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terça-feira, 20 de julho de 2021

Sono na pandemia: dormir mais que o habitual deve ser um sinal de atenção

Neste longo período de pandemia, os reflexos físicos e mentais já deixaram de ser previsões para tornarem realidade para boa parte da população. A queda na qualidade do sono não ficou de fora dessa lista de efeitos externos que impactam na regulação rítmica de diversos processos fisiológicos do organismo. Segundo o otorrinolaringologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Ronaldo dos Reis Américo, é preciso atentar ao volume de sono, desmistificando a percepção de que dormir por mais horas significa eficiência do sono.

O especialista afirma que dormir por mais tempo de maneira rotineira pode indicar distúrbios de latência e baixa eficiência do sono. “Neste período pandêmico, pesquisas nacionais recentes mostram que os distúrbios de sono atingem até 50% da população do país. E, entre as mudanças, está o aumento do volume de horas de sono, sem que haja como reflexo a ampliação da qualidade deste ato”, conta Américo

Dormir por mais horas já é uma rotina na vida de aproximadamente 26% dos brasileiros, como cita o artigo ‘Fatores associados ao comportamento da população durante o isolamento social na pandemia de COVID-19’. O otorrinolaringologista do Edmundo Vasconcelos lembra que é preciso atenção a essa realidade pois o sono tem papel fundamental na saúde. “É durante este momento do dia que regulamos a homeostase do corpo, liberamos grande carga de hormônios e consolidamos a memória”, enfatiza.

Além do maior volume de horas de sono, o cenário de tensão vem colaborando para mais insônia, sonolência excessiva diurna (SED), dificuldade de dormir e acordar em horários propostos e anormalidades comportamentais ligadas ao sono. De acordo com Américo, é importante dar atenção a esse hábito a fim de evitar que as alterações se tornarnem crônicas, com efeitos duradouros e tratamento mais difícil.

Para evitar essas consequências, o médico aconselha seguir medidas de higiene de sono e nunca fazer uso indiscriminado de medicamentos sem supervisão médica, uma vez que eles podem gerar efeitos colaterais significativos e interagir de forma negativa com outras substâncias.


Como pôr em prática a higiene do sono:

  • Opte por atividades mais calmas após o anoitecer;
  • Diminua, de forma progressiva, a luminosidade do ambiente;
  • Reduza o uso de aparelhos eletrônicos emissores de luminosidade como televisores e computadores;
  • Estabeleça uma rotina para o sono, com horário estabelecido para dormir e acordar;

 


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Acondroplasia: entenda por que as pessoas com esse tipo de nanismo podem estar no grupo de risco da COVID-19

- Causada por mutações no gene FGFR3, a acondroplasia é o tipo mais comum de nanismo

- Devido ao crescimento desproporcional dos órgãos e ossos, acondroplásicos podem apresentar problemas cardíacos, neurológicos, auditivos, respiratórios e obesidade

 

A acondroplasia é uma doença responsável pela maioria dos casos de nanismo, que provoca um desenvolvimento atípico dos ossos devido a mutações no gene. FGFR3, responsável pela diminuição da velocidade de crescimento. Devido à alteração genética, esses pacientes podem apresentar diminuição na caixa torácica, prejudicando o funcionamento do pulmão e, portanto, transformando estes pacientes em um grupo de risco para a infecção da COVID-19.

Os indivíduos com acondroplasia lidam com a desproporcionalidade de ossos e órgãos, o que leva a mais sintomas e possíveis complicações de saúde, como: ponte nasal achatada que pode gerar apneia de sono obstrutiva; compressão da medula espinal; articulações hipersensíveis; frequentes infecções de ouvido que podem levar à perda auditiva; estreitamento dos ossos do tórax e crânio frente ao tamanho dos órgãos e propensão à obesidade[i].

Segundo o médico geneticista Wagner Baratela, "em casos de doenças que acometem o sistema respiratório, como o coronavírus, é importante tomar um maior cuidado e reforçar o acompanhamento médico, uma vez que alguns desses pacientes possuem o tórax mais estreito, o que pode agravar o impacto do vírus nos pulmões". A COVID-19 é uma doença complexa que nos casos mais graves acomete principalmente as funções pulmonares devido a uma inflamação causada no local.

Baratela ainda reforça que a obesidade "é uma questão importante e comum quando falamos de acondroplasia, tendo em vista que o indivíduo possui uma limitação ortopédica e que, portanto, possui maior dificuldade em fazer atividade física e precisa optar por esportes de menos impacto. Por ter um gasto energético menor, os acondroplásicos têm uma tendência de acumular mais calorias, logo torna-se essencial um acompanhamento médico multidisciplinar". Como se sabe, segundo especialistas, a obesidade, assim como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e a diminuição da capacidade pulmonar, são considerados fatores de risco que levam pacientes infectados com COVID-19 a um estado grave[1].

Por essa razão a priorização da vacinação de pessoas com doenças raras é um tópico importante. O tema, que foi discutido, no último mês, em audiência pública realizada pelas comissões de Seguridade Social e Família e a dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados[2], ainda não é realidade para todos, um cenário de obstrução de acesso que o portador de doença rara está acostumado.

Diferente do nanismo pituitário, em que o indivíduo apresenta uma estatura 20% menor do que média da população - ocasionado por distúrbios metabólicos e hormonais - e ainda assim existe proporcionalidade no crescimento dos ossos e órgãos[3], os acondroplásicos enfrentam, por toda a vida, inúmeras complicações que vão além dos sintomas físicos mais perceptíveis. Doenças respiratórias, neurológicas e cardiovasculares podem ser evitadas com acesso a diagnóstico e tratamento precoce, assim como a uma equipe médica multidisciplinar. "Graças ao avanço da ciência esse paciente começa a ter mais opções de desenvolvimento, que levam a uma vida mais saudável e com mais qualidade", finaliza o especialista.



