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terça-feira, 14 de julho de 2020

Incidência de Burnout pode crescer no pós-pandemia


Síndrome do esgotamento profissional já atinge pelo menos 32% dos brasileiros


A rotina de trabalho de boa parte da população exige a habilidade de se dividir para dar conta de muitas coisas ao mesmo tempo: reuniões, prazos curtos, pressão para cumprir metas e sobrecarga de atividades. E embora algumas pessoas sejam mais resistentes ao estresse, não há resiliência que aguente uma rotina assim por muito tempo. O resultado é que um dia, sem aviso, a mente entra em pane e a saúde cobra a sua conta. Esse fenômeno de exaustão relacionada ao trabalho tem nome: Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional – e já está mais presente do que imaginamos.

De acordo com pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA), pelo menos 32% dos brasileiros sofrem de Burnout, o que corresponde a 33 milhões de pessoas. Quando comparado a outros países onde esse tipo de exaustão é mais incidente, o Brasil só fica atrás do Japão, cujo índice é de 70% da população. “Embora a síndrome tenha começado a ganhar mais destaque recentemente, não é um problema novo. Como seus sintomas são parecidos com os de outras desordens mentais, muitas vezes acaba não sendo diagnosticada”, aponta o endocrinologista Guilherme Renke, consultor da Via Farma.

E os sinais de que as pessoas estão descansando cada vez menos não param por aí. Seja resultante do trabalho ou de outras atividades diárias, a fadiga prevalece entre a maioria da população. Uma pesquisa feita em 2013 pelo Ibope revelou que 98% dos brasileiros se sentem cansados e 61% deles estão exaustos. “Rotinas intensas, que não respeitam as horas de descanso, podem desregular o ciclo circadiano, prejudicando a saúde física e mental”, aponta Renke. O médico ainda destaca que um sinal de alerta para a procura de um especialista é quando o cansaço persiste mesmo após noites bem dormidas e momentos de lazer. “Esse pode ser um indicativo de fadiga crônica, Burnout ou outras desordens que precisam de investigação médica”, completa.


Cérebro em combustão

O termo “Burnout” foi criado pelo psicanalista alemão Herbert Freudenberger em 1974 e significa “queima completa”. E é exatamente o que acontece: sobrecarregado, o cérebro entra em colapso e a sensação é de que sobraram apenas cinzas – é o esgotamento completo. “Entre os sintomas mais frequentes da síndrome estão os lapsos de memória, dificuldade de concentração, ansiedade, depressão, faltas ao trabalho, agressividade, irritabilidade, falta de produtividade e pessimismo em relação às próprias perspectivas”, elenca Renke.

Além dos sinais cognitivos e comportamentais, o corpo também começa a dar sinais físicos de que algo não vai bem: dores de cabeça, crises de enxaqueca, insônia, distúrbios gastrintestinais, dores musculares, sudorese, palpitação, pressão alta e crises de asma podem se tornar frequentes. “Devido à elevação crônica dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, também é comum que o paciente tenha a imunidade suprimida, apresentando quadros recorrentes de doenças infecciosas, como gripes e resfriados”, explica o médico.  


Home office e “fadiga digital”

Com a adoção do distanciamento social como forma de frear o avanço da pandemia,  boa parte das empresas implantou o trabalho remoto. À primeira vista, o home office pode parecer simples e até mais fácil, mas não é: trabalhar de casa pode ser uma armadilha para a saúde mental de quem não tem um bom planejamento. “Os limites entre o expediente e o horário de descanso podem se misturar e muitas pessoas acabam trabalhando mais do que no escritório. Também é comum que a auto cobrança por produtividade e a carga de estresse aumentem, até porque, nesse momento, muitos estão dividindo atenção entre trabalho, educação dos filhos e tarefas domésticas”, diz o médico.

“Quem já convive com o Burnout ou tem tendência a desenvolver a síndrome pode sofrer pioras nesse período. Por isso, é importante contar com a telemedicina para não abandonar o acompanhamento do psicólogo e do psiquiatra nessa fase”, destaca. A falta de contato humano também pode pesar com o home office e já estão surgindo novas formas de fadiga relacionada ao trabalho. Batizado de “zoom fatigue”, em referência a uma plataforma de vídeo conferência, esse tipo de cansaço mental se tornou comum na quarentena. “Para compensar a distância, as reuniões online podem se tornar excessivas, se estendendo por mais tempo do que o normal. Esse tipo de interação é mais cansativo para o cérebro e pode aumentar os níveis de estresse”, afirma.


Cansaço que contamina os hábitos

Outro ponto de atenção para quem luta contra o Burnout são as mudanças negativas que a desordem pode trazer para o estilo de vida. “É comum que o estresse crônico leve ao consumo excessivo de álcool e ao uso de cigarro e outras drogas, como forma de promover relaxamento”, alerta Claudia Luz, nutricionista do Departamento de Inovação da Via Farma. “Mas esses hábitos trazem um falso bem-estar, que é momentâneo e altamente prejudicial para a saúde, piorando o quadro já existente”, completa.

Tomar café em excesso e recorrer aos doces como forma de aumentar os níveis de energia também não é a solução. “A alimentação saudável é essencial para potencializar os resultados das abordagens terapêuticas adotadas para reverter o quadro. Recomenda-se optar por alimentos orgânicos, fontes de gorduras boas, proteínas de qualidade, alimentos ricos em antioxidantes, vitamina C e do complexo B, além de zinco e magnésio”, indica Claudia.

