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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Campanha fortalece importância da informação e educação em saúde para a prevenção do câncer de pele

 Dezembro Laranja
(SBD)
Iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia será feita de forma digital e aplicada no Rio Grande do Sul pela seccional RS (SBD-RS)

 

A ação que completa sete anos em 2020 será feita exclusivamente no formato digital e em todos os canais de comunicação da SBD, começou no dia 1 de dezembro. O tema escolhido enfatiza que câncer da pele é coisa séria e que a conscientização deve começar na infância.

Mais um #DezembroLaranja, campanha do câncer de pele, se aproxima. Este ano, crianças e adolescentes são porta-vozes para abordar o tema de forma didática e descomplicada, mostrando a importância de não subestimar a doença e de levar em consideração medidas de fotoproteção desde a infância. Para liderar e colorir o Brasil e o mundo de #DezembroLaranja, a campanha desse ano tem como embaixadores os irmãos e influenciadores digitais Maria Clara e JP (IG:https://bit.ly/33l2SiC/YT:https://bit.ly/3l8Xk0B), líderes de audiência no YouTube infantil do Brasil. Com 23 milhões de inscritos no canal, a dupla embarcou na campanha do #CancerdePele junto com a SBD para convidar toda a criançada, os adolescentes e os adultos a conscientizarem suas famílias, amigos e seguidores das redes sociais sobre os riscos da doença, como preveni-la, fatores de risco e tratamentos disponíveis.

O diagnóstico precoce pode permitir o tratamento de forma eficaz e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente. Com os slogans “Câncer de pele é coisa séria!”, “Um pequeno sinal pode ser câncer de pele!”, “Uma ferida pode ser câncer de pele!” e “Uma mancha pode ser câncer de pele!”, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ajudará a chamar a atenção para a gravidade da doença, que pode acometer qualquer região do corpo, inclusive a palma das mãos, planta dos pés, unhas, genitais e couro cabeludo.


Cenário Atual

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA),em 2020 os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, sendo os carcinomas basocelular e espinocelular (não melanoma) responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem 8,4 mil casos novos anualmente.

A campanha de 2020 destaca ainda que os hábitos de exposição solar na infância são capazes de influenciar tanto no envelhecimento quanto no desenvolvimento do câncer de pele. Por isso, é importante que os pequenos tenham conhecimento, desde cedo, da necessidade de cuidar da pele a partir de hábitos de fotoproteção, que incluem usar de óculos de sol e blusas com proteção UV, bonés ou chapéus, preferir a sombra, evitar a exposição solar entre 9h e 15h e utilizar filtro solar com FPS igual ou superior a 30, reaplicando a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água. A exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, além dos episódios de queimadura solar, são os principais fatores de risco do câncer de pele.

É preciso prestar a atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam pois podem revelar o câncer de pele.

 


Marcelo Matusiak


Por ano, mais de 340 mil nascidos no Brasil são prematuros

Brasil tem uma das maiores taxas de nascidos prematuros do mundo; especialista responde dúvidas frequentes sobre prematuridade


Estima-se que todos os anos nascem 340 mil bebês prematuros no Brasil, segundo a ONG Prematuridade. Do total de partos brasileiros, os prematuros correspondem a 12%, acima da média de nascimentos prematuros mundial, que é de 10%. 

Fatores vindos da mãe e alguns do próprio feto conduzem ao parto antes das 37 semanas de gestação, considerado pelos especialistas a idade gestacional adequada para a chegada do bebê ao mundo exterior. Entre as circunstâncias, a gravidez de múltiplos, em geral, contribui para a prematuridade. 

Foi o que aconteceu com Rogéria Henrique Gontijo, 36 anos. Após um aborto espontâneo, a promotora de vendas relata que sentiu vontade de tentar mais uma vez a maternidade. Ela já tinha um rapaz de 18 anos, mas queria ser mãe novamente.

Foi então que, ao positivar os testes de gravidez (de farmácia e de sangue), fez uma ultrassonografia e descobriu estar grávida não de uma ou duas, mas, três meninas. “Na minha família, apenas minha avó paterna teve filhos gêmeos. Eu nunca imaginei que poderia ter, ainda mais de forma natural. Eu não sabia se ria ou chorava quando descobri”, brinca. 

De acordo com o obstetra da Maternidade Brasília Segismundo Borges Neto, a gestação tripla natural é difícil e incomum. Além disso, geralmente, a grande maioria dos múltiplos nasce prematura - entre 33 e 35 semanas - pois há preocupação de até quando se pode levar a gravidez.  

