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terça-feira, 13 de julho de 2021

Bancos têm maior confiança nos empreendedores com mais idade

A 11ª edição da Pesquisa de Impacto, realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV, revela que donos de pequenos negócios com mais de 65 anos conseguem mais crédito

 

A experiência de vida dos empreendedores, além de ajudar na gestão do negócio, também contribui para a obtenção de crédito junto às instituições financeiras. De acordo com a 11ª edição da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 66% dos empreendedores com mais de 65 anos, que procuraram crédito, conseguiram empréstimos. Esse resultado é bem superior à média de sucesso, que é de 52%.

Quando comparada com os empreendedores mais novos, a diferença é ainda maior. Entre os donos de pequenos negócios com até 24 anos, as respostas positivas são dadas em 35% das solicitações, uma diferença de 86%.  “Além de muitos empreendedores da terceira idade já estarem à frente de um negócio há mais tempo e terem mais experiência de gestão, os bancos levam em consideração o histórico bancário na hora de conceder um empréstimo, o que influencia diretamente nesse resultado”, frisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

De acordo com a pesquisa, a taxa de sucesso no pedido de crédito aumenta conforme cresce a idade do empreendedor. Para o público de 36 e 45 anos, as respostas foram afirmativas em 51%; entre os de 46 e 55 anos, 53% de sucesso e entre a faixa de 56 e 65 anos, 57%. Além dos empreendedores da 3ª idade, as mulheres também recebem mais respostas positivas do que os homens. Enquanto elas têm uma taxa de sucesso em 54% das solicitações, entre os homens, esse percentual cai para metade das solicitações.  


Evolução crédito

Desde abril do ano passado, as pesquisas de impacto realizadas pelo Sebrae têm detectado um aumento na solicitação e na concessão de crédito para os pequenos negócios.  Em abril do ano passado, 30% das empresas procuravam crédito, mas apenas 11% conseguiam uma resposta positiva. Já até maio deste, metade dos pequenos negócios já haviam recorrido a crédito e destes, 52% atingiram seu objetivo. A expectativa é que a procura por crédito aumente ainda mais. De acordo com a 11ª edição da pesquisa, entre os empreendedores que procuraram crédito desde o início da pandemia, 45% deles recorreram as instituições financeiras em 2021.


Mês do crédito

O Sebrae realizou, no mês de junho, um conjunto de ações voltadas a orientar os empreendedores sobre questões relacionadas ao crédito e à gestão financeira de seus negócios. Uma das iniciativas foi o lançamento do portal Radar Financeiro. A página traz uma série de conteúdos interativos sobre crédito e finanças, onde os usuários podem saber mais sobre as diversas opções de crédito existentes no mercado, entender se a empresa precisa – realmente – de um empréstimo, conhecer alguns mitos e verdades que envolvem o tema, além de acessar vídeos, textos e cursos online gratuitos sobre o assunto. Confira também, no Instagram do Sebrae, uma série de eventos online realizados ao longo de todo o mês com especialistas convidados.


A Educação Física é possível em meio a uma pandemia?

A Educação Física é tradicionalmente considerada uma disciplina prática nas escolas, onde a proximidade e o contato físico são comuns, principalmente no Brasil, que possui uma cultura que valoriza o convívio. Com o retorno das aulas no início do ano de 2021, como abordaríamos os conteúdos previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) respeitando os protocolos sanitários?

Antes de respondermos à questão introdutória, é necessário recordarmos que com o surgimento da Covid-19, ocorreram inúmeras mudanças nas diversas áreas, e na Educação não foi diferente. A pandemia levou à implementação de métodos e ferramentas que mudaram a forma como os professores ensinam e se comunicam com os alunos e famílias. Diante dessa situação, foi necessário repensar a Educação e, em particular, a Educação Física.

Dada à situação de pandemia, percorremos um caminho de desbravamento das plataformas digitais para a realização das aulas de Educação Física. Antes tínhamos um amplo espaço e a possibilidade de contato e interação por meio da aproximação. Agora, como deveríamos interagir de maneira propositiva por meio das telas, sem interação presencial, sem contato, que é uma das características dessa área?

A prática da Educação Física, como outros componentes curriculares, aconteceu por meio de telas, microfones, plataformas diversas, compartilhamento de tela, vídeos e tantas outras ferramentas que pudessem viabilizar os conteúdos previstos pela BNCC.

O primeiro passo foi cativar as crianças para que realizassem as atividades propostas durante a aula de Educação Física em ambiente doméstico e por meios tecnológicos.

Os recursos didáticos são ferramentas imprescindíveis nesse processo e a Gamificação dinamizou o engajamento de nossos alunos. Este é um recurso didático que traz conceitos do âmbito dos jogos para o processo ensino-aprendizagem, com o objetivo de encorajar a realização de desafios ou tarefas por meio da competição. Ensinar através dos jogos é uma resposta metodológica ao nosso tempo e situação. Assim, o nosso intuito é de conquistar os estudantes, aumentar a participação nas atividades e o entusiasmo pelas aulas.

Longe das quadras, sem materiais específicos e com um espaço limitado, outra saída foi diversificar no uso de materiais para desenvolvermos os conteúdos previstos. Na grande maioria dos jogos e atividades usamos materiais alternativos, como tampinhas de garrafa pet, papel, papelão, garrafas pet, bolas de meia, cabo de vassoura, copos plásticos, balões, jornal e potes.

Esse “novo jeito” de ensinar é uma tendência da educação no século XXI e cabe a nós avaliarmos a evolução do aprendizado e as estratégias de aula que tornam essa metodologia significativa nesse processo. Após um ano, aproximadamente, nos adaptamos e temos controle parcial dessas ferramentas que tornam possível um ensino remoto de qualidade.