Sobre a Acondroplasia


A acondroplasia é uma displasia óssea, em que o gene FGFR3 modificado atua de forma exagerada e impede o crescimento normal e estimula um crescimento desproporcional de alguns ossos. Em geral, a altura média das mulheres adultas é de 140 cm, enquanto a dos homens adultos é de 150 cm[4].

Apesar de ser o tipo mais comum de nanismo, a acondroplasia é considerada uma doença rara, com incidência de 1 a cada 25.000 nascimentos[5]. Embora esse tipo de nanismo possa se manifestar na criança devido a herança do gene de algum dos pais, na realidade, em 80% dos casos, a criança nasce com a condição devido a uma nova mutação, mesmo que tenha pais com a estatura média. A chance de pais sem a condição terem outro filho com a doença é baixa, porém para os pais acondroplásicos a porcentagem sobe para no mínimo 50%[6].

O diagnóstico é feito a partir da observação de aspectos presentes em exames clínicos e radiológicos, em razão disso é possível ter o diagnóstico pré-natal através da ecografia de rotina do 3° trimestre que poderá ser confirmado com a amniocentese, exame em que se colhe o líquido amniótico[ii].

Até o momento não existe cura para a acondroplasia, entretanto existem tratamentos e ações que podem ser colocados em prática para o controle e manutenção tanto da doença quanto dos seus sintomas. Para isso, a equipe médica multidisciplinar e o avanço da ciência têm mostrado resultados promissores para esta população.




BioMarin

 

Referências
[1]https://www.paho.org/pt/covid19.
[2]https://www.camara.leg.br/noticias/768270-comissoes-debatem-vacinacao-para-pessoas-com
[3]https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/nanismo/. Acesso em 01 de julho de 2021.
[4]https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas-tratamentos/acondroplasia-ou-nanismo/. Acesso em 01 de julho de 2021.
[5]Waller DK, Correa A, Vo TM, et al. The population-based prevalence of achondroplasia and thanatophoric dysplasia in selected regions of the US. Am J Med Genet A. 2008 Sep 15;146A(18):2385-9. doi: 10.1002/ajmg.a.32485. Acessom em 01 de julho de 2021
[6]Nanismo Acondroplásico é o mais comum - So mos Todos Gigantes. Acesso em 01 de julho de 2021.


Especial para os avós: Mudanças na saúde bucal que podem ocorrer na 3ª idade

Segundo especialistas da Maquira Dental Group, com as transformações decorrentes do envelhecimento, novos hábitos para preservar a qualidade de vida são necessários.


Cuidar da nossa saúde é um processo que deve ser feito durante toda a vida, independentemente da idade. Mas para cada fase, existem cuidados específicos e conforme vamos chegando a 3ª idade, alguns reforços são necessários para que seja mantida a qualidade de vida. Entre todos os cuidados vamos destacar a higiene bucal, que não interfere somente na região da boca, mas sim na saúde de todo o corpo tanto fisicamente como psicologicamente, por exemplo, um sorriso bonito e saudável é essencial para a autoestima e o bem-estar. "Com as mudanças geradas pelo envelhecimento, muitas vezes é preciso adotar novos cuidados para preservar a saúde bucal e garantir qualidade de vida na terceira idade".

"Sejam idosos que dependam de cuidadores ou aqueles que estão saudáveis e que podem se cuidar sozinhos, é fato que a atenção com a boca deve ser maior, já que alguns problemas relacionados a essa parte do corpo são comuns quando chega essa fase da vida. " Afirma a Dra Fernanda Calonego, consultora da Maquira Dental Group.

A boa mastigação associada a uma alimentação correta traz inúmeros benefícios a todo o aparelho digestivo, já que a digestão literalmente começa na boca. Para pessoas na 3ª idade ainda existem algumas particularidades que devem ser levadas em consideração, entre elas estão:


• Cárie

Segundo uma pesquisa da Unimed, a cárie está entre as doenças crônicas mais comuns entre pessoas com mais de 60 anos.


• Boca seca

A ingestão de alguns remédios pode afetar a produção de saliva causando a sensação de boca seca.


• Mau hálito

O mau hálito também é outro distúrbio que pode surgir devido a higienização incorreta e também devido a ingestão de medicamentos.


• Sensibilidade

Com o passar dos anos os dentes tendem a ficar mais sensíveis.


• Gengivite

A gengivite é algo que pode afetar as pessoas em todas as fases da vida, porém após os 40 anos, dependendo do estilo de vida, ela pode se tornar mais recorrente.


• Próteses

Em alguns casos os dentes naturais acabam se perdendo no decorrer da vida, e para corrigir esse problema é necessário o uso de próteses para manter a qualidade na mastigação, fala e autoestima, para essas pessoas, é necessário um acompanhamento especifico e uma higienização tanto da prótese, quanto da boca, para que a adaptação seja tranquila e não apareçam problemas secundários.


• Saúde cardíaca

Alguns estudos já constataram que periodontites podem gerar problemas vasculares, afetando vasos, doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebral.


• Diabetes

Algumas pesquisas apontam uma forte relação entre o diabetes - doença muito comum em idosos - e o aumento de doenças relacionadas à gengiva, como gengivite e periodontite. Isso acontece porque o diabetes deixa o corpo mais vulnerável a infecções, reduzindo sua resistência.

Os problemas na gengiva são sérios e podem destruir o tecido e os ossos que sustentam os dentes, podendo causar até sua perda.

Além de controlar os níveis de glicose no sangue para prevenir esse tipo de problema, é muito importante escovar os dentes após cada refeição e passar fio dental, já que é ele quem vai retirar os resquícios de comida que a escova não alcança.

