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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Experiência de consumo em supermercados: canais digitais e delivery são os serviços de maior reprovação, diz pesquisa

Levantamento realizado pela SoluCX avaliou 39 estabelecimentos na cidade de São Paulo nas categorias de pesquisa de percepção de marca, satisfação e popularidade

 

Comprar mantimentos por aplicativos e sites se tornou ainda mais comum com o isolamento social e, com essa tendência, veio também a necessidade de mais investimentos na experiência de compra nas plataformas. Um levantamento realizado pela SoluCX, empresa especializada em pesquisa de satisfação e NPS, mostrou que o índice de maior rejeição pelo público é, justamente, a jornada em canais digitais, com 27,5% de desaprovação.

Além dessa característica, o público também avaliou com likes e dislikes, método utilizado para mapear o índice de aprovação dos serviços,  o sistema de entrega, que quase empatou com a jornada digital em índice de rejeição (27,4%), promoções e programas de fidelidade (25,3%), custo benefício (22,8%), atendimento e agilidade (14,5%), variedade e disponibilidade de produtos (12,5%) e instalações da loja (11,7%). 

Segundo Tiago Serrano, CEO e cofundador da SoluCX, muitos supermercadistas não estavam preparados para essa realidade e isso faz com que a percepção do público seja negativa. “Em março, quando grande parte da população começou a migrar suas rotinas para dentro de casa, a demanda de compras digitais explodiu antes que alguns segmentos conseguissem se adaptar e oferecer uma logística mais otimizada e isso está diretamente ligado aos resultados do levantamento”, comenta Serrano.

Outro destaque da pesquisa foi o ranking de Net Promoter Score (NPS), que avalia o índice de lealdade de um cliente. A ideia central é instigar o respondente com a pergunta “em uma escala de 0 a 10, quanto você indicaria esse estabelecimento para outras pessoas?” e os melhores avaliados foram o Sítio Verde Hortifruti, com nota 61,1, Petit Mambo (59,0) e o Master Supermercados (58,5).  

Entre os dez melhores avaliados, também estão o Atacadão (58,5), Carrefour (57,5), Assaí Atacadista (55,8), Natural da Terra (55,4), Hirota Food Express (55,1), Giga atacado (52,9) e Oba Hortifruti (52,5). Ainda que esses sejam os melhores avaliados, a nota média do NPS do segmento é apenas 46,6, em uma escala de avaliação que considera 100 um serviço em excelentes qualidades. 

Para entender a popularidade entre os avaliados, os respondentes foram questionados sobre os supermercados que já tiveram alguma experiência. Neste ranking, o Extra, Carrefour e o Dia são os grandes destaques, com experiência comprovada por 94,1%, 93,5% e 87,6%, respectivamente, foram os mais citados pelos consumidores. Seguidos do Assaí Atacadista (85,8%), Pão de Açúcar (84,9%), Atacadão (77,2%), Sonda Supermercados (75,7%), Carrefour Express (64,8%), Makro (64,3%) e Mini Extra (64,2%). 

A empresa ouviu, entre abril e agosto deste ano, a opinião de 3.423 pessoas sobre os serviços prestados por 39 supermercados da cidade de São Paulo. Para baixar o relatório completo, acesse o link: https://bit.ly/3kFifJ6

 

7 orientações para delegar de forma correta no momento de crise

Nunca foi tão difícil ser um líder um em empresa como neste período de coronavírus. O cenário e de incertezas, medo e ao mesmo tempo é necessário adequar o mundo do trabalho e a comunicação a realidades como o home office ou grupos que estão virando dias trabalhando.

A posição de gestor em uma empresa é algo extremamente complexo, ainda mais neste momento. Infelizmente ainda se tem muita confusão entre qualidade técnica com capacidade de liderança e aí nasce um grande problema, principalmente em momentos como o que atravessamos, sendo que constantemente se observa gestores que acumular obrigações em função da dificuldade de delegar.

"Delegar as atividades em uma empresa é uma tarefa que requer muita dedicação do profissional, independentemente do tamanho do negócio, por isso que são constantes treinamentos e capacitações com pontos comportamentais. Essa dificuldade se reforça em relação às empresas pequenas, nas quais os quem tem a liderança ainda é muito próximo das atividades no dia a dia e principalmente no trabalho remoto onde muitas vezes não se tem ferramentas nem métricas", avalia o diretor financeiro e de RH da Farmarcas e Febrafar, André Costa .

Normalmente, nas empresas de pequeno porte, o proprietário ou gestor é responsável pelos atendimentos, administração, negocia, recebe os pedidos, faz o planejamento de precificação dos produtos, executa o financeiro da empresa e participa do balanço e checagem do estoque.

E na hora que a empresa enfrenta dificuldades ele que manter essas funções, mas isso pode se tornar impossível, gerando um grande desgaste para o profissional e até equipe. Mas como delegar a gestão para alguém de confiança? Veja pontos que o diretor da Febrafar e da Farmarcas detalhou, que podem auxiliar nesse processo de demandar:

• Tenha consciência da necessidade - Primeiro ponto é ter a certeza de que é preciso delegar as atividades para conseguir administrar o negócio com eficiência. Planejar as ações e colocar um responsável por projeto e/ou atividade é essencial para o sucesso do negócio. É preciso que o empresário ou gestor desenvolva o espírito empreendedor e incentive isso nos colaboradores para qualificar a maneira como que administra a empresa .