Para potencializar a recuperação, também é possível contar com a prescrição de alguns fitoterápicos. “Podem ser indicados ativos como Ashwagandha, Rhodiola rosea e Panax ginseng, por exemplo. Uma opção mais recente é o extrato de carvalho francês, conhecido como Robuvit, que age mais especificamente no alívio dos sintomas do Burnout e também da Síndrome da Fadiga Crônica, reduzindo a fadiga e aumentando os níveis de energia por meio da regeneração das mitocôndrias e do aumento do número de ribossomos” explica a especialista.


Diagnóstico e tratamento

Apesar do crescimento rápido da Síndrome de Burnout, os números ainda não são fiéis à realidade, devido à dificuldade de diagnosticar a desordem. “Diante desse momento que vivemos, é esperado que haja um boom de transtornos mentais, inclusive de Burnout e Síndrome da Fadiga Crônica. Nesse cenário, os médicos que estão na linha de frente na luta contra o Covid-19 podem ser os mais afetados”, pontua Renke. De acordo com o médico, é preciso um olhar atento do profissional de saúde, principalmente em relação à rotina de trabalho do paciente, já que os sintomas são facilmente confundidos com outros transtornos, como depressão e Síndrome do Pânico.

Feito o diagnóstico, pode ser recomendado o tratamento com antidepressivos em associação com psicoterapia, para potencializar a recuperação. Além disso,  é indicada a avaliação da troca de trabalho, com a adoção de um estilo de vida mais regrado e livre de estresse excessivo. “Também é importante destacar que nem sempre será necessário um tratamento farmacológico. Muitos pacientes se saem muito bem com a suplementação fitoterápica, como no caso do extrato de carvalho francês, que reduz significativamente a fadiga física e mental”, afirma o endocrinologista. “O que as pessoas precisam saber é que existe qualidade de vida após o Burnout ou qualquer outro distúrbio mental. Só é preciso que elas deem o primeiro passo, se livrem de preconceitos e busquem a ajuda de um especialista”, finaliza.



FALTA DE ATENÇÃO POSTURAL EM ATIVIDADES DE LAZER PODEM PREJUDICAR A SAÚDE DA COLUNA


80% das pessoas sofrem com dores na coluna no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde)


Quando fazemos atividades corriqueiras como limpar a casa, levantar caixas ou lavar louça, é natural que nos atentemos a postura, mas em momentos de lazer, essa preocupação acaba ficando de lado, como é o caso da dança, por exemplo. “Nestas horas, quando estamos nos divertindo esquecemos completamente da intensidade que é depositada na coluna, quadril e no joelho” – garante Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e  diretor clínico da unidade de Guarulhos do ITC Vertebral.

A dança é um importante aliado e queridinho das mulheres, pois além de ajudar no processo de emagrecimento, trabalha a flexibilidade do corpo, na diminuição da ansiedade, no aumento da autoestima e na tonificação dos músculos, além de proporcionar a sensação de bem-estar e alegria. A grande questão são os incômodos que costumam aparecer depois, que podem causar problemas mais sérios, como hérnia de disco.

 Recentemente, a cantora Anitta expressou nas redes sociais o incomodo que sofre com uma hérnia de disco, que pode ter sido provocada desde a uma pré-disposição genética até a rotina exaustiva de shows. Já o cantor Péricles e o jogador de futebol do Atlético de Madrid, Diego costa precisaram passar por cirurgias após sentirem fortes dores na coluna decorrentes da mesma patologia.

“Quando falamos da coluna, é muito importante pensar na melhor forma evitar as lesões. Muitas vezes exigimos muito do nosso corpo sem saber, e esquecemos de dar a ele o devido descanso. Se você é uma pessoa sedentária, por exemplo, não tente arriscar passos que exijam muito da coluna, isso pode causar dores no dia seguinte e até complicações mais sérias” – explica.

Além de tudo, devemos lembrar que a coluna vertebral é responsável por sustentar todo o nosso corpo, desde membros superiores até os inferiores. Então, manter a saúde dela em dia, é fundamental para viver com qualidade. “Tente manter a postura quando sentado, sem ficar corcunda; evite pegar objetos pesados de uma só vez; tente colocar alguns travesseiros debaixo do joelho quando for dormir” – resume.

Vale ressaltar que ser uma pessoa ativa, fazer exercícios físicos, inclusive dançar, se praticado de forma correta, só trará benefícios.  




Bernardo Sampaio - Fisioterapeuta (Crefito: 125.811-F), diretor regional da Associação Brasileira de reabilitação de coluna - ABR Coluna e diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, de Guarulhos. Professor dos cursos de fisioterapia do Centro Universitário ENIAC (Guarulhos) e dos cursos de pós-graduação na Santa Casa de São Paulo e no Instituto Imparare. Possui experiência em fisioterapia ortopédica, traumatologia e esporte; e especialização em fisioterapia músculo esquelética, aprimoramento em membro superior e oncologia ortopédica pela Santa Casa de São Paulo.

Câncer de próstata ainda é uma das principais causas de mortes entre homens


Doença é assintomática no estágio inicial. Por isso, neste Dia do Homem especialistas alertam para a necessidade de prevenção  e a quebra de tabus que levam ao não tratamento precoce


O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens e deve atingir mais de 65 mil pessoas só em 2020, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, que deve alcançar mais de 83 mil homens neste ano. Cerca de 15 mil homens morreram em 2018 devido a doença. Porém, os inúmeros tabus e até mesmo a preocupação de se procurar o especialista durante o período de pandemia podem ser fatores que levam os homens a não procurar por auxílio médico preventivo. Por isso, é importante a conscientização e a informação sobre novidades que tornam os tratamentos menos invasivos e mais seguros. O assunto ganha destaque neste Dia Nacional do Homem, comemorado anualmente em 15 de julho, justamente para lembrar os homens sobre a importância de cuidar da saúde. 