A comida parada na boca pode contribuir para a proliferação de bactérias, causando tártaro e placa bacteriana, dois agentes importantes no desenvolvimento das doenças gengivais. Também já foi constatado, que a saúde bucal também pode fornecer sinais de advertência aos médicos, ela pode indicar uma gama de problemas e doenças.


Próteses modernas para o quadril não têm comprovação confirmada para o esporte competitivo, alerta Sociedade Brasileira do Quadril

As peças são utilizadas para ajudar nas funções do quadril quando um paciente possui alguma doença que atrapalha no movimento do membro

 

As próteses do quadril, com a qual, atualmente, convivem boa parte dos brasileiros, permitem recuperar a qualidade de vida, a caminhada e o prazer por esportes mesmo que leves como natação e pedalar uma bicicleta. Mas, de acordo com a Sociedade Brasileira do Quadril, que reúne quase 700 cirurgiões especializados no país, os portadores devem evitar esportes competitivos e que sobrecarreguem a articulação como corridas, basquete, futebol ou mesmo tênis.

“A medicina evoluiu de forma extraordinária nos últimos anos. As próteses de concepção moderna e feitas de novos materiais permitem ótima qualidade de vida e tem excelente durabilidade”, diz o presidente da SBQ, Giancarlo Cavalli Polesello. O especialista alerta, no entanto, que as próteses não substituem as funções de um quadril natural. “A melhor prótese não tem, entretanto, as mesmas qualidades do quadril de que nos dotou a natureza e, se exigida demais, está sujeita ao desgaste prematuro, não evita a volta da dor nem o retorno às limitações anteriores à cirurgia”, conclui Polesello.

De acordo com o médico, as próteses são a solução para fraturas de colo do fêmur, geralmente decorrentes de osteoporose; por traumas provocados por acidentes, principalmente de motocicleta; pela artrose e doenças que também podem afetar pessoas jovens. “No passado, esses problemas chegavam a comprometer de forma permanente a caminhada e o desempenho profissional, faziam o paciente mancar para sempre’’, diz o ortopedista. ‘‘Com o avanço da medicina, as próteses se tornaram mais duradouras, a cirurgia menos invasiva e muito segura”, finaliza.


Cuidados

Giancarlo alerta que as recomendações para o período pós-operatório devem ser cumpridas, já que o acompanhamento e a fisioterapia são vitais para que a recuperação seja excelente. A preocupação dos especialistas, porém, é que notícias sobre próteses milagrosas e de pacientes que voltam a disputar torneios levem quem foi operado a se descuidar e fazer esforços extraordinários para os quais as próteses não foram feitas. “Essas notícias sobre atletas que com próteses totais de quadril voltam a ter sucesso não falam das repetidas operações a que foram submetidos”, diz Polesello. ‘‘Nada dizem sobre as extenuantes horas de fisioterapia e sequer dos jogos que tiveram que abandonar em meio ou que perderam, devido ao retorno da dor ou ao desgaste da prótese’’, afirma o médico.

Para ele, a medicina moderna consegue devolver a qualidade de vida em quase todos os casos. ‘‘Devemos ser gratos por isso, mas não se pode exigir uma performance de atleta de ponta de um paciente que tem uma articulação mecânica e não-natural. Todo cuidado e prudência são necessários nesse momento”, conclui. 


O frio chegou! Confira cinco dicas para fugir das doenças respiratórias comuns na estação invernal

Médica da Care Plus explica como pequenos atos podem ajudar a evitar doenças e respirar melhor

 

Com a chegada do inverno, alguns hábitos passam a fazer parte da vida das pessoas: ficam mais reclusas, em ambientes fechados, utilizam mais agasalhos e cobertores dentro de casa e tendem a fazer menos exercícios. Esses hábitos podem desencadear diversos problemas de saúde, ocasionados pela oscilação climática combinada a outros fatores. Tempo seco, baixa umidade, falta de sol e atividades ao ar livre se tornam grandes agravantes para doenças respiratórias, como sinusite, rinite, asma, gripes, resfriados e coriza. Martha L. Sulzbach Sallum, médica da Care Plus, reuniu cinco dicas importantes para evitar essas doenças, manter o bem-estar nos dias gelados e respirar melhor, mesmo para quem já possui histórico de alergias.

 

Mantenha-se hidratado

Apesar do clima sugerir o consumo de chá, chocolate quente e café, é importante ficar atento ao consumo de água. As bebidas açucaradas podem ter alta quantidade de calorias, o que colabora no ganho de peso. Nos dias mais secos, além da hidratação pela boca é importante deixar o ambiente umidificado pois evita o ressecamento de mucosas como a do nariz.


Janelas abertas

Com o vento gelado dos dias invernais, é bastante comum que as famílias prefiram deixar as janelas fechadas. Para evitar a proliferação de doenças, essa prática deve ser evitada, já que a circulação do ar deve ser frequente durante todo o dia, principalmente quando existe a passagem de pessoas na mesma área ou cômodo. Locais fechados e com pouca circulação de ar também são mais propícios para a contaminação com o Coronavírus, além de outros vírus, como o da gripe.


Roupas e cobertores no sol

Mantenha a higiene frequente de casacos, cobertores e mantas. A exposição ao sol destes itens ajuda na limpeza, pois evita a manutenção da umidade que pode colaborar para a proliferação de fungos. Para pessoas com histórico de alergias, bichos de pelúcia, carpetes e tapetes devem ser evitados.


Higiene das mãos e nariz

Durante todo o ano, a higiene das mãos deve ser frequente, de preferência com água e sabão, após contato com superfícies, espirrar ou tossir, antes de tocar o rosto ou se houver sujidades. Se não for possível lavar as mãos, pode ser utilizado o álcool em gel 70%.  Este cuidado deve ser reforçado no inverno, pois há um aumento no número de casos de infecções virais que são transmitidas por contato. A lavagem nasal com soro fisiológico também é uma opção saudável de higiene, pois ajuda na umidificação da mucosa e evita acúmulo de secreções.