• Equipe correta - Não existe grande líder sem grandes profissionais, assim, um dos aspectos fundamentais para o sucesso de uma empresa é a capacidade de montar uma equipe eficiente. Para evitar a sobrecarga de trabalho, é preciso que o líder entenda a importância de delegar tarefas e de organizá-las de acordo com as qualificações de cada um. Assumir muitas responsabilidades é prejudicial para o direcionamento do negócio.

• Entenda como se tornar um gestor eficiente - O líder deve conhecer a si mesmo e a seus colaboradores, para que identifique o que deve ser feito por ele ou transferido para outras pessoas. Essa capacidade de entender as habilidades contribui não apenas para aliviar o trabalho, mas, principalmente, para garantir melhores resultados.

• Confie nas pessoas - A confiança na equipe é primordial para que esse processo funcione, já que o líder não pode dar conta de tudo sozinho. Tarefas simples devem ser facilmente desempenhadas por outras pessoas. É preciso ter em mente que o operacional deve ser delegado a outros colaboradores. O gestor deve ter o foco no planejamento de outros projetos estratégicos e focar no desempenho dos resultados. No caso de atividades muito demoradas, uma boa ideia é transferir a parte mais mecânica, de modo que o gestor realize apenas a aprovação. Assim é possível dar a atenção necessária às tarefas mais decisivas para a empresa.

• Capacite seus funcionários - Outro tipo de atitude que contribui para delegar as atividades é dividir a carga de trabalho. Com isso o gestor consegue dedicar parte do seu tempo para ensinar os colaboradores a realizar algumas tarefas. Isso demonstra que o gestor tem interesse genuíno pelo desenvolvimento da equipe e pode ajudar na identificação das pessoas com postura pró ativa e mais comprometidas.

• Acompanhe as atividades - Delegar as atividades não significa abandonar as entregas. Para garantir a qualidade do serviço desempenhado, o líder precisa estar atento ao que os funcionários estão fazendo e acompanhar frequentemente as atividades. Muitas vezes o gestor comete o erro de delegar as tarefas e se esquece de auxiliar a equipe para fazer os ajustes necessários.

• Melhore a sua comunicação - Para delegar atribuições e atividades é verificar se a pessoa que recebeu a ordem a entendeu corretamente. Principalmente quando o assunto inclui a entrega de trabalhos dentro de prazos determinados. Muitas vezes a mensagem emitida pelo líder não ficou totalmente clara. Então fica mais difícil cobrar uma entrega se se não tem ideia do que o colaborador realmente compreendeu.

"Enfim, como pode ser visto, evitar a centralização das atividades é essencial para o desenvolvimento da qualquer organização. Quando o gestor trabalha verdadeiramente lado a lado com seus subordinados, consegue melhorar a qualidade dos resultados da empresa, facilitando no combate de crises", finaliza André Costa, que complementa que é importante que essa crise vai passar e teremos que utilizar o que aprendemos com ela.


7 orientações para delegar de forma correta no momento de crise

Nunca foi tão difícil ser um líder um em empresa como neste período de coronavírus. O cenário e de incertezas, medo e ao mesmo tempo é necessário adequar o mundo do trabalho e a comunicação a realidades como o home office ou grupos que estão virando dias trabalhando.

A posição de gestor em uma empresa é algo extremamente complexo, ainda mais neste momento. Infelizmente ainda se tem muita confusão entre qualidade técnica com capacidade de liderança e aí nasce um grande problema, principalmente em momentos como o que atravessamos, sendo que constantemente se observa gestores que acumular obrigações em função da dificuldade de delegar.

"Delegar as atividades em uma empresa é uma tarefa que requer muita dedicação do profissional, independentemente do tamanho do negócio, por isso que são constantes treinamentos e capacitações com pontos comportamentais. Essa dificuldade se reforça em relação às empresas pequenas, nas quais os quem tem a liderança ainda é muito próximo das atividades no dia a dia e principalmente no trabalho remoto onde muitas vezes não se tem ferramentas nem métricas", avalia o diretor financeiro e de RH da Farmarcas e Febrafar, André Costa .

Normalmente, nas empresas de pequeno porte, o proprietário ou gestor é responsável pelos atendimentos, administração, negocia, recebe os pedidos, faz o planejamento de precificação dos produtos, executa o financeiro da empresa e participa do balanço e checagem do estoque.

E na hora que a empresa enfrenta dificuldades ele que manter essas funções, mas isso pode se tornar impossível, gerando um grande desgaste para o profissional e até equipe. Mas como delegar a gestão para alguém de confiança? Veja pontos que o diretor da Febrafar e da Farmarcas detalhou, que podem auxiliar nesse processo de demandar:


• Tenha consciência da necessidade - Primeiro ponto é ter a certeza de que é preciso delegar as atividades para conseguir administrar o negócio com eficiência. Planejar as ações e colocar um responsável por projeto e/ou atividade é essencial para o sucesso do negócio. É preciso que o empresário ou gestor desenvolva o espírito empreendedor e incentive isso nos colaboradores para qualificar a maneira como que administra a empresa .


