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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Dia Nacional de Combate ao Colesterol é lembrado com mostra na Estação Oscar Freire de metrô até o final de agosto

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo, responsável pela exposição, explica nos painéis por que é importante manter o nível adequado da substância no sangue

 


 Cartaz em exibição na mostra

  

No dia 8 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. Na Estação São Paulo-Morumbi de metrô, uma exposição com 20 pranchas informa e alerta sobre o colesterol – um tipo de gordura que faz parte das estruturas das células e é primordial para o funcionamento do organismo. Ele se torna um problema quando seus níveis se apresentam alterados, podendo causar graves problemas de saúde, como infarto e acidente vascular cerebral.   

A ação de esclarecimento é uma realização da ViaQuatro, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 4-Amarela de metrô, em parceria com a SBEM-SP – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo. 

Nos painéis da exposição, orientações sobre a utilidade do colesterol, as causas de ele se apresentar alto em algumas situações, os riscos que pode causar quando ultrapassa o limite considerado adequado, entre outras informações A situação se torna mais crítica quando associado a outros fatores, como glicose aumentada, hipertensão, tabagismo. 

“Além de oferecer um transporte seguro e confortável a todos, a concessionária busca sempre levar aos passageiros informações que possam colaborar com a saúde e qualidade de vida”, diz Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaQuatro.

 


 

 Serviço

Dia Nacional de Combate ao Colesterol – Linha 4-Amarela

 

Estação São Paulo-Morumbi – de 9 a 31 de agosto


Dermatologistas alertam para o risco da automedicação no tratamento de doenças dermatológicas em crianças no retorno às aulas

Escutar conselhos de amigos ou parentes ou mesmo a indicação de um atendente de farmácia pode ser um risco para o sucesso do tratamento de doenças dermatológicas que afetam crianças e até adolescentes. Por isso, os médicos dermatologistas lembram aos pais e responsáveis que a automedicação (induzida ou espontânea) deve ser evitada no momento de cuidar de sinais e sintomas que atingem a saúde de pele, cabelos e unhas de crianças.

A utilização de fórmulas caseiras (chás, infusões, extratos de plantas), shampoos, pomadas, cremes ou outros medicamentos sem a devida indicação médica pode comprometer o tratamento das doenças que afetam os pequenos. Na avaliação dos especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é importante levá-los para a avaliação de um especialista, mesmo de forma preventiva.

"É recomendável um cuidado maior com a saúde dos pequenos em creches e escolas, pois são locais com maior risco de contaminação pelo contato prolongado entre as crianças. Mas se ocorrer a transmissão de alguma dessas doenças, não tente resolver o problema por conta própria. Leve a criança para a avaliação atenta e o acompanhamento de um médico dermatologista", afirma a coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD, Silvia Assumpção Soutto Mayor.


Doenças - Com o retorno gradual às aulas presenciais e às atividades em grupo, a SBD ressalta que as crianças ficam mais expostas a uma série de doenças dermatológicas. Algumas delas são bastante comuns em creches e escolas, como a pediculose do couro cabeludo. Essa doença parasitária, conhecida popularmente como piolho, é transmitida por meio de contato direto e pelo compartilhamento de objetos de uso pessoal, como bonés, escovas, acessórios de cabelo e toalhas.

Além da pediculose, outras doenças também podem incomodar e exigir cuidados, como micoses, pitiríase versicolor, molusco, impetigo e escabiose. Atenta a esse cenário, a Sociedade Brasileira de Dermatologia faz algumas recomendações aos pais, mães e adultos responsáveis para evitar que esses problemas atinjam as crianças com a retomada da rotina escolar.

Como lembrou a coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD, os adultos devem ficar atentos à saúde dos seus filhos ou crianças sob sua responsabilidade. "Não deixe de procurar a ajuda de um médico dermatologista, evitando soluções caseiras ou o uso de remédios sem a devida prescrição. Cada paciente deve ser avaliado, segundo suas necessidades, sendo que as dosagens e os períodos de uso dos medicamentes podem variar de paciente para paciente. Lembre-se: o uso indevido pode retardar o tratamento e causar problemas ainda maiores, como alergias e intoxicações", reforçou Silvia Soutto Mayor.

Para se prevenir de dificuldades na prevenção e no combate às doenças de pele, cabelos e unhas que afetam alunos e frequentadores de creches, confira as características dos principais desses problemas dermatológicos e procure ajuda, se necessário.


Escabiose

De contágio exclusivo entre humanos, essa doença surge por conta de contato direto com pessoas, roupas e outros objetos contaminados. Aproximadamente quatro dias após o contato com o ácaro (Sarcoptes scabiei variante hominis) na área infectada surgem bolinhas que podem vir acompanhadas de bolhas d’água e coçam muito, principalmente à noite. Em geral, essa doença não afeta apenas crianças. Outros membros da família - mesmo os adultos - também podem ser acometidos. O tratamento consiste no uso medicamentos tópicos que devem ser prescritos por um especialista, que indicará o período e a forma de aplicação. Dependendo da característica do quadro apresentado, também pode ser preciso usar medicamentos sistêmicos. Como a doença é bastante contagiosa, deve ser avaliado o tratamento para todos os contatos próximos a fim de reduzir o risco de complicações, o que reforça a importância do acompanhamento por um médico dermatologista.