Alimentação saudável

Durante o clima frio, é essencial manter hábitos saudáveis de alimentação, com o consumo frequente de frutas, legumes e verduras, que podem ser preparadas de diferentes formas, como sopas, assados ou cozidos, para ajudar no aquecimento durante as baixas temperaturas. Uma alimentação balanceada associada a atividade física e sono adequado ajudam na manutenção do equilíbrio do sistema imunológico, e só traz benefícios para o funcionamento de todo o corpo.


Por conta da pandemia crianças têm mais doenças oculares, afirma especialista do CEJAM

Uso excessivo de computadores, tablets e smartphones estão entre as principais causas do problema


O isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 tem acelerado tendências e trazido mudanças nas formas de trabalho, estudo e relacionamentos. Tarefas antes praticadas presencialmente passaram a ser realizadas por intermédio de telas de computadores, tablets e smartphones, e esta mudança está trazendo grandes danos à saúde dos olhos.

De acordo com o Dr. Flávio Gaieta Holzchuh, médico oftalmologista do Hospital Geral de Carapicuíba (HGC), gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", apesar de as mudanças representarem um avanço tecnológico, elas representam também um risco à saúde ocular.

"Quando existe uma exposição prolongada ao que chamamos de vídeo terminal, notamos alterações na musculatura ocular responsável pela acomodação, bem como a diminuição da frequência do piscar. Consequentemente, o fato acarreta o surgimento de sintomas como sensação de olho seco, dificuldade de mudança de foco, cansaço ocular e cefaleia", explica o especialista.

Com dados da China, um estudo publicado recentemente pelo Journal of the American Medical Association (JAMA) revela que a miopia, entre crianças de 6 e 8 anos, aumentou cerca de três vezes em 2020, quando comparada ao mesmo período entre 2015 e 2019.

O uso intenso das telas pode estar relacionado também à hipermetropia - dificuldade em ver de perto -, e ao astigmatismo, um defeito na curvatura da córnea que tende a manifestar-se com a sensação de borrões e de visão duplicada em objetos.

"Essas doenças acometem indistintamente a população mundial em todas as faixas etárias e podem ser facilmente corrigidas com a prescrição de lentes corretivas", complementa o especialista.

Além das patologias oculares, existem também aquelas que atingem uma faixa etária específica ou que são decorrentes de outras doenças de base, como a presbiopia, degeneração macular relacionada à idade; as retinopatias diabética e hipertensiva; e a catarata, entre outras.

O médico alerta que muitas destas doenças são insidiosas. Por esse motivo, a população tende a negligenciá-las. Dois grandes exemplos são as manifestações oculares em decorrência do mau controle do diabetes e do glaucoma, que estão entre os principais causadores da cegueira no mundo.


Prevenção

A melhor forma de prevenir as doenças oculares é por meio da realização de consultas anuais de rotina com o médico oftalmologista. Dr. Flávio recomenda que elas sejam feitas ao menos uma vez ao ano.

"O oftalmologista é o único profissional habilitado para cuidar da saúde ocular em todos os seus aspectos e que pode prescrever correções ópticas, medicamentos ou outros tratamentos necessários a cada caso específico", afirma.

O médico também alerta para a importância de campanhas que incentivem a visita ao especialista, pois elas têm suma relevância no que diz respeito à informação e à conscientização da população.

"Muitas pessoas só passam a ter ciência de determinados problemas de saúde após a leitura de notícias ou campanhas publicitárias alusivas a estas causas específicas."


Tratamento

Pessoas que sofrem de miopia, hipermetropia e astigmatismo podem ter os danos à visão reduzidos por meio do uso dos óculos de grau e das lentes de contato corretivas, que devem ser prescritos pelo médico oftalmologista.

Em alguns casos, ainda é possível obter um resultado permanente graças à cirurgia a laser. Porém, cada caso deve ser avaliado de forma individual pelo especialista.

Segundo o médico, caso apresente algum sintoma de visão embaçada, turva, dores na região dos olhos ou dores de cabeça frequentes, é recomendado marcar um oftalmologista.

"Quanto antes a causa do problema for identificada, mais eficaz será o tratamento para a melhoria da visão e da qualidade de vida do paciente."


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" 


Por medo de não sobreviver à covid-19, 55% dos pacientes com doenças crônicas se consultam por telefone

Pesquisa da ABRAF mostra o impacto da covid-19 na vida de pessoas com doenças crônicas


O medo de não sobreviver à covid-19 atinge milhares de pessoas em todo o Brasil. Em pessoas com doenças cardiopulmonares, esse medo é ampliado. Uma pesquisa recente da ABRAF (Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas) mostrou que 55% dos pacientes com doenças crônicas evitam sair de casa e recebem orientações dadas pelos médicos pelo telefone ou WhatsApp sobre o que fazer durante a pandemia.

A taxa pode ser explicada pelo alto número de pacientes que acreditam que não sobreviveriam caso contraíssem a covid-19: 51%. Números bem superiores aos pacientes que acreditam que teriam chances de se recuperar em casa (15%) ou no hospital (13,2%).

A pesquisa também descobriu que 35,85% dos pacientes só vão ao pronto-socorro se estiverem em uma condição muito grave, e 26,42% tiveram algum tipo de mal-estar e decidiram permanecer em casa. Isso pode ser explicado pelo medo que os pacientes sentem de que os médicos possam confundir sua doença de base com a covid-19 (35,85%).