• Equipe correta - Não existe grande líder sem grandes profissionais, assim, um dos aspectos fundamentais para o sucesso de uma empresa é a capacidade de montar uma equipe eficiente. Para evitar a sobrecarga de trabalho, é preciso que o líder entenda a importância de delegar tarefas e de organizá-las de acordo com as qualificações de cada um. Assumir muitas responsabilidades é prejudicial para o direcionamento do negócio.


• Entenda como se tornar um gestor eficiente - O líder deve conhecer a si mesmo e a seus colaboradores, para que identifique o que deve ser feito por ele ou transferido para outras pessoas. Essa capacidade de entender as habilidades contribui não apenas para aliviar o trabalho, mas, principalmente, para garantir melhores resultados.


• Confie nas pessoas - A confiança na equipe é primordial para que esse processo funcione, já que o líder não pode dar conta de tudo sozinho. Tarefas simples devem ser facilmente desempenhadas por outras pessoas. É preciso ter em mente que o operacional deve ser delegado a outros colaboradores. O gestor deve ter o foco no planejamento de outros projetos estratégicos e focar no desempenho dos resultados. No caso de atividades muito demoradas, uma boa ideia é transferir a parte mais mecânica, de modo que o gestor realize apenas a aprovação. Assim é possível dar a atenção necessária às tarefas mais decisivas para a empresa.


• Capacite seus funcionários - Outro tipo de atitude que contribui para delegar as atividades é dividir a carga de trabalho. Com isso o gestor consegue dedicar parte do seu tempo para ensinar os colaboradores a realizar algumas tarefas. Isso demonstra que o gestor tem interesse genuíno pelo desenvolvimento da equipe e pode ajudar na identificação das pessoas com postura pró ativa e mais comprometidas.


• Acompanhe as atividades - Delegar as atividades não significa abandonar as entregas. Para garantir a qualidade do serviço desempenhado, o líder precisa estar atento ao que os funcionários estão fazendo e acompanhar frequentemente as atividades. Muitas vezes o gestor comete o erro de delegar as tarefas e se esquece de auxiliar a equipe para fazer os ajustes necessários.


• Melhore a sua comunicação - Para delegar atribuições e atividades é verificar se a pessoa que recebeu a ordem a entendeu corretamente. Principalmente quando o assunto inclui a entrega de trabalhos dentro de prazos determinados. Muitas vezes a mensagem emitida pelo líder não ficou totalmente clara. Então fica mais difícil cobrar uma entrega se se não tem ideia do que o colaborador realmente compreendeu.

"Enfim, como pode ser visto, evitar a centralização das atividades é essencial para o desenvolvimento da qualquer organização. Quando o gestor trabalha verdadeiramente lado a lado com seus subordinados, consegue melhorar a qualidade dos resultados da empresa, facilitando no combate de crises", finaliza André Costa, que complementa que é importante que essa crise vai passar e teremos que utilizar o que aprendemos com ela.

 

Phubbing: mais do que falta de educação

Chamamos phubbing à situação em que uma pessoa presta mais atenção ao seu telefone celular do que a alguém com quem está interagindo.

A palavra deriva das expressões inglesas phone e snubbing, do verbo to snub, que pode ser traduzido neste contexto como ignorar ou esnobar.

Os pesquisadores italianos Luca Pancani, Paolo Riva, Tiziano Gerosa e Marco Gui, da Universidade de Milão, estudaram o assunto e publicaram no Journal of Social and Personal Relationships um artigo intitulado Mom, dad, look at me: The development of the Parental Phubbing Scale.

Os pesquisadores ouviram cerca de 3 mil adolescentes de 15 e 16 anos, procurando descobrir se e como eles são impactados por phubbing praticado por seus pais.

Os resultados não foram bons: o phubbing afeta negativamente o bem estar psicológico dos jovens e a forma com que se relacionam com outras pessoas, podendo mesmo levar ao desenvolvimento de sintomas de depressão.

Os pesquisadores lembram que o uso cada vez mais intenso dos smartphones tende a tornar o fenômeno ainda mais grave e que não apenas adolescentes podem ser afetados.

Podemos classificar o phubbing como pura e simples falta de educação, que gera desconforto, mas devemos nos conscientizar que os males que causam podem ser ainda maiores.

É sempre oportuno falarmos sobre o assunto, na esperança que a evolução das normas de comportamento limite sua prática.



Vivaldo José Breternitz - Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

O impacto da IFRS17 no mercado de seguros

A partir de 2023, os contratos de seguro deverão obedecer a uma nova regra padrão, que leva o nome de IFRS17 (International Financial Reporting Standards). A norma é válida para as operações internacionais e busca padronizar a contabilidade das seguradoras em todo o mundo, com exceção dos Estados Unidos, que por costume não segue alguns padrões internacionais. 

A IFRS é elaborada pela International Accounting Standards Board (IASB), organização responsável por estabelecer normas contábeis a nível global em várias indústrias (o número 17 faz referência direta aos contratos de seguros). 

Como no passado cada país tinha sua própria norma, o IASB tem buscado padronizar os diversos processos contábeis. E como o Brasil é um dos signatários, automaticamente nós passamos a adotar as mudanças propostas pela instituição. 

Atualmente, a norma atual de contratos de seguro é a IFRS4, que permite que cada país siga sua norma local. No entanto, o IASB tem buscado padronizar os diversos processos contábeis. E como o Brasil é um dos signatários, automaticamente nós passamos a adotar as mudanças propostas pela instituição. 

