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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Trabalho híbrido: como se adaptar ao retorno parcial das atividades presenciais

Com a retomada parcial da rotina para alguns postos de trabalho, o modelo de trabalho híbrido ganhou visibilidade
Créditos: Envato Imagens


Estudo aponta que 52% dos brasileiros desejam continuar com o trabalho remoto e apenas 10% querem voltar aos escritórios


Uma tendência de mercado que já era vista antes da chegada da Covid-19, a possibilidade de trabalho remoto tornou-se uma realidade para uma grande parcela dos brasileiros. De acordo com a pesquisa "Covid-19 Consumer Study", do IBM Institute for Business Value (IBV), 52% dos entrevistados no País querem manter o home office após a pandemia, enquanto apenas 10% dos colaboradores desejam voltar aos escritórios e trabalhar presencialmente. Com a retomada parcial da rotina para alguns postos de trabalho, um novo modelo ganha visibilidade: o trabalho híbrido. A pesquisa aponta que 25% dos brasileiros desejam retomar as atividades presenciais, mas podendo trabalhar de casa eventualmente. 

De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em setembro, 11,7% dos brasileiros estão trabalhando no modelo de home office, número que representa uma leve redução se comparado com o levantamento anterior. Atualmente, aproximadamente 8,4 milhões de pessoas continuam trabalhando de casa no Brasil. 

Para o coordenador dos sistemas de Saúde do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), Jefferson Vachowicz, o trabalho híbrido, que inclui dias presenciais e remotos, desperta ainda mais a necessidade de organização por parte de colaboradores e gestores. “Disciplina e planejamento são dicas para qualquer modalidade de trabalho. O ideal é sempre começar planejando o dia, elencando atividades e definindo as metas para conclusão. A disciplina precisa ser estabelecida desde a hora de acordar até o horário de encerrar o expediente”, explica. 

Além disso, as questões pessoais e familiares devem receber mais atenção. “É essencial conscientizar as pessoas que fazem parte do seu convívio. Explicar que em determinado período, embora você esteja presente, está dedicado ao seu trabalho e deixar clara sua nova rotina. Também é primordial que o colaborador organize sua agenda e saiba o horário de parar, já que os familiares podem começar a sentir sua ausência, mesmo que alguns dias de trabalho sejam em casa”, ressalta. 

“Para empresas que pretendem adotar esses modelos por mais tempo, a estrutura fornecida ao colaborador faz toda a diferença. A ergonomia do ambiente de trabalho em casa e a conexão com internet, que apresenta lentidão em alguns momentos, são dois pontos essenciais para que o trabalhador tenha sucesso. Além disso, a empresa precisa ter compreensão, já que, no home office, interrupções como crianças brincando, cachorros latindo e barulhos de reformas são inevitáveis”, finaliza Vachowicz. 

E, para auxiliar pessoas que estão passando por essa transição ou querem garantir uma capacitação profissional, o ICI está promovendo o projeto Trilha Digital Online, iniciativa que conta com palestras sobre o mercado de trabalho durante o mês de outubro. A programação completa está no site da ADFP e as palestras são transmitidas e ficam disponíveis no Facebook da Associação.

 


ICI – Instituto das Cidades Inteligentes

 www.ici.curitiba.org.br


Como o Brasil entende os termos Crescimento e Estabilidade

 

No ano de 1776, o economista britânico Adam Smith lançava um livro que se tornaria um clássico mundial conhecido como ”A Riqueza das Nações”. O livro demonstra, em cinco partes, um conjunto de teorias sobre como as nações evoluíam sob o ponto de vista econômico e social. Neste contexto, podemos dizer que seu livro foi uma descrição das origens e até mesmo um guia de como os governantes deveriam tratar o Estado; não é à toa que o nome completo de sua obra é “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações“.

 

Em seus textos, nas entrelinhas, há uma suposição de que isso é fundamental nos dias de hoje, e talvez seja por isso que essa obra seja considerada um clássico, pois, apesar de séculos terem se passado, o conjunto da teoria é útil e atual. A suposição básica é referente à estabilidade política. Mas o que é, no século XXI, estabilidade política?

 

Uma nação com estabilidade política é aquela em que a política nacional é muito previsível, por exemplo, como é o caso da Coreia do Norte, em que há uma ditadura totalitária extremamente opressiva que foi, e ainda é, governada pela mesma família por gerações. Não há dúvidas sobre quem está no comando do país, ou mesmo quem estará comandando no futuro próximo, ou a cujas ordens todos deverão obedecer em um sistema como esse. Por outro lado, a estabilidade política também está presente em países onde existe uma democracia segura, pacífica e contínua por séculos, como ocorre com os Estados Unidos, o Canadá ou o Reino Unido, que são nações muito estáveis, já que sua história e seu conjunto de regras e de leis ajudam a promover uma importante reverência pública por respeitar as tradições das eleições e resolução de disputas políticas dentro das regras e dos acordos bem compreendidos a partir das suas Constituições.

 

Às vezes, uma ditadura totalitária não tem um plano de sucessão claro. Às vezes, uma democracia estabelecida há muito tempo é confrontada com uma "crise constitucional" que introduz um problema para o qual não existe uma tradição já estabelecida e, às vezes, as nações têm sua estabilidade ameaçada por outros elementos como guerras ou, no nosso caso, pandemias que ameaçam a ordem política, jurídica e econômica, indiscriminadamente. 

 

Democracias liberais bem estabelecidas como as da França, Alemanha e Itália firmaram-se em um modelo de união nacional em que a política fiscal, monetária e as disputas de poder se uniram com o escopo de manter a estabilidade nacional e a defesa de um modo de vida e de organização social que vem desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Nações Totalitárias e democracias iliberais como a China, os Emirados Árabes Unidos ou a Rússia se fecharam em torno de seus líderes políticos e de sua elite econômica com o objetivo de manter, a todo custo, o status quo da sociedade, e isso ocorre necessariamente para manter a melhora da qualidade de vida da sua população. 

 

Não importa o regime político. A palavra de ordem é estabilidade, pois é dela que se garante o investimento privado das empresas nacionais ao mesmo tempo em que também influi diretamente para a atração do investimento internacional. É a estabilidade política e econômica que garante o controle da inflação e gera garantias para a população consumir e contrair dívidas de longo prazo, como, por exemplo, automóveis e imóveis. É a estabilidade que garante a expansão do crédito no mercado financeiro para as empresas. É a estabilidade que garante a liquidez dos títulos da dívida nos mercados internacionais, e é ela a base fundamental do crescimento econômico. 

 

Em termos práticos, o Brasil carece de estabilidade em muitos planos. Quem tem razão sobre o coronavírus? Qual o plano correto de reabertura das empresas? Vamos seguir um plano liberal na economia ou vamos fazer o Pró-Brasil? A política do Auxílio Emergencial e do Apoio ao Emprego serão pagas com reservas internacionais, impressão de dinheiro ou com mais dívida? As privatizações acabaram? A China é inimiga do Brasil?  

 

Crescimento econômico é a base para o desenvolvimento econômico e consequentemente para a diminuição da pobreza, o que significa melhora nas condições de vida e no consumo da população, o que gera de fato a Riqueza das Nações. O Brasil infelizmente está longe da estabilidade, e o ano de 2020 vem mostrando que o longo prazo em nosso país é pouco mais de um mês. Ou o país passa a entender a estabilidade como algo fundamental ou estaremos caminhando para mais uma década perdida. 