“Problemas com a mãe e com os fetos podem ocorrer. A única forma de prevenir essa situação é com o pré-natal adequado. Nas consultas fazemos a profilaxia, receitamos ingestão de corticoide e dieta rigorosa, para que a gestante não ganhe muito peso, além de outros tipos de acompanhamentos necessários para o bem-estar da mãe e dos bebês. É uma gravidez de alto risco, mas que pode ser tranquila quando realizado o pré-natal adequadamente”, aconselha o médico. 

Rogéria conta que já sabia que suas filhas nasceriam prematuramente, entretanto, Ester, Luísa e Talita chegaram antes do esperado: às 34 semanas de gravidez, as meninas nasceram na Maternidade Brasília, em novembro deste ano. 

“Estava em casa e mexi na barriga como de costume e a bolsa estourou. Achei que era urina. Fui ao banheiro, fiz xixi, mas quando me levantei continuava escorrendo. Então percebi que era a bolsa. Corremos para o hospital e elas nasceram bem e rápido. Ficaram na incubadora, pelo fato de terem nascido pequenas e precisarem recuperar o peso, mas por pouco tempo”, relata.

Hoje, em casa, Rogéria conta que a rotina com as bebês é bem agitada. “Não é nada fácil! Dormir é raro! Até que todo mundo mame e arrote já é quase a hora de outra mamada”, conta. A mãe das trigêmeas ainda disse que reforça a alimentação das filhas com fórmula pelo fato de não conseguir produzir leite do peito rapidamente para a demanda das meninas.

 

Seis perguntas sobre prematuridade 

A neonatologista da Maternidade Brasília Ana Amélia Meneses Fialho Moreira responde seis perguntas sobre prematuridade: 


Quais as principais causas de prematuridade?

Fatores maternos: hipertensão arterial, diabetes gestacional, incompetência istmo-cervical (quando o colo do útero dilata e dá início a trabalho de parto prematuro)

fatores fetais: malformações, restrição de crescimento por insuficiência de placenta.

 

Quais as chances de um bebê prematuro sobreviver?

Define-se por prematuro todo bebê que nasce com menos de 37 semanas. Atualmente, com os avanços na terapia intensiva neonatal, a sobrevida de bebês cada vez mais prematuros e com menor peso ao nascimento tem se tornado uma realidade frequente. Há um baixo índice de mortalidade de prematuros, embora aconteça.

 

O que a mãe deve fazer para evitar a prematuridade?

O bebê prematuro pode, em grande parte, ser prevenido com um pré-natal adequado e iniciado o mais cedo possível. A detecção de problemas maternos que podem desencadear o parto prematuro deve ser feita durante as consultas de pré-natal, incluindo avaliação de exames clínicos-laboratoriais disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde.

 

Com quanto tempo de vida um bebê prematuro pode ir para casa?

Muitas vezes os prematuros ficam internados por vários meses e passam por diversos problemas de saúde logo no início da vida, e finalmente, após lutar bravamente, o bebê prematuro, junto com a equipe multiprofissional e com o apoio da família, está em condições de alta. Durante a internação os prematuros recebem atendimento de fisioterapia respiratória, motora, atendimento fonoaudiólogo, terapia ocupacional, com atendimentos individualizados para cada etapa de desenvolvimento. Portanto, é muito relativo o tempo de cuidados exclusivos no hospital.

 

Esse bebê terá sequelas?

Depende das complicações apresentadas. Os bebês muito prematuros podem apresentar sequelas neurológicas, problemas auditivos, de visão, respiratórios, entre outros.

 

É seguro ter um bebê prematuro?

O mais importante é a assistência para o bebê prematuro. É importante que ele nasça numa instituição de saúde que tenha uma equipe multiprofissional especializada em bebês prematuros, com uma UTI neonatal equipada. Assim, com uma assistência integrada. Cada vez mais bebês muito prematuros têm sobrevivido com melhor qualidade de vida.

 


Maternidade Brasília


Câncer de pele: saiba como prevenir, diagnosticar e tratar

Doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no Brasil

 

Aexposição excessiva ao sol e sem o uso de filtro solar são fatores de risco para desenvolver câncer de pele. Em um país ensolarado como o Brasil é preciso ficar alertar para os sintomas doença e a importância do diagnóstico precoce. Por isso, estar informado sobre a doença é a melhor maneira de preveni-la, diagnosticá-la e trata-la. 

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo, e corresponde a 27% de todos os tumores malignos do país, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde. Além da exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência, outros fatores de risco são ter pele e olhos claros, ser albino e ter vitiligo. Também estão mais vulneráveis as pessoas com histórico da doença na família e quem faz tratamento com medicamentos imunossupressores. 

Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. “A infância é o período da vida mais suscetível aos efeitos danosos da radiação UV, que se manifestarão mais tardiamente na fase adulta sob a forma de câncer de pele. Portanto, se levarmos em conta que a radiação solar tem efeito cumulativo, a prevenção deve se iniciar com os bebês, evitando a exposição ao sol nos horários de risco e pelo uso de produtos específicos para a faixa etária”, explica Ana Cristina Pinho, diretora do INCA. 

