens precisam entender que a saúde é o nosso bem mais precioso. Além disso, é importante que tenhamos uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal. Outros hábitos saudáveis também são recomendados, como atividade física diariamente, manter o peso adequado à altura, identificar e tratar adequadamente a hipertensão, diabetes e problemas de colesterol, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

"Estudos evidenciam que o câncer de próstata é mais comum em homens acima de 50 anos, mas em qualquer idade e fase da vida, é importante ter o acompanhamento médico, pois sabemos que o diagnóstico precoce de qualquer doença fornece ao paciente uma chance maior de cura e aumento da expectativa de vida", finaliza o Dr. Marcos Dall'Oglio. 

 



Dr. Marcos Dall'Oglio - Possui graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1993) e doutorado em Medicina (Urologia) pela Universidade Federal de São Paulo (2000). Professor Livre-Docente da Faculdade de Medicina da USP desde 2008. Tem certificação para atuar em cirurgia robótica (Urologia) pela Intuitive Da Vinci Surgical System Training. Atuou como Diretor Médico Oncocirúrgico e Chefe do Setor de Uro-Oncologia do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e como Chefe do Setor de Uro-Oncologia da Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas (HCFMUSP). Professor Associado da Faculdade de Medicina da USP desde 2012. Atua em Cirurgia Robótica Urológica, com linhas de pesquisa principalmente nos seguintes temas: fatores prognósticos do carcinoma de células renais, câncer de bexiga, de próstata e testículo, neoplasias malignas do trato genitourinário, técnicas cirúrgicas em urooncologia.


CCR ViaOeste e Instituto CCR sensibilizam motoristas sobre riscos do diabete

Durante esta semana os caminhoneiros que trafegam no sistema Castello-Raposo estão recebendo orientações sobre a doença; 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes


A CCR ViaOeste e Instituto CCR estão realizando nesta semana sensibilização dos caminhoneiros sobre um grande risco para a saúde: o diabetes. A iniciativa acontece na base fixa do Programa Estrada para a Saúde, instalada na Área de Descanso do Caminhoneiro, no km 57 da rodovia Castello Branco, sentido capital, e marca o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro. 

Em 2019, mais de 2 mil caminhoneiros foram atendidos pelo Programa e realizaram o teste de glicemia. Desse total, 13% apresentou alteração no resultado do teste, com glicemia fora dos padrões adequados. Segundo o Ministério da Saúde, em 10 anos houve um crescimento da doença em 61,8% no Brasil. 

O diabetes é causado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, um hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Os profissionais que atuam no Programa Estrada para a Saúde irão alertar os motoristas sobre os principais sintomas da doença, como cansaço fácil, muita sede, maior apetite e urina aumentada. No tipo 1 de diabetes, prevalece o emagrecimento da pessoa. Enquanto no tipo 2, há um ganho considerável de peso. 

Essa doença provoca graves efeitos no organismo, como lesões cutâneas, principalmente nos pés, enfraquecimento e queda dos dentes, parada da função renal, perda da visão com grande risco de levar à cegueira, bem como pode ocasionar problemas cardíacos. 

Outro ponto importante que será destacado aos caminhoneiros são os fatores de risco que levam à doença, dentre eles o consumo excessivo de doces, carboidratos, refrigerantes, alimentos industrializados, carnes gordurosas, itens derivados da farinha de trigo, além da ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. A obesidade e sedentarismo também estão na lista dos riscos.

Para prevenir a doença, é fundamental evitar o consumo desses alimentos e manter uma dieta equilibrada, com frutas, legumes, ovos, peixe, frango e arroz integral. É importante realizar exames de glicemia e consultar o médico regularmente. Adotar a prática de atividades físicas é outra forma de combater o diabetes. 


Estrada para a Saúde

O Programa “Estrada para a Saúde”, da CCR ViaOeste, oferece a oportunidade do caminhoneiro cuidar do seu bem estar físico e mental gratuitamente. Na base, ele pode realizar: exames de glicemia, colesterol e pressão arterial; acuidade visual; cálculo de IMC; consultas especializadas com enfermeiros; tratamentos odontológicos preventivos; além de usufruir de serviços como corte de cabelo e massagem bioenergética. Os serviços são oferecidos diariamente em um moderno Centro de Atendimento, instalado na Área de Descanso do Caminhoneiro no km 57 da Castello, sentido capital.

 


www.viaoeste.com.br


Pesquisa aponta efeito positivo do Outubro Rosa, mas mulheres ainda não realizam exame regularmente

Entrevistados pela Toluna responderam sobre a campanha de conscientização do câncer de mama


Uma pesquisa realizada com 543 mulheres de todas as regiões do Brasil constatou que 98% delas conhece a campanha do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O estudo feito pela Toluna, empresa que fornece insights em tempo real sobre os consumidores, constatou que 60% dos pesquisados conversa sobre o assunto com amigas e familiares e 18% não debate o assunto.

As entrevistadas foram questionadas se realizam os exames de prevenção ao câncer de mama, 45% disse fazer o autoexame e consultar regularmente o médico, 16% afirmou fazer exames periodicamente e 15% respondeu só fazer o autoexame. Já 14% disse não fazer exames. 