 



Igor Macedo de Lucena - economista e empresário, Doutorando em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, membro da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs e da Associação Portuguesa de Ciência Política.


Recuperação Judicial é opção para o produtor rural

A Recuperação Judicial, prevista na lei 11.101/2005 ora em vigência, pode ser um importante instrumento de salvaguarda para o produtor rural que estiver em crise econômico-financeira, tal qual vivenciada em  decorrência da Covid-19,  para que evite o encerramento precoce de suas atividades, e sofra sérias consequências de uma inadimplência não resolvida, inclusive com provável  perdimento de bens.

A Lei 11.101/2005 possibilita à empresa que está passando por uma crise econômico-financeira a oportunidade em se manter ativa e se reestruturar. Uma vez ajuizada, a devedora sai da pressão exacerbada , geralmente exercida  por parte de credores mais afoitos, sendo que neste procedimento poderá  promover o pagamento de seus credores dentro de suas possibilidades; manter empregos, pagar impostos, enfim, retornar ao mercado de atuação reestruturada, competitiva e participativa na economia.  

Uma questão controversa, que é muito enfrentada pelos tribunais: pode o produtor rural ajuizar ação de recuperação judicial sem que tenha completado os dois anos consecutivos de inscrição no registro público de empresas mercantis? Em caso afirmativo, implicará o aumento de restrições de acesso ao crédito, por parte dos produtores rurais, uma vez que as linhas disponíveis para o setor são mais vantajosas?   

Para que o produtor rural possa se valer dos benefícios de uma recuperação judicial, terá que estar equiparado a empresário/sociedade empresária, sendo certo que o artigo 971 do Código Civil concede a permissão para a mutação do regime civil para empresarial. O produtor rural também deverá estar inscrito no registro público de empresas mercantis, e comprovar que exerce a atividade rural com regularidade, por um período mínimo de dois anos consecutivos, antecedentes ao pedido de recuperação judicial.  

O Código Civil, em seu artigo 966, considera empresário “aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a circulação de bens ou de serviços”, sendo obrigatória a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, conforme previsto no artigo 967 do Código Civil.

No caso do produtor rural, o registro em questão não é obrigatório, posto que o Código Civil, em seu artigo 970, assegura que a lei deverá “conceder tratamento diferenciado e simplificado ao empresário rural, no que se refere à inscrição e aos efeitos que decorrem”, portanto a atividade ruralista sem registro é considerada  perfeitamente legítima.

Cabe, portanto, ao produtor rural  promover a sua inscrição antecedentemente ao pedido de recuperação judicial, ato que o equiparará a empresário.    

Constata-se que a inscrição do produtor rural no Registro Público de Empresas Mercantis é optativa, e se realizada será meramente declaratória, e não constitutiva de direitos.

O entendimento que vem sendo dispensado pelo Superior Tribunal de Justiça, em julgamentos desta matéria, é no sentido de que pode o produtor rural ter a sua inscrição no registro próprio há menos de dois anos à data do ajuizamento da recuperação judicial, porém terá que sempre comprovar o exercício da atividade rural por no mínimo dois anos.

Não se pode confundir o ato da inscrição do produtor rural no registro competente com a comprovação do exercício regular da atividade rural, sendo o primeiro ato de natureza declaratória, e não constitutiva de direitos; e o segundo,  concessão legal  prevista no art. 970 do Código Civil, que dá ao produtor rural a opção em se registrar ou não.

O caput do artigo 48 da Lei 11.101/2005 exige que o devedor, no momento do pedido de recuperação judicial, exerça regularmente suas atividades há mais de dois anos, cabendo ao produtor rura,l no caso, a respectiva comprovação,  pouco importando se tem o registro com  menos de dois anos à data do pedido da recuperação.    

Extrai-se, por exegese interpretativa, que as dívidas contraídas pelo produtor rural antecedentes ao pedido de recuperação, igualmente a qualquer empresa devedora requerente da recuperação judicial, estarão todas efetivamente sujeitas e incluídas no “Plano de Recuperação”, ressalvadas as exceções previstas na Lei 11.101/2005.

O atual entendimento concedido pela 4ª Turma do STJ (REsp-MT 1.800.032) está em harmonia à jurisprudência do TJSP , TJPR e outros tribunais estaduais, divergindo desta posição especialmente  os  TJMT e TJGO.

Argumentos e fundamentos divergentes à posição da 4ª turma do STJ,  tais como  “ausência de boa-fé objetiva” na contratação de empréstimos ao setor rural, cuja concessão de crédito é feita sob regimes diferenciados; que, a recuperação judicial nestas circunstâncias, estará prestigiando a prática de fraudes; e que estes procedimentos implicarão na diminuição ou  recrudescimento da oferta de crédito ao setor ruralista, com todo o respeito que são merecedores os prolatores, não podem prevalecer.

Primeiro, por força do princípio constitucional da isonomia, pois, não se parece certo e justo, excluir do contexto da vigente Lei 11.101/2005 o produtor rural, que tem uma atividade empresarial como qualquer outra, mas que não encontra outros meios para enfrentar crises, senão pela via da recuperação judicial, na qual receberá os benefícios para poder se reestruturar.          

Segundo, o produtor rural uma vez registrado no órgão próprio estará equiparado a “empresário” ou “sociedade empresária” e, por isso, passará a atender o disposto no artigo 1º da Lei 11.101/2005, sendo que a atividade rural sem registro não pode ser considerada irregular, pelo contrário, tem o amparo no art. 970 do Código Civil,  razão pela qual não se verifica óbice legal o ajuizamento da recuperação judicial do produtor rural,  com a inscrição registral em período inferior a dois anos.

Terceiro, havendo indícios de fraudes, cumpre sempre serem punidas, sendo que o judiciário detém competência e mecanismos para combatê-las. Em caso de indícios de fraudes à data da distribuição do pedido, tem-se a “vistoria prévia” a ser realizada; e, no curso do processo de recuperação, a perícia técnica contábil e outras poderão apurar, a qualquer tempo, eventuais práticas de fraudes ou tentativas. Aos credores, assim como ao Ministério Público, cabe a fiscalização de quaisquer atos de desvio de finalidade que forem detectados.  

Quarto: não se acredita em um recrudescimento de fornecimento de crédito ao setor rural somente por conta de alguns produtores rurais terem requerido a recuperação judicial na qualidade de “empresários” equiparados para esta finalidade. Não se pode conceber que agentes financeiros forneçam empréstimos vultosos sem as devidas cautelas cadastrais, garantias, ou que desconheçam as possibilidades legais acima ventiladas. 

Novas linhas de crédito rural estão ou deverão estar disponíveis no mercado rural após a edição da Lei 13.986/2020, conhecida com a Lei do Agro, que modificou  substancialmente as disposições das cédulas de crédito rural e  promoveu inovações significativas no regime do “patrimônio rural em  afetação” (art. 7º) , com nova concepção de “garantia rural”  , a qual se vincula às Cédula Imobiliária Rural (CIR) e Cédula de Produto Rural (CPR),  cujo sistema de cobrança  é semelhante à alienação fiduciária de imóveis ( arts.  26 e 27 da Lei 9.514/97).