O sinal de alerta deve acender quando surgem manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e também em caso de feridas que não cicatrizam em quatro semanas. Esses sintomas podem ser indicativos do câncer de pele não melanoma, que ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas. O tipo não melanoma ocorre com maior frequência, tem baixa mortalidade, mas pode causar deformações. Ele é responsável por 177 mil novos casos da doença por ano e apresenta alto percentual de cura se for detectado e tratado precocemente. 

O melanoma, forma mais grave do tumor, pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Essas lesões costumam ter formato assimétrico, bordas irregulares, mais de uma cor e mudar de tamanho de forma rápida. Apesar de mais raro, é um tipo de câncer bastante agressivo, podendo levar à morte. Anualmente, ele é responsável por 8,4 mil casos novos no Brasil. 


CASOS

No Brasil, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma esperados, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 83.770 em homens e de 93.170 em mulheres, correspondendo a um risco estimado de 80,12 casos novos a cada 100 mil homens e 86,66 casos novos a cada 100 mil mulheres. 

O câncer de pele não melanoma em homens é mais incidente nas Regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, com um risco estimado de 123,67/100 mil, 89,68/100 mil e 85,55/100 mil, respectivamente. Nas Regiões Nordeste e Norte, ocupa a segunda posição, com um risco estimado de 65,59/100 mil e 21,28/100 mil, respectivamente. No que diz respeito às mulheres, o câncer de pele não melanoma é mais incidente em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 125,13/100 mil (Centro-Oeste), 100,85/100 mil (Sudeste), 98,49/100 mil (Sul), 63,02/100 mil (Nordeste) e 39,29/100 mil (Norte). 


PREVENÇÃO

A boa notícia é que o câncer de pele é de fácil prevenção pelo controle dos fatores de risco. 

·       Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h.

·       Procurar lugares com sombra.

·       Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas.

·       Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 30, no mínimo. É necessário reaplicar o filtro solar a cada duas horas, durante a exposição ao sol, bem como após mergulho ou grande transpiração. Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados.

·       Usar filtro solar próprio para os lábios.

·       Em dias nublados, também é importante o uso de proteção.

·       As tatuagens podem esconder lesões, portanto, merecem atenção.

·       Nas atividades ocupacionais, pode ser necessário reformular as jornadas de trabalho ou a organização das tarefas desenvolvidas ao longo do dia.

 

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O paciente que encontrou um sinal suspeito de câncer de pele deve comparecer ao posto de saúde mais próxima de sua casa. Em caso de urgência, deve procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).  Após o atendimento e avaliação preliminar por um clínico geral o paciente será encaminhado a um Ambulatório de Especialidades. 

O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista ou cirurgião, por meio de exame clínico. Em algumas situações, é necessário o exame que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nu. Alguns casos exigem um exame invasivo, que é a biópsia. 

A cirurgia é o tratamento mais indicado para o câncer. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio da doença. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos), o melanoma é tratado com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso terapêutico. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter como objetivo postergar a evolução, oferecendo chance de sobrevida mais longa a pacientes que anteriormente tinham um prognóstico bastante reservado. 


REDE DE ASSISTÊNCIA

A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer determina o cuidado integral ao usuário de forma regionalizada e descentralizada e estabelece que o tratamento do câncer será feito em estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). Unacons e Cacons devem oferecer assistência especializada e integral ao paciente com câncer, atuando no diagnóstico, estadiamento e tratamento. Esses estabelecimentos devem garantir a qualidade dos serviços de assistência oncológica e a segurança do paciente. 

Existem, atualmente, 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer. Todos os estados brasileiros têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde o paciente de câncer encontrará desde um exame até cirurgias mais complexas. 

Cabe às secretarias estaduais e municipais de Saúde organizar o atendimento dos pacientes, definindo para que hospitais os pacientes, que precisam entrar no sistema público de saúde por meio da Rede de Atenção Básica, deverão ser encaminhados. 


CÂNCER DE PELE

Este tipo de câncer é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos que podem se manifestar de formas distintas, sendo os mais comuns denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular – chamados de câncer não melanoma. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o mais incidente, é potencialmente letal. Quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura. 

Carcinoma basocelular - É o câncer de pele mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Se manifestam por lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade. 

Carcinoma espinocelular – É o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Geralmente causam dor e possuem sangramentos. 

Câncer de pele melanoma – Apesar de corresponder apenas cerca de 10% dos casos, é o mais grave pois pode provocar metástase rapidamente – espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo humano – e levar à morte. É conhecido por apresentar pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de cor e formato rápido. As lesões também podem vir acompanhadas de sangramento.