E no início desse ano, tudo muda novamente, nossos alunos estão de volta à escola. O tão aguardado caráter presencial, nos submeteu a protocolos rígidos de distanciamento, uso de máscara e higiene. Como abordaríamos os conteúdos previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) respeitando os protocolos sanitários?

Aproveitando os espaços abertos do Colégio, mantendo o distanciamento, usando máscaras e higienizando constantemente as mãos e os materiais comuns, retomamos as aulas presencias de Educação Física. Era visível no comportamento dos alunos a necessidade de interação e movimento, mesmo com o distanciamento, o desejo de retornarem às vivências da Educação Física era explícito.

Por meio de atividades que contemplassem os conteúdos da BNCC e os protocolos sanitários, despertamos nos alunos novamente o interesse em envolver-se com exercícios corporais criando convivências harmoniosas e construtivas com os colegas e sendo capazes de reconhecer e respeitar a necessidade de mantermos os protocolos sanitários para a saúde de todos.

É muito bom vermos nossos alunos retomando alguns espaços do Colégio com todo o cuidado devido e usufruindo do convívio e da prática das aulas Educação Física.

 


Dario Alves de Andrade - professor de Educação Física no Colégio Marista Glória, localizado na Zona Central de São Paulo (SP).

 

Bactéria do cancro cítrico pode ser aliada na produção de biorrenováveis

Pesquisa conduzida no CNPEM revela processo biológico usado por Xanthomonas para enfraquecer a defesa das plantas e descobre enzima que será útil no aproveitamento de resíduos agroindustriais (estrutura molecular da nova classe de enzimas descoberta em Xanthomonas; imagem: acervo dos pesquisadores)
    


Xanthomonas, bactéria responsável pelo cancro cítrico e conhecida como “vilã” da citricultura, pode ser uma aliada na fabricação de produtos biorrenováveis, como etanol, tintas, plásticos e outros tipos de químicos atualmente derivados do petróleo.

Estudo publicado em junho na revista Nature Communications por um grupo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, revela os processos biológicos usados pela bactéria para enfraquecer o sistema de defesa das plantas. Também foi descoberta uma nova classe de enzimas (chamada de CE20) capaz de potencializar a infecção.

De acordo com a pesquisa, apoiada pela FAPESP, a bactéria mobiliza essas enzimas para destruir a parede celular da planta, que funciona como uma espécie de barreira contra a entrada de patógenos.

Ao invadir as células, elas induzem a produção de proteínas capazes de desencadear fatores que aumentam a virulência da contaminação. Entre eles está o “sistema de secreção tipo 3”, uma espécie de “agulha” molecular que a bactéria insere na parede celular degradada da planta para injetar as proteínas de virulência.

O estudo detalha a ação no nível atômico de múltiplos componentes enzimáticos de forma orquestrada para desmantelar o xiloglucano, um dos mais complexos carboidratos que dá resistência à parede celular primária das plantas. Essa descoberta revela mais uma via de sinalização que possibilita a entrada da bactéria.

“Demonstramos a existência de uma maquinaria molecular conservada nesses patógenos, especializada no xiloglucano. Elucidamos no nível bioquímico e estrutural a atuação dos componentes enzimáticos dessa maquinaria. Descobrir essas novas formas de desconstrução desse carboidrato fornece alternativas de aplicação em bioeconomia e em biorrefinaria. Podemos obter novas combinações de coquetéis enzimáticos, mais eficazes e capazes de desconstruir a biomassa vegetal para produzir, por exemplo, etanol, querosene de avião e outros químicos”, explica Mário Tyago Murakami, coordenador da pesquisa e diretor científico do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), que integra o CNPEM.

O centro já desenvolve outras plataformas microbianas para biorrefinarias, como o coquetel enzimático produzido por um fungo (RUT-C30). Com patente depositada, essa plataforma customizada para a realidade brasileira foi testada em ambiente industrial e viabiliza a montagem de biorrefinarias para obtenção de açúcares avançados a partir de resíduos agroindustriais, com menor impacto ambiental e substituindo insumos de origem fóssil.

Segundo Murakami, ao revelar os novos componentes que potencializam a infecção da planta, a pesquisa também contribui com o desenvolvimento de estratégias de combate ao cancro, com o desenho de potenciais inibidores para esse grupo de bactérias.

"Usando o patógeno do cancro cítrico como organismo modelo, mostramos que esse sistema abrange hidrolases glicosídicas distintas, transportadores de membrana específicos e uma classe inédita de esterase. Tais dados bioquímicos e mecanísticos destacam que as bactérias associadas a plantas empregam estratégias moleculares muito distintas daquelas usadas por bactérias intestinais, por exemplo, para lidar com xiloglucanos. Juntas, essas descobertas lançam luz sobre os mecanismos moleculares que sustentam o complexo sistema enzimático de Xanthomonas para despolimerizar carboidratos da parede celular vegetal e revelam um papel para esse sistema em via de sinalização para promover a virulência", escreve o grupo no artigo.

Além da citricultura, a Xanthomonas ataca vários outros tipos de plantação, como arroz, algodão e banana. Considerado uma das mais importantes doenças na citricultura mundial, o cancro cítrico provoca lesões marrons, salientes e ásperas nos frutos. Acaba levando à queda prematura das folhas e dos frutos, reduzindo a produtividade das plantas afetadas.

No ano passado, o cancro cítrico registrado no cinturão de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste Mineiro, um dos maiores produtores de laranja do Brasil, cresceu 15% em relação a 2019. A doença atingiu cerca de 34 milhões de plantas, segundo levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que apontou entre os fatores do aumento a decisão de São Paulo de permitir a manutenção de árvores sintomáticas nos pomares.