Essa será a quarta vez que as regras contábeis em seguros serão alteradas. Em todas as padronizações anteriores, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) aguardou alguns anos para implantá-las por aqui, analisando os impactos nos países europeus. 

Analisando especificamente a IFRS17, a norma se baseia em um modelo de Fluxo de Caixa Descontado, com ajuste referente a riscos e diferimento de Lucros Antecipados, denominada pela norma como Margem de Serviço Contratual, que não pode ser negativa. 

Basicamente, o que a norma diz é que os contratos de seguros precisarão ser contabilizados por um fluxo de caixa descontado. Isso significa que você faz um fluxo de caixa, desconta o valor presente e aí entram regras para quais taxas que serão utilizadas, entre outras coisas mais. 

A nova norma exige que um agrupamento de portfólios com base na lucratividade, isso significa que se a seguradora tiver um produto deficitário – o que pode ser uma estratégia para ganhar market share – isso ficará mais claro quando ela fizer a sua demonstração financeira. 

Como o modelo adotado atualmente pelo mercado ‘permite esconder’ essa estratégia, adicionando produtos diferentes em um mesmo grupo para que o resultado final possa ser positivo, certamente a mudança trará mais transparência para o setor. Ele traz também a possibilidade de juntar as linhas de negócios que são similares, sendo possível, por exemplo, juntar seguro Automóvel com Residencial num único grupo e fazer essa análise de fluxo de caixa a partir de riscos ou prazos similares. 

Acredito que esse novo padrão vai mudar bastante as regras contábeis atuais, trazendo um grau estatístico muito maior e fazendo com que os atuários tenham mais participação nas demonstrações financeiras. Originalmente, essa norma era para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2021, e agora foi postergada para 1º de janeiro de 2023. 

Apesar de parecer que temos muito tempo, vale lembrar que, para fazer as demonstrações financeiras, é preciso comparar com o ano anterior. Desse modo, para ter tudo certo em 2023, as empresas terão que fazer também o ano de 2022 no mesmo padrão e apresentar aos órgãos responsáveis, seja Susep ou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por exemplo. 

O fato é que a adoção da IFRS17 certamente vai trazer muitas mudanças. As seguradoras e resseguradoras precisam estar preparadas, não apenas a área financeira, mas também a atuarial e a de TI, porque o fluxo da informação vai ser afetado também. As empresas precisam investir em treinamento para seus funcionários e equipes, de forma que eles possam ter pelo menos um conhecimento teórico e saber aquilo que vai mudar, para ser mais fácil na hora que tudo começar. 

Dessa forma, avalio que 2021 é um ano crucial para que tudo esteja pronto para começarmos 2022 dentro desse novo padrão. Algumas seguradoras e resseguradoras estão adiantadas nesse processo, mesmo sem ter certeza de quando exatamente a Susep vai aderir a esse novo padrão e se as regras serão exatamente as mesmas. Isso acontece, porque as multinacionais precisam passar as informações para as suas matrizes e estas, na hora de consolidar o desempenho de todo o grupo, precisam fazer já no novo padrão. 

Antes de encerrar, é importante destacar que, por ser o órgão regulador do setor, a Susep pode aceitar determinadas regras ou não. Se ela entender que alguma coisa não se encaixa direito dentro das características do nosso mercado, ela pode flexibilizar ou simplesmente não implantar. O problema está justamente nesse ponto. Se a autarquia decidir seguir em frente de uma hora para outra, quem não estiver preparado certamente vai sofrer mais!




 
Bruno Pereira - Chief Financial Officer (CFO) da Argo Seguros


13º salário é alvo de dúvidas dos brasileiros

Ano conturbado com suspensões e reduções de contrato de trabalho deixam trabalhadores preocupados pela falta de definição sobre os pagamentos do salário adicional


Com a confirmação da possibilidade de prorrogação dos acordos de redução salarial e possibilidade de suspensão do contrato de trabalho até dezembro, a questão do 13º salário passou a ser a dúvida de milhões de pessoas. Tudo isso por ainda por saberem se terão os trabalhos suspensos e até quando, impossibilitando assim prever o 13º, que é calculado sobre os meses trabalhados ao longo do ano. São 9,7 milhões de pessoas que foram afetadas pelos acordos do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda durante a pandemia.

Para o conselheiro João Altair Caetano dos Santos, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), além de toda a indefinição que ainda temos por parte de decisões do governo, os empregados de empresas privadas podem receber pela ocasião do seu aniversário, 50% da parcela do 13º salário que é até dia 30 de novembro. “Porém o empregado precisa requerer isso no mês de janeiro, até o final de fevereiro e vale para o ano todo. O impacto é ele poder usar o dinheiro com antecedência. Já o impacto para as empresas será no fluxo de caixa, porque terá que antecipar isso para os seus empregados”, explica.  

O conselheiro ressalta que com a antecipação do 13º salário, a economia do País será beneficiada pois haverá mais dinheiro circulando. Por outro lado, aquelas empresas que tinham programado recursos para investimentos em infraestrutura ou pessoal, terão que ajustar suas verbas pois os gatos com a folha do 13º irá impactar esses investimentos. Mas no geral, para a economia será positivo.