Impetigo

Trata-se de uma infecção bacteriana superficial, altamente contagiosa e muito frequente em crianças. As manifestações ocorrem especialmente na face, braços e pernas. Ele se caracteriza pela presença de crostas amareladas ou bolhas nas áreas afetadas. O impetigo também pode atingir o paciente após algum trauma na pele, como arranhões e pequenos cortes, ou picadas de insetos. Para prevenção, os dermatologistas recomendam manter a pele sempre limpa. Também é aconselhável evitar coçar lesões. O tratamento pode exigir o uso de antibióticos.


Micoses

Essa doença é causada pela ação de fungos que atingem a pele, as unhas e o cabelo.
A transpiração, o calor e a umidade estão entre os fatores que favorecem o surgimento de micoses, que aparecem com maior frequência em pés, dedos, unhas e virilha. Como forma de prevenção, os médicos dermatologistas recomendam não compartilhar itens de higiene pessoal, secar bem o corpo após o banho e evitar deixar a criança com a pele úmida pelo suor por muito tempo. Também deve-se evitar deixar que as crianças caminhem descalças por áreas públicas, como ginásios, piscinas e praias. Em caso de infecção, o tratamento exige o uso de medicamentos específicos que devem ser prescritos por especialistas no assunto, que farão a escolha de acordo com as características da manifestação.


Molusco

Essa doença é uma infecção viral contagiosa. Se confunde com pequenas espinhas ou bolinhas cor da pele que são indolores e podem estar isoladas ou agrupadas. O contato direto com outra criança com molusco é a forma de contágio mais comum. Para não deixar que o vírus se espalhe para outras partes do corpo, é importante evitar o ato de coçar e mexer nas lesões. É recomendável levar a criança para avaliação do médico dermatologista, prescreverá o tratamento adequado, que pode ser realizado por meio de uso de medicamentos ou até mesmo a remoção cirúrgica das lesões. Dependendo do nível de imunidade da criança, é possível que as lesões regridam ou até desapareçam, mas isso não elimina a importância de uma consulta com o especialista.


Pediculose

Conhecida como piolho, a pediculose é uma doença parasitária bastante frequente em crianças de três a 11 anos. A transmissão ocorre por contato direto. O principal sinal de contágio é a presença de coceira intensa que pode provocar até ferimentos. Para prevenir, evite o compartilhamento de objetos de uso pessoal, como pentes, roupas, presilhas, bonés e toalhas. Também oriente seus filhos a não irem com o cabelo molhado para a escola, pois a umidade favorece a proliferação dos insetos. E um lembrete: não existe fórmula, remédio ou preventivos. Além dos cuidados citados, o ideal é não ter contato com crianças infestadas. Assim, caso seus filhos manifestem o problema, avise a escola e siga as recomendações dos médicos para que eles não espalhem a doença.


Pitiríase versicolor

Também conhecida como micose de praia ou "pano branco", essa doença é causada por fungos do gênero Malassezia. Apresenta-se clinicamente na forma de manchas brancas que descamam, especialmente nas áreas muito oleosas do corpo (pescoço, tronco, rosto) e no couro cabeludo. Os médicos dermatologistas avisam: a família deve ficar atenta aos sintomas dessa manifestação em crianças e adolescentes. Caso surjam, o especialista deve ser procurado o mais rápido possível para fazer o diagnóstico e dar início ao tratamento que pode implicar na administração de medicamentos antifúngicos tópicos ou orais.


Quebrando o silêncio: música em hospitais auxilia na recuperação de pacientes em períodos de isolamento

A música também leva ao autoconhecimento e à ressignificação do sofrimento vivido na fase do momento hospitalar
 Divulgação


Com o objetivo de multiplicar conhecimento científico sobre tema, psicólogo compartilha em livro vivências e benefícios da música em ambiente hospitalar


Quem nunca se emocionou com uma música, que despertou lembranças por trazer a marca de alguém ou de algum momento importante? Ela, assim como outras artes, tem o poder de intensificar emoções e ressignificar espaço e tempo. Em ambiente hospitalar, não é diferente. A música pode ser um instrumento de humanização do cuidado, o que contribui na recuperação dos pacientes. 

A dentista Viviane Frossard Migliavacca Straub passou sete dias internada, no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), para realizar duas cirurgias do aparelho digestivo. Mesmo sem relação nenhuma com a covid-19, por causa do isolamento imposto pela pandemia, ela passou todo esse período sem a possibilidade de receber visitas e longe do marido. Ela relembra que a música teve um papel fundamental nesse processo de recuperação e de manutenção da esperança na melhora. “A maior emoção que eu tive foi que, no momento da minha alta, entrou toda a equipe do hospital, acompanhada do meu esposo, cantando a nossa música. Mesmo em tempo de pandemia, de solidão e de isolamento social, a gente pode ter alegria. E isso vindo de um hospital é muito mais valoroso”. 

Esse é um exemplo de experiência vivida pelo psicólogo dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), Sidnei Evangelista. Ao longo dos últimos sete anos ele coleciona vivências como essa que agora fazem parte de um livro. Com o título “Música em ambiente hospitalar e sua interface com a bioética”, Sidnei se baseia em pesquisas científicas e experiências próprias do dia a dia dos hospitais para apurar os benefícios que a música traz para os cuidados. 

“A música possui uma função simbólica da arte que nos ajuda a encontrar ou dar sentido aos momentos que estamos vivenciando. Principalmente no momento de sofrimento. Ela proporciona o resgate da autoestima e da autonomia. Além disso, os encontros musicais causam uma diminuição dos efeitos negativos relacionados ao internamento, pois eles fazem esse resgate da identidade que muitas vezes se perde nos ambientes hospitalares”, explica. “O olhar de quem participa, vivencia e está no dia a dia faz toda a diferença”, complementa. 