Questionadas sobre o motivo de não realizarem os exames regularmente, 19% das entrevistadas responderam que o valor cobrado pelas consultas é alto, 16% afirmou não ter tempo de ir ao médico, 16% disse não saber como realizar o autoexame e 16% respondeu ter medo do diagnóstico. 

Entre as mulheres que responderam a pesquisa, 63% respondeu conhecer alguém que já teve câncer de mama, 4% afirmou que teve câncer de mama e 32% disse não ter tido e nem conhecido alguém que foi diagnosticado.

Das entrevistadas que tiveram câncer de mama, 38% fez o tratamento através de serviços públicos, 43% pelo plano de saúde e 17% pagou por serviços particulares. 

A campanha do Outubro Rosa foi assunto na mídia e a internet foi o maior veículo de comunicação durante o mês, com 80% das entrevistadas respondendo que receberam informações nas redes sociais. 64% disse ter visto na televisão e no rádio e 48% afirmou ter visto cartazes, folhetos e outdoor sobre a campanha. Menos de 1% respondeu não ter visto informações sobre Outubro Rosa na mídia. 

As entrevistadas foram solicitadas a apontar as marcas que viram ter ações sobre o Outubro Rosa. Natura, Lojas Marisa, Avon e Dove foram as mais apontadas na pesquisa. 

A pesquisa da Toluna foi realizada entre os dias 25 e 29 de outubro de 2020, com 847 entrevistados, sendo 543 mulheres das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, onde pessoas da classe C2 tem renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês. Estudo feito com pessoas acima de 18 anos, de todas as regiões brasileiras, com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de margem de confiança.

 


Toluna

tolunacorporate.com


Inseminação artificial ou fertilização in vitro: qual a mais indicada para você

Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam mais de 36 mil nascimentos anuais por meio de tratamentos de fertilização. Somente no Brasil foram feitas cerca de 40 mil fertilizações in vitro em 2017. Segundo o IBGE, mais de 10 mil crianças são geradas por tratamento de reprodução assistida por ano, no país. Hoje, há cerca de 166 serviços de reprodução assistida cadastrados na Anvisa, que fazem o trabalho de coleta de óvulos, inseminação do espermatozoide no óvulo e transferência do embrião para o útero.

Segundo a ginecologista e obstetra, Dra. Karina Tafner, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa, e em reprodução assistida pela FEBRASGO; as taxas de sucesso dependem de vários fatores como morfologia uterina, integridade endometrial, resposta ao estímulo ovariano, qualidade do sêmen, idade do homem, reserva ovariana, qualidade do embrião, laboratório utilizado, a causa da infertilidade e, o mais importante, a idade da mulher. 

O crescimento pela procura do tratamento, segundo a Rede Mater Dei de Saúde, está relacionado a questões sociais ou problemas de infertilidade. “Outro fator que tem se tornado comum são os casais homossexuais que sonham com filhos e recorrem ao tratamento. Há também casais que querem resguardar os gametas previamente a um tratamento oncológico, o chamado oncofertilidade e os que recorrem ao útero de substituição (popularmente conhecido como barriga de aluguel)”, acrescenta Karina Tafner.

Abaixo, a especialista aponta as características de ambos os procedimentos:

 

Inseminação artificial ou intrauterina (IIU)

Chamada de tratamento de baixa complexidade, engloba o coito programado e a IIU, visando aumentar a chance de gestação através da fecundação dentro do organismo feminino. A IIU pode ser indicada em mulheres anovuladoras, quando há fator masculino leve, distúrbios de ereção ou ejaculação, endometriose leve, uso de sêmen de doador ou sêmen congelado anteriormente e quando não se sabe a causa da infertilidade do casal, após pesquisa adequada. “Tanto no coito programado quanto na IIU, os passos iniciais são os mesmos, começando pelos tratamentos com a estimulação ovariana”.

 

- Estimulação ovariana: Promove a ovulação em pacientes com alteração da mesma ou promove o desenvolvimento de múltiplos óvulos em pacientes com ovulação normal. As medicações podem ser administradas via oral ou subcutânea. O período de uso da medicação para estímulo ovariano e crescimento folicular (o folículo consiste em camadas de células que contêm o óvulo) varia, em média, de 8 a 12 dias.

 

Durante o período de estímulo ovariano, a paciente deve realizar ultrassons transvaginais seriados, a fim de acompanhar e avaliar o tamanho dos folículos em crescimento. Quando esses folículos atingem o tamanho ideal para a ovulação, é administrada nova medicação que leva à ruptura folicular e consequente ovulação.

 

“Até essa etapa, ambos os tratamentos de baixa complexidade são semelhantes. No coito programado, o casal é orientado a ter relações sexuais em casa nos dias seguintes. Já na IIU, de 36 a 40 horas após a administração da medicação para ruptura folicular”, frisa Karina Tafner.

 

- Inseminação: O sêmen é coletado (por masturbação) e processado em laboratório especializado. Em posição ginecológica, a paciente recebe o sêmen, introduzido dentro do útero através de um cateter que passa pelo colo uterino.

 

- Pós procedimento: Após a IIU, a paciente permanece em repouso por cerca de 20 minutos na sala. Depois, é liberada para retomar suas atividades diárias, sem restrições.

