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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Infância roubada: como reconhecer uma criança que está sofrendo abuso sexual e quais os danos psíquicos causados?


Estupro e pedofilia são crimes que demonstram fragilidades sociais no quesito proteção à infância e adolescência contra a violência sexual no mundo. Neste contexto, o caso da menina de 10 anos que sofria abuso sexual do tio, desde os seus seis anos de idade, engravidando no estado do Espírito Santo, provocou discussões e revolta em todo o país nos últimos dias. A notícia chocou gerando indignação, decepção, raiva e evidenciou uma violência contra crianças e jovens que, consequentemente, perdem o direito a uma vivência infantil saudável e equilibrada. 

Infelizmente estatísticas mostram o crescimento da cultura do estupro, onde 42% dos casos registrados em todo o Brasil ocorrem dentro das casas das vítimas e apenas 16% dos abusadores são desconhecidos das crianças e/ou jovens abusados. Além disso, 66% das vítimas são atacadas inicialmente entre os quatro e seis anos de idade. Estes dados demonstram a importância da escuta, do cuidado e do acolhimento dessas crianças e jovens - no sentido de evitar que possam ser marcados por traços de crueldade e perversidade que, certamente, provocam mudanças severas em sua percepção de valores e na forma como possam lidar com suas dores e com o mundo a sua volta, possibilitando ainda o transporte do trauma sofrido para a vida adulta. 

A infância é um período da vida em que se dá o fortalecimento da personalidade, do caráter e dos valores do indivíduo. Uma etapa caracterizada por aprendizados, zelo familiar, brinquedos, descobertas e o despertar de sentimentos e emoções confusas e incompreendidas. Um universo marcado por grandes alterações se for abalado por abuso. Um crime silencioso que anula o sorriso e rouba a meninice, alimentando em muitas vítimas a sensação de culpa, inferioridade, fobias e dor. 

Diante destes aspectos, a violência sexual acarreta vivências traumáticas irreparáveis em suas vítimas. A começar pela grande dificuldade em manifestar verbalmente todo o sofrimento. Nestes casos, a melhor maneira de reconhecimento dos sinais do abuso é buscar estar atento aos vestígios apresentados. Pois, diferentemente do que se pensa, as crianças dão pistas de que algo está fora da normalidade. Podem passar a apresentar distúrbios do sono (terrores noturnos), episódios de anorexia ou bulimia, baixa autoestima, queda no rendimento escolar ou dificuldade de aprendizado e concentração, isolamento social, fobias, agressividade, crises de choro constantes e inesperadas,  bem como episódios de enurese (urinar na cama) mesmo que após superado anteriormente, inquietação fora do normal, comportamentos hipersexualizados precocemente e até déficit de linguagem. 

Crianças e adolescentes expostos a situações de violência sexual podem exteriorizar desordens psíquicas, como: depressão, pensamentos suicidas, ansiedade generalizada, bloqueio sexual e o uso abusivo de drogas. Acarretando, inclusive, prejuízos evidentes na maturidade de suas relações interpessoais e afetivas. Além disso, a percepção da realidade e a sua capacidade de confiança em adultos poderá apresentar sinais de fragilidade. Os reflexos do abuso sexual no desenvolvimento biopsicossocial da criança e do adolescente devem ser levados em conta por toda a sociedade, a fim de promover intervenções psicológicas urgentes ao favorecimento da superação dos traumas sofridos. 

Porém, existem algumas ações que podem contribuir para a prevenção do abuso e da exploração sexual dos indefesos. São elas: o exercício na eliminação, por parte dos responsáveis, do medo de conversar com as crianças sobre suas partes íntimas. Identificar e saber nomear o que é íntimo é fundamental para que a criança possa conseguir verbalizar quando algo fora do comum acontecer. Outro ponto importante é poder ensinar para a criança quais os limites do seu corpo, mostrando que não se pode permitir que toquem suas partes íntimas e que tocar partes íntimas de outra pessoa, conhecida ou não, também não é permitido. Além disso, incentivar a comunicação e o diálogo - provocando e promovendo um ambiente de segurança e confiança - podem ser grandes estímulos para que a criança não se intimide ao contar qualquer coisa para seus responsáveis ou para quem ofereça a ela proteção e resguardo. Contudo, se faz necessário, alimentar a autoestima, pois quando o indivíduo se conhece, se percebe e se ama, mantendo uma relação saudável com seu corpo, facilmente conseguirá negar situações desagradáveis e desconfortáveis para si. O medo de não ser aceito não fará parte de seu cotidiano e sua personalidade ganhará força e autonomia para se posicionar diante de atitudes que possam vir a violar seus limites e sua individualidade. 

A identificação dos abusos nem sempre é uma tarefa fácil, mas esteja atento a todos os indícios. As mudanças comportamentais acendem o botão vermelho e apontam a irritação, as dores de cabeça constantes, rebeldias, raivas, depressão, problemas escolares introspecções, dentre outras alterações, como alertas evidentes de que algo está errado. Pode ser um pedido de socorro inconsciente, expondo uma infância marcada por traços de crueldade. 

Portanto, toda forma de maus tratos possuí uma dinâmica de perversões ilimitadas, que se manifesta como um horror contínuo para suas vítimas. O abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes é, sem dúvida, um fenômeno que envolve muitas variáveis e complexidades, onde o dano psíquico está relacionado a fatores como: idade do início do abuso; duração do abuso; diferença de idade entre abusado e abusador; o grau de violência; grau de parentesco entre eles e o grau de segredo intrínseco no ato violento. Mas independente de tudo isso, uma coisa é certa: o impacto emocional e social será devastador na vida da vítima de abuso sexual na infância e/ou adolescência.  

A mistura de sentimentos e dúvidas marcará as funções intelectuais, criativas e mentais dessa criança para sempre. Um composto de culpa, dor e desamparo fortalecido por uma infância roubada e destruída, como no caso da menina de 10 anos do Espírito Santo que, amparada pela lei, conseguiu o direito de interromper a gravidez fruto da violência sofrida por pelo menos quatro anos seguidos. Por todo o exposto, o acompanhamento e amparo psicológico, médico e social se faz extremamente necessário na tentativa de resgatar a autoestima, a confiança e a capacidade de sonhar de uma criança ceifada pela crueldade sórdida de um adulto perverso e desumano.