Além disso, 34% dos pacientes têm medo de não serem escolhidos para serem salvos caso faltem respiradores nos hospitais por conta de suas doenças, e 30,2% dos pacientes têm medo de faltar medicação para o seu tratamento.

"É preciso oferecer alternativas a esses pacientes que possuem um risco maior ao contrair a doença se saírem de casa. O paciente confia em seu médico, que já conhece seu histórico e pode atendê-lo da melhor forma possível e mais seguro", explica Paula Menezes, presidente da ABRAF.

Para atender de forma mais efetiva os pacientes de doenças pulmonares, a ABRAF criou a Central do Pulmão , projeto que disponibiliza atendimento gratuito aos pacientes. Inédito no Brasil, o serviço busca oferecer teleatendimento preventivo, paliativo e especializado para mil pacientes, cuidadores, famílias e comunidades que convivem com Fibrose Pulmonar Idiopática, Hipertensão Pulmonar, Asma Grave, Alfa-1 e DPOC. Os esclarecimentos fornecidos são de caráter informativo e não substituem a consulta com o médico.

Segundo Paula, a Central tem o intuito de ser um canal mais direto, pois ainda há bastante dificuldade de comunicação com a população mais carente - alguns pacientes não possuem internet de banda larga e muitos têm dificuldade de se expressar no WhatsApp. "Recebemos diariamente mensagens com dúvidas e angústias deles e entendemos que um canal 0800 pode suprir essas demandas, provendo informação acurada, de qualidade e orientando o paciente em busca do melhor tratamento. Esperamos que a Central do Pulmão possa ser um ponto de escuta e provimento de informação aos pacientes e cuidadores", ressalta a presidente. O telefone da Central do Pulmão é 0800-042-0070

 


ABRAF - Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas

https://abraf.ong/


Você já ouviu falar de Fibro Fog?

 Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg explica que sintomas da síndrome vão além das dores, causando confusão mental nos pacientes


A chamada “fibro fog”, junção de fibromialgia e neblina em inglês, consiste na perda em manter o foco e na perda da capacidade de guardar fatos na memória. Dificuldades cognitivas como percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas são comuns na fibromialgia, e tais sintomas fazem parte do diagnóstico do problema. As dores podem vir a ocupar o cérebro de tal maneira, fazendo com que ele deixe de exercer suas funções adequadamente.

Estes sintomas não estão relacionados a lesão cerebral por conta da fibromialgia mas podem trazer mais prejuízos ao paciente do que a própria dor causada pela sindrome.  “Os pensamentos dolorosos acontecem de maneira que o paciente fica impossibilitado de exercer suas funções diárias normalmente”, afirma a reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg.

A síndrome da fibromialgia, motivo da Fibro Fog, causa dores no corpo inteiro, principalmente na musculatura e tendões. Junto com a dor, podem surgir sintomas de fadiga, distúrbio do sono, ansiedade, depressão e dores de cabeça.

Alguns estudos apontam que 50% dos pacientes diagnosticados com fibromialgia sofram com a fibro fog. Nem sempre é possível diagnosticar a confusão mental já na primeira consulta. “Para detectar as áreas afetadas, testes específicos e uma avaliação neuropsicológica podem ser necessários”, afirma Cláudia. A melhor maneira é tratar o problema em si de forma individualizada e global, buscando soluções para a própria fibromialgia. Cada paciente deve ser avaliado diferentemente com suas particularidades e de forma pessoal, sendo que a prescrição médica de modalidades como fisioterapia, pilates, acupuntura e medicamentos adequados, ajudam a aliviar os sintomas.

 


Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.

 

Estudo mostra que a precisão da dermatoscopia para remoção completa do câncer de pele varia de acordo com seu subtipo

Um estudo inédito demonstrou que a eficácia da dermatoscopia - método de exame não invasivo de pele, realizado com o dermatoscópio por médicos dermatologistas para a delimitação do carcinoma basocelular (CBC), varia de acordo com o seu subtipo.


A dermatoscopia foi precisa na delimitação das margens em 87% dos casos do subtipo mais comum de CBC, conhecido como nodular. Entretanto, para os outros subtipos como, por exemplo, os esclerodermiformes e os micronodulares, a acurácia da dermatoscopia foi de 20% e 58%, respectivamente. Isso significa que a extensão lateral de certos subtipos de CBC pode ser "invisível" à dermatoscopia.

O carcinoma basocelular é o câncer de pele mais comum no Brasil e no mundo e é classificado em 6 diferentes subtipos, de acordo com a forma que suas células se organizam microscopicamente.

No estudo, foram avaliados 368 casos de pacientes com diferentes tipos de CBC: superficial, nodular, micronodular, infiltrativo, metatípico e esclerodermiforme ou misto (confira tabela abaixo). Os tumores analisados estavam localizados na região da cabeça, principalmente na face, e foram removidos com uma margem inicial de 1 a 2 milímetros, conforme o que prevê a cirurgia de Mohs .

O coordenador do estudo, o médico dermatologista Felipe Cerci, conta que a pesquisa foi motivada pelo fato que a dermatoscopia é um método consagrado para auxiliar no diagnóstico do câncer de pele. Porém, não haviam estudos avaliando a capacidade da metodologia para detectar as extensões laterais dos diferentes subtipos de carcinoma.

"Para averiguar a acurácia da dermatoscopia, utilizamos a cirurgia micrográfica de Mohs, técnica que permite examinar no microscópio 100% das margens cirúrgicas imediatamente após a remoção do câncer. Dessa forma, foi possível saber se a marcação dos tumores baseada na dermatoscopia foi precisa ou não", explica Cerci.