 

- Taxas de sucesso: Por ser um tratamento mais simples, há menores taxas de gestação, variando em torno de 10 a 20%.

 

- Riscos: Os riscos da IIU são praticamente inexistentes. Os maiores são de gestação gemelar (gêmeos).

 

- Custo: Inseminação – de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil

Tratamento que inclui consultas, recolhimento e tratamento do esperma e inserção no útero – de R$ 500 a R$ 2 mil

Hormônios injetáveis – R$ 1 mil

 

Fertilização in vitro (FIV)

A FIV é um tratamento de alta complexidade, em que a fecundação, ou seja, a formação do embrião, ocorre no laboratório de reprodução assistida, fora do organismo feminino. “A FIV é o único tratamento que pode ser realizado quando há um fator masculino grave ou obstrução das trompas. É indicado após falha de tratamento de baixa complexidade, quando o tratamento será realizado com óvulos doados, útero de substituição, casais sorodiscordantes, endometriose grave, baixa reserva ovariana e para gestar com oócitos congelados previamente”, diz a especialista. A etapa inicial da FIV também consiste em estímulo ovariano, para a produção de um maior número de óvulos a serem manipulados.

 

- Estímulo ovariano: Tem duração semelhante ao estímulo dos tratamentos de baixa complexidade. “Porém, quando os folículos atingem o tamanho desejado, a paciente não sofre a ruptura folicular. É agendada a aspiração folicular para a captura do óvulo”.

 

- Aspiração folicular: Ocorre em centro cirúrgico, sob sedação. Os óvulos são aspirados por agulhas específicas, ligadas ao transdutor do ultrassom transvaginal. A agulha penetra nos ovários e nos folículos, aspirando todo o conteúdo folicular. Este é encaminhado imediatamente para o laboratório de FIV (que costuma ser anexo ao centro cirúrgico). O procedimento dura cerca de 20 minutos. No mesmo momento, os espermatozoides são colhidos (por masturbação) e também encaminhados ao laboratório.

 

- Fertilização: O encontro dos óvulos com os espermatozoides acontece no laboratório, e o embrião tem seu desenvolvimento acompanhado por 3 a 5 dias.

 

- Transferência do embrião para dentro do útero: É feita através de um cateter que é inserido pelo colo do útero, com a mulher em posição ginecológica, após 3 ou 5 dias da retirada dos óvulos.

O número de embriões transferidos varia com a idade da mulher: até 35 anos (2 embriões), de 36 a 39 anos (3 embriões) e mais de 40 anos (4 embriões).

 

- Pós procedimento: Após a punção ovariana e a transferência de embriões, a paciente deverá permanecer em repouso por 24 horas.

 

- Taxas de sucesso: As taxas variam em cerca de 50% nas mulheres com menos de 35 anos até menos de 10% em mulheres com 44 anos. Após essa idade, a taxa cai drasticamente.

 

- Riscos: Os maiores riscos na FIV são a síndrome de Hiperestímulo Ovariano, sangramento durante a punção ovariana, infecção (cerca de 0.1-3%), lesão de estruturas pélvicas, dor pélvica e abdominal leve à moderada. Existe um pequeno risco (1%) de gravidez ectópica (tubária).

 

- Custo: A FIV possui maiores taxas de gestação, mas, em contrapartida, os custos também são maiores por ser um tratamento de alta complexidade.

 

Fertilização in vitro clássica – de R$ 10,5 mil a R$ 14 mil

Tratamento que inclui consultas, exames, fertilização e inserção no útero – de R$ 7 mil a R$ 9 mil

Hormônios e medicamentos – de R$ 3 mil a R$ 5 mil

 

Fertilização in vitro com inserção de esperma – de R$ 11,3 mil a R$ 16,5 mil

É o valor da fertilização in vitro clássica, mais o procedimento de injeção do espermatozoide dentro do óvulo, que custa entre R$ 800 a R$ 2,5 mil

 

Fertilização in vitro simplificada – aproximadamente R$ 5 mil

Tratamento que inclui consultas, exames, fertilização e inserção no útero – R$ 3,5 mil.

Hormônios e medicamentos – R$ 1,5 mil

 

Segundo Karina Tafner, em ambos os casos, os possíveis efeitos colaterais do estímulo ovariano são:

 

• Cefaleia

• Irritabilidade

• Aumento da libido

• Hematomas e dor no local da injeção

• Náuseas e, ocasionalmente, vômitos

• Reações alérgicas temporárias no local da injeção (vermelhidão e/ou coceira)

• Mastalgia (dor mamária)

 

O teste de gravidez deve ser realizado após 12 dias da transferência do embrião na FIV e 14 dias na IIU. Assim que a mulher engravida, a gestação evolui como qualquer outra, independentemente da forma como foi realizada. E a taxa de aborto espontâneo após a fertilização in vitro é semelhante à taxa após a concepção natural.

“Vale lembrar que todos os casais com indicação de IIU podem optar por realizar FIV, devido às maiores taxas de gestação alcançadas com esse procedimento. No entanto, os casais com indicação específica de FIV não têm outra opção de tratamento”, finaliza Karina Tafner.