 

 

 

Dra. Andréa Ladislau * Doutora em Psicanálise * Membro da Academia Fluminense de Letras - cadeira de numero 15 de Ciências Sociais * Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde * Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social * Professora na Graduação em Psicanálise * Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói * Membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza  * Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo. * Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.


Perdoem-me, mulheres, mas sou uma feminista de araque

Eu usufruo muito do que o feminismo faz e fez por mim e faço por ele muito pouco. Ou quase nada.

Eu me solidarizo pelas causas. Concordo com a maioria das pautas. Mas não entro no movimento. Não vou à luta. Não faço valer o lugar que as mulheres que me precederam me colocaram.

Sou uma feminista de araque.

Não sou a favor de extremismos. Tampouco sou a favor de discursos violentos. E acabo seguindo por um caminho menos polarizado e até um tanto quanto covarde.

Meu pai diz que quem não escolhe um lado é porque não tem coragem de assumir de que lado está. Covardia disfarçada de neutralidade.

Talvez eu não seja uma feminista de araque. Talvez eu só seja uma covarde. Repleta de vontade de sair por aí exigindo nosso lugar e sem coragem de gritar.

Talvez eu só tenha uma maneira mais pragmática de exigir um lugar. Afinal, a comunicação é meu forte e eu criei um espaço de fala, através da escrita. Eu acredito que cada um tem seu jeito de mudar o mundo. Mas a minha palavra foi vã em tantos momentos em que eu precisava ter gritado.

A covardia me coloca em uma posição de neutralidade onde não há. E eu fico me protegendo sob os muros que a vida me deu como escudos para violências tão cotidianas.

Estou aterrorizada com o fato de até hoje eu não ter lutado por nenhuma causa. Por não ter protegido de alguma maneira as meninas que são violentadas, as mulheres que são agredidas e as feministas que gritam sozinhas, que não são covardes e que sabem o seu lugar.

Perdoem-me, mas sou uma feminista camuflada, dissolvida nos pilares de uma sociedade tradicionalmente machista, agressiva, injusta e maltratada.

Perdoem-me, mulheres, por todas as banalidades que escrevo e por não estarmos lado a lado nessa luta que está só começando.

Perdoem-me, pois sou uma feminista em construção.

 



Izabella de Macedo - mediadora de conflitos e autora do livro Mulheres Normais. É graduada em Letras e advogada com mestrado em Educação.


Pesquisa Saúde da Mente & Pandemia aponta que 53% dos brasileiros têm mais alteração de humor no isolamento

 

Conduzido pela NOZ Pesquisa e Inteligência em parceria com o Instituto Bem do Estar, o mapeamento "Saúde da Mente & Pandemia" - realizado em maio de 2020 com 1.515 participantes - investigou o impacto do isolamento social no cotidiano do brasileiro. O levantamento avaliou questões como hábitos e rotinas; sentimentos e reações físicas; alimentação; e o impacto na libido de casados e solteiros. Para 49% dos casados (ou em união estável), a libido diminuiu; entre os solteiros, 21% afirmaram que o desejo sexual aumentou.


Para os especialistas da área de saúde mental, um dos principais indícios de transtornos mentais é a necessidade que o indivíduo tem de se isolar. Ironicamente, diante da hecatombe causada pelo novo coronavírus – na qual o isolamento social é essencial para reduzir as chances de contaminação e disseminação da Covid-19 – a prática pode potencializar os transtornos de ansiedade e depressão. Para entender o real impacto da pandemia no emocional dos brasileiros, o Instituto Bem do Estar e NOZ Pesquisa e Inteligência conduziram o mapeamento Saúde da Mente & Pandemia. Realizado com 1.515 brasileiros de todas as regiões, idades e classes sociais, o levantamento avaliou questões como hábitos e rotinas; sentimentos e reações físicas; e impacto na alimentação e na libido de casados e solteiros. A pesquisa integra o projeto Sociedade de Vidro e contará com outros módulos focados em investigar a saúde da mente de moradores de periferias, de jovens e novo ambiente de trabalho.

Segundo Juliana Vanin, fundadora da NOZ Pesquisa e Inteligência e uma das coordenadoras da pesquisa Saúde da Mente & Pandemia, entre os destaques do mapeamento estão as análises propositivas que a diversidade de dados traz. “A pesquisa traz muitas informações sobre os sentimentos e as reações físicas, mas também mapeamos mudanças nos hábitos e rotinas provocadas pela pandemia, como por exemplo, o nível de isolamento, aumento de horas dedicadas ao home office e atividades físicas. Isso nos permite traçar as relações entre as alterações nos sentimentos e as reações físicas ligadas à ansiedade e à depressão com as novas rotinas e hábitos. Essas análises serão úteis para planejarmos como lidar com a saúde da mente nesse novo contexto em que vivemos”, afirma Juliana.

Na percepção de Isabel Marçal, cofundadora do Instituto Bem do Estar, o diferencial da pesquisa está em proporcionar pelo menos cinco minutos de reflexão aos participantes sobre os próprios sentimentos e reações físicas diante da maior crise da contemporaneidade. “Queremos impulsionar o debate, a troca de experiências e a escuta de novas visões e percepções sobre a saúde da mente. E, o primeiro passo é entender como estão nossos sentimentos e quais as reações físicas são provocadas em nosso corpo por questões emocionais. A pesquisa proporcionou, por meio do olhar para si mesmo, que levantássemos estes dados de 1.515 pessoas, além de outros – citados por Juliana Vanin, com possibilidade de diversos cruzamentos. A partir dos dados levantados e compilados de forma consistente, precisa e plural, poderemos, com a ajuda de especialistas convidados, observar as tendências e realizar uma análise propositiva do atual cenário brasileiro da saúde da mente”, avalia Isabel.

A análise de Milena Fanucchi, cofundadora do Instituto Bem do Estar, a pandemia veio para ‘iluminar’ diversos problemas da nossa sociedade, entre eles, os transtornos relacionados à saúde da mente, como depressão e ansiedade. “Se antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já previa que, em 2020, a depressão seria a maior causa de afastamentos no trabalho – e até 2030 a doença mais incapacitante do mundo –, imagina agora? A pesquisa mostra o aumento de diversos sintomas relacionados tanto a depressão quanto a ansiedade, o que é preocupante. Por isso, é de extrema urgência informar a população sobre os cuidados com a nossa saúde da mente, para assim prevenir, principalmente, a depressão e a ansiedade", pondera.


PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA PESQUISA

 ||| HÁBITOS E ROTINA DURANTE O ISOLAMENTO

  • Entre os entrevistados, 42% saem de casa menos de uma vez por semana; 35% de uma a duas vezes; 10% de três a quatro vezes; 9% cinco a mais. 51% reduziram a prática de atividade física, sendo que 33% afirmam estar praticando muito menos. Há registro, para 49%, no aumento de atividades que dão prazer: ler, ouvir música, pintar, entre outros.
  • Sobre a realização de atividades ligadas à mente e à rede de apoio, 28% dos entrevistados apontam que estão praticando meditação; 13% ioga; 58% e 53% afirmam que estão realizando encontros virtuais com amigos e familiares, respectivamente.
  • Sobre o exercício da religiosidade ou espiritualidade, 29% afirmam que mantêm mais do que antes do isolamento; 32% reportam que mantêm, mas nada mudou; 9% apontam que mantêm, mas menos do que no período anterior; para 13% muito pouco ou nada; e 14% não pratica por não ser uma pessoa religiosa/espiritualista.
  • Sobre o atendimento terapêutico, 10% das pessoas que em algum momento fizeram terapia, afirmaram que pararam durante a pandemia. “Esse dado é relevante, porque apresenta uma tendência de que esse número aumente por conta da crise financeira, embora o contexto de isolamento aumente a necessidade de terapia”, afirma Isabel Marçal, cofundadora do Instituto Bem do Estar. Entre os brasileiros que estão fazendo terapia, 85% deixaram de ir ao consultório e estão fazendo na modalidade online; 10% começaram ou aumentaram a frequência durante o isolamento – embora 14% tenham reduzido a frequência.

 ||| SENTIMENTOS E REAÇÕES FÍSICAS

  • 65% dos entrevistados estão se sentindo mais emotivos; desses, 25% reportam estar “muito mais” emotivos ou sensíveis. Em cada quatro pessoas, uma está muito mais emotiva.
  • O sentimento de medo é para 71% maior, sendo que 23% sentem que estão com muito mais medo; 70% estão se sentindo excessivamente preocupadas, enquanto 43% dos entrevistados estão menos esperançosos. Em contrapartida, 29% estão com mais esperanças que no período anterior à pandemia. Mais da metade dos respondentes, 53%, afirmou ter mais alterações de humor durante o isolamento.
  • Sobre as reações físicas, 49% dos casados – ou em união estável – afirmam estar com menos libido; entre os solteiros, esse percentual é de 34%. Do total de respondentes, 14% afirmaram que o desejo sexual aumentou – entre os solteiros, esse índice é de 21% e 8% entre os casados. A insônia parece afetar os mais jovens: o percentual de entrevistados que afirmam estar com o problema é crescente nessa faixa etária, sendo 60% entre os que têm menos de 30 anos; 52% entre os com 31 e 50 anos; e 43% entre os com mais de 51 anos.
  • Na análise do cruzamento entre sentimentos e reações físicas, de acordo com o grau de escolaridade e renda, a pesquisa mostra que enquanto 8% dos entrevistados com ensino fundamental ou médio afirmam nunca terem se sentido inseguros, entre os com pós-graduação, esse índice é de 3%. Entretanto, para 31% dos brasileiros com ensino fundamental ou médio há grande aumento do sentimento de insegurança; entre os com pós-graduação, esse percentual é de 19%. Para 80% dos que perderam o emprego durante a pandemia há mais insegurança, destes 33% reportam estarem muito mais inseguros. Entre os que tiveram dispensa temporária (suspensão do contrato), 81% se sentem mais inseguros, entre estes 26% muito mais inseguros. Para os que estão trabalhando e não sofreram alterações na rotina, 58% se sentem mais inseguros. 
  • A comparação da prática de atividade física e do aumento de sentimentos vinculados à depressão e à ansiedade mostra que 61% dos entrevistados que reduziram a atividade física têm se sentido mais desanimados diante do isolamento social – entre os que conseguiram aumentar muito a frequência de exercícios, esse número cai para 38%. O mesmo ocorre com sintomas físicos: os 37% brasileiros que diminuíram a frequência têm sentido mais dores de cabeça; entre os que aumentaram a atividade física, somente 20% reportam aumento das dores. O distanciamento social tem um impacto claro na alimentação. Para 48% das pessoas que se sentem mais desanimadas e 44% das que se sentem mais agitadas – e com mudanças repentinas de humor – os hábitos alimentares pioraram.

  

||| METODOLOGIA DA PESQUISA | Conduzida pela NOZ Pesquisa e Inteligência – em parceria com o Instituto Bem do Estar –, o mapeamento Saúde da Mente & Pandemia é uma pesquisa quantitativa online com questionário de autopreenchimento voluntário. Sem fins comerciais, foi realizada entre os dias 7 e 31 de maio de 2020 e contou com participação voluntária de 1.515 respondentes. Os dados permitiram mapear os sentimentos, sensações e mudanças de hábitos e rotinas durante o isolamento social. O perfil da amostra é composto por 21% homens, 71% mulheres e 7% não informado; 75% moradores do Estado de São Paulo e 25% distribuídos por todas as regiões do Brasil e com faixas etárias e renda mensal individual diversas. 

As próximas etapas da pesquisa, que acontecerão entre agosto e novembro; estão previstas a ampliação no número de respondentes e do perfil da amostra (particularidades e desafios das periferias, juventudes e novo ambiente de trabalho). Ao final do levantamento haverá cinco mapeamentos públicos: o primeiro em agosto com a análise desta primeira etapa; os seguintes referentes aos três recortes de perfis (novembro de 2020) e, em janeiro de 2021, o mapeamento final com a comparação dos dados levantados e uma análise propositiva do impacto do isolamento social na saúde da mente. 

O estudo “Saúde da Mente & Isolamento Social” integra um grande projeto do Instituto Bem do Estar, Sociedade de Vidro – um olhar contínuo sobre a sociedade brasileira e as fragilidades emocionais. O projeto conterá estudos para que o máximo de dados sejam levantados e compilados de forma consistente e precisa, além de iniciativas de reflexão e conscientização. 