De acordo com o médico urologista Fernando Leão (CRM-GO 9517), a negligência do público masculino pode resultar em um diagnóstico tardio do câncer de próstata. Portanto a avaliação periódica é o primeiro e mais importante passo. “Se a doença for diagnosticada precocemente, as chances de recuperação chegam até 90%. A ida ao urologista ajuda também a prevenir outras doenças, como o câncer de bexiga e renal”, alerta o especialista que também é membro da American Urological Association (AUA) e da Society of Robotic Surgery, ambas dos Estados Unidos, e da Société Internationale d’Urologie (SIU), do Canadá.

A ida ao urologista é principal forma de prevenção da doença, já que a doença, em seu estágio inicial, é assintomática - não apresenta sintomas aparentes. “Os sintomas ficam mais evidentes apenas quando o câncer já está em um estágio mais avançado e, portanto, com um quadro mais difícil de ser revertido”, afirma Fernando Leão, que ainda ressalta que homens que já tiveram casos de câncer de próstata na família devem ficar mais atentos. “Esses pacientes devem ir ao especialista já aos 40 anos. Enquanto que os demais podem ir ao especialista a partir dos 50 anos. Pessoas com sobrepeso ou obesidade também devem ter mais cuidado”, completa.

Entre os principais sintomas doença, geralmente em estágio avançado, estão a dificuldade para urinar, sangue na urina ou no esperma, diminuição do jato da urina e maior frequência de idas ao banheiro durante a noite. Já os fatores que podem prevenir o câncer de próstata são alimentação saudável - ricas em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais -, manter o peso ideal do corpo, praticar atividades físicas, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

“Os exames preventivos são os principais meios de combate à doença. Dentre eles, temos a dosagem do PSA, o toque retal, que permite identificar as alterações na próstata, exames de imagem - ultrassom, ressonância de próstata - e biópsia de próstata em casos selecionados”, detalha Leão.


Tecnologia como aliada

Outro fator que pode contribuir para a redução do número de mortes provocadas pelo câncer de próstata é a evolução da tecnologia. Entre as tecnologias mais recentes utilizadas para a detecção do câncer de próstata está o PET PSMA (do inglês antígeno de membrana específico da próstata), utilizado para rastrear células cancerígenas que podem estar presentes no corpo. Segundo Leão, que também é cirurgião robótico, o exame possibilita a localização de um tumor e verificar se a doença se espalhou para outros órgãos. “Ele é mais sensível que outros procedimentos de imagens convencionais. Além disso, permite diagnosticar e estadiar de maneira mais precoce os cânceres”, explica o médico urologista.

Segundo Fernando Leão, a cirurgia robótica pode contribuir para diminuir os riscos de infecções e as dores durante e após os procedimentos cirúrgicos. “Uma plataforma mais recente do Robô Da Vinci já comercializada no exterior, a Single Port, por exemplo, é mais minimamente invasiva, pois realiza apenas um orifício para passagem de todos os instrumentais para realização da cirurgia. Além de diminuir os riscos para o paciente, deixa a região da operação esteticamente mais agradável se comparada com o procedimento tradicional”, explica Fernando Leão.

O especialista destaca que os benefícios dessas tecnologias durante as operações cirúrgicas e no período de recuperação também são significativos. “Com a cirurgia robótica há menor risco de infecção cirúrgica, menor tempo de internação hospitalar, raramente necessita de internação em UTI ou de transfusão sanguínea, recuperação pós-operatória mais rápida e menos dolorosa”, detalha Leão.

Outra tecnologia que tem contribuído para o avanço dos procedimentos urológicos é Vaporização Fotoseletiva de Próstata (PVP) com Laser Greenlight, usado para o tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), doença que atinge cerca de 80% dos homens com mais de 50 anos caracterizada pelo aumento da próstata que obstrui parcial ou totalmente a uretra. No procedimento cirúrgico, a fibra de laser é inserida pela uretra do paciente, que permite a vaporização do tecido prostático, reduzindo os tempos de internação e recuperação pós-operatória. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a HPB atinge cerca de 14 milhões de brasileiros.


Aumento na testagem para Covid-19 pode deixar doentes em fila por resultados


Na última semana, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também incluiu na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde o teste sorológico para o novo coronavírus


Festas regadas a testes rápidos para detectar infecção pela Covid-19 viralizaram na internet nos últimos dias. Laboratórios e farmácias estão disponibilizando os exames que podem ser feitos por qualquer pessoa, inclusive para aquelas que são assintomáticas. Além disso, na última semana, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu o teste sorológico na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde. Para a pneumologista Fernanda Miranda, que atende no Órion Complex, essa situação pode gerar um uso inadequado dos testes, que segundo ela, devem ser feitos apenas por pessoas que apresentam sintomas. 

Para a médica, a corrida por exames em quem está saudável vai prejudicar aqueles que estão doentes e precisam de agilidade dos resultados. “É urgente e necessário que as pessoas tenham informação correta em mãos. Já estamos com nossos pacientes esperando sete dias pelos resultados. Pessoas que realmente estão doentes e precisamos do exame para estabelecer as condutas”, diz ela, que lembra também que muitos estão fazendo exames para viajar por causa do período de férias ou até mesmo para realizar encontros sociais com aglomerações desnecessárias. 