Na safra 2020/2021, a entidade já registrou a perda de 1,27 milhão de caixas do fruto (de cerca de 40 kg cada uma) em decorrência da doença.

Aplicando ciência

Para realizar a pesquisa, o grupo utilizou uma abordagem multidisciplinar, incluindo análises filogenéticas e transcriptômica, nocauteamento gênico, clonagem molecular e mutagênese, além de experimentos com luz síncrotron, como espalhamento e difração de raios X.

Os dados de difração foram adquiridos na linha de luz de cristalografia de macromoléculas MX2 da antiga fonte de luz síncrotron do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS-CNPEM). Foram usadas ainda técnicas de engenharia genética e experimentação in vivo em plantas no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio).

O estudo levou cerca de cinco anos e envolveu 23 pesquisadores, incluindo professores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"Não é comum no Brasil ter um conjunto de teses de doutorado e projetos de pós-doutoramento olhando sistematicamente para o mesmo problema. Essa forma de trabalho em equipe e com compartilhamento coletivo tem feito uma grande diferença nas nossas pesquisas, aumentado a capacidade de entrega e o impacto das descobertas", diz Murakami, em entrevista à Agência FAPESP.

Outro estudo da equipe envolvendo o sistema enzimático de Xanthomonas para desconstrução da parede celular vegetal foi publicado também na Nature Communicationsem janeiro. Mostrou, por meio de cálculos quânticos e experimentos em alta resolução, que enzimas de grande importância industrial (como as hidrolases glicosídicas) podem funcionar por itinerários catalíticos alternativos e viáveis do ponto de vista termodinâmico.

O trabalho quebrou o paradigma de que o itinerário catalítico (conjunto de modificações químicas e estruturais que um determinado substrato sofre pela ação de uma enzima) era único para cada par de enzima-substrato.

Essa linha de estudo vem sendo continuada na Manacá, primeira estação de pesquisa do Sirius aberta à comunidade científica e empresas interessadas em investigar a composição e a estrutura da matéria em suas variadas formas e com aplicações em várias áreas do conhecimento.

O Sirius, ligado ao CNPEM, é um acelerador de elétrons de última geração, projetado para ser uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo na sua categoria. “No Sirius, saímos de imagens e estatísticas, para analisar eventos dinâmicos em vídeos dos processos catalíticos das enzimas descobertas nesse estudo”, afirma Murakami.

A pesquisa com a bactéria Xanthomonas teve o apoio da FAPESP por meio de dois Projetos Temáticos (15/26982-0 e 15/13684-0), quatro Bolsas de Pós-Doutorado (16/06509-017/14253-916/19995-0 e 19/13936-0) e duas Bolsas de Doutorado (17/00203-0 e 18/03724-3).

O artigo Xyloglucan processing machinery in Xanthomonas pathogens and its role in the transcriptional activation of virulence factors pode ser lido em www.nature.com/articles/s41467-021-24277-4.
 


Luciana Constantino

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/bacteria-do-cancro-citrico-pode-ser-aliada-na-producao-de-biorrenovaveis/36315/ 


Concurso X Pandemia: cuidados no dia da prova

 

A pandemia trouxe diversas mudanças em relação aos concursos públicos, muitos foram adiados e outros até suspensos.  Mesmo com tantas alterações, ainda é necessário que o candidato saiba identificar em todo o edital, as hipóteses que lhe podem ocasionar a eliminação do certame em algumas fases.  

Pensando nisso, listei cinco pontos principais que os candidatos podem resguardar seu direito em concursos públicos. Confira: 

 

1- Direito de impugnar o edital: a primeira dica é direito de impugnar o edital. Muitos dos candidatos que prestam concurso público estudam todas as matérias presentes no conteúdo programático, mas não leem todo o instrumento convocatório. 

É de extrema necessidade que o candidato saiba identificar em todo o edital, as hipóteses que lhe podem ocasionar a eliminação do certame em algumas fases. Um exemplo é o caso de você, candidato, possuir algum tipo de enfermidade e na própria norma editalícia que aquela enfermidade é motivo de inaptidão para o exercício da função pretendida. 

Diante desta situação, no momento que o edital for publicado, como você leu toda a norma editalícia, poderá, desta forma, impugná-lo vez que muitas vezes essas exigências são ilegais, pois o instrumento convocatório (edital) sozinho não pode criar exigências sem amparo na lei que rege o cargo. 

Assim, quando o candidato impugnar a norma editalícia em razão de uma ilegalidade, a banca examinadora poderá retificar o edital de abertura. Normalmente, o prazo de impugnação é de 3 dias, podendo variar a depender do edital e do concurso.


 

2- Direito de recorrer administrativamente: a segunda dica é o direito de recorrer administrativamente após a publicação de resultados provisórios com a possibilidade de reverter o resultado das provas objetivas, discursivas, prova oral e também dos exames psicotécnicos, dentre outros. 

Ressalta-se que, aquele que for reprovado ilegalmente poderá interpor recurso administrativo e poderá conseguir reverter a sua reprovação, como forma de resguardar o seu direito.


 

3- Direito de solicitar registro em ata sobre qualquer ocorrência: a terceira dica, que é considerada como fundamental, tendo em vista que muitos professores e doutrinadores não falam sobre, é o direito de solicitar registro em ata de qualquer ocorrência em qualquer fase do concurso público, para se resguardar de eventuais ilegalidades. 

Um exemplo é quando em um certame o envelope que continha as provas não chegou lacrado, possuindo, então, essa situação uma possibilidade de fraude.

Outra ilegalidade que pode ser constatada, ocorrerá quando um candidato comparece para a realização do TAF e levou consigo o atestado médico conforme previsto no edital. Ocorre que, no momento da realização do TAF, o candidato foi impedido de realizar a referida etapa do certame pois a banca examinadora considerou que o atestado não possuía os termos exatos dispostos na norma editalícia, eliminando-o do certame. 