Consumo aumentado de cigarro durante a pandemia acende alerta para "herança" de câncer de pulmão

 Ao menos 34% dos tabagistas indicam que passaram a fumar mais; Além de fator de risco para sintomas graves de Covid-19, hábito é o principal responsável pelo surgimento de tumores pulmonares


Tipo de câncer que mais mata no mundo desde 1985, o tumor de pulmão ocupa o terceiro lugar como o tipo mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres. A incidência global pode chegar a 1.8 milhão de novos casos por ano, com 1.6 milhão de mortes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, mais de 30 mil pessoas devem ser diagnosticadas com a doença em 2020, conforme levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Essa realidade poderia ser amplamente modificada com mudanças simples de hábitos de vida, já que cerca de 85% desses casos estão ligados a um fator amplamente evitável: o tabagismo.

A preocupação acerca dos índices de câncer de pulmão ganhou contornos ainda mais dramáticos diante da pandemia do novo coronavírus. Segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), feito em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas, 34,3% dos entrevistados que se declararam fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia durante o período de isolamento social: 22,8% aumentaram em dez, 6,4% em até cinco e 5,1% em 20 ou mais cigarros. Foram ouvidos 44.062 brasileiros, de ambos os sexos, de todos os níveis de escolaridade e de todas das faixas etárias a partir de 18 anos.

Para Jacques Tabacof, oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia (CPO) - unidade Oncoclínicas em São Paulo -, o aumento do tabagismo está relacionado à ansiedade gerada pelo momento inédito na história recente da saúde. "O consumo de cigarros é um problema de saúde pública que não pode ser ignorado, é preciso reforçar a mensagem de que precisamos superar essa batalha contra a Covid-19 sem deixar de lado outros cuidados com o nosso corpo. A luta contra o tabagismo não pode ser abandonada, sob o risco de termos não apenas uma onda de aumento na incidência de tumores malignos, entre eles o câncer de pulmão - que tem íntima relação com este hábito nada saudável - mas de outras doenças respiratórias", explica.

Outro fator que não pode ser desconsiderado é a vigilância contínua de possíveis sintomas, que podem ser facilmente confundidos com os do novo coronavírus, principalmente entre fumantes. "Os sinais iniciais do câncer de pulmão se assemelham muitas vezes aos de outras condições comuns associadas ao trato respiratório, por isso dificilmente é diagnosticado no estágio inicial. Tosse e falta de ar, sintomas amplamente relacionados ao Covid-19, também são o alerta principal para o câncer de pulmão", destaca o Dr. Jacques.

Neste sentido, vale atentar para algumas diferenças importantes: a tosse seca no Coronavírus vem associada a outros sintomas como a febre, por exemplo, e, além disso, perdura por mais ou menos 15 dias. Já no câncer de pulmão, esse sintoma, quando surge, tende a ser persistente e não apresentar melhoras após este período.

"Os sintomas do câncer de pulmão geralmente são mais frequentes no estágio avançado da doença, o que dificulta o diagnóstico precoce, essencial quando pensamos em chances de cura. Além da tosse e da falta de ar, dor torácica contínua, perda de peso sem motivo, rouquidão que não melhora após mais de sete dias e pneumonias recorrentes figuram entre os pontos de alerta para este tipo de tumor", comenta o oncologista do CPO/Oncoclínicas.

Os dados são preocupantes e reforçam a relevância da campanha Agosto Branco, voltada à conscientização no combate ao fumo e alerta sobre as mortes evitáveis decorrentes do consumo de cigarros. A iniciativa também visa a reforçar a importância do acompanhamento médico de rotina. Assintomático em fases iniciais, o câncer de pulmão costuma ser diagnosticado tardiamente, o que reduz as chances de cura. O INCA indica que apenas 16% dos tumores malignos são diagnosticados em estágio inicial.

"Fumar potencializa, em muito, o risco de desenvolver o câncer de pulmão, mas, diante do cenário atual, tendo o novo coronavírus no centro das preocupações de toda a população, sinais clássicos do câncer de pulmão correm o risco de ser ignorados e a busca por aconselhamento especializado e exames para assegurar o diagnóstico do tumor adiados para o futuro", explica o Dr Jacques.

E apesar de muitas pesquisas apontarem para os malefícios causados pelos cigarros tradicionais, as alternativas como os cigarros light, eletrônicos ou narguilés também podem ser prejudiciais à saúde. Neste sentido, o especialista destaca outro grande alerta que precisa ser feito é em relação ao chamado vape , que cresce em consumo principalmente entre os jovens.

"Houve um grande retrocesso. Depois de anos diminuindo o número de fumantes, principalmente entre jovens, que é super importante, já que a maioria dos que continuam fumando começaram nessa época da vida, vemos também um aumento grande de pessoas usando o cigarro eletrônico. O apelo tecnológico é uma das coisas que atraem os mais novos e é preciso conscientizar a população que, mesmo eles, são potencialmente tóxicos e levam à dependência", frisa o médico.


Fumantes com câncer de pulmão têm pior prognóstico quando infectados pela Covid-19

Um estudo apresentado durante o Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínicas (ASCO) - principal congresso mundial da especialidade - coletou informações sobre pacientes com câncer na região do tórax (principalmente câncer de pulmão) infectados com a COVID-19. Chamado de TERAVOLT, o levantamento foi feito a partir de dados coletados por meio de uma colaboração global envolvendo 21 países e que contou com endosso de várias sociedades médicas internacionais.