A Lei 13.986/2020 confere ao credor maior segurança às operações financeiras no setor rural, mediante a constituição das garantias às cédulas CIR e CPR, que se vinculam diretamente ao “patrimônio rural de afetação“ que,  uma vez instituído pelo proprietário, impedirá a alienação imobiliária do bem afetado, assim como impedidas penhoras e demais constrições, e idem não haverá a constituição de outras  garantias supervenientes sobre a propriedade afetada (art. 10, §3º, I, II).

A referida Lei do Agro também dá a segurança ao credor em receber o seu crédito, sem se sujeitar à falência ou procedimentos de recuperação previstos na Lei 11.101/2005 pois,  expressamente prevê o artigo 10º, § 4º inciso I , que as garantias de ”patrimônio de afetação” não serão atingidos pelos efeitos da decretação da falência, insolvência civil ou recuperação judicial do proprietário de imóvel rural.

Por último, há que ser mencionado o PL 6.229/2005 (com emendas), que modifica substancialmente a Lei 11.101/2005, aprovado pela Câmara dos Deputados em tramitação no Senado Federal, que introduz novos institutos, incorpora boa parte da jurisprudência criada ao longo de quinze anos de vigência da lei e contém vários dispositivos de proteção aos financiadores de créditos que são concedidos ao produtor rural, dando o devido equilíbrio e segurança aos contratos financeiros  do setor ruralista. Contudo, há que se aguardar seja editado e sancionado na forma legal para alargar os comentários a seu respeito.

 


Claudio Pedro de Sousa Serpe - advogado, pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas em Direito de Empresas e Economia. Atua na advocacia contenciosa judicial, nas áreas do direito civil, comercial e empresarial. Especialista em Recuperação Judicial.


O Instagram será o novo shopping neste Natal?

A Covid-19 tornou o ano de 2020 o mais difícil até agora para os varejistas - de cortes de empregos a fechamentos de lojas, tem sido um teste após o outro para a indústria. Com a aproximação do Natal e da Black Friday, as campanhas e a agitação em direção a esse período do ano, conhecido como Golden Quarter nos EUA, normalmente estariam a pleno vapor. 

As marcas já teriam planejado estratégias de anúncios festivos, dedicado uma grande parte de capital para investir em influenciadores e e-mails convidativos para compras. O impacto da pandemia significa que as marcas não podem mais contar com a experiência do cliente em comprar na própria loja, de ter desde o assistente prestativo até música e luzes de Natal para oferecer uma ótima vivência. Agora, a experiência marcante precisa começar na rede social e terminar com o cuidado pós-compra. No entanto, o que as marcas podem fazer para tornar o quarto trimestre ótimo para seus clientes e seus negócios?

Aprender com o bloqueio. Assim que a pandemia chegou, mudanças dramáticas em nossas vidas diárias aconteceram da noite para o dia. Para a maioria das pessoas, isso significa mais tempo online e muito menos tempo com amigos e familiares. Para as marcas, os planos e estratégias de marketing existentes tiveram de se ajustar rapidamente a este novo mundo de hábitos de consumo, com empresas como o Walmart até mesmo afirmando que seus negócios passaram por cinco anos de mudanças em cinco meses a fim de atender às necessidades dos clientes no mundo digital.

Com o bloqueio, vimos as marcas restringirem seus orçamentos de marketing. Em março, uma queda acentuada nos gastos com publicidade foi observada na Europa e nos EUA. No final de junho, no entanto, os investimentos em propaganda global aumentaram e voltaram aos níveis pré-pandêmicos, indicando que as empresas estavam se ajustando e se adaptando rapidamente à crise. Na verdade, o comportamento do consumidor durante o bloqueio forneceu às companhias insights valiosos sobre seus públicos e mostrou-lhes a importância do marketing digital na construção de comunidades e nas vendas durante uma crise. Agora, as marcas devem fazer bom uso desses insights para descobrir o que podem fazer para trazer a magia de volta neste Natal - para seus clientes e seus resultados financeiros.

Pense na experiência do consumidor primeiro. A prioridade agora para as organizações é comercializar com a experiência do cliente em mente. Neste Natal, é improvável que os fregueses queiram passar horas examinando lojas físicas. Portanto, as empresas precisarão girar e atender a um público online, garantindo que os consumidores ainda possam descobrir novos produtos e comprá-los com facilidade e simplicidade, sem ter que entrar de fato nos estabelecimentos.

Embora alguns usem plataformas de comércio eletrônico de propriedade externa, os profissionais de marketing experientes irão (se ainda não o fizeram) aos recursos de comércio social, que envolvem os consumidores conforme eles navegam por seus feeds de mídia social. Quando se trata de reconhecimento e descoberta de produtos, 60% dos usuários do Instagram agora dizem que encontram novas mercadorias no Instagram. É aqui que o comércio social é estimulante para os clientes e inestimável para as marcas.

Diferentes táticas e canais desempenham papel no alcance de públicos mais amplos e na construção da fidelidade do cliente. Se uma empresa deseja atingir a Geração Z, ela sabe que uma parceria de marca no TikTok é uma aposta segura. Para os com mais de 50 anos, os anúncios do Facebook costumam ser a melhor escolha. Uma área que se provou popular para todos os grupos demográficos nos últimos anos é o marketing de influenciadores. No entanto, conforme a pandemia se instalou, os orçamentos para esse propósito também foram reduzidos, resultando em uma diminuição de 11% no uso de influenciadores e #ad nas redes sociais durante o segundo trimestre do ano. Apesar de um declínio geral, vimos as marcas se voltando para formadores de opinião menores, que eram capazes de conduzir campanhas com sua base leal de seguidores a um custo reduzido. Olhando para o quarto trimestre, podemos esperar que o marketing de influência permaneça uma ferramenta poderosa para os profissionais da área, à medida que as marcas alavancam influenciadores de menor escala com comunidades altamente engajadas para se conectar com seu público e contar uma história mais autêntica.

A razão pela qual os próximos três meses são tão críticos para as marcas é simples: o dinheiro está curto. A pandemia não mudou apenas o estilo de vida das pessoas, mas também a forma como gastam seu dinheiro. Agora, mais do que nunca, os consumidores procuram marcas que lhes proporcionem uma experiência excepcional. Então, o que as companhias podem fazer para oferecer aos clientes uma experiência que eles adoram?

Assim como os consumidores se relacionam com os influenciadores em um nível pessoal, os profissionais de marketing devem pensar de forma criativa sobre como podem fornecer aquele toque pessoal aos seus clientes de outras maneiras - mesmo quando os consumidores não podem visitá-los pessoalmente. Um ótimo exemplo de uma marca que pensa criativamente é a empresa de beleza britânica Natural Living. Sua fundadora, Bella Middleton, mudou a experiência online, enviando amostras grátis, reescrevendo descrições de produtos e melhorando imagens para encorajar as pessoas a comprar online.

Isso fez com que os clientes existentes voltassem ao site em um momento em que os produtos de beleza caíam para o fim das listas de compras. A marca viu um grande aumento nas pessoas que compram presentes "Miss You" para entes queridos que não podiam ver pessoalmente. Qual foi a chave para seu sucesso? Simples. Ela entendeu o cenário de seu público e como seus clientes se relacionam com a empresa - então, adaptaram seus negócios às necessidades deles.