Caso esse candidato soubesse de seu direito de registrar em ata ocorrência, ele teria resguardado o seu direito, evitando uma possível arbitrariedade ou ilegalidade por parte da banca examinadora. Está se torna uma forma de comprovação, tendo em vista que neste contexto não há a possibilidade de se filmar ou gravar a situação.


 

4 - Direito de ter uma resposta motivada e fundamentada da banca examinadora: a quarta dica é o direito de ter uma resposta fundamentada da banca examinadora, respeitando o contraditório e a ampla defesa. Toda vez que se é interposto um recurso administrativo, a banca examinadora não poderá responder de forma genérica, como por exemplo: não considero o seu recurso. 

Assim, a banca examinadora deverá rebater todos os argumentos presentes no recurso administrativo, vez que caso não o fizer, poderá violar o princípio do contraditório e da ampla defesa.


 

5 - Direito de recorrer ao Poder Judiciário: por fim, a quinta dica é o direito de recorrer ao Poder Judiciário diante de uma ilegalidade ou injustiça sofrida no concurso público, tendo em vista que existem diversas situações em que a banca examinadora elimina o candidato injustamente, sendo possível propor uma ação judicial para tentar reverter a possível reprovação. 

 

 

Agnaldo Bastos - advogado, atuante no Direito Administrativo, especialista em causas envolvendo concursos públicos e servidores públicos e sócio-proprietário do escritório Agnaldo Bastos Advocacia Especializada


Confira cinco dicas para produzir conteúdo relevante e se posicionar de forma autêntica nas mídias sociais

Pessoas estão mais interessadas em quantidade do que qualidade? Descubra como se destacar com assuntos expressivos e notáveis


Um conteúdo de qualidade produzido de forma autêntica é, sem dúvida, essencial para quem quer conquistar posicionamento em redes sociais. Mas, mais do que isto, é preciso moderar, também, com um perfil ativo e que se faça presente. O efeito contrário, ou desequilibrado, pode provocar o afastamento das pessoas, que ora não identificam no seguidor alguém relevante ou, pior, veem nele alguém que só quer aparecer a todo custo, sem material que o gabarite para tal.

Criar conteúdo relevante e ter a opinião levada a sério não é uma tarefa fácil e é preciso seguir alguns passos para ter conexão e um relacionamento duradouro através de resenhas autênticas, ações e posts. Para ajudar a entender e como seguir por esse caminho, Joel Amorim, diretor da The Insiders, empresa que conecta marcas a pessoas reais com o intuito de impulsionar campanhas com o uso de consumidores de verdade e com alto engajamento, enumerou algumas dicas que considera essenciais para uma boa relação com o público.


  1. Seja engajado

Torne-se olhos e ouvidos das notícias que envolvem o segmento pelo qual está engajado, seja ele focado em games, alimentação, beleza, maternidade, turismo e etc. Isso mostra que você está realmente por dentro do tema e tem, de fato, algo a agregar. Opiniões são importantes, mas precisam estar bem fundamentadas em conteúdo, então, dados de mercado podem endossá-las e ser um ponto a favor. Seja claro, não ofenda ninguém, não xingue e tenha uma linha de pensamento, na hora de expressar a opinião, que tenha um começo, meio e fim.


  1. Seja Honesto

Se a opinião que for dar tem a ver com um produto ou serviço, seja honesto quanto a sua experiência. É possível perceber quando a pessoa está mentindo ou não sendo tão natural. Lembre-se: o marketing boca-a-boca só funciona quando se é sincero, então, sinta a liberdade de se expressar e exprimir o que sentiu ao utilizar. O que vale é que a sua crítica seja construtiva e não ofensiva. Se não gostou, quais foram as razões? Isso tem que ser explicado, pois, nem tudo que funciona para um, vai funcionar para o outro e o que irá nortear uma decisão são essas ponderações.


  1. Seja transparente

Tentar ser uma pessoa na rede social e, por trás, ser outra, não funciona na prática. Ao menor deslize, o público perceberá e a consequência tende ser muito dura, com queda de engajamento e até perda de seguidores. A cultura do cancelamento, muito atual nos dias de hoje, é prova que não é sempre que o público releva falhas. Vale apostar, portanto, na transparência (e até honestidade, novamente) de ser quem se é realmente. É assim, permitindo que defeitos e qualidades coexistem, que se vai construindo a confiança necessária para se tornar uma referência para as pessoas à sua volta.


  1. Seja legal e empático

Não há como saber de tudo e sobre todos, mas há algo que podemos ser a todo instante: empáticos e educados. Já é regra: não faça comentários depreciativos ou inapropriados sobre assuntos que envolvam o corpo físico e aspectos emocionais ou cognitivos de outra pessoa. Na hora de opinar, independentemente do assunto, não faça por ataque a uma terceira pessoa e sim para dar luz a outro ponto de vista. Busque se colocar no lugar do colega e evite fazer juízo de valor. Cada um sabe sobre si e não cabe a ninguém julgar. 


  1. Seja criativo

É difícil se destacar no meio de tanto conteúdo, mas criatividade abre, sem dúvidas, muitas portas. Se for para escrever, produza um material claro e gostoso de ler, sem erros de gramática; já se for tirar fotos, aposte na qualidade. Recursos dos stories, como enquetes, perguntas, testes, localização e menções a pessoas e empresas ajudam a se posicionar melhor. Responda sempre os seguidores e faça comentários relevantes. E lembre-se, tudo o que for produzido tem que estar conectado com o que se propõe e o que, de fato, se sabe. Não invente ou crie conteúdo que não seja embasado em verdade ou na ciência.