 

 

Thaís Saraiva
Ministério da Saúde


Dezembro Laranja: cuidar de manchas e pintas é essencial para prevenir o câncer de pele

Saiba mais sobre fatores de risco, detecção e tratamento da doença, que deve contar com cerca de 185 mil casos registrados no Brasil em 2020

Dezembro Laranja marca o mês de conscientização sobre o Câncer de pele, o mais incidente entre a população brasileira. Os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, até o final de 2020, dos 625 mil novos casos de tumores malignos diagnosticados entre a população, mais de 185 mil serão de pele. O número diz respeito a dois tipos de câncer: o de pele não melanoma e o de pele melanoma, somados. O mais comum deles, o não melanoma, possui altos índices de cura quando é detectado e tratado precocemente e sua prevenção está diretamente ligada aos cuidados com a exposição excessiva aos raios solares sem a devida proteção.

Para Sheila Ferreira, oncologista do CPO Oncoclínicas, neste momento de pandemia, o alerta sobre a condição se torna ainda mais essencial. "A população não deve descuidar da atenção global à saúde. Por conta do novo coronavírus, muitas pessoas deixaram de usar rotineiramente o protetor solar, mas devemos lembrar que a luz provenientes de telas e lâmpadas em geral também é nociva à pele. Por isso, a recomendação vale para dentro e fora de casa. Além disso, é imprescindível que caso identificada qualquer alteração na pele, como feridas que não cicatrizam ou manchas suspeitas, a pessoa busque atendimento médico especializado", diz.

Segundo a especialista, independentemente da classificação do câncer de pele, os fatores que aumentam o risco são os mesmos: a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada. Ter a pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ser albino (ou possuir histórico familiar) também contribuem para o aumento de risco da doença. "A irradiação ultravioleta do sol - conhecida como raio UV - é a principal vilã no câncer de pele. Continuada, ou mesmo intermitente, como em períodos de férias, por exemplo, se feita de maneira não protegida, pode ser considerada um fator de risco preocupante", explica Dra. Sheila.

Ela ressalta ainda que, além das pessoas que possuem histórico familiar e exercem profissões que exigem exposição solar diária, os tabagistas também podem estar mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele. "Além disso, portadores de alguma imunossupressão também podem ter seu risco aumentado. Porém, tais grupos de risco não invalidam a necessidade de cuidado em todo o tipo de pele. Inclusive, a pele negra, quando há desenvolvimento de melanoma, têm geralmente pior prognóstico", completa.

Dra. Sheila ainda reforça que o protetor solar é um aliado importantíssimo para a prevenção do câncer. "Ele deve ser aplicado a cada duas horas e repassado, principalmente, após o contato da pele com a água. Proteger bebês e crianças é especialmente importante. Antes dos 6 meses de idade, eles devem ser mantidos fora do sol usando roupas, chapéus, cobertores e persianas. Após completar esses 6 meses, também devem se proteger com o protetor. Os raios de sol podem penetrar janelas, atravessar a cobertura de nuvens e ainda são refletidos pela água, areia e concreto. Ou seja: nem a sombra é completamente protetora", alerta. 



Como detectar e tratar o câncer de pele

Os principais sinais e sintomas de câncer não-melanoma são a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramento, coceira e algumas vezes dor e geralmente surgem em áreas muito expostas ao Sol como rosto, pescoço e braços.

É importante a avaliação frequente de um especialista para acompanhamento das lesões cutâneas. A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce, pois quando identificado em fase inicial, o câncer de pele tem excelentes respostas aos tratamentos. Além disso, o dermatologista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os possíveis riscos que os raios solares podem causar na pele.

"O câncer de pele não-melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, ocorre a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de difícil cicatrização", explica Dra. Sheila.

Os casos de câncer de pele do tipo melanoma são, por sua vez, geralmente os que se iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o "ABCDE"- Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro, Evolução. Através de uma avaliação prévia das pintas, a doença é diagnosticada facilmente.

Apesar de corresponder somente a 3% dos tumores malignos de pele registrados no país, o melanoma é considerado um dos tipos mais graves devido à alta possibilidade de provocar metástase. No Brasil, entre os 8.450 casos previstos para 2020, ocorrerão cerca de 1.791 mortes. "Esse tipo de tumor pode aparecer na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. É necessário ficar alerta quanto às possíveis mudanças nas pintas, como aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição ou irregularidades das bordas e sangramento. Ao primeiro sinal de mudança, é recomendável buscar o aconselhamento médico", frisa a oncologista clínica do CPO Oncoclínicas.

Quando diagnosticada a doença, é indicada a ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor do tumor. Posteriormente, dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento complementar. Quando diagnosticada precocemente, quimioterapia ou radioterapia são raramente necessárias e a cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos.