Com os compradores ainda sem vontade de correr para a rua, as marcas precisam buscar novas maneiras de trazer a experiência da loja para dentro de casa. Seria o momento de os profissionais de marketing adotarem a realidade aumentada? A FittingBox introduziu uma solução de provador virtual que permite aos compradores experimentar óculos sem entrar em uma loja. Uma alternativa divertida para atrair os consumidores online.

Embora, de acordo com John Donahoe, CEO da Nike, os consumidores estejam mais fundamentados digitalmente do que nunca, a morte do marketing físico não está próxima - apesar do que o catálogo da Argos possa sugerir. Vimos a John Lewis abrir sua loja de Natal mais cedo para impulsionar o movimento e as vendas em um momento em que muitos de nós ainda queremos tocar e sentir - e desfrutar um pouco da magia do Natal.

Com a aproximação do período de festas, o que sabemos é o seguinte: a pressão sobre os profissionais de marketing para gerar impactos reais nos negócios é maior do que nunca. Para conquistar novos compradores, as marcas devem ser capazes de se adaptar a eles, ao que eles querem e onde querem, desde o início, como nas redes sociais, até o atendimento pós-compra. Hoje, mais do que nunca, os clientes estão exigindo uma experiência omnicanal excepcional, quer saibam disso ou não. Do Facebook ao TikTok, da realidade aumentada a anúncios de TV e até mesmo promoções na loja. Os profissionais de marketing precisam das ferramentas úteis para capturar o público certo, com a mensagem correta, no momento exato. É assim que eles vão desenvolver sua comunidade e trazer seus negócios de volta aos trilhos.

À medida que os profissionais de marketing de marca concentram seus esforços de marketing ainda mais no mundo digital, podemos ter certeza de uma coisa: pelo menos neste ano, o mundo digital pode ser apenas o novo shopping.




Alexandra Avelar - country manager da Socialbakers no Brasil, empresa líder global em soluções para a otimização de performance corporativa em redes sociais.


Risco cibernético gerado pela Inovação e Transformação Digital

Quanto mais inovadoras as empresas são, mais elas irão utilizar dados dos colaboradores, clientes e parceiros para criar experiências impactantes. Na mesma intensidade, surgem novos canais e ferramentas de automação, assim como modelos de negócios totalmente dependentes desse rico ecossistema digital. Mas da mesma forma que a tecnologia traz uma série de benefícios, ela também pode ser utilizada de forma maliciosa. Já parou para pensar sobre os riscos cibernéticos que podem surgir com essas transformações?

Empresas de todos os segmentos estão aumentando seus investimentos em modelos digitais, na expectativa de obter mais eficiência e melhorias na experiência do cliente. O objetivo é melhorar os processos de negócios existentes e otimizar ativos e recursos, reduzindo, assim, seus custos e dos próprios clientes.

Nessa busca pela experiência perfeita, as tecnologias permitem lançar ofertas personalizadas, que criam 'momentos de verdade' e suportam jornadas de decisão, enquanto as informações integradas do cliente nas plataformas podem aumentar a velocidade da transação.

Investir em novos modelos de negócios é o fator mais difícil e menos direcionado em grandes empresas, pois requer, antes de tudo, uma mudança cultural, que faz da inovação o foco da estratégia de negócios. As preocupações com a canibalização de negócios existentes precisam ser tratadas, concentrando-se na demanda geral do consumidor.

Toda essa transformação é muito esperada pelas empresas, uma vez que trazem experiências agradáveis para os clientes, além de manter o dinamismo e a evolução do mercado.

Mas voltando ao nosso questionamento anterior, como fica o risco cibernético? Em um mundo mais conectado, as vulnerabilidades também poder ser exploradas mais facilmente. Para realizar os ataques, as pessoas maliciosas também estão utilizando  ferramentas inovadoras e, quem sabe, processos mais eficazes.



Visão atual do mundo cibernético

Além desse entendimento das transformações que as empresas estão passando, é válido entender o que está acontecendo no mundo cibernético. Estatísticas revelam um mundo real de exploração de vulnerabilidades. De acordo com a University of Maryland, os hackers atacam a cada 39 segundos, em média 2.244 vezes por dia. Já o Gartner prevê que os gastos mundiais em segurança cibernética atinjam US $ 133,7 bilhões em 2022.

Em termos de tendência, observamos a inteligência artificial sendo aplicada na elaboração de malwares, que passam a ser altamente contextuais e individualizados, tornando difícil a tarefa de identificação. Um outro ponto a ser explorado cada vez mais é a migração para a nuvem e utilização de serviços fora do data center, o que significa dados da empresa sendo levados diariamente para ambientes sem monitoramento. Alguns serviços possuem segurança reforçada, mas essa não é a realidade de todos.     



Panorama de caminhos

Frequentemente conversamos com clientes que passam por dificuldades em entender a sua própria situação em relação à segurança cibernética. Esse é um problema grave e que origina vários outros, tais como a dificuldade de mapear as vulnerabilidades, assim como os impactos. A ausência do conhecimento da própria situação também gera a dificuldade de convencer o board das empresas a fazer investimentos, bem como o julgamento preciso de quais devem ser as prioridades.

Por isso, independentemente do tipo de transformação que uma empresa planeja executar, é recomendado que o board da empresa autorize e busque a identificação real do risco cibernético, seguido de um roadmap de segurança pragmático, faseado e conectado com as movimentações previstas de negócio. Esse tipo de trabalho é executado dentro do que é chamado de Governança, Risco e Compliance. A partir deste programa, os projetos de segurança farão muito mais sentido. Para uma empresa, por exemplo, pode fazer sentido priorizar um serviço de antiphishing, enquanto para outra o melhor seja criptografar os dados que são utilizados na nuvem, ou até mesmo a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Um outro pilar é o monitoramento ativo da segurança da informação, que cada vez mais está fora do que dentro, distribuída em sistemas on-premise e SaaS, utilizando aplicativos de arquiteturas modernas servindo diversos tipos de dispositivos. A melhor forma de executar este monitoramento é contratar um serviço de Security Operations Center, que combine processos maduros (playbooks) e  tecnologia de ponta -  automação e inteligência artificial.

Próximo à monitoração ativa da segurança está a busca contínua e entendimento dos novos modelos de ameaças. Alguns hackers estão usando malwares, que executam no contexto de memória, ao invés de arquivos, assim como outros realizam ataques sem mesmo utilizar malwares. Portanto, é crucial entender a movimentação do crime cibernético de forma que os times técnicos de gestão de vulnerabilidades possam ser proativos e realizar as remediações e mitigações necessárias. Uma boa fonte de inteligência de ameaças (threat intelligence) é a deep e dark web.

Diariamente, milhões de desenvolvedores estão criando softwares incríveis, com tecnologia de ponta e que cumprem a missão dos usuários com experiências maravilhosas. Porém, muitas destas aplicações são construídas e implantadas sem terem sua arquitetura avaliada por profissionais capacitados em segurança da informação. O resultado é que quanto mais sucesso uma aplicação alcança, mais o negócio fica dependente da disponibilidade deste serviço, assim como dos dados que são manipulados por ela. Portanto, tão importante quanto desenvolver aplicações, é avaliar a segurança desta, antes, durante e após o desenvolvimento.