Segundo ele, quando a dermatoscopia não foi precisa, o exame no microscópio mostrou que a margem estava comprometida e, então, um novo fragmento de pele foi retirado logo em seguida para garantir a extração do carcinoma e a cura do paciente. "Apesar de o CBC muito raramente dar metástase (espalhar-se para outros órgãos), ao longo dos anos, ele pode causar destruição no local acometido quando não tratado ou se tratado de forma inadequada. Por isso, em áreas nobres da face, é fundamental que o tumor seja removido por completo para evitar recidivas e complicações futuras", completa o dermatologista.

A remoção pode ser realizada com a cirurgia de Mohs - que examina 100% das margens durante a cirurgia logo após a sua remoção -, ou através da técnica convencional, que examina entre 1% a 5% das amostras das margens dias após a cirurgia .

Por essa razão, na cirurgia convencional, remove-se uma "margem de segurança" de pelo menos 4 mm ao redor do tumor. Já na cirurgia de Mohs, por outro lado, inicia-se com 1 a 2 mm e, se necessário, remove-se mais tecido apenas no local acometido pelo câncer de pele.

Além de propiciar a taxa de cura mais alta, a retirada apenas do tecico acometido pela doença, preservando pele sadia e gerando menores cicatrizes, é o diferencial da Cirurgia de Mohs, tornando muitas vezes o tratamento de escolha do paciente para a retirada de CBCs localizados em áreas nobres da face como nariz, pálpebras, lábios e orelhas", relata Cerci.


Dermatoscopia - A dermatoscopia é um método auxiliar na demarcação das margens do CBC, muito superior ao "olho nu". Entretanto, a técnica não substitui a avaliação microscópica das margens para alguns subtipos do tumor. Por essa razão, quando localizados em áreas nobres do rosto como pálpebras, nariz e ao redor da boca, esses subtipos devem preferencialmente ser removidos através da cirurgia de Mohs, ou através da cirurgia convencional com margens de segurança adequadas.


Inédito - O estudo - que acaba de ser publicado nos Estados Unidos e intitulado "Dermoscopy accuracy for lateral margin assessment of distinct basal cell carcinoma subtypes treated by Mohs micrographic surgery in 368 cases", em português - "Acurácia da dermatoscopia para avaliação da margem lateral de subtipos distintos de carcinoma basocelular tratados por cirurgia micrográfica de Mohs em 368 casos" - foi coordenado por Felipe Cerci e teve como coautores as colegas paranaenses Elisa Kubo e Betina Werner, e o dermatologista e cirurgião de Mohs Stanislav Tolkachjov, de Dallas, Estados Unidos. O artigo científico foi publicado no International Journal of Dermatology. Cerci é autor/co-autor de 45 publicações científicas, tendo descrito o mapeamento dermatoscópico na cirurgia de Mohs ("DerMohscopy Mapping"), que permitiu correlacionar os achados dermatoscópicos com microscópicos com maior precisão. O artigo foi publicado em janeiro de 2018 no Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology.

Dieta x câncer: o que comer na prevenção e no combate à doença

Rotinas alimentares muito restritivas não são recomendadas por especialistas e, em alguns casos, podem levar a outras implicações severas à saúde

 

(Jejum intermitente, dieta cetogênica… Dietas como essas, e outras, vez ou outra entram no noticiário e nas redes sociais, muitas vezes propagandeadas por celebridades. Nutricionistas e nutrólogos tendem a não recomendar dietas muito restritivas, já que, com algumas exceções, a maioria das pessoas precisa de todos os grupos alimentares. Mas como essas dietas e alimentação influenciam na prevenção e também durante o tratamento de câncer, doença que atinge mais de 600 mil pessoas anualmente no país?

Segundo especialistas e pesquisas, uma média de 30% a 35% da incidência de tipos de câncer estão relacionados a hábitos de vida. E a alimentação inadequada - assim como a obesidade e o sedentarismo - é um dos principais fatores que influencia no surgimento dos mais diversos cânceres, como relata Cristiane Mendes, oncologista do InORP Oncoclínicas. "A gordura em excesso no corpo causa uma espécie de inflamação crônica que aumenta a produção de substâncias no organismo, lesionam células, e alteram nosso DNA acelerando o surgimento da doença".

As famosas ‘dietas da moda’, em muitos casos, em vez de contribuir com a saúde do paciente, podem sobrecarregar órgãos e influenciar também no aparecimento dos tumores. "Não apoiamos dietas restritivas porque não sabemos os impactos a longo prazo. Dieta cetogênica, dieta restritiva em carboidrato, dietas somente com proteínas, tudo isso tem consequências para o organismo. Privá-lo de nutrientes tem impactos", explica.

Para quem está passando por tratamento quimioterápico, as dúvidas surgem a cada instante, comenta a nutricionista Priscila Po Yee Cheung, do CPO Oncoclínicas.

"Em geral, as orientações em relação à alimentação saudável são as mesmas das pessoas que não estão passando por tratamento. A carne vermelha na forma de embutidos, devem ser particularmente evitados para a população em geral. A lactose e o glúten devem ser evitados por quem tem, de fato, condições como a intolerância à lactose e a doença celíaca respectivamente. Fora essa situação específica de saúde, todavia, não há motivos para cortar o consumo - e, diferente do que muitos acreditam, não é fato que esses alimentos provocam ‘inchaços’, como muitos acreditam", explica. Cada indivíduo é avaliado individualmente em relação a seus hábitos de consumo e sintomas apresentados durante o tratamento

Depois da pós-quimioterapia, o paciente precisa seguir uma dieta balanceada, segundo a especialista. "Muitas pessoas inclusive mudam seus hábitos quando precisam encarar o tratamento do câncer, como quimioterapia, e levam isso para o resto da vida. O ideal é acompanhar com especialistas, para verificar o que de fato pode ser prejudicial para cada tipo de pessoa. Dietas da moda, em geral, não levam em consideração os aspectos individuais, além de buscarem muito mais uma perda de peso do que uma melhora na saúde", alerta Priscila.



