Pesquisar no Blog

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Precisamos restaurar o orgulho de nossos professores


Professor: profissão das mais nobres, cujo exercício no passado era motivo de extremo orgulho, respeito e apreço. Pois bem; pelo que temos visto, não é mais assim. Hoje a profissão passa longe dos sonhos da maioria de nossos jovens. Por que tamanho desdém pela arte responsável por transmitir o saber que nos possibilita abrir a janela para o mundo? Podemos enumerar diversas razões, mas a que mais me chama atenção – e do Censo Escolar também – é a desvalorização profissional em todos os aspectos. E não estou falando apenas do aspecto financeiro.
A pesquisa “Profissão Docente”, realizada pelo Ibope Inteligência e divulgada recentemente, comprova o que estou dizendo. Dos 2160 professores de educação básica ouvidos, 33% afirmaram estar totalmente insatisfeitos com a profissão. O motivo mais citado? A desvalorização profissional. Ela é tanta que quase metade desses docentes não recomenda a própria atividade para um jovem. Os outros motivos também não são novidade: excesso de trabalho, falta de reconhecimento e baixa remuneração. Infelizmente, esses fatores só reiteram a quão menosprezada vem sendo a arte de educar em nosso país.
Os professores são fundamentais na nossa formação enquanto cidadãos pensantes e essa depreciação tem efeitos no desenvolvimento do Brasil. A falta de uma política de investimentos na área pode estagnar ou atrasar um país, uma vez que uma nação não pode ser considerada social e economicamente desenvolvida sem ter um padrão educacional decente. O educador precisa ser o elemento central de um plano de gestão que valorize a educação. Ele precisa ser ouvido, pois é quem faz o dia a dia, conhece seu público e todas as peculiaridades das áreas em que atua. Ele precisa ser tratado com dignidade, pois é o principal agente transformador, motivador e passível de referência para seus alunos. É preciso valorizar essa atividade, uma vez que ainda temos pessoas apaixonadas pela arte de ensinar. A pesquisa citada acima comprova nossa percepção quando aponta que a maioria daqueles que decidiram continuar na carreira o fizeram pelo prazer de transmitir conhecimento.
Disseminar essa paixão, porém, tem sido difícil, admito. O problema começa ainda nos anos de formação básica do futuro docente que, uma vez aluno de uma escola pública, como 80% dos estudantes brasileiros hoje, sofre com a falta de professores especializados. Quantas histórias ouvimos de alunos que nunca tiveram aula de geografia, física ou química. Mesmo nestas condições precárias este aluno se torna professor movido somente pela vontade de fazer diferente, de levar aos alunos algo que ele não teve. Ele geralmente inicia sua carreira também em escolas públicas e se depara com uma vasta dimensão de desafios inerentes ao outro lado da carteira. A baixa remuneração, que faz com que ele tenha que complementar sua renda; a falta ou atraso no repasse de recursos; estruturas de trabalho sucateadas, que não oferecem espaços e materiais adequados para desenvolver as atividades que tanto ansiou em tirar dos livros que passou anos estudando. Ao longo dos anos, a motivação vai por água abaixo; o dia a dia estressante finda com o sonho e ele acaba por procurar emprego em outras áreas ou fora do país.
Sobreviver no magistério é difícil no Brasil, mas tem solução. Não se sobrevive por mágica, mas a receita é simples. A meu ver, programas de educação continuada alinhados à realidade escolar e ao cenário tecnológico que vivemos são os pontos-chave. Em todo o país, e não só nas zonas mais carentes como se pensa, há profissionais com déficit de conteúdo e eles têm consciência disso. Tanto que 76% dos participantes da pesquisa acreditam que é necessário, sim, passarem por atualizações frequentes. A implantação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que vem como a grande promessa para uma nova era na educação brasileira, já bate à nossa porta e o que tem sido feito para qualificar os docentes?
A educação mudou, os meios mudaram e o conteúdo a ser transmitido precisa acompanhar tudo isso. O Brasil tem quase 50 milhões de alunos matriculados em pouco mais de 180 mil escolas particulares e públicas e é o professor quem vai preparar esses jovens para mudar a sociedade. A qualidade da educação só vai melhorar quando se investir na melhoria da qualidade dos professores.