Com um roadmap bem planejado e executado, a gestão de vulnerabilidades fica mais clara e as empresas passam a ter maior controle do risco. Além de roadmap e projetos de segurança, monitoramento ativo, inteligência de ameaças e segurança de aplicações, o famoso Pentest passa a compor o conjunto de ferramentas de gestão de risco cibernético. Este teste de invasão é realizado por equipes de hackers éticos, permite identificar e qualificar vulnerabilidades, bem como a associação desta com os possíveis impactos de negócio. É recomendado que toda aplicação de missão crítica passe por pelo menos dois pentests anuais, assim como a infraestrutura de redes da empresa.



Mindset moderno de segurança cibernética

Acreditamos que o trabalho de segurança cibernética precisa evoluir em relação à segurança tradicional e se modernizar acompanhando a velocidade e disrupção das transformações. As empresas precisam avançar e protagonizar as transformações do mercado sempre com a preocupação e cuidado em manter as vulnerabilidades e risco do negócio sobre controle.

 


Leidivino Natal da Silva - CEO da Stefanini Rafael


Tratamentos de dados pessoais de crianças: cuidados necessários após a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados

Cada vez mais as redes sociais ganham espaço nas nossas vidas. Difícil encontrar pessoas que não possuam contas no Facebook, Instagram, LinkedIn ou WhatsApp. Essas redes têm como modelo de negócio estudar a nossa personalidade de acordo com a nossa interação nesses ambientes. 

O documentário “O dilema das redes sociais” disponível na Netflix expõe o modelo de negócios que alimenta tantos aplicativos e redes sociais e como elas influenciam os nossos sentimentos, decisões, desenvolvimento da nossa personalidade e até a nossa democracia. 

Temos uma geração que já nasceu sob os “domínios” das redes sociais, acessando-as com idades que ainda não as permite perceber os perigos por de trás daquele aplicativo ou jogo “gratuito”. 

A verdade é que crianças (pessoa com até 12 anos incompletos) e adolescente (pessoa com idade entre 12 a 18 anos) são mais passíveis de manipulação e desde muito cedo estão alimentando a sua “biografia digital” para estas empresas, sem qualquer consciência ou critério para isso.

Assim, crianças e adolescentes vão deixando rastros dos seus gostos, hábitos, interesses, acessos, tendências que irão impactar diretamente a sua vida futura. Justamente por conta dos maiores riscos que esta geração está exposta, a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018) traz um capítulo específico para regular o tratamento de dados das crianças e adolescentes. 

Assim, as empresas e profissionais que oferecem produtos e serviços para crianças e adolescentes devem se adequar aos termos do que exige a Lei Geral de Proteção de Dados para evitar penalidades, fiscalizações, processos judiciais e também para contribuírem para um ambiente digital mais consciente. Empresas que contratam menor aprendiz devem rever os seus procedimentos para entrar em conformidade. 

O primeiro cuidado que as empresas e os profissionais que lidam com crianças devem tomar é o de colher o consentimento específico de pelo menos um dos pais ou responsável. Isso significa que a empresa/profissionais deverá expor de forma clara, direta e transparente o tratamento que será conferido aos dados, sendo considerado nulo os termos genéricos. 

A Lei exige ainda que a empresa empregue meios adequados para verificar se o consentimento realmente foi concedido por um dos pais ou responsável. Ou deve-se dotar mecanismos para evitar fraudes na outorga do consentimento 

Também apenas devem ser coletados os dados estritamente necessários para a finalidade do produto ou serviço prestado. Ou seja, a empresa ou profissional que atende o público em questão deve aferir se os dados que possui ou coleta justificam-se diante do produto ou serviço prestado. Caso não, devem descartar, com a devida segurança, tais dados e deixar de coletá-los. 

A lei autoriza a coleta de dados pessoais crianças sem o consentimento apenas para contatar os pais ou o responsável, sem que haja armazenamentos, ou para resguardar a proteção destes, sendo vedado o repasse de tais dados à terceiro sem o devido consentimento dos pais ou responsáveis. 

As empresas e profissionais ainda deverão informar as crianças e adolescentes com linguagem clara e acessível sobre o tratamento de dados realizado, de acordo com as características psicológicos da faixa etária. Para tanto é possível utilizar vídeos e outros recursos visuais que sejam acessíveis ao entendimento da criança e adolescente.

A partir de agora, as empresas e profissionais que compartilham tais dados com terceiros precisam rever os instrumentos contratuais para bem definir as responsabilidades de cada agente e evitar responsabilização por incidentes ocorridos dentro do processo de tratamento do parceiro comercial. 

Importante ressaltar que a privacidade e livre desenvolvimento da personalidade das crianças e adolescentes sejam efetivos é indispensável que os pais ou representantes legais exijam das empresas e profissionais estejam em conformidade com a LGPD.

 


Juliana Callado Gonçales - sócia do Silveira Advogados e especialista em Direito tributário. www.silveiralaw.com.br


Saiba o que é o Ambiente Virtual de Aprendizagem e como ele pode ser utilizado


Nos últimos anos, é possível notar a evolução da tecnologia para tornar o ensino EAD mais praticável. Ao conseguir aproximar aluno e professor, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é a tecnologia mais útil dentre todas. Afinal, um dos principais desafios numa plataforma EAD é manter o aluno focado na aula. Enquanto em sala o professor detém a atenção, no virtual ele pode perder o aluno para qualquer distração. Por isso, uma das vantagens do AVA é fazer com que o aluno e o professor cumpram com seus objetivos.


O que é?


O Ambiente Virtual de Aprendizagem é, basicamente, uma sala de aula virtual, ou melhor dizendo, uma “simulação”. Se trata de um programa de gestão responsável por simular, que promove maior interatividade através de funções como vídeoaulas, planos de estudos, análise de dados educacionais e atividades de sistematização, reforço ou avaliação.

O uso do AVA é para disponibilização de conteúdo, gestão de alunos e atividades e outras funções inerentes. Dessa forma, permite todas as interações entre alunos e tutores, seja em cursos online, ensino híbrido ou presencial. Também sendo usada como plataforma para cursos EAD.




Qual o objetivo?
Uma das maiores dificuldades em ambiente virtual é a manutenção da atenção do aluno. Por não ser uma sala de aula tradicional, com o professor detendo toda a atenção, é mais normalizada a dispersão. Então, a ideia é de criar um ambiente semelhante a uma sala de aula, promovendo a troca de informações entre alunos e tutores, se mantém o engajamento e disciplina do aluno, o aproximando de seus tutores.



Quais as vantagens do AVA?


Observando as suas funções, é possível reconhecer três benefícios principais do ambiente virtual de aprendizagem.



- Protagonismo no ambiente virtual do aluno: o professor/tutor define um cronograma para tarefas e avaliações, mas o aluno tem total autonomia para definir seu tempo e forma de estudar.



- Fixação do conteúdo: com a disponibilização de videoaulas e exercícios de fixação, o aluno tem a oportunidade de treinar e fixar melhor a matéria. Além disso, pode sempre consultar o professor.


- Análise dos dados educacionais: por meio do AVA, é possível gerar relatórios que fornecem um panorama geral e comparativo dos alunos. Uma das grandes vantagens do AVA é que isso permite a personalização do ensino.

O uso do AVA na prática é feito em três tipos de estudos, como o de educação a distância, educação online e pelo E-learning, em que a internet é utilizada como suporte ao treinamento de funcionários.

Após compreender alguns desses tipos de usos, o primeiro passo é a escolha da plataforma, que atende a um propósito específico. Uma empresa ou instituição de ensino pode buscar a maior interação entre alunos e professor ou só um meio para oferecer material didático.