Ambientes acolhedores

Entre uma atividade e outra, as músicas chegaram nas unidades de internação, pronto-socorro, UTIs, sala de espera, centro cirúrgico e hemodiálise. Com base nesses encontros, o conteúdo do livro foi desenvolvido. “A partir dessas visitas, percebi de início que a música tinha boa receptividade na comunidade hospitalar. Paciente, familiar e profissionais da saúde demonstravam em algumas falas o bem que a música trazia”, conta. Sidinei diz que a publicação busca enfatizar que a música também leva ao autoconhecimento e à ressignificação do sofrimento vivido no ambiente na fase do momento hospitalar. Um dos principais objetivos, segundo ele, é tornar os hospitais, cada vez mais, espaços menos ameaçadores.

Sidnei também faz parte da equipe de pastoral e voluntariado do Hospital Universitário Cajuru e conta que as práticas de humanização fazem muita diferença para os pacientes do hospital que é 100% SUS e referência em traumas. O autor do livro afirma que, antes mesmo de enxergar a doença ou o acidente atendido, é preciso entender que ali estão pessoas que merecem essa aproximação. “Estamos diante de um ser humano, que é um ser biopsicossocial e espiritual. Um hospital vai além do tratamento físico”, afirma. E é nesse sentido que a música conta histórias, emociona e inspira. Ela traz alegria aos pacientes, mesmo nas situações mais difíceis. 

“A música nos ajuda a encontrar afetos positivos e conforto espiritual que muitas vezes não cabem nas palavras. E por isso é que ela é fundamental no ambiente hospitalar”, defende Sidinei. O livro “Música em ambiente hospitalar e sua interface com a bioética” será lançado no dia 5 de agosto, no auditório do Hospital Universitário Cajuru. Em virtude dos cuidados no enfrentamento ao coronavírus, o lançamento poderá ser acompanhado de forma on-line, das 10h às 12h. 

 


https://tinyurl.com/yekv6kpe


Saiba o que é miomectomia histeroscópica

FreePik | Divulgação
Doutor Alexandre Silva e Silva, especialista em ginecologia minimamente invasiva e cirurgia robótica explica mais sobre a técnica



Miomectomia é o nome da cirurgia de retirada dos miomas, enquanto a histeroscópica é uma das técnicas utilizadas para a retirada dos miomas quando eles estão por dentro da cavidade uterina.

Segundo o Dr. Alexandre Silva e Silva, especialista em ginecologia minimamente invasiva e cirurgia robótica, este tipo de procedimento pode ser feito através da via vaginal. Para isto, o cirurgião introduz um instrumento chamado histeroscópio por meio do canal vaginal, sem a necessidade de cortes, por onde é retirado o mioma.

“Essa cirurgia é realizada sob anestesia, em ambiente hospitalar e não está recomendada para todos os tipos de mioma. É preciso uma avaliação do cirurgião que, na individualização do caso, consegue informar a paciente se ela está apta ou não para o procedimento”, explica o doutor.

Geralmente a recuperação é rápida e a paciente pode ter alta em até 6 horas após o procedimento e voltar às suas atividades normais em cerca de 3 a 4 dias.
De acordo com o Dr. essa é um das cirurgias ginecológicas com menos restrições no pós-operatório, sem a necessidade de alimentação ou cuidados especiais. Um pequeno sangramento nos 14 dias que seguem a cirurgia pode ser esperado, mas com o passar dos dias ele vai diminuindo até sumir completamente.

 

 

Dr. Alexandre Silva e Silva -  se formou em 1995 na Faculdade de Ciências Médicas de Santos em medicina. Sua especialização é em Cirurgia Minimamente Invasiva e Cirurgia Robótica. Além disso, possui certificação em cirurgia robótica em 2007 no Hospital Metodista de Houston. Certificação em cirurgia robótica single site em 2016 em Atlanta. É mestre em ciências pela Universidade de São Paulo em 2019 e foi pioneiro em cirurgia minimamente invasiva a partir do ano de 1998. E dá aulas de vídeo cirurgia desde então. Referência em vídeo-laparoscopia e cirurgia robótica.


Agosto Dourado: 31% das brasileiras não conseguiram amamentar seus filhos por 6 meses, diz estudo

Embora a Organização Mundial da Saúde recomende a amamentação exclusiva, não são todas as mulheres que conseguem.


Dia 1º de agosto começou a semana mundial de aleitamento materno, que vai até dia 7, e que este ano tem como tema “proteger a amamentação: uma responsabilidade compartilhada.” Um dos objetivos desta semana tão importante, é manter a amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses de vida, conforme recomendam a OMS - Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde. Afinal, as fórmulas e leites especiais não são capazes de imitar fielmente a composição do leite materno.

Porém, conforme constatou a Famivita em seu mais recente estudo, 31% das brasileiras não conseguiram atingir o objetivo de amamentar seus filhos, exclusivamente por seis meses. E os dados por estado demonstram que o Tocantins é o estado em que mais mulheres amamentaram exclusivamente, sendo que somente 10% não conseguiram. No Rio de Janeiro, 30% das entrevistadas não atingiram esse objetivo, e em São Paulo 35%. Já o Rio Grande do Sul é o estado em que menos mulheres amamentaram exclusivamente por seis meses, com 41% das participantes.