David Marcelo P. Berto - graduado em Letras pela Faculdade Anhanguera de Taubaté/SP, tradutor-intérprete de Libras pela IMOESC – Caçapava/SP, professor de língua inglesa, formador internacional do método Kagan Cooperative Learning (San Diego University - California/USA), palestrante da plataforma YouTube Edu sobre habilidades socioemocionais na educação, além de especialista em construção de identidade da sala de aula, identidade do grupo e aprendizagem baseada no cérebro. É coordenador do Programa Línguas Estrangeiras do Planneta Educação, uma empresa do grupo Vitae Brasil.

Os impactos da demissão em massa e a crise econômica do Brasil

Recentemente, a LATAM realizou demissão em massa de 1.300 empregados, o que certamente trouxe impacto a quem sofrerá com esta decisão e até mesmo a outras pessoas que claramente vêem o cenário econômico instável do país, já que esta instabilidade econômica pode gerar outras demissões em massa.

Primeiramente, deve-se esclarecer que antes da reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, para que fosse feita dispensa em massa de empregados, era obrigatório a negociação coletiva perante o sindicato da categoria, e ainda na ausência desta, tanto o sindicato da categoria como também o Ministério Público do Trabalho tinham legitimidade para ingressar com ação civil pública pelo que era considerado como dispensa ilegal.

Neste contexto, os empregados que haviam sido dispensados em massa, sem a devida negociação coletiva feita pelos sindicatos, eram reintegrados a seus postos de trabalho e a empresa sofria com indenizações em danos morais decorrentes destas ações civis públicas.

No entanto, a reforma trabalhista alterou substancialmente essa modalidade, que vale frisar, mesmo ocorrendo estas demissões antes da nova lei trabalhista, não havia previsão em lei, e que a reforma trabalhista passou a regulamentar esta modalidade demissão, em que a obrigatoriedade da participação do sindicato deixou de ser imposta.

O novo dispositivo de lei sobre este tipo de demissão a colocou em igualdade com as demais demissões prevendo expressamente que não há necessidade de prévia autorização do sindicato para que as demissões ocorram, dando assim total liberdade a empresa em realizar tais dispensas.

A inovação da lei veio para, entre outros motivos, dar auxílio às empresas que atualmente passam por situações de crise, haja vista a instabilidade econômica e a consequente queda de produção, já que o Brasil passa por uma das crises mais longas, uma vez que muitas empresas fecharam as portas ou tiveram que reduzir o quadro de empregados.

Ainda quanto à possibilidade da demissão em massa sem a presença do sindicato da categoria, com a nova disposição da reforma trabalhista, o TST que havia se posicionado contrário a esta dispensa ocorrer sem a assistência do sindicato, em janeiro deste ano confirmou a validade do que propõe a lei quanto a empresa realizar esta dispensa de forma livre, sem necessidade de nenhuma autorização.

Neste cenário, a LATAM noticiou a demissão em massa de 1.300 empregados, sendo que esta medida atingirá o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. A empresa, alicerçada na reforma trabalhista, tomou essa decisão sem a assistência do sindicato.

Cumpre destacar que os trabalhadores não perdem nenhum direito com esta modalidade de dispensa, recebendo todas as verbas que têm direito, como se fosse uma demissão sem justa causa. O impacto para eles é social, já que entrarão na fila de desempregados, em que a taxa é atualmente é de 12,4%, segundo dados do IBGE.

Não obstante a isso, o impacto desta decisão pode ser ainda maior se levarmos em conta que há muitas outras grandes empresas enfrentando problemas financeiros, e que esta posição pode estimular as demais empresas a tomar a mesma medida, haja vista a facilidade em realizá-la através da nova lei.

É certo que o país vem passando por dificuldades há muitos anos. Deste modo, em 2017 vivenciamos as empresas de diferentes setores enfrentando muitos obstáculos para manter sua capacidade produtiva, precisando reduzir o quadro de funcionários para diminuir gastos, e a solução encontrada foi suspender os contratos de trabalho, afastando temporariamente os empregados que ficaram por um período sem receber salários, mas recebendo o “bolsa de qualificação profissional”, custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Essa medida, que foi muito usual em 2017 por diversas empresas, foi muito menos gravosa ao trabalhador do que a dispensa em massa, uma vez que o empregado, mesmo inativo, continua recebendo, garantido o emprego e seu sustento em dinheiro.

Já a dispensa em massa coloca muitos empregados fora do mercado de trabalho em um cenário econômico, e podemos dizer até político, incerto, tendo em vista que as eleições se aproximam, e o mercado internacional não vê com tanta perspectiva a melhora econômica do país.