Imunidade e alimentos cancerígenos

Durante o tratamento oncológico, a possibilidade de queda de imunidade é grande e o paciente fica mais suscetível a ter infecções. É necessária uma alimentação equilibrada, para restabelecer o organismo, além de hidratação.

"É importante dar preferência para os alimentos leves no dia do tratamento e de mais fácil digestão, para prevenir, por exemplo, vômitos, sensação de empachamento e alteração no intestino. Sabemos que o excesso de consumo de alimentos como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e blanquet de peru podem aumentar a chance de desenvolver câncer. Os conservantes e o excesso de sódio estão relacionados a alterações nas células do intestino e estômago, o que pode estar relacionado ao surgimento de lesões também", afirma Cristiane.

Em 2021, foi apresentado um resultado de estudo na ASCO, o maior Congresso Americano de Oncologia do mundo, que aponta uma relação ainda mais estreita entre o excesso de consumo de carne vermelha e as mutações celulares causadoras de neoplasia de intestino, segundo Cristiane.

"O ideal é que nossos pacientes façam uma avaliação antes, durante e após o tratamento. Apoiamos adequações na alimentação no sentido de melhorar qualidade e variedade da alimentação. Desaconselhamos dietas restritivas, porque ainda não conhecemos o impacto delas ao longo prazo. O ideal é combinar sempre dieta equilibrada entre fontes de proteína, carboidrato e gordura", avalia.



Comorbidades e nutrição

Conforme a oncologista destaca, algumas medicações alteram o equilíbrio do metabolismo: por exemplo, o bloqueio hormonal pode provocar descalcificação óssea, aumentando o risco de osteopenia e osteoporose. Outras drogas e a própria desnutrição podem alterar funcionamento das glândulas.

"Por isso a nossa tendência é indicar uma dieta que forneça fonte de vitaminas, sais minerais e calorias suficientes para a pessoa manter o metabolismo adequado. Alimentação e atividade física é algo que a gente sempre orienta para controle de peso e controle de comorbidade quando o paciente tem. Para paciente hipertenso, por exemplo, manter a dieta com a quantidade adequada de sal", recomenda.



Para o paciente diabético, uma dieta com carboidrato mais controlado e menos açúcar na alimentação é indicada.

"Na nossa rotina, encorajamos o paciente a cuidar da alimentação e fazer atividade física para melhorar a tolerância ao tratamento, recuperar a imunidade e com isso alcançarmos melhores resultados. Não podemos esquecer que é fundamental cuidar das doenças preexistentes, como hipertensão e diabetes por exemplo. E claro estimulamos que estes hábitos saudáveis permaneçam por toda vida, porque eles também diminuem as chances de a doença voltar. É importante ressaltar que abandonar vícios como cigarro e álcool, também fazem parte das orientações", conclui.


Pandemia afeta sono dos brasileiros e leva a aumento do consumo de remédios para dormir

Saúde mental abalada, má alimentação, uso de bebidas alcoólicas e distúrbios metabólicos são apontados como os principais impactos que causam noites mal dormidas
Créditos: Divulgação


Pesquisa aponta que mais da metade das pessoas tem enfrentado noites mal dormidas; nervosismo, ansiedade, tensão e dificuldade no relaxamento são principais reflexos


O estresse causado pela pandemia é o grande responsável pela piora na qualidade do sono de muitos brasileiros. É o que afirma uma pesquisa, realizada pelo Royal Philips, que indicou que 74% dos entrevistados enfrentam problemas de sono. Desses, 50% acreditam que a pandemia afetou diretamente a possibilidade de dormir bem. 47% dos participantes também relataram que acordam no meio da noite. Esse cenário de noites mal dormidas levou a um outro reflexo: o aumento da venda e do consumo de remédios hipnóticos que ajudam a regular o sono. Um crescimento de 20% em 2020, em comparação com o ano anterior, segundo o Conselho Federal de Farmácia. 

Para o médico otorrinolaringologista e coordenador de residência do Hospital Universitário Cajuru de Curitiba (PR), Marco César, o estado emocional tem um papel importante na qualidade do sono. Outros fatores que também podem impactar o momento de dormir são: a má alimentação, o uso de bebidas alcoólicas e os distúrbios metabólicos, como alterações hormonais. Estudos já mostram que a qualidade da alimentação e a moderação no consumo de álcool foram justamente dois hábitos que mudaram durante a pandemia. 

“Quando pensamos em um corpo saudável precisamos pensar em três grandes pilares: o primeiro é a alimentação saudável, o segundo é atividade física e, por fim, o descanso. Então, o sono é o momento de recuperação do organismo, com a eliminação de alguns hormônios que permitem a regeneração dos grupos musculares. E no sono profundo descansamos nossa mente e recuperamos nosso estado emocional”, afirma o médico. Insônia, ronco, apnéia do sono, narcolepsia, sonambulismo e síndrome das pernas inquietas são alguns dos distúrbios de sono mais comuns entre a população. 

Sentimentos de nervosismo, ansiedade, tensão e dificuldade no relaxamento são apontados como os principais impactos provocados pela pandemia. Além disso, a maior exposição às telas de computadores e celulares, devido à necessidade de adaptação do trabalho ao modelo remoto, também pode ser um dos causadores do crescimento de relatos de noites mal dormidas. “O celular, a televisão, os tablets acabaram se tornando uma extensão do nosso próprio corpo. A luz azul emitida pelos aparelhos acaba inibindo a eliminação da melatonina, que é o hormônio liberado para induzir e manter o sono”, enfatiza.