O grande problema é que, quando se trata do RT-PCR, feito a partir de coleta de secreção nasal, todos os resultados são processados na mesma central de análise, independente do laboratório ou hospital que coleta. “Com os planos de saúde sendo obrigados a custear isso, a grande preocupação, é que os pacientes pressionem os médicos a pedirem os testes mesmo quando não há real necessidade e isso vai sobrecarregar o sistema ”. Para Fernanda, que é especialista em doenças respiratórias, não há fundamento fazer testes em assintomáticos, isso porque o estágio da doença interfere diretamente na precisão do resultado. O exame mais comum de RT-PCR, que detecta o RNA viral, tem melhores resultados entre o 2° e 7° dias depois de iniciado os sintomas. Podendo permanecer positivo por mais de 30 dias depois da infecção não significando que o indivíduo continua transmitindo. 

Exames de sangue através de várias metodologias que podem ser utilizadas, podendo ou não ser o chamado teste rápido, detectam as imunoglobulinas produzidas a partir da infecção, que na Covid-19, aparecem após o 7° dia de iniciados o sintomas, sendo a data mais ideal, a partir do 21º dia. “Perceba que há uma absoluta importância em se correlacionar data de início dos sintomas com a solicitação de qualquer tipo de teste, portanto não há nenhuma indicação para se realizar testes em indivíduos assintomáticos, salvo raríssimas exceções”, explica Fernanda, que lembra também que o positivo e não sintomático, detectado no teste rápido, não é um "passaporte para imunidade" e não deve ser interpretado como sendo uma proteção para o indivíduo para um possível reinfecção. “Solicitação de testes para frequentar lugares, festas e eventos é completamente imprudente. Recursos são finitos, os testes devem ser bem aplicados, já estamos sofrendo com a demora de resultados devido a alta demanda para quem realmente precisa do diagnóstico”, pontua. 




Mitos e Verdades da Candidíase e Alimentação

Imagem google
Estudos apontam que o acúmulo de alumínio, chumbo, arsênico e mercúrio estimulam o supercrescimento da cândida. E a intoxicação de metais no intestino estimula organismos como fungos (no caso a cândida), bactérias a crescer desesperadamente, pois a cândida se liga aos metais.

A cândida é uma levedura presente em pequenas quantidades na microbiota gastrointestinal. Ela trabalha na digestão e absorção de nutrientes e seu crescimento é limitado pelo sistema imunológico e pelas bactérias promotoras da saúde presentes no trato digestivo.

De acordo com a nutricionista Luanna Caramalac, o fator emocional também pode ser um gatilho para candidíase de repetição. Todos nós passamos por momentos de estresse, e isso leva a emoções e comportamentos que somados podem desencadear a candidíase crônica. Bem como, o uso de medicamentos, deficiências de vitaminas e minerais, alimentação inflamatória. “Por isso é importante avaliar o todo sempre, identificar a raiz do problema e tratar a causa,” reforça a médica.


O consumo excessivo de café e de bebidas alcoólicas não contribuem para a candidíase?

Mito Principalmente as bebidas fermentadas, como a cerveja, também podem contribuir para o desequilíbrio da microbiota como um todo, favorecendo o crescimento fúngico e acabam piorando os sintomas da candidíase.


Cândida de repetição afeta pessoas com sistema imunológico enfraquecido?

Verdade - pessoas que consomem alimentos inflamatórios, estresse crônico, deficiências nutricionais, intoxicação de metais...  estão mais suscetíveis à candidíase, pois isso interfere justamente na imunidade.


Diminuir o consumo de alimentos com ação anti-inflamatória também ajuda a controlar o desenvolvimento da colônia e evitar novas crises?

Mito - O ômega 3, um ácido graxo poli-insaturado, pode ser importante nesses casos, pois contribui bastante para aumento da imunidade e combate a inflamação e podem ser encontrados nos peixes de águas frias e profundas. Bem como, uma suplementação individualizada. Os alimentos com importante ação anti-inflamatória são a cebola, o alho e o própolis, que podem fazer parte da dieta.


Má alimentação pode contribuir para o surgimento da Candidíase?

Verdade - Uma alimentação repleta de produtos industrializados, açúcares e bebidas alcoólicas pode colocar o organismo em estado de alerta, agravando ou até sendo a principal causa de infecções por fungos.
 Para evitar a candidíase, é necessária uma dieta balanceada, rica em vitaminas, minerais e proteínas, estas que aumentam a imunidade. Além disto, é recomendável a atividade física, uma vida saudável e sem estresse crônico.
  
Nos casos em que a candidíase se repete com frequência é indicado o uso de probióticos?

Depende – muitas pessoas acham que tratar a causa é sempre tomar probióticos. Nem sempre. Precisa limpar o terreno biológico, mudar a alimentação, verificar se há gatilho de estresse crônico... e se houve necessidade o profissional nutricionista irá prescrever a suplementação ou indicar o uso de kefir ou kombucha. Muitas vezes, se o uso de probióticos for logo iniciado, pode agravar o quadro.





Dra. Luanna Caramalac Munaro - CRN-3 49383 - Nutricionista pela UNIDERP, pós-graduada em nutrição clínica funcional, pela VP – Centro de Nutrição Funcional, pós-graduanda em adequação nutricional e manutenção da homeostase, pós-graduanda em nutrição comportamental pela IPGS, formação em modulação intestinal. Atua na área integrativa com foco em prevenção e tratamentos de doenças crônicas degenerativas e emagrecimento saudável.



O que é Síndrome de Korsakoff?