“O Governo Federal adotou algumas medidas que favoreceram muito as empresas, como a suspensão e redução dos salários, redução parcial, tendo assim preservados muitos empregos. Obviamente muitas empresas ficaram descapitalizadas em função dessa paralisação total das atividades, que reflete no fluxo de caixa. E quando ela antecipa um valor para pagar o 13º, ela tem perda”, avalia.

Ainda de acordo com Santos, para as empresas de contabilidade, não haverá muitas mudanças, já que será somente um evento que será criado dentro da folha de pagamento e não trará grandes consequência para a demanda. “O que precisa ser ressaltado é que os empregados que tiveram a suspensão dos contratos de trabalho, terão consequências no cálculo do salário adicional. O contrato suspenso não fará jus ao 13º”, pondera.

“As medidas do governo para ajudar as empresas feitas no início e ao longo da pandemia afetarão o valor final.  Como houve uma suspensão do contrato de trabalho, e o 13º é 1/12 (um doze avos por mês trabalhado) se o empregado não trabalhou três meses, seriam descontados proporcionalmente no 13º. Em um primeiro momento, os empregados terão uma perda no 13º”, finaliza o conselheiro.

 


Conselho Federal de Contabilidade 

 

Apenas dois em cada 10 cidadãos no mundo têm senso de coesão social sólido, mostra índice da Ipsos

No Brasil, percentual é ainda menor: apenas 13% das pessoas possuem senso de coesão social sólido


A coesão social está sob ataque global. É o que sugere o Índice de Coesão Social da Ipsos, cujo resultado pós-pandemia aponta que, globalmente, 41% das pessoas possuem um senso de coesão social fraco, 38% possuem coesão social moderada e apenas 21%, ou seja, dois em cada 10, possuem um senso de coesão social sólido. Foram analisados 20 mil entrevistados de 27 países, sendo mil brasileiros.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico caracteriza uma sociedade coesa aquela que "trabalha para o bem-estar de todos os seus membros, combate a exclusão e a marginalização, cria um sentimento de pertencimento, promove a confiança e oferece aos seus membros a oportunidade de uma mobilidade social ascendente".

A metodologia para descobrir o Índice de Coesão Social de cada país combina métricas geradas a partir de questionamentos feitos aos respondentes em três áreas: Relações Sociais (confiança das pessoas, prioridades compartilhadas, diversidade), Conexão (identidade, confiança no sistema, justiça) e Focos do Bem Comum (ajuda aos outros, respeito às leis, corrupção).

Apenas seis dos 27 países alcançaram uma média de coesão social positiva, contabilizada pela diferença do percentual de “sólida” e “fraca”. Foram eles China (63%), Arábia Saudita (37%), Austrália (12%), Índia (11%), Malásia (4%) e Suécia (3%). Todas as demais nações tiveram resultados negativos, com as piores médias no Japão (-52%), Coreia do Sul (-52%), Polônia (-51%), França (-49%) e Bélgica (-46%).


Coesão Social no Brasil

Entre os entrevistados brasileiros, somente 13% possuem senso de coesão social sólido, 32% têm coesão social moderada e 55% - mais da metade – possuem um senso de coesão social fraco. Considerando a média do país (calculada pela diferença entre “sólida” e “fraca”), o resultado é de -42%, colocando o Brasil na 21ª posição do ranking.

O levantamento on-line foi realizado entre os dias 25 de setembro e 09 de outubro com 20.011 respondentes de 27 países. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

 

Ipsos

www.ipsos.com/pt-br

 

Reforma tributária já!!

O ano de 2020 vai passar para a história como o ano da pandemia. Grandes modificações nos costumes e transformações na economia. Será lembrado como um ano de aumento do desemprego, e de relaxamento fiscal por conta do combate aos efeitos deletérios da Covid-19. Mas poderia passar também para a história como o ano da tão sonhada Reforma Tributária no Brasil que fizesse com que a economia brasileira retomasse o rumo do crescimento.

Por falta de acordo e por conta das eleições municipais, a PEC da Reforma Tributária (baseada nas PEC’s 45 e 110) corre grande risco de não ser analisada e encaminhada para votação ainda neste ano. Nós, da ABIMAQ, acreditamos que se o Brasil não votar no tempo mais curto possível essa reforma que trata dos tributos sobre consumo de bens e serviços, perderemos uma chance histórica de melhorar a competitividade de nossa economia e dos setores produtivos.

É indispensável simplificar o sistema tributário, reduzir os custos de administrar os impostos, desonerar os investimentos produtivos e as exportações, tornar automática a compensação ou devolução de créditos tributários, eliminar os impostos não recuperáveis embutidos nos bens e serviços, aumentar o prazo de recolhimento de impostos e contribuições, extinguir regimes especiais e isenções. É importantíssimo obtermos transparência, sabermos quanto estamos pagando de tributos no que consumimos.

Nunca chegamos tão perto da tão sonhada reforma. Apenas para lembrarmos: em 2019, após três décadas convivendo com este manicômio tributário gerado na Constituição de 1988 e de tentativas frustradas, finalmente a reforma tributária começou a ganhar corpo. Presidentes da Câmara e do Senado colocaram como pauta para apreciação dos parlamentares duas Propostas de Emenda Constitucional - PEC 45/2019 da Câmara Federal e a PEC 110/2019 do Senado Federal, ambas tendo como principal aspecto a unificação de vários impostos (federais, estaduais e municipais) em um único tributo sobre o Valor Adicionado (IVA).