Feita a escolha, a instituição ou empresa escolhe o curso a ser oferecido na plataforma e o disponibiliza. Assim, cabe a plataforma oferecer o acesso ao aluno e professor por meio de login e senha. Dentro da plataforma, o professor, tutor ou gestor, oferece as aulas, tira dúvidas, faz avaliações e interage com os alunos. Tudo isso acontece e é registrado no ambiente virtual do aluno e do professor.

“O Ambiente Virtual de Aprendizagem é um sistema de ensino que faz muito sentido em períodos como esse de pandemia em que passamos, pois necessita de organização das tarefas para que isso mantenha o aluno focado e dentro do cronograma de ensino”, aponta Rafael Muller, criador da Innovio.
  


Dívida pública deixa economia frágil no longo prazo


Focado nas questões fiscais de curto prazo, o mercado financeiro está à espera de sinais mais firmes quanto ao cumprimento do teto de gastos, o que poderá estabilizar temporariamente os ânimos. A análise é de Rodrigo Octávio Marques de Almeida, CIO do Andbank Brasil.


“O gerenciamento da dívida pública continua chamando a atenção, independentemente do teto de gastos. Essa dívida deixa a economia frágil no longo prazo e há necessidade de que tudo dê certo no exterior. No curto prazo, tranquiliza ouvir notícias de que o auxílio emergencial não será prorrogado, mesmo sabendo que ele foi responsável pela manutenção de boa parte do emprego e do nível de atividade”, aponta.

Ainda de acordo com o CIO, os efeitos do auxílio emergencial na manutenção de postos de emprego e nível de atividade contribuem com a estabilidade da curva de juros longa no curto prazo. “Entretanto, a curva curta tende a sofrer estresse devido à rolagem da dívida pública, o que traz incerteza quanto à taxa de inflação. Também não se sabe como vão se comportar o IPC e o IGP, cujo gap está um tanto grande”, alerta.

Por fim, Rodrigo Almeida alerta que os mercados de risco ainda deverão sofrer em razão do balanço de riscos para 2021, “tanto interna quanto externamente”.


Evento para caminhoneiros oferece serviços de saúde e assistência dia 22/10, na BR 386, em Nova Santa Rita

Denominado de Pit Stop PROCAM, o evento é promovido pelo Clube Procam, cartão de benefícios do caminhoneiro, e seguirá com edições mensais em diferentes locais na estrada.

 

Depois do sucesso do evento de celebração do Dia Nacional do Caminhoneiro, em setembro, o Clube PROCAM e seus parceiros seguirão promovendo o mesmo modelo de evento drive-in, agora com o nome Pit Stop PROCAM. A próxima edição será dia 22 de outubro, quinta-feira, das 9h às 18h, no Posto SIM da BR 386, número 2555, em Nova Santa Rita (RS). Será um dia inteiro de serviços de saúde e assistência ao caminhão, oferecidos pelos parceiros PROCAM: FECAM-RS, Target meios de pagamento, CCR Via Sul, Mecasul concessionária Mercedes Benz, Eldorado Caminhões Concessionária DAF, Hoff Pneus, Sest-Senat, Frete Fy, JV Seg Seguros, Paganini Despachante, Rede SIM, Clinica da Visão e ANTT.

Durante todo o dia, os caminhoneiros que passarem pelo Pit Stop PROCAM poderão fazer gratuitamente Teste de Triglicerídeos; Teste de Colesterol; Teste de HGT; Medição de Pressão Arterial; Índice de Massa Corporal; Inspeção de sinalização e troca de lâmpadas traseiras; Higienização das cabines; Aferições Programa DESPOLUIR; Atendimento da FECAM-RS, além da venda do Clube PROCAM e abertura de contas da Target Conta Digital.

"Entendemos que este formato de evento nos deixa ainda mais próximos dos caminhoneiros para ouvir seus anseios, necessidades e oferecer facilidades. O modelo também permite manter a prevenção contra a COVID-19 e ainda proporcionar alguns momentos de integração e lazer entre a categoria", destaca André Costa, presidente da FECAM-RS.


Carreta TEXACO orienta sobre a COVID-19

Essa primeira edição do Pit Stop PROCAM também contará com a presença da Carreta Texaco, projeto de ação social que orienta caminhoneiros e caminhoneiras sobre o coronavírus. Um enfermeiro vai até os caminhoneiros, ainda dentro dos veículos, para medir a temperatura com um termômetro de testa, orientar sobre a prevenção da doença e oferecer kits de higiene, com sabonete, álcool em gel, spray desinfetante para o painel e uma flanela para auxiliar na limpeza. Todos os serviços são gratuitos.


CCR ViaSul promove cantinho do desabafo

A CCR ViaSul, parceira do Pit Stop PROCAM, realizará, das 9h às 18h, a segunda edição do Estrada Para a Saúde, programa voltado ao cuidado dos motoristas profissionais. Em meio ao momento atual, a ação contará com uma grande novidade: o cantinho do desabafo, no qual voluntários ficarão à disposição para ouvir os motoristas, fornecendo suporte, conforto e contatos úteis para auxiliar na melhoria do bem-estar mental e emocional dos caminhoneiros, estimulando as boas práticas de saúde.

Clube PROCAM: acesse o site ou aplicativo e conheça as vantagens

O Clube PROCAM pode beneficiar mais de 600 mil motoristas autônomos em todo o Brasil, que podem aderir aos planos pelo site http://clubeprocam.com ou pelo aplicativo (android). O Clube dá direito a serviços como assistência residencial, assistência para a família e jurídica, seguro de vida, suporte 24h para o caminhão, estacionamento, banho e wi-fi nos pontos de parada credenciados e, ainda, descontos que chegam a 65% em mais de 11 mil estabelecimentos, incluindo postos de combustível, peças e acessórios para caminhões, medicamentos e até consultas médicas.

O Clube ainda vem com a Target Conta Digital, uma parceria com a Fintech Target Meio de Pagamentos, empresa que figura entre as cinco maiores do setor de meio de pagamentos e a responsável pelo desenvolvimento da ferramenta e por todo o suporte. Aderindo ao Procam o caminhoneiro poderá administrar todas as suas transações por meio de um aplicativo no celular e também pelo cartão com bandeira Visa Cargo aceito em mais de 44 milhões de estabelecimentos no país.

Além de todos os serviços que um grande banco oferece, a Conta Digital possibilitará também a gestão financeira necessária à atividade de frete, monitorar saldos e extratos, fazer transferências de valores, saques, pagar contas, gerar boletos próprios, comprovar renda, creditar e pagar Vale Pedágio.


Saiba quais os fatores que devem ser trabalhados para ter sucesso na recolocação no mercado de trabalho

Com certeza qualquer tipo de ação de desenvolvimento conta para uma recolocação rápida no mercado. Cursos, habilidades técnicas e, principalmente, comportamentais, acabam contando. É claro que a experiência acaba tendo um peso maior, porém o recrutador percebe que houve a atitude de se desenvolver enquanto estava parado, buscando novos conhecimentos, informações e formações.

É importante demonstrar essa sede de conhecimento e crescimento, pois ela é muito valorizada pelas empresas. Além disso, a partir do momento que você embarca em um negócio com vontade de crescer, e se depara com oportunidades, os gestores podem notar e investir para que isso aconteça de forma mais acelerada.