"Imagine que você está preso no tempo. Imagine não ter mais memória futura. Imagine ter a mente estacionada em uma determinada data, embora seu corpo continue a envelhecer. Triste, não é mesmo? Mas é o que ocorre na Síndrome de Korsakoff"
O efeito Covid-19


O que o Covid-19 e a Síndrome de Korsakoff têm em comum? A princípio e diretamente, nada. No entanto, a pandemia causada pelo vírus teve como consequência a quarentena, e o isolamento prolongado pode provocar diversos transtornos mentais, como, por exemplo, a depressão e o Transtorno de Ansiedade, bem como desenvolver hábitos pouco recomendáveis que indiretamente podem levar à Síndrome de Korsakoff. Apesar de rara e, talvez, pouco conhecida, pode causar danos irreversíveis ao cérebro.


A Síndrome de Korsakoff

Imagine que você está preso no tempo. Imagine não ter mais memória futura. Imagine ter a mente estacionada em uma determinada data, embora seu corpo continue a envelhecer. Triste, não é mesmo? Mas é o que ocorre na Síndrome de Korsakoff. A memória simplesmente se apaga após alguns minutos e o indivíduo volta ao momento em que ele estava um pouco antes. Eternamente.

Agora, imagine que um desconhecido se aproxima. Você o cumprimenta e pergunta quem ele é. Ele diz seu nome e sua profissão. Vocês conversam por um curto momento, uma conversa agradável, e então, o homem vai embora. O que você não sabe é que essa mesma conversa já aconteceu antes, exatamente do mesmo jeito. O desconhecido é um médico que já te examina há meses, mas para você será sempre um desconhecido.

No entanto, você se lembra exatamente do dia anterior. Você se lembra do seu aniversário de 25 anos e da sua noiva, Helena. Você se lembra de sua formatura, dos beijos roubados no cinema, do novo filme de sua atriz preferida. O que você não sabe é que o dia anterior foi dia 07/04/2000 e você está agora com 45 anos. Helena já está casada com outro homem e tem dois filhos. Sua atriz preferida já não atua há mais de 10 anos.

Sim, o passado ainda existe. Mas o tempo agora só passa fora de sua mente. Você ainda tem 25 anos e ainda vai se casar. Tem a vida inteira pela frente, sem saber que sua vida parou.

Quando, um dia, sem querer, você se depara com um espelho, seus olhos não conseguem acreditar no que estão vendo e você entra em pânico. Quem é aquele velho que te encara? É impossível. Você sabe que é você, mas como poderia ser você?

Felizmente, a dor não demora muito a passar. Logo, tiram o espelho de sua frente e você já não se lembra de mais nada. Está novamente feliz.
 
Esse exercício de imaginação serve para ilustrar como se manifesta a Síndrome de Korsakoff, que é um transtorno amnéstico persistente em que a capacidade de codificar novas memórias é gravemente prejudicada. As características incluem amnésia proeminente, com dificuldade de aprendizagem de novas informações e esquecimento rápido, e tendência a confabulações. O que o indivíduo aprende é prontamente esquecido e sua vida só existe no passado.
 
Para quem se sensibilizou com o que leu até agora, uma boa e uma má notícia: a má é que ela não tem cura. A boa é que é possível evitá-la. Diferente do Mal de Alzheimer, que pode ser retardado, mas não necessariamente evitado, a Síndrome de Korsakoff pode facilmente ser detida. Mas já chegaremos lá.


Como funciona a memória?

Um rapaz, acometido pela Síndrome de Korsakoff, é chamado para tocar violão. Ele afirma que nunca tocou aquele instrumento na vida e se surpreende quando consegue tocar alguns acordes e até mesmo uma música inteira. Ele não faz ideia de que há muito tempo vem aprendendo a tocar e a cada dia aprende um pouco mais, embora nunca se lembre do que aprendeu, nem sequer de que algum dia tocou violão.

Como isso é possível se ele não consegue mais guardar nenhuma informação?

A memória é dividida em aspectos funcionais e espalhada por todo o cérebro. Resumida e simplificadamente, a memória é assim armazenada:

O lobo frontal é responsável pela memória de trabalho, aquela que utilizamos quando precisamos lembrar de alguns dados por apenas alguns segundos, como o telefone de alguém, ou dos números para fazer uma conta de cabeça. O lobo temporal, a área mais importante para a memória, é responsável pela maior parte de nossa memória, envolvendo principalmente a memória declarativa, ou seja, semântica e episódica (passagem do tempo, memórias de curto, médio e longo prazo). 

Já o lobo parietal é responsável pela memória de procedimentos ou implícita, como, por exemplo, dirigir um carro, tocar um instrumento, andar de bicicleta, amarrar os sapatos.

Assim, embora o cérebro não consiga formar mais memórias declarativas, a memória implícita, aparentemente, permanece ilesa. Por esse motivo, quem sofre da Síndrome de Korsakoff pode continuar aprendendo novas habilidades, embora nunca vá perceber isso.


Qual é a causa desse mal tão devastador?

O grande vilão da Síndrome de Korsakoff é uma combinação da falta da vitamina B1 com o alcoolismo. O excesso e abuso de álcool pode prejudicar a absorção de Tiamina no organismo e causar um efeito devastador sobre o sistema nervoso central, prejudicando a memória. Novas memórias não conseguem mais ser produzidas, enquanto as memórias antigas permanecem intactas.

O elevado consumo de álcool, não apenas por parte da população adulta, mas também por grande parte dos jovens, está se tornando cada vez mais preocupante para a saúde pública.

Atualmente, o estresse cada vez maior leva o indivíduo a buscar o relaxamento nas bebidas alcoólicas. O álcool diminui o nosso medo, mascara nossas inseguranças, torna pessoas tímidas em indivíduos mais sociáveis, faz a vida parecer mais leve e bela. Como o álcool tem efeito depressor, assim que ele é liberado do organismo, o individuo pode se sentir pior do que ele estava e a solução é beber novamente.
 