Para os primeiros 200 pacientes no registro, a idade média foi de 68 anos, com a maioria dos pacientes do sexo masculino e fumantes atuais/ex-fumantes. A maioria, 73,5% apresentavam doença em estágio metastático (quando outros órgãos já foram afetados). Pelo menos uma comorbidade foi observada em 83,8% dos pacientes, sendo a hipertensão a mais comum, afetando 47% deles, seguida pela doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) em 25,8% dos casos.

A apresentação clínica da COVID-19 mostrou um perfil semelhante aos sintomas do câncer de pulmão, sendo os mais comuns febre, tosse e dispneia, dificultando o diagnóstico do vírus entre este grupo de pacientes. As complicações mais comuns foram pneumonia/pneumonite (79,6%) e síndrome do desconforto respiratório agudo (26,8%). A maioria dos pacientes foi hospitalizada (76%) e um terço deles faleceram.

"Além de ser fator de risco para o câncer e várias outras doenças, o tabagismo é certamente um dos hábitos que contribui para formas mais graves de infecção por coronavírus. Ainda é cedo para afirmarmos categoricamente os impactos da COVID-19 entre pessoas com câncer de pulmão em comparação ao restante da população, mas de fato a análise resultante da união de centros médicos e de pesquisa nos traz uma visão preocupante em relação à infecção por coronavírus e seus desfechos em pacientes oncológicos com tumores de pulmão", finaliza o Dr. Jacques Tabacof.

 

Eleições 2020: o uso da profissão para angariar votos

Este ano, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 147,9 milhões de brasileiros deverão ir às urnas nos dias 15 (primeiro turno) e 29 (segundo turno) de novembro para escolher seus representantes municipais: 5.568 prefeitos, 5.568 vice-prefeitos e 57.942 vereadores.

O TSE estima que 750 mil candidatos disputarão essas vagas em todos os estados do país, exceto no Distrito Federal, onde não há eleições municipais. No meio de tanta gente podem existir diversos advogados, sapateiros, médicos, professores, farmacêuticos, policiais, jornalistas, psicólogos e muitos, muitos outros profissionais.

Quem tem o costume de assistir às propagandas eleitorais gratuitas com certeza já deve ter se deparado com algum deles, que, na tentativa de atrair mais eleitores, geralmente incluem a profissão que exercem no nome de campanha. 

Essa associação, embora legal, tem limites. O TSE, em seu artigo 30 da Resolução 23.405/2014, não permite “na composição do nome a ser inserido na urna eletrônica o uso de expressão e/ou siglas pertencentes a qualquer órgão da administração pública direta, indireta federal, estadual, distrital e municipal". Isto é, nomes como “Fulano do INSS” ou “Beltrano da UFPR”, por exemplo, são terminantemente proibidos.

Outro ponto importante a se lembrar é que membros do poder público que visem concorrer a cargos eletivos precisam se afastar do exercício de seus cargos atuais, processo chamado de desincompatibilização, previsto na Lei Complementar nº 64/90. Na iniciativa privada, por sua vez, o afastamento não é obrigatório e as particularidades devem estar previstas no contrato de trabalho.

Um processo eleitoral justo ocorre por meio de oportunidades iguais aos candidatos, o que é garantido por medidas como a proibição dos “showmícios” e os limites impostos nas doações para as campanhas. Contudo, é possível se destacar de outras maneiras. Em muitos casos, a profissão traz credibilidade ao candidato, por isso a estratégia de associar o cargo à campanha é tão utilizada.

A partir do momento que alguém representa a população em um cargo político, é preciso não só se promover por benfeitorias, mas lutar por aquilo que a comunidade e a cidade precisam por meio de um bem comum, independente do que está escrito no diploma ou da profissão exercida.

 



Marcia Glomb - advogada especialista em Direito do Trabalho e atua no Glomb & Advogados Associados, também formada em Administração de Empresas.

 

Glomb & Advogados Associados

www.glomb.com.br


NÓS NÃO SOMOS INOCENTES!

Depois do futebol, o segundo maior esporte nacional é colocar a culpa nos outros. O objetivo consiste em transferir para fora a causa de nossos males, como se fosse da água do mar e não dos furos no casco a responsabilidade pelo afundamento do navio. Tudo serve, desde que não se torne necessário um mea culpa.

Para evitá-lo, decidimos que o Brasil é um país rico. Sendo assim, embora o PIB per capita nos situe pouco acima da linha do miserê, o Estado deve gastar como numa eterna terça de carnaval e não houvesse amanhã. Em inusitada e superfaturada declaração de rendimentos, nos proclamamos “ricos”. E estamos tão convictos disso que não hesitamos em crer quando nos dizem que norte-americanos e europeus, ou chineses, ou africanos, parceiros dos nossos adversários políticos, sejam de que banda forem, viveriam séculos de necessidade sem a sistemática exploração do Brasil.
 