"Vale ressaltar que o tratamento para o câncer de pele pode ser feito apenas através de cirurgia quando é detectado no início. Já em casos mais avançados da doença pode ser preciso a realização de terapias complementares", completa a médica. 



Novas alternativas terapêuticas

A oncologista destaca ainda que diversos avanços têm melhorado a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes, com principal atenção às boas respostas às medicações imunoterápicas, que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater as células malignas.

"O que a gente observava antes é que os melanomas avançados não tinham uma resposta boa aos tratamentos mais tradicionais, infelizmente. A chegada da Imunoterapia não só no câncer de pele, mas também para o tratamento de outros tumores, vem com ótimos resultados nos casos de melanoma. Hoje em dia, mesmo em casos de melanoma metastático, as pessoas têm vivido anos. É uma revolução. Além de outros, como aqueles com droga alvo molecular, por exemplo", afirma.

No entanto, o melhor tratamento continua sendo a prevenção e o acompanhamento contínuo de possíveis alterações que possam indicar o surgimento da doença, promovendo assim o seu diagnóstico em fase inicial. Os cuidados devem ser intensificados no verão: não se expor ao sol das 10h às 16h, usar protetor solar, viseiras, chapéus e/ou bonés, bem como roupas e óculos de sol com proteção UV, mas que devem seguir o ano inteiro. E não deixar de se consultar com dermatologistas regularmente.


Sinais iniciais de Parkinson e Alzheimer podem ser confundidos com processo natural do envelhecimento

Diagnóstico prévio pode aumentar a qualidade de vida dos pacientes


Na terceira idade, homens e mulheres devem manter uma boa rotina de idas ao neurologista. Pois, a incidência de doenças degenerativas, como o Parkinson e o Alzheimer, tornam-se mais frequentes em idosos. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de conseguir controlar e retardar o avanço desses problemas e, consequentemente, a expectativa e qualidade de vida podem aumentar.

“Na doença de Parkinson há uma morte de neurônios da substância negra que produzem dopamina e desempenham papel importante na manutenção do movimento motor. Já as causas da doença de Alzheimer ainda são desconhecidas. Sabe-se, contudo, que estão relacionadas com a morte de células cerebrais, sendo comprovadas por investigações que mostram alguns tipos de lesões no cérebro dos pacientes”, explica o assessor médico do Grupo FQM e neurologista, Dr. Willians Lorenzatto.

As duas doenças, em seus sintomas iniciais, podem ser confundidas com o processo natural do envelhecimento, por isso, exames clínicos e a avaliação de um neurologista são muito importantes. O Parkinson acomete o sistema locomotor, causando lentidão e rigidez muscular. O sinal mais característico que, muitas vezes, pode chamar a atenção do paciente e familiares para a procura de um especialista são os tremores. Enquanto, no Alzheimer, a perda de memória e a falta de entusiasmo na realização das atividades do dia a dia são os principais sintomas. Em ambos os casos, o quadro é progressivo e, com o passar do tempo, causa uma extrema dependência de terceiros.

No Parkinson, homens são os maiores acometidos. Já no Alzheimer, além da idade, o fator genético é extremamente influente. Entretanto, a qualidade de vida do paciente, como a prática de exercícios físicos, boa alimentação e acompanhamento médico são necessários, tanto para prevenção, quanto para retardar a progressão do quadro. “Em todas as doenças degenerativas essas práticas são importantes”, afirma Dr. Lorenzatto.

 


FQM


Dezembro Laranja: consciência em cuidar da pele deve começar na infância

Médica do CEONC Hospital do Câncer dá orientações de prevenção ao câncer de pele, cujo número de casos no Brasil é alarmante


O mês de dezembro recebe a cor laranja para lembrar da importância dos cuidados com a pele, principalmente para prevenir o câncer. Neste período, inicia a estação mais quente, o que leva a maior exposição das pessoas aos fatores que podem provocar danos à pele. O objetivo é da campanha Dezembro Laranja é conscientizar e esta conscientização precisa começar ainda na infância.

Só para se ter uma ideia da importância do assunto, o Instituto Nacional do Câncer aponta que o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. O câncer de pele melanoma, por sua vez, representa 3%. Nos dois tipos de tumor, há altos percentuais de cura, se houver detecção e tratamento precoces.  

A médica do CEONC Hospital do Câncer de Cascavel e integrante do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), doutora Tariane Foiato, explica que é muito importante a consciência sobre os cuidados com a pele já na infância para que, cada vez mais, tenhamos uma mudança cultural efetiva.  

“O cuidado com os horários de exposição ao sol deve ser rigoroso. Dê preferência ao início da manhã e final da tarde para atividades ao ar livre. A passagem do protetor solar de alto fator de proteção deve ser aliado ao bloqueio físico, através de óculos escuros, chapéu e roupa com proteção UVA/UVB. Evitar as queimaduras solares, principalmente na infância é uma medida que evita o aparecimento de neoplasias da pele mais agressivas”, pontua a médica Tariane Foiato. 