Com o isolamento, devido ao Covid-19, há indícios de que o consumo do álcool está se acentuando. Talvez por estresse, por conta do medo, da situação. Talvez por uma tristeza aguda que o indivíduo não consegue enfrentar. Talvez por ter perdido o emprego, e a bebida seja a única fonte de consolo. Talvez pelo tédio, por não ter nada melhor para se fazer. Talvez porque a solidão esteja insuportável. Enfim, há vários motivos possíveis para o aumento do consumo de bebidas alcoólicas nessa época de crise.
 
Se o álcool não viciasse, talvez não houvesse tanto problema assim. Mas ele vicia. E se o isolamento durar um tempo considerável, o indivíduo pode voltar à vida normal com grandes tendências ao alcoolismo.
 
Todos sabem que a bebida pode causar cirrose. Talvez alguns saibam que a bebida pode causar depressão, ansiedade e insônia. Talvez poucos saibam que a bebida pode aumentar as taxas de câncer no esôfago e estômago. Tudo isso é muito grave, tudo é devastador. No entanto, a Síndrome de Korsakoff rouba sua vida, seu futuro, mesmo que você continue vivo. Você se torna prisioneiro de sua mente, encarcerado em seu passado, destituído de seu presente. Perder a memória é perder a identidade.

A boa notícia

A Síndrome de Korsakoff é rara e não ataca de uma vez e repentinamente. O indivíduo começa a ter lapsos de memória, ficar confuso, desorientado. Agora, o médico, após os exames que confirmem o diagnóstico, irá adverti-lo para não mais beber e, se for o caso, providenciará o suprimento da vitamina B1.

Caso o indivíduo ignore as prescrições médicas e continue a beber exageradamente, então ele estará correndo um sério de risco de danificar irremediavelmente sua memória.

Como bem disse Luis Buñuel, vida sem memória não é vida. Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nosso sentimento, até mesmo nossa ação.

É imprescindível, portanto, que o indivíduo que sofre de alcoolismo busque ajuda profissional. Não basta a abstinência, embora ela seja fundamental. É importante, também, descobrir e tratar o foco psicológico que levou aquela pessoa a beber demais.

Sim, a Síndrome de Korsakoff é rara. No entanto, você apostaria sua vida nisso?






Lucia Moyses - psicóloga, neuropsicóloga e escritora. Em 2013, a autora lançou seu primeiro livro “Você Me Conhece?” e dois anos depois o livro “E Viveram Felizes Para Sempre”, ambos com um enfoque em relacionamentos humanos e psicologia. Três anos após a especialização em Neuropsicologia, Lucia lançou os três primeiros livros: “Por Todo Infinito”, “Só por Cima do Meu Cadáver” e “Uma Dose Fatal”, da coleção DeZequilíbrios. Composta por dez livros independentes entre si, a coleção explora a mente humana e os relacionamentos pessoais. Cada volume conta um drama diferente, envolvendo um distúrbio psiquiátrico, tendo como elo o entrelaçamento da vida da personagem principal. Em 2018, a psicóloga lançou mais três livros: “A Mulher do Vestido Azul”, “Não Me Toque” e “Um Copo de Veneno”, totalizando seis livros da coleção. Em 2020, Lucia, lança o livro "A Outra". 




Hospital São Camilo adere à campanha de combate a hepatites virais e ilumina suas fachadas de amarelo



Instituição alerta a população sobre a importância das ações preventivas e orienta sobre os riscos da doença, muitas vezes sem sintomas


Durante todo o mês de julho, as unidades Santana, Ipiranga e Pompeia da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo terão suas fachadas iluminadas de amarelo. O objetivo, com esta ação, é contribuir com a campanha do Ministério da Saúde disseminando informações sobre sintomas, prevenção e tratamento das hepatites virais A, B, C e D.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, foram registrados mais de 42 mil casos de hepatite no Brasil na última década.

Os dados também revelam 70.671 óbitos relacionados à doença, sendo que 76% dessas mortes ocorreram em decorrência da hepatite C, para a qual ainda não há vacina.

A doença, como o nome já diz, ocorre a partir da transmissão de um vírus que provoca uma inflamação no fígado, podendo acometer pessoas de todas as idades.

Embora a pesquisa aponte para uma redução de 7% no número de casos registrados nos últimos dez anos, o Ministério da Saúde estima que mais de 500 mil pessoas convivem com o vírus C da hepatite sem saber, uma vez que a doença é assintomática.

É justamente por essa razão que, de acordo com a Dra. Michelle Zicker, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o maior desafio no combate às hepatites virais é o diagnóstico precoce.

No entanto, ela explica que alguns sinais podem servir de alerta. “Caso a pessoa apresente febre, mal-estar, náuseas e vômitos, fezes claras, olhos e pele amarelados, deve procurar um médico para realizar os exames”, esclarece.

Segundo a especialista, além das vacinas para evitar a infecção pelos vírus da hepatite A e B, é recomendável realizar o teste para hepatite C pelo menos uma vez na vida adulta, aumentando as chances de um diagnóstico precoce e início do tratamento. Ela ainda ressalta que a hepatite D está associada com a presença do vírus B. Assim, a vacina para hepatite B nos protege indiretamente também em relação a doença causada pelo vírus D.

“Vale frisar que as hepatites B e C, caso não sejam tratadas, podem evoluir para um quadro de doença hepática crônica ou até mesmo câncer de fígado”, destaca a Dra. Michelle.