A falta de orientação adequada na hora de amamentar pode causar alguns transtornos para as mamães, podendo causar dor, e dificultando a pega pelo bebê. Porém, é muito importante que elas não desistam, pois o leite materno tem tudo que o bebê precisa para crescer saudável. É por isso que uma consultoria de amamentação, pode fazer toda a diferença. Com ela, as mamães têm acesso a profissionais especializados e experientes, consultoria 100% online e suporte pós-consulta durante 15 dias. Tudo isso, através de um processo muito rápido, e por um custo muito mais baixo do que as fórmulas e leites especiais.


Saiba a importância do armazenamento de sêmen para a saúde masculina

 Médico da Criogênesis comenta os benefícios do procedimento, que auxilia em casos de infertilidade


Devido à rotina movimentada, muitos brasileiros têm adiado o momento de ter filhos. Embora esse desejo esteja cada vez mais tardio, a fertilidade é sempre um motivo de atenção. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população adulta sofre com esse problema. Ainda segundo a instituição, os homens são os responsáveis em 40% dos casos de dificuldades para engravidar.

Com a ajuda de tecnologias reprodutivas, a ciência conseguiu desenvolver alternativas para esse problema. Dentre eles, o armazenamento do sêmen se configura como um dos principais. Dr. Renato de Oliveira, ginecologista e obstetra da Criogênesis , alerta para a importância desse procedimento, tendo em vista, por exemplo, que tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem desenvolver quadros de infertilidade. "O armazenamento de células germinativas masculinas (espermatozoides) possibilita a preservação da fertilidade, proporcionando segurança na hora que se desejar engravidar. Alguns tipos de cânceres, cirurgias como a de testículo e próstata, podem desencadear problemas reprodutivos. Sendo assim, ele se consolida como fundamental para garantir a capacidade reprodutiva do homem", conta.

O médico ressalta também que, mesmo saudável, em alguns casos armazenamento pode ser recomendado: "Homens que vão realizar vasectomia, pacientes em tratamento de fertilização in vitro, expostos a materiais contaminantes como agrotóxicos e toxinas ambientais, podem se beneficiar desse método em um futuro", enfatiza.

Para armazenar o sêmen por tempo indeterminado, é necessário que ele seja criopreservado. "Esse procedimento acontece através de uma técnica que utiliza vapor de nitrogênio", explica o especialista. Segundo o ginecologista, o processo, acontece em temperaturas extremamente baixas, de aproximadamente -196°C. "De 24 a 48 horas depois do congelamento, uma porção do sêmen é descongelada para verificar sua qualidade e o percentual de sobrevivência dos espermatozoides", esclarece.

 

Criogênesis

https://www.criogenesis.com.br


Apneia obstrutiva do sono e sua relação com depressão e ansiedade

Sintomas depressivos podem estar correlacionados com a AOS


O sono perturbado pode causar uma série de consequências importantes para o dia a dia da pessoa, como falta de concentração, problemas de humor, ansiedade e Transtorno Depressivo Maior (TDM), que atingem diretamente sua qualidade de vida.1 De acordo com estudo publicado na revista Molecular Psychiatry, que reuniu 85 mil participantes do UK Biobank Study, pessoas com um ciclo de sono desalinhado têm maior probabilidade de apresentar depressão e ansiedade e têm menos sensação de bem-estar.1

Segundo o doutor Fábio Aurélio Costa Leite, psiquiatra com especialização em sono, dor e psiquiatria geriátrica, “indivíduos que não conseguem ter um dia normal porque dormiram mal, acordaram muitas vezes à noite e ficaram irritados e cansados em razão disso, podem ter alteração emocional de forma mais duradoura e apresentar sintomas como ansiedade”. Ele destaca que a saúde mental pode ser alterada por qualquer tipo de fator, seja físico ou emocional, e um sono ruim, cuja causa pode ser a AOS (Apneia Obstrutiva do Sono), pode sim levar a outras doenças, como a depressão. A apneia obstrutiva do sono é um transtorno do sono comum e potencialmente grave, no qual a via aérea torna-se repetidamente bloqueada pelo relaxamento dos tecidos da faringe e da base da língua, limitando a quantidade de ar que atinge os pulmões.

Uma vez constatada a relação do sono ruim com a apneia, é possível iniciar o tratamento que trará benefícios em pouco tempo. A terapia médica de escolha para AOS é o CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas), mas é importante a adesão do paciente para que o tratamento seja bem-sucedido e ofereça resultados perceptíveis.2

Rodrigo Parente, foi alertado pela esposa sobre seu ronco e a impressão de que estava sufocando, durante a noite. Foi então que começou a perceber que havia algo errado, pois sentia cansaço todos os dias, sono constante durante o trabalho e problemas de concentração. “Percebia certa irritabilidade, excessiva preocupação e medo com certas atividades cotidianas. Após uma crise de ansiedade, fui ao psiquiatra especialista de sono e obtive o diagnóstico de apneia do sono, correlacionada com a depressão, e iniciei o tratamento imediatamente. Com a correta prescrição médica, aliada ao uso do CPAP, houve uma melhora significativa na qualidade de sono e de vida. Inclusive, hoje durmo várias horas sem interrupção. Acordar revigorado passou a ser uma realidade que há muito tempo não vivia”, comemora Parente.

Doutor Fábio Aurélio Costa Leite alerta que alguns pacientes que fazem tratamento de depressão e ansiedade e que usam medicamentos de forma adequada acabam não se recuperando completamente porque têm apneia do sono e não sabem. “Quando fazemos uma investigação, descobrimos a AOS e fazemos a correção com uso do CPAP, o paciente fica estável.”