Ainda segundo a oncologista, a exposição crônica que leva a pigmentação da pele/pele bronzeada é um fator de risco para os tumores mais comuns dessa região e tendem a surgir com o envelhecimento. “O conhecimento do corpo é também essencial para levar a uma consulta médica. O surgimento de qualquer alteração em manchas ou surgimento de uma nova lesão é fundamental”, alerta a médica do CEONC.

 

Alertas

A Mayo Clinic publicou, neste ano, alguns alertas super importantes à população quanto aos cuidados com sua pele e conhecimento do corpo:

1) Manchas escuras com mais de um tom de pigmento; 

2) Verrugas que crescem de forma rápida e que sangram;

3) Manchas irregulares com formatos estranhos;

4) Lesões de pele que expressam algum sintoma, como coceira ou ardor;

5) Locais como palma das mãos, sola dos pés e lábios devem também ser incluídos no autoexame! 

 

Perfis de risco

Os fototipos claros tipo 1 e 2, ou seja, pessoas com pele e olhos claros que ficam vermelhos ao se expor ao sol ou que possuem sardas e aquelas que podem até ganhar uma “cor”, são as pessoas com maior predisposição a ter câncer de pele.  

“Pessoas albinas que possuem um defeito genético na produção de melanina possuem 100% de chance de ter câncer de pele ao envelhecimento. Outras síndromes genéticas a saber são anemia de Fanconi e síndrome do nevo displásico. Também alguns imunossupressores usados em pacientes que foram submetidos a transplante de órgãos, favorecem o aparecimento de doenças da pele”, explica a médica do CEONC Hospital do Câncer, Tariane Foiato.

 

Tratamento

O tratamento para câncer de pele é basicamente cirúrgico, mas há casos em que podem ser utilizados tratamentos tópicos, crioterapia e radioterapia. Cada caso precisa ser avaliado por profissional, que indicará o melhor encaminhamento. 

“A cirurgia de Mohs é uma técnica muito indicada nos casos de lesões de pele em áreas ‘nobres’, onde as margens são obtidas de maneira muito segura, com estudo microscópio pelo patologista em sala de procedimento. Na face, por exemplo, onde queremos atingir a menor margem com máxima segurança e com melhor resultado estético é uma das principais aplicações da técninca”, explica a doutora Tariane Foiato.

 

Câncer melanoma e não melanoma

O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos. O melanoma pode aparecer em qualquer parte da superfície corporal, porém tem predileções de região corporal e difere um pouco no homem e mulher! Mas um fato interessante é que ele também acontece nas mucosas, incluindo a região anorretal, nas unhas, nos olhos e região acral! Sua apresentação mais comum ocorre na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. 

Já o câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular (o mais comum e também o menos agressivo) e o carcinoma epidermoide. Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas.


No dia da pessoa com deficiência visual, entenda o que são as Distrofias Hereditárias da Retina


Além de combate ao preconceito e discriminação, data é relevante para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce para o tratamento correto das doenças oculares


A data de 13 de dezembro é lembrada pelo Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual e foi criada com o intuito de consolidar os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que visa a igualdade e solidariedade para todos os cidadãos. Entretanto, outro alerta se faz importante: o diagnóstico precoce das doenças de retina para possibilitar tratamento adequado, aumentando as chances de preservar a visão das pessoas acometidas por enfermidades oculares. As Doenças Hereditárias da Retina (DHRs), por exemplo, provocam a degeneração das células da retina, causando a perda visual progressiva. No Brasil, as DHRs são a segunda causa de baixa visão em crianças até 15 anos de idade[1].

A perda de visão decorrente da mutação em ambas as cópias do gene RPE65 é uma doença genética hereditária que afeta a retina causando cegueira noturna e perda de sensibilidade à várias situações de luminosidade[2]. Pessoas nascidas com essa condição podem se deparar com o problema desde muito cedo, com a maioria dos pacientes evoluindo com perda visual e cegueira legal aos 18 anos de idade, progredindo para a cegueira total[2].

Entre alguns sinais das Distrofias Hereditárias da Retina estão cegueira noturna, perda de sensibilidade à luz, à perda do campo de visão periférico e à clareza visual, movimentos descontrolados dos olhos, entre outros. Para detectar essas doenças, os exames oculares são essenciais, como o Teste do Olhinho - realizado para identificar eventuais alterações que causem obstrução no eixo visual, e o Teste Genético - único capaz de confirmar o diagnóstico preciso das DHRs.