 

 


INSTITUTO BEM DO ESTAR

www.bemdoestar.org

 

NOZ PESQUISA E INTELIGÊNCIA

www.noz-pesquisaeinteligencia.com


Parecer quanto a possibilidade de abertura dos diferentes espaços das áreas comuns dos condomínios

No dia 7/08/2.020 a quarentena foi prorrogada até 23 de agosto 2.020 através da 10ª atualização do Plano São Paulo.

Desta forma, as considerações abaixo levam em conta a atual fase na Cidade de São Paulo em 20/08/2.020, que é a amarela conforme dados do Estado de São Paulo obtidos através do site https://www.saopaulo.sp.gov.br/planosp/, e interpretam a nota técnica do Centro de Contingência do Corona vírus, ANEXO I e II do Decreto nº 65.044, de 3 de julho de 2020, levam em conta os decretos acima descritos e demais posturas municipais, bem como considera as medidas de retomada das atividades com a gradual abertura dos setores econômicos seguindo critérios com base no risco ocupacional e protocolos que observam o comportamento da curva de contágio conforme nota técnica do Centro de Contingência do Corona vírus.

Levando em conta que os decretos consideram a manutenção da gradual abertura dos setores econômicos, seguindo critérios de risco ocupacional e protocolos previamente acordados com os respectivos representantes e não mencionam em qualquer momento os condomínios, assim a interpretação seguem parâmetros de analogia e similitude.

  1. Academias

Em análise analógica a situação fática vivida nos condomínios considerando os decretos supra citados, e em especial ao anexo II do Decreto 65.044 de 3 de Julho de 2.020, verificamos no item C que as academias de esportes e de ginástica podem atender ao público presencialmente em modelo reduzido com capacidade de 30% do local, evitando assim a proximidade entre pessoas, impondo ainda a adoção de horário reduzido de atendimento presencial ao público, limitado a 6 horas por dia.

Ainda em âmbito Municipal as orientações para as academias comerciais podem ser aplicadas por analogia nos condomínios. PORTARIA DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 724, DE 10 DE JULHO DE 2020:

“ Utilizar apenas 50% dos aparelhos de cárdio, ou seja, deixar o espaçamento de um equipamento sem uso para o outro;

- É expressamente proibida qualquer forma de treinamento que envolva contato, em pé ou no solo, enquanto não forem liberadas pelas autoridades do Governo Estadual;”

Desta forma, os condomínios podem aplicar por similitude a mesma redução de capacidade de atendimento de pessoas e horários, ou considerar outras possibilidades que atendam o condomínio, desde que tais parâmetros sejam justificáveis e de preferência sejam ratificados ou aprovados em assembleia.

  1. Salões de festas, churrasqueiras e demais espaços com as mesmas características

Quanto ao item d) do anexo II do Decreto 65.044 de 3 de julho de 2.020, que menciona os eventos, convenções, eventos de cultura e entretenimento, e outros - Por analogia podemos considerar para o âmbito condominial o uso de espaços coletivos dentro das áreas comuns.  E considerando os protocolos apresentados pelo setor, sendo permitindo a retomada do atendimento presencial ao público em horário reduzido de 6 horas, com a capacidade limitada a 40%, com obrigação de controle de acesso. O setor deverá adotar protocolos geral e setoriais específicos. 

Assim, para o âmbito condominial sugere-se aplicar por similitude a mesma redução de capacidade e horários, ou considerar outras possibilidades que atendam o condomínio, desde que tais parâmetros sejam justificáveis e de preferência sejam ratificados ou aprovados em assembleia.

  1. Brinquedoteca

Em função do plano de abertura gradual dos setores econômicos no Estado de São Paulo, não existe mais respaldo legal que autorize a manutenção do fechamento de áreas comuns.

Assim, para o âmbito condominial sugere-se aplicar por similitude a outras atividades descritas no Decreto Estadual e Portaria Municipal a mesma redução de capacidade e horários para o funcionamento dos locais, ou considerar outras possibilidades que atendam o condomínio, desde que tais parâmetros sejam justificáveis e de preferência sejam ratificados ou aprovados em assembleia.

  1. Bares Internos

Em função do plano de abertura gradual dos setores econômicos no Estado de São Paulo, não existe mais respaldo legal que autorize o fechamento de áreas comuns.

Quanto ao item b) do anexo II do Decreto 65.044 de 3 de julho de 2.020, que menciona os bares, restaurantes e similares, conforme abaixo disposto. Por analogia podemos considerar para o âmbito condominial o uso de espaços coletivos dentro das áreas comuns.  E considerando os protocolos apresentados pelo setor, sendo permitindo a retomada do atendimento presencial ao público em horário reduzido de 6 horas, com a capacidade limitada a 40%, até às 17:00 horas. O setor deverá adotar protocolos geral e setoriais específicos. 

Assim, para o âmbito condominial sugere-se aplicar por similitude a mesma redução de capacidade e horários, ou considerar outras possibilidades que atendam o condomínio, desde que tais parâmetros sejam justificáveis e de preferência sejam ratificados ou aprovados em assembleia.

PORTARIA DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 724, DE 10 DE JULHO DE 2020:

“b) Consumo local (bares, restaurantes e similares) - O conceito “ao ar livre” fora escolhido para assegurar a existência de ventilação natural no local de alimentação, em que os comensais não utilizam máscaras de proteção. No entanto, caso existam áreas de alimentação arejadas, ainda que cobertas, é possível recomendar que o consumo local se dê nesses locais. Dessa forma, desde que a área possua ventilação adequada, na Fase Amarela, é possível recomendar a possibilidade de consumo local ao ar livre ou em áreas arejadas, com rigorosa observância das demais indicações a respeito de capacidade restrita e adoção dos protocolos padrão e setoriais específicos. Ademais, entendemos que a liberação de consumo local em tais ambientes na Fase Amarela deve estar condicionada ao horário limite de 17h. Assim, é possível garantir a oferta de alimentação a trabalhadores, durante a jornada laboral, mas sem incentivar o consumo local em bares, restaurantes e similares com fins de lazer e entretenimento, com potencial para gerar aglomerações e, portanto, ampliar o risco de contágio entre consumidores/comensais.”

  1. Quadra de Tênis

Em função do plano de abertura gradual dos setores econômicos no Estado de São Paulo, não existe mais respaldo legal que autorize a manutenção do fechamento de áreas comuns.