Montar um bom currículo também é muito importante na fase de recolocação, mas a maioria das pessoas coloca apenas o cargo em que estiveram anteriormente, experiências profissionais, onde estudaram etc. Ao meu ver, esquecem do que é mais importante: as próprias competências, forças e paixões. Uma boa dica é dividir o material de forma que ele também conte essas questões dentro de uma única página.

Além das experiências profissionais, é interessante colocar os projetos em que esteve envolvido, o que fez efetivamente nos locais em que trabalhou antes, os programas e cursos dos quais participou, isso tudo sem se esquecer de contar o propósito de vida e as causas em que é engajado e tem orgulho. É fundamental ter em mente que as empresas não contratam currículos, mas sim seres humanos.

Entrar no mercado após um desligamento por conta da crise pode ser algo complicado, mas não precisa ser constrangedor. A transparência é o que há de mais importante para qualquer relacionamento, inclusive com o recrutador de uma nova companhia. Os últimos tempos foram delicados para diversas pessoas, então o ideal é colocar em prática ideias para ajudar a empresa a se destacar nesse período. Também é importante que os gestores saibam como lidar com a equipe, garantindo segurança e feedbacks necessários para o time. Portanto quanto mais transparente for o processo, melhor será para todos os lados.

Seguem algumas dicas para uma recolocação mais rápida.


Currículo

O seu currículo precisa estar muito adequado aos objetivos da instituição em que quer trabalhar. Portanto, alinhe o seu objetivo com o propósito desse lugar e o cargo para qual está aplicando, dessa forma o recrutador tem maior conhecimento sobre sua trajetória. Também não deixe de colocar informações pessoais, já que isso torna o processo mais humano.


Evite a timidez

Embora seja um momento de tensão e nervosismo para a maioria dos candidatos, normalmente o entrevistador está interessado em ver brilho no olhar e força de vontade, então é importante demonstrar essas características. Lembre-se de conhecer a história da empresa para colocar isso em prática durante a entrevista.

Alavanque suas competências

A entrevista é o momento certo para demonstrar como você pode colaborar para o crescimento da empresa, então fale sobre suas experiências profissionais e desenvolvimento pessoal, os projetos que participou e também tente relacioná-los com o propósito dessa companhia.

 


Alexandre Slivnik - reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias (EB1). É autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É membro da Society for Human Resource Management (SHRM) e da Association for Talent Development (ATD). Palestrante e profissional com 19 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, ÁFRICA e JAPÃO, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston/ EUA). www.slivnik.com.br


Será que o Mickey Mouse vai "cair" em domínio público

Nascido no ano de 1920, em 18 de novembro de 2018, o ratinho mais amado do mundo completou 90 anos, desde a sua primeira aparição, no filme “Steamboat Willie”, em Nova York.

Nos últimos anos, muitas pessoas têm comentado sobre a possibilidade real do referido curta ter seus direitos de propriedade intelectual expirados em três anos, ou seja, no ano de 2023.

Para entender melhor essa longa história, iniciamos dizendo que a proteção dos direitos autorais varia de acordo com cada país. No Brasil, segundo a lei, o autor terá a sua obra protegida durante toda a sua vida e mais 70 anos após a sua morte, a contar do dia 1º de janeiro, do ano subsequente à morte. Nos Estados Unidos, o prazo é diferente e sofreu diversas alterações por conta de nada mais nada menos do que o ratinho mais famoso do mundo, o Mickey Mouse.

Quando a lei entrou em vigor, pela primeira vez, nos EUA, em 1970, a proteção era de 14 anos, renovável por um período de mais 14 se ao final do primeiro período o autor ainda estivesse vivo. Era exigido o cumprimento de alguns requisitos, sob pena da obra entrar, imediatamente, em domínio público.

Em 1831, o prazo de proteção aumentou para 28 anos permitindo uma renovação por mais 14 anos. Já no ano de 1909, a renovação dos direitos aumentou para 28 anos. Foi sob a vigência dessa lei que nasceu MICKEY MOUSE, através do desenho animado “Steamboat Willie”, portanto, seus direitos autorais perdurariam até o ano de 1984.

Foi, então, que a poderosa DISNEY iniciou um forte lobby para alterar a lei e preservar os direitos autorais da obra. Em 1976, o congresso nacional americano autorizou uma grande revisão do sistema de direitos autorais, garantindo à Disney uma extensão da proteção.

A lei que previa proteção máxima de 56 anos com as extensões, passou a proteção pelo tempo de vida do autor mais 50 anos. Para obras de autoria de empresas, a lei também garantiu uma extensão retroativa para as obras publicadas antes da nova legislação entrar em vigor. O período máximo para obras já publicadas aumentou de 56 para 75 anos, incrementando a proteção do Mickey Mouse para 2003.

Porém, mais uma vez a poderosa Disney se viu na iminência de perder os direitos autorais do seu amado ratinho. Por essa razão, restando apenas 5 anos de proteção, o congresso alterou, em 1998, novamente, a lei de copyright.

Essa legislação estendeu os direitos autorais para obras criadas em ou após 1º de janeiro de 1978, para “a vida do autor mais 70 anos” e estendeu os direitos autorais de obras de empresas para 95 anos do primeiro ano de publicação, ou 120 anos da criação, o que expirar primeiro.

Diante dessa nova regulamentação, a obra da Disney “Steamboat Willie” tem proteção dos direitos autorais até o ano de 2023.

E aí? Será que a Disney vai se insurgir, novamente, para buscar a alteração da lei? Há rumores de que a poderosa empresa não irá adotar nenhuma medida para estender a proteção da sua obra, o que significa que pouco mais de 3 anos “Steamboat Willie” estará em domínio público, podendo ser explorada comercialmente.

 


Roberta Minuzzo - advogada e graduada em direito pela Universidade Luterana do Brasil. Possui especialização em Propriedade Intelectual pela (PUCRS) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, além de ter cursado Direito PenaI e Processual Penal no IDC – Instituto de Desenvolvimento Cultural. A especialista em Propriedade Intelectual também faz parte da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial (ABAPI) e a Associação dos Criminalistas do Rio Grande do Sul (ACRIERGS).  https://dmk.group/ 


Como a Inteligência Artificial e a tecnologia estão transformando a saúde

Hoje, quando pensamos em Inteligência Artificial, não estamos mais nos referindo a um mundo desconhecido, longínquo que assistimos nos filmes de ficção científica. A relação entre máquinas e humanos é cada vez mais próxima e o ser humano tem se inspirado nessas soluções para resolver problemas em diferentes setores. Um deles é o da saúde, que exerce impacto direto na rotina e qualidade de vida da população e que tem tido grande utilidade em tempos de pandemia. 

Este ano tem sido completamente atípico para todos os setores, mas, a área da saúde sentiu bastante. Foi necessária uma adaptação rápida para atender às demandas crescentes. E a inteligência artificial colaborou para uma revolução nas experiências de pacientes, médicos e profissionais do setor, o que foi essencial em um momento de alta procura e muitas mudanças. 

O mercado de saúde digital é promissor, o estudo do Zion Market Research, feito antes da pandemia, mostra que esse mercado movimentará US$ 423 bilhões, em todo o mundo, até 2022.  É interessante ver que há empresas com diferentes perfis trabalhando com processamento de dados e inteligência artificial em saúde. Se olharmos para o ecossistema de saúde, vemos desde hospitais e tradicionais seguradoras da área, até empresas de tecnologia e as startups especializadas do setor. Em comum, elas trazem a lógica da indústria 4.0 para esse segmento. 