Em fevereiro já deste ano foi instaurada a Comissão Mista responsável pela análise e produção de um texto único sobre a Reforma tributária e mais adiante, em julho o debate ganhou novas vozes quando então o poder Executivo, encaminhou ao congresso a primeira etapa da sua proposta de reforma, contemplando a criação de uma CBS – Contribuição Sobre Bens e Serviços em substituição a dois impostos federais, o PIS e a Cofins.  Instalou-se o debate. Tínhamos então o desenho de uma reforma tributária evoluindo aos anseios da sociedade. Embora não sendo a reforma completa, aquela que abranja, para além da tributação sobre bens e serviços, renda, folha de pagamento e patrimônio, mas este projeto estava no caminho correto por atuar nas distorções que a tributação indireta provoca no consumo, onde residem nossos maiores problemas.

Diferente dos países desenvolvidos, no Brasil, temos diversos tributos sobre o consumo e todos eles com uma série de problemas, reflexo de legislações extremamente complexas. Tributos cumulativos, repletos de restrições a créditos, várias legislações complexas e cheias de exceções, entre outros fatores, que trazem como consequência elevados custos de cumprimento de obrigações acessórias, insegurança jurídica, cumulatividade, prejudicando investimentos, competitividade, desenvolvimento econômico e bem-estar social. Sem falar que o sistema tributário é regressivo, ou seja, quem tem menos paga mais. No Brasil quem tem recursos para fazer planejamento tributário não é tributado, ou é muito pouco tributado.

Temos que aproveitar esse momento e essa reforma que por si só pode gerar um crescimento do PIB da ordem de 20% até 2035, segundo estudos. Teríamos a diminuição da judicialização, diminuição do Custo Brasil, simplificação para as empresas e também diminuição da regressividade, ou seja, os pobres vão pagar menos e os ricos, mais. Vamos diminuir a cumulatividade deixando de tributar impostos sobre impostos.

O Brasil precisa virar essa página! Precisamos aproveitar a saída da crise da pandemia do Coronavírus. Não podemos mais postergar as soluções dos nossos problemas. Nossa prioridade deve ser o combate incessante aos itens que compõem a Custo Brasil e a busca da necessária competitividade da economia brasileira.

O Brasil precisa aproveitar esse momento sob pena de gerar  a mesma frustração que tivemos já em duas vezes anteriores na década de 90.

Temos um Congresso que se diz reformista. Portanto mãos à obra. Vamos “tocar” as reformas que estão na fila de espera! Comecemos pela tributária já! Depois a Reforma da PEC Emergencial e a Reforma Administrativa. É disto que o Brasil precisa!!

 



José Velloso - engenheiro mecânico, administrador de empresas e presidente executivo da ABIMAQ

 

Pesquisa da UFSCar investiga efeitos do trabalho remoto


Estudo avalia impacto do home office na saúde e atividade física de trabalhadores administrativos

 

Uma pesquisa realizada pela equipe do Laboratório de Cinesiologia Clínica e Ocupacional (Laco) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) busca investigar os efeitos do trabalho remoto (home office) sobre a atividade física, sintomas musculoesqueléticos e fatores psicossociais de trabalhadores administrativos, que permanecem muito tempo na posição sentada fazendo o uso do computador. O estudo conta com a participação do pós-doutorando Dechristian França Barbieri, do doutorando Luiz Augusto Brusaca e das graduandas Rafaela Veiga (iniciação científica) e Maria Paula Perruchi (apoio técnico), sob supervisão de Ana Beatriz de Oliveira, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade. 


De acordo com Barbieri, em geral, trabalhadores administrativos são caracterizados por possuírem um comportamento bastante sedentário, ou seja, permanecerem muito tempo na posição sentada, utilizando o computador como principal ferramenta de trabalho. Atualmente, com o isolamento social pela pandemia da Covid-19, grande parte desses profissionais passaram a trabalhar de maneira remota, ficando mais tempo em posturas restritas dentro de casa, o que pode estar contribuindo com o crescimento de fatores de risco relacionados ao sedentarismo. Estudos têm demonstrado que o sedentarismo pode predispor diferentes problemas como a maior incidência de dores musculoesqueléticas, aumento do colesterol, ganho de peso e até obesidade, além do incremento da chance de desenvolver doenças metabólicas, como diabetes tipo II, e de mortalidade prematura. 


Diante desse contexto, o projeto do Laco tem como motivação entender se o trabalho remoto em decorrência da Covid-19 impacta de maneira expressiva a saúde dos trabalhadores administrativos. Além disso, os resultados servirão para orientar os profissionais da área da Saúde a traçarem estratégias de cuidado junto a trabalhadores que estão em home office devido à pandemia do novo Coronavírus.


Para desenvolver a pesquisa estão sendo convidados trabalhadores administrativos com vínculo empregatício, em regime de home office (total ou parcial), que utilizam o computador como principal ferramenta de trabalho e permanecem na posição sentada por períodos diários maiores que seis horas. A avaliação de atividade física será feita via questionário online e por medida direta com uso de sensores. A entrega dos sensores ao participante seguirá todas as recomendações de biossegurança. A participação é gratuita e os interessados devem entrar em contato pelo telefone (16) 98108-3470 (ligação ou WhatsApp) ou pelo e-mail ative.laco@gmail.com. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 38136420.9.0000.5504).