Assim, para o âmbito condominial sugere-se aplicar por similitude a outras atividades descritas no Decreto Estadual e Portaria Municipal a mesma redução de capacidade e horários para o funcionamento dos locais, ou considerar outras possibilidades que atendam o condomínio, desde que tais parâmetros sejam justificáveis e de preferência sejam ratificados ou aprovados em assembleia.

Especificamente quanto a utilização das quadras, em âmbito Municipal conforme PORTARIA DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 724, DE 10 DE JULHO DE 2020:

Em quadras:

- Não será permitido acompanhantes no local, e tampouco atletas fora do horário dos seus jogos;

- Não será permitido contato físico, nem entre atletas, nem com professores;

- As aulas deverão ser individuais;

- O recolhimento das bolas deverá ser feita por uma única pessoa, seja ela professor, funcionário, ou aluno responsável.

  1. Áreas da piscina

Em função do plano de abertura gradual dos setores econômicos no Estado de São Paulo, não existe mais respaldo legal que autorize a manutenção do fechamento de áreas comuns.

Assim, para o âmbito condominial sugere-se aplicar por similitude a outras atividades descritas no Decreto Estadual e Portaria Municipal a mesma redução de capacidade e horários para o funcionamento dos locais, ou considerar outras possibilidades que atendam o condomínio, desde que tais parâmetros sejam justificáveis e de preferência sejam ratificados ou aprovados em assembleia.

Especificamente quanto as piscinas, em âmbito Municipal conforme PORTARIA DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 724, DE 10 DE JULHO DE 2020:

Em piscinas:

- Dividir a piscina em salas de aula com separação por raias, de acordo com o nível de aprendizagem da turma. Para reduzir o número de alunos na piscina, recomenda-se diminuir a duração das aulas;

  1. Demais áreas

Em função do plano de abertura gradual dos setores econômicos no Estado de São Paulo, não existe mais respaldo legal que autorize a manutenção do fechamento de áreas comuns.

Assim, para o âmbito condominial sugere-se aplicar por similitude a outras atividades descritas no Decreto Estadual e Portaria Municipal a mesma redução de capacidade e horários para o funcionamento dos locais, ou considerar outras possibilidades que atendam o condomínio, desde que tais parâmetros sejam justificáveis e de preferência sejam ratificados ou aprovados em assembleia.

Protocolos de saúde e uso de máscaras

Devem ser observados para todas as áreas comuns  os protocolos da organização mundial de saúde, secretarias municipais, estaduais e ministério da saúde quanto ao distanciamento social e medidas de saúde, tais como a disponibilização de álcool em gel 70% para higienização das mãos, recursos para higienização das solas do sapato, como um borrifador com álcool 70% ou água sanitária e ainda o uso obrigatório de máscaras nas áreas comuns ( LEI Nº 14.019, DE 2 DE JULHO DE 2020)

Conclusão:

 Da mesma forma que os serviços e setores econômicos descritos no ANEXO I e II do Decreto nº 65.044, de 3 de julho de 2020 em vigência no Estado de São Paulo e PORTARIA DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 724, DE 10 DE JULHO DE 2020, podem funcionar com  capacidade e horários reduzidos, os condomínios  por analogia podem se fazer valer da mesma proporção e autorizar a realização de serviços dentro de unidades e áreas comuns, sejam obras, reformas ou outros. Ou ainda, criar critérios justificáveis que devem passar por aprovação do conselho e/ou assembleia de condôminos.

Ressaltamos que a manutenção do fechamento de áreas comuns não encontra mais respaldo legal no presente momento considerando os decretos em vigência que tratam da abertura gradual de setores e serviços. O que deve ser deliberado e discutido pela massa condominial é a forma de abertura das áreas considerando questões de saúde e segurança aos seus usuários.

 A manutenção do fechamento de áreas comuns, independente do momento vivido em função da Covid-19, somente poderá ser sustentado no ambiente condominial com embasamento legal através de:

  1. Leis que mencionem especificamente o condomínio;

      b) Leis que mencionem quanto ao funcionamento de espaços privados de uso   coletivo ou,

     c) Através interpretação por analogia dos decretos em vigência.

 E agora, considerando a fase amarela na Cidade de São Paulo, não existe impedimento legal para o funcionamento de academias, áreas comuns ou realização de obras, apenas a possibilidade de se deliberar quanto as restrições de horários e limites de pessoas por espaço. 

 

Rodrigo Karpat - especialista em direito imobiliário e questões condominiais. Coordenador de Direito Condominial na Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB-SP e Membro da Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB Nacional. 

 

Em meio à pandemia, música diminui estresse e depressão e aumenta a capacidade imunológica

 

Luciana Aith
Em ação solidária, caminhão circula pelas ruas da cidade e espalha música ao vivo e mensagens de otimismo para a população.

 

Fundamentação científica não falta sobre a eficiência da música na reabilitação da saúde e prevenção de doenças. Desde intensificar a absorção de remédio para hipertensão arterial - como constatado no estudo desenvolvido em parceria entre Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Juazeiro do Norte, Faculdade de Medicina do ABC e Oxford Brookes University (Inglaterra) - até reduzir sintomas da depressão, evidenciado em estudos de Simon Durrant, Diretor de Pesquisa da Universidade de Psicologia do Reino Unido.  

 Na pandemia da Covid-19, entre outras coisas, dois fatos foram constatados: o aumento de doenças emocionais e da procura por músicas para se distrair. Uma pesquisa realizada pela plataforma de streaming Deezer, com 2 mil usuários, identificou que os ouvintes assumiram estar mais ansiosos desde março. Entre os participantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, 42,3% afirmaram estar ansiosos. Para 90,2%, ouvir música ajuda a se sentirem melhores. 

Os benefícios da música para a saúde mental são inúmeros. “Dependendo do ritmo, a pessoa consegue equilibrar as sensações provocadas pelo descontrole que o estresse, a depressão e a ansiedade causam. A música realinha as ondas cerebrais. Isto quer dizer que, mesmo que haja algum descontrole emocional momentâneo, a música puxa para ela a frequência das ondas, elevando a experiência do ritmo ressoado e, por consequência, instala a resposta comportamental organizada.”, explica Anaclaudia Zani Ramos, psicóloga e neurocientista, criadora do método InLuc, e pesquisadora na área de Neurociência e Desenvolvimento Humano. 