Dessa forma, campanhas como o Julho Amarelo são cruciais para trazer esclarecimento à população e permitir que muitos que vivem com a doença tenham a chance de buscar o melhor tratamento, seja para obter a cura ou mais qualidade de vida.

Além de iluminar suas fachadas, o Hospital São Camilo também divulgará informações sobre essa temática nas redes sociais e reforçará junto aos seus profissionais as orientações sobre métodos preventivos e tratamento da doença.


Doenças pioram visão e COVID-19, diz pesquisa


Pesquisa mostra que diabetes e hipertensão arterial são frequentes nos casos graves de COVID-19. Entenda.


Pesquisa do Ministério da Saúde (MS) mostra que no Brasil 72% das mortes por COVID-19 aconteceram entre maiores de 60 anos até 20 de abril. O
levantamento do MS revela que desses, 38% tinham diabetes e 53% hipertensão arterial, uma clara evidência do risco que estas doenças representam durante a pandemia. A pasta também divulga que mais da metade dos brasileiros nesta faixa etária (59%) têm hipertensão arterial e 20% são diabéticos. Significa que se forem contaminados pelo Sars-Cov-2 podem ter graves complicações sistêmicas e oculares.


Diabetes

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier tanto o diabetes como a hipertensão arterial podem causar lesões nos vasos da retina e provocar a perda definitiva da visão se a doença não for diagnosticada e tratada em estágio inicial.  O especialista afirma que independe da idade o diabetes também dobra o risco de surgir catarata. “Não se trata de uma doença de idosos. A catarata é multifatorial. Pode ser causada por diabetes, hipertensão arterial, alta miopia, lesão ou trauma ocular e até erros na alimentação como o excesso de sal”, esclarece.  Isso porque o consumo de sal acima dos 5 gramas/dia preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) o equivalente a uma colher de chá, dificulta a manutenção da pressão osmótica entre as células do cristalino. “Isso significa que para a lente do olho manter a transparência requer baixo nível de sódio”, afirma.



Cirurgia livra míopes dos óculos
Queiroz Neto explica que o diabetes é causado pela produção insuficiente no pâncreas de insulina, hormônio que faz a glicose penetrar nas células. Também pode ser causado por resistência à insulina que impede a absorção celular. O oftalmologista   ressalta que depois da opacificação do cristalino o único tratamento é a cirurgia. “O procedimento é ambulatorial, feito com anestesia local e consiste na substituição da lente natural do olho pelo implante de uma lente intraocular. Independente do tipo de lente implantada, míopes renascem com a cirurgia porque ficam definitivamente livres dos óculos para enxergar à distância.


São Paulo lidera diabetes e COVID-19 no Brasil

A pesquisa do Ministério da Saúde mostra que de todas as regiões do Brasil a Sudeste teve o maior número de casos confirmados de COVID-19. O estado de São Paulo é o primeiro no ranking nacional com 35,9% dos casos e 40,2% das mortes confirmadas. A cidade de São Paulo também está entre as cinco com maior prevalência de diabetes (23,1%) e embora tenha uma das menores taxas de hipertensão arterial, a prevalência ainda é alta (53%).

A pesquisa aponta o estado do Rio de Janeiro como o segundo no ranking de COVID-19 com 12,1% dos casos confirmados e 16,4% das mortes. A cidade do Rio de Janeiro aparece com 57% da população com mais de 60 anos com hipertensão e 21,9% com diabetes. O terceiro estado elencado no ranking nacional é o Ceará com 8,6% dos casos de COVID-19 confirmados e 7,7% das mortes. A cidade de Fortaleza apresentou 25% da população com mais de 60 anos com diabetes e 54,1 com hipertensão arterial.


Hipertensão e visão

Queiroz Neto afirma que a hipertensão arterial nem sempre apresenta sintomas. Isso explica porque só metade dos hipertensos sabe que têm a doença, pondera. A falta de sintomas faz um em cada dois não seguir o tratamento após o diagnóstico. Significa que a cada 4 hipertensos 3 não têm controle da doença, conforme levantamento da SBH (Sociedade Brasileira de Hipertensão). “Este descontrole causa diversas comorbidades sistêmicas. Nos olhos pode causar a retinopatia hipertensiva, uma alteração nos vasos da retina que leva ao edema retiniano, catarata, descolamento da retina e glaucoma neovascular. Embora diferente da retinopatia diabética, ambas são diagnosticadas mediante retinografia e tomografia de coerência óptica que permitem ao oftalmologista visualizar todos os vasos retinianos. 

O alto índice de mortes entre pessoas com COVID-19 apontado pelo levantamento do Ministério da Saúde está relacionado não só à faixa etária, como à diminuição da oxigenação no sangue, falência dos pulmões e formação de pequenos trombos em todo o organismo. Os finos vasos da retina são os primeiros a serem atingidos por terem a espessura de um fio de cabelo e é por isso que a prevalência de hipertensos nos casos graves de Covid-19 é tão alta”, explica.

Tanto o tratamento da retinopatia diabética como da hipertensiva são feitos com fotocoagulação a laser, injeção anti-angiogênica e em caso de hemorragia o mais indicado é a cirurgia. O tratamento contínuo garante a visão até o fim da vida para a maioria das pessoas, conclui.