No Brasil o tratamento para apneia, que em certos casos está relacionada à depressão, pode ser realizado com equipamentos ResMed, uma das maiores fabricantes mundiais de soluções para o tratamento da doença. Pacientes podem acompanhar sua própria terapia com CPAP com um aplicativo gratuito e fácil de usar, chamado myAir™. O app fornece uma pontuação diária de como a pessoa dormiu e inclui guia de instruções, vídeos e informações personalizadas de treinamento com base nos dados da sua terapia, melhorando ainda mais a adesão ao tratamento.3

 

 

ResMed

https://www.resmed.com.br/

 

Referências:

  1. CNN Health. 2021. Disponível em: https://edition.cnn.com/2021/06/07/health/night-owl-depression-link-wellness/index.html
  2. S Jehan et al. Sleep Med Disord. 2017; 1(3):2-3
  3. Malhotra A, et al. Chest, 2018. Disponível em: https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(17)33073-8/fulltext

Pandemia antecipa a catarata

 

Pesquisa aponta aumento do uso de antidepressivos que eleva em até 55% o risco da doença.

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que o Brasil é o país com maior número de casos de depressão na América Latina. O pior é que a pandemia agravou o sofrimento psíquico do brasileiro. Nos primeiros cinco meses do ano a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor aumentou 13% em relação ao mesmo período de 2020, conforme levantamento inédito do CFF (Conselho federal de Farmácias) a partir da dados da IQVIA. 

De acordo com o oftalmologista, Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier um dos efeitos colaterais do uso de antidepressivos é antecipar a catarata, maior causa de cegueira tratável no mundo provocada pela opacifica o cristalino, lente interna do olho. De fato, os prontuários de 1,1 pacientes do hospital diagnosticados com a doença desde o início da pandemia mostra que em 20% dos que estavam em tratamento de depressão, a progressão da catarata foi mais rápida que o esperado. 

O oftalmologista explica que nem todo antidepressivo prejudica os olhos. Só os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs). Acontece porque o cristalino tem receptores de serotonina e o ISRS forma depósitos na lente do olho.  Isso explica o resultado de uma pesquisa realizada com 200 mil moradores de Quebec com 65 anos ou mais pela Universidade de British Columbia, do Instituto de Pesquisa de Saúde Costeira de Vancouver e da Universidade McGill. Os pesquisadores descobriram que a chance de diagnosticar catarata em pacientes que tomam antidepressivo varia de 15% a 51% conforme o tipo de substância de cada ISRS.

 

Para seu estilo de vida

A boa notícia é que a cirurgia, único tratamento efetivo para catarata, reduz a depressão por permitir maior entrada de luz nos olhos e conta com uma variedade de lentes intraoculares que se adapta aos diferentes estilos de vida. Queiroz Neto afirma que para enxergar bem na maioria das atividade do dia a dia a melhor opção é a lente EDOF de foco estendido. Significa que proporciona boa visão a meia distância e longe. A visão de perto é menor e requer uso de óculos para ler textos menores. “Caso você passe a maior parte do tempo no computador e não gosta de usar óculos, o mais indicado é o implante da trifocal que divide a luz em três pontos focais - perto, meia distância e longe”, afirma

 

Integração de dados

Queiroz Neto afirma que outro avanço na cirurgia de catarata é um sistema que transfere digitalmente ao microscópio do centro cirúrgico todas as informações coletadas nos exames que precedem a cirurgia: medidas da curvatura, espessura e superfície da córnea, amanho da pupila, uma imagem do globo ocular com características da íris (parte colorida do olho) e vasos sanguíneos, além das aberrações ópticas, pequenas imperfeições que podem interferir na visão.  "Um dia após a operação, a visão está completamente nítida e inclusive pacientes com astigmatismo importante conseguem ler as minúsculas letras de bulas sem óculos ", conta gratificado.

 

Quando operar

O especialista conta que a maioria das pessoas têm dúvida sobre quando devem operar porque geralmente o diagnóstico da catarata acontece em um exame de rotina e inicialmente não atrapalha das atividades. Os principais sinais de que chegou a hora de operar são: trocas sucessivas de óculos, perda importante da visão de contraste e dificuldade para dirigir à noite. “Além da visão, a cirurgia restitui o sono e melhora seu equilíbrio psíquico para enfrentar a pandemia, conclui.


Medicação usada para reduzir os níveis de colesterol pode reduzir a gravidade da covid-19

Em um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, os pesquisadores confirmaram que os pacientes que tomam medicamentos com estatinas tiveram um risco 41% menor de morte no hospital devido a covid-19. As descobertas foram publicadas em 15 de julho de 2021 na PLOS ONE e expandem a pesquisa anterior conduzida na UC San Diego Health em 2020.

As estatinas são comumente usadas para reduzir os níveis de colesterol no sangue, bloqueando as enzimas hepáticas responsáveis ​​pela produção do colesterol. Elas são amplamente prescritas: O Center for Disease Control estima que 93 por cento dos pacientes que usam uma droga para baixar o colesterol usam estatina.

"Quando confrontado com este vírus no início da pandemia, houve muita especulação em torno de certos medicamentos que afetam o receptor ACE2 do corpo, incluindo estatinas, e se eles podem influenciar o risco de covid-19", disse Lori Daniels, MD, líder autor do estudo, professor e diretor da Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular da UC San Diego Health.