A psicóloga Angélica Barnes concorda que o potencial terapêutico da música é grande e pode ser aproveitado por todas faixas etárias.  “A música é a melhor companhia que podemos ter. Ela promove equilíbrio, acalma ou agita, proporciona bem-estar, traz harmonia, mexe com nosso corpo e mente; pode ajudar a concentração ou nos distrair. Nunca em um ambiente com música você se sentirá sozinho, então, se solte, dance, cante e, com certeza, a solidão ficará um pouco mais distante. A música preenche tanto o vazio do ambiente quanto o interno.”, diz. Além disso, “diversos estudos mostram que certas escalas e acordes podem proporcionar cura, aumentam a capacidade imunológica”.

Para espalhar carinho e apoio para a população, uma campanha solidária tem chamado a atenção dos paulistanos nas últimas semanas: a “Música na Varanda”, que por meio de um truck leva música ao vivo, mensagens de dias melhores e recomendações da Secretaria Municipal da Saúde sobre prevenção da Covid-19 para as ruas de São Paulo. A ação da Brandtruck – empresa especializada na criação, construção e locação de caminhões inteligentes para experiências – foi tão bem recebida durante o mês de julho que foi prorrogada até o dia 14 de setembro.

O caminhão itinerante rodará a cidade e estacionará, de surpresa, em frente a prédios residenciais, casas e comunidades. Já foram realizadas 450 apresentações em bairros das zonas norte, sul, leste e oeste, e a meta é chegar a 1.000 pontos de contato. Tudo à distância, é claro: as pessoas acompanham da varanda do seu apartamento ou casa.

Na primeira fase, a música ficou por conta do cantor e compositor, Ismaille Miranda – vencedor com o Grupo Emoção a Mais do programa Astros realizado pelo SBT – e do músico Doddô do Sax. Nesta segunda etapa, se juntam ao time a dupla Fabia Dias e Rica Sant’ Anna e a violinista Márcia Regina Gomes. O repertório foi criteriosamente escolhido com músicas que passam mensagens de otimismo e amor.

“Poder manter por mais dias esse projeto é incrível. É a oportunidade que temos de alegrar um pouco mais a vida das pessoas, e consequentemente contribuir para diminuir o estresse e a ansiedade e aumentar o bem-estar.”, conta Marcello Borgerth, presidente da Brandtruck e idealizador do projeto.

A campanha “Música na Varanda” conta com o apoio da Crossfox Elétrica - que renovou o patrocínio da segunda etapa da ação - e da PagueVeloz. Em fase de planejamento, a ação deve se estender para outras capitais do país. 

  



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Estresse agudo causado pela pandemia faz crescer casos de síndrome do coração partido, aponta estudo americano

 Doença afeta o funcionamento do coração e apresenta sintomas parecidos com os do infarto

 

Durante a pandemia do novo coronavírus, pesquisadores da Cleveland Clinic, centro médico acadêmico dos EUA, constataram um aumento no número de casos da síndrome do coração partido, saltando de 1,7% para 7,8%. A doença, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo, acomete pessoas submetidas a um nível de estresse muito elevado, como tem acontecido atualmente com os efeitos do isolamento social, medo do contágio pelo novo coronavírus e pela perda de conhecidos.

"Em situações de extrema tensão, o corpo humano é estimulado a produzir mais adrenalina e a descarga desse hormônio na corrente sanguínea provoca um estreitamento momentâneo nos vasos do coração e, consequentemente, o funcionamento do músculo cardíaco é afetado", explica Antonio Eduardo Pesaro, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Nos casos dessa síndrome, o ventrículo esquerdo, uma das câmaras do coração, sofre uma disfunção temporária durante a contração e, com isso, o bombeamento do sangue para o resto do corpo fica prejudicado. Embora a origem seja psicológica, essa doença interfere diretamente no funcionamento do coração e os sintomas são semelhantes aos do infarto. Entre os principais sinais estão a dor no peito, o cansaço, batimentos cardíacos irregulares e a falta de ar.

A síndrome do coração partido pode acometer pessoas dos sexos feminino e masculino, porém mulheres que já entraram na menopausa estão mais suscetíveis. Apesar de não haver uma explicação científica, a hipótese apontada é a de que, com a queda do hormônio feminino estrogênio, a camada interna dos vasos sanguíneos fica menos protegida.

Para tratar essa cardiomiopatia são utilizados medicamentos para normalizar o funcionamento do coração, que retoma os batimentos normais. "O uso de diuréticos para reduzir o acúmulo de líquidos no corpo e técnicas para minimizar o estresse podem complementar o tratamento", finaliza Pesaro.

 

Sentindo-se preso a velhos hábitos?

 Entenda como a meditação e outras técnicas podem te auxiliar

   

 De vez em quando alguém manda a gente sair do automático. E aí é normal achar que mudar um hábito ou outro, que dar uma relaxada ou sair de uma atividade específica vai resolver tudo. Relaxamento sempre é bem-vindo, no entanto a questão é mais profunda do que a gente desconfia. Pode parecer até uma bobeira, nada muito sério; afinal, quem não tem hábitos? O que acontece é que por trás de toda essa vida automática pode estar a nossa fuga. Não apenas a fuga dos nossos problemas, porém também do nosso poder de nos desapegarmos deles. Isso mesmo, por pior que possa parecer, muitas vezes estamos agarrados ao sofrimento e achamos essa condição aceitável. Portanto, é preciso entender esses mecanismos da mente, como ela age e a nossa própria confusão quanto ao seu papel na nossa vida.

 

Os hábitos que não questionamos

            Somos todos cheios de hábitos. E você se assustaria se um dia pudesse ter em mãos a relação de todos eles e talvez a pouca, ou nenhuma, praticidade de ainda possuir vários com a vida que você leva hoje em dia. Isso porque temos muitos afazeres e objetivos que nos fazem ter de escolher entre enxergar a nossa existência e focar em muitas conquistas a que nos propusemos. E quanto a isso também há muitas ações no automático. Você não percebe, mas os próprios métodos que você usa para alcançar o que deseja e mesmo as coisas que deseja podem não ter sido questionados. Então não são apenas os hábitos, mas os caminhos para os quais eles apontam, as suas consequências. Alguns herdados, outros empurrados por grandes campanhas, tendências locais, da idade... Quanto mais você avança, mais perde de vista onde tudo começou, onde você deixou de ser espontâneo e começou a existir, a funcionar, como uma máquina.