Instituto Estáter e Sociedade Brasileira de Infectologia anunciam primeira fase da campanha "alert(ar)" para conscientização de sintoma silencioso da COVID-19


A iniciativa visa chamar a atenção sobre a importância de acompanhar os níveis de saturação de oxigênio no sangue (oximetria) para um diagnóstico precoce da doença e evitar a chamada ‘hipóxia silenciosa’ nos pacientes, especialmente de grupos de risco

O Instituto Estáter (IE) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) anunciam um acordo de cooperação para atuação conjunta na primeira etapa da campanha "alert(ar)", que visa à conscientização sobre a importância de se medir e monitorar os níveis de saturação de oxigênio no sangue (oximetria). A iniciativa tem como objetivo apoiar o enfrentamento à pandemia da COVID-19 para reduzir a mortalidade e internação em UTIs, principalmente nas comunidades mais vulneráveis e grupos de risco.
A campanha "alert (AR)" surgiu a partir da constatação, por meio de uma base de dados e análises do IE, de que grande parte dos óbitos por COVID-19 no mundo ocorreu fora das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Esses estudos mostram que parcela importante das mortes nesta pandemia, bem como a sobrecarga nas UTIs, tem sua origem na hipóxia silenciosa, doença que se caracteriza por não ter sintomas perceptíveis - o paciente não se queixa da falta de ar, mas apresenta a queda no nível de oxigênio sanguíneo. De acordo com os dados, grande parte dos infectados ou morre ou chega em estado muito crítico aos hospitais, aumentando a demanda por internação em UTIs, uso de respiradores e também o tempo de recuperação.
"A experiência internacional mostra que pacientes com perda de oximetria constatada precocemente podem ser submetidos a métodos mais simples e menos invasivos de oxigenação ministrados ou apenas clinicamente ou em leitos de enfermaria, etapa anterior ao tratamento intensivo, com recuperação mais rápida", diz Clovis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
O Instituto Estáter compila desde o início da pandemia uma base de informações de mais de 20 países diretamente de fontes primárias como ministérios da saúde ou secretarias de estado. As curvas de mortalidade por hipóxia silenciosa no mundo mostram que a medição do oxigênio das populações mais vulneráveis poderia ser um dos caminhos auxiliares para detecção e tratamento precoces da doença proporcionando uma redução importante na mortalidade.
"Mais de 70% das mortes por COVID-19 no mundo ocorrem fora as UTIs", informa Pércio de Souza, fundador do Instituto Estáter. "Por isso, estabelecemos uma aliança baseada em protocolos e referências científicas, com atuações estruturadas, para agir de forma coordenada e reunindo recursos para apoiar os esforços e planejamento do sistema de saúde, assim como levar informações para a população por meio de suas entidades representativas e veículos de comunicação", completa.

Fase 1 e Fase 2
A campanha "alert.(ar)" terá duas fases distintas. A primeira fase, anunciada hoje, tem a missão de disseminar a informação de que medir o nível de oxigênio no sangue pode ser uma das medidas mais eficientes para o diagnóstico precoce da doença. Além de conscientizar a população, essa primeira fase da campanha visa trazer parceiros e entidades da sociedade civil para que a segunda fase, a de implementação, ocorra de forma planejada e abrangente.
O reconhecimento da importância da iniciativa já reúne apoio institucional de empresas como O Boticário, Embraer, Gol, Grupo Ultra, Klabin e banco Voiter, assim como entidades da sociedade civil organizada (terceiro setor) como a CUFA (Central Única das Favelas) e o Todos Pela Saúde, além de entidades como Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) - todas mobilizadas para apoiar institucionalmente a campanha por meio de sua difusão e, numa segunda etapa, de operacionalização do projeto.
Caberá à SBI, em todo o projeto, estabelecer orientações médicas que permitam o acompanhamento seguro da oximetria nas comunidades e os parâmetros para as situações de hospitalização. O Instituto Estáter, por sua vez, atuará no planejamento e logística necessários para a implementação do programa assim como na busca de alternativas para a implementação do plano de ação, além de realizar, em conjunto com SBI, a análise dos dados coletados.

Instituto Estáter - Criado em 2010, o Instituto Estáter tem como objetivo de investir em projetos de responsabilidade social focados na educação, na promoção da autoestima e no desenvolvimento de crianças e adolescentes de comunidades carentes ou que se encontram em situações de vulnerabilidade social. O Instituto tornou-se uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) em abril de 2012. Desde sua criação, o Instituto Estáter já investiu mais de R 5 milhões em diversos projetos.
Pércio de Souza - Sócio-fundador da Estáter Assessoria Financeira, formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), iniciou sua carreira em 1984 na área corporativa do Citibank. Em 1992, seguiu para o BBA, onde se tornou sócio, diretor estatutário e responsável pelas áreas de mercado de capitais, fusões e aquisições e pela corretora da instituição. Fundou o Instituto Estáter em 2010.

Sociedade Brasileira de Infectologia - Fundada em 1980, é uma entidade civil, sem fins lucrativos e de caráter científico, composta por médicos especialistas. Com abrangência nacional, encontra-se presente em 24 estados do país. O objetivo da SBI é promover o desenvolvimento da especialidade de Infectologia - que se dedica à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento e à cura das doenças infecciosas - bem como os intercâmbios científico, técnico, cultural e social entre seus associados e profissionais da área. A SBI possui diretrizes específicas para promover o desenvolvimento da especialidade, promove permanente atualização e estudos referentes à especialidade, sob diversas atividades para o aperfeiçoamento profissional dos infectologistas. A entidade defende os interesses profissionais dos especialistas em Infectologia e colabora com autoridades governamentais e entidades congêneres, nacionais ou internacionais, em assuntos pertinentes à Infectologia. Desde sua criação, a SBI tem atuado em conformidade com as demandas da sociedade brasileira, desempenhando papel fundamental na discussão dos principais problemas de saúde pública do país.

Clovis Arns da Cunha - atual presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, é professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Infectologia pela Universidade de Minnesota (EUA) e consultor médico na área de antibióticos.


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