"Na época, pensávamos que as estatinas poderiam inibir a infecção por SARS-CoV-2 por meio de seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios e capacidades de ligação, o que poderia potencialmente interromper a progressão do vírus".

Usando dados do Registro de Doenças Cardiovasculares Covid-19 da American Heart Association, a equipe de pesquisa da UC San Diego aplicou suas descobertas originais a uma coorte muito maior: mais de 10 mil pacientes com a doença hospitalizados nos Estados Unidos.

Especificamente, os pesquisadores analisaram prontuários médicos de 10.541 pacientes internados com covid-19 durante um período de nove meses, de janeiro a setembro de 2020, em 104 hospitais diferentes.

"A partir desses dados, realizamos análises mais avançadas enquanto tentávamos controlar as condições médicas coexistentes, o status socioeconômico e os fatores hospitalares", disse Daniels. "Ao fazer isso, confirmamos nossos achados anteriores de que as estatinas estão associadas a um risco reduzido de morte por covid-19 entre pacientes hospitalizados por conta da doença."

Daniels disse que parece que a maior parte do benefício está entre os pacientes com boas razões médicas para tomar estatinas, como histórico de doenças cardiovasculares ou hipertensão. De acordo com a equipe de pesquisa, o uso de estatinas ou um medicamento anti-hipertensivo foi associado a um risco 32% menor de morte entre pacientes internados, com histórico de doença cardiovascular ou hipertensão.

No estudo, técnicas de correspondência estatística foram usadas para comparar os resultados de pacientes que usaram estatinas ou um medicamento anti-hipertensivo com pacientes semelhantes que não usaram.

 


Rubens De Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.

 

Fonte: Lori B. Daniels et al, Relation of prior statin and anti-hypertensive use to severity of disease among patients hospitalized with COVID-19: Findings from the American Heart Association's COVID-19 Cardiovascular Disease Registry, PLOS ONE (2021). DOI: 10.1371/journal.pone.0254635


Proteína é capaz de capturar metais livres relacionados a doenças neurodegenerativas

A metalotioneína se liga a metais que podem se tornar tóxicos às células quando livres. Cientistas da USP demonstraram pela primeira vez o funcionamento microscópico desta proteína

 

Um estudo do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), em parceria com a Universidade de Nanjing, China, descreveu pela primeira vez, em detalhes, o funcionamento da metalotioneína humana, uma proteína responsável pelo controle da concentração de metais no organismo. Os pesquisadores descobriram que ela é capaz de capturar metais livres, associados a doenças neurodegenerativas. Publicada na nova revista Research, parceira da Science, a pesquisa uniu técnicas de microscopia de força atômica e simulações moleculares por supercomputação para identificar como as ligações entre a proteína e os metais são estabelecidas e quebradas.

Os cientistas constataram que a metalotioneína é altamente dinâmica, quase "líquida": não apresenta uma estrutura fixa e muda constantemente de acordo com as ligações químicas com os metais, que são de baixa estabilidade, quebram e reformam facilmente. "Materiais contendo metais são duros e estáveis do ponto de vista macroscópico, mas microscopicamente mostramos que podem ser extremamente flexíveis. A metalotioneína seria o mais próximo que existe no mundo biológico de algo como o personagem de metal líquido do filme Exterminador do Futuro 2, por exemplo", afirma Guilherme Menegon Arantes, professor do IQ-USP e um dos coordenadores do estudo.

A metalotioneína ajuda a regular a concentração dos metais no organismo, denominada homeostase. Quando estão livres no corpo, os metais - até mesmo os naturais e essenciais - podem se tornar tóxicos, causando reações danosas. "Nós mostramos que a proteína é capaz de encapsular os metais, protegendo-os de terem reações adversas", diz Arantes. No entanto, alguns metais que desempenham funções importantes, como o ferro e o zinco, precisam ser utilizados por outras proteínas. "Por isso, as ligações são frágeis: para que a metalotioneína possa transportar e liberar os metais no momento certo para exercerem as suas atividades", completa.

Metais como zinco, cobre e ferro já foram relacionados por outros estudos a doenças neurodegenerativas. Isso porque os metais livres nos neurônios podem induzir algumas proteínas a se complexarem, impedindo-as de realizarem as suas funções corretamente. "Essa complexação leva à produção de placas amiloides - depósitos de fragmentos de proteínas beta-amiloides, que são tóxicas para os neurônios. Essas placas são assinaturas de várias doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson", explica o pesquisador.

Outro problema decorrente de metais livres envolve o metabolismo energético. Os metais pesados podem atrapalhar o funcionamento da mitocôndria, organela responsável por gerar energia para os processos metabólicos. "A presença desses metais aumenta a produção de radicais livres, que podem fazer reações em cadeia, não controladas, e lesar as células".



Múltiplas ligações - Os pesquisadores também descobriram que a proteína é capaz de se ligar a dezenas de metais diferentes - desde metais naturais essenciais para o organismo, como zinco, a metais pesados e tóxicos, como cádmio e mercúrio. Essas características foram observadas pelos pesquisadores chineses com a microscopia de força atômica, uma tecnologia que permite manipular uma única molécula com resolução atômica e verificar as suas propriedades mecânicas e físico-químicas. "Foi a primeira vez que os mecanismos de ação dessa proteína foram mostrados com esse nível de detalhamento", destaca Arantes.