Por fim, sob um ponto de vista trabalhista, como já mencionado, a demissão em massa noticiada nesta semana, pode influenciar outras empresas a terem o mesmo comportamento diante da crise, e casos estas não analisarem qual será a medida mais razoável, podem acabar perdendo grandes profissionais que fariam toda a diferença nos lucros e resultados, e também por não dar nenhuma garantia que estes trabalhadores retornem ao trabalho caso se torne estável a situação econômica do país.



Ana Claudia Martins Pantaleão - especialista em relações do trabalho do Massicano Advogados


Falta de atualização de currículos, informações confusas e até mesmo falta de dados essenciais como e-mail e telefone atrapalham trabalho de recrutadoras

 Dias depois do IBGE apontar 24,6% de taxa de subutilização da força de trabalho, a Luandre, maior consultoria de RH do Brasil, chama a atenção para a alta taxa de exclusão automática de candidatos, que pode chegar a 80%, pelos motivos apontados acima


No segundo trimestre de 2018, faltou trabalho para 27,6 milhões de pessoas no Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também destaca-se a taxa de desalento recorde de 4,8 milhões de pessoas que deixaram de procurar emprego, um resultado superior ao do primeiro trimestre (4,6 milhões) e bem maior que o do mesmo período no ano passado, quando a taxa já era bem alta (4 milhões).

A alta da população desalentada no Brasil chama a atenção porque a rigor são pessoas que não apresentam nenhum motivo físico ou psicológico para não trabalhar, apenas cansaram de ouvir negativas após as entrevistas ou de nem serem chamadas para os processos seletivos.

Francisca Silva, consultora de Recursos Humanos da Luandre, consultoria que atende 200 das 500 maiores empresas do país, lembra que, apesar do alto número de desempregados, as especialistas da empresa estão com dificuldade para encontrar candidatos ideais para algumas vagas e um dos grandes motivos é a grande parte dos candidatos não preenchem o cadastro corretamente: "Chegamos a descartar 80% dos currículos para cada processo seletivo que aparece, não porque as exigências são muitas, e sim porque muitas vezes não temos os dados necessários para analisar o perfil. Há casos em que a pessoa não deixa nem e-mail, nem telefone, ou não atualiza, em caso de mudança de número". 

Outra dificuldade relatada pelas especialistas em RH da Luandre é a falta de atenção ao local de trabalho. Segundo ela, muitos se candidatam a vagas em outros estados, cidades ou regiões e não respeitam a indicação sobre local de moradia. "Há vagas que exigem que a pessoa more com fácil acesso, em determinada região, por exemplo. Não é uma preferência, é uma exigência".

Segundo Francisca, muitos se candidatam a cargos para os quais não possuem nenhuma experiência ou formação: "Ele acredita que consegue efetuar aquela função, mas na grande maioria das vezes sua experiência profissional e acadêmica está muito longe do exigido pelo cliente.".

Além destas questões na pré-seleção, preocupa também o não comparecimento aos processos, que em períodos como o Carnaval chega a 80%, mas se mantém alto durante o ano, 50% em média. 

Vale lembrar que na Luandre, apesar dos dados apresentados pelo IBGE, houve crescimento de mais de 40% na quantidade de ofertas de vagas neste primeiro semestre, principalmente nas áreas de varejo, logística e saúde, para todas as posições. 

Dada a dificuldade com os CVs, as especialistas da Luandre apontam cinco dicas para quem não desistiu de procurar emprego:


1. Atualizar todas as informações sempre

Lembre-se de alterar endereço, telefone e atualizar suas experiências, detalhando sua função e atividades.


2. Atentar para o local da vaga

Não adianta se candidatar a vagas em outros estados ou em locais que são longe do seu endereço caso a empresa especifique que é necessário ter fácil acesso.


3. Nunca esquecer de pôr suas informações pessoais


E-mail e telefone são fundamentais, caso contrário o recrutador não tem como entrar em contato.


4. Não ter preguiça de detalhar sua formação e experiência

Pode ser que a pessoa tenha o perfil para a vaga, mas muitas vezes ela não preenche suas últimas experiências, detalhando suas atividades. Muitos candidatos são reprovados por isso.


5. Ser claro sobre o interesse na vaga

Caso seja chamado para uma entrevista é melhor ser claro sobre o interesse e, principalmente, mostrar como você poderá desempenhar bem a função exigida. Cite soluções e experiências que você já viveu para mostrar ao entrevistador que poderá fazer a diferença ao ser contratado.




Luandre Soluções em Recursos Humanos

Posts mais acessados