"Para mudar o percurso destas enfermidades, o diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que as células retinianas perdidas não podem ser recuperadas. A única chance dos pacientes é serem detectados enquanto ainda têm um número suficiente de células a serem preservadas por meio do tratamento com terapia gênica", esclarece o médico geneticista Roberto Giugliani, professor Titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Genética Médica.

Estar atento aos sinais iniciais de problemas na visão é o primeiro passo para um diagnóstico e tratamento adequados, e para que a população possa se beneficiar de todo esse avanço da ciência.

 

 

Novartis

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Referências

• Haddad MA, J Pediatr Ophthalmol Strabismus. 2007;44:232-40.

• Chung DC, et al. Am J Ophthalmol. 2019 Mar;199:58-70.


Hospital São Camilo ilumina suas fachadas em apoio ao Dezembro Laranja

Ação faz parte da campanha de conscientização sobre a prevenção ao câncer de pele


Ampliar a discussão e conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao câncer de pele é de extrema relevância e, em apoio a tradicional campanha Dezembro Laranja, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo ilumina suas fachadas durante todo o mês e reforça sua comunicação interna e externa para alertar a todos sobre os devidos cuidados.

Correspondendo a 30% de todos os tumores malignos entre pessoas de pele clara e com mais de 40 anos, o câncer de pele não melanoma é o tumor com maior incidência no Brasil. A doença é responsável por mais de 180 mil novos diagnósticos por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os casos se apresentam de três formas distintas, sendo os mais comuns os cânceres não-melanoma – carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular – que apresentam altos percentuais de cura quando diagnosticados e tratados precocemente.

A campanha é uma forma de trazer informação à população sobre prevenção e promover a adoção de hábitos saudáveis desde a infância. “Quanto mais cedo começamos a tratar de nossa pele, as chances de desenvolvimento da doença são menores. A campanha tem como objetivo mostrar que câncer de pele é uma coisa séria”, explica a Dra. Silvana Coghi, dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com centros de diagnósticos em suas três Unidades (Santana, Pompeia e Ipiranga), permitindo que o paciente realize as consultas médicas e os exames necessários em um único local.

Durante a campanha, a Instituição fará divulgações voltadas para seus colaboradores, através dos seus canais internos. Já o público geral poderá conferir informações sobre prevenção, diagnóstico e formas de tratamento nas redes sociais do Hospital.

 

Sinais do câncer de pele

De acordo com a especialista, é essencial prestar atenção em modificações na pele, como o aparecimento de manchas, sinais e pintas. Outro alerta é para feridas que não cicatrizam.

“Qualquer um está sujeito a ter a doença e, normalmente, os sinais passam despercebidos, mas se o paciente realizar um autoexame podem ser notados”, afirma a dermatologista.

Para ajudar na prevenção da doença é necessário cuidar da pele e criar hábitos de foto proteção, como evitar exposição solar entre 10h e 16h, utilizar filtro solar com FPS igual ou superior a 30 e utilizar roupas como proteção solar.


Brasil registra redução de 19,1% nos casos de malária

Toda a região das Américas também apresentou redução da doença entre janeiro e junho de 2020, comparado ao mesmo período do ano passado

 

O Brasil registrou, no ano passado, 19,1% menos casos de malária em relação ao ano anterior. Foram 157.454 notificações da doença no período, contra 194.572 em 2018. Os dados constam no Boletim Epidemiológico da Malária 2020, divulgado na última quinta-feira (3) pelo Ministério da Saúde.

Em relação aos casos autóctones, ou seja, de pessoas que contraíram a infecção no Brasil, os dados apontam uma queda de 15,1% na comparação do primeiro semestre dos anos de 2019 e 2020, de acordo com dados preliminares. Em 2019, quando comparado a 2018, houve uma redução de 18,4%, passando de 187.757 para 153.296 casos autóctones da doença.

De janeiro a junho de 2020, as regiões Amazônica e extra-Amazônica tiveram redução no número total de casos autóctones, de 15,1% e 71% respectivamente. Apenas os estados de Mato Grosso (64,5%), Rondônia (27,7%) e Roraima (18,8%) registraram aumento no número de casos de infecções no Brasil. Os estados do Goiás e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, não apresentaram casos no período de janeiro a junho de 2019, porém no mesmo período do ano de 2020, cada um registrou um caso autóctone. Na região extra-Amazônica, o estado de São Paulo registrou o maior número de casos, com quatro casos autóctones. O estado também demonstrou uma redução de 60% no primeiro semestre de 2020, em relação ao ano anterior.

Na região Amazônica, onde ocorrem 99,9% dos casos de malária, cerca de 80% da doença se concentrou em 41 municípios em 2019, sendo 16 no Amazonas (39%), oito no Pará (19,5%), sete em Roraima (17,1%), quatro no Amapá (9,8%), três no Acre (7,3%), dois em Rondônia (4,9%) e um no Mato Grosso (2,4%).