Foi a tecnologia e a digitalização que agilizaram os processos de agendamentos, diagnósticos e previsão de doenças. E o mercado está em constante evolução, crescendo como nunca. Prova disso, é o aumento das healthtechs, as startups do setor.  Segundo dados do HealthTech Report 2020, realizado pela consultoria Distrito, o número de empresas de saúde cresceu 118% no Brasil e passou de 248 para 542 no período de 2018 a 2020, e a pandemia ajudou a potencializar esse crescimento, já que as healthtechs têm atuado na luta contra a doença, com aplicações diretas e indiretas de combate ao vírus. 

Mas, como a inteligência artificial está sendo aplicada na área da saúde? Sob o ponto de vista do consumidor final temos uma série de soluções que estão dando mais controle para os pacientes, para que eles possam monitorar melhor sua própria saúde. É o caso dos dispositivos que ajudam as pessoas a terem um acompanhamento de seus batimentos cardíacos, da quantidade de oxigênio circulando pelo corpo, entre outros. Na ponta de serviços, temos grandes empresas de tecnologias utilizando IA em parceria com startups e fornecedores de saúde, analisando dados, fornecendo consultas à distância com precisão em diagnósticos. 

Existe ainda outro aspecto muito interessante que vai além da jornada do paciente e dos negócios desse mercado. Me refiro ao uso da inteligência artificial nas áreas operacionais e acadêmicas, com as pesquisas genéticas e os robôs cirurgiões capazes de analisar avaliações pré-operatórias, e orientar os movimentos do médico durante as cirurgias. Inclusive, essa solução pode diminuir em até 20% o tempo de internação de um paciente. 

Uma das ambições dos cientistas é a criação de robôs autônomos, aptos a conduzir cirurgias sem a necessidade de comandos pré-definidos. É importante falar sobre como a inteligência artificial pode aumentar as chances de sucesso dos médicos, ainda mais em países emergentes como o Brasil onde a demanda para profissionais especializados é tão alta. Como percebemos, já percorremos um longo caminho, mas a estrada é ainda maior e o setor segue em busca de inovações que facilitem as vidas de todos os envolvidos: profissionais da área e pacientes. O futuro, finalmente, chegou para transformar.

 


Marcel Rosa - Head of Design e Sócio da Alana AI


Por que as mulheres são minoria na área de tecnologia?

Em 2018 a ONU Mulheres apontou que apenas 17% dos programadores no mundo eram do sexo feminino. Em 2019, o programa YouthSpark, da Microsoft, apontou que, no Brasil, somente 18% dos graduados em ciência da computação e 25% dos empregados em áreas técnicas de tecnologia da informação eram mulheres. E não é que elas não tenham interesse nesse mercado: de acordo com a Associação Telecentro de Informação e Negócio (ATN), 36.300 mulheres formadas na área buscavam colocação no mercado em 2019.

A presença feminina na área de tecnologia é baixa, mas certamente há uma questão cultural e histórica por trás dessa realidade. As mulheres já desempenharam papéis bem importantes na área de tecnologia. O próprio Google relembrou isso no último Dia das Mulheres na campanha #sópodiasermulher (https://www.youtube.com/watch?v=liYgulV15-I), em que ressalta que as mulheres têm participação em descobertas como o GPS e o Wi Fi.

Ao pesquisar um pouco para entender os motivos por trás desse desequilíbrio e os impactos que essa situação trás para o setor, é possível descobrir que até 1984 o número de mulheres nos cursos de computação era relativamente proporcional ao de homens, quase meio a meio (National Science Foundation/ American Bar Association). Porém, alguma coisa coisa aconteceu a partir desse ano, que fez essa proporção cair pela metade nos 30 anos seguintes - ainda que esse percentual tenha aumentado nos outros cursos.  E naturalmente, quanto menor a quantidade de mulheres se formando em ciência da computação, menor é presença desse gênero no mercado - ainda que não seja obrigatório ter formação em ciências da computação para trabalhar em tecnologia. 


Por que a proporção de mulheres em tecnologia caiu tão drasticamente? 

Ao que tudo indica, um dos fatores pode ter sido o fato de que nos fim dos anos 1980, durante o boom dos personal computers (PCs), o público alvo das campanhas de marketing de marcas líderes como IBM e Apple, era masculino. Os PCs eram vendidos como se fossem “video-games”, um item que sempre foi considerado “coisa de menino”. Ou seja, “toys for boys”, como se dizia na época. 

PCs eram tão distantes do universo feminino que nos anúncios publicitários as mulheres mal apareciam nas imagens. Os homens sempre eram, então, os protagonistas dos anúncios. Em um havia, por exemplo, um menino pedindo para o pai se podia usar o computador. Em outro, aparece um homem num computador e a mulher em segundo plano ... lavando louça. E, assim, a própria indústria de tecnologia reforçou esse estigma de que tecnologia é um “clube do bolinha” e inibiu a presença das mulheres no segmento. 


Quais os impactos disso para as startups de tecnologia?

Talvez até aqui, o fato da tecnologia ser colocada como uma atividade masculina não pareça lá um grande problema. Mas o ponto “X” da questão é que esse contexto fez surgir um preconceito natural no mercado com relação às mulheres. As decisões no momento de recrutar e contratar profissionais acabam sendo enviesadas e projetos de tecnologia criados por mulheres batalham mais para receberem investimento.

É o que mostram dados do Distrito Dataminer, unidade de inteligência de mercado que analisa mais de 12 mil startups brasileiras. Segundo eles, mesmo quando as startups são divididas por setor, não há predominância feminina em nenhum deles. Vale observar também um estudo divulgado pela Pitchbook recentemente e perceber só uma pequena amostra do tamanho do problema: em 2018, as startups de tech lideradas por mulheres receberam apenas 2.7% do capital total investido pelas Venture Capitals

E esse preconceito, que muitos no mercado possuem, pode ser prejudicial para os negócios. Imagine quantas oportunidades de bons investimentos estão sendo perdidas por conta desse preconceito? Afinal, diversificar portfólio é obrigação de qualquer investidor, não é mesmo? Eu, particularmente, acredito que precisamos de diversidade, não meramente baseada em características biológicas mas, em diversidade de pontos de vistas e opiniões, porque isso sim, é o que pode moldar idéias e mudar o rumo dos negócios. 

Comecei como female founder em tecnologia em 2015 e posso dizer que não foi fácil percorrer a trilha até aqui. Sempre me perguntam como é trabalhar em um ambiente primariamente masculino. Confesso que acabei me “acostumando” a essa realidade. No próprio quadro de colaboradores da Chiligum Creatives, a proporção é de 70% homens e 30% mulheres. E detalhe, só chegamos a essa proporção, por causa da nossa equipe comercial, pois dentro da área de tecnologia, 100% dos colaboradores ainda são homens. É uma batalha a cada processo seletivo mudar esse cenário. Acredite.

Por isso, me considero muito privilegiada em saber que conseguimos conquistar a confiança de inúmeros investidores no nosso último fundraising, mesmo a empresa sendo liderada por uma mulher. Torço para que, daqui pra frente, isso se torne a norma e não a exceção.

 


Deborah Folloni - CEO da Chiligum Creatives


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