Afinal, convenhamos: só mandamos para Brasília gente da melhor qualidade, admiráveis estadistas, homens sábios, austeros e dedicados exclusivamente ao interesse público, que fugiram do endividamento e combateram ferozmente a corrupção e a impunidade.  Não estivemos, durante um quarto de século, sob governos de esquerda, atualizados com o que há de mais moderno em pensamento político?
 
Pode haver modelo mais bem sucedido do que esse que insistentemente preservamos em todas as constituições republicanas e referendamos em dois plebiscitos? Só alguém muito tolo (como eu mesmo) não notou ainda aquilo que todo cidadão esclarecido percebe: a concepção engenhosa e funcional do nosso sistema, que afasta os demagogos e atrai para a vida pública os maiores talentos que a nação produz. Não é certo que ele gera estabilidade e instituições sólidas? Não produz ele partidos e programas que se sobrepõem aos grupos de interesse? Não é como conseqüência dele que o eleitor brasileiro, lúcido e participativo, comparece periodicamente às seções de votação movido pelos mais nobres ideais, estimulado à fascinante tarefa de escolher os melhores dentre os muito bons?
 
Por outro lado, dado que a riqueza de uma nação também se apóia em certos requisitos sociais, nosso povo é orientado a apreciar valores morais elevados. A arte, a cultura, a educação, o civismo e a ordem pública têm entre nós a devida reverência, não é mesmo? Admiramos nossos presidentes porque gastam com prudência. Bem sabemos que nossos parcimoniosos legisladores condenam todo privilégio e dedicam pentecostal fidelidade a seus partidos. Orgulhamo-nos de que nossas leis, redigidas com sabedoria, valendo para todos e refletindo a vontade social, valorizam a família, a conduta austera, a iniciativa privada, a propriedade, a ordem, a justiça e a liberdade exercida com responsabilidade. Um novo século de Péricles, 2,5 mil anos depois!
 
Um país assim só pode ser objeto da mais cobiçosa exploração. Se no que nos concerne como nação,
sempre fizemos nossa parte, a máxima culpa dos males brasileiros só pode ser dos outros, não é mesmo?

 



Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


O que você precisa saber para usar o Pix?

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, está prestes a ser disponibilizado para todos os brasileiros. Desde o início do mês, um restrito grupo de usuários vem testando seus recursos e, em apenas 24 horas, mais de 57 mil transferências foram realizadas com sucesso. As expectativas estão altas para o dia 16 de novembro, quando a modalidade será lançada oficialmente. Mas, afinal, o que você, usuário, precisa saber para começar a usar o Pix?


Segurança – O primeiro ponto de alerta é em relação à segurança. Enquanto bancos e instituições financeiras ainda disponibilizam o cadastro das chaves para o Pix, já há golpes sendo aplicados contra os usuários. De acordo com um levantamento da Kaspersky, empresa de segurança digital, há dezenas de sites falsos que utilizam técnicas de phishing para roubar informações e dados pessoais. O link para o site malicioso pode chegar por SMS, WhatsApp, e-mail ou pelas redes sociais. Desta forma, os cibercriminosos induzem os usuários a preencher informações em um cadastro falso, oferecem promoções falsas para coleta de dados ou mesmo instalam um malware no dispositivo (celular ou computador), violando as barreiras de segurança.


Como se proteger – Apesar da roupagem do golpe ser nova, as técnicas, em si, são antigas. Por isso, valem as recomendações de sempre, como:

  • Não clique em links suspeitos. Esteja atento às URLs, especialmente as encurtadas.
  • Bancos nunca pedem dados do cliente, como senhas e código de segurança do cartão, fora da área logada (internet banking). Desconfie de mensagens, ligações telefônicas e e-mails com essa solicitação.
  • Nunca compartilhe o código de verificação do WhatsApp. Ele pode oferecer uma entrada para o criminoso ao seu dispositivo.
  • Verifique o remetente, seja número de celular ou endereço de e-mail.


Como usar o Pix – Depois de cadastrar suas chaves, que são códigos que identificam as contas dos usuários, você já estará apto a enviar e receber dinheiro pelo Pix. A promessa é que as transações serão feitas em até 10 segundos e disponíveis 24 horas por dia e 7 dias por semana.

Para receber uma transferência, você deverá informar uma das chaves cadastradas, que podem ser seu CPF ou CNPJ, e-mail, número do telefone celular ou um código aleatório gerado pelo sistema. Já para fazer uma transação, a operação é semelhante às transferências digitais por TED/DOC, informando a quantia que será enviada, o destinatário, a instituição financeira e, por fim, a senha. É bem simples e intuitivo.


Novidade no mercado – Com o lançamento do Pix, podemos esperar um impacto significativo tanto no mercado financeiro quanto no corporativo. Se, antes, era necessário pagar para fazer transferências ou emitir boletos junto aos bancos, agora, o novo sistema tornará isso muito mais ágil e barato. Empresas que se dedicavam a esse tipo de atividades estarão fadadas ao fim.

Por outro lado, o Pix deve beneficiar muitos comércios em tempos de pandemia, por oferecer uma opção de pagamento contactless, por meio do QR Code. Da mesma forma, o e-commerce, que explodiu de vendas nos últimos meses, poderá ter transações ainda mais rápidas e fáceis para o consumidor.