Segundo ele, o próximo passo foi identificar exatamente quais ligações estavam sendo formadas e quebradas. "Para isso, o meu grupo realizou simulações computacionais da metalotioneína e seus múltiplos metais ligados. Nós usamos o computador Santos Dumont, o maior instalado no Brasil".



Internacionalização - O projeto foi possibilitado pelo financiamento da FAPESP (SPRINT) e pelo acordo de colaboração assinado entre o IQ-USP e a Universidade de Nanjing, sob coordenação de Guilherme Arantes. "A Universidade de Nanjing é uma das mais produtivas do mundo, especialmente na área de Química", ressalta o professor.

Com duração de cinco anos, o acordo entre as instituições também inclui o intercâmbio de alunos e pesquisadores, ação que deve ser retomada após a pandemia.


Aumenta o número de mortes por doenças cardiovasculares no primeiro semestre de 2021

Nível elevado de colesterol é uma das principais causas de agravamento dessas comorbidades. Controle precoce das gorduras saturadas no sangue é fundamental para minimizar riscos à saúde


As doenças cardiovasculares (DCV) são líderes de mortalidade no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país. São cerca de mil óbitos por dia, números que podem estar sendo agravados em função da pandemia da Covid-19, mostrando ser este um assunto de absoluta relevância.

O receio da contaminação também tem feito pacientes portadores de doenças cardiovasculares, e de outras doenças agudas, que necessitam de acompanhamento médico, negligenciarem a rotina de saúde, deixando de ir ao médico.

A SBC vem acompanhando a situação devido à redução no número de atendimentos cardiológicos de urgência no país durante a pandemia. Dados divulgados pela Arpen-Brasil (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil) mostram que houve aumento de quase 7% no número de óbitos por doenças cardiovasculares nos primeiros seis meses de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. Foram mais de 140 mil mortes registradas contra mais de 150 mil no mesmo período deste ano.

O colesterol elevado no sangue é um dos principais fatores para doenças cardiovasculares e pode ser uma das causas que podem levar ao infarto e ao acidente vascular cerebral (AVC). No próximo dia 8 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol e a SBC faz o alerta para a importância do controle dos níveis de gorduras saturadas no sangue.    

“Controlar as taxas de gordura no sangue é fundamental para reduzir os riscos que levam às doenças do coração e que, na maioria das vezes, agem de maneira silenciosa. Precisamos divulgar sobre este assunto para que as pessoas aprendam a cuidar da própria saúde e atinjam suas metas de colesterol. É importante que todas as pessoas tenham seus níveis de colesterol verificados, de acordo com orientações médicas”, afirma o diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC, José Francisco Kerr Saraiva.

Uma pesquisa feita pela SBC, em 2017, mostrava que 67% das pessoas desconheciam os valores dos níveis de colesterol do próprio organismo. Por isso, a entidade reforça a importância de ter as taxas de gordura no sangue controladas para diminuir os riscos que levam a doenças cardiovasculares.

Segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), a pandemia fez as pessoas negligenciarem os cuidados com a saúde, como a realização de exames, inclusive de colesterol. O estudo mostra que houve queda de 28,5% na quantidade de exames de dosagem de colesterol HDL realizada em 2020, quando comparada com o ano de 2019. Mas aponta uma retomada por parte da população com os cuidados com a saúde nos cinco primeiros meses de 2021, quando foi registrado um aumento de 16,8% nesse tipo de exame, quando comparado com igual período do ano passado. Mas, ainda assim, abaixo 18,3% do que foi registrado de janeiro a maio de 2019, quando não havia a presença do novo coronavírus.

O mesmo acontece com a dosagem de colesterol LDL. Em 2020, a queda registrada na quantidade de exames realizados no SUS foi 26,9% em relação a 2019. Já nos primeiros cinco meses deste ano, o aumento foi 15,5% na quantidade deste exame no SUS em comparação ao mesmo período de 2020, mas 17,7% menor do que o realizado de janeiro a maio do ano anterior.

Com os exames de dosagem de colesterol total o cenário foi o mesmo. Os números do ano passado de realização desse exame foram 31% menores do que os de 2019, ano sem pandemia. Já de janeiro a maio de 2021, o aumento na quantidade desse exame foi de 14,1% em relação a igual período de 2020. Porém, 21,3% inferior ao volume desses testes ante aos cinco primeiros meses de 2019.

“A recomendação é que um paciente com riscos maiores, como insuficiência cardíaca, infarto, usa stent, tem arritmia, hipertensão em estágios 2 e 3, seja visto semestralmente por seu médico. Os que fazem check up, como o exame de controle de colesterol, não devem ficar mais de um ano sem realizá-lo”, orienta Saraiva.

ATIVIDADE FÍSICA É FUNDAMENTAL

A mensagem do diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC é que a população continue se cuidando, mesmo na pandemia, e não deixe de realizar atividade física, com segurança.

Em todo o mundo, um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco adolescentes (com idade entre 11 e 17 anos) não praticam atividade física suficiente. Alguns grupos populacionais têm menos oportunidades de terem uma vida mais ativa, entre eles meninas, mulheres, pessoas idosas, com menos recursos financeiros, com deficiências e doenças crônicas, populações marginalizadas e povos indígenas.

Por conta da pandemia do novo coronavírus e a recomendação para se ficar em casa, favorecendo o distanciamento social e, assim, evitar aumento dos casos, é fundamental que as pessoas mantenham – ou criem – uma rotina fisicamente ativa. O sedentarismo é prejudicial para o sistema imune e para a saúde do coração.