 

Enxergando a situação

            Tudo isso mostra o quanto levamos vidas profundamente mentais; agarrados ao que pensamos, como se o pensamento fosse a única forma de viver, de conhecer a realidade. Às vezes é necessário um grande choque, uma emoção fortíssima, que faça o coração e os costumes saltarem, para que você desperte. Talvez essa ideia até justifique a expressão “despertar da consciência”. Muita gente passa por isso sentindo a vida como que murchar, notam a perda de sentido, vão notando a rotina como se a vida fosse apenas uma grande repetição sem fundamento, sem gosto, sem liberdade alguma. Nem sempre o insight, ou a consciência, vem através da Meditação, esse seria um caminho inteligente para isso, porém nem todos o conhecem, ou mesmo atentam para isso. É comum que muita gente enxergue onde se meteu através da dor que sente, mas até nesse momento pode-se voltar para a prática da Meditação, até porque, nesse estágio, depois de prováveis anos numa vida mecânica, a mente já esteja tão condicionada que não aceitará outra forma, outro caminho. Aqui uma grande ilusão pode acontecer...

 

A ilusão da troca

            É natural, afinal, até o instante em que essa experiência acontece, você sempre tentou as coisas do mesmo jeito. Muito embora o objeto tenha sido substituído, atualizado, lá na base do seu jeito de ver a vida estão os mesmos padrões. Só o constante aumento da clareza mental, a expansão da consciência, fará chegar até lá. Antes disso, é preciso estar atento, pois entediado, frustrado, a mente pode se voltar para um assunto novo, algo que seja interessante; quando então abaixamos as nossas “defesas” e ela entra em cena, debruçando-se do mesmo jeito sobre a novidade, ela tentará um novo caminho, no entanto andando da mesma forma que sempre fez. É aí que se perde tempo, até a angústia retornar. Portanto, meditar ajuda justamente nesse sentido: não se trata de resolver problemas, porém de enxergar a nossa relação com o lugar de onde eles vêm; ou seja, da nossa mente e de como ela traduz a realidade ao comando do nosso Ego. Esse apego com o Eu deve ser visto. Não se trata de negar a mente, isso seria impossível e uma perda de tempo. Temos de resgatar os olhos da consciência, aceitando a nossa estrutura, caminhando em direção ao que é desconhecido dentro de nós. Pois os conteúdos mais inconscientes guardam a chave de um verdadeiro recomeço. Livre, a mente pode cumprir seu trabalho com correção, e o coração tomará seu verdadeiro lugar. Talvez, aí, a realidade se apresente como é verdadeiramente, e não como um obstáculo, um adversário, ou um problema a ser resolvido.

 

            Então, tome cuidado com objetivos infindáveis que vão acumulando-se uns sobre os outros. Dedique um tempo a observar, sem julgamento, os seus motivos, os seus hábitos e o seu próprio jeito de realizar, de alcançar o que busca. Você vai ficar espantado, mas a consciência, muitas vezes, simplesmente por se voltar para um objeto pode reorientá-lo, trazendo uma clareza tal que o que é real para o nosso coração, mesmo que esquecido e abandonado, vem à tona.

 



Luís A. Delgado - foi ganhador do prêmio "Personalidade 2015" na categoria Arte Literária pela Academia de Artes de Cabo Frio-RJ – ARTPOP, e agraciado com o prêmio Clarice Lispector de Literatura na categoria "Melhores Romancistas" pela Editora Comunicação em 2015. Atualmente é sócio correspondente na Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras e Mestre em Reiki e Karuna Reiki, possuindo o mais alto título que um profissional do Reiki possa ter.


Mudamos as nossas relações durante a pandemia?

 Após cinco meses d isolamento, estamos mais conscientes das nossas fragilidades

A pandemia chegou para impactar o nosso modo de viver de forma profunda e ampla. Ela evidenciou fragilidades físicas, trouxe instabilidade financeira, receio do futuro, adiou planos e nos afastou fisicamente de pessoas queridas. Mais frágeis e vulneráveis, passamos a dar mais importância a reflexões que envolvem os nossos pensamentos, relacionamentos e valores. Cresceu o grau de intensidade que atribuímos às relações sociais e ao fortalecimento dos vínculos que temos com aqueles que amamos.

Os relacionamentos amorosos entraram em uma fase de desafio. Para quem passou a conviver 24h, sem trégua, tem sido um grande aprendizado para não deixar a relação cair na rotina ou se desgastar e terminar em separação. Respeitar a individualidade, convivendo com tanta profundidade sob o mesmo teto, é tarefa árdua para os casais. Determinadas características do parceiro, que até então eram despercebidas, passaram a se manifestar e incomodar. Para aqueles que ainda não dividiam a mesma casa ou viviam distantes, a impossibilidade de beijos e abraços acabou criando uma nova dinâmica para lidar com a situação. Encontros em lugares abertos, ênfase na troca de mensagens, conversas por vídeo, delivery surpresa – tudo para não deixar a relação esfriar ou cair no esquecimento.

Para quem vive sozinho, o tempo de é de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, é o momento de buscar novos conhecimentos, cursos, leituras e de uma nova relação afetiva, se assim desejar. Muita gente optou por esse caminho. No período de março a junho de 2020, a plataforma de relacionamento sugar MeuPatrocínio atendeu 36 mil novos usuários por semana, um crescimento de 80%. Com mais tempo disponível para cuidar dos assuntos pessoais, os usuários fazem buscas mais detalhadas para encontrar o perfil do parceiro ideal. Para isso, passaram a dedicar cerca de 90 minutos diários, contra os 30 minutos da média anterior à pandemia. O foco está voltado para as telas de mensagens, listas de destaques e buscas. Antes do isolamento, a plataforma registrava 136 mil mensagens enviadas por dia. Hoje, mais de um milhão de mensagens são trocadas entre os usuários. O compartilhamento de ideias e planos adquiriu um significado maior, possibilitando um conhecimento mais profundo do parceiro em potencial. A socialização virtual cresce em tempos tão delicados, refletindo uma mudança na forma de manter vivas as relações. Procurar um romance, alguém com quem compartilhar sua experiência de isolamento, acaba sendo um antídoto contra a solidão e depressão.