 

The Insiders


A transformação organizacional da indústria 4.0

Os movimentos transformacionais da quarta revolução industrial não param de acontecer. A transição energética, a adoção de tecnologias emergentes da indústria 4.0, mobilidade urbana, cidades inteligentes e a própria transformação digital impactam nossas vidas pessoais e, consequentemente, refletem nas organizações.

A indústria 4.0, materializada pela adoção massiva de tecnologias emergentes aplicadas na área industrial das empresas, visa a excelência operacional, uma manutenção prescritiva, melhor eficiência energética e promove a conectividade entre os equipamentos e sistemas, potencializando o uso estratégico dos dados. Algumas dessas tecnologias mais adotadas são o IoT ou IIoT, drones, realidade virtual, realidade aumentada, cloud computing, digital twin, impressão 3D, entre outras.

As soluções utilizadas para implementar o conceito de Indústria 4.0 produzem mudanças significativas na maneira como os profissionais executam suas tarefas, mas não chegam a transformar as organizações como um todo. De fato, as tornam mais eficientes e competitivas, entretanto, as dimensões culturais e os valores estruturantes da organização impactam diretamente no êxito da estratégia de transformação digital.

Para uma transformação organizacional, há de se atuar na cultura e nos processos juntamente com a adoção das tecnologias emergentes da indústria 4.0. A transformação organizacional acontece com a execução da transformação digital, onde tecnologia, processos e cultura organizacional estão alinhados para gerar novos modelos de negócios e criar fontes de monetização. Isso requer que a estrutura organizacional se adeque ao uso massivo das tecnologias convencionais e emergentes da indústria 4.0, que os processos sejam otimizados para minimizar desperdícios e a cultura organizacional esteja adaptada para uma atuação mais colaborativa entre os departamentos e uso de ecossistemas de inovação aberta.

Não é uma jornada simples e, justamente por isso, a maioria do parque fabril na América Latina ainda permanece na era da Indústria 3.0. Isso colabora para que os países latino-americanos estejam tão mal posicionados no Índice Global de Competitividade do International Institute for Management Development (IMD).

Para alterar este cenário e tornar a indústria mais competitiva, é importante que o setor invista cada vez mais em jornadas de transformação digital, atuando nos três pilares fundamentais  (Tecnologia, Processos e Cultura) e nas três dimensões organizacionais (Back, Middle e Front offices), simultaneamente. Entende-se como Back office os ativos da área industrial; Middle office são os departamentos de suporte aos negócios (financeiro, RH etc ) e Front office, os departamentos que atuam diretamente com os clientes (vendas, marketing, serviços etc). Esta atuação, sustentada pela execução de um framework de transformação digital, e o uso de uma metodologia que conduz de forma estruturada às iniciativas que impactam toda a organização, desde as camadas mais operacionais ao conselho de administração, resultarão na transformação organizacional.

Quando isso ocorre, temos uma transformação extremamente positiva para a organização como um todo, onde as tecnologias da Indústria 4.0, de fato, atuam como habilitadoras para a transformação digital.  Neste momento, a organização estará preparada para a garantir seu espaço neste contexto da quarta revolução industrial em que vivemos, e desenvolver vantagens competitivas sustentáveis.



Victor Venâncio é Head de Digital Transformation da IHM Stefanini Group.


Procura por previdência privada cresce na pandemia

Reservas dos planos de previdência aumentaram 7% em dezembro de 2020, se comparadas com o mesmo período do ano anterior


Os valores investidos em previdência privada cresceram 7% em dezembro de 2020, se comparados com o mesmo período do ano anterior. O dado da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) indica que a crise provocada pela pandemia trouxe insegurança, fazendo com que muitas pessoas passassem a se preocupar mais com o futuro. A previdência complementar tem a função de servir como uma renda adicional à da previdência pública quando a pessoa finalmente conseguir sua aposentadoria. 

O professor de Finanças da FAE Centro Universitário, Jorge Prado, explica que esse aumento começou a ser notado já em 2019, com a Reforma da Previdência. A partir daí, outros fatores fizeram com que o crescimento na procura continuasse, como uma maior democratização no acesso às formas de investimento, por exemplo. “Antes, a pessoa precisava ter um aporte elevado para conseguir investir em uma previdência privada. Agora, com R$ 100, por exemplo, ela já consegue”, orienta o professor.

No entanto, a pandemia também ajudou nesse recrudescimento, uma vez que durante a crise as pessoas passaram a fazer mais transações via internet (usando aplicativos financeiros, principalmente), perdendo o medo de investir, mesmo que pouco. “As pessoas passaram a refletir mais na pandemia e começaram a economizar. Muita gente está aprendendo a cultura de poupar agora. E aconselho: não é uma decisão fácil, mas todo cidadão deve ter uma previdência privada”, afirma Prado.

Somado à democratização, ao acesso à internet, à preocupação maior com o futuro e à insegurança, está o baixo rendimento da poupança, o investimento mais comum entre os brasileiros. Isso também fez com que as pessoas pensassem mais sobre onde guardar seu dinheiro: se há alguns anos a poupança rendia 8% ao ano, hoje não passa de 2%. 

O professor aconselha: mesmo que o salário ou a renda sejam baixos, é preciso reservar uma quantia. E alerta: reserva de emergência não é sinônimo de cheque especial ou cartão de crédito. “Para você ter uma ideia, quase 90% dos investidores de CDB, poupança, LCI e LCA não possuem mais do que R$ 5 mil guardados”, ressalta ele, citando dados do Fundo Garantidor de Crédito. 

A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são dois tipos de investimento em renda fixa isentos de Imposto de Renda, que costumam garantir retornos superiores ao da caderneta de poupança. 