No Brasil, o principal vetor da malária é o mosquito Anopheles darlingi infectado por Plasmodium, um tipo de protozoário. Os mosquitos desta espécie são geralmente encontrados durante o período noturno, porém, ao amanhecer e ao entardecer aumentam o risco de transmissão da doença. Apenas as fêmeas infectadas do mosquito transmitem a malária por meio de picadas.


CASOS IMPORTADOS

Em relação aos casos importados, o Brasil registrou 4.117 infecções, em 2019, o que equivale a 2,6% dos casos notificados no Brasil. Os casos foram provenientes da Venezuela com 2.658 casos (64,6%), Guiana Inglesa com 655 casos (15,9%), Guiana Francesa com 236 (5,7%), Bolívia com 230 casos (5,6%) e Peru com 172 casos (4,2%). No Brasil, os estados com maior número de casos importados notificados foram Roraima, Amazonas, Maranhão, Acre e Rondônia, que ao todo registraram 3.783 casos, representando 94,3% do total de casos importados, sendo que apenas Roraima notificou 2.745 (66,7%) dos casos importados. A maior ocorrência de Plasmodium vivax (79,3%).

Em 2020, de janeiro a junho, foram registrados 1.049 casos importados de outros países no Brasil – o equivalente a 1,5% do total de casos notificados -, com maior ocorrência nos estados de Roraima e Amazonas com 60,7% e 14,3%, respectivamente. Dentre os estados da região extra-Amazônica, foram notificados 43 casos importados com maior ocorrência nos estados de São Paulo (12), Santa Catarina (7) e Rio de Janeiro (6).  O ano de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, de janeiro a junho, apresentou redução de 50,9% nos casos importados da região Amazônica e de 44,1% para os casos da região extra-Amazônica. 


SITUAÇÃO NAS AMÉRICAS

Dados do novo Boletim Epidemiológico mostram que, entre janeiro e junho de 2020, a situação da malária nas Américas foi caracterizada por uma redução do número de casos confirmados em relação ao mesmo período do ano anterior, determinado principalmente pela diminuição dos casos notificados na Venezuela.

Outros países que registraram redução no total de casos durante este período foram Brasil, Colômbia, Guiana, Peru, Equador, Guatemala e México. Apesar da redução, oito países relataram um aumento total de casos: Haiti, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Honduras, Costa Rica e Suriname. Outros países, como Paraguai e Argentina, foram certificados pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) como países livres da malária em julho de 2018 e maio de 2019, respectivamente. El Salvador e Belize mantiveram zero casos autóctones desde 2017 e 2019, respectivamente.

O Relatório Mundial da Malária de 2019 também registrou 228 milhões de casos de malária no mundo em 2018, sendo 213 milhões (93%) na África. Dos 405 mil óbitos ocorridos no mesmo período, a maioria aconteceu no continente africano, em crianças menores de 5 anos. Na região das Américas foram registrados 753,7 mil casos e 338 óbitos. Cerca de 138 milhões de pessoas em 19 países estão em risco para malária, das quais cerca de 80% causada pelo parasita Plasmodium vivax.  Três países - Brasil, Colômbia e Venezuela - respondem por 80% de todos os casos estimados.  

Apesar dos progressos obtidos no combate à malária, ela ainda é considerada um dos mais sérios problemas mundiais de saúde pública, sendo uma das doenças de maior impacto na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. 


COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

A promoção internacional no campo da saúde, bem como o compartilhamento das experiências no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) com outros países, em conformidade com a política externa brasileira, é uma das diretrizes do Plano Nacional de Saúde (PNS). A implementação dessa diretriz busca fortalecer a atuação em âmbito internacional do Ministério da Saúde e da cooperação brasileira. 

O Brasil sempre estabeleceu acordos de cooperação técnica relacionados à malária com países, tanto da América do Sul quanto da África, como ferramenta de desenvolvimento para auxiliar o fortalecimento institucional. Os acordos permitem transferir ou compartilhar conhecimentos e experiências por meio de capacitação humana e institucional, com intuito de alavancar o desenvolvimento social dos países beneficiados.

Atualmente, o Brasil, em conjunto com Suriname e Guiana Francesa desenvolve um projeto denominado Malakit, com o objetivo de promover uma estratégia de controle da malária entre os garimpeiros. Além dos acordos, o Brasil também doa medicamentos e insumos quando necessário. Em outubro de 2018, o Ministério da Saúde doou para a República do Suriname 84.240 comprimidos do antimalárico Artemeter 20mg + Lumefantrina 120mg para fortalecer a estratégia de controle da malária na população garimpeira que transita entre os dois países no planalto da Guiana. 

 


Nicole Beraldo
Ministério da Saúde

 

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