 

MeuPatrocínio

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Palavra de especialista: quando e como perceber se o bebê tem problemas auditivos?

Médica otorrinolaringologista explica os sinais que levam ao diagnóstico e fonoaudióloga fala sobre tratamentos disponíveis


Muito se fala sobre os cuidados com a audição de crianças e adultos, mas e quanto aos bebês? Desde o nascimento, eles podem apresentar sinais de perda auditiva ou mesmo de surdez, mas como identificar? Nem sempre essa perda é diagnosticada por exames, mas ela pode ser notada no comportamento dos pequenos.

Segundo Larissa Vilela, médica otorrinolaringologista do Hospital Anchieta de Brasília, estima-se que a prevalência mundial de deficiência auditiva varie entre um a seis recém-nascidos a cada mil nascidos vivos. "Essa prevalência é considerada elevada quando comparada a outras doenças passíveis de triagem na infância como fenilcetonúria ou anemia falciforme", acrescenta.

A especialista complementa que a ferramenta para a identificação precoce de deficiência auditiva é a Triagem Auditiva Neonatal (TAN). "No Brasil, tornou-se obrigatória a realização da TAN em maternidades e hospitais com a promulgação da Lei nº 12.303, em 2010, por meio da realização de testes como emissões otoacústicas, o conhecido ‘teste da orelhinha", afirma. "Além da triagem realizada nas maternidades, é importante que os pais acompanhem o desenvolvimento audiológico e de fala da criança", pontua. 



Como perceber que o bebê tem algum problema auditivo 


Em 2006, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu os marcos para acompanhamento do desenvolvimento da audição e da linguagem de acordo com a idade das crianças. Dra Larissa comenta que os recém-nascidos devem acordar com sons fortes; crianças entre um e três meses devem se acalmar com sons moderados ou com músicas; três a quatro meses prestar atenção aos sons e vocalizar; seis a oito meses localizar fonte sonora e balbuciar sons como "dadá".

Conforme a médica, aos 12 meses o bebê precisa aumentar a frequência dos balbucios, falar as primeiras palavras e entender ordens simples como "dar tchau". Aos 18 meses ele deve falar com, no mínimo, seis palavras; aos dois anos produzir frases com, no mínimo, duas palavras; e aos três anos produzir sentenças.

"Nos casos de falha na triagem auditiva neonatal, na presença de algum desses sinais ou de dúvidas quanto ao correto desenvolvimento auditivo/fala da criança o médico otorrinolaringologista deve ser procurado para uma correta avaliação e conduta", ressalta. "A detecção precoce de alterações auditivas permite o diagnóstico e tratamento adequados a fim de garantir o bom desenvolvimento das funções auditivas, da linguagem e do aprendizado da criança", conclui. 



Mas e em casos mais graves? O que fazer? 


Mesmo com diagnóstico precoce, algumas perdas auditivas são irreversíveis. Nesses casos, é necessário um acompanhamento mais detalhado para garantir a qualidade de vida do bebê. A fonoaudióloga e especialista em audição Erica Bacchetti, da clínica ParaOuvir, explica que, embora a perda auditiva resulte em algumas dificuldades durante a infância, ela não é impeditiva. "A criança não será impedida de falar, de aprender ou se relacionar, isso devido aos inúmeros tratamentos disponíveis", destaca.

O tratamento para os problemas auditivos em crianças depende da causa e gravidade da perda, por isso, é sempre necessária uma avaliação médica para indicação do procedimento adequado para cada paciente. O médico determinará a causa da dificuldade para ouvir e qual conduta será adotada: uso de medicamentos, cirurgia, uso de aparelhos auditivos ou implante coclear.


No mercado existe uma infinidade de modelos e opções de aparelhos auditivos, que podem ser usados no tratamento de perda auditiva em crianças. "A criança com deficiência auditiva que recebe a estimulação adequada por meio da tecnologia, seja usando aparelho auditivo, implante coclear ou prótese implantada, tem o mesmo acesso aos sons que uma criança com a audição dentro da normalidade.", finaliza Erica.


DESCUBRA OS SIGNOS QUE MAIS TRAEM NO ZODÍACO E VEJA SE SEU PARCEIRO SE ENQUADRA

Trair é um comportamento humano e pode acontecer com qualquer um, mas existem algumas pessoas com mais tendência a trair do que outras. Seja pela personalidade, pela situação da vida ou até mesmo pelo signo do horóscopo. E para os homens, quais os signos que mais traem? Os especialistas do Astrocentro, maior portal de Astrologia do Brasil montaram um ranking com os Top 5 signos que mais traem. Veja só:

 

Peixes 5° lugar – Está sempre com a cabeça no mundo da Lua, idealizando situações, por isso, acaba se iludindo um pouco com pessoas que conhece ao longo da vida. Isso faz com que seja mais vulnerável a atrações passageiras e casos extraconjugais.

 

Aquário 4º lugar– O nativo deste signo gosta de novidades e liberdade. Não é muito fã de relacionamentos melosos, o que o leva a dar uma escapada quando se sente preso ou podado. Dê espaço ao aquariano e ele ficará mais contente dentro de casa.

 

Câncer 3º lugar– Este é um dos signos mais cativantes do zodíaco. Muitas pessoas se aproximam dele por conta do charme, carisma e simpatia. Como é sensível, está mais aberto a conhecer pessoas novas e se envolver caso o relacionamento não esteja indo bem em casa.

 

Capricórnio 2º lugar – O capricorniano vive em função do trabalho e é capaz de passar horas no escritório e se esquecer da vida em casa. Assim, pode acabar se envolvendo com alguma colega que tenha a mesma energia que ele, que o faz se sentir compreendido com relação a esse tema.

 

Gêmeos 1º lugar – Este signo é versátil e um pouco inconstante. Em um mesmo dia consegue sentir todas as emoções possíveis. De alegria extrema a depressão. Essa instabilidade se mostra também no amor, onde é capaz de amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, e para ele, isso não é necessariamente uma traição, é como se sente mesmo.

 

Estes são os 5 signos do zodíaco que mais traem. Lembre-se, não é uma regra, é apenas uma estimativa. Se o seu parceiro é nativo de algum deles, preste atenção em seu comportamento e em como anda o relacionamento de vocês. Cuide do casal, mas sem neuras! Quando os dois estão felizes, as chances de traição são mínimas.

 

 

ASTROCENTRO

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