E para quem não tem o hábito de poupar, uma dica é pensar no objetivo daquele dinheiro: ele será para curto, médio ou longo prazo? Para que e quando eu vou utilizá-lo? “Se for para a aposentadoria, não é possível utilizá-lo numa emergência. Ele precisa ficar guardado, sem mexer, senão o objetivo estará fracassado”, observa o professor.


Fundos e planos de previdência privada

Os fundos de previdência são veículos de investimento com o objetivo de guardar dinheiro para a aposentadoria. Já os planos de previdência são produtos adquiridos pelos investidores, que correspondem a uma espécie de “pacote” para a aposentadoria. Nesse caso, as instituições financeiras atuam na gestão dos valores e dos prazos para que, mais tarde, o investidor obtenha uma determinada renda.


Tipos mais comuns de planos e fundos de previdência

Basicamente, existem dois tipos de previdência privada: a VGBL e a PGBL. Na PGBL é possível deduzir valores no Imposto de Renda e, na ocasião do saque, a “mordida” é sobre o imposto daquilo que está guardado. Na VGBL, o imposto a sacar é deduzido sobre o lucro. 


Revisão periódica

Outro ponto delicado se refere à revisão da previdência privada – para aqueles que já a possuem. “Essa revisão deve ser feita de seis em seis meses, pois os planos mudam e pode acontecer de o investidor ter que pagar mais imposto”, exemplifica. A portabilidade dos investimentos entre instituições financeiras também pode ser feita sem prejuízo ao investidor. 

 


Grupo Educacional Bom Jesus

https://www.grupoeducacionalbomjesus.com.br/

 

PIX: entenda as novas funções planejadas pelo Banco Central

Novas funcionalidades devem revolucionar a forma do brasileiro lidar com o dinheiro


PIX Saque, PIX Troco, PIX Off line são alguns dos termos que têm se tornado comuns nas mídias após o Banco Central anunciar que está planejando novas funcionalidades para a ferramenta que deverão ser implantadas ainda este ano.

Sucesso absoluto, somente em seu primeiro dia de operação, em novembro de 2020, o PIX bateu Facebook, Instagram e WhatsApp em números de cadastros. Segundo dados do Banco Central (Bacen), em junho deste ano ele já possuía mais de 92 milhões de pessoas físicas e mais de 6 milhões de empresas cadastradas. Além disso, desde o início do ano, já era o tipo de transação mais realizada no país, maior que TED e DOC somados.

A facilidade para realizar pagamentos e transferências atraiu milhões de pessoas e a tendência é que o número aumente. “O Bacen vem anunciando diversas novas funções para o PIX que serão lançadas este ano e deverão revolucionar ainda mais a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro”, disse o diretor financeiro do Popibank, Marcelo Pereira.

Em dois meses, o PIX se tornou o tipo de transação mais
utilizado pelos brasileiros (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)


Entre as funcionalidades anunciadas há a que permitirá ao usuário realizar pagamentos off line. “Ainda estão estudando a melhor forma de implantar, mas uma das ideias do Banco Central é que se crie uma maneira de realizar transações por aproximação, como as que são utilizadas nos ônibus”, explica Pereira. “Dessa forma, quando a pessoa estiver on-line poderá passar o dinheiro de seu celular para o cartão e daí, quando estiver off line, poderá realizar pagamentos mesmo sem a conexão à internet”, completa.

Outras funções, que devem começar a valer em breve, são o PIX Saque e o PIX Troco, úteis para ter dinheiro em espécie sem precisar ir ao banco. “O primeiro é para que o usuário possa sacar as cédulas em estabelecimentos cadastrados, que poderão ser um estacionamento, mercado ou uma padaria, por exemplo. Ele fará o PIX para o local, que lhe entregará o dinheiro em espécie”, afirma o especialista.

Já na função Troco, os estabelecimentos cadastrados darão a opção ao usuário de pagar um valor via PIX maior do que o de sua compra e, assim, receber o troco em cédulas. “Se suas compras no mercado deram R$ 40 e você fizer um PIX de R$ 60, eles te darão R$ 20 de troco em espécie”, exemplifica.



Futuro


Após a implantação dessas novas funcionalidades, o Banco Central planeja expandir ainda mais o PIX. Os estudos são para implantar um PIX internacional e uma maneira de garantir a devolução de dinheiro em casos de fraudes ou falhas operacionais. “A facilidade que a ferramenta trouxe aumentou também o número e as formas de golpes. Contudo, o Bacen já estuda como proteger ainda mais o usuário”, afirmou o diretor financeiro do Popibank, Marcelo Pereira.

A segurança é um fator importante a ser trabalhado, visto que as transferências via PIX podem chegar a 35% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2024, de acordo com estudo da EY, empresa líder em serviços de Auditoria, Consultoria, Impostos, Estratégia e Transações. Segundo o IBGE, o PIB do Brasil chegou a R$ 2,048 trilhões em junho e o Bacen prevê um crescimento de 4,6% para este ano.

 


Marcelo Pereira - administrador com foco em economia, banco digital e fintechs


Julho sem plástico: Brasil é o 4º país no ranking dos que mais geram lixo plástico

Movimento faz apelo para reduzir o descarte do material que impacta o meio ambiente

Criado pela ONG australiana Plastic Free Foundation, o movimento Julho sem plástico vem com a proposta de anualmente, no mês que carrega o nome da ação, diminuirmos consideravelmente o uso de materiais plásticos presentes no nosso dia a dia. Segundo a organização, das 11,3 milhões de toneladas de resíduo plástico produzidas por ano, apenas 1,28% são recicladas. Esse percentual não é nada perante os mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas por ano no mundo, piorando o estado de poluição no meio ambiente.