“As evidências são claras. O sedentarismo tem impacto negativo sobre a saúde, portanto, apesar de não sair de casa, é fundamental que todos realizem atividade física no ambiente domiciliar. Deve-se buscar que as atividades físicas sejam integradas ao cotidiano e que sejam prazerosas. Tais medidas são essenciais e de grande contribuição para a saúde física e mental, auxiliando na prevenção ao colesterol elevado, à Covid-19 e suas consequências”, alerta Saraiva.

As recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para indivíduos saudáveis e assintomáticos são de, no mínimo, 150 minutos de atividade física por semana para adultos e 300 minutos de atividade física por semana para crianças e adolescentes. Esse tempo deve ser acumulado durante os dias da semana, podendo ser dividido de acordo com sua rotina.

O diretor esclarece, e reitera, que a prática de atividade física compreende qualquer atividade motora que resulte em um gasto energético acima dos níveis de repouso, ao passo que a prática sistematizada, devidamente elaborada e prescrita considerando variáveis de treinamento visando objetivos específicos é denominada exercício físico. Assim, enfatiza-se que ambas as atitudes são de fundamental importância para esse período de isolamento social.

COLESTEROL BOM E COLESTEROL RUIM

Produzido no organismo, o colesterol é uma gordura com a função de manter as células em funcionamento para produção de hormônios e da bile, metabolização de vitaminas, entre outras funções.

Existem dois tipos de colesterol presentes na corrente sanguínea. O LDL, conhecido como “ruim”, e o HDL, que protege o coração de doenças e, por isso, é considerado “bom”. Um dos motivos da alteração dos níveis de colesterol ruim é o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, derivados do leite, além de produtos ultraprocessados, como biscoitos, margarina, salgadinhos de pacote, comidas congeladas, bolos prontos e sorvete. Cerca de 70% do colesterol é produzido pelo próprio organismo, no fígado. Os demais, 30%, vêm da dieta e, por isso, é tão importante manter uma alimentação equilibrada, alerta a SBC.

Um dos mitos mais ultrapassados é acreditar que o colesterol é problema apenas de quem sofre de obesidade. Pessoas magras também podem apresentar descontrole nos níveis de gordura no sangue e estar no grupo de risco de infarto e AVC.

É importante que as pessoas saibam que o colesterol elevado, geralmente, não dá sinais e nem apresenta qualquer sintoma. Por isso, é essencial realizar os exames periódicos e acompanhamento médico, além de adotar hábitos que incluem a alimentação saudável e adequada, e a prática de atividades físicas regularmente.

O diagnóstico para o risco cardiovascular é feito pelo médico, que avalia além dos valores de colesterol e frações, à genética, a história familiar e todos os fatores de risco associados para fechar o diagnóstico e definir a conduta.

NÚMEROS DE MORTES

As doenças cardiovasculares são um problema de saúde pública mundial. São mais de 18 milhões de óbitos no mundo decorrentes dessas doenças prevalentes. No Brasil, as doenças cardiovasculares representam as principais causas de mortes. Estima-se que até 2040 haverá aumento de até 250% desses eventos no país. A cada dois minutos uma pessoa sofre um acidente vascular cerebral ou um infarto agudo do miocárdio.

Apesar das doenças do coração manifestarem-se, em sua grande maioria, na vida adulta, é na infância que o processo de aterosclerose - doença degenerativa que se caracteriza principalmente pelo depósito de gordura (colesterol LDL) e de outras substâncias nas camadas internas das artérias do coração, do cérebro, da aorta, obstruindo a passagem do sangue em porcentagens variáveis – tem seu início. A doença cardiovascular aterosclerótica é responsável pela metade da morbidade e mortalidade em todo o mundo. O controle do colesterol elevado associado a uma alimentação saudável, à prática de atividades físicas regularmente e a redução do estresse tendem a reduzir em 80% desses óbitos.

Ainda segundo os dados da Arpen-Brasil, as mortes por infarto, que haviam reduzido em 3,82% de janeiro a junho de 2020 em relação a igual período de 2019, voltaram a subir este ano, registrando aumento de 3,14% nestes primeiros seis meses.

Os óbitos por AVC registraram uma leve queda em 2021. No primeiro semestre de 2020 foram 50.370 mortes, em igual período este ano foram registrados 50.284 óbitos, configurando uma queda de 0,17%.

Já as mortes por doenças cardiovasculares inespecíficas – morte súbita, parada cardiorrespiratória, choque cardiogênico, entre outros – registraram aumento de quase 19% quando comparadas ao período de janeiro a junho do ano passado. Foram mais de 52 mil óbitos nos primeiros seis meses deste ano, enquanto no mesmo período de 2020, foram quase 44 mil.

Assim como no ano passado, houve aumento das mortes por DCV em domicílio, que registraram aumento de 11,74%. Foram mais de 42 mil óbitos nos primeiros seis meses de 2021, ante quase 38 mil mortes no mesmo período do ano passado.

Esse dado ratifica o que a SBC já amplamente vem divulgando acerca da preocupação com a diminuição de atendimentos nos hospitais e emergências em todo o país. Segundo a entidade, é possível atrelar essa elevação no número de mortes à algumas questões observadas ao longo da pandemia: acesso limitado a hospitais em locais onde houve sobrecarga do sistema de saúde, redução da procura por cuidados médicos devido ao distanciamento social ou por preocupação de contrair Covid-19, e isolamento que prejudica a detecção de sintomas gerados por patologias cardiovasculares.

 

 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA


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