Vivemos tempos empolgantes para a tecnologia. Uma coisa é certa: uma vez que o público conhecer soluções que simplifiquem suas vidas, não há como voltar atrás. Devemos mirar o futuro com confiança de que os recursos sempre podem ser melhores e com segurança para que estejamos sempre protegidos.

 



Marcelo Pires - sócio-diretor da Neotix Transformação Digital. Designer de formação, escultor nas horas vagas, trabalha com design aliado à tecnologia há mais de 20 anos. Especialista em usabilidade, é o responsável pela direção de criação de projetos interativos na Neotix, caminhando pelas áreas de tecnologia, inovação, design, UX e transformação digital.

Neotix Transformação Digital
http://www.neotix.com.br/

 

Por um programa efetivo de geração de emprego aos jovens

Um dos assuntos mais debatidos e comentados do momento tem sido sobre o dispositivo que irá prorrogar, até o final de 2021, a desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores da economia e que, atualmente, empregam mais de 6 milhões de pessoas nas áreas de call center, comunicação, tecnologia da informação, transporte, construção civil, têxtil, entre outras. 

Novamente, o País curva-se diante de um tema com propósito paliativo, que terá data marcada para terminar e que não resolverá os graves e permanentes problemas da geração de emprego e renda da população, que, inclusive, se agravaram nos últimos meses com a pandemia da Covid-19.  Mais do que nunca, é preciso reconhecer que falta ao País um projeto estruturado de geração de emprego e renda, que, neste momento, também passa pela retomada da economia, que contemple tanto o lado empresarial para a criação  de postos de trabalho – aí incluídas iniciativas do poder público e da iniciativa privada – quanto dos interesses da população economicamente ativa. Mas para isso acontecer, há problemas de fundo para serem resolvidos, como a questão fiscal, visando o equilíbrio das relações contratuais nas empresas, e a geração de uma poupança de longo prazo, pois sem investimento, não teremos perspectivas econômicas promissoras para o Brasil.

 

Enquanto dirigente de uma entidade – com mais de cinco décadas de existência – que zela pela qualificação e colocação no mercado de trabalho de jovens, não podemos nos conformar com os assustadores dados que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, com série histórica desde 2012, apontou com relação à empregabilidade dos jovens: a diferença da taxa de desemprego na faixa etária de 18 aos 24 anos e da média dos brasileiros ativos atingiu 16,4 pontos percentuais no segundo trimestre deste ano, que representa uma distância que nunca havia sido registrada antes entre os dois indicadores.

 

O triste número mostra que, embora o desemprego tenha aumentado para todos entre abril e junho, para a faixa etária de 18 a 24 anos ele atingiu 29,7%, contra 13,3% para a média da população ativa. Nenhum grupo dentro da pesquisa — nas divisões por idade, escolaridade e gênero — foi mais afetado do que esses jovens, cuja taxa de atividade no mercado de trabalho despencou quase nove pontos percentuais, de 68,8% para 59,9%. 

 

Aliado a este problema da falta de emprego, o Brasil também está diante de outra grave situação: a evasão escolar. Se antes da pandemia o País já vinha enfrentando este cenário, agora, o problema pode se transformar numa grave crise socioeducacional e que poderá ser irreversível para o futuro dos nossos jovens se nada for feito a curtíssimo prazo. 

 

Em todos esses meses, a entidade se mobilizou para propor mecanismos que auxiliassem o poder público a encontrar soluções para a geração de emprego. Foi o caso, por exemplo, da proposta de Medida Provisória, encaminhada ao Ministério da Economia, que prevê a abertura de até 400 mil vagas para aprendizes no Brasil e que, por meio de uma petição online, reuniu milhares de assinaturas pelo País. Baseada na Lei de Aprendizagem, a proposta do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE sugere que o governo auxilie no pagamento dos salários dos aprendizes em pequenas e médias empresas.

O investimento público proposto seria de 6 bilhões de reais, ou 0,5% do orçamento do Governo Federal destinado à sociedade em resposta à pandemia da Covid-19. Segundo levantamento do CIEE, o custo de um aprendiz para uma empresa é de 30 mil reais em um contrato de dois anos. Ao menos 400 mil vagas seriam viabilizadas com o auxílio do governo. Vale lembrar que, segundo uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, encomendada pela entidade, o impacto direto e indireto dos aprendizes na economia é de R$ 5,6 bilhões anuais. Entretanto, a proposta não teve a merecida atenção por parte do Governo Federal e continua parada, aguardando análise, o que preocupa muito diante do cenário atual.

Ressalto que considero importante iniciativas cujo o objetivo seja preservar os empregos – como a manutenção da desoneração da folha de pagamento –, mas também reforço que o País necessita implementar políticas de geração de emprego e renda, além de políticas educacionais, que sejam efetivas e transformadoras, para mudarmos, definitivamente, o quadro desta geração de jovens, como garantia de um futuro promissor para a nação.  

 

 




Humberto Casagrande - CEO do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE)

 

Black Friday e festas de fim de ano impulsionam buscas por trabalho temporário

Entenda os direitos dos trabalhadores e os deveres das empresas contratantes, segundo especialista do Marcelo Tostes Advogados



A pandemia impactou bastante o mercado de trabalho. Com as demissões em massa e suspensões nos contratos de trabalhadores, o número de desempregados cresceu cerca de 33% nos últimos cinco meses, segundo dados do IBGE. No entanto, com a Black Friday e as comemorações de fim de ano se aproximando, a busca pelas vagas de trabalhos temporários tem aumentado e são alternativas para os profissionais em busca de recolocação, assim como para as empresas que apresentam sazonalidade de demanda neste período.  

De acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM), a projeção de alta nas contratações é de 28% em comparação ao ano passado. Estima-se que mais de 300 mil vagas temporárias sejam criadas no último trimestre de 2020. Setores como comércio, saúde, alimentação e logística foram os que mais se destacaram com a abertura de vagas. 

Nessa modalidade, muitas dúvidas permeiam trabalhadores e empregadores referente aos seus direitos e deveres. Quais são as vantagens e como funciona o processo de contratação são as principais questões levantadas. Para esclarecer essas dúvidas, Rafael Gonçalves Neves, Sócio Coordenador no escritório do Marcelo Tostes Advogados, pontuou as prerrogativas para quem deseja se candidatar às vagas temporárias ou empregar novos trabalhadores nesse período de fim de ano e Black Friday. 


Contrato Temporário 

O contrato de prestação de serviços deve ser firmado entre a pessoa física ou jurídica e a empresa de trabalho temporário, responsável por disponibilizar o empregador necessário. O artigo 9º, da Lei nº 6.019/1974, prevê a qualificação de ambas as partes, tanto do trabalhador quanto da empresa; o motivo justificador da demanda de trabalho temporário; o prazo e valor da prestação de serviço e as medidas sobre segurança e saúde do trabalhador.  

De acordo com o artigo 10, parágrafo 1º, da Lei nº 6.019/1974, alterada pela Lei nº 13.429/2017, o contrato temporário não poderá exceder o prazo de 180 dias, consecutivos ou não. Há a possibilidade de prorrogação por 90 dias, caso se comprove a manutenção das condições que levaram à contratação, como a substituição de pessoal permanente, exceto grevistas, e demanda complementar de serviço, procedente de fatores imprevisíveis ou previsíveis, de natureza intermitente, periódica ou sazonal. O prazo máximo, com a prorrogação permitida, é de 270 dias e não há tempo mínimo. 

Caso o empregado trabalhe por 270 dias na empresa que solicitou os seus serviços, ele só poderá ser recontratado nesta mesma empresa após 90 dias contados desde o final do prazo citado, sob possibilidade de estabelecer vínculo empregatício direto com a contratante. 


Direito dos trabalhadores 

O contrato de trabalho temporário garante ao empregado proteção previdenciária, além dos direitos dos trabalhadores em geral, como as férias proporcionais, repouso semanal remunerado, adicional noturno, jornada de 8 horas, seguro contra acidente de trabalho, recebimento de 13º salário, FGTS, remuneração equivalente à recebida pelos empregados da mesma categoria da empresa contratante - que devem ser calculados à base horário, além de outras verbas específicas, como o adicional de periculosidade e insalubridade quando necessários.  

O trabalhador temporário não tem direito ao aviso prévio e multa de 40% sobre o saldo do FGTS. Os depósitos na conta vinculada ao FGTS devem ser realizados durante a contratualidade. Ele somente terá direito à percepção do seguro desemprego quando for demitido, sem justa causa, antes do término previstocaso cumpra também os requisitos exigidos pelo Ministério da Economia, referentes ao recebimento de salários no período anterior ao pedido. 


Vantagens do trabalho temporário  

Para os trabalhadores, integrar-se a uma empresa de trabalho temporário possibilita atuar em empresas de vários segmentos, e até mesmo eleva as chances de ter um contrato definitivo na empresa contratante, além dos direitos citados anteriormente. 

Para as empresas contratantes, em caso de substituição de pessoal permanente e demanda complementar de serviço, a contratação mediante empresa de trabalho temporário não exige a contratação direta de pessoal e todos os procedimentos administrativos decorrentes. A contratante receberá ajuda da empresa de trabalho temporário na seleção dos trabalhadores. Essa empresa será a empregadora e responsável direta por todos os deveres inerentes à relação empregatícia. 

Outro facilitador é a possibilidade de substituição do trabalhador temporário devido algum problema de desempenho. A contratante poderá solicitar à empresa de trabalho temporário a indicação de outro profissional. Já em caso de contratação direta pela empresa, essa substituição não é possível. 


Deveres do contratante 

A empresa contratante deve atentar-se ao prazo de duração e prorrogação previstos em lei, além de garantir que o trabalhador temporário se envolverá apenas nas atividades firmadas em contrato. Ela é responsável por garantir as condições de segurança, higiene e salubridade. 

O atendimento médico, ambulatorial e de refeição também são oferecidos aos trabalhadores temporários. A contratante é responsável secundária pelas obrigações trabalhistas devidas durante a prestação de serviços, podendo arcar em caso de descumprimento da devedora principal, a empresa de trabalho temporário. Recomenda-se que a contratante busque uma empresa de confiança e fiscalize o cumprimento das obrigações. 

 


Rafael Gonçalves Neves - Sócio Coordenador no Marcelo Tostes Advogados. Área(s) de atuação: Trabalhista  

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