Para o conscientizador ambiental e fundador da Oceano Resíduos, Rafael Zarvos, essa questão sempre foi e continua sendo muito crítica. "Criei a Oceano em Junho de 2019, quando a discussão sobre o tema era muito relevante. Vemos que as grandes empresas do mercado que apresentam soluções, acabam focando no descarte empresarial, que não deixa de ser importante, mas ainda não é o suficiente, se no dia a dia, o cidadão não tem acesso à alguma forma de coleta adequada", explica o empresário.

Entre os produtos descartados de forma incorreta, estão materiais como cotonetes, copos, garrafas, embalagens de produtos de beleza, etc. "Sabemos que já existem os substitutos mais sustentáveis, mas ainda assim, há a preocupação com o uso dos recursos naturais e o acesso à essas opções acabam sendo mais caras, impactando o bolso das pessoas. O ideal seria diminuir o consumo desenfreado, e as vezes até desnecessários. O ponto é a conscientização. A produção do plástico no mundo hoje é muito superior à nossa capacidade de reciclagem deste tipo de resíduo. A conta não fecha, e por isso a urgência em repensarmos as nossas escolhas", alerta Zarvos.

O alerta vai além de uma questão de sustentabilidade e meio ambiente. É calculado que anualmente, 12,7 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos. Segundo a ONU Meio Ambiente, se o consumo continuar desenfreado, em 2050 o mar terá mais plástico do que peixes. E as más notícias continuam: se você consome animais marinhos na alimentação, com certeza está ingerindo plástico também. "Nossas cadeias já estão contaminadas com micro plástico. Encontramos os mais diversos estudos sobre esse tema. O descarte nos oceanos não só provoca essa transmissão via alimentação, mas como também já se sabe que o micro plástico contaminou as chuvas", complementa o especialista.

Estudos apontam a absorção de microplásticos pelas raízes, bem como essas partículas também são encontradas em diferentes áreas do nosso corpo como fígado e recentemente, uma pesquisa brasileira encontrou nos pulmões de voluntários. "Eles foram parar nos pulmões por conta da inalação, os microplásticos se ligam à micropartículas poluentes ou mesmo vírus e bactéria, sendo inalados por nós. Estamos cada vez mais vendo a natureza dar sinais e não podemos ignora-los" finaliza Rafael Zarvos.

 

Como alavancar o seu negócio já com a governança corporativa nas empresas em crescimento?

A governança corporativa ainda é um tabu para muitas empresas, especialmente as pequenas e médias. Muitos empreendedores associam essas práticas a companhias de grande porte, que buscam investimentos ou estão listadas em Bolsas de Valores. Contudo, é preciso quebrar de uma vez por todas esse paradigma, mostrando claramente como ela é capaz de auxiliar na criação de mecanismos voltados a uma melhor estruturação, exponencialização e perpetuação de organizações de todos os portes e segmentos.

Um estudo realizado pela ACE Cortex com 343 empresas brasileiras que desenvolvem soluções relacionadas ao ESG, mostra que 180 atuam principalmente na área de meio ambiente, 130 possuem negócios relacionados ao impacto social e apenas 33 desenvolvem soluções de governança. Muitas vezes, o problema não está na falta de interesse, mas sim na ausência de conhecimento suficiente sobre o que é e, principalmente, como implementar uma cultura de governança corporativa.

O conceito está relacionado à uma série de mecanismos e ferramentas que permitem uma gestão mais estruturada de uma empresa. Trata-se de um sistema que estabelece processos para dirigir, monitorar, acompanhar e apoiar o crescimento de uma companhia em suas mais diversas áreas, seja na operação, no marketing, recursos humanos, contabilidade e, especialmente, nas estratégias de gestão –independentemente da fase em que a empresa se encontra, seja ela recém-fundada ou uma organização centenária.

Na prática, a governança corporativa funciona como um grande guia de boas práticas para a gestão de negócios. Ela proporciona uma minuciosa análise da organização para, a partir disso, traçar os objetivos e metas desejadas, bem como os direcionamentos assertivos para que essas conquistas sejam alcançadas de forma sólida.

O melhor de tudo isso é que sua implementação não requer grandes investimentos. Há diversas instituições que auxiliam as empresas nessa jornada, oferecendo todo o apoio necessário para a criação de políticas de gestão alinhadas a esse propósito. Normalmente, elas orientam sobre o acordo de acionistas, onde são estabelecidos os papéis e responsabilidades de cada um dos sócios, a fim de evitar conflitos que possam colocar a empresa em risco.

Além disso, há sempre recomendações para o estabelecimento de um conselho consultivo, onde conselheiros profissionais assumem o papel de orientar a liderança sobre decisões estratégicas, no intuito de apresentar um prisma diferente e compartilhar conhecimentos, networking, advindos de suas experiências anteriores, inclusive em empresas de outros segmentos. Essa visão externa costuma preencher lacunas e trazer visibilidade a pontos cegos que, sozinhos, os gestores seriam incapazes de enxergar.

Somado a isso, é importante que uma empresa com cultura de governança corporativa use a tecnologia a favor de sua gestão. A adoção de um software ERP inteligente, capaz de automatizar os processos e oferecer mais segurança jurídica, contábil, fiscal para suas transações, é fundamental para a profissionalização do negócio. Acompanhar as informações da empresa em tempo real é indispensável para a tomada de decisões mais assertivas – além de aumentar o valor da companhia e facilitar processos de auditoria de clientes ou mesmo para a busca de capital externo.

Os resultados dessas ações não costumam demorar a aparecer e são facilmente percebidos. Além de melhorar a gestão e reduzir os riscos do negócio, pesquisas mostram que a cultura de governança corporativa aumenta o valor de mercado e melhora significativamente a percepção de sua imagem pelo cliente, colaboradores, comunidade e investidores. Dessa forma, a empresa tende a ser muito mais sustentável e longeva, gerando benefícios para si mesma e para toda a sociedade, seja ela pequena, média ou grande.  