 

Campanha Nacional de Vacinação termina nesta sexta-feira (30)

Dados parciais mostram que 44% do público-alvo foi vacinado contra a paralisia infantil no Brasil


Termina nesta sexta-feira (30) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite no Brasil. Segundo dados preliminares das Secretarias Estaduais de Saúde, 4,9 milhões de crianças foram vacinadas contra a paralisia infantil desde o início da mobilização, no dia 5 de outubro. Até o momento, cerca de 6,3 (55,9%) milhões de crianças ainda não foram vacinadas contra a doença. O público-alvo estimado é de 11,2 milhões de crianças de 1 a menores de 5 anos de idade. Os estados podem continuar com as mobilizações de acordo com o planejamento e estoque locais.

O Ministério da Saúde tem alertado a população quanto à importância da vacinação, respeitando as diretrizes e orientações de segurança para evitar o risco de transmissão da Covid-19. A poliomielite, conhecida como paralisia infantil, é uma doença infectocontagiosa grave que afeta o sistema nervoso, podendo provocar paralisia permanente ou transitória dos membros inferiores. Não existe tratamento e a única forma de prevenção é a vacinação. 

A maior cobertura, até o momento, foi registrada entre as crianças de dois anos de idade (45%), enquanto a menor foi registrada entre as crianças 3 anos de idade (43%). O estado do Amapá registrou o maior índice de vacinação contra a poliomielite no país (76,4%), seguido de Pernambuco (64%) e da Paraíba (61%). A menor cobertura registrada foi do estado de Rondônia (17,3%).

Até o momento, 646 municípios (11,5%) atingiram a meta de 95% de crianças vacinadas. Os dados são preliminares e os municípios têm até o fim de novembro para registrar as doses aplicadas no sistema de informações do Ministério da Saúde. A recomendação aos estados que não atingirem a meta é continuar com a vacinação de rotina oferecida durante todo o ano nos mais de 40 mil postos de saúde distribuídos pelo país.

CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO

Com o conceito ‘Movimento Vacina Brasil. É mais proteção para todos’, a ação teve início em 5 de outubro e se encerra nesta sexta-feira (30), simultaneamente à campanha de multivacinação, que visa atualizar a situação vacinal de crianças e adolescentes menores de 15 anos. Nesta última são ofertadas todas as vacinas do calendário nacional de vacinação.

O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde de todo o país 18 vacinas para crianças e adolescentes no Calendário Nacional de Vacinação, para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias. 

POLIOMIELITE NO BRASIL

O Brasil vem desenvolvendo um importante papel no combate à poliomielite. Ao longo de 47 anos o Programa Nacional de Imunizações (PNI), por meio das ações de vacinação, tem contribuído de forma ativa para manter o país livre da doença. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território, juntamente com os demais países das Américas. 

Desde então, o país tem se empenhado para alcançar altas e homogêneas coberturas vacinais para manter a eliminação da doença. Coberturas vacinais municipais heterogêneas podem levar a formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus. Por isso, é imprescindível que pais ou responsáveis levem as crianças menores de 5 anos aos postos de vacinação. 

 


Luara Nunes

Ministério da Saúde


Ainda vale à pena investir em imóveis?

A segurança que os imóveis oferecem por não sofrerem desvalorização é um prato cheio para quem busca trabalhar com investimento. Isso porque, no Brasil, o déficit habitacional ainda é muito grande. Estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) apontou, em 2019, eram necessárias 7,797 milhões de moradias para cobrir esse déficit. Porém, aos aventureiros que se interessam por esse tipo de investimento, é importante saber que nem sempre será vantajoso.

Uma das opções para esse investimento é comprar um imóvel na planta. Mas, realmente, é um bom negócio? Depende. Esta é a resposta do presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “Regra geral, imóveis adquiridos na planta custam menos que o valor do próprio imóvel pronto, então tem-se a expectativa de que o valor agregado na construção será o lucro. Porém, esse lucro é visível se a aquisição for à vista. Do contrário, o investidor deve ter em mente que tudo que será pago para construtor de forma parcelada implicará em correção monetária e acréscimo de juros compensatórios, o que diminui lá na frente o lucro. Se envolver financiamento habitacional, a regra também vale”, explica.

Se a opção é a compra de imóvel pronto, ele pode ser recém-construído, venda direta com o proprietário ou até mesmo arrematação em leilão. Qualquer uma das operações pode ser benéfica se bem feita e analisada, conforme Vinícius Costa. “Contar com recursos próprios e com a sorte de venda rápida é o principal para obter um bom lucro nesse tipo de operação. No que diz respeito à aquisição em leilão, é importante que o investidor tenha em mente que a desocupação do bem fica a seu cargo, o que representa mais custo para toda a operação”, esclarece.

No final, a conta não é muito simples de fechar e nem sempre o lucro será aquele de 100% que todo mundo espera, como observa o presidente da ABMH. “As chances de um bom negócio gerar lucro quando o investimento é em imóvel é muito grande, mas essas chances têm de ser calculadas e traçadas antes da realização do negócio, ou o que era para ser lucro acaba virando prejuízo”, aponta Vinícius Costa.