Outro problema que deve ser levado em conta diz respeito aos distúrbios do sono e outros agravantes que eles podem acarretar. “Esses problemas do sono podem acabar levando a doenças degenerativas do sistema nervoso central. O paciente pode começar com alterações de memórias, distúrbios de relacionamentos e de comportamento, com crises de ira, por exemplo”, afirma o otorrinolaringologista.


Saúde mental

Para melhorar a qualidade de sono, o psicólogo do Hospital Universitário Cajuru, Sidnei Evangelista aposta no fortalecimento da saúde mental. “É o estado de bem estar que faz o indivíduo conseguir ser produtivo, realizar as suas habilidades e se recuperar do estresse causado pela rotina. Agora, na pandemia, é importante se atentar ainda mais a isso. A procura de um profissional de saúde que possa escutar e sugerir pontos importantes de análise que irão aliviar de certa forma a tensão, ou minimizar os danos, é fundamental”, explica.

Esse acompanhamento profissional também é destacado pelo médico Marco César para evitar casos de automedicação e receber as orientações indicadas a cada pessoa. “Dentro da possibilidade de cada um, é necessário tentar manter uma alimentação mais saudável, fazer algum tipo de atividade física, dando preferência às atividades matinais, e evitar bebidas alcoólicas perto do horário de dormir”. A moderação também vale no que se refere aos perigos das telas de celulares, computadores e televisões. “Nunca leve o celular, nem assista à televisão na cama. O seu corpo tem que entender que ao se deitar, você vai dormir”. O especialista ainda alerta que, se mesmo seguindo essas orientações, os distúrbios do sono persistirem, é essencial procurar ajuda médica.


Olimpíada 2020: aspectos históricos e políticos relevantes para a educação

Depois do adiamento em 2020 devido à pandemia da Covid-19, 2021 se prepara para receber mais uma edição das Olímpiadas. Com o início previsto para essa sexta-feira (23), a competição será sediada pela cidade de Tóquio, no Japão.

A cada edição, o evento traz consigo mais do que medalhas e emoções, reunindo uma bagagem histórica indescritível, que reflete o tempo em que se vive. Um dia, o mundo olhará para trás e lembrará desta edição (2020/2021), marcada por novos protocolos de segurança, orientados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devido à pandemia que abalou a todos. 

A vizinhança entre História e Esportes está, inclusive, no cerne do evento que teve início há mais de 2500 anos e foi retomado em 1896, na mesma Grécia onde tudo começou.


A história da Olimpíada e seu vínculo com atos políticos

Segundo o autor de história do Sistema de Ensino pH Gabriel Onofre, a principal competição esportiva do planeta assume uma dimensão que extravasa o esporte, mais uma das esferas humanas que estão sujeitas à política. O esporte pode ser um instrumento de poder de forma conservadora, mas também pode ser usado como ferramenta de mudança. Em diversos momentos, as Olimpíadas foram utilizadas pelos governos para propaganda de suas ideologias e realizações, como as Olímpiadas de Berlim em 1936. “Desde as criações dos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, é difícil falar em separação de esporte e política. Quando você tem uma retomada dos jogos olímpicos no final do século XIX, isso acontece também. O esporte sempre vai estar permeado por questões políticas. Ao longo do século XX, principalmente na Guerra Fria, esse contexto vai ficar mais evidente”.

Citando exemplos de situações assim no século XX, Gabriel menciona a Olímpiada na Cidade do México em 1968, quando dois atletas estadunidenses do atletismo ganharam medalhas e fizeram a saudação do Black Power, com as luvas negras erguidas em protesto contra o racismo e a injustiça. A repercussão do ato foi uma punição da Comissão Olímpica na época, somente hoje em dia os atletas estão sendo relembrados com admiração por suas atitudes naquele evento. “Muitos atletas foram expulsos da competição por usarem a plataforma olímpica para um protesto político”. Outro episódio é durante a Guerra Fria, quando houve uma série de boicotes olímpicos por parte dos Estados Unidos e alguns países capitalistas na Olímpiada de Moscou em 1980. Em resposta, União Soviética e países comunistas boicotaram os Jogos Olímpicos em Los Angeles quatro anos depois. “A gente pode ver como a rivalidade entre as duas superpotências da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética, apareceu nos Jogos Olímpicos, esvaziando jogos e significando uma derrota ao esporte”, finaliza Gabriel Onofre.


História e esportes: cumplicidade para além do tempo  

Não é de hoje que História e Esportes caminham lado a lado. As Olimpíadas são a prova material dessa relação entre as disciplinas. De acordo com o professor Éder Luiz Martins, que leciona “História Geral” e “História do Brasil” para os cursos de Economia e Relações Internacionais na FACAMP – Faculdades de Campinas, uma é testemunha da outra. O docente é conhecido na cidade paulista por ser o fã número 1 dos torneios Olímpicos, sabendo informações muito precisas de cor e salteado. “Acompanho desde a edição de Moscou, em 1980, e me lembro de detalhes específicos, como por exemplo todas as medalhas de ouro da natação desde então”.

Indagado sobre essa paixão, ele conta que, ainda criança, teve uma experiência desagradável justamente na piscina, o que o deixou com receio de praticar essa atividade física. No entanto, ele seguiu acompanhando essa e outras modalidades esportivas pela TV. “Vejo e me inteiro de tudo: ginástica olímpica, vôlei, basquete, futebol, provas de campo de atletismo, até hóquei de grama”, diverte-se. Sobre casos icônicos, Éder lembra que, em 1960, nas Olimpíadas de Roma (Itália), o atleta Abebe Bikila (Etiópia, ex-colônia italiana), correu a maratona descalço e venceu. Outro episódio foi em 2008 (Pequim), quando Phelps prometeu oito medalhas de ouro e as conseguiu, sendo que em uma das provas, ele nadou sem ver nada pois havia entrado água em seus óculos.


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