 


Marcelo Villa Nova - Senior Channel Sales Manager na SAP Business One.

https://www.sap.com/brazil/products/business-one.html

 

A educação híbrida é a melhor opção que temos para apreender com qualidade e segurança sanitária atualmente


A polêmica acerca do melhor momento e modo de voltar as aulas presenciais na pandemia é justificável. Vivemos um momento delicado pois nossas rotinas educacionais se tornaram de algum modo ameaça a toda a comunidade escolar. Pensar a educação por meio do digital tem sido tarefa de todos os educadores mesmo antes do coronavírus. Contudo, quando o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprova o ensino remoto nas escolas públicas e particulares brasileiras para manter as aulas exclusivamente online, assim como possibilita alguma retomada das atividades presenciais de forma gradual e rodiziada, ele coloca toda a sociedade a experimentar a educação híbrida como meio de manter o processo educativo. Mas, de fato, o que é essa metodologia e como ela interfere na experiência educacional de professores, pais e alunos?

 

Antes de mais nada, entendamos: o ensino combinado não se resume em ser apenas um meio. Não são apenas atividades presencias alternadas por outras em formato digital. É, em sua concepção, um programa planejado para oferecer o aluno elementos para apreender a vida também digitalmente já que nosso dia a dia é mediado pela tecnologia. E difere do ensino formal e daquela totalmente remoto pois carrega em sua estruturação uma gama de potencialidade a serem desenvolvidas pelos estudantes. Ao conduzir o aluno a fazer atividades com menor supervisão, como aulas assíncronas por exemplo, coloca o aprendiz como sujeito mais ativo de sua aprendizagem. No caso das crianças menores, tal modelo implica maior participação dos pais já que via de regra os filhos precisam ser monitorados para fazer parte de suas tarefas. Como educadora, pesquisadora e mãe sinto alguma apreensão social em relação à eficácia e/ou limitações do ensino híbrido. Nesse sentido, tomo os pilares da educação estabelecido pela Unesco – aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser - para guiar minhas impressões sobre tal proposta educativa.


 

Aprender a conhecer


 O primeiro dos 4 pilares da educação trata tanto da aquisição do saber quanto do domínio sobre os próprios meios para isso. Esse aprendizado pretende que cada pessoa possa conhecer o mundo que a rodeia, conseguindo assim viver dignamente, desenvolver capacidades profissionais e se comunicar. O pilar também aborda o prazer pela compreensão, pelo conhecimento e pelo descobrimento. Incentiva a pesquisa individual para o aumento do saber, o despertar da curiosidade intelectual, a formação de um senso crítico e o desenvolvimento de autonomia para a capacidade de discernimento. Para isso, é necessário antes de tudo, aprender a aprender. Isso é totalmente possível quanto necessário que seja pessoalmente ou virtualmente.


 

Aprender a fazer


O segundo dos 4 pilares da educação se trata de como conseguir usar os conhecimentos adquiridos na prática, no mercado de trabalho e na capacitação profissional. E, por isso, é fundamental pensá-los no contexto dos novos avanços tecnológicos pois desde as tarefas mais simples já são hoje executadas com ajuda da inteligência artificial.


 

 Aprender a viver juntos


 O terceiro dos 4 pilares da educação fala do respeito e parte da premissa de que o combate à intolerância e à violência é mais efetivo se grupos diferentes encontrarem objetivos em comum pelos quais lutar, em vez de simplesmente serem postos um em contato com o outro. Para esse aprendizado, é importante que a educação formal reserve tempo para que os estudantes sejam iniciados em projetos de cooperação. E que o meio digital também seja promotor de práticas não violentas, sociais e humanitárias para que haja consonância entre o mundo real e digital.


 

Aprender a ser


Tarefa de uma vida toda, consiste em tornar o indivíduo apto a pensar de forma autônoma e crítica, capaz de saber agir da melhor forma possível na vida, respeitando da diversidade humana. Isso se dá por meio de todos os pilares anteriores e exige ainda a crítica também em relação ao self digital que deve estar de acordo com a           aquilo que se é e não o que o que desejam que sejamos.

 

Pensando nos preceitos da Unesco nesta situação desafiadora de pandemia entendo seus impactos como evidencias de que a educação contemporânea tem instrumentos para crescer a curva de aprendizagem qualitativamente e quantitativamente. A história ensina nos momentos de ruptura, como a que vivemos desde o início da pandemia, podem se transformar em momentos de renascimento. Fomos obrigados a entender que o ecossistema educacional híbrido possibilita novos tipos de interações, conexões, conhecimento e até afetos. Por causa do coronavírus, avançamos muito rapidamente no aprendizado digitalizado. Sim, há muitas lacunas e desigualdades de acesso democrático no formato híbrido também. Entretanto, nossa realidade mudou e a educação não será mais a mesma. Isso pode ser visto como algo de efeito positivo. Ao fornecer uma experiência de aprendizagem abrangente que contempla o ambiente da tecnologia como uma ferramenta o ensino toda a sociedade pode ganhar. Obviamente, essa situação nova causa insegurança e as etapas iniciais de compreensão, readequação e adaptação têm exigindo muito trabalho. Mas por acreditar que o futuro educativo será híbrido antes mesmo da Covid-19 desestruturar o mundo, defendo que sigamos aperfeiçoando e ampliando as metodologias para ensinar melhor e a mais pessoas.

A condição humana exige relacionamento e a socialização é uma parte muito importante do desenvolvimento e produção de saberes técnicos e de vida. Porém, a possibilidade de criar espaços de encontros e construção de identidade, a partir de intercâmbios de conhecimento em ambiente real e virtual é a melhor opção que temos para apreender nesta primeira metade do século XXI.


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