 


ABMH – Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH)

 

Especialistas falam sobre o impacto das notícias falsas nas coberturas vacinais do país

Queda na cobertura vacinal e reaparecimento de doenças podem estar associados à propagação de informações falsas sobre os imunizantes

 

Acirculação de notícias falsas, o medo de eventos adversos e a sensação de segurança decorrente da eliminação de doenças são fatores que vêm contribuindo para a queda das coberturas vacinais no Brasil.  Dados do Ministério da Saúde mostram que, até o dia 22 de outubro, nenhumas das vacinas do calendário nacional atingiu os indicadores preconizados pelo Programa Nacional de Imunizações. Para a coordenadora do PNI , Francieli Fontana, o movimento antivacina também  pode contribuir para os indicadores.

Nesse cenário, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Juarez Cunha, também avalia que o movimento antivacina é um dos protagonistas na propagação das fake news. “As inverdades que têm circulado podem impactar no número de pessoas não vacinadas no país. Coloca nossa população, especialmente as nossas crianças, em risco, colaborando para o retorno de doenças que já estavam controladas ou eliminadas. É o caso do sarampo”, afirma.

Em 2019, o Brasil perdeu a certificação de país livre da doença. Isso aconteceu porque o país conviveu, por 12 meses e de forma endêmica, com casos confirmados da doença. Países dos continentes europeu e africano também registraram um maior número de casos na última década.

O presidente da SBIm lembra que o movimento ganhou por causa de um artigo falso, publicado em 1998 pelo médico inglês Andrew Wakefield, no qual ele incitava que a vacina do sarampo causava autismo. O artigo foi desmentido e retirados dos meios científicos, mas as consequências repercutem ainda hoje.


PROBLEMA MUNDIAL

A hesitação em vacinar foi apontada como um problema mundial pela Organização Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas. De acordo com estudos, a probabilidade de uma criança nascida ser totalmente vacinada com todas as vacinas recomendadas mundialmente até os 5 anos de idade é inferior a 20%. Em 2019, quase 14 milhões de crianças perderam a oportunidade de receber as vacinas oferecidas para a faixa etária.

“Depois da água potável, a vacinação trouxe uma melhoria na qualidade de vida das pessoas e uma redução da mortalidade”, conta a médica especialista em vigilância em saúde, Melissa Palmieri. Ainda de acordo com ela, vacinar é um pacto social.  Prova disso são os casos de poliomelite no Brasil, sem registros desde 1990.


FAKE NEWS

Vacina pode causar autismo? A melhor higiene faz doenças desaparecerem? É perigoso aplicar doses de imunizantes em um mesmo dia? Doenças evitáveis por vacinas já foram erradicadas?

Essas são as principais dúvidas registradas no Saúde Sem Fake News – canal criado pelo Ministério da Saúde para fornecer informação segura sobre saúde aos brasileiros. No ar há pouco mais de dois anos, o canal tem mais de 99 mil dúvidas registradas.

Um dos grandes mitos repercutidos sobre o assunto é o de que a aplicação de mais de uma vacina no mesmo dia poderia interferir na saúde da criança. “O sistema imune está preparado para responder a vários estímulos ao mesmo tempo, como é o caso da vacina tríplice viral. Tanto é que, quando a criança nasce e vai para o meio ambiente, tudo é novo para ela. O organismo tem capacidade de produzir resposta adequada”, esclarece o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.


EVENTOS ADVERSOS

Os especialistas reconhecem que qualquer medicamento ou imunobiológico pode causar eventos adversos, mesmo que sejam leves, como dor local, vermelhidão no braço, dor de cabeça ou febre baixa. “Isso não é motivo para deixar de vacinar. Vacinar é uma estratégia segura”, reforça o doutor em saúde coletiva Eder Gatti.

Ainda de acordo com ele, o maior evento adverso é deixar de vacinar. “O impacto que as vacinas causam é praticamente insignificante. Divulgar informações contrárias às vacinas é que põe em xeque a credibilidade do programa de imunizações e provoca a queda de cobertura”, completa.


POR QUE CONFIAR?

Todas as vacinas disponibilizadas no Programa Nacional de Imunizações passam pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obedece aos parâmetros internacionais para avaliar segurança, imunogenicidade e eficácia.

Uma vez incorporada no Calendário Nacional de Vacinação, antes de ir para o posto de saúde, a vacina passa por uma avaliação criteriosa do Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), que realiza ensaios laboratoriais para o controle de qualidade de produtos com interesse para a saúde.

Os componentes utilizados para a fabricação de vacinas servem para a conservação das mesmas e auxiliam no aumento da proteção imunológica da pessoa vacinada. Segundo os especialistas, os ventos adversos são raros e na maioria das vezes estão relacionados ao indivíduo que recebeu a dose, como alguma alergia ou alguma imunodeficiência preexistente (transplantados ou com HIV). Para esses casos, foram criados os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para facilitar o acesso da população às vacinas especiais.

Nesse sentido, o Ministério da Saúde garante que a vacinação é segura e eficaz. “Não há nenhuma dúvida com relação a isso, por mais que grupos antivacinas queiram aparecer e tomar espaço na mídia”, reforça Francieli. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) existe há 47 anos e atualmente oferece 18 vacinas no Calendário Nacional de Vacinação de Crianças e Adolescentes, sete vacinas para adultos e cinco para idosos, disponibilizadas gratuitamente nas salas de vacinação do SUS.



André de Castro
Ministério da Saúde

 

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